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ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO NASF

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São Luís 
2020 
 
 
 
 
DARIO DE MORAIS SILVA 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE 
NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA 
 
 
 
 
 
 São Luís 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE 
NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA (NASF) 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
fisioterapia. 
Orientador: RAYSSA ARAÚJO 
 
 
 
DARIO DE MORAIS SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DARIO DE MORAIS SILVA 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE 
NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
fisioterapia. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor (a) 
 
 
Cidade, dia de mês de ano (Fonte Arial 12) 
Substitua as palavras em vermelho conforme o 
local e data de aprovação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é uma conquista que teve a 
benção de Deus e é a Ele que dedico 
cada palavra que ele contém. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço a Deus em primeiro lugar, por me capacitar e mostrar que 
posso sempre ir além do que imagino, e permitir que não desistisse, 
colocando em minha vida o desejo de realizar este trabalho. 
 Agradeço também a minha mãe: Maria Elizete por sempre ter 
acreditado e mim 
 Todos os meus professores que me ensinaram que o ser humano é 
uma obra prima de Deus, que antes de tudo, para ser um bom 
profissional, preciso ser uma boa pessoa. 
 Também agradeço a minha prima Mayrane que sempre me ajudou 
com sua vasta experiência desde o início deste projeto de pesquisa 
 A todos os meus amigos do curso de graduação que compartilharam 
dos inúmeros desafios que enfrentamos, sempre com o espírito 
colaborativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A maior recompensa para o trabalho do 
homem não é o que ele ganha com isso, 
mais o que ele se torna com isso.” 
John Ruskin 
 
 
 
 
 
SILVA, Dario Morais. A Atuação do fisioterapeuta no grupo de apoio a saúde da 
família. 2020. 36 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em 
fisioterapia) – Pitágoras, São Luís, 2020. 
 
RESUMO 
 
O SUS foi uma das grandes criações brasileiras instituídas na Constituição 
brasileira, que ao longo dos anos passou por importantes avanços, no sentido de 
ampliar o atendimento para mais regiões do país e sempre levar atendimento com 
qualidade às pessoas. O caráter interdisciplinar do sistema possibilitou a inclusão de 
diferentes áreas da saúde no atendimento à população, possibilitando a criação de 
uma nova concepção sobre a saúde, visando à totalidade dos indivíduos. Assim, a 
fisioterapia tem cada vez mais ganhada espaço e se constituindo na atenção básica 
e principalmente no Núcleo de Apoio a Saúde Familiar, agregando conhecimentos 
para outras áreas e sempre agregando conhecimento para a própria área. Por ser 
uma profissão caracterizada por ser generalista, possui um campo de atuação 
bastante abrangente, atuando não somente na reabilitação de pacientes, mas 
também atuando na prevenção e na educação. Esses elementos têm sido 
essenciais, visto que o mundo tem lidado com um amplo desafio em relação às 
doenças crônicas, que têm se ampliado, gerando impactos diretos sobre a qualidade 
de vida da população. Mediante essas questões, é importante discutir como vem se 
dando o papel do fisioterapeuta no Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Para isso 
foi realizado uma pesquisa de literatura, onde foram selecionados artigos científicos 
em diferentes bases de dados. Entre elas estão a Biblioteca Eletrônica Científica 
Online (Scielo), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
(Lilacs), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entre outros. Também foram 
selecionados estudos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. 
 
Palavras-chave: Atenção básica em saúde; Núcleo de apoio a saúde da família; 
Fisioterapia; Fisioterapia Saúde Pública; 
 
 
 
 
 
 
SILVA, Dario Morais. The performance of the physiotherapist in the family health 
support group (NASF). 2020. 36 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em fisioterapia) – Faculdade Pitágoras, São Luís, 2020. 
ABSTRACT 
The SUS was one of the great Brazilian creations instituted in the Brazilian 
Constitution, which over the years has undergone important advances, in order to 
expand care to more regions of the country and always bring quality care to people. 
The interdisciplinary character of the system allowed the inclusion of different areas 
of health in the care of the population, enabling the creation of a new conception 
about health, aiming at all individuals. Thus, physical therapy has increasingly gained 
space and is constituted in primary care and especially in the Family Health Support 
Center, adding knowledge to other areas and always adding knowledge to the area 
itself. Because it is a profession characterized by being a generalist, it has a very 
comprehensive field of activity, acting not only in the rehabilitation of patients, but 
also acting in prevention and education. These elements have been essential, since 
the world has dealt with a broad challenge in relation to chronic diseases, which have 
expanded, generating direct impacts on the quality of life of the population. Through 
these questions, it is important to discuss how the role of the physiotherapist has 
been being played in the Family Health Support Center. For this, a literature research 
was carried out, where scientific articles were selected in different databases. These 
include the Online Electronic Scientific Library (Scielo), Latin American and 
Caribbean Health Sciences (Lilacs), Virtual Health Library (VHL), among others. 
Studies from the World Health Organization and the Ministry of Health were also 
selected 
 
Key-words: Primary health care; Family health support center; Physiotherapy; 
Physiotherapy Public Health; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 - Práticas dos profissionais do NASF.............................................28 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
NASF Núcleo de apoio a saúde da família 
AB Atenção Básica 
PSF Programa da saúde da família 
SUS Sistema Único de Saúde 
APS Atenção Primária à Saúde 
ESF Estratégia Saúde da Família 
PNAB Plano Nacional de Atenção Básica 
BVS Biblioteca Virtual em Saúde 
OMS Organização Mundial da Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 
 
2. POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO BRASIL ................................................. 15 
 
3. NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) ...................................... 20 
 
4. ATRIBUIÇÕES DO FISIOTERAPÊUTA NA SAÚDE DA POPULAÇÃO......... 22 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 35 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) emergiu juntamente com a Constituição 
brasileira em 1988, sendo considerada uma das mais importantes conquistas para a 
população brasileira, tendo em vista que possibilitou levar à saúde as pessoas. 
Importante salientar que a consolidação do sistema se deu ao longo do tempo, e 
nesse processo foram reformuladas as práticas e incluídos profissionais dediferentes áreas de atuação, de forma a promover saúde e atendimento com 
qualidade. 
O SUS pauta-se pelos princípios da integralidade, universalidade e equidade 
que devem ser traduzidos em ações efetivas que implicam na construção de práticas 
de promoção e prevenção, isso de forma multidisciplinar, adotando prática 
humanizada, dedicada ao cuidado integral e interdisciplinar por meio do 
acolhimento, vínculo e responsabilização, além de planejamento e gestão do 
cuidado com foco na comunidade. 
Essa estrutura, portanto, permite que as práticas sejam mais globais, no 
sentido de possibilitar um atendimento e uma concepção sobre o indivíduo mais 
abrangente, indo além de uma concepção biológica de indivíduo. Além disso, 
possibilitou que o sistema fosse expandido, ganhando capilaridade por diversas 
regiões do país. 
E isso tem sido fundamental, principalmente pelo fato de que a população 
aumentou consideravelmente, e ao mesmo tempo, tem sido cada vez mais 
observado o aumento de doenças crônicas, que são causas de mortes e também de 
prejuízos funcionais que impactam negativamente sobre a qualidade de vida das 
pessoas (OMS, 2019). 
Tais problemas vêm gerando imensos desafios à saúde pública, e há 
importante necessidade de se intervir sobre determinantes que prejudicam a saúde 
individual e também da família. A fisioterapia nesse processo é fundamental, pelos 
objetivos de manter, desenvolver, preservar e restaurar a integridade de órgãos, 
sistemas e/ou funções (NEVES e ACIOLE, 2011; MENEZES, 2011). 
É essencial uma visão mais sistêmica para que se possa ir além da simples 
ausência da doença. A fisioterapia que foca seu conhecimento somente na doença, 
 
