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FUNDAÇÕES PROFUNDAS

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LARISSA BARRETO DOS ANJOS
Sistemas Construtivos I  
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Palmas-TO
2020
INTRODUÇÃO
As fundações são responsáveis por distribuir a carga da construção para o solo de forma segura. Ela suporta as tensões resultantes da ação das cargas dos pilares e as transferem adequadamente ao solo para não haver rupturas ou deformações na construção.
Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR 6122/2010 “Projeto e Execução de Fundações”, existem dois tipos de fundações: as superficiais, também conhecidas como rasas e as profundas.
Fundações profundas são aquelas em que a carga proveniente da superestrutura é transmitida para a fundação por meio da resistência de ponta (base), pela resistência de fuste (lateral) ou por ambos. Este tipo de fundação deve ser assentado em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta de no mínimo três metros, salvo justificativa.
O tipo de fundação a ser utilizada em uma edificação ou obra especial é definido através do estudo do solo por meio de uma sondagem do terreno.
As fundações profundas se dividem em estacas, tubulões e caixões.
Estacas escavadas convencionais:
Estacas escavadas são elementos estruturais moldados in loco, executados por perfuratrizes de grande porte, geralmente com o emprego de lama bentonitica e com concretagem submersa. Embora relativamente recente (seu desenvolvimento ocorreu no final da década de 60), o processo impactou a técnica de escavações e fundações.
O sucesso se deve a diversos fatores: a multiplicidade de suas aplicações; o desenvolvimento de equipamentos de escavações e de centrais de processamento de lama; a disponibilidade de bentonita para emprego na Construção Civil.
As estacas escavadas, por poderem ser perfuradas em grandes diâmetros e profundidades, possuem grande capacidade de suporte e pequena deformabilidade, o que as coloca como a solução mais indicada para suporte de escavações.
FONTE 1 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Sequencia construtiva
Abaixo as principais fases bem definidas que devemos saber:
· Locação e posicionamento
· Preparo da lama bentonítica
· Escavação
· Colocação da armadura
· Desarenação ou troca da lama bentonitica
· Concretagem
· Locação e posicionamento
O primeiro passo do processo é locação da estaca na posição correta. Com o auxilio dos gabaritos fixos e móveis podemos locar a estaca exatamente na posição correta.
FONTE 2 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
FONTE 3 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Preparo de lama (Bentonita)
A Bentonita é uma argila obtida a partir de jazidas naturais, sofrendo, em alguns casos, um beneficiamento. O mineral predominante nesta argila é a montmorilonita sódica, que tem como característica a tendência ao inchamento pela absorção de água.
A lama bentonítica possui as seguintes características:
· Estabilidade produzida pelo fato de a suspensão de bentonita se manter por longo período;
· Capacidade de formar nos vazios do solo e especialmente junto à superfície lateral da escavação uma película impermeável (cake);
· Tixotropia, isto é, ter um comportamento fluido quando agitada, porém capaz de formar um “gel” quando em repouso.
FONTE 4 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
FONTE 5 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Escavação
Equipamento utilizado para escavação
FONTE 6 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Diâmetros de estacas existentes no mercado
De 60 a 200cm.
A execução de estacas moldados no solo é uma técnica bastante especializada, envolvendo grande mecanização. Assim, é importante que o projetista esteja familiarizado com esta técnica e que discuta com o executor todos os aspectos da obra, para que o projeto conduza a uma simplicidade de operações no canteiro.
Abaixo desenho ilustrativo mostrando o processo passo a passo para execução da estaca escavada.
FONTE 7 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Montagem da Armação
O espaçamento livre entre as barras verticais, deverá ser de no mínimo 10cm entre faces dos ferros e no máximo de 20cm. As armações das estacas (gaiolas) são calculadas conforme os esforços solicitantes indicados no projeto estrutural, atendendo as solicitações de cargas verticais, esforços horizontais e momentos fletores. O construtor deverá ter todo cuidado na confecção da gaiola, principalmente nos ferros da suspensão (alças) com o emprego de solda nas barras de suspensão e de reforço, para que a armação suporte sem grandes deformações, a suspensão pelo guincho de Apoio para a descida dentro da escavação da estaca.
