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Manual Epistemologia da História

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Prévia do material em texto

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
ENSINO DE HISTÓRIA 
 
 
1º Ano 
Disciplina: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
Código: 
Total Horas/1o Semestre: 
Créditos (SNATCA): 
Número de Temas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUTO SUPER 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior 
de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 ii 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste 
manual: 
Pela Coordenação 
Pelo design 
Direção Académica do ISCED 
Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e Logística 
 
Pela Revisão 
Instituto Africano de Promoção da Educação 
a Distancia (IAPED) 
 
Elaborado Por: Luís Manuel Meno 
Licenciado em História 
Mestre em Ciência Política, Governação e Relações Internacionais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 iii 
 
Visão geral 1 
Benvindo à Disciplina/Epistemologia da História ............................................................ 1 
Objectivos do Módulo ...................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 1 
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 7 
Avaliação .......................................................................................................................... 8 
TEMA – I: História como forma de Conhecimento. 11 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução ............................................................................. 11 
Introdução ....................................................................................................................... 11 
1. UNIDADE Temática 1.2. O conhecimento ........................................................... 12 
UNIDADE Temática 2.3. DOGMATISMO E CEPTICISMO E CONHECIMENTO .. 12 
UNIDADE Temática 1.4. História como Forma e Conhecimento: Elementos da 
cientificidade da História ................................................................................................ 13 
Sumário ........................................................................................................................... 33 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 34 
TEMA – II: O Tempo na História 34 
UNIDADE Temática 2.1. A HISTÓRIA E O TEMPO .................................................. 34 
Introdução ....................................................................................................................... 34 
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. O TEMPO NA HISTÓRIA ............................................. 35 
UNIDADE Temática 2.3. CONTAGEM DO TEMPO EM HISTÓRIA ........................ 37 
UNIDADE Temática 2.4.Convençoes para contagem do tempo em História ................ 38 
Sumário ........................................................................................................................... 39 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 40 
TEMA – III: A teoria da construção do conhecimento em História: Método de 
Investigação em História 41 
UNIDADE Temática 3.1. Método de Investigação em História .................................... 41 
Introdução ....................................................................................................................... 41 
UNIDADE Temática 3.2. Crítica em História ................................................................ 42 
UNIDADE Temática 3.3. Método Comparativo ............................................................ 49 
UNIDADE Temática 3.4.A INTERDISCIPLINARIDADE .......................................... 49 
SUMÁRIO ...................................................................................................................... 52 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 52 
TEMA – IV: FONTES DA HISTORIA 53 
UNIDADE Temática 4.1. As Fontes em História e a sua dimensão .............................. 53 
Introdução ....................................................................................................................... 53 
UNIDADE Temática 4.2. As fontes e os diversos ambientes de conservação e 
Preservação ..................................................................................................................... 54 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 iv 
 
SUMÁRIO ...................................................................................................................... 57 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 57 
TEMA – V: SINTESE EM HISTORIA 58 
UNIDADE Temática.5.1. Dimensão da síntese em História .......................................... 58 
UNIDADE Temática.5.2. Princípios da síntese em História .......................................... 58 
UNIDADE Temática.5.3. Teoria da História ................................................................. 59 
SUMÁRIO ...................................................................................................................... 60 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 65 
 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 1 
 
Visão geral 
Benvindo à Disciplina/Epistemologia da História 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Epistemologia da História 
deverá ser capaz de: 
 Compreender a ciência histórica e o seu objecto de estudo; 
 Desenvolver uma postura investigativa no tratamento do 
conhecimento histórico; 
. 
 
 
ObjectivosEspecíficos 
 Explicar a cientificidade do conhecimento histórico; 
 Estabelecer a relação entre a História e outras 
Ciências; 
 Adquirir técnicas, habilidades e competências no 
tratamento das fontes históricas; 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de 
licenciatura em História ou Licenciatura em Ensino da História. 
Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar 
e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem 
vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderão 
adquirir o manual. 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 2 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Epistemologia da História, para estudantes do 1º 
ano do curso de licenciatura em Ensino de História, à semelhança 
dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades,. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação serão em forma de ensaios e ou 
questões. 
 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 3 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicoa e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de 
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta 
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para 
você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu 
centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu 
curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para 
elém deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, 
pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda 
as possibilidades dos seus estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios 
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e 
subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do 
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de 
avaliação é uma grande vantagem. 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 4 
 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 5 
 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação 
crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo 
melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? 
Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto 
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar 
que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 6 
 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por fim 
ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, 
depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões de 
alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livreque 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem 
o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar 
a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está 
a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, 
definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para 
colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a 
melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à 
compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 7 
 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou 
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de atendimento e 
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando 
a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC 
se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do 
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou admibistrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do 
tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em 
que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com 
relação aos outros colegas. Desta maneira ficar’a a saber se precisa 
de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver habito de 
debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, 
constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 8 
 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e concistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de 
avaliação. 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 9 
 
Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades praticam, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 11 
 
TEMA – I: História como forma de Conhecimento. 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução 
Introdução 
 
Bem-vindo ao curso de História e bem-vindo ao módulo de 
Epistemologia da História. 
A epistemologia também é conhecida como teoria do 
conhecimento. A expressão "epistemologia" deriva das palavras 
gregas "episteme", que significa "ciência", e "Logia" que significa 
"estudo", podendo ser definida a partir da etimologia grega como 
sendo "o estudo da ciência". Assim, a epistemologia é uma área 
da ciência que se interessa na investigação da natureza, fontes e 
validade do conhecimento. Uma vez que a nossa epistemologia é 
da História, esta disciplina debruça-se sobre a natureza, as fontes, 
a validade do conhecimento histórico e outros elementos afins a 
cientificidade da História 
Entretanto, antes de mais é importante conceitualizar o 
conhecimento. Depois explicar-se a origem, essência e 
possibilidade do conhecimento. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 Conhecer a dimensão da história como forma de 
conhecimento; 
 
Objectivo específicos 
 
 Caracterizar o conhecimento em história enquanto ciência 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 12 
 
 Explicar os fundamentos da história enquanto ciência. 
 
1. UNIDADE Temática 1.2. O conhecimento 
 
O que é o conhecimento? 
Há várias concepções quanto ao conhecimento. O filósofo grego 
Platão, explica que conhecimento é aquilo que é necessariamente 
verdadeiro (episteme). Entretanto, Grayling, explica que o 
conhecimento é crença verdadeira justificada. Estas definições 
parecem plausíveis porque, dão a impressão de que para conhecer 
algo alguém deve acreditarnisso e o que se acredita deve ser 
verdadeiro. A dimensão da verdade obrigará a um conjunto de 
critérios. Por sua vez, Teixeira (2000:12) define o conhecimento 
como sendo a apropriação da realidade pelo sujeito. Portanto, 
conhecer, saber e ter conhecimento é apreender os seres e as 
coisas”. É a partir do conhecimento que o ser humano é capaz de 
ver o mundo, com reconhecimento do que vê e com atribuição de 
significado aos seres e as coisas. Neste sentido, o conhecimento é 
um conjunto de informação armazenada por intermédio da 
experiência ou da aprendizagem (a posteriori), o através da 
introspecção (a priori). 
UNIDADE Temática 2.3. DOGMATISMO E CEPTICISMO E 
CONHECIMENTO 
 
Em torno da possibilidade do conhecimento duas correntes são 
apresentadas 
1. Dogmatismo 
O Dogmatismo afirma a possibilidade de conhecer com certeza 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 13 
 
absoluta algo, dispensando, por conseguinte qualquer discussão. 
 
