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Antociania e DCV

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Artigo de Revisão
Flavonóides antocianinas: características e 
propriedades na nutrição e saúde
Flavonoids anthocyanins: characteristics and properties in nutrition and health 
Los flavonoides antocianinas: características y propiedades en la nutrición y salud
Resumo
As antocianinas são componentes do grupo dos flavonóides e estão amplamente distribuídos 
na natureza. Constituem uma fração não energética da dieta do ser humano e estão relacio-
nadas com importantes atividades biológicas. Seus efeitos benéficos em relação à nutrição e 
saúde estão relacionados às suas propriedades antioxidantes, pois são carreadores diretos 
de radicais livres e desta forma desempenham um papel importante na prevenção de doen-
ças cardiovasculares, modulação da inflamação, inibição da agregação plaquetária, preven-
ção do câncer e de sua progressão. Este artigo de revisão teve como objetivo descrever as 
características e propriedades benéficas dos flavonóides antocianinas, em relação à nutrição 
e saúde. 
Abstract
Anthocyanins are components of the group of flavonoids and they are widely distributed in na-
ture. They constitute a fraction no energetic of the human diet and are related with important 
biological activities. Its beneficial effects in relation to nutrition and health are related to its 
antioxidatives properties, therefore they are free radicals binders and in such a way they play 
an important role in the prevention of cardiovascular diseases, modulation of inflammation, 
inhibition of platellet aggregation, cancer prevention and its progression. The aim of this ar-
ticle was describes the beneficial characteristics of the properties of flavonoids anthocyanins 
in relation to nutrition and health. 
Resumen
Las antocianinas son componentes del grupo de los flavonoides y se distribuyen extensa-
mente en la naturaleza. Constituyen una fracción no energéctica de la dieta del ser humano 
y relacionanse con importantes actividads biológicas. Sus efectos beneficiosos referentes a 
la nutrición y la salud relacionanse con sus características antioxidantes, pues son carreado-
res directos de los radicales libres y de tal manera desempeñan un papel importante en la 
prevención de enfermedades cardiovasculares, modulación de la inflamación, inhibición de la 
agregación plaquetária, prevención del cáncer y su progresión. Este artículo de revisión tuve 
como objectivo describir las características y las propriedads beneficiosas de los flavonoides 
antocianinas en relación a la nutrición y a la salud. 
Ana Carolina Pinheiro Volp1
Isis Rodrigues Toledo Renhe2
Kiriaque Barra3
Paulo César Stringueta4
1 Nutricionista, Especialista em Terapia Nutricional 
- Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre 
em Ciência da Nutrição, Doutoranda em Ciência e 
Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de 
Viçosa (UFV)
2 Engenheira de Alimentos, Mestranda em Ciência e 
Tecnologia de Alimentos - UFV
3 Nutricionista, Mestre em Ciência da Nutrição, 
Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos 
- UFV
4 Professor Titular - Departamento de Ciência e Tec-
nologia de Alimentos – UFV
Unitermos
Flavonóides; antocianinas; antioxidantes; 
aterosclerose; neoplasias
Key words
Flavonoids; anthocyanins; antioxidants; 
atherosclerosis; neoplasms
Unitérminos
Flavonoides; antocianinas; antioxidantes; 
aterosclerosis; neoplasias
Endereço para correspondência: 
Ana Carolina Pinheiro Volp
Universidade Federal de Viçosa
Departamento de Ciência e Tecnologia 
de Alimentos 
Avenida PH Rolfs, s/n – Campus Universitário
CEP 36570-000 – Viçosa/MG
E-mail: anavolp@gmail.com
Submissão 
2 de dezembro de 2006
Aceito para publicação 
6 de novembro de 2007
Rev Bras Nutr Clin 2008;23(2):141-9
Volp ACP, Renhe IRT, Barra K, Stringueta PC
142
Introdução
Os flavonóides são pigmentos naturais amplamente 
distribuídos no reino vegetal e já foi detectada a ocorrên-
cia de mais de 8000 compostos fenólicos em plantas1. Pro-
tegem o organismo do dano produzido por agentes oxi-
dantes como os raios ultravioletas, poluição ambiental, 
substâncias químicas presentes nos alimentos, estresses, 
dentre outros. O organismo humano não produz essas 
substâncias químicas protetoras, cabendo ao homem ob-
tê-las por meio da alimentação2. Estão amplamente distri-
buídos em plantas, frutas, vegetais e em diversas bebidas 
(suco de uva, vinho tinto, chá preto e verde), e represen-
tam componentes substanciais da fração não energética 
da dieta humana3-4. 