 
 
 
 
14 
não produz saúde, e se ela fica reduzida em níveis individuais de atenção, perde a 
sua essência (SILVA e SILVEIRA, 2011). 
Nesse sentido, é importante que o profissional seja inserido de fato nas 
práticas interdisciplinares, para que possa agregar conhecimento ao grupo de 
atuação, assim como também agregar em suas próprias práticas, novo formas, 
procedimentos e entendimentos sobre o abrangente campo de saúde. 
O Fisioterapeuta dentro do NASF pode atuar na prevenção, recuperação e 
reabilitação fisioterapêutico tendo como objetivo o aspecto importante para a saúde 
pública do Brasil, trazendo melhoria e qualidade de vida da população. Buscando 
sempre como proposta ações como: visitas domiciliares, atendimento individual, 
participação de palestras, trabalhos em grupos, atividades educativas realizadas 
pela equipe de saúde voltada aos pacientes das unidades básica de saúde. 
Compreendendo o Núcleo de Apoio a Saúde (NASF) como sendo 
fundamental na expansão das respostas aos problemas de saúde da população por 
meio da atenção básica, é importante se discutir como o profissional de fisioterapia 
se insere nessas práticas (BRASIL, 2017). Desse modo, o trabalho tem como 
objetivo discutir e analisar a atuação do fisioterapêuta no NASF. Para isso foi 
realizado uma pesquisa de literatura, onde foram selecionados artigos científicos em 
diferentes bases de dados. 
Entre elas estão a Biblioteca Eletrônica Científica Online (Scielo), Literatura 
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Biblioteca Virtual em 
Saúde (BVS), entre outros. Também foram selecionados estudos da Organização 
Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Como critério de inclusão dos estudos, 
considerou-se a relevância com o tema e também prioridade a produções mais 
recentes, publicadas nos últimos dez anos, sendo também necessário retomar a 
produções mais antigas. 
A estrutura do estudo pauta-se numa abordagem conceitual e história do 
SUS, bem como do NASF, além de discutir e identificar as atribuições gerais e 
específicas do fisioterapeuta, tanto fora do núcleo de apoio familiar quanto dentro do 
núcleo de apoio compondo as equipes multidisciplinares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
2. POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO BRASIL 
 
 Em 1988, ao ser promulgada a Constituição da República Federativa do 
Brasil, dava-se início às esperanças importantes à população brasileira, 
principalmente no campo da saúde, que sempre foi um grande desafio nacional. A 
saúde é um direito constitucional, e está expresso no artigo 6º, onde estabelece 
como direitos fundamentais a educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, 
previdência social, proteção à maternidade e à infância (BRASIL, 1988). 
 Nesse sentido, entre alguns direitos fundamentais, está o direito à saúde, 
considerado uma conquista do movimento da Reforma Sanitária, refletindo na 
criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda na Constituição, no seu artigo 196, 
a saúde é compreendida como direito de todos e dever do Estado, garantindo 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e 
de outros agravos (BRASIL, 1988; NÚÑEZ NOVO, 2019). 
 Ao abordar o SUS e sua importância em todo esse processo de garantia do 
Estado à saúde, também se faz necessário mencionar que este sistema foi edificado 
com a finalidade de disponibilizar uma estrutura maior e com ramificações por todo o 
país, por meio do fortalecimento dos hospitais e também da criação de postos de 
saúde (NÚÑEZ NOVO, 2019). 
 Esse processo de implementação e estruturação da saúde no país, foi sendo 
ampliado no decorrer dos anos, e em 1990 foi elaborada a Lei Orgânica de Saúde 
(LOS, Lei 8.080), que trouxe em seu artigo 2º a saúde como ‘’(...) um direito 
fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis 
ao seu pleno exercício’’ (BRASIL, 1990). 
 Essa lei, que foi regulamentada pelo Decreto nº 7.508/2011, é responsável 
pela regulação em todo Brasil das ações e serviços de saúde. O Decreto em 
questão é tido importante pelo fato de se referir à organização do SUS, no que 
concerne ao seu planejamento e assistência à saúde, além de proporcionar maior 
articulação interfederativa.( BRASIL, 2011) 
 Isso é fundamental, em especial no Brasil, caracterizado por ser um país de 
dimensão intercontinental, com regiões que apresentam realidades diversas no que 
tange aos espaços geográficos, além de diferenças sociais e econômicas 
marcantes. Mediante essa realidade, as práticas de saúde devem ser planejadas de 
 
 
 
 
 
16 
acordo com as especificidades culturais, econômicas e sociais dos diferentes 
territórios. 
 Nesse sentido, o SUS é um Sistema descentralizado de saúde, que é 
composto além da União, pelos Estados e Municípios, que organizam e também 
integram as ações voltadas para a prestação de serviços nas regiões, com 
definições sobre responsabilidades, metas e indicadores, além de critérios de 
avaliação de desempenho, recursos financeiros e também formas de controle de sua 
execução. ( BRASIL, 2011) 
Portanto, o Sistema único de saúde é integrado por ações e serviços públicos 
de saúde, prestado por órgãos e instituições públicas das três esferas de governo, 
de administração direta e indireta e fundações mantidas pelo poder público. 
Complementa ainda que dentro dessa complexa estrutura de organização, existem 
ações individuais e coletivas que operam no sentido da promoção, prevenção, 
diagnóstico, tratamento e reabilitação. É possível citar ainda serviços que são 
prestados na esfera ambulatorial, hospitalar e conjuntamente nas unidades de apoio 
diagnóstico e terapêutico. Intervenções de caráter fiscalizador e controle de 
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, sangue e 
hemoderivados de equipamentos de saúde também estão inseridos no conjunto de 
ações do SUS. (ESCOREL, 2008) 
Zanin (2016) também complementa sobre o caráter de sistema avançado do 
SUS, que abarca princípios e diretrizes que norteiam a sua efetivação, construídos 
na contramão das tendências hegemônicas de saúde. É um serviço promovido 
visando a universalidade no acesso, na igualdade na assistência à saúde, a 
integralidade da assistência, a participação da comunidadee a descentralização 
político-administrativa, cuja diretriz inclui a hierarquização por níveis de atenção e a 
regionalização no sentido geográfico. 
 É importante considerar que os princípios e diretrizes do SUS foram 
edificados em meio a muitas resistências de concepções, e também por essa razão 
é fundamental entender que o sistema é um processo de anos, que veio sendo 
ampliado, modificado e bastante estudado, buscando sempre melhorar o 
atendimento, sem perder de vista os desafios que ainda emergem na sociedade. ( 
ZANIN, 2016) 
 