2. Cepticismo 
O Cepticismo tem como princípio a dúvida relativamente ao 
nosso poder de 
Conhecer a verdade e a realidade. Contrariamente ao dogmatismo, 
o Cepticismo afirma que nada podemos conhecer com certeza, 
pois não existe nenhum critério seguro da verdade. 
Assim, é importante que se questione todos os juízos, quer 
afirmativos quer negativos, pois todo o saber depende das 
verdades gerais que não podemos conhecer com certeza. 
Assim, ao designarmos de ciência a soma dos conhecimentos 
científicos disponíveis num dado momento, podemos também 
afirmar que existe um conteúdo próprio e método para 
estabelecimento dos factos. Este método é o método científico. É 
o metodo que vai determinar as maneiras de obter tal 
conhecimento, e as características desse conhecimento é ser 
verdadeiro 
 
UNIDADE Temática 1.4. História como Forma e Conhecimento: 
Elementos da cientificidade da História 
Segundo Marc Bloch (1965) a Historia é uma ciência que estuda o 
Homem no espaço e no tempo. Apesar da dimensão científica da 
Historia, houve sempre um debate sobre se de facto ela (a História), 
é ciência. A razão para isso prende-se ao facto de se pretender 
encontrar na História o modelo de cientificidade das ciências 
naturais. 
 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 14 
 
O pai da Historia 
No século V a.C. Heródoto de Halicarnaso diferenciou-se da visão 
de Hesíodo e Homero, pela sua vontade de distinguir o verdadeiro 
do falso; por isso, realizou a sua “investigação” (etimologicamente 
“História”). Iniciavam assim, as primeiras referências da História 
como ciência. 
Heródoto foi o autor da história da invasão persa da Grécia nos 
princípios do século V aC., conhecida simplesmente como As 
histórias de Heródoto. Esta obra foi reconhecida como uma nova 
forma de literatura pouco depois de ser publicada. Antes de 
Heródoto, tinham existido crónicas e épicos, e também estes haviam 
preservado o conhecimento do passado. Mas Heródoto foi o 
primeiro não só a gravar o passado mas também a considerá-lo um 
problema filosófico ou um projecto de pesquisa que podia revelar 
conhecimento do comportamento humano. A sua criação deu-lhe o 
título de "Pai da História" e a palavra que utilizou para descrever o 
seu trabalho foi, história, que previamente tinha significado 
simplesmente "pesquisa". 
Para Colingwood, Heródoto preenchia os quatro requisitos básicos 
para fazer uma história positivista, a saber: 
a) Científica (começa por uma indagação e procura uma resposta); 
b) Humanista (preocupa-se, basicamente com os feitos realizados 
pelos homens); 
c) Racional (busca fundamentar com provas as suas conclusões) e 
d) Auto-reveladora (mostra aos homens o que os seus semelhantes 
realizaram no passado). 
Colingwood afirma que: "Heródoto não limita a sua atenção aos 
simples acontecimentos, considerando estes acontecimentos, (...) 
como acções dos seres humanos que tiveram suas razões para 
actuarem como o fizeram". Mais do que 
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_V_a.C.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%B3doto
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 15 
 
isso, para Colingwood é "claro que a história, para Heródoto é 
humanista, e não mística ou teocrática". 
Dentro de suas expectativas de narrar o que realmente aconteceu, 
Heródoto vai encontrar suas preocupações com a História recente, 
mais facilmente verificáveis. Entretanto, para Carbonell 
(Historiador francês), Heródoto não limita os seus interesses ao 
passado imediato, buscando em eras remotas as causas dos 
acontecimentos que estuda, no caso as guerras greco-pérsicas. 
Todos esses factores levam Carbonell a afirmar que, com Heródoto, 
"o tempo do historiador finalmente triunfa. E a história nasce da 
‘História’. Para ele, Heródoto é pai da História". 
 
 
Entretanto, a Historia não é, efectivamente, uma ciência como as 
“ciências exactas” e da natureza (matemática, física, química, 
biológica, etc.). A História é uma ciência social e humana. É social 
porque estuda sobretudo, as sociedades. É humana, num duplo 
sentido, porque estuda sociedades humanas e nalguns casos estuda 
personalidades e indivíduos, ou seja, estuda o homem 
individualmente, através de biografias. Deste modo, inicia-se a 
perceber o objecto de estudo da História: O Homem (homem e ou 
mulher), enquanto membro de uma sociedade. 
 Na senda da explicação do conceito da História enquanto ciência 
destaca-se o historiador Jacques Le Goff. Segundo ele, a História é 
ciência porque tem o objecto de estudo, tem métodos e pode ser 
ensinada. Portanto, a componente pedagógica apresentada por Le 
Goff é uma das determinantes para a cientificidade da História. 
 
Contudo, a cientificidade da história envolve o historiador cujo 
papel é extremamente importante bem como o seu objecto de 
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 16 
 
pesquisa. Actualmente, a ciência histórica estuda e procura 
explicar o homem e sua evolução em diversos aspectos 
designadamente Económicos, Demográficos, Político, Social e 
Cultural etc. A grande preocupação da História é procurar 
entender e explicar a historicidade da condição humana. A 
principal ferramenta do historiador ou seja o objecto de estudo da 
história, ou seja, o homem no tempo. O método da História é a 
interpretação desse facto através das análises das mais variadas 
fontes. (Exemplo: escritas, orais, arqueológicas, etc.). 
Convém saber que história recebeu o estatuto de ciência quando 
os pesquisadores passaram a usar a palavra (história) no sentido 
de investigação e a utilizar como fontes de pesquisas os registos 
documentais escritos. Sabe quando é que isso aconteceu? Entre o 
final do século XVIII e início do XIX. 
O historiador Jorge Grespam afirma que foi no final do século 
XVIII que começou a ser discutido e desenvolvido os critérios e 
procedimentos metodológicos fundamentados na críticas e análise 
das fontes. Assim, a história passou a ser ciência. Como pode 
perceber, foi o método, portanto, que concedeu à história o 
carácter científico e ao historiador, a condição de cientista. 
De um modo geral, citando Meno (2010), as discussões sobre a 
ciência histórica nos mostram que o objecto da História é o 
homem no tempo, e que esse objecto é o facto humano 
acontecido. O facto histórico serve como compreensão de um 
processo vivido por uma sociedade, e o método da História é a 
interpretação desse facto através das análises das mais variadas 
fontes. (Exemplo: escritas,orais, arqueológicas, etc.). 
Por outro lado, face ao desafio de descrever e explicar as 
especificidades e as dissonâncias representadas pelas concepções 
desafiantes como uma resposta plausível surge também um 
problema epistemológico a ser enfrentado. Deve-se examinar, 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 17 
 
primeiramente, quais são os instrumentos teórico-metodológicos 
de que se utilizou para a determinação da cientificidade da 
História. 
De um modo geral, é fácil relacionar a história com o tempo e 
concretamente com o passado. 
 Entretanto, o passado é uma realidade extensa, porque assente na 
dimensão do tempo que também que é igualmente ilimitado, não se 
estanca. 
 
