Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
São Luís 2020 DARIO DE MORAIS SILVA A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA São Luís 2020 A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA (NASF) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em fisioterapia. Orientador: RAYSSA ARAÚJO DARIO DE MORAIS SILVA DARIO DE MORAIS SILVA A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMILIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em fisioterapia. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Titulação Nome do Professor (a) Prof(a). Titulação Nome do Professor (a) Prof(a). Titulação Nome do Professor (a) Cidade, dia de mês de ano (Fonte Arial 12) Substitua as palavras em vermelho conforme o local e data de aprovação. Este trabalho é uma conquista que teve a benção de Deus e é a Ele que dedico cada palavra que ele contém. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar, por me capacitar e mostrar que posso sempre ir além do que imagino, e permitir que não desistisse, colocando em minha vida o desejo de realizar este trabalho. Agradeço também a minha mãe: Maria Elizete por sempre ter acreditado e mim Todos os meus professores que me ensinaram que o ser humano é uma obra prima de Deus, que antes de tudo, para ser um bom profissional, preciso ser uma boa pessoa. Também agradeço a minha prima Mayrane que sempre me ajudou com sua vasta experiência desde o início deste projeto de pesquisa A todos os meus amigos do curso de graduação que compartilharam dos inúmeros desafios que enfrentamos, sempre com o espírito colaborativo. “A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, mais o que ele se torna com isso.” John Ruskin SILVA, Dario Morais. A Atuação do fisioterapeuta no grupo de apoio a saúde da família. 2020. 36 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) – Pitágoras, São Luís, 2020. RESUMO O SUS foi uma das grandes criações brasileiras instituídas na Constituição brasileira, que ao longo dos anos passou por importantes avanços, no sentido de ampliar o atendimento para mais regiões do país e sempre levar atendimento com qualidade às pessoas. O caráter interdisciplinar do sistema possibilitou a inclusão de diferentes áreas da saúde no atendimento à população, possibilitando a criação de uma nova concepção sobre a saúde, visando à totalidade dos indivíduos. Assim, a fisioterapia tem cada vez mais ganhada espaço e se constituindo na atenção básica e principalmente no Núcleo de Apoio a Saúde Familiar, agregando conhecimentos para outras áreas e sempre agregando conhecimento para a própria área. Por ser uma profissão caracterizada por ser generalista, possui um campo de atuação bastante abrangente, atuando não somente na reabilitação de pacientes, mas também atuando na prevenção e na educação. Esses elementos têm sido essenciais, visto que o mundo tem lidado com um amplo desafio em relação às doenças crônicas, que têm se ampliado, gerando impactos diretos sobre a qualidade de vida da população. Mediante essas questões, é importante discutir como vem se dando o papel do fisioterapeuta no Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Para isso foi realizado uma pesquisa de literatura, onde foram selecionados artigos científicos em diferentes bases de dados. Entre elas estão a Biblioteca Eletrônica Científica Online (Scielo), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entre outros. Também foram selecionados estudos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Palavras-chave: Atenção básica em saúde; Núcleo de apoio a saúde da família; Fisioterapia; Fisioterapia Saúde Pública; SILVA, Dario Morais. The performance of the physiotherapist in the family health support group (NASF). 2020. 36 Páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em fisioterapia) – Faculdade Pitágoras, São Luís, 2020. ABSTRACT The SUS was one of the great Brazilian creations instituted in the Brazilian Constitution, which over the years has undergone important advances, in order to expand care to more regions of the country and always bring quality care to people. The interdisciplinary character of the system allowed the inclusion of different areas of health in the care of the population, enabling the creation of a new conception about health, aiming at all individuals. Thus, physical therapy has increasingly gained space and is constituted in primary care and especially in the Family Health Support Center, adding knowledge to other areas and always adding knowledge to the area itself. Because it is a profession characterized by being a generalist, it has a very comprehensive field of activity, acting not only in the rehabilitation of patients, but also acting in prevention and education. These elements have been essential, since the world has dealt with a broad challenge in relation to chronic diseases, which have expanded, generating direct impacts on the quality of life of the population. Through these questions, it is important to discuss how the role of the physiotherapist has been being played in the Family Health Support Center. For this, a literature research was carried out, where scientific articles were selected in different databases. These include the Online Electronic Scientific Library (Scielo), Latin American and Caribbean Health Sciences (Lilacs), Virtual Health Library (VHL), among others. Studies from the World Health Organization and the Ministry of Health were also selected Key-words: Primary health care; Family health support center; Physiotherapy; Physiotherapy Public Health; LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Práticas dos profissionais do NASF.............................................28 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS NASF Núcleo de apoio a saúde da família AB Atenção Básica PSF Programa da saúde da família SUS Sistema Único de Saúde APS Atenção Primária à Saúde ESF Estratégia Saúde da Família PNAB Plano Nacional de Atenção Básica BVS Biblioteca Virtual em Saúde OMS Organização Mundial da Saúde SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 2. POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO BRASIL ................................................. 15 3. NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) ...................................... 20 4. ATRIBUIÇÕES DO FISIOTERAPÊUTA NA SAÚDE DA POPULAÇÃO......... 