Epidemiologia das Doenças Transmissíveis

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Epidemiologia das doenças transmissíveis
As doenças podem ser classificas do ponto de vista etiopatogênico.Etiologia = Causa
Patogenia = Processo agressivo
· Doença infecciosa – O agente etiológico é vivo e transmissível.
· Doença contagiosa – O agente etiológico se difunde através do contato direto com os indivíduos infectados.
Infecção não é sinônimo de doença infecto-contagiosa.
Toda doença contagiosa é infecciosa, mas nem todas doenças infecciosas não são contagiosas.Cadeia Epidemiológica da Infecção
Um processo de infecção poderá ou não evoluir para um estado mórbido que se denomina doença infecciosa, compreendendo um quadro clínico definido por alterações fisiopatológicas, sinais e sintomas.
Para que um processo infeccioso ocorra, são necessários:
1. O agente infeccioso
É o responsável pela infecção, é um ser vivo capaz de penetrar, alojar e multiplicar-se no hospedeiro, espoliando-o e causando enfermidade.
 Exemplo: Vírus, Bactérias, Fungos, Protozoários e Helmintos
Cada doença infecciosa é provocada por um determinado agente etiológico, que pode desenvolver especificamente uma doença ou provocar vários tipos de doenças.
 Exemplo: Estreptococo A beta-hemolítico que é o agente da faringite, da amigdalite estreptocócica, da erisipela, de distúrbios como a febre reumática e a glomerulonefrite.
Em contrapartida uma doença pode ser causada por diversos agentes, como por exemplo a meningite.
Os agentes etiológicos possuem alguns fatores que facilitam sua ação:
· Dose infectante - Quantidade necessária do agente para iniciar uma infecção.
· Infectividade - Conjunto de qualidades específicas do agente que lhe permitem vencer barreiras externas e penetrarem outro organismo vivo.
· Poder invasivo - capacidade do agente de se difundir através do organismo do hospedeiro. (sangue, órgãos, tecidos)
· Patogenicidade - capacidade do agente infeccioso, uma vez instalado no organismo do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção entre os hospedeiros infectados.
· Virulência - é capacidade de um patógeno produzir casos graves ou fatais.
· Imunogenicidade ou poder imunogênico - é a capacidade do patógeno de induzir imunidade ao hospedeiro.
· Infestação - alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou nas vestes das pessoas, sem penetração no meio interno do organismo.
2. A fonte de infecção
Fonte primária - ser responsável pela existência do agente etiológico na natureza, onde ele vive e se reproduz, sendo capaz de transmiti-lo a um hospedeiro, diretamente ou com a mediação do ambiente, dando início ao processo infeccioso.
 Exemplo: Homem (antroponose), animal (zoonose), vegetal (fitonose), carne de porco (cisticercose) e fezes humanas (helmintíase)
Fonte secundária – local onde o agente fica alocado, aguardando o hospedeiro.
 Exemplo: Solo, que abriga o agente do tétano, cuja fonte primária é o intestino dos equinos.
3. O hospedeiro
Ao ser invadido, tem formas diferentes de reagir ao agente:
Refratariedade - característica de uma espécie (humana ou não) de inviabilizar o desenvolvimento ou multiplicação do agente infeccioso.
Suscetibilidade - capacidade do indivíduo (em condições naturais) de viabilizar o desenvolvimento e a multiplicação do agente infeccioso em seu organismo.
4. As vias de eliminação
· Secreções naso-buco-faríngeas
 Exemplo: Vírus - resfriado, gripe, meningite, parotidite.
· Fezes
 Exemplo: Vírus da pólio, enterobactérias, protozoários, hepatite infecciosa.
· Urina
 Exemplo: Leptospirose.
· Sangue (depende da intervenção de um artrópode hematófago ou da contaminação de algum material pelo sangue)
 Exemplo: Malária, dengue, febre amarela.
5. O processo de transmissão
Os agentes infecciosos são transmitidos através:
· Contágio imediato ou contato direto – o agente não passa pelo ambiente.
 Exemplo: Relações sexuais, beijo na boca, infecções congênitas.
· Contágio médio – o agente permanece por curto período no ambiente.
 Exemplo: Por cotículas, por fômites, pelo mecanismo mão/boca.
· Transmissão indireta – ocorre a partir de diversos canais:
· Vetores (artrópedes)
 Vetor biológico: o agente se multiplica e realiza fases do ciclo. Ex: febre amarela, doença de chagas e dengue.
 Vetor mecânico: o vetor é um “transportador” do agente. Ex: moscas – febre tifóide.
· Ar e poeiras
· Fômites
· Alimentos
· Solo
· Hospedeiro invertebrado “intercalado” (moluscos)
 Exemplo: Esquistossomose mansônica.
No processo de transmissão, temos 3 intervalos de tempo importantes para o desenvolvimento da infecção:
· Período de incubação - intervalo de tempo entre o momento em que ocorre a infecção e o aparecimento das primeiras manifestações de doença (o doente ainda não constitui fonte de contágio).
· Período prodrômico - intervalo de tempo onde o paciente apresenta manifestações inespecíficas, ou seja, desde o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas até que surjam aqueles que são característicos.
· Período de transmissibilidade - intervalo no qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de um indivíduo infectado a outro, ou do animal infectado ao homem, ou de um homem infectado a um animal.
 Exemplo: Tuberculose, sífilis, herpes simples.
Classificação das formas das doenças infecciosas
· Doentes típicos – apresenta todas as características semiológicas que são típicas da doença.
· Doentes atípicos – não apresenta sinais ou sintomas clínicos (está em período prodrômico/subclínicos)
· Doente em incubação – Não tiveram a doença, não tem, mas vão tê-la.
· Portador convalescente - Tiveram a doença, mas não tem mais.
· Portador são - Não tiveram a doença, não tem e não vão tê-la.
· Fulminante – Ocorre de forma excepcionalmente grave, com coeficiente de letalidade elevado, como em septicemias.
Vias de penetração
Hospedeiro
Fonte ou reservatório
Vias de eliminação
Modo de transmissão
Agente infeccioso
Vias de penetração
Hospedeiro
Fonte ou reservatório
Vias de eliminação
Modo de transmissão
Agente infeccioso