 
 
 
 
17 
 Junto ao SUS, avançou também as áreas de saúde e todas as profissões que 
se inserem neste campo. Nesse sentido, reforça-se a ideia de que o SUS aceita e 
necessita de diferentes profissionais, favorecendo assim ao campo multidisciplinar, 
que busca levar aos cidadãos atendimentos variados. Essa concepção busca 
superar o modelo assistencial biomédico pela construção de práticas em saúde com 
base numa visão mais dimensional em relação ao ser humano (CECÍLIO, 2006, p. 
118). 
 Essa ‘’nova’’ concepção também vai ao encontro de uma importante diretriz, 
referente à integralidade do SUS, que segundo Viegas e Penna (2013), é um 
conjunto de noções que são pertinentes a uma assistência ampliada, com 
articulação das ações dos profissionais. Desse modo, também é importante 
considerar mais dois pilares que sustentam esse princípio, que é a intersetorialidade 
e a interdisciplinaridade. 
 Raichelis, Nogueira e Mioto (2007) ponderam sobre a interdisciplinaridade, 
pilar este que é fundamental, pois por meio de equipes compostas por diferentes 
profissionais, diferentes saberes e práticas são integrados visando o cumprimento de 
um mesmo objetivo profissional, bem como construindo novas possibilidades, por 
meio de uma intervenção e interação coletiva. 
 Desse modo, existe um processo importante de integração entre saberes 
profissionais que enriquecem o sistema e as práticas profissionais, e podem assim 
possibilitar uma intervenção mais bem tendenciosa aos cidadãos, concebidos em 
suas totalidades e integralidades. Acerca da intersetorialidade, essa refere-se a 
articulação da política de saúde com outras políticas, como exemplo as políticas de 
habitação, assistência social, educação, entre outras (VIEGAS e PENNA, 2013). 
 Portanto, ao realizar uma reflexão em relação a todo esse processo de 
implementação do SUS, baseado em princípios e diretrizes, observa-se que há um 
esforço relevante no sentido de promover uma saúde cada vez mais integrada, cuja 
concepção de saúde seja mais abrangente, de forma a romper com paradigmas 
reducionistas da saúde. 
É sob essa lógica que o NASF é criado, na garantia de reinserção de diversas 
categorias profissionais na AB tendo em vista sua não inclusão na Estratégia Saúde 
da Família (ESF). 
 
 
 
 
 
 
18 
2.1 MULTIDISCIPLINARIDADES NO CAMPO DA SAÚDE 
 
 A área da saúde é um dos campos que mais avançam, em função das novas 
concepções de ensino, aprendizagem e formação de um modo geral. Face às 
mudanças, o ser humano vem sendo observado de uma nova forma, como sujeito 
inserido em realidade diversa, onde o meio tem impacto importante sobre a sua 
saúde, assim como suas condições sociais, econômica e cultural de um modo geral. 
( RIBEIRO, 2004) 
 Essa breve reflexão, leva também ao entendimento de que a saúde, ou 
especificamente os profissionais da área da saúde, ao intervirem sobre a vida do 
paciente, devem considerar as diferentes questões do ambiente. Desse modo, há 
críticas importantes no que tange à formação do profissional da saúde, que 
repercute diretamente sobre a qualidade de atuação, ou a forma que ele intervém. 
 Sobre isso, Bispo, Tavares e Tomaz (2014) compreendem que o modelo 
pedagógico de ensino em saúde incentiva a especialização precoce, com uma 
formação voltada para uma abordagem biologicista e medicalizante. Mediante essa 
visão, há determinadas deficiências no campo da saúde que ainda precisam ser 
superadas, visando não somente o combate à doença, mas principalmente a 
qualidade de vida dos indivíduos, entendendo que esse conceito é bastante 
abrangente. 
 Diante dessa concepção de totalidade e integralidade do indivíduo, há 
também uma compreensão de que as intervenções profissionais devem se dar de 
forma conjunta ou integrada, tendo em vista que isso pode potencializar as 
intervenções e ao mesmo tempo proporcionar um espaço de criação e construção 
de novas possibilidades de práticas e ações. 
 Nesse sentido Bispo, Tavares e Tomaz (2014) compreendem que a 
interdisciplinaridade se apresenta como uma possibilidade para uma nova postura, 
tendo em vista que o aprofundamento dos conhecimentos científicos e os avanços 
técnicos não são suficientes para satisfazer a amplitude de possibilidades que a 
área da saúde necessita. 
 Para a compreensão deste conceito, é importante entender que disciplina se 
restringe, no campo da saúde, a uma determinada área de intervenção, logo a 
interdisciplinaridade seria a interação entre as disciplinas. Assim, a 
 
 
 
 
 
19 
interdisciplinaridade é o encontro de diferentes disciplinas, e isso cabe tanto numa 
perspectiva pedagógica ou epistemológica, para a construção de um novo saber. 
 Este saber por sua vez é produzido pela interseção dos diferentes saberes e 
disciplinas. Uma visão interdisciplinar deve estar presente tanto no campo da teoria 
como também no campo da prática, social, pedagógica ou de pesquisa. Face essas 
considerações, a integralidade é um eixo condutor dos processos de mudanças para 
uma ruptura de valores tradicionais na saúde, como a fragmentação da atenção e do 
cuidado às pessoas. ( TOMAZ, 2014) 
 Como forma de atenuar a fragmentação da assistência, Viegas e Penna 
(2015) ponderam que o trabalho em equipes multidisciplinares foi acertadamente 
traduzido no SUS com propriedade para a Atenção Primária à Saúde (APS), se 
constituindo também como relevante na Estratégia Saúde da Família (ESF), com a 
atuação de profissionais pertencentes à diferentes campos da saúde. 
Os autores também destacam a relevância da interdisciplinaridade na formulação do 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que atua de forma integrada e apoia 
os profissionais da ESF, ou mesmo dos municípios que não possuem o NASF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
3. NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) 
 
