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A perspectiva territorial no planejamento e gestão do turismo

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A perspectiva territorial no planejamento e gestão do turismo
Resumo
O turismo tem ganho, durante os últimos tempos, evidência no âmbito financeiro do Brasil. Com isto, se aumenta a urgência de aprofundar a discussão em volta deste assunto na suas grandes variáveis. Com perspectivas de cooperar em prol de dos debates no âmbito do planejamento e gestão pública do turismo, no cenário do crescimento regional, esse artigo apresenta como meta avaliar a percepção da território no âmbito do planejamento e da gestão do turismo. Entendendo a importância do território e o reconhecimento das peculiaridades a medida no qual se busca dar destaque a diferenças e compreender a diversidade regional como potencial. A região precisa ser compreendida como singularidade ação, na qual os resultado do agir do interior para o exterior existentes no localidade ganham impulso. O planejamento do turismo no Brasil vem se guiando em um padrão de gestão pública descentralizada e participativa, que impulsiona a globalização entre as várias instâncias de governo. Em virtude disso, o Ministério do Turismo demonstra-se interessado em labutar o turismo de maneira regionalizada, pelo simples feito de que, na maior parte das vezes, a atividade turística nunca se articula somente no espaço de um município. A questionamento teórico metodológica relacionada no material histórico da argumentação fundamentou-se no estudo qualitativo, com destaque no estudo documental e bibliográfico, usando a pesquisa de conteúdo como método de análise de dados. E enfim fim, entender o território no âmbito do planejamento e gestão do turismo necessita respeitar, nas ações de planejamento, as vertentes que especificam certo território, ou seja, verificar as particularidades como possibilidades para o progresso regional.
Palavras-chave: Território. Planejamento turístico. Desenvolvimento regional
1 INTRODUÇÃO 
As transformações mercadológicas sucedidas nos últimos tempos vêm sendo permanente após a globalização, levando com que ocorram mudanças significativas nos mais variados campos, especialmente no turismo.
Incontestável em todas as localidades do território brasileiro, a prática do turismo retrata a potencialidade brasileiro no setor, onde cada região colabora de forma específica para formação de um localidade com cenário, serviços de hotéis, centros histórico e outros rudimentos para um prática apropriado do turismo. Sendo, uma vez que, o território brasileiro, programa de turistas do mundo todo, os resultados atingidos pelo turismo revelam a influência desta atividade para a economia nacional tal como recurso indutor de renda, apropriado para estimular os setores do comércio e infraestruturas.
Em alguns locais do Brasil o progresso do turismo, como opção econômica, já é fato. O turismo colaborou para o progresso regional e local, especialmente por causa de ao feito de favorecer-se de outras atividades que acrescentam custo a sua mercadoria. Além do mais, a atividade turística pode realizar também, função de propagação da cultura brasileira a fim de oferecer experiências para turistas nacionais e internacionais 
Isso possibilita aos mesmos legitimarem a cultura local, fortalecer a atividade econômica regional por meio de experiências e aprendizagens significativas associadas ao turismo, que permite concebê-lo como algo envolvido de criatividade (EMMENDOERFER; ASHTON, p 466, 2014).
Este artigo tem como objetivo central contextualizar sobre a compreensão do território no contexto do planejamento e da gestão do turismo. 
Esse artigo possui como propósito fundamental apresentar o contexto a respeito de a percepção do território no âmbito do planejamento e da gestão do turismo.
, “Em contraponto as análises que reiteram a referência ao espaço como mera dimensão acessória ou complementar dos problemas ditos substantivos que pretendem tratar” insere a respeito de da questão do planejamento turístico, o procedimento de instituição da gestão do turismo no Brasil e também a correlação do turismo como opção com finalidade de o progresso regional. Por fim, na conclusão demonstra-se que, a reconhecimento das peculiaridades de cada território pode incentivar o turismo e dessa forma o progresso de uma região
2 Território, região e regionalização 
 