Ademais, o passado é visto como uma escola, uma oportunidade de 
se tirar proveito, de tal modos que o presente e o futuro não estejam, 
comprometidos. 
Deste modo, a história é uma área do saber em que 
1. O conhecimento é inerente ao Homem 
2. O conhecimento é fruto da dependência do presente em relação 
ao passado 
3. A explicação do passado depende do presente 
 
a) O conhecimento histórico é inerente ao Homem 
 Todo o ser humano, é uma construção social. Este facto deve-se a 
uma série de realidades do passado com o qual eles se identifica, 
A Sua Identidade depende Bastante do seu passado. Mesmo que 
não se queira pensar nos passados os factos por si toma conta da 
mente humana e fazem-nos reflectir. Portanto, o ser humano é 
um ser ligado à história e dele depende. 
 
b) Não se pode compreender o presente sem 
passado 
 O que somos hoje está bastante relacionado com o que fomos 
ontem. É neste sentido, esforços com vista a ultrapassar cenários 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 18 
 
menos bons, originados no passado devem ensinar as sociedades 
actuais a olhar para o passado de modos a garantir o futuro 
melhor. 
 
c) Não se explica o passado sem o presente. A 
explicação do passado normalmente é feito tendo 
como referência o presente, pois quem explica a 
história, encontra-se por inerência distante, quando 
se olha para o tempo. Neste sentido, a explicação 
do passado normalmente tem apresentado 
referência do presente. Isto pode determinar a 
informação ou verdade histórica. 
 
 
O historiador inglês E. H. Carr, na década de 1960, ao questionar 
a natureza do conhecimento histórico, chegou à conclusão de que 
não existe uma resposta absoluta para a definição de história ou 
para a validade de seu carácter científico. 
Tendo carácter fortemente reflexivo, a História possibilita a 
criação de um espírito crítico capaz de elucidar uma relação mais 
interessante do homem com a realidade que o cerca. 
 
Tudo depende da visão que cada um tem de sua própria sociedade 
e do tempo em que vive; inclusive, porque é o historiador e a 
interpretação que faz, a partir de seu contexto, que torna ou não 
um facto histórico. 
Seguindo esta linha de orientação, Paul Veyne, na década de 
1970, concluiu que a história possui grande proximidade com a 
ficção, se distinguido de um romance somente pelo compromisso 
de buscar a verdade, constituindo na realidade uma tentativa de 
narrar a verdade, prejudicada pelo carácter subjectivo da história e 
da interpretação das fontes, isto para não 
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 19 
 
mencionar outros aspectos circunscritos à documentação que 
sustenta a análise histórica, tal como a inexactidão da narrativa ou 
as intenções envolvidas na produção das fontes. 
Em outras palavras, como afirmou Eric Hobsbawm, o passado e a 
história são ferramentas utilizadas para legitimar as acções do 
presente, assim como as fontes têm um alcance político e 
ideológico, tornando a visão do passado distorcida. 
Como ressaltou Jacques Le Goff, não existe sociedade sem 
história, o que conduz ao conceito de historicidade, é o pertencer 
de cada indivíduo ao seu tempo, os aspectos comuns que todos os 
homens de determinada época compartilham, impossibilitando 
qualquer ciência de evitar extrair conclusões próprias de sua 
historicidade. 
De modo que, se existe um paradigma em história, tal como o 
conceito formulado por Thomas Kuhn, circunscrito a base 
referencial sobre a qual um conjunto teórico é construído, este só 
pode ser considerado como o tempo histórico em que o 
historiador se circunscreve. 
A natureza do conhecimento histórico comporta uma pluralidade 
de teorias contraditórias entre si e que explicam o passado 
plausivelmente, fornecendo ângulos e visões distintas que não se 
anulam, fazendo da história uma área do saber com verdades 
relativas 
 
Processo da consolidação da História como ciência. 
Uma definição contemporânea de senso comum, afirmaria que a 
história é uma ciência que estuda o passado, analisando as 
transformações, para entender o presente. Assim, ao resgatar o 
passado, a história tentaria conferir sentido ao presente, ajudando 
a transformar a realidade a partir de sua própria compreensão, 
podendo até mesmo guiar ao futuro. 
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 20 
 
Todavia, uma análise mais detalhada demonstra que o conceito de 
história comporta múltiplas definições, cada qual adequada ao seu 
conjunto teórico. 
Não é possível falar de uma história singular, já que, ao invés de 
uma teoria da história teríamos múltiplas teorias da história. 
A natureza e a evolução das outras ciências durante o século 
XVIII, não confere a história menor importância ou menor 
dignidade. O que deve ser percebido é que a história é 
naturalmente, diferente. Contudo, quando se busca a afirmação da 
história como ciência, nota-se que esta apresenta-se com alguma 
complexidade e dificuldade. Quais as principais fontes dessa 
complexidade/dificuldade? 
 
a) Analogamente a outras ciências humanas e sociais, nuns 
casos, ou diferentemente, noutros, a história incide sobre o 
passado, pelo que lhe está vedada a experimentação e o 
registo/inquérito directo. Por esse, motivo, o conhecimento 
histórico e mediato, corn 
Todas as consequências inerentes a tal facto. 
b) O fascínio do modelo das ciências da natureza, já referido, tem 
levado, por vezes, a que se apliquem a histórias certas 
características daquelas, onde se pode evidenciar a objectividade. 
Entretanto, segundo Piaget, citado por Mendes, a dificuldade da 
história abrange, inclusive, as restantes ciências humanas. Essa 
dificuldade é epistemológica e se encontra no centro das ciências 
do homem caracterizando-se pelo facto do ser humano ser 
simultaneamente sujeito e objecto 
 Grosso modo, as primeiras linhas de estudo da História se 
desenvolveram nas cavernas, quando os primeiros grupos 
humanos se preocupavam em registar o desenrolar de sua própria 
vida quotidiana. Na Antiguidade, os primeiros historiadores se 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 21 
 
preocupavam em relatar as peripécias dos grandes personagens e 
o cenário épico das guerras travadas entre os povos. Muitas vezes, 
comprometidos com algum dos lados dessa história faziam um 
relato tendencioso e impreciso. 
 