 O sistema de saúde público brasileiro é fruto de um processo longo e histórico 
de reivindicações frente às necessidades múltiplas no campo da saúde. Foram 
avanços importantes que vieram no sentido de dar mais capilaridade no atendimento 
à sociedade, isso de forma multidisciplinar. Um dos avanços importantes é Núcleo 
de Apoio à Saúde da Família (NASF), que teve origem no Ministério da Saúde a 
partir do ano de 2003 (ZANIN, 2016). 
 O objetivo do NASF, segundo o Ministério da Saúde (2014), foi o de ampliar a 
resposta aos problemas de saúde da população através da atenção básica, bem 
como buscar o avanço na definição de formatos organizativos e de dinâmicas de 
funcionamento mais efetivas. Zanin (2016) complementa que o NASF é constituído 
de uma equipe multiprofissional, com profissionais pertencentes a mais de 40 
profissões ou especialistas. 
Assim, a organização dos processos de trabalho dos NASFs, tendo sempre 
como foco o território sob sua responsabilidade, deve ser estruturada 
priorizando o atendimento compartilhado e interdisciplinar, com troca de 
saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência 
para todos os profissionais envolvidos, mediante amplas metodologias, tais 
como estudo e discussão de casos e situações, projetos terapêuticos, 
orientações e atendimento conjunto etc. Sendo assim, é necessário que os 
profissionais do núcleo assumam suas responsabilidades em regime de 
cogestão com as Equipes de SF e sob a coordenação do gestor local, em 
processos deconstante construção. (RODRIGUEZ, 2010. p. 264) 
 
Conforme traz o Ministério da Saúde (2014), o comprometimento do NASF 
além de ser importante no apoio a determinados número de equipes de saúde da 
família, visa promover mudanças de atitudes e também de atuação dos profissionais 
da saúde da família, o que inclui as ações de setores e também de diferentes 
profissionais, buscando assim uma intervenção em todos os sentidos e processos de 
atendimento básico e avançado. 
 Cita-se nessas competências o trabalho de promoção, prevenção, 
reabilitação, saúde, humanização de serviços, educação permanente, promoção da 
integridade e da organização do território. Segundo o Plano Nacional de Atenção 
Básica (PNAB, 2012), os NASF devem contribuir para a integralidade do cuidado 
aos usuários do SUS, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de 
intervenção sobre problemas e necessidades de saúde. 
 
 
 
 
 
21 
Nesse sentido, percebe-se que existe uma preocupação no aperfeiçoamento do 
atendimento profissional, de forma a considerar também as demandas da 
população, por meio de uma intervenção integrada. O Ministério da Saúde (2014) 
recomenda que os profissionais escolhidos para os grupos de atuação que integram 
o NASF, sejam realizados a partir de uma leitura da realidade local e do território, 
considerando a situação epidemiológica e social, as necessidades de apoio 
apresentadas pelas equipes de atenção básica.( BRASIL; 2014) 
 Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o processo de implantação de 
um NASF no município é iniciado por meio da elaboração de um projeto que 
proporcione informações em relação à região, bem como as necessidades 
identificadas pelas equipes de saúde da família, pela população como um todo e 
juntamente com a gestão. É a partir desse entendimento e do levantamento das 
informações que as categorias de profissionais são definidas para compor o NASF. 
(BRASIL, 2014) 
 Portanto, o NASF assume um papel relevantes de atendimento que em tese 
busca estar em conformidade com as necessidades da população e das regiões. 
Volponi, Garanhani e Carvalho (2015) defendem o NASF como um dispositivo de 
mudanças que possuem grande potencialidade de criação de novas técnicas em 
saúde. 
 Há também desafios importantes em relação ao NASF, principalmente no que 
diz respeito a uma mudança na cultura organizacional do SUS. Zanin (2016) também 
pondera sobre outros estudos acerca do NASF, que se mostra como uma 
possibilidade de transformação, em vista de sua potencialidade sobre a capacidade 
de criação de novas maneiras de intervir sobre a saúde da população, 
proporcionando ao mesmo tempo novos arranjos institucionais. Ao mesmo tempo, 
compreende-se que essas potencialidades favorecem de um modo geral para 
melhorias no atendimento básico à população e também para aperfeiçoamento do 
SUS, que ganha com novas abordagens e visões profissionais, que agregam 
experiências e práticas de seus cotidianos nas diferentes demandas regionais e 
populacionais, que refletem a dimensão nacional e suas peculiaridades. ( ZANIN, 
2014) 
 
 
 
 
 
 
 
22 
4. ATRIBUIÇÕES GERAIS DO FISIOTERAPÊUTA NA SAÚDE DA POPULAÇÃO 
 
 O SUS apresentou ao longo dos anos importantes avanços nos objetivos de 
universalização da saúde, bem como na descentralização e consequentemente na 
ampliação de cobertura dos serviços de saúde. Entretanto, existem ainda muitos 
desafios em relação a garantia da qualidade, equidade e na resolubilidade da 
assistência ambulatorial e assim como pré-hospitalar (NAVES e BRICK, 2011). 
 Dentro desses desafios, há também de acordo com alguns autores, a 
carência de profissionais habilitados para prestar assistência integral em saúde 
(NAVES e BRICK, 2011; MAIA et al., 2015). Como já mencionado, o SUS propõe um 
modelo de assistência integral em saúde, enfatizando a atenção primária e a 
promoção da saúde (VIEGAS e PENNA, 2015). 
 Essa atenção integral vai ao sentido da promoção de um atendimento que 
contemple as necessidades globais dos pacientes, visando a questão do bem estar 
completo, com atenção importante para a prevenção de doenças e agravos. Nesse 
contexto de saúde da população, tem sido cada vez mais exigido dos profissionais 
da saúde saberes específicos e ao mesmo tempo um olhar mais ampliado para a 
saúde, além de um olhar mais sensível no que tange às dimensões humanas. ( 
BRASIL , 2017) 
 A fisioterapia é uma área importante no campo da saúde, com uma formação 
generalista consistente, habilitando o profissional a atuar no atendimento à diversas 
áreas da saúde e nos diversos níveis de atenção: primária, secundária e terciária 
(MAIA et al., 2015). Destaca-se que essa formação se ampliou em função das novas 
necessidades que emergiram no campo da saúde. 
 Neves e Aciole (2011) abordam nesse sentido que até a década de 1980, a 
atuação do fisioterapeuta estava restrita à recuperação e à reabilitação de pacientes. 
Entretanto, a partir desta década, esse campo disciplinar passa a incorporar a 
promoção e prevenção da saúde da população como área de atuação, estando, 
portanto, incorporados nas estruturas curriculares de formação. 
 De um modo geral, esses profissionais estão habilitados a intervir na 
prevenção de doenças, tratamentos, na referência e contrarreferência e na 
educação e promoção à saúde, sendo esta última à base prioritária em saúde 
 