22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 35 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36 13 1 INTRODUÇÃO O Sistema Único de Saúde (SUS) emergiu juntamente com a Constituição brasileira em 1988, sendo considerada uma das mais importantes conquistas para a população brasileira, tendo em vista que possibilitou levar à saúde as pessoas. Importante salientar que a consolidação do sistema se deu ao longo do tempo, e nesse processo foram reformuladas as práticas e incluídos profissionais dediferentes áreas de atuação, de forma a promover saúde e atendimento com qualidade. O SUS pauta-se pelos princípios da integralidade, universalidade e equidade que devem ser traduzidos em ações efetivas que implicam na construção de práticas de promoção e prevenção, isso de forma multidisciplinar, adotando prática humanizada, dedicada ao cuidado integral e interdisciplinar por meio do acolhimento, vínculo e responsabilização, além de planejamento e gestão do cuidado com foco na comunidade. Essa estrutura, portanto, permite que as práticas sejam mais globais, no sentido de possibilitar um atendimento e uma concepção sobre o indivíduo mais abrangente, indo além de uma concepção biológica de indivíduo. Além disso, possibilitou que o sistema fosse expandido, ganhando capilaridade por diversas regiões do país. E isso tem sido fundamental, principalmente pelo fato de que a população aumentou consideravelmente, e ao mesmo tempo, tem sido cada vez mais observado o aumento de doenças crônicas, que são causas de mortes e também de prejuízos funcionais que impactam negativamente sobre a qualidade de vida das pessoas (OMS, 2019). Tais problemas vêm gerando imensos desafios à saúde pública, e há importante necessidade de se intervir sobre determinantes que prejudicam a saúde individual e também da família. A fisioterapia nesse processo é fundamental, pelos objetivos de manter, desenvolver, preservar e restaurar a integridade de órgãos, sistemas e/ou funções (NEVES e ACIOLE, 2011; MENEZES, 2011). É essencial uma visão mais sistêmica para que se possa ir além da simples ausência da doença. A fisioterapia que foca seu conhecimento somente na doença, 14 não produz saúde, e se ela fica reduzida em níveis individuais de atenção, perde a sua essência (SILVA e SILVEIRA, 2011). Nesse sentido, é importante que o profissional seja inserido de fato nas práticas interdisciplinares, para que possa agregar conhecimento ao grupo de atuação, assim como também agregar em suas próprias práticas, novo formas, procedimentos e entendimentos sobre o abrangente campo de saúde. O Fisioterapeuta dentro do NASF pode atuar na prevenção, recuperação e reabilitação fisioterapêutico tendo como objetivo o aspecto importante para a saúde pública do Brasil, trazendo melhoria e qualidade de vida da população. Buscando sempre como proposta ações como: visitas domiciliares, atendimento individual, participação de palestras, trabalhos em grupos, atividades educativas realizadas pela equipe de saúde voltada aos pacientes das unidades básica de saúde. Compreendendo o Núcleo de Apoio a Saúde (NASF) como sendo fundamental na expansão das respostas aos problemas de saúde da população por meio da atenção básica, é importante se discutir como o profissional de fisioterapia se insere nessas práticas (BRASIL, 2017). Desse modo, o trabalho tem como objetivo discutir e analisar a atuação do fisioterapêuta no NASF. Para isso foi realizado uma pesquisa de literatura, onde foram selecionados artigos científicos em diferentes bases de dados. Entre elas estão a Biblioteca Eletrônica Científica Online (Scielo), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entre outros. Também foram selecionados estudos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Como critério de inclusão dos estudos, considerou-se a relevância com o tema e também prioridade a produções mais recentes, publicadas nos últimos dez anos, sendo também necessário retomar a produções mais antigas. A estrutura do estudo pauta-se numa abordagem conceitual e história do SUS, bem como do NASF, além de discutir e identificar as atribuições gerais e específicas do fisioterapeuta, tanto fora do núcleo de apoio familiar quanto dentro do núcleo de apoio compondo as equipes multidisciplinares. 15 2. POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO BRASIL Em 1988, ao ser promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, dava-se início às esperanças importantes à população brasileira, principalmente no campo da saúde, que sempre foi um grande desafio nacional. A saúde é um direito constitucional, e está expresso no artigo 6º, onde estabelece como direitos fundamentais a educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância (BRASIL, 1988). Nesse sentido, entre alguns direitos fundamentais, está o direito à saúde, considerado uma conquista do movimento da Reforma Sanitária, refletindo na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda na Constituição, no seu artigo 196, a saúde é compreendida como direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos (BRASIL, 1988; NÚÑEZ NOVO, 2019). Ao abordar o SUS e sua importância em todo esse processo de garantia do Estado à saúde, também se faz necessário mencionar que este sistema foi edificado com a finalidade de disponibilizar uma estrutura maior e com ramificações por todo o país, por meio do fortalecimento dos hospitais e também da criação de postos de saúde (NÚÑEZ NOVO, 2019). Esse processo de implementação e estruturação da saúde no país, foi sendo ampliado no decorrer dos anos, e em 1990 foi elaborada a Lei Orgânica de Saúde (LOS, Lei 8.080), que trouxe em seu artigo 2º a saúde como ‘’(...) um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício’’ (BRASIL, 1990). Essa lei, que foi regulamentada pelo Decreto nº 7.508/2011, é responsável pela regulação em todo Brasil das ações e serviços de saúde. O Decreto em questão é tido importante pelo fato de se referir à organização do SUS, no que concerne ao seu planejamento e assistência à saúde, além de proporcionar maior articulação interfederativa.( BRASIL, 2011) Isso é fundamental, em especial no Brasil, caracterizado por ser um país de dimensão intercontinental, com regiões que apresentam realidades diversas no que tange aos espaços geográficos, além de diferenças sociais e econômicas marcantes. Mediante essa realidade, as práticas de saúde devem ser planejadas de 16 acordo com as especificidades culturais, econômicas e sociais dos diferentes territórios. Nesse sentido, o SUS é um Sistema descentralizado de saúde, que é composto além da União, pelos Estados e Municípios, que organizam e também integram as ações voltadas para a prestação de serviços nas regiões, com definições sobre responsabilidades, metas e indicadores, além de critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros e também formas de controle de sua execução. ( BRASIL, 2011) Portanto, o Sistema único de saúde é integrado por ações e serviços públicos de saúde, prestado por órgãos e instituições públicas das três esferas de governo, de administração direta e indireta e fundações mantidas pelo poder público. Complementa ainda que dentro dessa complexa estrutura de organização, existem ações individuais e coletivas que operam no sentido da promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. É possível citar ainda serviços que são prestados na esfera ambulatorial, hospitalar e conjuntamente nas unidades de apoio diagnóstico e terapêutico. Intervenções de caráter fiscalizador e controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, sangue e hemoderivados de equipamentos de saúde também estão inseridos no conjunto de ações do SUS. (ESCOREL, 2008) Zanin (2016) também complementa sobre o caráter de sistema avançado do SUS, que abarca princípios e diretrizes que norteiam a sua efetivação, construídos na contramão das tendências hegemônicas de saúde. É um serviço promovido visando a universalidade no acesso, na igualdade na assistência à saúde, a integralidade da assistência, a participação da comunidadee a descentralização político-administrativa, cuja diretriz inclui a hierarquização por níveis de atenção e a regionalização no sentido geográfico. É importante considerar que os princípios e diretrizes do SUS foram edificados em meio a muitas resistências de concepções, e também por essa razão é fundamental entender que o sistema é um processo de anos, que veio sendo ampliado, modificado e bastante estudado, buscando sempre melhorar o atendimento, sem