Entretanto, tornou-se corrente admitir que a reflexão histórica tem 
suas raízes na Antiguidade clássica, mais especialmente em 
Heródoto e em Tucídides. Esses autores de língua grega 
marcaram o ponto de partida de François Châtelet, que em um 
texto clássico publicado em 1962 definiua Grécia como o berço 
do pensamento histórico ocidental. Châtelet, desde a perspectiva 
filosófica, utiliza em seu título um termo próprio: historienne, 
cunhado pela língua francesa para designar o sentido do 
pensamento histórico enquanto produzido por uma reflexão 
intencionalmente voltada para a organização crítica da memória 
como fundamento do sentido da sociedade, da política e da 
cultura respectiva. Esse termo é empregue distintamente do 
adjectivo habitual, histórico (historique), aplicável para Châtelet a 
qualquer pensamento racional que lide com a acção humana no 
tempo. 
Durante séculos, na tradição dominada pela cultura ocidental de 
origem greco-romana, a História oscilou sistematicamente entre 
estilos ou objectos muito diversos, como a banal existência de um 
indivíduo qualquer, a hagiografia política, a filosofia ou a 
teologia. Com o advento da crítica racional no Renascimento e, 
mais particularmente, com o surgimento e a consolidação das 
Luzes no século XVIII, a História passou por uma espécie de 
repaginação teórica e metódica que culminou em sua 
cientificação. Esse processo atravessa o século XIX e culmina na 
consolidação e no êxito social da historiografia nesse século e no 
século XX. 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 22 
 
O padrão de cientificidade que se aplica é, por certo, o modelo do 
racionalismo moderno, cartesiano ou empirista, acentuadamente 
marcado pelo sucesso – mesmo que visto cada vez mais como 
relativo – das ciências ditas experimentais. 
A História cujo renascimento se organiza e estrutura na passagem 
do Iluminismo para o Romantismo e se consolida ao longo do 
século XIX nos cenários do positivismo, do historicismo, das 
escolas metódicas é a História como ciência. História como 
ciência, cujos resultados historiográficos são expressos em 
narrativas que encerram argumentos demonstrativos articuladores 
da base empírica da pesquisa e da interpretação do historiador em 
seu contexto. A historiografia, assim, encerra em si as 
características de ser empiricamente pertinente, 
argumentativamente plausível e demonstrativamente convincente. 
Como se chega a esse patamar metódico, social e cultural de 
confiabilidade? 
No século XIX, as concepções de História e de historiografia 
passaram por uma mudança notável e decisiva. Esse século 
tornou-se conhecido como “o século da História”. Sem dúvida foi 
ainda mais decisivo – embora essa perspectiva nem sempre tenha 
estado presente – o salto dado no segundo terço do século XX e 
seus prolongamentos até os anos 1970. Não obstante, a análise 
dos progressos da historiografia em nosso tempo, deve ser feita 
mediante o contraste com o século XIX, sem o qual não se pode 
perceber o alcance das mudanças ocorridas no século XX. 
A importância marcante do século XIX para os fundamentos da 
disciplina da historiografia em seu estado actual deve-se a um 
fenómeno único, de desdobramentos complexos: o abandono das 
concepções relativas à investigação e à escrita da história que 
formaram a tradição europeia praticamente desde o Renascimento 
e talvez mesmo desde a Antiguidade clássica. As diversas escolas 
e correntes historiográficas do século XIX coincidem pelo menos 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 23 
 
em um ponto: deixam de considerar a história como uma crónica 
baseada nos testemunhos legados pelas gerações anteriores e 
entendem-na como uma investigação, pelo que o termo “história” 
recupera seu sentido originário em grego. 
A evolução decisiva para a historiografia deu-se com o que se 
pode chamar de fundamentação metódico-documental, basilar 
para a disciplina “académica” contemporânea, produzida pelos 
tratadistas do século XIX e da primeira década do século XX. 
Tem-se aqui a origem da grande corrente historiográfica que se 
chamou – de forma algo exagerada, mas não totalmente imprópria 
– de historiografia “positivista”, intimamente entrelaçada com a 
forte tradição do historicismo alemão. Foi no século XIX que 
apareceram os primeiros grandes tratados do que se poderia 
chamar de normativismo histórico, um tipo de reflexãonovo sobre 
a História, chamado de Historik por Joha nn Droysen. Essa 
reflexão definiu os parâmetros metódicos estipulados como 
obrigatórios para que a História se enquadrasse no que se tinha, 
então, por padrão de “ciência”. Essa é a razão pela qual esses 
tratadistas tomaram como referência específica do estudo de 
História a ciência natural. Tal referência em momento algum foi 
pensada em termos miméticos (copiar a ciência natural) ou como 
modelo único (num movimento pré-dogmático). Normalizar os 
procedimentos, contudo, para obter algum grau de densidade 
confiável, era percebido como uma missão, que levou à produção 
de textos metodológicos famosos, sobretudo na França e na 
Alemanha, de Buchez e Lacombe, de Ranke, de Droysen e de 
Bernheim, chegando a Langlois-Seignobos e a Lamprecht. 
Essa mudança profunda e duradoura do horizonte dos estudos 
historiográficos, cuja influência se estendeu até os anos 1930, é 
habitualmente creditada às contribuições trazidas por uma 
corrente chamada, sem esforço maior de precisão, de positivismo. 
De outro lado, o historicismo alemão é amiúde considerado a 
maior contribuição do século XIX em 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 24 
 
matéria de concepções da natureza do histórico e da identidade da 
historiografia. Ambas as etiquetas requerem cuidadosa 
modulação. 
Com efeito, o que se chama de “historiografia positivista” não 
deixa de estar interpretado por um equívoco persistente. Muitas 
vezes chama-se de positivista, sem mais nem menos, uma 
concepção da historiografia essencialmente narrativista, episódica 
(factual), descritiva, fruto de uma erudição bem à moda do século 
XIX. Na realidade, esse tipo de historiografia é o exemplo mais 
típico da “História tradicional”, mas não tem por que ser 
necessariamente confundido com a historiografia “positivista”. A 
historiografia positivista é a dos “factos” estabelecidos mediante 
os documentos, indutiva, narrativa, por certo, mas também sujeita 
a um “método”. 
A escola que se costumava chamar de “positivista” pode ser 
também denominada – com mais propriedade – de “escola 
metódica”, já que sua principal preocupação era a de dispor de um 
método. Essa escola, que fundamentava o progresso da 
historiografia no trabalho metódico das fontes, sempre foi avessa 
a qualquer “teoria” ou “filosofia”. Isso não diminui, todavia, sua 
dependência imediata para com a concepção “positivista” da 
ciência, que fica evidente não apenas em obras francamente 
problemáticas, como o manual de Seignobos, mas também 
clássicas, como a de François Simiand. Trata-se, antes de mais 
nada, de uma corrente pragmática e empirista. Por isso pode ser 
chamada de escola pragmático-documental ou metódico-
documental. 
 