 
 
 
 
23 
pública (MAIA et al., 2015). Assim, salienta-se que a atuação do profissional 
fisioterapeuta não se restringe apenas ao campo curativo e da reabilitação. 
Sua atuação e ações vão também ao sentido da prevenção, educação pela 
saúde, além da intervenção domiciliar que propicia uma melhora na qualidade de 
vida do paciente (AVEIRO, 2011). Atualmente esse papel da prevenção e promoção 
da saúde tem sido cada vez mais fundamental, principalmente pelas mudanças de 
hábito da população. 
 Fora a isso, os fisioterapeutas devem atuar na prevenção de doenças e maus 
hábitos que possam impactar de forma negativa na qualidade de vida dos 
indivíduos, na medida em que há um vasto campo de atuação na saúde pública, 
dentro das regionalidades e especificidades encontradas (CRUZ et al., 2010). 
O profissional que atua no sentido de promover e prevenir deve considerar 
que existem diversos fatores que podem influenciar na saúde e na qualidade de 
vida, tais como natureza comportamental, educacional, social, econômica, biológica, 
físico-química, entre outras (BISPO JÚNIOR, 2010). 
A sua atuação no âmbito da saúde pública não se dá de forma 
individualizada, quando se trata de saúde pública. A identificação dos riscos e 
intervenções do profissional se dá em equipe multidisciplinar de outras áreas. Baú e 
Klein (2009) complementa que a intervenção deste profissional beneficia 
diretamente diferentes setores da sociedade. 
Os autores ainda citam diversas atividades que podem ser realizadas por este 
profissional, como avaliações das funções musculoesqueléticas e ergonômicas, bem 
como prescrição da conduta terapêutica, planejamento de estratégias de 
intervenção, com definição de objetivos, condutas e procedimentos, além de 
participação na elaboração de programas de qualidade de vida e principalmente 
educação em saúde. 
 Mediante estes argumentos, é possível perceber que a presença do 
fisioterapeuta nos programas de atenção básica é de suma importância, sendo o 
próprio Ministério da Saúde reconhecedor da relevância da saúde funcional em 
atenção primária à saúde. 
 
4.1 DESAFIOS DA FISIOTERIA NA SAÚDE FUNCINAL DOS PACIENTES 
 
 
 
 
 
 
24 
 Conforme introduzido ao longo da discussão, o SUS foi criado em 1988, 
estando presente na Constituição Nacional, garantido como um direito à população 
brasileira. Desde então, o sistema tem sido aperfeiçoado, de forma a melhorar o seu 
atendimento à população, que aumentou de forma considerável ao longo dos anos, 
apresentando novas demandas e desafiosao sistema público de saúde em todo o 
Brasil. 
 Atualmente a população brasileira está em mais de 211 milhões de 
habitantes, isso de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE, 2020). O Brasil está entre os países mais populosos do mundo, e isso 
conforme já mencionado, traz muitos desafios, demandando mais investimentos no 
campo da saúde e um sistema mais bem organizado, de forma a promover mais 
atendimentos. 
 Além da necessidade de mais atendimentos com qualidade, a saúde 
preventiva tem sido cada vez mais importante, tendo a atenção básica um papel 
fundamental. As doenças crônicas, por exemplo, vêm sendo um dos grandes 
desafios do país, principalmente por causa dos impactos que possui sobre o sistema 
de saúde e sobre a qualidade de vida da população em geral, afetando diretamente 
as atividades diárias da população. (BRASIL, 2009) 
 A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2019) aponta que as doenças 
crônicas são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo, sendo 
maior parte delas ocorrentes em países de baixa e média renda. Essas doenças 
incluem um grupo de patologias, como o diabetes, câncer e problemas de natureza 
cardiovascular. 
 A Organização aponta que este aumento na ocorrência dessas doenças tem 
sido impulsionado por cinco fatores de risco: uso do tabaco, inatividade física, o uso 
nocivo do álcool, as dietas pouco saudáveis e a poluição do ar. Tais fatores de risco 
também exacerbam problemas de saúde mental, que podem se originar desde cedo, 
e por essa razão é fundamental a vigilância e também o devido tratamento e 
intervenção. (OMS, 2019) 
 Ainda de acordo com a OMS (2012), o tratamento de doenças crônicas pode 
ser particularmente oneroso em países onde uma elevada percentagem de 
despesas de saúde é paga a partir do próprio bolso das famílias, ou seja, em países 
onde a participação governamental nas despesas com saúde é pequena. No Brasil 
 
 
 
 
 
25 
há uma importante vantagem em relação a outros países, já que o sistema é 
financiado por meio de impostos, e, portanto, gratuito a toda a população. 
 Destaca, entretanto, que o país diferentemente de outros países de economia 
desenvolvida, possui algumas desvantagens em relação à qualidade de vida e do 
acesso à educação, que é uma das condicionantes importantes da saúde, numa 
perspectiva mais abrangente sobre este tema. A OMS pondera nesse sentido que a 
educação e a formação de capital humano são fatores atualmente considerados 
como poderosos determinantes de ganhos materiais e mesmo de saúde em relação 
ao futuro. 
 As doenças crônicas também causam pobreza, por acarretarem gastos 
prolongados que aprisionam os lares mais pobres em ciclos de endividamento e 
doença, dando sustentação a desigualdades econômicas e de saúde (OMS, 2012). 
Além disso, fundamental ponderar que as doenças crônicas podem impactar de 
forma significativa sobre a capacidade funcional dos pacientes. 
Em um indivíduo que apresente diversas doenças crônicas, a incapacidade 
para a realização de uma ou de todas as atividades diárias pode estar relacionada 
apenas uma única condição de morbidade ou ao efeito independente de várias 
condições, cada uma delas afetando somente determinadas atividades (MOTA et al., 
2020). 
Os comprometimentos funcionais podem variar de um indivíduo para o outro e 
o desempenho das habilidades de atividades de vida diária é fortemente 
prejudicado. São responsáveis pelas maiores proporções de anos de vida perdidos 
por morte prematura, por anos de vida vividos com incapacidade e anos de vida 
perdidos ajustados por incapacidade, causando um grande impacto negativo na 
qualidade de vida das pessoas (FERNANDES et al., 2012). 
 Nesse sentido, é fundamental que ocorram intervenções no intuito de prevenir 
doenças, por meio de orientações primárias em relação à saúde da população. 
Visando essa questão, o sistema de saúde brasileiro tem buscado ampliar a sua 
zona de atuação, e conta com profissionais de diferentes áreas no campo de saúde, 
entre eles o profissional fisioterapeuta, que possui uma atuação bastante abrangente 
dentro do SUS, tendo em vista as suas atribuições. 
 O fisioterapeuta é um profissional com formação clínica generalista, que atua 
nas diversas áreas de saúde, dentre elas, saúde do idoso, da criança, da mulher, do 
 