O aço a ser empregado deverá ser soldável (CA-50), com garantia de qualidade. Para estes aços especiais, os valores limites de Resistência, escoamento e alongamento estabelecidos nas normas técnicas, deverão ser obedecidos com segurança e comprovados por meio de atestado de análise para cada lote fornecido. Cada partida de aço deverá ter uma etiqueta, assinalando o número do lote, e ser armazenada separadamente.
Deverão ser montadas também na armação as alças de suporte que garantirão o posicionamento da armação na cota de arrasamento da estaca.
FONTE 8 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Desarenação ou troca da lama bentonítica
Antes da concretagem, deverão ser verificados os índices de qualidade da lama bentonítica. Durante a escavação, ela sofre alterações pela contaminação com o solo escavado, e os índices quanto à porcentagem de areia, viscosidade, densidade e Ph devem ser verificados. Caso necessário, deverá ser feita a troca da lama ou a sua desarenação. Os valores estabelecidos devem ser seguidos para garantir boas condições de concretagem.
A desarenação é feita por equipamento tipo ciclone, conhecido como desarenador. Após a desarenação, os ensaios deverão ser repetidos.
Concretagem
É necessário que toda a estaca seja concretada continuamente, sem interrupção. Assim, a capacidade de fornecimento de concreto deverá atender ao volume estimado da estaca, acrescido de um sobre consumo, que depende geralmente do tipo de solo escavado. A Concretagem, do tipo submersa, é feita através de um tubo que atinge o fundo da estaca, munido de um funil na sua boca. O concreto deve ser bastante plástico e expulsar a lama a partir do fundo da estaca devido à sua maior densidade.
O projetista de fundação especifica as características e a resistência do concreto a ser empregado. O tubo de concretagem é composto de elementos rosqueados que são retirados à medida que o enchimento da estaca é feito. O executor do estaqueamento controla a subida do concreto dentro da estaca e a remoção do tubo de concretagem, garantindo sempre que a boca do tubo tenha uma imersão suficiente dentro do concreto já lançado.
FONTE 9 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
FONTE 10 https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
Estacas hélice contínua:
Estaca Hélice Contínua é um tipo de fundação profunda executada com equipamento de trado helicoidal contínuo eu realiza a concretagem da estaca simultaneamente à retirada do solo. A estaca tipo hélice contínua se caracteriza por ser moldada in loco e por ter a armadura colocada somente após o lançamento do concreto.
As estacas hélices contínua são monitoradas por equipamentos eletrônicos garantindo maior controle na execução e na segurança dos elementos da fundação. 
Por ser uma estaca escavada, não causa vibrações nos terrenos adjacentes evitando problemas que possam incomodar a vizinhança. Este tipo de estaca apresenta ainda grande velocidade de execução e uma menor geração de ruídos e sujeiras no canteiro de obras.
Características da Estaca Hélice Contínua
· É uma estaca escavada e, portanto
não causa vibrações no terreno.
· A estaca hélice contínua têm diâmetro de 70 a 150 cm de acordo com os principais equipamentos disponíveis no mercado.
· Antes de sua execução, é necessário realizar furos de sondagem no terreno para verificar a existência de rochas e matacões que possam danificar o equipamento e para conhecer o tipo de solo no local.
Etapas de execução da Estaca Hélice Contínua
· Perfuração: A escavação da estaca hélice contínua é feita por meio da rotação da hélice pela aplicação de torque até a profundidade estabelecida em projeto. A hélice não deve ser retirada do solo em momento algum até que se atinja a profundidade desejada. Isso garante a estabilidade do furo até a concretagem tanto em solos coesivos como arenosos, na presença ou não de lençol freático.
· Concretagem: A concretagem ocorre antes da colocação da armadura e deve ser iniciada após ser atingida a profundidade de projeto. O concreto deve ser bombeado pela haste central do trado ao mesmo tempo em que se é retirado o solo escavado. Neste momento, não deve haver rotação do trado. De acordo com a NBR 6122/2010, o concreto deve apresentar resistência característica (fck) de 20 MPa.
· Colocação da armadura: Na execução da estaca hélice contínua, a armadura só pode ser colocada após a realização da concretagem. Deve ser introduzida por gravidade ou com o auxílio de um pilão de pequena carga.