perder de vista os desafios que ainda emergem na sociedade. ( ZANIN, 2016) 17 Junto ao SUS, avançou também as áreas de saúde e todas as profissões que se inserem neste campo. Nesse sentido, reforça-se a ideia de que o SUS aceita e necessita de diferentes profissionais, favorecendo assim ao campo multidisciplinar, que busca levar aos cidadãos atendimentos variados. Essa concepção busca superar o modelo assistencial biomédico pela construção de práticas em saúde com base numa visão mais dimensional em relação ao ser humano (CECÍLIO, 2006, p. 118). Essa ‘’nova’’ concepção também vai ao encontro de uma importante diretriz, referente à integralidade do SUS, que segundo Viegas e Penna (2013), é um conjunto de noções que são pertinentes a uma assistência ampliada, com articulação das ações dos profissionais. Desse modo, também é importante considerar mais dois pilares que sustentam esse princípio, que é a intersetorialidade e a interdisciplinaridade. Raichelis, Nogueira e Mioto (2007) ponderam sobre a interdisciplinaridade, pilar este que é fundamental, pois por meio de equipes compostas por diferentes profissionais, diferentes saberes e práticas são integrados visando o cumprimento de um mesmo objetivo profissional, bem como construindo novas possibilidades, por meio de uma intervenção e interação coletiva. Desse modo, existe um processo importante de integração entre saberes profissionais que enriquecem o sistema e as práticas profissionais, e podem assim possibilitar uma intervenção mais bem tendenciosa aos cidadãos, concebidos em suas totalidades e integralidades. Acerca da intersetorialidade, essa refere-se a articulação da política de saúde com outras políticas, como exemplo as políticas de habitação, assistência social, educação, entre outras (VIEGAS e PENNA, 2013). Portanto, ao realizar uma reflexão em relação a todo esse processo de implementação do SUS, baseado em princípios e diretrizes, observa-se que há um esforço relevante no sentido de promover uma saúde cada vez mais integrada, cuja concepção de saúde seja mais abrangente, de forma a romper com paradigmas reducionistas da saúde. É sob essa lógica que o NASF é criado, na garantia de reinserção de diversas categorias profissionais na AB tendo em vista sua não inclusão na Estratégia Saúde da Família (ESF). 18 2.1 MULTIDISCIPLINARIDADES NO CAMPO DA SAÚDE A área da saúde é um dos campos que mais avançam, em função das novas concepções de ensino, aprendizagem e formação de um modo geral. Face às mudanças, o ser humano vem sendo observado de uma nova forma, como sujeito inserido em realidade diversa, onde o meio tem impacto importante sobre a sua saúde, assim como suas condições sociais, econômica e cultural de um modo geral. ( RIBEIRO, 2004) Essa breve reflexão, leva também ao entendimento de que a saúde, ou especificamente os profissionais da área da saúde, ao intervirem sobre a vida do paciente, devem considerar as diferentes questões do ambiente. Desse modo, há críticas importantes no que tange à formação do profissional da saúde, que repercute diretamente sobre a qualidade de atuação, ou a forma que ele intervém. Sobre isso, Bispo, Tavares e Tomaz (2014) compreendem que o modelo pedagógico de ensino em saúde incentiva a especialização precoce, com uma formação voltada para uma abordagem biologicista e medicalizante. Mediante essa visão, há determinadas deficiências no campo da saúde que ainda precisam ser superadas, visando não somente o combate à doença, mas principalmente a qualidade de vida dos indivíduos, entendendo que esse conceito é bastante abrangente. Diante dessa concepção de totalidade e integralidade do indivíduo, há também uma compreensão de que as intervenções profissionais devem se dar de forma conjunta ou integrada, tendo em vista que isso pode potencializar as intervenções e ao mesmo tempo proporcionar um espaço de criação e construção de novas possibilidades de práticas e ações. Nesse sentido Bispo, Tavares e Tomaz (2014) compreendem que a interdisciplinaridade se apresenta como uma possibilidade para uma nova postura, tendo em vista que o aprofundamento dos conhecimentos científicos e os avanços técnicos não são suficientes para satisfazer a amplitude de possibilidades que a área da saúde necessita. Para a compreensão deste conceito, é importante entender que disciplina se restringe, no campo da saúde, a uma determinada área de intervenção, logo a interdisciplinaridade seria a interação entre as disciplinas. Assim, a 19 interdisciplinaridade é o encontro de diferentes disciplinas, e isso cabe tanto numa perspectiva pedagógica ou epistemológica, para a construção de um novo saber. Este saber por sua vez é produzido pela interseção dos diferentes saberes e disciplinas. Uma visão interdisciplinar deve estar presente tanto no campo da teoria como também no campo da prática, social, pedagógica ou de pesquisa. Face essas considerações, a integralidade é um eixo condutor dos processos de mudanças para uma ruptura de valores tradicionais na saúde, como a fragmentação da atenção e do cuidado às pessoas. ( TOMAZ, 2014) Como forma de atenuar a fragmentação da assistência, Viegas e Penna (2015) ponderam que o trabalho em equipes multidisciplinares foi acertadamente traduzido no SUS com propriedade para a Atenção Primária à Saúde (APS), se constituindo também como relevante na Estratégia Saúde da Família (ESF), com a atuação de profissionais pertencentes à diferentes campos da saúde. Os autores também destacam a relevância da interdisciplinaridade na formulação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que atua de forma integrada e apoia os profissionais da ESF, ou mesmo dos municípios que não possuem o NASF. 20 3. NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) O sistema de saúde público brasileiro é fruto de um processo longo e histórico de reivindicações frente às necessidades múltiplas no campo da saúde. Foram avanços importantes que vieram no sentido de dar mais capilaridade no atendimento à sociedade, isso de forma multidisciplinar. Um dos avanços importantes é Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que teve origem no Ministério da Saúde a partir do ano de 2003 (ZANIN, 2016). O objetivo do NASF, segundo o Ministério da Saúde (2014), foi o de ampliar a resposta aos problemas de saúde da população através da atenção básica, bem como buscar o avanço na definição de formatos organizativos e de dinâmicas de funcionamento mais efetivas. Zanin (2016) complementa que o NASF é constituído de uma equipe multiprofissional, com profissionais pertencentes a mais de 40 profissões ou especialistas. Assim, a organização dos processos de trabalho dos NASFs, tendo sempre como foco o território sob sua responsabilidade, deve ser estruturada priorizando o atendimento compartilhado e interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para todos os profissionais envolvidos, mediante amplas metodologias, tais como estudo e discussão de casos e situações, projetos terapêuticos, orientações e atendimento conjunto etc. Sendo assim, é necessário que os profissionais do núcleo assumam suas responsabilidades em regime de cogestão com as Equipes de SF e sob a coordenação do gestor local, em processos deconstante construção. (RODRIGUEZ, 2010. p. 264) Conforme traz o Ministério da Saúde (2014), o comprometimento do NASF além de ser importante no apoio a determinados número de equipes de saúde da família, visa promover mudanças de atitudes e também de atuação dos profissionais da saúde da família, o que inclui as ações de setores e também de diferentes profissionais, buscando assim uma intervenção em todos os sentidos e processos de atendimento básico e avançado. Cita-se nessas competências o trabalho de promoção, prevenção, reabilitação, saúde, humanização de serviços, educação permanente, promoção da integridade e da organização do território. Segundo o Plano Nacional de Atenção Básica (PNAB, 2012), os NASF devem contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde. 21 Nesse sentido, percebe-se que existe uma preocupação no aperfeiçoamento do atendimento profissional, de forma a considerar também as demandas da população, por meio de uma intervenção integrada. O Ministério da Saúde (2014) recomenda que os profissionais escolhidos para os grupos de atuação que integram o NASF, sejam realizados a partir de uma leitura da realidade local e do território, considerando a situação epidemiológica e social, as necessidades de apoio apresentadas pelas equipes de atenção básica.