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OS DIREITOS FUNDAMENTAIS PERANTE A PANDEMIA DA COVID

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OS DIREITOS FUNDAMENTAIS PERANTE A PANDEMIA DA COVID-19
LUIZ CARLOS DA COSTA SOUZA FILHO-T3A
DIREITO À VIDA
A vida é o bem jurídico mais importante dentre todos os direitos constitucionalmente tutelados, este direito costuma ser apresentado doutrinariamente em duas perspectivas: o direito de continuar vivo, ou seja, de não ser morto; e o direito a ter uma vida digna. Este direito fundamental, provavelmente, deve ser o mais debatido, visto que a covid-19, que nos seus primórdios não demonstrou números de mortalidade altos e, desta forma, não parecia ameaçar a saúde global, visto que pouco tempo depois, outros países, além do pais de origem (China), começaram a ter casos desta doença. Este vírus se espalhou de forma rápida e por todo o globo terrestre, com países com muitos casos, como os EUA, e outro que não possuem muitos casos. No caso do Brasil, a vida foi, logo nos primeiros surtos da covid no país, protegida, através do decreto de quarentena, onde exclusivamente os serviços essenciais poderiam continuar abertos e funcionando. Todas as medidas preventivas do governo têm como objetivo sanar esta doença e proteger o bem mais valioso, a vida.
Juntamente com o direito à vida, está o direito à vida digna e, não é o que acontece, por exemplo, nos campos de Moria, na Grécia, onde existe uma pia para 1300 pessoas e nenhum sabão, produto este indispensável ao combate à covid, sem falar que as famílias de 5 ou 6 pessoas dormem umas coladas nas outras, em um espaço de 3 metros quadrados, em uma situação que qualquer proximidade com outra pessoa que esteja infectada garante ao indivíduo o contagio de doença.
DIREITO À LIBERDADE
Em tempos de paz, é livre a locomoção em território nacional, podendo qualquer pessoa (nacional ou estrangeira), nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Entretanto, o direito de ir e vir em tempo de paz não pode ser visto como absoluto, afinal se trata de uma norma constitucional de eficácia contida, o que possibilita que a própria constituição, ou legislação complementar, restrinja sua amplitude, a partir de critérios proporcionais e justificáveis.
Levando em conta o que fora aludido do parágrafo acima, alguns governadores e prefeitos decretaram uma quarentena, visando proteger a vida, que é outro direito fundamental. Esta medida é uma das mais importantes tomadas nesse período de pandemia, já que limita o ir e vir das pessoas, diminuindo assim, o risco da proliferação desta doença e a superlotação do sistema de saúde, que mesmo trabalhando em seu máximo, não consegue suprir toda a população do país.
No entanto, se analisarmos a situação, limitar a liberdade por um bem maior, ainda é limitar a liberdade. Por exemplo, o fechamento das praias com o intuito de evitar aglomeração de pessoas, limita o direito de ir e vir das pessoas que mesmo na situação de quarentena queriam ir ás praias. Pode-se analisar do mesmo modo do fechamento das praias, o fechamento das fronteiras e, esta limitação da liberdade pode ser vista de forma mais clara em países autoritários, como a própria china, país onde a covid se iniciou, que tomou medidas extremamente mais rígidas com a remoção de civis das ruas após a análise da temperatura corporal destas. Em certos países da Europa, o comportamento se demonstra semelhante ao da china, onde policiais fazem rondas nas ruas para retirar quem está andando por elas. No Brasil e no mundo todo, os enterros estão limitando a liberdade de escolha de como os mortos por covid-19 serão tratados acerca do funeral, restringindo pessoas que morreram sem estarem infectadas por conta do vírus se limitarem a 10 pessoas no funeral e obrigando as pessoas mortas pela doença a serem cremadas. Vale ressaltar que as pessoas que estão internadas por conta desta doença não podem receber visitas, ou seja, ficam estas sozinhas em seus quartos, recebendo tratamento isolado e, se estas morrerem, seus parentes e conhecidos não podem vê-los antes da cremação.
Entende-se, então, que a liberdade é, por hora, limitada, visando manter o direito à vida garantido, já que este é o bem jurídico mais importante.
DIREITO A IGUALDADE
Princípio geral de todo o ordenamento e pedra angular do regime democrático, a igualdade. No contexto atual, pode-se notar que não há uma igualdade econômica nem no Brasil, nem no mundo. Entende-se, então, que na situação de pandemia e decreto de isolamento social, muitos produtos estão acabando e não possuem grande estoque, como as máscaras, álcool em gel e outros. É perceptível que as pessoas abastadas economicamente, possuem maior facilidade de comprar produtos e estocar estes em suas casas, mas as pessoas que não possuem a mesma condição socioeconômica, não. A maior parte da população teve que parar de trabalhar e, assim, algumas pessoas pararam de receber dinheiro e assim, sua fonte de sustento. O que deve-se refletir, é a necessidade de empatia para com o próximo, a modo de não prejudicar as pessoas que não são abastadas de dinheiro. A melhor maneira de ser igual ao próximo nessa pandemia é não estocar alimentos, para não faltar produtos para ninguém, de modo que todos possam comprar aquilo que precisam. Além do que já fora supracitado, nem todos possuem planos de saúde, hospitais de grande nome e, como já fora dito, capacidade de estocar recursos.
Além da situação referente aos produtos, devemos evidenciar a falta de igualdade que pode ser vista entre os estudantes das escolas públicas e privadas, no Brasil, onde a educação chamada EAD não irá ser eficaz no âmbito dos alunos de instituições públicas, já que muitos destes não possuem acesso à internet ou a computadores que possibilitem o aprendizado, causando um prejuízo no futuro de todos os indivíduos.
Neste contexto que o mundo está passando, podemos ver de forma bem marcante que todos os indivíduos são iguais, já que qualquer pessoa de qualquer cor; raça; gênero; opção sexual; condição socioeconômica ou religião pode ser infectada, talvez este contexto seja necessário para frisar a igualdade entre todos e que ninguém é diferente de ninguém, visto que um bancário bilionário pode morrer ou, então, uma pessoa menos abastada que ganha menos de um salário mínimo. Esta situação nos traz a reflexão que o mundo precisa acerca da igualdade entre todos os seres humanos.
DIREITO À PRIVACIDADE
A privacidade é um direito da personalidade e representa a plena autonomia do indivíduo em reger sua vida do modo que entender mais correto, preservando as informações desta. Entretanto, já foram relatados casos de invasão à privacidade das pessoas, por parte do governo Chinês, onde elas estão sendo espionadas virtualmente, para tentar rastrear os que estão infectados pela covid-19. Estes casos acabam por invadir a intimidade das pessoas e violando o direito à vida privada. No Brasil, houveram relatos, também, da violação da privacidade, visto que o estado de São Paulo estava se unindo a empresas de telefonia para monitorar quem saia de casa neste período de quarentena, levando em conta que o sigilo de dados e das comunicações é inviolável e está prescrito no artigo 5°, inciso X da constituição federal de 88.

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