Algumas percepções fundamentais de abordagem 
historiografia 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 25 
 
A história é uma área de saber bastante abrangente. De certa 
maneira torna-se difícil estudar toda a história de uma única vez. 
Deste modo, com o objectivo metodológico de ensino e 
compreensão, a História da existência Humana foram elaborados 
certos recortes ou divisões de abordagem. Dentre várias que 
possam existir destacam-se: 
 Abordagem Temporal 
 Abordagem Temática 
 Abordagem Espacial ou geográfica 
 
Abordagem Temporal 
Em Relação a esta abordagem,a História ficou dividida em 
Duas grandes fases: a Pré-História e a História. 
A Pre-História vai dos tempos mais remotos até a descoberta 
da escrita. Enquanto isso, a História, ficou dividida em quatro 
períodos de Tempo saber: 
História Antiga: dividida em Antiguidade Oriental e Ocidental. 
Inicia com o aparecimento das primeiras civilizações, em 4500 
anos a.C., e vai até ao ano de 476 d.C., período da decadência do 
Imperio Romano do Ocidente. 
História da Idade Média: Inicia com a queda do Imperio 
Romano do Ocidente, em 476 dC e vai até 1453, período da queda 
do Imperio romano do Oriente. 
História Moderna: vai de1453, até a Revolução Francesa (1789). 
História Contemporânea: vai de 1789 até o cotidiano. 
Abordagem Geográfica 
Esta abordagem destaca-se a dimensão do espaço e notabiliza-se 
efectivamente o vínculo entre a História e a 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 26 
 
Geografia. A História usa os conceitos da geografia. E podemos 
estudar a história dos locais (História Local). O exemplo deste tipo 
de abordagem é a existência da História de Moçambique, História 
de África, da Europa, etc. 
Abordagem temática 
Esta abordagem trata dos temas ou assuntos dentro da História. 
Deste modo, existem: 
 História Política, reduzida à história dos eventos até ao 
século XX. Agora estuda a história das instituições, história dos 
sistemas políticos e aspectos afins, história dos estados etc 
 
 História Económica versa-se sobre relações e dinâmicas 
económicas ao longo da História.; 
 
 História das Religiões nascida pela necessidade de tornar 
o seu estudo comparativo no seio das crenças entre os povos; 
 
 História da Arte que aborda as manifestações artísticas ao 
longo do tempo 
Existem outras áreas mais recentes do que as já apresentadas, apesar 
de as englobar algum modo. São exemplos, a História das ideias, 
História das doutrinas políticas, etc 
História e as Ciências Sociais 
No mundo sobre as ciências sociais, há sempre uma tendência de 
debate em torno do funcionamento das ciências. Por vezes, certas 
ciências do homem tern revelado algum pendor imperialista, isto 
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_Pol%C3%ADtica&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_dos_eventos&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_das_institui%C3%A7%C3%B5es&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_Econ%C3%B3mica&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_das_ideias&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hist%C3%B3ria_das_doutrinas_pol%C3%ADticas&action=edit
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 27 
 
e, uma tendência para, de modo exclusivo, apreenderem e 
explicarem toda a realidade. Ferdinand Braudel refere, por 
exemplo, as seguintes ciências humanas como imperialistas: 
geografia, economia, politica e sociologia. A esta acrescente-se 
em certas fases e quando praticada por determinado autores, a 
própria historia. Tais imperialismos são hoje geralmente 
condenados, pelas próprias limitações explicativas e de pesquisa 
de que enfermam. 
 
Em qualquer dos casos, há sempre interdependência e 
interpenetração das ciências humanas; neste caso a sociologia 
surge apenas como mediadora. Actualmente é impensável a 
elaboração de uma síntese das ciências do homem, e a perspectiva 
científica tende para sínteses muito mais vasta, de natureza 
ecológica, o que põem imediatamente o problema da conciliação 
de método e tipo de investigação ainda muito dispares a própria 
terminologia vária de pais para pais reflectindo tradições 
nacionais e mesmo concepções do tipo política. E esta 
ambiguidade e indeterminação tem de se ter sempre em conta ao 
abordar a interdisciplinaridade. 
 
A interdisciplinaridade é uma das consequências da renovação 
científica do pós-guerra e um resultado metodológico da reflexão 
epistemológica. Isso impediu que estas ciências tentassem definir 
as suas fronteiras disciplinares 
 Assim, se a interdisciplinaridade se tornou uma via de saber 
actual, tornou-se igualmente indispensável pelo menos por agora, 
dada a formação recente das ciências sócias, e do homem, uma 
certa divisão entre elas garantindo a especificidade dos fenómenos 
em estudo. 
A renovação histórica imbrica na contribuição nas outras ciências 
do homem nomeadamente a partir da sua concepção de história 
global; 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 28 
 
Neste sentido, segundo Ferdinard Braudel A Historia torna-se o 
campo de experiencia de muitas hipóteses fornecidas pelas outras 
disciplinas. Por vezes, essa utilização transforma perigosamente o 
conteúdo histórico, o caso da antropologia e etimologia que, 
fornecendo conceitos e explicações culturais arrastam a historia 
para o tempo lento. Porem desta aproximação que surgem a 
renovação da noção do histórico, nomeadamente a longa duração 
por Braudel. A posição assumida pelo a contribuição da 
linguística e da economia são também importantes, mais impõem 
uma historia nova excessivamente quantitativa ou, pela influencia 
da linguística demasiado a tida ao estudo de simbólico. 
Esta nova histórica sujeita-se as novas condições da produção, os 
conceitos adquiridos através das ciências humanas e sócias criam 
o novo “corpus” históricos; os métodos renovam-se, novos 
campos foram percorridos, interroga-se também sobre as 
condições da produção histórica e do agente produtor, o 
historiográfico, recorrendo análise epistemológica. 
Os novos conceitos são as noções operárias de uma ciência que se 
faz a história de hoje precisamos. 
 
Entretanto, as Ciências Sociais e Humanas, em última analisam, 
estudam o mesmo objecto: o Homem, individual, colectivo, em 
estrutura, ou em mudança. Constituem, assim, um universo 
pluralista, mercê da perspectiva de investigação e do tipo de 
métodos utilizados: um universo de conteúdo heterogéneo e de 
fronteiras imprecisas. 
 A HISTÓRIA EA COMPONENTE POLÍTICO-IDEOLÓGICA 
Segundo Foucault citado por Rocha e Seren (Op.Cit.) são as 
praticas sociais que determinam o aparecimento de formas de 
subjectividade que se definem como estruturas epocais do saber; 
praticas essas que, a certa altura, são assumidas e proporcionadas 
pelo poder politico que empunha a "verdade do 
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 29 
 
saber"oficialmente institucionalizado; ou seja, sendo sabido que é 
no desenvolvimento da acção das sociedades que se verifica a 
evolução dos modos de pensar e do próprio aparelho conceptual, 
tornando-se sensível, pouco a pouco, uma evolução da 
mentalidade, é neste momento que o Estado intervém, 
identificando-se com esta mudança e desenvolvendo os novos 
saberes como modelos institucionais, como e o caso do modelo 
cientifico. Isto envolve uma apertada articulação entre a prática 
política e outras práticas de natureza discursiva - teorias, códigos, 
proibições, ideologias, ciência - que Ihe são exteriores. 
Assim, o poder político cria condições políticas, económicas e 
sociais de existência que permitem a formação de sujeitos do 
conhecimento. Os novos modelos de verdade são definidos e 
passam a circular pela comunidade, tornando possível que a sua 
evolução venha influenciar o domínio político e, naturalmente, o 
cientifico. 
 
Uma consequência disto é que pode ser elaborada uma história 
das ciências através da análisedo discurso da relação poder-
saber, nomeadamente através das práticas judiciarias -as formas 
de julgar os homens, desde uma justiça que é aquilo que se tem o 
direito de fazer, à própria essência do poder, até as condições 
político-sociais. 
 