 
 
 
 
26 
trabalhador, da família, entre outros. É considerado um profissional de primeiro 
contato que avalia, faz diagnóstico fisioterapêutico, prescreve, executa o tratamento 
e encaminha o paciente à alta ou a outros profissionais quando assim necessário. 
(BRASIL, 1990). 
 Na saúde da família atua contribuindo na promoção da saúde e na prevenção 
de doenças, como as de origem cardiovascular, desencadeadas por diferentes 
fatores de risco, como obesidade, tabagismo, diabetes e hipertensão, que 
representam a primeira causa de morte no país. Conforme aponta o Crefito (2013), 
os profissionais fisioterapeutas atuam nas orientações de saúde consideradas 
fundamentais para a prevenção de doenças e no incentivo a prática de atividades 
físicas monitoradas e a prática de hábitos saudáveis. 
 Tais objetivos visam proporcionar informações adequadas aos indivíduos, 
com a finalidade de promover maior qualidade de vida, preparando o indivíduo para 
realizar as suas atividades de vida diária com maior independência. Atua também de 
forma integral junto às famílias, com práticas interdisciplinares, visando assistência, 
acessibilidade e a inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais 
ou incapacitadas. 
 Na atenção básica, a equipe comumente depara-se com casos consequentes 
de situações geradoras de deficiência e de perda de funcionalidade que necessitem 
de cuidados em reabilitação nas mais diversas condições (REIS et al., 2012). As 
fraturas e traumatismo, as amputações e lesões medulares, as dores crônicas, as 
instabilidades posturais, entre outros agravos na saúde estão presentes no trabalho 
das equipes. 
 Segundo Castro et al (2011), essas complicações têm se mostrado 
crescentes em decorrência da transição epidemiológica, nutricional e demográfica. 
Essas situações, como já mencionado, demandam cuidado longitudinal e devem ser 
acolhida pela atenção básica, com periodização da detecção precoce de alterações 
funcionais, sendo também necessário que o mapeamento dos usuários e dos 
equipamentos relacionados à atenção no território, assinale os potenciais de 
reabilitação e favoreçam a efetiva participação e igualdade de oportunidades. 
 As práticas visando a reabilitação devem fazer parte da atenção básica, além 
disso, é importante que estejam direcionadas ao cuidado do sujeito, da sua família e 
também da comunidade, considerando naturalmente o grau de complexidade em 
 
 
 
 
 
27 
relação aos cuidados. Dentro das características do próprio SUS, é importante que 
as intervenções sejam bem planejadas e constantemente reformuladas (BRASIL, 
2017). 
 Apesar de tamanha importância dos serviços de cuidados neste sentido, 
existem ainda alguns desafios importantes, principalmente no que tange ao acesso. 
Castro et al (2011) pondera que além das necessidades em reabilitação serem 
variadas e crescentes, muitos indivíduos com deficiências ou incapacidades que são 
mais expostos a comorbidades associadas à sua deficiência, demandam uso de 
serviços de saúde para a manutenção de sua saúde física e mental, mas enfrentam 
diversas barreiras de acesso e inclusão. 
 Por essa razão, tem sido fundamental a ampliação do SUS por todo o país, 
principalmente em regiões onde há poucas unidades de saúde. Nesse processo, a 
descentralização e capilaridade são importantes para proporcionar maior alcance 
das ações de reabilitação, de cuidado integral, além disso, melhoria nos acessos aos 
serviços promovidos pela rede de saúde. ( CASTRO, 2011) 
 Obter esse alcance é um passo primordial, e que deve ser precedida 
naturalmentepela formação de uma boa equipe de intervenção que possa integrar 
profissionais de diferentes áreas de conhecimento. Conforme aponta o Ministério da 
Saúde (2013), os profissionais do Nasf possuem formação qualificada para atuarem 
na atenção básica, contribuindo para o desenvolvimento de ações no campo da 
saúde que sejam mais resolutivas, buscando melhor desempenho técnico e 
profissional, bem como novas competências e avanços nos processos de trabalho. 
 Entre as competências que os profissionais possuem, em especial na 
reabilitação, o Ministério da Saúde (2017) aponta as seguintes: 
 
● Compreender questões relacionadas à funcionalidade para a atuação no 
território; 
● Compartilhar com a equipe os aspectos funcionais e sua interação com o 
contexto social e familiar no cuidado voltado para o usuário; 
● Trabalhar sempre em equipe; 
● Realizar atendimento de forma compartilhada e também individual; 
● Realizar atendimento através de grupo terapêutico; 
 
 
 
 
 
28 
● Realizar ações de promoção da saúde e também prevenção de agravos, tanto 
com o olhar do campo de atuação como também com o olhar de núcleo 
profissional; 
● Prestar suporte técnico pedagógico às equipes de Saúde Familiar; 
● Conhecer sobre as diferentes ferramentas para a prática de apoio e saber 
utilizá-las. 
Importante destacar que os diferentes profissionais atuantes na equipe 
interdisciplinar, possui competências que são comuns entre eles, além de suas 
competências específicas à cada campo do saber. Também por essas razões, é 
importante que haja troca entre os profissionais, como forma de agregar novos 
conhecimentos à equipe, possibilitando também um processo de construção de 
novas práticas. 
 Em geral a atuação dos profissionais, que podem ocorrer de forma individual 
ou coletiva, abrange práticas de acolhimento, terapêuticas e educativas, conforme 
são observadas no quadro abaixo: 
 
Quadro 1 - Práticas dos profissionais do Nasf 
Práticas de acolhimento ● Permitem o primeiro contato e a 
aproximação dos usuários com 
os profissionais do Nasf; 
● Têm o objetivo acolher o usuário 
e suas demandas, principalmente 
em torno do escopo da 
reabilitação, mas estando atento 
a outras necessidades, a partir 
de uma escuta qualificada. 
● Podem ser individuais, como o 
atendimento individual nas UBS, 
ou coletivo, como o grupo de 
acolhimento; 
● Contribui com seus saberes 
específicos, aconselhando os 
usuários sobre os cuidados 
relativos à sua reabilitação, 
ampliando a proposta do 
acolhimento para um momento 
de prescrição terapêutica; 
● Permitem a visualização da 
melhor conduta para cada 
situação, para que, com a equipe 
 
 
 
 
 