Os compostos fenólicos podem ser divididos em dois 
grupos: os flavonóides e os não flavonóides, sendo que am-
bos são compostos de baixo peso molecular, denominados 
metabólitos secundários, presentes em frutas e vegetais. 
Os flavonóides englobam uma classe muito importante de 
pigmentos naturais e têm a estrutura química C6-C3-C6, 
sendo que as duas partes da molécula com seis carbonos 
são anéis aromáticos5. Com relação aos não flavonóides, 
são classificados como: os derivados das estruturas quí-
micas C6-C1 específicas dos ácidos hidroxi- benzóico, gá-
lico e elágico; os derivados das estruturas químicas C6-C3 
específicas dos ácidos caféico e p-cumárico hidroxi cina-
matos e os derivados das estruturas químicas C6-C2-C6 
específicas do trans-resveratrol, cis-resveratrol e trans-
resveratrol-glucosídio6.
Suas propriedades biológicas estão relacionadas com 
a atividade antioxidante que cada fenol exerce sobre de-
terminado meio. A atividade dos antioxidantes, por sua 
vez, depende de sua estrutura química, podendo ser de-
terminada pela ação da molécula como agente redutor 
(velocidade de inativação do radical livre, reatividade com 
outros antioxidantes e potencial de quelação de metais)7. 
Pearson et al.(1999) demonstraram que os fenólicos pre-
sentes em suco comercial e extrato fresco de maçãs (casca, 
polpa e fruta inteira) inibiram, in vitro, a oxidação de LDL 
humana8.
Desta forma, possuem múltiplos efeitos biológicos, 
como atividades antioxidante, anti-inflamatória, anti-tu-
moral e inibidora da agregação plaquetária. Ainda, a inges-
tão de flavonóides está associada com a longevidade e redu-
ção na incidência de doenças cardiovasculares, o que explica 
o “paradoxo francês”, uma vez que a dieta mediterrânea é 
rica em vegetais e vinho tinto9. 
Com base nos dados expostos, este artigo de revisão 
teve como o objetivo descrever suas características, bem 
como os efeitos desses pigmentos naturais em relação à nu-
trição e saúde.
Estrutura química e propriedades 
Os flavonóides 
Os flavonóides são estruturas polifenólicas de baixo 
peso molecular encontradas naturalmente nas plantas10. São 
os responsáveis pelo aspecto colorido das folhas e flores, po-
dendo estar presentes em outras partes das plantas. Segundo 
Beecher (2003) já foram identificados mais de 8000 compo-
nentes da família dos flavonóides11. Esse grande número de 
compostos surge da ampla variação de combinações de gru-
pos metil e hidroxil como substituintes na estrutura química 
básica dos flavonóides12.
Devido a esta grande diversidade, pesquisadores e a indús-
tria de alimentos vêm mostrando, nos últimos dez anos, bas-
tante interesse no estudo de tais estruturas e suas funções13.
Os flavonóides têm uma estrutura química constituída 
de dois anéis aromáticos que são ligados por uma cadeia de 
três átomos de carbono, que formam um heterociclo oxige-
nado13. Podem ser divididos em classes baseado na sua estru-
tura molecular (compostos fenólicos)2,14. A estrutura básica 
dos flavonóides consiste de 15 carbonos distribuídos em dois 
anéis aromáticos, A e B (Figura 1) interligados via carbono 
heterocíclico do pirano. Conforme o estado de oxidação da 
cadeia heterocíclica do pirano, têm-se diferentes classes de 
flavonóides: antocianinas, flavonóis, flavonas, isoflavonas, 
flavononas e flavonas15. Os quatro maiores grupos de flavo-
nóides conjuntamente com suas fontes alimentares são mos-
trados na Tabela 1. A estrutura molecular de cada grupo pode 
ser vista na Figura 2.Os polifenóis são efetivos doadores de hidrogênio e essa 
capacidade antioxidante é dependente do número e da posi-
ção dos grupamentos hidroxilas e sua conjugação16. 
As antocianinas também possuem uma estrutura quí-
mica adequada para a ação antioxidante, sendo capaz de doar 
elétrons ou átomos de hidrogênio para radicais livres17. Uma 
Figura 1 - Estrutura básica dos flavonóides. Fonte: Martínez-Flórez 
et al., 2002. 
o
A
B
Flavonóides
Flavonóides antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde
143
ótima atividade antioxidante está relacionada com a presença 
de grupos hidroxilas na posição 3 e 4 do anel B, os quais con-
ferem uma elevada estabilidade ao radical formado (Figura 1). 