Admitindo que o conhecimento surge como uma invenção do 
homem, e, mais do que uma ruptura, é uma violação do sujeito 
sobre o mundo, e que a razão se define com constituinte a partir 
das práticas sociais, o discurso do saber pode ser estudado não 
como uma teoria mas como um conjunto de práticas sociais. 
Assim, o discurso epocal das práticas sociais e do conhecimento 
pelo homem remete ao seu aproveitamento pelo poder político e 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 30 
 
reflecte-se nas práticas judiciárias. 
 
Em toda a sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo, 
controlada, seleccionada, organizada e redistribuída por um certo 
número de processos que tem por fim conjurar-lhe os poderes e os 
perigos, dominar-lhe o acontecer aleatório, evita-lhe a pesada, a 
temível materialidade. 
 
 
Existindo apenas práticas científicas diferenciadas, o 
conhecimento aparece como uma batalha, uma estratégia. A 
análise dos modelos de verdade que circulam historicamente é 
explicada pela sua instrumentalização pelo poder político. 
É assim que, na Grécia, a caminho de um governo 
democrático onde se afirma o conceito de cidadão se 
impõe o "modelo do inquérito e do testemunho", 
reapresentando as praticas sociais de pesquisa da verdade 
e sendo igualmente o modelo ordenador das praticas 
politicas e judiciais. Este modelo ordenador distingue-se 
igualmente no comportamento e no conhecimento. É a 
definição das ciências. 
 
Segundo Costa (Op.Ct.), a História com H maiúsculo não pode 
ser exercitada como apoio a um projecto político ou a outra 
finalidade qualquer. Muitos bons historiadores falharam por esse 
motivo. Ela é um bem em si, e essa é a melhor forma dela ser 
buscada por quem a deseja. Como a ginástica é boa para o corpo, 
a História é boa para a mente. De nada adianta todo o 
procedimento hermenêutico e arqueológico, de nada serve o 
amoroso preparo consciente de retorno no tempo se não 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 31 
 
apreendemos a História por seu valor intrínseco. Como bem disse 
o filósofo Simon Blackburn (1944), comemos pão e a reflexão 
não coze o pão. Mesmo assim sempre reflectimos, porque 
desejamos compreender-nos. Isso é um bem em si, e esse bem é 
um momento em que nos libertamos das questões práticas da vida 
(BLACKBURN, 2000). E o estudo da História é um momento em 
que nos libertamos da vida presente para nos projectarmos no 
tempo. 
 
Dados sobre História de Moçambique 
A historiografia de Moçambique pode ser percebida como a 
concepção e o modo de fazer história em Moçambique. A mesma 
pode ser estudada ou analisada sob ponto de vista diacrónico. 
Assim, pode-se encontrar características peculiares da historiografia 
em fases distintas. Esta concepção é defendida por José Capela 
(1991), numa abordagem analítica da história em Moçambique. 
Assim, distingue-se: 
-Abordagem da História do período de 1975 a 1990: 
-Abordagem da História do período pós 1990. 
É de salientar que estas datas não são estanques e por conseguinte 
não encerram uma visão absolutamente fechada. Porém, as 
características comuns da concepção da História transmitem o 
agrupamento nesse sentido. 
A abordagem da História desde 1975 a 1990, enquadra-se no 
contexto político, marcado pela independência nacional, portanto, o 
nascimento de uma nação. Notabilizou-se, neste contexto, a ligação 
profunda do governo moçambicano às ideologias marxistas-
leninistas. Uma vez que, independência de Moçambique era vista 
 ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
 32 
 
como Revolução Socialista de Moçambique, enquadrada na visão 
ideológica supracitada e ligada aos pressupostos patrióticos, a 
história teve que ser o veículo de consolidação dos valores da 
independência e da nação. Deste modo, ela caracterizava-se pela 
defesa da criação do Homem novo, e estava ao serviço directo do 
estado Moçambicano e fundamentalmente à nação. Neste sentido 
pode-se afirmar que a situação foi semelhante ao cenário ocorrido 
na Europa na época moderna. Entretanto, investigação não é muito 
profunda, sobretudo no que diz respeito a cultura, religião e a 
economia de Moçambique. 
Em todo o caso, surge uma tendência de trazer fundamentalmente a 
História política, numa abordagem cujos temas aparecem com uma 
certa superficialidade e naturalmente com espaços para ser 
enriquecida. 
Em termos de material escritos, destacam-se os cadernos de 
história, o lançamento da obra de História da Universidade Eduardo 
Mondlane, intitulada História de Moçambique Volume I. entre 
vários ensaios do departamento de História. 
No que diz respeito a pesquisadores da História de Moçambique 
destaca-se Carlos Serra, Aquino Bragança, António Rita Ferreira, 
José Capela, João B. Coelho, entre outros. 
Contudo, a história de Moçambique também foi estudada por 
indivíduos não moçambicanos, e que segundo alguns autores 
apresentaram alguma profundidade nos seus trabalhos relativamente 
aos pesquisadores moçambicanos, A justificação prende-se ao 
contexto político-histórico vivido em Moçambique. Neste sentido, 
destacam-se Malyn Newitte, Rene Pellessier, Gerhard Liesegang, 
Bertil Egero e dupla Abrhamson E Nilson entre outros. 
Porém, depois da década 90, com a assinatura dos Acordos de 
Roma, a entrada em vigor da constituição de 1990, em suma, um 
novo contexto político, a situação da 
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historiografia de Moçambique, sofreu algumas alterações. Surgem 
mais estudos de pesquisadores moçambicanos. Mas em termos de 
linha educacional, continuou-se a ensinar mais a história política do 
que as outras áreas de conhecimentos, nomeadamente económica, 
social e cultural. Assim, surgiram interessantes pesquisas em 
História, elaboradas por Arlindo Chilundo, Joel das Neves Tembe, 
Luís Covane, David Hedges, Amélia Souto, Benigna Zimba, Luís 
Filipe Pereira, Hipólito Sengulane, Alda Saúte, dentre outros por 
publicar. Convém realçar que estes estudiosos tiveram e têm uma 
contribuição extremamente valiosa para a história de Moçambique. 
No entanto, há ainda muitos aspectos por se estudar em 
Moçambique, alguns dos quais deixam transparecer ser bastante 
sensíveis. Neste sentido, temas como a Luta de Libertação, os 
heróis de Moçambique, os reaccionários e revolucionários, Morte 
de Eduardo Mondlane e de Samora, a guerra dos 16 anos, são 
assuntos que aparecem na actualidade cobertos de muitas questões? 
Todavia é preciso ter em conta que a historiografia de Moçambique 
assenta-se nos pressupostos epistemológicos da ciência histórica e 
que apesar de novos dados que aparecem, a investigação deve ser 
aprofundada e não ser tomada de ânimo leve. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática estudamos e discutimos 
fundamentalmente três itens em termos de considerações gerais á 
disciplina de Contabilidade Geral: 
1. Conhecimento ; 
2. Possibilidade de conhecimento 
Dogmatismo 
cepticismo; 
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 34 
 