29 
de referência, os profissionais do 
Nasf possam definir se existe 
necessidade ou não de 
encaminhamento para outro 
ponto de atenção. 
Práticas terapêuticas ● São práticas assistenciais que 
permitem o cuidado em 
reabilitação na AB com 
resolutividade; 
● Têm o objetivo de prover o 
cuidado necessário para cada 
caso, sem obrigatoriamente 
encaminhar o usuário para um 
ponto de atenção especializada, 
mas fazer isso somente quando 
necessário; 
● Podem ser individuais e 
coletivas, conduzidas por um ou 
mais profissionais; 
● Diferenciam-se das práticas 
assistenciais promovidas por 
centros de especialidades, que 
tradicionalmente se configuram 
por sessões de terapia 
frequentes, com uso de recursos 
tecnológicos densos e tempo 
prolongado de tratamento; 
Práticas educativas ● São transversais, portanto, estão 
presentes em todas as ações 
específicas do Nasf – 
atendimentos individuais, 
atendimentos/visitas domiciliares, 
atendimentos coletivos, interação 
com as eSF etc; 
● Objetivam contribuir para a 
educação em saúde, em diversas 
frentes. Identificamos as práticas 
educativas nos momentos de 
orientação de cuidados, como os 
exercícios para fazer em casa, as 
orientações para facilitar a 
realização das atividades diárias 
e a promoção de cuidados que 
pertencem à cultura do usuário; 
Fonte: Ministério da Saúde (2017) 
 
 
 
 
 
 
30 
4.2 O FISIOTEREUTA NO ÂMBITO DO NASF 
 
A criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) teve como 
objetivo melhorar a abrangência de atuação das ações da Atenção Básica, de forma 
a prestar apoio a Estratégia de Saúde da Família (ESF). O NASF compreende uma 
equipe composta por diferentes profissionais, com áreas de conhecimento distintas 
que atuam em parceria com a ESF, compartilhando vivências em saúde em áreas 
sob-responsabilidade, agindo diretamente no apoio às equipes e assistência à 
população (BRASIL, 2017). 
 A composição das equipes é determinada pelo gestor municipal e as próprias 
equipes de Saúde da Família, e sua definição são pautadas nas necessidades do 
local onde se instala além da disponibilidade de profissionais (BRASIL, 2010). O 
caderno de atenção básica, desenvolvimento pelo Ministério da Saúde, o NASF é 
composto por nove áreas de estratégias de atuação, sendo a saúde da criança, do 
adolescente e do jovem; da saúde mental; reabilitação e saúde integral da pessoa 
idosa; alimentação e nutrição; serviço social; saúde da mulher; assistência 
farmacêutica; atividade física e práticas corporais; práticas integrativas e 
complementares (BRASIL, 2009). 
 Menezes (2011) complementa que o NASF também dispõe de atribuições que 
são comuns aos membros da equipe, sendo elas a identificação de ações e práticas 
a serem adotadas em cada área e o público prioritário para cada ação. Além disso, a 
atuação de modo integrado e planejado nas atividades desenvolvidas pelas equipes 
é fundamental. 
 Como já mencionado em outras oportunidades, o acolhimento dos usuários e 
a atuação humanizada também são partes importantes dessas atribuições, entre 
algumas outras. Nesta gama de atribuições, o profissional de fisioterapia, de 
formação generalista, tem participação relevante no NASF, principalmente no que 
diz respeito ao acolhimento dos indivíduos que necessitam de cuidados de 
reabilitação, orientando, acompanhando e atendendo-os de acordo com sua 
necessidade específica (BRASIL, 2008). 
 Neves e Aciole (2011) ponderam que a atuação do fisioterapeuta na atenção 
básica é um processo de construção, onde ainda estima-se tirar o rótulo do 
profissional de simples reabilitador. Isso emerge como uma estratégia importante de 
 
 
 
 
 
31 
expandir a atuação do profissional, tendo em vista que o próprio possui uma 
formação generalista. 
 Estrela e Ribeiro (2009) compreendem nesse sentido que a prática 
fisioterapêutica pode ser executada em todos os setores de atenção à saúde, 
entretanto sua função é pouca difundida e subutilizada, tendo sua forma de atuação 
centralizada nas áreas curativas e reabilitadoras, destinadas apenas ao atendimento 
hospitalar. 
 Os autores ainda compreendem que uma vez inseridos na unidade básica de 
saúde, o profissional passa a suprir a demanda da comunidade em relação aos 
danos e agravos, com uma prática integral e que seja também acolhedora. Portanto, 
a prática do profissional abrange-se para além de processos de reabilitação, 
atuando também em ações preventivas e curativas (RIBEIRO, 2009; JÚNIOR, 2010). 
 A sua prática tende a enriquecer, tendo em vista que tem atuado no apoio às 
equipes que atuam com Saúde da Família desde o início dos movimentos que 
promovem a atuação de equipes multidisciplinares, de forma a atuar com pacientes 
seus familiares. Como já mencionado, sua atuação tem sido ampliada, de forma a 
abranger os cuidados com idosos, usuários de álcool e drogas, crianças, 
adolescentes, mulheres e grupos de pessoas mais vulneráveis (ARAÚJO, 2009). 
 Por estar inserido em uma prática interdisciplinar, o próprio deve compartilhar 
seu saber com os outros profissionais, de forma a promover um atendimento integral 
dos pacientes. As ações relacionadas à área da fisioterapia em equipes do NASF se 
relacionam com cuidados aos pacientes e atenção aos usuários e a familiaresem 
situação de risco que proporcione o acesso ao sistema de saúde e reinserção social 
(RIBEIRO, 2009). 
 Essas ações incluem muitas áreas de atuação, como o combate ao 
sofrimento relacionado a qualquer tipo de doença, questões subjetivas que estejam 
impedindo o paciente a aderir algum tipo de tratamento ou ação preventiva 
(ESTRELA e RIBEIRO, 2009). As ações fisioterapêuticas para a atuação junto ao 
NASF devem levar em consideração a possibilidade de estruturação de projetos de 
intervenção seja para uma determinada área através de um tipo de ação específica, 
ou com o objetivo de melhorar a atuação da rede (MENEZES, 2011). 
 Uma das grandes observações e preocupações dos profissionais são as 
considerações sobre a sociedade na qual os usuários estão inseridos, bem como os 
 
 
 
 
 