Os grupos hidroxilas livres na posição 3 do anel C e 5 do anel 
A, junto com o grupo carbonila na posição 4 são doadores 
de elétrons. Além disso, a presença de açúcares na molécula 
reduz a atividade oxidante16.
Flavonóides em vinho
Muitas pesquisas têm sido focadas nesses fitoquímicos, 
os quais estão presentes na casca de uvas escuras18 e conse-
qüentemente no vinho tinto19. A presença de polifenol em 
vinho é mais abundante em vinhos tintos (1000 - 4000 mg/l) 
do que em vinhos brancos (200 - 300 mg/l)1. 
Os componentes presentes no vinho tinto são conhe-
cidos como potentes antioxidantes e têm sido identificados 
por apresentarem uma gama de efeitos bioquímicos e farma-
cológicos, efeitos estes que incluem propriedades anticarci-
nogênicas, antinflamatórias e antimicrobianas18. Também 
são ativos em graus variáveis contra os radicais livres2,14,16,21, 
que atuam prevenindo a oxidação da LDL (low density lipopro-
tein), os quais por sua vez podem estar associados à prevenção 
de doenças cardiovasculares18,21-24, prevenção e progressão do 
câncer21,25, envelhecimento e outras21-22.
Nesta mesma linha estão de acordo os achados do “Pa-
radoxo Francês” que faz um link entre um maior consumo 
de vinho tinto com a redução da incidência de doenças car-
díacas. Neste estudo, indivíduos que consumiam alta quan-
tidade de gordura saturada (14 a 15% do total energético da 
dieta) e apresentavam níveis de colesterol sanguíneo elevado, 
semelhantes aos dos americanos e ingleses tinham incidência 
de mortalidade por doenças coronárias isquêmicas tão baixas 
quanto a dos japoneses e chineses. Esse efeito foi atribuído 
aos componentes do vinho tinto, que diminuíam a oxidação 
do colesterol LDL, da agregação plaquetária e a formação de 
trombose na população francesa26.
Castelnuovo et al., (2002) realizaram uma metanáli-
se com o objetivo de associar o consumo de vinho e o risco 
vascular. De 13 estudos envolvendo 209.418 pessoas, o ris-
co relativo para doença vascular associada com o consumo 
de vinho foi de 0,68 (95% de intervalo de confiança, 0,59 a 
0,77), quando comparado aos não consumidores de vinho. 
Tabela 1 - Grupos de flavonóides, seus componentes individuais e fontes alimentares.
Fonte: Nijveldt, 2001.
Grupos Componentes Fonte alimentar
Flavonas Apigenina
Chrisina
Kaempferol
Luteolina
Miricetina
Rutina
Sibelina
Quercetina
Cascas de maçãs
Cerejas
Brócolis
Peles de frutas
Cranberries
Uvas
Alfaces
Oliva
Alho
Flavanonas Fisetina
Hesperetina
Narigina
Naringenina
Taxifolina
Frutas cítricas
Peles de frutas cítricas
Catequinas Catequina
Epicatequina
Epigalocatequina galate
Vinho tinto
Chá
Antocianinas Cianidina
Delfinidina
Malvidina
Pelargonidina
Peonidina
Petunidina
Cerejas 
Uvas
Raspberries
Uvas vermelhas
Morangos
Chá
Peles de frutas com pigmentos escuros
Figura 2 - Estrutura molecular dos quatro grupos dos flavonóides.
o
A
B
R2'
R3'
R4'
R5'
R3
R5
R6
R7
R8
O
Flavona
O
B
A
o
Flavanona
o
A
B
Catequina
o
A
BHO
OH
OH
OH
R1
R2
-
Antocianina
R8
R7
R6
R5
R3
R5'
R4'
R3'
R2'
R8
R7
R6
R5
R3
R5'
R4'
R3'
R2'
Fonte: Martínez-Flórez et al., 2002.
Volp ACP, Renhe IRT, Barra K, Stringueta PC
144
Houve ainda uma forte evidência de dez estudos envolvendo 
176.042 pessoas que sustentaram uma “curva-J”, a qual faz 
uma relação entre diferentes quantidades de consumo de vi-
nho e risco vascular. Uma associação inversa significativa foi 
encontrada para o consumo diário de vinho acima de 150 ml. 