FONTE11https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-helicecontinua/#:~:text=Estaca%20H%C3%A9lice%20Cont%C3%ADnua%20%C3%A9%20um,ap%C3%B3s%20o%20lan%C3%A7amento%20do%20concreto.
Vantagens da Estaca Hélice Contínua
· Alta produtividade comparada a outros tipos de estacas de fundação.
· Alta capacidade de carga das estacas.
· Não gera vibrações no terreno. Mesmo assim, recomenda-se a realização de um laudo técnico nas edificações vizinhas para evitar futuros problemas.
· Conta com monitoramento eletrônico em toda a sua execução, controlando a profundidade, a inclinação e verticalização do trado helicoidal, velocidade de rotação e e avanço do trado, dentro outros.
· Podem ser executadas estacas de grande profundidade, até 38 metros aproximadamente.
· Podem ser executadas acima ou abaixo do lençol freático.
· Penetra camadas resistentes do solo.
Desvantagens da Estaca Hélice Contínua
· É um equipamento grande e por isso necessita-se de uma área ampla na obra e de terreno plano ou pouco inclinado para a sua instalação.
· Não podem ser executadas em terrenos com presença de rochas e matacões.
· Custo relativamente alto se comparado a outros métodos de execução de fundações devido a mobilização dos equipamentos.
Estacas Raiz:
A estaca raiz é uma estaca escavada que integra o grupo de estacas utilizadas em fundações profundas, podendo atingir profundidade maior que 50 metros e com diâmetro de 80 a 500 mm, tanto em solo como em rochas.
É uma estaca argamassada “in loco”, ou seja, é produzida no canteiro de obras, diretamente no local designado no projeto de fundações. Caracteriza-se por perfuração rotativa ou rotopercussiva e por apresentar elevada tensão de trabalho ao longo do fuste (coluna que liga a base e o topo) que é inteiramente armado em todo seu comprimento.
As estacas escavadas, são estacas em que, com o auxílio de fluido estabilizante (lama bentonítica ou polímero sintético) ou não, são feitas perfurações no terreno, retirando o material (solo ou rocha) para que posteriormente sejam preenchidas com argamassa.
Essas estacas são as principais substitutas dos tubulões sob ar comprimido.
Para a execução da estaca raiz, utilizam-se tubos de revestimento metálico integralmente em todo o trecho do solo após a escavação, pois em solos mais arenosos (ou até mesmo pouco argilosos) pode ocorrer desmoronamento. Esses tubos metálicos são recuperados após o preenchimento da estaca com argamassa cimento-areia e da fixação da armadura.
A argamassa utilizada é adensada com o auxílio de pressão, normalmente dada por ar comprimido.
No início de sua utilização, as estacas raiz eram empregadas apenas em contenção de encostas, devido à possibilidade de executá-la inclinada. Posteriormente, em reforços de fundação de antigas edificações de pequeno porte, onde o acesso de equipamento era restrito, favorecendo então, equipamentos de pequeno e médio porte movidos a eletricidade e que não eram barulhentos e nem movidos a motor de explosão.
Em seguida, começaram a ser utilizadas em fundações normais, pois possuem a vantagem de não causar vibrações, permitindo o uso em qualquer situação de obra. Podem ser utilizadas também em torres de linhas de transmissão, plataformas de petróleo, em terrenos onde é necessário a perfuração de matacões e blocos de concreto e quando houver necessidade de engaste da estaca com topo rochoso.
Principais características da Estaca Raiz
As principais características da estaca raiz que realmente solucionam com êxito os problemas de fundações, reforços de fundações e consolidação do terreno são:
· Alta capacidade de carga (até 140 tf)
· Recalques muito reduzidos
· Possibilidade de execução em área restrita e alturas limitadas
· Perturbação mínima do ambiente circunstante
· Podem ser executadas em qualquer tipo de terreno e em direções especiais (inclinadas)
· Podem ser executadas com utilização a compressão ou a tração
· São moldadas in loco
· São inteiramente armadas ao longo de todo seu comprimento
· Possui elevada tensão de trabalho do corpo da coluna (fuste)
Processo executivo da Estaca Raiz
O processo executivo da estaca raiz é dividido em 3 etapas: perfuração, fixação da armadura, injeção da argamassa e retirada dos tubos metálicos.