( BRASIL; 2014) Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o processo de implantação de um NASF no município é iniciado por meio da elaboração de um projeto que proporcione informações em relação à região, bem como as necessidades identificadas pelas equipes de saúde da família, pela população como um todo e juntamente com a gestão. É a partir desse entendimento e do levantamento das informações que as categorias de profissionais são definidas para compor o NASF. (BRASIL, 2014) Portanto, o NASF assume um papel relevantes de atendimento que em tese busca estar em conformidade com as necessidades da população e das regiões. Volponi, Garanhani e Carvalho (2015) defendem o NASF como um dispositivo de mudanças que possuem grande potencialidade de criação de novas técnicas em saúde. Há também desafios importantes em relação ao NASF, principalmente no que diz respeito a uma mudança na cultura organizacional do SUS. Zanin (2016) também pondera sobre outros estudos acerca do NASF, que se mostra como uma possibilidade de transformação, em vista de sua potencialidade sobre a capacidade de criação de novas maneiras de intervir sobre a saúde da população, proporcionando ao mesmo tempo novos arranjos institucionais. Ao mesmo tempo, compreende-se que essas potencialidades favorecem de um modo geral para melhorias no atendimento básico à população e também para aperfeiçoamento do SUS, que ganha com novas abordagens e visões profissionais, que agregam experiências e práticas de seus cotidianos nas diferentes demandas regionais e populacionais, que refletem a dimensão nacional e suas peculiaridades. ( ZANIN, 2014) 22 4. ATRIBUIÇÕES GERAIS DO FISIOTERAPÊUTA NA SAÚDE DA POPULAÇÃO O SUS apresentou ao longo dos anos importantes avanços nos objetivos de universalização da saúde, bem como na descentralização e consequentemente na ampliação de cobertura dos serviços de saúde. Entretanto, existem ainda muitos desafios em relação a garantia da qualidade, equidade e na resolubilidade da assistência ambulatorial e assim como pré-hospitalar (NAVES e BRICK, 2011). Dentro desses desafios, há também de acordo com alguns autores, a carência de profissionais habilitados para prestar assistência integral em saúde (NAVES e BRICK, 2011; MAIA et al., 2015). Como já mencionado, o SUS propõe um modelo de assistência integral em saúde, enfatizando a atenção primária e a promoção da saúde (VIEGAS e PENNA, 2015). Essa atenção integral vai ao sentido da promoção de um atendimento que contemple as necessidades globais dos pacientes, visando a questão do bem estar completo, com atenção importante para a prevenção de doenças e agravos. Nesse contexto de saúde da população, tem sido cada vez mais exigido dos profissionais da saúde saberes específicos e ao mesmo tempo um olhar mais ampliado para a saúde, além de um olhar mais sensível no que tange às dimensões humanas. ( BRASIL , 2017) A fisioterapia é uma área importante no campo da saúde, com uma formação generalista consistente, habilitando o profissional a atuar no atendimento à diversas áreas da saúde e nos diversos níveis de atenção: primária, secundária e terciária (MAIA et al., 2015). Destaca-se que essa formação se ampliou em função das novas necessidades que emergiram no campo da saúde. Neves e Aciole (2011) abordam nesse sentido que até a década de 1980, a atuação do fisioterapeuta estava restrita à recuperação e à reabilitação de pacientes. Entretanto, a partir desta década, esse campo disciplinar passa a incorporar a promoção e prevenção da saúde da população como área de atuação, estando, portanto, incorporados nas estruturas curriculares de formação. De um modo geral, esses profissionais estão habilitados a intervir na prevenção de doenças, tratamentos, na referência e contrarreferência e na educação e promoção à saúde, sendo esta última à base prioritária em saúde 23 pública (MAIA et al., 2015). Assim, salienta-se que a atuação do profissional fisioterapeuta não se restringe apenas ao campo curativo e da reabilitação. Sua atuação e ações vão também ao sentido da prevenção, educação pela saúde, além da intervenção domiciliar que propicia uma melhora na qualidade de vida do paciente (AVEIRO, 2011). Atualmente esse papel da prevenção e promoção da saúde tem sido cada vez mais fundamental, principalmente pelas mudanças de hábito da população. Fora a isso, os fisioterapeutas devem atuar na prevenção de doenças e maus hábitos que possam impactar de forma negativa na qualidade de vida dos indivíduos, na medida em que há um vasto campo de atuação na saúde pública, dentro das regionalidades e especificidades encontradas (CRUZ et al., 2010). O profissional que atua no sentido de promover e prevenir deve considerar que existem diversos fatores que podem influenciar na saúde e na qualidade de vida, tais como natureza comportamental, educacional, social, econômica, biológica, físico-química, entre outras (BISPO JÚNIOR, 2010). A sua atuação no âmbito da saúde pública não se dá de forma individualizada, quando se trata de saúde pública. A identificação dos riscos e intervenções do profissional se dá em equipe multidisciplinar de outras áreas. Baú e Klein (2009) complementa que a intervenção deste profissional beneficia diretamente diferentes setores da sociedade. Os autores ainda citam diversas atividades que podem ser realizadas por este profissional, como avaliações das funções musculoesqueléticas e ergonômicas, bem como prescrição da conduta terapêutica, planejamento de estratégias de intervenção, com definição de objetivos, condutas e procedimentos, além de participação na elaboração de programas de qualidade de vida e principalmente educação em saúde. Mediante estes argumentos, é possível perceber que a presença do fisioterapeuta nos programas de atenção básica é de suma importância, sendo o próprio Ministério da Saúde reconhecedor da relevância da saúde funcional em atenção primária à saúde. 