Os autores concluem que esses resultados evidenciam uma 
associação inversa entre os consumidores leves a moderados 
de vinho com o risco vascular27.
Mukamal et al., (2006) realizaram um estudo para ve-
rificar a associação entre o consumo de álcool e o risco de 
doenças cardíacas e coronarianas em uma população de ido-
sos. Os autores puderam observar que nesta população, o 
consumo de 14 ou mais doses por semana estava associado 
com um menor risco de doenças cardíacas e coronarianas. 
Comparados com abstêmios de longo prazo, o risco relativo 
por análise multivariada foi de 0,90 (95% de intervalo de 
confiança), 0,93; 0,76 e 0,58 para consumidores na freqüên-
cia de menos que 1; 1 a 6; 7 a 13 e 14 ou mais bebidas por se-
mana, respectivamente (p < 0,07). Essas associações foram 
estatisticamente similares para a ingestão somente de vi-
nho. Por outro lado, os autores deste trabalho discutem que 
os clínicos não devem recomendar o consumo moderado de 
álcool para prevenir enfermidades baseado nesta evidência 
somente, pois o guia do Instituto Nacional sobre o abuso do 
álcool sugere que pessoas idosas limitem seu consumo para 
até uma dose por dia28.
Antocianinas
As antocianinas pertencem ao grupo dos flavonói-
des, grupo de pigmentos naturais com estruturas fenólicas 
variadas14,16. São os componentes de muitas frutas vermelhas 
e hortaliças escuras, apresentando grande concentração nas 
cascas de uvas escuras18. Representam um significante papel 
na prevenção ou retardam o aparecimento de várias doenças 
por suas propriedades antioxidantes2,16,18. 
Seu espectro de cor vai do vermelho ao azul, apresentan-
do-se também como uma mistura de ambas as cores resul-
tando em tons de púrpura. Muitas frutas, hortaliças, folhas 
e flores devem sua atrativa coloração a esses pigmentos que 
se encontram dispersos nos vacúolos celulares29. Os flavonóis 
são importantes por atuarem na co-pigmentação das anto-
cianinas e são pigmentos de cores branca ou amarela clara, 
encontrados nesses alimentos5. 
As antocianinas são glicosídeos que apresentam em sua 
estrutura química um resíduo de açúcar na posição 3, facil-
mente hidrolizado por aquecimento com HCl 2N. Como 
produtos desta hidrólise obtém-se o componente glicídico e 
a aglicona, denominadas antocianidina30.
As antocianidinas têm como estrutura básica o cátion 2-fe-
nilbenzopirilium, também denominado flavilium (Figura 3). 
As antocianinas encontradas em alimentos são todas de-
rivadas das agliconas pertencentes a três pigmentos básicos: 
pelargonidina (vermelha), cianidina (vermelho) e delfinidina 
(violeta), (Figura 4).
Propriedades antioxidantes das antocianinas
A propriedade mais descrita das antocianinas é sua ação 
antioxidante2,14,20. Células e tecidos do organismo humano es-
tão continuamente sofrendo agressões causadas pelos radicais 
livres e espécies reativas do oxigênio, os quais são produzidos 
durante o metabolismo normal do oxigênio ou são induzidos 
por danos exógenos2,14,20.
Figura 3 - Estrutura básica das antocianidinas. 
o
A
+
B
Cátion Benzopirilium
Cátion 2-fenilbenzopirilium (flavilium)
Fonte: Bobbio e Bobbio,1995.
Figura 4 - Estruturas das antocianinas encontradas em alimentos.
o
A
BHO
OH
OH
R1
R2
+
R3
Antocianinas R1 R2 R3
Cianidina OH OH –
Peonidina OCH3 OH –
Delfinidina OH OH OH
Malvinidina OCH3 OH OCH3
Petunidina OCH3 OH OH
Fonte: Jakson (1994), citado por Mamede e Pastore (2004).
Flavonóides antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde
145
A deficiência natural de elétrons das antocianinas faz es-
ses compostos serem particularmente reativos, apresentando 
também uma grande sensibilidade a mudanças de pH e tem-
peratura. Os polifenóis são doadores efetivos de hidrogênio. 
As antocianinas são incluídas na lista dos compostos naturais 
capazesde agir como potentes antioxidantes. Seu potencial 
antioxidante é regulado por suas diferenças na estrutura quí-
mica. Variando a posição e os tipos de grupos químicos nos 
anéis aromáticos das antocianinas, a capacidade de aceitar 
eletrons desemparelhados de moléculas de radicais também 
varia32. Seu potencial antioxidante também é dependente do 
número e da posição dos grupos hidroxilas e sua conjugação, 
assim como da presença de elétrons doadores no anel da es-
trutura, devido à capacidade que o grupo aromático possui de 
suportar o desaparecimento de elétrons16.