· Perfuração: A perfuração pode ser vertical ou inclinada e executada com equipamentos mecânicos chamados de perfuratrizes (pneumáticas, hidráulicas ou mecânicas). Para a perfuração, normalmente é utilizado o processo rotativo com circulação de água, lama bentonítica ou polímero sintético, que permite a fixação do tubo metálico para o revestimento provisório até a ponta da estaca.
No caso de descobrir algum material resistente durante a perfuração, como matacões ou rocha, pode ser utilizada uma coroa diamantada, ou pode-se prosseguir a perfuração por processo percussivo.
Para o correto posicionamento da perfuratriz, é necessário que o terreno esteja nivelado. Antes do início da perfuração, deve-se conferir a verticalidade e o ângulo de inclinação do tubo metálico em relação à estaca. O tubo metálico é inserido conforme a perfuração vai ganhando profundidade sendo composto por vários segmentos que serão ligados entre si por juntas rosqueáveis.
A profundidade e o diâmetro da perfuração são definidos previamente em projeto, de acordo com as características do solo encontradas na sondagem SPT do terreno. Deve-se ter cuidado e verificar se o material que sai pelo tudo durante a perfuração é o mesmo indicado nas sondagens.
· Fixação da armadura: Após a perfuração, deve-se fazer a limpeza interna do tubo metálico, esta limpeza é feita através de golpes de água dentro da estaca, então, a armadura é inserida no interior do tubo, esta armadura é constituída por uma ou mais barras de aço, devidamente estribadas, conforme especificação do projeto estrutural da estaca, também de acordo com as características informadas pela sondagem. O diâmetro de cada estaca é o que indica a quantidade de armadura que deverá ser utilizada, é importante ter o cuidado de usar espaçadores plásticos (ou similares) para manter a estrutura centralizada e não ocorrer movimentação dos estribos. Para que as estacas sejam dimensionadas corretamente, deve-se seguir as orientações da norma ABNT NBR 6122/2010 – Projeto e Execução de Fundações.
· Injeção da argamassa e retirada dos tubos metálicos: A argamassa constituída por cimento e areia é bombeada através de um tubo até a ponta da estaca, o macaco hidráulico utilizado para retirar os tubos metálicos deve ser programado de forma que a retirada não aconteça muito rápida, senão a distribuição uniforme da massa pode ser comprometida.
À medida que a argamassa sobe pelo tubo de revestimento,
o tubo é concomitantemente retirado. Quando o tubo estiver cheio, a extremidade superior é fechada e são aplicados golpes de pressão com ar comprimido para o adensamento da argamassa e a interação com o solo (atrito lateral).
A argamassa deve atingir resistência de pelo menos 20 Mpa para este tipo de estaca, consumindo cerca de 600 kg/m³ de cimento, valores estipulados pela NBR 6122.
Método executivo de fundações em estaca raiz
FONTE 12 https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-raiz/
Vantagens da Estaca Raiz
As vantagens apresentadas pela estaca raiz são:
· Ausência de vibração e descompressão do terreno, podendo então ser utilizada em terrenos com construções vizinhas;
· Possibilidade de execução em áreas de espaço limitado, devido ao equipamento ser de pequeno e médio porte;
· Utilização em terrenos com presença de matacões, rochas e concreto, tem capacidade de perfuração de matérias rígidas;
· Possibilidade de combater esforços de flexão;
· Execução com maiores inclinações (0 a 90º);
· Não provoca poluição sonora.
Desvantagens da Estaca Raiz
As desvantagens apresentadas pela estaca raiz são:
· Custo elevado;
· Alto consumo de cimento;
· Alto consumo de ferragens para as armaduras;
· Grande impacto ambiental;
· Obra alagada devido ao grande consumo de água.
Estacas cravadas metálicas:
As estacas metálicas, inicialmente, eram mais usadas como estruturas de contenção e pilares de divisa. Posteriormente, elas tornaram-se solução comum em fundações como estacas de deslocamento, quando o objetivo era reduzir as vibrações decorrentes da cravação (bate estaca) das estacas pré-fabricadas e de estacas tipo Franki e tubulares.