A existência frequente de uma percepção simplificadora nos estudos e questões teóricas mudou as concepções de espaço, território e região em. Esse posicionamento prejudica os progressos investigativo, formando um entrançado de conceitos. Porém, esclarecer apropriadamente seus conceitos e argumentações é primordial, visto que, as condições território e região são essenciais para a elaboração e composição de uma política pública que tenha como propósito um forma de interferência no território. 
(Em contraponto as análises que reiteram a referência ao espaço como mera dimensão acessória ou complementar dos problemas ditos substantivos que pretendem tratar. (THEIS e GALVÃO, 2012). 
Na esfera da geografia a definição de território é classificado tal como uma estrutura atuante e não reduzido a um local determinado e inerte a intercessões. A definição de território acarreta, claramente, uma dimensão espacial. O território não é somente o agrupado de sistemas naturais e de conjuntos de bens sobreposto. O sistema de elaboração e reconhecimento do território subentende o entendimento do vínculo que estimulam seu funcionamento, em razão do território ser produto e é vinculado pelas relações sociais
 Segundo Santos (2002, p.10), “o território tem que ser entendido como o território usado, não o território em si. O território usado é o chão mais a identidade. Logo, a identidade representa o sentimento de pertencimento, de identificação com o espaço do exercício da vida.” 
 
O território caracterizado como o espaço da vida, revela a ideia de constante transformação, mas sem esquecer os traços do passado, os valores presentes e os impactos de ações futuras. A formação socioespacial indica o modo como o território é usado pela sociedade, logo, os territórios são construídos e desconstruídos socialmente. Assim,
( Etges (2001) coloca que o território tem que ser visto como algo que está em processo, uma forma-conteúdo, o traço de união entre o passado e o futuro imediato. Ele tem que ser visto como um campo de forças, como um lugar de exercício, de contradições entre o vertical e o horizontal, entre o estado e o mercado, entre o uso econômico e o uso social dos recursos.)
O território definido como o espaço da vida, mostra a visão de frequente modificação, porém sem ignorar os valores do passado, os princípios existentes e os consequência com as ações futuras. A estrutura socioespacial mostra a forma como o território é utilizado pela sociedade, logo, os territórios são formados e desconstruídos socialmente.,
Os territórios são os bens e produtos do vínculo de força e de domínio produzidos para e pelo turismo, que se formam de modo contraditório e planejado entre o lugar, a comunidade e o mundo, para cada modelo de turismo há uma procura espacial
Compreender a espaço territorial relativo à atividade turística é entender a grandiosidade deste evento que é comunitário, astucioso, econômico e cultural.
 (De acordo com Knafou (1999,p71) é possível relacionar turismo e território em três tipos de situações. Podem existir territórios sem turismo, foi este o caso até a “invenção” do turismo no século XVIII, na Europa Ocidental. E, ainda hoje, apesar da “turistificação” de uma parte do espaço mundial, ainda existem numerosos territórios sem turismo. Pode existir também, um turismo sem território, isto é, resulta da iniciativa de operadores de turismo que colocam um produto no mercado, um produto certamente localizado, tendo alguma relação com o território, mas um produto que não é suficiente para produzir um território apropriado pelos turistas, são lugares de passagem, de território de outros. )
O planejamento turístico no contexto do desenvolvimento regional 
 
O turismo do novo século requer solucionar os conflitos de uma maneira construtiva,com uma ampla participação de todos envolvidos .Isso se dá por meio de políticas de turismo que busquem maximizar os potenciais que se encontram em nível regional e tratar de maneira diferente destinos e regiões, em detrimento à políticas de caráter setorial e orientadas para o crescimento dos indicadores. O planejamento do turismo a partir de um modelo de gestão que contemple uma estrutura de participação dos segmentos empresariais, públicos e da sociedade, consolida compromissos permanentes e a busca objetivos comuns. 
(Beni, 2006, p.96) O planejamento do turismo implica conduzir à gestão compartilhada; participação mútua; definição de programa e produtos que superem os modos tradicionais de fazê-la; elaboração e promoção de produtos que conjuguem sua oferta com sua própria rentabilização; identificação de todos os agentes institucionais, sociais e empresariais participantes do processo de desenvolvimento sustentável do turismo na região; elaboração de um plano integrado de turismo; construção de um fundo de recursos para investimentos regionais e para a captação de financiamentos no mercado nacional e internacional. )
 
