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A CONSTRUÇÃO PSÍQUICA DE PERSONAGENS DE CINEMA

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A CONSTRUÇÃO PSÍQUICA DE PERSONAGENS DE CINEMA
Alice
Geovanna 
Raquel S Ferreira, 44979
Rodrigo Thiago Cabral, 47901
Brasília, DF
Maio 2020
Essa pesquisa pretende analisar a construção de personagens de cinema tanto no que diz respeito às características psicológicas dos personagens quanto em relação aos efeitos que se pretende causar nos espectadores. Nos textos estudados foi possível situar a psicanálise como a teoria psíquica que viabilizará a concretização desses objetivos devido sua relação com a imagem, com o sonho e outros conceitos que ligam o inconsciente a aspectos sociossimbólicos e pela tradição em ser utilizada por críticos na análise fílmica. 6
Tanto a psicanálise quanto o cinema nasceram em 1895 e é até possível traçar um certo paralelismo entre suas histórias como o que foi proposto pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo em um evento sobre Cinema e Psicanálise postado no YouTube (vídeo dividido em 5 partes) em 2016. A psicanálise nasceu oficialmente com Freud e Breuer em seus estudos sobre histeria. O cinema nasceu com os irmãos Lumière a princípio com uma intenção científica, mas que acabou se tornando base para a criação de uma indústria do entretenimento. A consolidação dessa indústria favoreceu as ilimitadas manifestações do imaginário humano e se tornou um grande recurso de desenvolvimento cognitivo e intelectual. (Araújo). 7 
O primeiro contato da psicanálise com o cinema foi através de convite de cineastas a Freud para ajuda-los na construção de personagens e narrativas. Freud declinou do convite, mas discípulos seus aceitaram. 6
Justificativa
A relevância dessa pesquisa se dá pela crescente cultura digital e a relação cada dia maior entre as telas e os espectadores ou seja o que estamos consumindo e/ ou produzindo uma vez que essa relação que começou com os irmãos Lumière como surpresa e espanto foi aos poucos se naturalizando, sendo internalizada a ponto de não só ser companhia, lazer, entretenimento mas também desejo de ser visto e admirado a exemplo dos youtubers. 6
A linguagem cinematográfica e a linguagem psicanalítica se entrecruzam no olhar, na imagem, na figurabilidade (transformação de ideias em imagens visuais). O cinema procura usar a imagem como materialização do estádio do espelho proposto por Lacan e aí é possível trabalhar conceitos psicanalíticos como condensação (metáfora), deslocamento (metonímia), identificação e processos oníricos. 
Psicanálise e cinema são mais do que teoria e entretenimento. Podem ser usados como forma de questionar a realidade, os diversos contextos, sociais, políticos, econômicos, subjetivos. 6
Objetivo geral
A partir dessa relação entre cinema e psicanálise, como se dá a construção psíquica dos personagens de cinema?
Não se trata de um tema novo pois, de acordo com levantamento no Scielo, constam 585 artigos relacionados a cinema, 20 relacionados a cinema e psicologia e 11 relacionados a cinema e psicanálise. Existem artigos que fazem essa relação inclusive citando cenários reais a partir de onde surgiram as narrativas fílmicas e a forma como alguns personagens foram construídos e o impacto que geraram nos espectadores. Basta pensar em filmes de faroeste, filmes como os do Alfred Hitchcock 1 e 6, Titanic (romance) e outros. O cinema mexe com o imaginário ao colocar lentes de aumento sobre as características e contradições humanas – Hannibal, os X-Men, O Poço. 
Objetivos específicos
O estudo da construção de personagens de cinema será baseado na teoria dos arquétipos. 
A utilização de arquétipos para estudar o homem vem desde Platão, mas ganhou força e visibilidade com os estudos de Carl Jung e suas ideias sobre inconsciente coletivo. Segundo Jung, o caráter é formado por cinco arquétipos principais (sombra, anima, animus, persona e Eu). 5
Vyctoria Lynn Schmidt descreve que existem 8 arquétipos masculinos e 8 arquétipos femininos com seus lados normais e “negros”, totalizando 32 arquétipos principais, mas também existem arquétipos secundários (derivados desses 32), aumentando o todo para 45. 5
O ator Sérgio Mamberti deu uma entrevista onde fala um pouco sobre o processo de criação e interpretação de um personagem. De acordo com a sua fala, o ator empresta ao personagem seu corpo e seu espírito, mas a alma (emoções, sentimentos e experiências) é um processo construído em conjunto pelo autor/ diretor e nos laboratórios junto a pessoas reais que vivem os papéis que aparecerão na cena ficcional. Mas os personagens nascem antes da encarnação, ou seja, surgem em forma de texto geralmente elaborado a partir de arquétipos, na busca pela verossimilhança e sustentação no inconsciente coletivo. 4
Referências bibliográficas 
1. Rivera, Tania. Cinema, imagem e psicanálise – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008
2. Lemos, Moisés Fernandes. Psicanálise e Cinema [manuscrito]: em busca de uma aproximação / Moisés Fernandes Lemos - 2014. 157 f. Orientador: Prof. Dr. Cristóvão Giovani Burgarelli. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Educação, 2014.
3. Psicanálise e cinema: o ser humano como um ser cinematográfico Verônica Catharin*, Josiane Cristina Bocchi** e Érico Bruno Viana Campos*** ide são paulo, 40 [64] dezembro 2017
4. CRP SP - Diversidade 82 - Psicologia e Cinema - Dia do Psicólogo - https://www.youtube.com/watch?v=hqteyyiC_nA – entrevista Sérgio Mamberti 
5. Arquétipos para a construção de personagens disponível em http://www.massarani.com.br/rot-arquetipos-cinema-roteiro.html acessado em 02 de maio de 2020
6. Cinema e psicanálise – IEA (partes 1 a 5) disponível em https://www.youtube.com/watch?v=PH3RKfSJJpw
7. Rogério Bianchi de Araújo. Alteridade e conhecimento na linguagem do cinema. Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão, 2008

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