32 
problemas que a mesma enfrenta, não se olvidando do processo de construção, que 
precisa ser realizada junto à equipe de Saúde da Família (BRASIL, 2009; 
MENEZES, 2011). 
 Lucena (2009) também complementa que é preciso considerar o 
compartilhamento de responsabilidades, conceito que desfaz a tradicional relação 
hierarquizada no cuidado com a saúde, de forma a estabelecer responsabilidades e 
corresponsabilidades, passando a compreender a atuação da equipe, não somente 
a sua atuação específica. 
Compreender as demandas dentro de sua própria equipe de trabalho é um 
dos aspectos nos quais o fisioterapeuta pode atuar de forma a promover uma melhor 
interação entre os profissionais e, consequentemente, um melhor atendimento 
àqueles que procuram os serviços. A atuação de todos profissionais que participam 
de uma equipe de Saúde da Família deve compreender a participação em encontros 
que permitam a discussão dos casos; o atendimento conjunto; a articulação de 
saberes; discussões referentes ao âmbito clínico, ou de gestão do sistema; e a 
construção conjunta de um projeto terapêutico que possa atender as demandas de 
cada paciente (ESTRELA e RIBEIRO, 2009; NEVES e ACIOLE, 2011). 
É preciso abandonar o modelo biomédico que implica em encontrar uma 
solução para os casos em apenas uma única intervenção; é preciso compreender o 
sujeito como uma toda sua história, seus saberes, avaliar variáveis entre outras 
ações (LUCENA, 2009). Segundo Guareschi (2008), o profissional precisa 
abandonar a posição de desconfiança relacionada aos saberes dos indivíduos que 
atende. 
É importante aceitar que o conhecimento que estas pessoas detêm são 
importantes ferramentas para a construção de novos conhecimentos e 
possibilidades. De acordo com o autor, diversos cientistas políticos apoiam que o 
conhecimento popular deve ser valorizado. A desvalorização deste tipo de 
conhecimento é uma forma de invalidar as práticas no campo social e promover 
exclusão social destas pessoas (SANTOS, 1996 apud GUARESCHI, 2008). 
 A autora ainda cita que é possível em alguns casos excepcionais, que se 
criem pactos que vão além dos protocolos formais de atividades e comunicação 
entre profissionais e pacientes, de forma a promover um atendimento integral. Isso 
pode ocorrer, por exemplo, no caso de um paciente que sofra de uma deficiência 
 
 
 
 
 
33 
grave, por meio de associação deste paciente a um dos agentes da equipe que 
more próximo e que possa atendê-lo em casos de urgência, ou uma linha de 
comunicação do paciente com a equipe para que esta possa auxiliá-lo em casos de 
crise ou acionar outros agentes da rede de saúde. (SANTOS, 1996 apud 
GUARESCHI, 2008). 
 Outro ponto importante apontado por Lucena (2009) é a possibilidade de o 
profissional ter que lidar com alguma situação para a qual não está totalmente 
capacitado, ou que se encontre fora de sua atuação clínica; neste caso, é importante 
que este profissional possa contar com o auxílio de colegas que possam prestar 
apoio no atendimento. Neste caso, o fisioterapeuta pode ser acionado para auxiliar 
um médico a tratar de algum paciente que esteja apresentando resistência, por 
exemplo. 
A respeito das práticas que objetivam a cura, Böing, Crepaldi e Moré (2009 
apud FURTADO; CARVALHO, 2015) criticam o sistema de apoio matricial, 
especificamente o modo como este vem sendo praticado. As autoras apontam que 
as práticas neste sentido têm sido voltadas para ações curativas, o que caracteriza o 
nível secundário de atenção, e não o primário. 
Estudos confirmam esta concepção por parte das equipes de Saúde da 
Família, que acabam por colocar os profissionais da equipe o NASF como referência 
no cuidado com a saúde do paciente (SANTOS, 2012 apud FURTADO; CARVALHO, 
2015). Isso influencia em toda a metodologia de trabalho da equipe multidisciplinar, 
pois, o ideal é que haja uma interação e uma troca entre todos os profissionais. Uma 
vez que um profissional é colocado como referência no tratamento de determinado 
tipo de doença, este conceito se desfaz. 
Outro problema se estabelece na relação entre a quantidade de equipes de 
Saúde da Família sob a responsabilidade de uma única equipe NASF; isso resulta 
em uma maior dificuldade no estabelecimento de vínculos entre os membros da 
equipe e a comunidade, aspecto fundamental no tratamento adequado de acordo 
com as diretrizes do SUS. 
A fisioterapia, no campo da saúde pública, ainda não tem um caminho 
consolidado, mas sim, algumas vivências. Para se descrever o papel do 
fisioterapeuta dentro de uma equipe do NASF é preciso considerar o caminho e os 
desafios que englobam sua atuação dentro de um contexto complexo e cheio de 
 
 
 
 
 
34 
variáveis. É preciso compreender qual a visão do próprio profissional acerca de suas 
atribuições bem como a visão de outros profissionais sobre a atuação do psicólogo, 
construindo um saber coletivo que possa auxiliar na compreensão de uma atuação 
integrada. (RIBEIRO; SOARES, 2015) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O crescimento populacional tem gerado maiores desafios à saúde pública 
nacional, principalmente pelo fato de que simultaneamente crescem as doenças 
crônicas ocasionadas em partes por mudanças de hábitos alimentares e 
comportamentos sedentários. Nesse sentido, tem sido fundamental intervenções no 
sentido da prevenção, reabilitação, tratamento e orientação, de forma a promover 
atendimento integral ao paciente. 
 Esse processo tem se dado de forma interdisciplinar, o que tem favorecido 
também para o enriquecimento das práticas profissionais, que interagem, trocam 
conhecimento e constroem novas formas e procedimentos de trabalho. Isso tem 
agregado ao profissional da fisioterapia, que tem construído suas práticas e 
ampliando-as, de forma a intervir tanto na reabilitação quanto na prevenção e 
tratamento dos pacientes. 
 Nesse sentido, é importante considerar que o fisioterapeuta vem tendo um 
papel cada vez mais importante, face às transformações nos hábitos e 
comportamento da população e as consequências sobre a qualidade de vida própria. 
A prevenção e orientação de um profissional generalista são relevantes e pode gerar 
impactos significativos na saúde coletiva e na saúde da família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
REFERÊNCIAS 
 
AVEIRO, M. C et al., Perspectivas da participação do fisioterapeuta no 
Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciência & Saúde 
Coletiva, v. 16 (Supl. 1), p. 1467-1478, 2011. 
 
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trabalho pelo COFFITO e Ministério do Trabalho/CBO: uma conquista para a 
fisioterapia e a saúde do trabalhador. Rev Bras Fisioter. v. 13, nº 2, p. 5-6, 2009. 
 
BISPO JÚNIOR, J. P. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas 
responsabilidades profissionais. Ciência & Saúde Coletiva, vol 15, 2010. 
 
BISPO, E. P de F; TAVARES, C. H; TOMAZ, J. M. T. Interdisciplinaridade noensino em saúde: o olhar do preceptor na Saúde da Família. Interface, 2014. 
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