As estacas metálicas apresentam um processo executivo diferenciado em relação as moldadas in loco, uma vez que são cravadas, com o uso de equipamento do tipo bate estaca, no terreno sem a retirada do solo. Como elas estão cada vez mais presentes nos canteiros de obras, entender sua aplicação, vantagens e execução é muito importante. Continue a leitura e saiba mais sobre esses processos.
As estacas metálicas são elementos estruturais produzidos industrialmente. Elas podem apresentar perfil laminado ou soldado, simples ou múltiplos. Os tubos da chapa podem ser dobrados ou canelados e apresentar ou não costura e trilhos.
Bloco de estacas metálicas tipo trilho
FONTE 13 https://blog.apl.eng.br/entenda-os-procedimentos-executivos-das-estacas-metalicas/
As estacas metálicas são consideradas uma solução de alta eficiência, tanto para contenção quanto para fundações, uma vez que são capazes de atravessar lentes de pedregulhos ou concreções (laterita, limonita, etc).  As maiorias das estacas moldadas in loco não conseguem atravessar esse tipo de material. Por isso, as estacas metálicas competem técnica e economicamente com os demais tipos de fundações.
Como adotamos uma espessura de sacrifício, a durabilidade das estacas metálicas é condizente com os outros elementos de fundação. Essas estacas, quando totalmente enterradas — mesmo que na presença de lençol freático —, dispensam tratamento especial, desde que sejam descontadas as espessuras de compensação informadas na NBR 6.122 e explicitadas a seguir.
	Classe
	Espessura de sacrifício (mm)
	Aterros controlados e solos naturais
	1,0
	Solos porosos não saturados e argilas orgânicas
	1,5
	Turfa
	3,0
	Aterros não controlados
	2,0
	Solos contaminados
	3,2
É importante destacar que, normalmente, não ocorre flambagem em estacas enterradas, uma vez que as seções atendem aos limites de esbeltez para a mesa e para a alma. Quando esses limites são atendidos, elas são consideradas estáveis localmente e apropriadas para o uso.
Os equipamentos
A forma mais comum de execução se dá pela cravação por percussão livre. Esse método utiliza o bate-estaca de queda livre — um equipamento composto por torre, plataforma, guincho mecânico e martelo.
A torre é montada sobre a plataforma, e o guincho mecânico ergue o martelo, que ao ser soltado bate no topo da estaca provocando o seu deslocamento vertical. O guincho mecânico é composto por dois tambores, sendo o segundo responsável pela movimentação e carregamento das estacas.
O equipamento pode se movimentar sobre pranchas, esteiras ou rolos e além dos guinchos mecânicos, podendo ser utilizados guindastes adaptados com torres para o martelo de queda livre — que pode ser automático ou vibratório.
A torre guia apresenta altura compatível com o comprimento da estaca metálica que será cravada, e os guinchos devem apresentar capacidade de carga adequada ao peso do martelo e da estaca que será erguida.
O processo executivo
Enquanto para a execução das estacas moldadas in loco é necessário retirar material do solo por meio de escavação, as estacas metálicas são do tipo pré-fabricado. O seu processo executivo consiste em introdução no terreno por meio de cravação, deslocando o solo e deformando a circunvizinhança. Isso torna sua execução muito higiênica ao se dispensar a remoção do material escavado e posterior concretagem.
Armazenamento e transporte das estacas metálicas
Tanto o armazenamento quanto o manejo das estacas metálicas devem seguir as prescrições indicadas pelo fabricante. A descarga dos elementos metálicos geralmente não é manual, pois eles apresentam elevado peso.
Locação das estacas
O local em que cada estaca será executada é marcado no solo com piquetes. Para evitar que as movimentações dos equipamentos no canteiro de obras os danifiquem ou alterem, após o furo da locação deve-se preencher o diâmetro da estaca com areia servindo como guia para a cravação.
Içamento e posicionamento
O içamento é feito por meio de o cabo auxiliar do guincho. Quando a estaca é trazida para junto da torre e colocada na posição vertical, após o posicionamento ela poderá ser assentada no local de cravação.