A valorização do regional ganha força frente às constantes tendências homogeneizantes e aos mercados globalizados. É possível que a região encontre no turismo uma fonte de estímulo às particularidades e diversidades
A regionalização do turismo consiste em promover a construção de um ambiente democrático, coeso, participativo e capaz de envolver poder público, iniciativa privada, terceiro setor e a população territorialmente localizada. O desafio a ser enfrentado atualmente é a regionalização como meio para a elaboração do planejamento. 
3.1 Abordagens sobre planejamento turístico 
 
O conceito de planejamento encontra-se no rol de conceitos que perpassam por diversos significados de acordo com o interlocutor ou área do conhecimento. A ampla aplicabilidade do termo permite a correlação entre as inúmeras abordagens sobre planejamento. Dessa forma é possível adaptar e conciliar diversos aspectos e assim, SILVEIRA e CAMPOS, 2012, p.215. “apontar para uma possibilidade distinta daquelas experiências normativas e tecnocráticas dos anos 1950 e 1960”. 
 
É uma atividade que envolve a intenção de estabelecer condições favoráveis para alcançar objetivos propostos. Ele tem por objetivo o aprovisionamento de facilidade e serviços para que uma comunidade atenda seus objetivos e necessidades. A busca do aprovisionamento de necessidades exige o conhecimento da realidade. Para isso o diagnóstico é providencial à construção de um pensamento estratégico sobre aquilo que se pretende em relação à região. O diagnóstico também é elementar ao planejamento do turismo, uma vez que prescinde de ordenação e distribuição de infraestruturas no território, estabelecimento de relações e avaliação das reais potencialidades. No planejamento do turismo, o diagnóstico analisa a infraestrutura turística, os atrativos e a infraestrutura básica, essenciais ao turismo. É com base nesse estudo que serão organizadas ações e políticas de desenvolvimento, tendo sempre em vista objetivos claramente definidos. 
(Ruschmann (2001, p.9) ressalta que “[...] o planejamento dos espaços, dos equipamentos e das atividades turísticas se apresenta como fundamental para evitar danos sobre os meios visitados e manter a atratividade dos recursos para as gerações futuras”. )
 O turismo, como qualquer outra atividade econômica, principalmente no modo de produção capitalista, instala-se onde existem as condições mais favoráveis ao seu desempenho. Nesse caso a condição favorável é a presença de atrativos turísticos, a matéria-prima do turismo. A partir disso, o território do turismo se configura de acordo com as necessidades da atividade.
Por isso, a principal característica do turismo e também o que o torna tão complexo é a sua relação com o território. O turismo é apontado como atividade que consome elementarmente o território. O escopo do planejamento turístico, seus objetivos e ações buscam exprimir claramente a perspectiva de desenvolvimento do turismo.
O turismo apresenta duas faces, uma voltada a expectativa de lucro e vocação para a concentração de riqueza e renda; por outro lado, a sua face enquanto criadora de oportunidades de ganhos e melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores envolvidos e lugares mais pobres
Para o turismo se efetivar enquanto alternativa de desenvolvimento regional, não basta o diagnóstico e a elaboração de objetivos. O estabelecimento de relações dentro do setor público, deste com a sociedade, a academia e a iniciativa privada é condição necessária para o desenvolvimento regional do turismo. Contudo, a proximidade geográfica dos agentes envolvidos com o turismo, não é condição suficiente para a cooperação. Esta depende, em primeiro lugar da capacidade de construção de novas territorialidades regionais e a união em busca de um ou mais objetivos comuns.
3.2 Gestão do turismo no Brasil 
Podemos dizer que gestão é a forma de se administrar negócios públicos e privados. Envolve um conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, visando obter resultados efetivos. e sobretudo, a gestão está alicerçada no elemento humano. O Turismo é uma atividade econômica gerada pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas que por motivos diversos, deixam suas residências fixas em busca de um conjunto de experiências e sensações que implicam na compra e venda de produtos e serviços num determinado núcleo receptor
No âmbito da gestão do planejamento do turismo, resgatamos a experiência na América Latina. Como consequência do crescimento que o turismo experimentou durante o último século (século XX), os países beneficiados por este fenômeno criaram repartições para administrar este novo setor econômico e em seguida tentaram planejá-lo. 