3. História como forma de conhecimento 
4. Elementos da cientificidade da História 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO1. Porque é que a História é Ciência? 
2. Quando é que a História tornou-se ciência? 
3. Que condicionalismos determinaram o alcance do Estatuto de 
Ciência à História? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA – II: O TEMPO NA HISTÓRIA 
UNIDADE Temática 2.1. A HISTÓRIA E O TEMPO 
Introdução 
 
Bem-vindo a esta unidade bastante importante. Vamos falar sobre o 
tempo em História. Nesta unidade será 
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 35 
 
analisada a dimensão temporal que sustenta a História. Todos nós 
temos falado do Tempo. Muitas vezes este tempo está associado a 
componente de medição. Na física o tempo, por exemplo tem esta 
componente e também está associada ao espaço, e a velocidade, 
etc. Como é que o tempo é visto na nossa ciência - a Historia? Na 
verdade, o tempo foi percebido de diversas formas. Neste sentido 
torna-se pertinente estudá-lo. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
Conhecer a natureza da abordagem temporal em história 
 
Especificamente 
 Explicar a natureza da abordagem temporal em história; 
 Identificar a relação entre a abordagem histórica e a 
componente temporal; 
 Dominar contagem dos séculos e milênio 
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. O TEMPO NA HISTÓRIA 
 
 
Não se estuda a História sem falar do Tempo. Quando se fala do 
tempo a sociedade destaca momentos como o Presente(o período 
que vivemos actualmente); o Passado (O tempo que já vivemos) e 
o futuro (o tempo que ainda vem). A História enquanto ciência 
estuda o passado para compreender o presente e perspectivar o 
futuro. Portanto, esta ciência demonstra a relação profunda entre 
estes momentos. Marc Bloch, historiador francês explica no seu 
livro Introdução a Histórias diz que não se pode compreender o 
presente sem o passado e o passado sem o presente. 
Segundo Ferdinand Braudel, a história processa-se no tempo. 
Contudo, no tempo histórico, existe o tempo social e o tempo 
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cronológico. Assim, o tempo social pode não coincidir com o 
tempo cronológico; a sua duração sequência ou mudanças são 
verificadas a partir de outros fenómenos da mesma espécie, isto é, 
históricos; o tempo dura enquanto se mantiverem certas regenciais 
e significações que lhes dão sentido; o tempo histórico está ligado 
as acções humanas e a sua característica fundamental é não 
ocorrer simultaneamente no mesmo grupo em diferentes 
sociedades. 
 
Ademais, Ferdinand Braudel apresentou a história um modelo de 
tempo dividido em três., utilizando a previsão económica: 
1. Tempo curto, micro história do acontecimento, um 
pouco mais lento “ curta duração” – Trata-se de um 
tempo de acontecimento de superfície, habitualmente 
acontecimentos político que é um tempo de relato, no qual 
não se aprofunda investigação e se mede apenas o tempo 
de acontecimento; 
2. Média duração trata-se do tempo das conjunturas mais 
estudado no campo de economia surge como recitativo de 
variação e mudanças; 
3. O tempo longo, a “longa Duração. A longa duração é o 
tempo de estrutura, nomeadamente da estrutura de 
mentalidades, o tempo que parece invariável em relação as 
outras histórias, que se escoam e realizam mais 
rapidamente e que em suma gravitam em torno dela. 
(Mendes, 1993:154-155) 
 O novo tempo histórico permitiu a nova perspectiva da nova 
história estrutural nomeadamente a partir da publicação de 
Braudel. “ A longa duração”, em 1958. 
A história não é prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o 
historiador é obrigado a ir e voltar no tempo. Ele volta para 
compreender as origens de uma determinada situação estudada e 
segue adiante ao explicar os seus resultados. 
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 37 
 
Ainda na abordagem sobre o tempo existem dois conceitos que devem 
fazer parte do léxico do historiador são eles: A sincronia e a diacronia. 
A sincronia é a abordagem de um facto histórico relacionando-o com 
os factos históricos que coexistiram com ele. Enquanto isso, a 
diacronia é a abordagem de um facto histórico demonstrando uma 
evolução do mesmo em função do tempo 
UNIDADE Temática 2.3. CONTAGEM DO TEMPO EM HISTÓRIA 
 
O tempo em História tem em conta a crença, a cultura e os 
costumes de cada povo. Os cristãos, contam a história da 
humanidade a partir do nascimento de Jesus Cristo. Esse tipo de 
calendário é utilizado por quase todos os povos do mundo. 
O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua 
história é o acontecimento que é considerado o mais importante. 
O ano de 2016, no nosso calendário, por exemplo, representa a 
soma dos anos que se passaram desde o nascimento de Jesus 
Cristo e não todo o tempo que transcorreu desde que o ser 
humano apareceu na Terra, há cerca de quatro milhões de anos. 
Assim, o nascimento de Jesus Cristo é o principal marco em nossa 
forma de registar o tempo. Todos os anos e séculos antes do 
nascimento de Jesus são escritos com as letras a.C. e, dessa 
maneira, então 125 a.C., por exemplo, é igual a 125 anos antes do 
nascimento de Cristo. 
Os anos e séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo 
não são escritos com as letras d.C., bastando apenas escrever, por 
exemplo, no ano 125. 
Veja a seguir alguns exemplos de contagem do tempo. 
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 Milénio: período de 1.000 anos; 
 Século: período de 100 anos; 
 Triénio: período de 3 anos; 
 Década: período de 10 anos; 
 Quinquénio: período de 5 anos;´ 
 Biénio: período de 2 anos (por isso, falamos em bienal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 2.4.Convençoes para contagem do tempo em 
História 
Como identificar ou indicar um século de forma rápida e simples? 
Podemos utilizar operações matemáticas simples. Observe. 
 
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Se o ano terminar em dois zeros, o século corresponderá ao (s) 
primeiro (s) algarismo (s) à esquerda desses zeros. Veja os 
exemplos: 
Se o ano não terminar em dois zeros, desconsidere a unidade e a 
dezena, se houver, e adicione 1 ao restante do número, Veja: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática estudamos e discutimos 
fundamentalmente 
 O tempo na História enquanto ciência 
 A contagem do tempo 
ANO SÉCULO 
Ano 900 Século IX 
 Ano 1800 Século XVIII 
Ano 2000 Século XX 
ANO COMO DETERMINAR SÉCULO 
Ano 4 0+1= 1 Século I 
Ano 90 0+1= 1 Século I 
Ano 325 3+1=4 Século IV 
Ano 1885 18+1=19 Século XIX 
Ano 1998 19+1=20 Século XX 
Ano 2001 20+1=21 Século XXI 
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 40 
 