4.1 DESAFIOS DA FISIOTERIA NA SAÚDE FUNCINAL DOS PACIENTES 24 Conforme introduzido ao longo da discussão, o SUS foi criado em 1988, estando presente na Constituição Nacional, garantido como um direito à população brasileira. Desde então, o sistema tem sido aperfeiçoado, de forma a melhorar o seu atendimento à população, que aumentou de forma considerável ao longo dos anos, apresentando novas demandas e desafiosao sistema público de saúde em todo o Brasil. Atualmente a população brasileira está em mais de 211 milhões de habitantes, isso de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020). O Brasil está entre os países mais populosos do mundo, e isso conforme já mencionado, traz muitos desafios, demandando mais investimentos no campo da saúde e um sistema mais bem organizado, de forma a promover mais atendimentos. Além da necessidade de mais atendimentos com qualidade, a saúde preventiva tem sido cada vez mais importante, tendo a atenção básica um papel fundamental. As doenças crônicas, por exemplo, vêm sendo um dos grandes desafios do país, principalmente por causa dos impactos que possui sobre o sistema de saúde e sobre a qualidade de vida da população em geral, afetando diretamente as atividades diárias da população. (BRASIL, 2009) A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2019) aponta que as doenças crônicas são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo, sendo maior parte delas ocorrentes em países de baixa e média renda. Essas doenças incluem um grupo de patologias, como o diabetes, câncer e problemas de natureza cardiovascular. A Organização aponta que este aumento na ocorrência dessas doenças tem sido impulsionado por cinco fatores de risco: uso do tabaco, inatividade física, o uso nocivo do álcool, as dietas pouco saudáveis e a poluição do ar. Tais fatores de risco também exacerbam problemas de saúde mental, que podem se originar desde cedo, e por essa razão é fundamental a vigilância e também o devido tratamento e intervenção. (OMS, 2019) Ainda de acordo com a OMS (2012), o tratamento de doenças crônicas pode ser particularmente oneroso em países onde uma elevada percentagem de despesas de saúde é paga a partir do próprio bolso das famílias, ou seja, em países onde a participação governamental nas despesas com saúde é pequena. No Brasil 25 há uma importante vantagem em relação a outros países, já que o sistema é financiado por meio de impostos, e, portanto, gratuito a toda a população. Destaca, entretanto, que o país diferentemente de outros países de economia desenvolvida, possui algumas desvantagens em relação à qualidade de vida e do acesso à educação, que é uma das condicionantes importantes da saúde, numa perspectiva mais abrangente sobre este tema. A OMS pondera nesse sentido que a educação e a formação de capital humano são fatores atualmente considerados como poderosos determinantes de ganhos materiais e mesmo de saúde em relação ao futuro. As doenças crônicas também causam pobreza, por acarretarem gastos prolongados que aprisionam os lares mais pobres em ciclos de endividamento e doença, dando sustentação a desigualdades econômicas e de saúde (OMS, 2012). Além disso, fundamental ponderar que as doenças crônicas podem impactar de forma significativa sobre a capacidade funcional dos pacientes. Em um indivíduo que apresente diversas doenças crônicas, a incapacidade para a realização de uma ou de todas as atividades diárias pode estar relacionada apenas uma única condição de morbidade ou ao efeito independente de várias condições, cada uma delas afetando somente determinadas atividades (MOTA et al., 2020). Os comprometimentos funcionais podem variar de um indivíduo para o outro e o desempenho das habilidades de atividades de vida diária é fortemente prejudicado. São responsáveis pelas maiores proporções de anos de vida perdidos por morte prematura, por anos de vida vividos com incapacidade e anos de vida perdidos ajustados por incapacidade, causando um grande impacto negativo na qualidade de vida das pessoas (FERNANDES et al., 2012). Nesse sentido, é fundamental que ocorram intervenções no intuito de prevenir doenças, por meio de orientações primárias em relação à saúde da população. Visando essa questão, o sistema de saúde brasileiro tem buscado ampliar a sua zona de atuação, e conta com profissionais de diferentes áreas no campo de saúde, entre eles o profissional fisioterapeuta, que possui uma atuação bastante abrangente dentro do SUS, tendo em vista as suas atribuições. O fisioterapeuta é um profissional com formação clínica generalista, que atua nas diversas áreas de saúde, dentre elas, saúde do idoso, da criança, da mulher, do 26 trabalhador, da família, entre outros. É considerado um profissional de primeiro contato que avalia, faz diagnóstico fisioterapêutico, prescreve, executa o tratamento e encaminha o paciente à alta ou a outros profissionais quando assim necessário. (BRASIL, 1990). Na saúde da família atua contribuindo na promoção da saúde e na prevenção de doenças, como as de origem cardiovascular, desencadeadas por diferentes fatores de risco, como obesidade, tabagismo, diabetes e hipertensão, que representam a primeira causa de morte no país. Conforme aponta o Crefito (2013), os profissionais fisioterapeutas atuam nas orientações de saúde consideradas fundamentais para a prevenção de doenças e no incentivo a prática de atividades físicas monitoradas e a prática de hábitos saudáveis. Tais objetivos visam proporcionar informações adequadas aos indivíduos, com a finalidade de promover maior qualidade de vida, preparando o indivíduo para realizar as suas atividades de vida diária com maior independência. Atua também de forma integral junto às famílias, com práticas interdisciplinares, visando assistência, acessibilidade e a inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais ou incapacitadas. Na atenção básica, a equipe comumente depara-se com casos consequentes de situações geradoras de deficiência e de perda de funcionalidade que necessitem de cuidados em reabilitação nas mais diversas condições (REIS et al., 2012). As fraturas e traumatismo, as amputações e lesões medulares, as dores crônicas, as instabilidades posturais, entre outros agravos na saúde estão presentes no trabalho das equipes. Segundo Castro et al (2011), essas complicações têm se mostrado crescentes em decorrência da transição epidemiológica, nutricional e demográfica. Essas situações, como já mencionado, demandam cuidado longitudinal e devem ser acolhida pela atenção básica, com periodização da detecção precoce de alterações funcionais, sendo também necessário que o mapeamento dos usuários e dos equipamentos relacionados à atenção no território, assinale os potenciais de reabilitação e favoreçam a efetiva participação e igualdade de oportunidades. As práticas visando a reabilitação devem fazer parte da atenção básica, além disso, é importante que estejam direcionadas ao cuidado do sujeito, da sua família e também da comunidade, considerando naturalmente o grau de complexidade em 27 relação aos cuidados. Dentro das características do próprio SUS, é importante que as intervenções sejam bem planejadas e constantemente reformuladas (BRASIL, 2017). Apesar de tamanha importância dos serviços de cuidados neste sentido, existem ainda alguns desafios importantes, principalmente no que tange ao acesso. Castro et al (2011) pondera que além das necessidades em reabilitação serem variadas e crescentes, muitos indivíduos com deficiências ou incapacidades que são mais expostos a comorbidades associadas à sua deficiência, demandam uso de serviços de saúde para a manutenção de sua saúde física e mental, mas enfrentam diversas barreiras de acesso e inclusão. Por essa razão, tem sido fundamental a ampliação do SUS por todo o país, principalmente em regiões onde há poucas unidades de saúde. Nesse processo, a descentralização e capilaridade são