Na América Latina, os trabalhos mais sérios nesta área iniciaram-se poucos anos antes dos anos 1970. Durante esse período, a maioria dos países elaboraram seus próprios
( “Planos Nacionais de Turismo”, os quais algumas vezes foram esquecidos e outras vezes atualizados ou substituídos. (BOULLÓN, 2005, p.11-12). 
Nesse meio tempo, devido à ausência de um número suficiente de técnicos nacionais, a maior parte dos estudos foi encomendada à consultorias estrangeiras ou foi elaborada pelas repartições especializadas de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Organização Mundial do Turismo (OMT), ou o Banco Mundial, dentro de seus respectivos programas de assistência técnica. Uma vez recebidos os relatórios finais, surgia um novo problema: colocar em prática. Problema este que em geral não foi resolvido satisfatoriamente devido às estruturas administrativas dos organismos oficiais não estarem preparadas para isto.
 O caso do turismo brasileiro seguiu uma dinâmica semelhante ao resto da América Latina. No país sempre existiram ações que visavam o incentivo ao turismo, contudo, a primeira ação institucional diretamente voltada para a atividade foi a definição da Política Nacional de Turismo, juntamente com a criação do Conselho Nacional de Turismo – CNTur, e a Empresa Brasileira de Turismo - Embratur, no ano de 1996. Nesse período o turismo era visto como uma “indústria” puramente nacional. Os anos subsequentes foram marcados pela ampliação do debate entre governo, iniciativa privada, academia e sociedade sobre as políticas públicas de turismo, e a percepção deste como fator de desenvolvimento. O primeiro Plano Nacional de Turismo foi resultante desse processo de alargamento das discussões. O plano objetivava diversificar e distribuir geograficamente a infraestrutura que estava altamente concentrada no sul e sudeste. 
Somente no ano de 2003 é que foi destinada uma pasta específica para o setor do turismo no Brasil, com orçamento e estruturas próprias. Essa nova estrutura favoreceu a elaboração de um novo Plano Nacionalde Turismo – PNT, sob as premissas de um olhar mais especializado no tema. A partir deste momento, o PNT passou a ser revisado a cada quatro anos e atualmente está na terceira revisão. Nota-se os esforços na busca de constituir no país um modelo de gestão descentralizada e participativa, viabilizando a comunicação e troca de informações entre as esferas da gestão pública, nas diferentes escalas, com a iniciativa privada e terceiro setor. Esse modelo possibilitou ações de planejamento e gestão nos estados, regiões e municípios turísticos do país. A abordagem do desenvolvimento regional foi uma das principais estratégias para o governo federal alcançar tais metas. Para isso atua buscando a articulação de organismos e instâncias nacionais e regionais, e assim, promover cooperação e interação com os órgãos de administração federal, estadual e municipal.
(Segundo as diretrizes operacionais do programa é “um modelo de gestão de política pública descentralizada, coordenada e integrada”, cujos princípios “são a flexibilidade, articulação, mobilização, cooperação intersetorial e interinstitucional e sinergia de decisões”, compreendendo-se como regionalização “a organização de um espaço geográfico em regiões para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização integrada e compartilhada da atividade turística”. (BENI, 2006, p.30)
A partir do Programa de Regionalização do Turismo a esfera regional ganha destaque, propõe-se a compreensão da diversidade como potencial para o desenvolvimento regional. A diversidade regional, enquanto potencial para o desenvolvimento, apresenta-se como uma resposta à globalização, uma forma de configurar uma oferta turística com alto poder de atratividade.
O desenvolvimento regional, enquanto projeto, provoca a (re)apropriação de um território. Esse processo imprime uma nova organização bem como novos usos, os quais se propõem a alavancar os interesses da sociedade regional. Por meio desse processo viabiliza-se uma nova ordem de desenvolvimento, uma proposta que recusa a racionalidade da acumulação e do consumismo e prima pela qualidade de vida. Para isso, pressupõese buscar atender às necessidades coletivas da base regional e também à melhor alternativa de equilibrar os interesses no processo de desenvolvimento regional. Para isso é preciso criar formas de representação da vontade da maioria, delineada a partir da legítima participação de todos, e dessa forma permitir que uma nova forma de gestão regional possa atuar. Contudo, 
 
