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Aula 01 - Como Evoluem as Formas de RELEVO DA sUPERFÍCIE Terrestre Davis, Penk e King

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Aula 1
Como evoluem as formas de relevo da superfície terrestre?
As respostas de Davis, Penck e King
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. reconhecer a importância das teorias geomorfológicas;
2. diferenciar os modelos evolutivos do relevo de Davis, Penk e King;
3. identificar, em paisagens variadas, elementos que remetam a diferentes teorias evolutivas em Geomorfologia.
Deltas (∆) são depósitos aluviais que aparecem na foz de certos rios, avançando como um leque na direção do mar. Essa deposição exige certas condições, como: ausência de correntes marinhas intensas, fundo raso, abundância de detritos etc. A denominação delta vem da forma da foz do rio Nilo (Egito), que lembra a quarta letra do alfabeto grego (∆). Os geógrafos passaram então a considerar todas as fozes de rios, que apresentassem semelhança com a do Nilo, como sendo do tipo deltaico
Teoria - Conjunto de conceitos e regras que condicionam o trabalho científico.
São das teorias que se criam os modelos.
Teorias geomorfológicas
Segundo Christofoletti (1980),
“cada teoria proposta tenta elucidar os fatos, e com tal finalidade, emprega uma linguagem composta de um vocabulário especifico. Muitas vezes, o mesmo termo, em função de teorias variadas, expressa noções diferentes [...] uma mesma teoria pode possibilitar a construção de vários modelos, que possuem uma função lógica dentro delas, porque são elaborados dedutivamente e permitem que as mesmas sejam testadas.”
A metodologia científica
Método dedutivo: parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e inquestionáveis (premissa maior); o pesquisador estabelece relações com uma proposição particular (premissa menor) para, a partir de raciocínio lógico, chegar à verdade daquilo que propõe (conclusão).
Método indutivo: parte de questões particulares até chegar a conclusões generalizadas.
Teorias Geomorfológicas 
1 – Teoria Pedimentação / Pediplanação;
2 – Teoria do Equilíbrio Dinâmico;
3 – Teoria do ciclo geográfico, Ciclo Geomorfológico ou Ciclo da Erosão;
4 – Teoria Probabilística.
Nesta aula, analisaremos a teoria do Ciclo Geográfico e a Teoria da Pedimentação/Pediplanação.
As diversas teorias elaboradas desde o início da Geomorfologia são importantes para a compreensão da formação do relevo e das suas relações com o homem e sua capacidade de alterar o meio. Ao entender a evolução do relevo, pode-se entender e, de certa maneira, “prever” os processos que poderão vir a ocorrer na superfície terrestre.
Teoria do ciclo geográfico (1899)
O ciclo geográfico, idealizado por William Morris Davis na segunda metade do século XIX (1899), foi o primeiro conjunto de concepções que podia descrever e explicar, de forma completa e coerente, a formação e evolução das formas de relevo existentes na superfície terrestre.
Para Davis as designações de ciclo geomórfico e ciclo de erosão são empregadas como sinônimos.
Cabe ressaltar que o modelo foi considerado moderno para a época, pois já incorporava a noção de evolução para as formas de relevo, conceito capturado da Biologia, além de utilizar, para fins de legitimação, a linguagem matemática, um requisito básico da ciência.	
A teoria davisiana foi desenvolvida em área temperada úmida e, segundo Christofoletti (1980), assim como na vida dos seres organizados, em que há funções e aspectos que se sucedem invariavelmente do nascimento até a morte, o modelado terrestre também passaria por uma sequência de fases sucessivas designadas de juventude, maturidade e senilidade. 
1 - A fase de juventude tem início quando uma região aplainada, devido a um movimento rápido, tectônico ou eustático, ou seja, pela ação das forças internas, é uniformemente soerguida em relação ao nível de base, que é o nível do oceano no qual desembocam os cursos fluviais. Como a declividade foi subitamente aumentada, porque ampliou a diferença altimétrica, os rios encaixam-se e, a partir da embocadura, a vaga erosiva remontante espalha-se pelo curso principal e seus afluentes.
A erosão remontante, nesse caso, é a que se verifica no leito de um rio, sendo o trabalho de desgaste de jusante para montante, da foz para as cabeceiras.