importantes para proporcionar maior alcance das ações de reabilitação, de cuidado integral, além disso, melhoria nos acessos aos serviços promovidos pela rede de saúde. ( CASTRO, 2011) Obter esse alcance é um passo primordial, e que deve ser precedida naturalmentepela formação de uma boa equipe de intervenção que possa integrar profissionais de diferentes áreas de conhecimento. Conforme aponta o Ministério da Saúde (2013), os profissionais do Nasf possuem formação qualificada para atuarem na atenção básica, contribuindo para o desenvolvimento de ações no campo da saúde que sejam mais resolutivas, buscando melhor desempenho técnico e profissional, bem como novas competências e avanços nos processos de trabalho. Entre as competências que os profissionais possuem, em especial na reabilitação, o Ministério da Saúde (2017) aponta as seguintes: ● Compreender questões relacionadas à funcionalidade para a atuação no território; ● Compartilhar com a equipe os aspectos funcionais e sua interação com o contexto social e familiar no cuidado voltado para o usuário; ● Trabalhar sempre em equipe; ● Realizar atendimento de forma compartilhada e também individual; ● Realizar atendimento através de grupo terapêutico; 28 ● Realizar ações de promoção da saúde e também prevenção de agravos, tanto com o olhar do campo de atuação como também com o olhar de núcleo profissional; ● Prestar suporte técnico pedagógico às equipes de Saúde Familiar; ● Conhecer sobre as diferentes ferramentas para a prática de apoio e saber utilizá-las. Importante destacar que os diferentes profissionais atuantes na equipe interdisciplinar, possui competências que são comuns entre eles, além de suas competências específicas à cada campo do saber. Também por essas razões, é importante que haja troca entre os profissionais, como forma de agregar novos conhecimentos à equipe, possibilitando também um processo de construção de novas práticas. Em geral a atuação dos profissionais, que podem ocorrer de forma individual ou coletiva, abrange práticas de acolhimento, terapêuticas e educativas, conforme são observadas no quadro abaixo: Quadro 1 - Práticas dos profissionais do Nasf Práticas de acolhimento ● Permitem o primeiro contato e a aproximação dos usuários com os profissionais do Nasf; ● Têm o objetivo acolher o usuário e suas demandas, principalmente em torno do escopo da reabilitação, mas estando atento a outras necessidades, a partir de uma escuta qualificada. ● Podem ser individuais, como o atendimento individual nas UBS, ou coletivo, como o grupo de acolhimento; ● Contribui com seus saberes específicos, aconselhando os usuários sobre os cuidados relativos à sua reabilitação, ampliando a proposta do acolhimento para um momento de prescrição terapêutica; ● Permitem a visualização da melhor conduta para cada situação, para que, com a equipe 29 de referência, os profissionais do Nasf possam definir se existe necessidade ou não de encaminhamento para outro ponto de atenção. Práticas terapêuticas ● São práticas assistenciais que permitem o cuidado em reabilitação na AB com resolutividade; ● Têm o objetivo de prover o cuidado necessário para cada caso, sem obrigatoriamente encaminhar o usuário para um ponto de atenção especializada, mas fazer isso somente quando necessário; ● Podem ser individuais e coletivas, conduzidas por um ou mais profissionais; ● Diferenciam-se das práticas assistenciais promovidas por centros de especialidades, que tradicionalmente se configuram por sessões de terapia frequentes, com uso de recursos tecnológicos densos e tempo prolongado de tratamento; Práticas educativas ● São transversais, portanto, estão presentes em todas as ações específicas do Nasf – atendimentos individuais, atendimentos/visitas domiciliares, atendimentos coletivos, interação com as eSF etc; ● Objetivam contribuir para a educação em saúde, em diversas frentes. Identificamos as práticas educativas nos momentos de orientação de cuidados, como os exercícios para fazer em casa, as orientações para facilitar a realização das atividades diárias e a promoção de cuidados que pertencem à cultura do usuário; Fonte: Ministério da Saúde (2017) 30 4.2 O FISIOTEREUTA NO ÂMBITO DO NASF A criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) teve como objetivo melhorar a abrangência de atuação das ações da Atenção Básica, de forma a prestar apoio a Estratégia de Saúde da Família (ESF). O NASF compreende uma equipe composta por diferentes profissionais, com áreas de conhecimento distintas que atuam em parceria com a ESF, compartilhando vivências em saúde em áreas sob-responsabilidade, agindo diretamente no apoio às equipes e assistência à população (BRASIL, 2017). A composição das equipes é determinada pelo gestor municipal e as próprias equipes de Saúde da Família, e sua definição são pautadas nas necessidades do local onde se instala além da disponibilidade de profissionais (BRASIL, 2010). O caderno de atenção básica, desenvolvimento pelo Ministério da Saúde, o NASF é composto por nove áreas de estratégias de atuação, sendo a saúde da criança, do adolescente e do jovem; da saúde mental; reabilitação e saúde integral da pessoa idosa; alimentação e nutrição; serviço social; saúde da mulher; assistência farmacêutica; atividade física e práticas corporais; práticas integrativas e complementares (BRASIL, 2009). Menezes (2011) complementa que o NASF também dispõe de atribuições que são comuns aos membros da equipe, sendo elas a identificação de ações e práticas a serem adotadas em cada área e o público prioritário para cada ação. Além disso, a atuação de modo integrado e planejado nas atividades desenvolvidas pelas equipes é fundamental. Como já mencionado em outras oportunidades, o acolhimento dos usuários e a atuação humanizada também são partes importantes dessas atribuições, entre algumas outras. Nesta gama de atribuições, o profissional de fisioterapia, de formação generalista, tem participação relevante no NASF, principalmente no que diz respeito ao acolhimento dos indivíduos que necessitam de cuidados de reabilitação, orientando, acompanhando e atendendo-os de acordo com sua necessidade específica (BRASIL, 2008). Neves e Aciole (2011) ponderam que a atuação do fisioterapeuta na atenção básica é um processo de construção, onde ainda estima-se tirar o rótulo do profissional de simples reabilitador. Isso emerge como uma estratégia importante de 31 expandir a atuação do profissional, tendo em vista que o próprio possui uma formação generalista. Estrela e Ribeiro (2009) compreendem nesse sentido que a prática fisioterapêutica pode ser executada em todos os setores de atenção à saúde, entretanto sua função é pouca difundida e subutilizada, tendo sua forma de atuação centralizada nas áreas curativas e reabilitadoras, destinadas apenas ao atendimento hospitalar. Os autores ainda compreendem que uma vez inseridos na unidade básica de saúde, o profissional passa a suprir a demanda da comunidade em relação aos danos e agravos, com uma prática integral e que seja também acolhedora. Portanto, a prática do profissional abrange-se para além de processos de reabilitação, atuando também em ações preventivas e curativas (RIBEIRO, 2009; JÚNIOR, 2010). A sua prática tende a enriquecer, tendo em vista que tem atuado no apoio às equipes que atuam com Saúde da Família desde o início dos movimentos que promovem a atuação de equipes multidisciplinares, de forma a atuar com pacientes seus familiares. Como