(é preciso instalar governos comprometidos, não com a dimensão vertical do processo, expressa no famigerado “leilão do território”, cuja manifestação mais conhecida no país é a chamada “guerra fiscal”, e sim com a dimensão horizontal do processo, com o olhar voltado para dentro do território, identificando e fomentando as reais potencialidades do mesmo. (ETGES e DEGRANDI, 2013, p.93). 
 
É na valorização da diversidade que o turismo adquire destaque dentro da noção de desenvolvimento regional, uma vez que o turista ora parte em busca do familiar, ora busca aquilo que lhe é diferente, exótico, e é nisso que consistem as particularidades, elementos territorialmente localizados que fazem com que cada região seja única. É dessa forma que se constituirá, no trabalho conjunto do setor público com a iniciativa privada e com a sociedade civil, formas de integração às redes de globalização de forma independente, em vez de serem homogeneizadas por esse processo, ao mesmo tempo em que são reconstruídos os processos de identidade tão necessários aos sujeitos territorialmente localizados
4CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O turismo como atividade econômica e social tem ganhado cada vez mais espaço nas agendas governamentais, sendo percebido como um fator capaz de gerar grandes receitas e de alavancar o desenvolvimento socioeconômico do Brasil que, por ser um país de grandes dimensões, requer estratégias adequadas para o gerenciamento dessa atividade. Uma dessas estratégias é a descentralização da administração pública do turismo no país, que surge como uma alternativa para solução dos problemas decorrentes dos conflitos de interesses entre os setores público e privado e a comunidade.
Este artigo insere-se no debate sobre o papel do território nas ações de planejamento e gestão do turismo. Entender o território como base para o planejamento do turismo implica em evidenciar os aspectos que particularizam esse território. Para isso, é fundamental a compreensão tanto dos aspectos da formação histórica bem como do contexto atual da região. E a partir disso identificar quais são as reais potencialidades, os conflitos, os entraves procurando encaminhar ações centradas na realidade de cada região e capazes de conciliar os interesses da sociedade. Habitualmente os termos espaço e território são confundidos na linguagem coloquial, o que contribui para o aumento de ambiguidades que cercam esses conceitos. O território só existe a partir da materialidade que lhe é dada pelo seu uso. Mais do que simples base física, um território traz a marca de gerações que ali viveram e trabalharam. O turismo não foge à regra das atividades econômicas mais tradicionais e possui sua própria lógica de relação com o território. É uma atividade que depende e é consumidora do território. Consequentemente, influencia sua transformação, requerendo uma crescente racionalidade devido à competitividade entre os produtos turísticos, que se dá, hoje, em escala global. Racionalidade e competitividade aqui expressas sob a perspectiva da criação de vantagem comparativa e não uma competição perversa, dessa forma evidenciando as particularidades presentes em cada território turístico. Para isso é importante que o turismo priorize ações que valorizem as manifestações culturais de forma autêntica, inserindo-as nos destinos turísticos. O planejamento, a administração, as políticas e a gestão tão solicitados no turismo, não são suficientes para superar os aspectos negativos derivados da atividade. O cerne da questão não está somente na ausência, mas também no conteúdo desses instrumentos. De modo geral, a perspectiva territorial recorrentemente ausente das construções das políticas públicas e planos, impõem uma barreira a possibilidade de planejamento e gestão bem sucedidos. Trazer o território para o centro das políticas públicas e do planejamento turístico aponta a necessidade de um esclarecimento conceitual, no sentido de compreender o significado do termo território na sua essência.
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