Os mecanismos e a seqüência de eventos pelos quais 
os radicais livres interferem nas funções celulares não estão 
completamente elucidados, mas um dos mais importantes 
eventos parece ser a peroxidação lipídica, a qual resulta em 
dano da membrana celular, que pode eventualmente levar a 
morte celular14. Radicais livres podem atrair muitos mediado-
res inflamatórios, contribuindo para uma resposta inflama-
tória generalizada e dano tissular14,20. Para protegê-los dessas 
espécies reativas de oxigênio, o ser humano tem desenvolvido 
muitos mecanismos efetivos. O mecanismo da defesa antio-
xidante do corpo inclui enzimas como a superóxido dismu-
tase, catalase e a glutationa peroxidase, mas também fatores 
não enzimáticos como a glutationa, ácidos ascórbico e o alfa 
tocoferol. O aumento na produção de espécies reativas de 
oxigênio durante a injúria resulta em consumo e depleção de 
componentes carreadores endógenos. As antocianinas podem 
desempenhar um efeito aditivo a esses componentes carrea-
dores endógenos e também interferir em sistemas produtores 
diferentes de radicais livres (carreadores de radicais e óxido ní-
trico), aumentando a função dos antioxidantes endógenos14.
As agliconas possuem hidroxilação idêntica nos anéis 
A e C, compostas com um único grupo OH no anel B (4’-
OH) incluindo pelargonidina, malvidina e peonidina e 
apresentam menor atividade antioxidante comparada com 
compostos que possuem em 3’ e 4’ grupamentos de OH 
substituídos, como delfinidina e cianidina 3-glicosídeo. A 
importância dos grupos hidroxilas na posição 3’ e 4’ do anel 
B contribui para a elevada capacidade antioxidante também 
encontrada nas flavonas16.
Por outro lado, os flavonóides com um maior número 
de grupos hidroxila têm maior atividade antioxidante. Isso 
foi comprovado para as antocianinas com grupos hidroxilas 
nas posições 4, 5 e 6, que apresentaram atividade antioxi-
dante de 1,50; 1,85 e 2,45 como pelargonidina, cianidina e 
delfinidina, respectivamente. Assim como a eficácia dos fla-
vonóides está relacionada com o grau de hidroxilação, tam-
bém diminui com a substituição por açúcares, apresentando 
os glicosídeos menor atividade antioxidante do que suas 
agliconas correspondentes16.
 Um estudo feito com cianidina-3-glicosilrutinosídeo e 
cianidina-3-rutinosídeo de cerejas relatou que a atividade an-
tioxidantes foi superior a vitamina E. Outras antocianinas 
apresentaram efeito similar na inibição da peroxidação lipí-
dica. Os resultados desse trabalho sugeriram que a forma de 
aglicona tem maior eficácia do que a forma de glicosídeo. De 
acordo com esses resultados, o número de resíduos de açúcar 
na posição C3 pode ser muito importante para a atividade 
antioxidante, que diminuiria com o aumento do número de 
unidades de açúcar em C332.
Uma produção excessiva de radicais livres, junto com 
carência de vitamina A, C e E, e o nível reduzido das enzimas 
superóxido desmutase, catalase e glutadiona peroxidase, con-
tribuem para o stress oxidativo33. Banerjee et al. (2005) avalia-
ram o poder antioxidante da casca de ameixa preta (Syzygium 
cumini). O extrato da casca desse fruto apresentou uma pode-
rosa proteção contra radical hidroxil, a espécie reativa de oxi-
gênio mais reativa. O extrato da casca de S. cumini também 
foi efetivo contra o radical superóxido, uma espécie tóxica 
gerada por numerosas reações biológicas e fotoquímicas33.
Carreadores diretos de radicais
As antocianinas podem prevenir injúrias causadas pelos 
radicais livres de várias formas. Uma delas é carrear diretamen-
te o radical livre. As antocianinas são oxidadas pelos radicais, 
resultando em um radical menos reativo e mais estável. Em 
outras palavras, as antocianinas estabilizam as espécies reati-
vas de oxigênio através de sua reação com o componente reati-
vo do radical. O alto poder de reação do grupo hidroxil das an-
tocianinas com o radical, faz com que o mesmo fique inativo14. 