já mencionado, sua atuação tem sido ampliada, de forma a abranger os cuidados com idosos, usuários de álcool e drogas, crianças, adolescentes, mulheres e grupos de pessoas mais vulneráveis (ARAÚJO, 2009). Por estar inserido em uma prática interdisciplinar, o próprio deve compartilhar seu saber com os outros profissionais, de forma a promover um atendimento integral dos pacientes. As ações relacionadas à área da fisioterapia em equipes do NASF se relacionam com cuidados aos pacientes e atenção aos usuários e a familiaresem situação de risco que proporcione o acesso ao sistema de saúde e reinserção social (RIBEIRO, 2009). Essas ações incluem muitas áreas de atuação, como o combate ao sofrimento relacionado a qualquer tipo de doença, questões subjetivas que estejam impedindo o paciente a aderir algum tipo de tratamento ou ação preventiva (ESTRELA e RIBEIRO, 2009). As ações fisioterapêuticas para a atuação junto ao NASF devem levar em consideração a possibilidade de estruturação de projetos de intervenção seja para uma determinada área através de um tipo de ação específica, ou com o objetivo de melhorar a atuação da rede (MENEZES, 2011). Uma das grandes observações e preocupações dos profissionais são as considerações sobre a sociedade na qual os usuários estão inseridos, bem como os 32 problemas que a mesma enfrenta, não se olvidando do processo de construção, que precisa ser realizada junto à equipe de Saúde da Família (BRASIL, 2009; MENEZES, 2011). Lucena (2009) também complementa que é preciso considerar o compartilhamento de responsabilidades, conceito que desfaz a tradicional relação hierarquizada no cuidado com a saúde, de forma a estabelecer responsabilidades e corresponsabilidades, passando a compreender a atuação da equipe, não somente a sua atuação específica. Compreender as demandas dentro de sua própria equipe de trabalho é um dos aspectos nos quais o fisioterapeuta pode atuar de forma a promover uma melhor interação entre os profissionais e, consequentemente, um melhor atendimento àqueles que procuram os serviços. A atuação de todos profissionais que participam de uma equipe de Saúde da Família deve compreender a participação em encontros que permitam a discussão dos casos; o atendimento conjunto; a articulação de saberes; discussões referentes ao âmbito clínico, ou de gestão do sistema; e a construção conjunta de um projeto terapêutico que possa atender as demandas de cada paciente (ESTRELA e RIBEIRO, 2009; NEVES e ACIOLE, 2011). É preciso abandonar o modelo biomédico que implica em encontrar uma solução para os casos em apenas uma única intervenção; é preciso compreender o sujeito como uma toda sua história, seus saberes, avaliar variáveis entre outras ações (LUCENA, 2009). Segundo Guareschi (2008), o profissional precisa abandonar a posição de desconfiança relacionada aos saberes dos indivíduos que atende. É importante aceitar que o conhecimento que estas pessoas detêm são importantes ferramentas para a construção de novos conhecimentos e possibilidades. De acordo com o autor, diversos cientistas políticos apoiam que o conhecimento popular deve ser valorizado. A desvalorização deste tipo de conhecimento é uma forma de invalidar as práticas no campo social e promover exclusão social destas pessoas (SANTOS, 1996 apud GUARESCHI, 2008). A autora ainda cita que é possível em alguns casos excepcionais, que se criem pactos que vão além dos protocolos formais de atividades e comunicação entre profissionais e pacientes, de forma a promover um atendimento integral. Isso pode ocorrer, por exemplo, no caso de um paciente que sofra de uma deficiência 33 grave, por meio de associação deste paciente a um dos agentes da equipe que more próximo e que possa atendê-lo em casos de urgência, ou uma linha de comunicação do paciente com a equipe para que esta possa auxiliá-lo em casos de crise ou acionar outros agentes da rede de saúde. (SANTOS, 1996 apud GUARESCHI, 2008). Outro ponto importante apontado por Lucena (2009) é a possibilidade de o profissional ter que lidar com alguma situação para a qual não está totalmente capacitado, ou que se encontre fora de sua atuação clínica; neste caso, é importante que este profissional possa contar com o auxílio de colegas que possam prestar apoio no atendimento. Neste caso, o fisioterapeuta pode ser acionado para auxiliar um médico a tratar de algum paciente que esteja apresentando resistência, por exemplo. A respeito das práticas que objetivam a cura, Böing, Crepaldi e Moré (2009 apud FURTADO; CARVALHO, 2015) criticam o sistema de apoio matricial, especificamente o modo como este vem sendo praticado. As autoras apontam que as práticas neste sentido têm sido voltadas para ações curativas, o que caracteriza o nível secundário de atenção, e não o primário. Estudos confirmam esta concepção por parte das equipes de Saúde da Família, que acabam por colocar os profissionais da equipe o NASF como referência no cuidado com a saúde do paciente (SANTOS, 2012 apud FURTADO; CARVALHO, 2015). Isso influencia em toda a metodologia de trabalho da equipe multidisciplinar, pois, o ideal é que haja uma interação e uma troca entre todos os profissionais. Uma vez que um profissional é colocado como referência no tratamento de determinado tipo de doença, este conceito se desfaz. Outro problema se estabelece na relação entre a quantidade de equipes de Saúde da Família sob a responsabilidade de uma única equipe NASF; isso resulta em uma maior dificuldade no estabelecimento de vínculos entre os membros da equipe e a comunidade, aspecto fundamental no tratamento adequado de acordo com as diretrizes do SUS. A fisioterapia, no campo da saúde pública, ainda não tem um caminho consolidado, mas sim, algumas vivências. Para se descrever o papel do fisioterapeuta dentro de uma equipe do NASF é preciso considerar o caminho e os desafios que englobam sua atuação dentro de um contexto complexo e cheio de 34 variáveis. É preciso compreender qual a visão do próprio profissional acerca de suas atribuições bem como a visão de outros profissionais sobre a atuação do psicólogo, construindo um saber coletivo que possa auxiliar na compreensão de uma atuação integrada. (RIBEIRO; SOARES, 2015) 35 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O crescimento populacional tem gerado maiores desafios à saúde pública nacional, principalmente pelo fato de que simultaneamente crescem as doenças crônicas ocasionadas em partes por mudanças de hábitos alimentares e comportamentos sedentários. Nesse sentido, tem sido fundamental intervenções no sentido da prevenção, reabilitação, tratamento e orientação, de forma a promover atendimento integral ao paciente. Esse processo tem se dado de forma interdisciplinar, o que tem favorecido também para o enriquecimento das práticas profissionais, que interagem, trocam conhecimento e constroem novas formas e procedimentos de trabalho. Isso tem agregado ao profissional da fisioterapia, que tem construído suas práticas e ampliando-as, de forma a intervir tanto na reabilitação quanto na prevenção e tratamento dos pacientes. Nesse sentido, é importante considerar que o fisioterapeuta vem tendo um papel cada vez mais importante, face às transformações nos hábitos e comportamento da população e as consequências sobre a qualidade de vida própria. A prevenção e orientação de um profissional generalista são relevantes e pode gerar impactos significativos na saúde coletiva e na saúde da família. 