2 - A fase de maturidade é um estágio em que a erosão está suficientemente desenvolvida, a rede de drenagem perfeitamente organizada e o trabalho das forças harmoniosamente combinado.
3 - a fase de senilidade, é caracterizado por um rebaixamento de sua topografia, principalmente nas vertentes em que o ritmo evolutivo é mais intenso. Qualquer que tenha sido o desnível entre a superfície primitiva e o nível de base, está destinada a desaparecer no fim do ciclo de erosão. Criaria dessa forma uma superfície aplainada, os peneplanos.
Peneplano - Superfície plana ou levemente ondulada, resultante de um ciclo geomorfológico cujo trabalho realizou-se até a extrema senilidade.
Cabe comentar que, neste modelo, só existia um nível de base (na literatura é o que chamamos de nível de base geral), que, para Davis, em linhas gerais, corresponde ao nível dos oceanos, no qual todas as formas de relevo que estão acima deste nível estariam destinadas a sofrer erosão. Neste modelo, a evolução morfológica ocorria verticalmente, de cima para baixo (wearing-down).
Acompanhando a Figura 1.6, a seguir, que representa os três estágios propostos por Davis, as fases de denudação do relevo caracterizam-se por:
1 - entalhamento dos canais; abertura dos vales; rebaixamento e destruição dos divisores (declividades); bem como formação de extensos fundos de vales entulhados de sedimentos, com a presença de rios meandrantes (sinuosos).
Denudação - É o arrasamento das formas de relevo mais salientes, pelo efeito conjugado dos diferentes agentes erosivos.
A partir disso, um novo soerguimento daria lugar a um novo ciclo erosivo. 
Da fase inicial à final, o relevo vai sendo remodelado, caracterizando sucessivos momentos evolutivos, como na vida orgânica, passando o relevo novamente pelas fases da juventude, maturidade e senilidade.
O modelo de Davis originou algumas críticas, pois sua aplicação não foi possível em diversas paisagens do globo terrestre.
Entre os principais questionamentos, podemos destacar:
• o fato de o modelo ser concebido para áreas de clima temperado úmido;
• a necessidade de um rápido soerguimento do relevo, seguido por um período muito longo de estabilidade tectônica;
• a colocação das condições de equilíbrio como resultado a ser obtido no final do ciclo. (MARQUES, 1994).
Apesar das inúmeras objeções, esse modelo de evolução do relevo conheceu ampla difusão até a metade do último século.
Teoria da pedimentação/pediplanação
Os modelos evolutivos relacionados com a pedimentação e a pediplanação apresentam os mesmos princípios teóricos que o modelo cíclico davisiano. As distinções maiores entre ambos residem na maneira pela qual as vertentes evoluem e na definição do nível de base.
O modelo de Walter Penck (1924)
Walter Penck foi um grande crítico do modelo de William Morris Davis, principalmente da forma como ocorria o desgaste das superfícies. Para Penck, os processos de soerguimento e de erosão do relevo eram concomitantes (simultâneos). 
Criticava os pressupostos de Davis, negando a possibilidade de ocorrer um rápido soerguimento do relevo, devido a ações de forças internas, para, só então, iniciar a erosão dentro de um longo período de estabilidade tectônica.
Dentro do modelo de Penck, a emersão do relevo e a denudação são atividades lentas e simultâneas, com intensidade variada pela ação tectônica.
Penck, em seu modelo, buscou relacionar o entalhamento do talvegue e os efeitos denudacionais em função do comportamento da crosta (movimentos de soerguimento), que, manifestando-se de forma intermitente e com intensidade variável, geraria reflexos na geometria das vertentes (vertentes convexas, retilíneas ou côncavas), conforme modelo explicitado na Figura 1.7, a seguir:
Talvegue - A linha formada pela interseção das duas superfícies, formadoras das vertentes de um vale. É o local mais profundo do vale, onde corremas águas de chuva, dos rios e riachos.
1 - Ainda na Figura 1.7, caso ocorresse um forte soerguimento da crosta, ocorreria uma incisão do talvegue, que, em razão do aumento do gradiente das vertentes, implicaria uma maior intensidade dos processos denudacionais, gerando as vertentes convexas (1.7a).