Esta reação pode ser observada na seguinte equação: 
Antocianina (OH) + R* > Antocianina (O*) + RH 
Onde: R* = radical livre e O* = radical livre de oxigênio.
Óxido nítrico (ON)
O ON é produzido por muitas células, incluindo células 
endoteliais e macrófagos. Embora a liberação precoce do ácido 
nítrico através da atividade do óxido nítrico sintase seja impor-
tante na manutenção da dilatação dos vasos sanguíneos, uma 
concentração muito alta de ON produzida pelo óxido nítrico 
sintase em macrófagos pode resultar em grande aumento de 
dano oxidativo. Nessas circunstâncias, macrófagos ativados 
podem aumentar muito sua produção simultânea de óxido ní-
trico e ânions superóxido. O óxido nítrico reage com radicais 
livres, produzindo peroxinitrito. Injúrias causadas pelo ON 
dão lugar para maior ação da via do peroxinitrito porque este 
pode diretamente oxidar o LDL, resultando em um dano irre-
versível à membrana celular. Quando as antocianinas são utili-
Volp ACP, Renhe IRT, Barra K, Stringueta PC
146
zadas como antioxidantes, radicais livres são carreados e depois 
não podem reagir com o ON, resultando em danos menores14. 
Estudos em humanos demonstram a capacidade do vi-
nho tinto francês em aumentar a expressão gênica (ONSm) e 
a atividade da enzima endotelial óxido nítrico sintase (eONS), 
uma enzima protetora do sistema cardiovascular. Células en-
doteliais tratadas com vinho tinto francês produziram três 
vezes mais óxido nítrico bioativo do que outras células con-
troles34. O mesmo grupo pesquisador realizou um outro estu-
do para verificar a expressão e a atividade da eONS, quando 
indivíduos ingeriam um “blend” de compostos fenólicos em 
vinho tinto. Os autores encontraram que um aumento na 
eONS em resposta ao vinho tinto envolveu vários compostos 
polifenólicos, com uma maior contribuição do trans-resvera-
trol e uma menor contribuição dos ácidos cinâmicos, hidroxi-
cinâmicos, cianidina e alguns outros ácidos fenólicos35. 
Rossi (2006) relatou que o flavonóide quercetina (grupo 
das flavonas) promove a expressão de duas enzimas chaves 
para a atividade do ON: 1) a óxido nítrico sintase (eONS ou 
NOS IIII), a principal enzima formadora de ON no endoté-
lio; 2) e a NAPDH oxidase, a mais importante enzima fonte 
de O2 no tecido cardiovascular e nos monócitos/macrófagos 
que infiltram em placas ateroscleróticas36. 
Prevenção de doenças cardiovasculares
A ação antioxidante de polifenóis e antocianinas es-
tão relacionadas com seu efeito protetor contra doenças 
cardiovasculares9.
Sesso et al. (1999) examinaram a relação entre consumo 
de chá e café com a incidência de infarto do miocárdio em 340 
indivíduos, com a doença confirmada e 340 voluntários sau-
dáveis. Os indivíduos que ingeriam mais de uma xícara de chá 
(237 ml) por dia apresentaram um risco 44% menor de desen-
volver a doença, enquanto o consumo de café não foi signifi-
cantemente associado com a redução no risco cardiovascular37. 
Inflamação
Diversos flavonóides atuam induzindo ou inibindo 
enzimas como cicloxigenases, lipoxigenases, ligadas a pro-
cessos inflamatórios e também enzimas do sistema das 
citocromoxidases22. 
Alguns autores estão sugerindo o uso da casca escura do 
grão de soja (rico em antocianinas: cianidina-3-glicosídeo, delfi-
nidina-3-glicosídeo e petunidina-3-glicosídeo) como uma droga 
útil para modular desordens cardiovasculares. Kim et al. (2006) 
examinaram a inibição da expressão de alguns genes inflamató-
rios associados com isquemia/reperfusão (I/R)provocada pela 
injúria. Antocianinas isoladas da casca escura do grão de soja 
diminuíram níveis vasculares de molécula de adesão celular-1 
(VCAM-1), molécula de adesão intracelular-1 (ICAM-1) e níveis 
de ciclooxigenase-2, induzidas pelo fator de necrose tumoral-
alfa (TNF-alfa), os quais são dependentes da via NF-kappaB38.