 As convenções param a contagem do tempo; Reflectimos 
sobre as diversas abordagens sobre a temporalidade na 
História. Aprendemos a trabalhar com as variáveis 
temporais. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
1. Ate que ponto pode considerar que a Historia não é prisioneira do 
tempo cronológico? 
2. Como se explica as abreviaturas aC na contagem do tempo em 
História?ISCED CURSO: ENSINO DE HISTÓRIA; 10 Ano Disciplina/Módulo: EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA 
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TEMA – III: A TEORIA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM 
HISTÓRIA: MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO EM HISTÓRIA 
UNIDADE TEMÁTICA 3.1. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO EM 
HISTÓRIA 
Introdução 
Como já foi demonstrado, o suporte de qualquer ciência 
enquanto área de produção do conhecimento, assenta-se na 
dimensão metodológica. Portanto, o método é uma 
componente basilar. 
Ao terminar este tem deverá ser capaz de: 
 Conhecer a componente metodológica utilizada para a 
produção do conhecimento histórico; 
 Explicar a heurística da Hermenêutica. 
Método 
O que entende por método? Há relação entre o método e a 
metodologia? 
A palavra metodologia vem de método. O Método é o conjunto de 
procedimentos que nos fazem chegar ao conhecimento histórico. 
Como se produz o conhecimento Histórico. Atenção, as 
informações a seguir são os fundamentos de um investigador ou 
cientista na área de história. Então vamos aprender os passos. 
Antes de tudo, temos que dominar a nossa inquietação, ou seja, o 
que é que pretendemos saber, o investigar. De seguida temos que 
procurar as fontes e trabalhar as fontes. O trabalho com as fontes 
implica duas fases nomeadamente a Heurística que é a procura e 
a selecção das fontes e a Hermenêutica também conhecida por 
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 42 
 
crítica histórica. 
A escolha das fontes é o primeiro passo científico – o mais difícil 
e perigoso. Com as fontes, o historiador constrói uma realidade 
histórica que pode estar mais ou menos distantes dos traços 
deixados para o momento que se estuda. A fonte não surge como 
um dado; é o historiador que constitui o dado, interpretando a 
fonte, dando-lhe um anexo no universo novo reconhecimento 
histórico. No século XIX, Na história tradicional, o documento 
era um dado que permitia descobrir um facto histórico, 
constituído pelo historiador; o facto histórico era o objecto 
histórico. 
No século XX, a história nova alargou a noção do objecto: 
historia global que se pretende total, história de estrutura e não 
relativa de acção de certos homens definem objecto histórico 
como “o conhecimento do passado dos homens tal como ele é 
aprendido e representado pelo historiador.” O objecto histórico é 
uma construção, uma representação do sujeito que conhece 
representação coerente, integrada numa sucessão e no espaço. O 
objecto da historia existe, mas indeterminado, intocado, quanto 
ele é apreendido, é – ou como conhecimento, foi reformulado pelo 
homem que o investiga – a historia não ressuscitou o passado que 
– refere a Marc Bloch – nada consegue modificar porém, o seu 
conhecimento é coisa em progresso e nem ininterruptamente se 
transforma. O Objecto histórico alarga em função em evolução da 
técnica do conhecimento histórico e do discurso ideológico da 
época do historiador. Por que o historiador faz a história, define o 
objecto de investigação de acordo com a sua experiencia, a 
linguagem, o meio social e politico onde se situa. 
UNIDADE Temática 3.2. Crítica em História 
A crítica histórica se desdobra em duas fases. A primeira é a fase 
da crítica externa e a segunda fase é a da crítica interna. 
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A crítica externa tem como objectivos garantir a autenticidade e a 
proveniência do documento, isto é, reconstituição data, forma do 
documento, o material, etc); 
-Enquanto isso, a crítica interna consiste na análise o testemunho, 
o conteúdo, a sua credibilidade, a sinceridade, exactidão. Este 
assunto será desenvolvido mais adiante. Contudo deve-se ter em 
conta que o modelo, provém da concepção do positivismo no 
século XIX. Assim, a crítica histórica era o centro do método 
histórico. Aliás foi este facto que oferecia História algum espaço 
no mundo das ciências. Refira-se igualmente que a metodologia 
deste período incidia-se sobretudo aos documentos escritos. 
Actualmente, o método foi alargado a outros campos para além do 
documento escrito. Recorre-se também aos métodos de datação 
como carbono catorze e outros métodos de radioactividade. 
Acrescente-se também o recurso à estatística, a construção de 
gráfico, ou seja, a metodologia histórica recorre a 
interdisciplinaridade. 
De um modo geral, as pré-respostas ou hipóteses relativas ao 
questionamento que formulamos a priori, para dar inicio a 
investigação, dá lugar o trabalho heurístico. Deste modo, o 
historiador recolhe e selecciona as fontes. Na sequência temos a 
fase da crítica. Esta fase apresenta-se como muito exigente. É 
necessário que haja testemunhos divergentes. Mais do que a 
crítica de credibilidade, a partir da sinceridade e da exactidão 
torna-se relevante mas uma análise ideológica. 
Para terminar, é necessário que o investigador em História faça 
um esforço para um posicionamento baseado na Objectividade. 
Isto significa que deve haver um foco na investigação de modos a 
que sejam apresentados informações verdadeiras, coerentes e não 
influenciadas propositadamente pelo investigador. A verdade 
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científica deve ser o principal compromisso do Historiador. 
 Crítica Externa na metodologia da História 
Antes porém, é bom que se refira que a Critica externa é 
fundamentalmente usada para documentos escritos. Aliás, ao 
longo da história a preponderância que se deu aos documentos 
escritos, apesar de ter sido negativo nalguns aspectos, conferiu a 
existência do rigor na História. Na Critica externa também 
chamada por crítica de autenticidade, procuram-se respostas para 
as seguintes questões: 
. Trata-se de um documento original ou de uma cópia? 
. E um documento fidedigno ou apresenta falsidades? 
 
No entanto é preciso prestar atenção para a complexidade que 
algumas destas questões envolvem. Por exemplo: um documento 
original pode conter falsidades ou, inclusivamente, ser falso. Ao 
invés, uma copia pode reproduzir perfeitamente um original e ter 
quase o mesmo valor que aquele, em particular se o original já 
tiver desaparecido. 
 
Entretanto, a crítica externa pode ainda subdividir-se em dois 
tipos: 
Critica de proveniência e critica de restituição. 
A) Critica de proveniência 
A crítica de proveniência ajudar a responder ao seguinte 
questionário: 
. Quem redigiu o documento? 
. Quando e onde? 
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. Como? 
. Por que vias o documento nos chegou? 
 
Algumas vezes, o investigador, pelo menos aparentemente, tern a 
tarefa facilitada. Isso sucede quando, no documento, se menciona 
expressamente: 
. O autor; 
. O local e a data de elaboração. 
Facilitará o trabalho o facto de o documento se encontrar no lugar 
esperado. Estarão, nas circunstâncias mencionadas, os 
documentos de certas instituições, caso apresentem os elementos 
indicados e existam nos respectivos arquivos. Todavia, mesmo 
nesses casos, há que adoptar a dúvida metódica cartesiana, para 
averiguar se os dados se adequam a realidade. Como explica 
Colingwood citado por Mendes (OP. Cit.), o historiador é critico, 
mas não céptico pois um critico é uma pessoa apta e disposta a 
reconstruir, para si, os pensamentos de outros para verificar se 
foram pensados correctamente, ao passo que um céptico e uma 
pessoa incapaz de fazer isso. 
 
Com efeito, mesmo

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