2 - No caso de equilíbrio entre as forças de soerguimento e denudação, a resposta seria vertentes retilíneas (1.7b).
3 - E por fim, quando a ascensão da crosta fosse pequena, ocorreria um fraco entalhamento do talvegue, sendo a denudação superior o que propiciaria o desenvolvimento de vertentes côncavas (1.7c).
* Enquanto no modelo de Davis o relevo evoluía de cima para baixo (wearing-down), 
* no modelo de Penck, a evolução dava-se pelo recuo paralelo das vertentes ou pelo desgaste lateral das vertentes (wearing back), conforme observamos na ilustração a seguir (Figura 1.8):
Diferente da teoria de Davis, em que o processo evolutivo era comandado pelo nível de base geral, para Penck as vertentes evoluem em função do nível de base local.
O nível de base de erosão corresponde ao mais baixo nível a que um grupo de agentes exodinâmicos pode reduzir determinada superfície. 
O nível de base de erosão é, por conseguinte, o limite inferior, abaixo do qual não pode haver mais erosão. O nível do mar, isto é, o nível zero, é o nível de base geral, o que comanda toda a erosão das áreas continentais.
Além deste nível geral, temos de considerar os níveis de base locais. É em função desses níveis locais que se formam, por exemplo, os patamares suspensos, também chamados de planícies de montanhas ou, ainda, planícies locais.
O modelo de Lester C. King (1953)
O modelo de King baseou-se no modelo evolucionista davisiano e na concepção penckiana de desgaste lateral das vertentes. 
A ideia de períodos rápidos e intermitentes de soerguimento da crosta, separados por longos períodos de estabilidade tectônica, baseou o sistema apresentado por King (1953).
Ajusta o conceito de estabilidade tectônica proposto por Davis e considera o recuo paralelo das vertentes, como forma de evolução do relevo.
O material erodido, devido ao recuo das vertentes, promove o entalhamento das áreas mais baixas, originando os denominados pedimentos (Figura 1.9). Assim, enquanto Davis chamava as grandes extensões horizontalizadas na senilidade de “peneplanos”, King considerava-as como “pediplanos”, com formas residuais denominadas inselbergs (Figura 1.10).
Inselberg - Também conhecido como monadnock ou morro testemunho.
Formação rochosa típica de clima semiárido, como o do Nordeste brasileiro, com presença de morros residuais.
Compreende uma elevação topográfica que se destaca isoladamente em uma superfície de aplainamento como um relevo residual.
Comparativo das teorias
Em relação ao processo de soerguimento-denudação:
1 - Para o modelo de Davis, ocorreria um movimento rápido, tectônico ou eustático, para depois iniciar o processo de denudação.
2 - Para Penck, o soerguimento e a erosão eram concomitantes e intermitentes.
3 - Já no modelo de King, prevaleceriam rápidos soerguimentos e longos períodos de estabilidade tectônica, porém concomitantes à denudação.
Quanto à evolução morfológica, 
1 - no entendimento de Davis, processava-se verticalmente, de cima para baixo. 
2 - Já nos modelos de Penck e King, esta evolução dar-se-ia lateralmente pelo recuo paralelo das vertentes.
O estágio final, ou seja, de equilíbrio
1 - para Davis seriam os peneplanos (aplainamento total),
2 - enquanto para Penck e King, devido à atuação da erosão paralela das vertentes, os pediplanos ou superfícies de aplainamento.
CONCLUSÃO
Observamos nesta aula, que os três modelos apresentados aproximam-se ao apresentarem comportamentos unidirecionais, evolutivos e cíclicos. 
Apesar de muitas críticas ao modelo de Davis, sua importância está no pioneirismo de um modelo completo de evolução das paisagens e na criação de um sistema evolutivo com etapas predeterminadas.
segundo Penck, com os efeitos denudacionais em função do comportamento da crosta (movimentos de soerguimento), manifestando-se de forma intermitente e intensidade variável, geraria reflexos na geometria das vertentes (vertentes convexas, retilíneas ou côncavas).
Davis, evolução morfológica processada verticalmente, de cima para baixo (wearing-down), formando as superfícies aplainadas. 
Penck e King, apresentam a evolução do relevo pelo recuo paralelo das vertentes ou desgaste lateral das vertentes (wearing back).

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