Contudo, primeiramente, a torre do bate-estaca será aprumada, para que depois a estaca seja aprumada — aferindo tanto as faces frontais quanto laterais. A folga entre o martelo e o capacete não deve ser superior a 3 cm, e o capacete deve conter superfície plana possibilitando sua adequação à seção da estaca. Para isso, é essencial que ele contenha encaixes de folga inferiores a 2 cm.
Cravação
A estaca metálica é introduzida no solo por meio da deformação permanente em consequência da energia aplicada na estaca, que é provocada pela queda livre do martelo. Após cada golpe do martelo, a estaca alcança nova profundidade no terreno.
Durante a cravação, não é necessário verificar a estabilidade e a resistência da estaca nem realizar medidas corretivas de execução em relação ao projeto quando os desvios forem inferiores a 1/100.
Emendas
O dimensionamento das emendas deve proporcionar resistência a todas as solicitações que possam vir a ocorrer durante transporte, cravação e utilização das estacas metálicas. As emendas podem ser feitas com soldas de topo e talas soldadas, sendo a última mais recomendada. A redução do tempo empregado na execução de emendas é importante para garantir a produtividade do processo executivo.
Controle de cravação
Independentemente do tipo de martelo empregado na cravação das estacas metálicas, esse controle pode ser feito por nega, repique e ensaio de carregamento dinâmico, conforme especificado na NBR 13.208. A nega consiste na penetração permanente da estaca. Já o repique representa a parcela elástica do deslocamento máximo da estaca, e apresenta menor dispersão que a nega.
Prova de carga estática
Também é importante realizar a prova de carga estática, ou dinâmica dependo do numero de estacas a serem cravadas, pois esse ensaio permite avaliar a capacidade de carga das mesmas, medir o deslocamento com a carga de trabalho e avaliar o comportamento de deslocamento das estacas diante de diferentes cargas.
Preparo de cabeça e ligação com bloco de coroação
Após a cravação, a estaca metálica deverá ser ligada ao bloco de coroamento, de forma que as cargas resistidas por ele sejam transmitidas adequadamente e com continuidade apropriada.
As exigências normativas para estacas metálicas
Equipamentos
A NBR 6.122,
de 2010, expõe que o peso do martelo do bate estaca não pode ser inferior a uma tonelada e, no caso de estacas que apresentam carga de trabalho entre 70 e 130 toneladas o peso do martelo não deve ser inferior a três toneladas. A norma também exige que os martelos automáticos e vibratórios sigam as orientações informadas pelos fabricantes.
Características das estacas
As estacas metálicas devem apresentar perfil retilíneo e flecha máxima de 0,2% de qualquer segmento nela contido. As variações máximas aceitas em relação às dimensões externas são de 5 mm em relação aos valores nominais de altura e largura. Já nas espessuras, a variação não pode ultrapassar 0,5 mm em relação aos valores previstos e informados pelo fabricante.
Execução
O sistema de cravação deve ser dimensionado de forma que as tensões durante a etapa de cravação sejam limitadas a 80% da tensão de escoamento do aço.
As estacas metálicas possibilitam a execução mesmo quando o solo apresenta difícil transposição, têm elevada resistência, reduzem as perdas em decorrência da inexistência de quebras, são de fácil emenda e podem ser reaproveitadas. Esses são apenas alguns dos principais benefícios proporcionados e que justificam a crescente utilização desse tipo de estaca.
Entretanto, devido ao alto custo, é sempre necessário realizar um estudo de viabilidade para identificar se as estacas metálicas são as mais indicadas para o empreendimento em questão. Não esqueça que é importante contar com o auxílio de uma empresa com profissionais capacitados e competentes para isso.
REFERÊNCIAS 
https://www.escolaengenharia.com.br/fundacoes-profundas 
https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/execucao-de-estaca-escavada
https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-helice-continua/#:~:text=Estaca%20H%C3%A9lice%20Cont%C3%ADnua%20%C3%A9%20um,ap%C3%B3s%20o%20lan%C3%A7amento%20do%20concreto.
https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-raiz/
https://blog.apl.eng.br/entenda-os-procedimentos-executivos-das-estacas-metalicas/

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