Inibição da agregação plaquetária
Vários estudos demonstram que os compostos polifenóli-
cos inibem os processos de inflamação vascular que contribuem 
para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Sugere-se que 
esses efeitos sejam mediados pelas alterações na síntese dos ei-
cosanóides celulares. Esse estudo verificou os efeitos das proan-
tocianinas do cacau na alteração da síntese dos eicosanóides em 
humanos e em células vasculares aórticas in vitro. Após uma 
noite em jejum, dez indivíduos (quatro homens e seis mulhe-
res) saudáveis ingeriram 37 gramas de um chocolate pobre em 
proantocianinas (0,09 mg/g) e após uma semana do primeiro 
teste ingeriram 37 gramas de um chocolate rico em proantocia-
ninas (4 mg/g). Os resultados demonstraram que os indivíduos 
que consumiram o chocolate rico em proantocianinas apre-
sentaram um aumento de 32% nos níveis de prostaciclinas e 
uma diminuição de 29% nos níveis de leucotrienos. Além disso, 
as proantocianinas diminuíram em 58% a razão leucotrieno-
prostaciclina das células in vitro e 52% das células in vivo. Isso 
indica que os alimentos que contêm quantidades significativas 
de flavonóides podem alterar favoravelmente a síntese de eico-
sanóides em humanos, fornecendo hipóteses plausíveis para o 
mecanismo que diminui a agregação plaquetária39.
Rechner e Kroner (2005) demonstraram que as antocia-
ninas e metabólitos colônicos de polifenóis in vivo apresentam 
propriedades anti-trombóticas, por inibir a agregação plaquetá-
ria. Os pesquisadores observaram que a ativação das plaquetas 
(expressão da P-seletina) estava significativamente reduzida 
por 10 a 40% das plaquetas em repouso, plaquetas advindas do 
estresse provocado por peróxido de hidrogênio e por plaquetas 
pré-ativadas pela epinefrina, relativo aos controles. Nesse es-
tudo, os autores concluem que as antocianinas e metabólitos 
de polifenóis, bem como fontes da dieta e seus precursores são 
promotores em potencial para a saúde cardiovascular40.
Prevenção do câncer e de sua progressão 
Estudos experimentais propõem a divisão da carcino-
gênese em três estágios: iniciação, promoção e progressão. O 
estágio de iniciação é caracterizado por alteração do material 
genético, que pode ou não resultar em mutação. O estágio de 
promoção, caracterizado pela conversão da célula iniciada em 
pré-maligna, é um processo longo e reversível, sendo este um 
ponto estratégico para ação de agentes quimiopreventivos. A 
progressão da célula pré-maligna para célula maligna ocorre em 
conseqüência de dano adicional ao cromossomo. O resultado 
é a divisão celular incontrolada, resultante do aumento da au-
tonomia celular41. A atuação dos flavonóides, em especial as 
antocianinas, nessas diversas fases pode estar relacionada à sua 
Flavonóides antocianinas: características e propriedades na nutrição e saúde
147
ação antioxidante, ao aumento da resposta imune ou ainda à 
modulação da expressão do gene supressor tumoral. Entretan-
to, os estágios da carcinogênese em que os flavonóides podem 
agir ainda não estão estabelecidos. Uma visão esquemática 
deste processo pode ser observada na Figura 5.
As espécies reativas de oxigênio (EROs) são subprodutos 
do metabolismo aeróbio, sendo os principais o ânion superóxi-
do, peróxido de hidrogênio, radical hidroxila e radical peróxido. 
O efeito deletério desses compostos é controlado por enzimas 
endógenas (catalases, superóxido desmutases e glutationa 
peroxidase) e por antioxidantes dietéticos (ácido ascórbico, 
α-tocoferol, β-caroteno e isoflavonas). As EROs são necessá-
rias para várias reações do organismo, tais como: fagocitose, 
apoptose e reações de detoxificação promovida pelo sistema 
citocromo P-450. Por isso, mesmo com um complexo sistema 
de antioxidantes celulares, parece que eles removem somente o 
excesso de EROs, mantendo os níveis necessários para as fun-
ções acima citadas. O equilíbrio entre EROs e antioxidantes é 
necessário para o funcionamento adequado das células. O ex-
cesso de antioxidantes pode, ao contrário do que se pensava, 
ser maléfico, uma vez que diminui os níveis de EROs, inibindo 
a apoptose e suprimindo a ação de drogas utilizadas no trata-
mento do câncer, que agem induzindo a apoptose43. 