36 REFERÊNCIAS AVEIRO, M. C et al., Perspectivas da participação do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16 (Supl. 1), p. 1467-1478, 2011. BAÚ, L. M; KLEIN, A. A. O reconhecimento da especialidade em fisioterapia do trabalho pelo COFFITO e Ministério do Trabalho/CBO: uma conquista para a fisioterapia e a saúde do trabalhador. Rev Bras Fisioter. v. 13, nº 2, p. 5-6, 2009. BISPO JÚNIOR, J. P. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais. Ciência & Saúde Coletiva, vol 15, 2010. BISPO, E. P de F; TAVARES, C. H; TOMAZ, J. M. T. Interdisciplinaridade noensino em saúde: o olhar do preceptor na Saúde da Família. Interface, 2014. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/icse/2014.v18n49/337-350/pt. Acesso em: 25/05/2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 setembro 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica número 24: Saúde na escola. Brasília: 2009. BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Decreto Legislativo nº 186/2008: Decreto nº 6.949/2009. 4. ed., rev. e atual. Brasília, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica - PNAB. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica – Núcleos de Apoio à Saúde da Família: Amaq-Nasf. Brasília, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: Núcleo de Apoio à Saúde da Família: ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano. Brasília, DF: Ministério da Saúde, v. 1, n. 39, 2014. https://www.scielosp.org/pdf/icse/2014.v18n49/337-350/pt 37 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas em reabilitação na AB: o olhar para a funcionalidade na interação com o território. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017 CASTRO, S. S. et al. Acessibilidade aos serviços de saúde por pessoas com deficiência. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 1, p. 99-105, 2011. CECÍLIO, L. C. de O. As necessidades de saúde como conceito estruturante na luta pela integralidade e equidade na atenção em saúde. In: PINHEIRO, Roseni; MATTOS, Ruben Araújo de (Org.). Os sentidos da Integralidade na atenção e no cuidado à saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: UERJ, cap. 4, 2006. CRUZ, T. S.; RODRIGUES, F.; BELETTINI, N. P.; CERETTA, L. B.; COELHO, B. L. P.; TUON, L. Diagnóstico de Saúde e Atuação do Fisioterapeuta nas Unidades Básicas de Saúde. Fisioterapia Brasil, vol. 11, p. 439-444, 2010. ESCOREL, S. História das políticas de saúde no Brasil de 1964 a 1990: do golpe militar à reforma sanitária. In: GIOVANELLA, Lígia et al. (Org.). Políticas e sistema de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, p. 385-434, 2008. FERNANDES, M. B. Independência funcional de indivíduos hemiparéticos crônicos e sua relação com a fisioterapia. Fisioter Mov. V. 25, Nº 2, p. 333-41. Jun, 2012. FURTADO, M. E. M. F.; CARVALHO, L. B. O psicólogo no NASF: potencialidades e desafios de um profissional de referência. Revista Psicologia e Saúde, v. 7, n. 1, p. 9-17, 2015. Disponível em <pepsic.bvsalud.org/pdf/rpsaude/v7n1/v7n1a03.pdf>. Acesso em: 09 Out. 2018. GATTAS, M. L. G. Interdisciplinaridade: formação e ação na área de saúde. Ribeirão Preto: Holos; 2006. IBGE. População do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/. Acesso em: 25/05/2020. JÚNIOR, J. P. B. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais. Ciência e Saúde Coletiva. v. 15, p. 1627-36, 2010. LUCENA, M. A prática da psicologia no NASF. In: A prática da psicologia e o núcleo de apoio à saúde da família. 1 ed. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2009. p. 31-42. Disponível em: < https://site.cfp.org.br>. Acesso em: 09 Out. 2018. MENEZES, C. A de. Implantação do núcleo de apoio ao programa de saúde da família (NASF) em Olinda: estudo de caso. Recife: Centro de pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz; 2011. 80p. https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/ 38 MOTA, T. A. Fatores associados à capacidade funcional de pessoas idosas com hipertensão e/ou diabetes mellitus. Esc Anna Nery, V. 24, nº1, 2020. NASCIMENTO, D. D. G.; OLIVEIRA, M. A. C. Reflexões sobre as competências profissionais para o processo de trabalho nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 34, n. 1, p. 92-96, 2010. NAVES, C. R; BRICK, V. de S. Análise quantitativa e qualitativa do nível de conhecimento dos alunos do curso de Fisioterapia sobre a atuação do fisioterapeuta em saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.16, p. 1525-1534, 2011. NEVES, L. M. T; ACIOLE, G. G. Desafios da integralidade: revisitando as concepções sobre o papel do fisioterapeuta na equipe de Saúde da Família. Interface (Botucatu), Botucatu, v.15, n. 37, Jun. 2011. NÚÑEZ NOVO, B. O SUS na Constituição de 1988. Jus.com.br, 2019. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/75608/o-sus-na-constituicao-de-1988. Acesso em: 25/05/2020. OPAS/OMS. Dez ameaças à saúde que a OMS combaterá em 2019. Organização Mundial da Saúde, 2019. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5848:dez- ameacas-a-saude-que-a-oms-combatera-em-2019&Itemid=875. Acesso em: 25/05/2020. RAICHELIS, R; NOGUEIRA, V. M. R.; MIOTO, R. C. T. Sistematização, planejamento e avaliação das ações dos assistentes sociais no campo da Saúde. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. REIS, D. C. et al. Perfil de atendimento de um Núcleo de Apoio à Saúde Família na área de reabilitação, Município de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil, 2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 21, n. 4, p. 663-674, out./dez. 2012. RIBEIRO, K. S. Q. S. A relevância das redes de apoio social no processo de reabilitação. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. V. 13, nº 2, p. 69-78, 2009. TESSER, C. D; LUZ, M. T. Racionalidades médicas e integralidade. Cienc Saude Colet. v. 13, nº 1, p. 195-206, 2008. TORRES, C. K. D; ESTRELA, J. de F. M; RIBEIRO, K. S. Q. S. Contribuição da educação popular no atendimento fisioterapêutico domiciliar. Ciência e Saúde Coletiva. v. 14, nº 5, p. 1877-79, 2009. VIEGAS, S. M. F. A integralidade no cotidiano da Estratégia Saúde da Família em municípios do Vale do Jequitinhonha – Minas Gerais [tese]. Belo Horizonte (MG): Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais; 2010. https://jus.com.br/artigos/75608/o-sus-na-constituicao-de-1988 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5848:dez-ameacas-a-saude-que-a-oms-combatera-em-2019&Itemid=875 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5848:dez-ameacas-a-saude-que-a-oms-combatera-em-2019&Itemid=875 39 VIEGAS, S. M. da F.; PENNA, C. M. de M. A Construção da integralidade no trabalho cotidiano da equipe Saúde da Família. Escola Anna Nery, v. 17, n. 1, p. 133-141, jan./mar. 2013. VIEGAS, S. M da F; PENNA, C. M de M. As dimensões da integralidade no cuidado em saúde no cotidiano da Estratégia Saúde da Família no Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil. V. 19, nº 55, p. 1089-100, 2015. VOLPONI, P. R. R.; GARANHANI, M. L.; CARVALHO, B. G. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: potencialidades como dispositivo de mudança na Atenção Básica em saúde. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 39, n. Especial, p. 221-231, 2015. ZANIN, G. NASF, campo de intervenção do serviço social: Possibilidades e desafios na efetivação da política nacional de atenção básica. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016.
Compartilhar