 A geração de EROs está relacionada à ativação de carci-
nógenos na fase de iniciação, assim como alterações nas ativi-
dades celulares nas fases de promoção e progressão, tornando 
concebível a hipótese de que a inativação dessas espécies pos-
sa resultar na proteção contra carcinogênese43. Assim, a ação 
antioxidante dos flavonóides e antocianinas poderiam impe-
dir o desencadeamento do processo de carcinogênese22,25.
A mais conhecida atividade antioxidante dos flavonóides é 
a sua habilidade de desativar moléculas reativas de oxigênio sin-
glete. Podem ainda proteger as membranas celulares da peroxi-
dação lipídica garantindo, desta forma, a integridade e fluidez da 
membrana, diminuindo a formação de peróxidos imunossupres-
sores e impedindo alterações na sinalização intracelular e fun-
ção celular. As antocianinas atuam ainda na apoptose celular e 
angiogênese. Parece, assim, que não há um único mecanismo. A 
ação na angiogênese e na apoptose celular é interessante e pode 
explicar a ação antitumoral in vitro destas substâncias. Durante 
o seu desenvolvimento, as células tumorais produzem substân-
cias que irão estimular o desenvolvimento de vasos que por sua 
vez, servirão para alimentá-las. Substâncias que impedem esses 
processos, em suas diversas etapas, podem ser, portanto muito 
úteis para controlar a multiplicação da célula tumoral22,25. Ainda, 
ajudam a restringir a formação de nitrosaminas e outros com-
postos nitrosos encontrados em alimentos. Ainda, tais agentes 
protegem as células dos efeitos maléficos das nitrosaminas e adi-
cionam efeitos redutores na formação de compostos nitrosos do 
ácido ascórbico44.
Estudo in vitro desenvolvido por Zhang et al., (2005) 
para avaliar o efeito inibitório no crescimento de células can-
cerígenas de diferentes linhagens, empregando cinco tipos de 
antocianidinas (formas aglicona de antocianinas – cianidina, 
delfinidina, pelargonidina, petunidina e malvidina) e quatro 
antocianinas (cianidina-3-glicose, cianidina-3-galactose, delfi-
nidina-3-galactose e pelargonidina-3-galactose), chegou aos se-
guintes resultados: na concentração de 200 mcg/ml, a malvidi-
na e a pelargonidina inibiram, em mais de 60%, o crescimento 
de células cancerígenas do estômago, cólon, pulmão e mama. 
Em relação às células cancerígenas do sistema nervoso central, 
a malvidina inibiu seu crescimento em 40,5%, e a pelargonidi-
na em 34%. Nessa mesma concentração, a cianidina, delfinidi-
na e petunidina inibiram o crescimento de células cancerígenas 
mamárias em 47, 66 e 53%, respectivamente. Nesse estudo, 
as antocianinas não apresentaram atividade anticancerígena45. 
Porém, Berti et al., (2003) observaram efeito anticanceríge-
no da antocianina 3-O-beta-glicopiranosídeo, via indução de 
apoptose de células de duas linhagens de leucemia46. 
Morré e Morré (2006) avaliaram o efeito de uva e extrato 
de uva associado com chá verde descafeinado contendo 92% 
de polifenóis (dos quais 80% catequinas) no crescimento de cé-
lulas de carcinoma cervical humano em estudo experimental. 
Observaram que a mistura de chá verde com extrato de uva 
foi significantemente mais eficiente no crescimento de célu-
las cancerígenas em ratos, quando comparados com os grupos 
controle e o que recebeu apenas a infusão de chá verde47. 
Considerações finais
Desta forma, mais pesquisas são necessárias para de-
tectar e caracterizar cada vez mais os flavonóides, identificar 
a rota metabólica no serhumano com exatidão, bem como 
elucidar os mecanismos de ação em relação a manutenção de 
saúde e prevenção de doenças, para num futuro próximo po-
der intervir de maneira mais segura bloqueando ou minimi-
zando o desenvolvimento de doenças.
Fonte: Adaptado de Singh e Gaby, 1991. 
Célula Normal 
Reparo 
Regressão 
Inibição 
Câncer 
 Lesões Pré-malignas
(Displasia, carcinoma in situ)
reparo 
DNA 
DNA 
Carcinógenos 
químicos 
Vírus, Radiação 
Erros na Replicação 
Outros Fatores 
Remissão espontânea 
Inibidores de crescimento 
Anti - promotores 
Iniciação 
Promoção 
Progressão 
dano 
Iniciação celular 
Figura 5 - Visão esquemática do processo da carcinogênese. 
Volp ACP, Renhe IRT, Barra K, Stringueta PC
148
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