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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: REDES DE ACESSO E SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES AUTORIA: ANGELA DOS SANTOS OSHIRO Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 2 Módulo de: Redes de Acesso e Serviços de Telecomunicações Autoria: Angela Oshiro Primeira edição: 2008 CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização e direitos autorais. E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. Todos os direitos desta edição reservados à ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 Bairro Itaparica – Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 3 Apresentação O curso de Redes e Telecomunicações pretende fornecer um panorama geral desde o surgimento das redes de computadores no mundo até sua convergência com outros sistemas de comunicação como as redes de telefonia e telecomunicações. Hoje, o Estado da Arte em redes e telecomunicações, longe de se tratar de uma tecnologia pronta e acabada, passa por um processo de intensas pesquisas provocando constantes modificações e gerando inúmeras tecnologias diferentes das idéias originais. A organização deste curso está divida em três grandes áreas de conhecimento: As unidades I até XI, abordam o tema Redes de Computadores, desde seu surgimento, padronização, tecnologias e aplicações. As unidades XII até XXV apresentam temas referentes à área de Telecomunicações, como tecnologias (sistemas de telefonia, equipamentos de telecomunicações – satélites, antenas, etc.; redes wireless e GPS). As unidades XXVI até XXX, fornecem uma mostra das tendências tecnológicas nas áreas de redes de telecomunicações, que chamamos de convergência, ou integração entre diversas tecnologias – TV Digital, Casa Inteligente e Computação Pervasiva. Ao final do curso, há alguns textos complementares com detalhes técnicos para quem quiser se aprofundar em alguns dos temas, recomendamos a confecção das listas de exercícios ao final de cada um desses Blocos de Unidades. Concluída a unidade XI, o aluno estará apto a responder a lista 1 de exercícios. Concluída a unidade XXV, a lista 2 e ao término do curso, a lista 3. Lembre-se que sua participação no fórum é de extrema importância, tornando o estudo mais interativo, com maior possibilidade de assimilação e compreensão do conteúdo discutido neste curso. Recomendamos ainda, antes de iniciar um novo bloco de estudos (tema), esclarecer possíveis dúvidas com seu tutor, ampliando sua visão sobre a área em questão. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 4 Objetivo O curso de Redes e Telecomunicações fornece uma visão sobre a evolução das Redes de Computadores e a consequente padronização de tecnologias, ampliando a possibilidade de comunicação entre fabricantes e sistemas diversos. Dessa convergência, outras tecnologias vieram se desenvolvendo como nas áreas de Telefonia e Telecomunicações, e gradativamente foram sendo integradas às redes de computadores. Hoje, diante do fenômeno da globalização, comunicação é mais do que troca de informações – envolve a seleção de informações, a transformação de informações em conhecimento, a aplicação prática e a tomada de decisões a partir do conhecimento adquirido e o objetivo social de toda a tecnologia desenvolvida. Trabalhamos neste curso, conteúdos técnicos que compõe a grade de seu curso e recomendamos a participação com temas nos fóruns, bem como as leituras complementares e contato com seu tutor, no intuito de desenvolver o espírito crítico e a maturidade necessária ao profissional ligado à área de telecomunicações. Seja bem vindo! Ementa Redes de Computadores Telecomunicações Convergência em Telecomunicações Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 5 Sobre o Autor A autora é pós-graduada em Análise de Sistemas pela UNIMEP – Piracicaba Certificações CCNA e CISCO e membro da BICSI e SBC, tendo participação ativa e produção de pesquisas nas áreas de Telecomunicações e Informática aplicada à Educação. Mestranda em Educação, com foco em Tecnologias para EAD, é também professora das faculdades Sumaré – SP, e Fundação Ubaldino do Amaral – Sorocaba/SP. Possui diversas publicações sobre os temas – Segurança da Informação, Tecnologias Emergentes em TI, Tecnologias Aplicadas à Educação, EAD e Realidade Aumentada. Membro do fórum Centaurus sobre segurança em TI e Ecologia da Informação. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 6 SUMÁRIO UNIDADE 1 ....................................................................................................................................................... 8 Redes Locais e o Surgimento dos Padrões de Comunicação ......................................................................... 8 UNIDADE 2 ..................................................................................................................................................... 11 Cabeamento para Lans ............................................................................................................................... 11 UNIDADE 3 ..................................................................................................................................................... 16 UNIDADE 4 ..................................................................................................................................................... 20 Surgimento da Fibra Óptica ......................................................................................................................... 20 UNIDADE 5 ..................................................................................................................................................... 25 Protocolos de Redes ................................................................................................................................... 25 UNIDADE 6 ..................................................................................................................................................... 30 Modelo ISO - OSI ........................................................................................................................................ 30 UNIDADE 7 ..................................................................................................................................................... 36 Equipamentos Utilizados nas Redes Internas .............................................................................................. 36 UNIDADE 8 ..................................................................................................................................................... 41 Roteadores .................................................................................................................................................. 41 UNIDADE 9 .....................................................................................................................................................48 MODEMS .................................................................................................................................................... 48 UNIDADE 10 ................................................................................................................................................... 53 Cabeamento Estruturado ............................................................................................................................. 53 UNIDADE 11 ................................................................................................................................................... 58 Topologias ................................................................................................................................................... 58 UNIDADE 12 ................................................................................................................................................... 64 Classificação das Redes de Telecomunicações ........................................................................................... 64 UNIDADE 13 ................................................................................................................................................... 67 Rede de Acesso de Telefonia ...................................................................................................................... 67 UNIDADE 14 ................................................................................................................................................... 72 Modelos de Sistemas Ópticos ...................................................................................................................... 72 UNIDADE 15 ................................................................................................................................................... 79 RDSI - Rede Digital de Serviços Integrados ................................................................................................. 79 UNIDADE 16 ................................................................................................................................................... 85 Redes sem fio – Redes Wireless ................................................................................................................. 85 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 7 UNIDADE 17 ................................................................................................................................................... 92 TELEFONIA CELULAR ............................................................................................................................... 92 UNIDADE 18 ................................................................................................................................................... 95 Blue Tooth ................................................................................................................................................... 95 Vantagens e Desvantagens ......................................................................................................................... 98 As Vantagens ....................................................................................................................................................... 98 As Desvantagens ................................................................................................................................................. 99 UNIDADE 19 ................................................................................................................................................. 100 Telecomunicações ..................................................................................................................................... 100 UNIDADE 20 ................................................................................................................................................. 105 Satélites e Antenas .................................................................................................................................... 105 UNIDADE 21 ................................................................................................................................................. 110 GPS – Sistema de Posicionamento Global ................................................................................................ 110 UNIDADE 22 ................................................................................................................................................. 118 Categorias dos sistemas GPS ................................................................................................................... 118 UNIDADE 23 ................................................................................................................................................. 123 Descrição Técnica - Sistemas GPS ........................................................................................................... 123 UNIDADE 24 ................................................................................................................................................. 128 Componentes dos Sistemas GPS .............................................................................................................. 128 UNIDADE 25 ................................................................................................................................................. 132 APLICAÇÕES GPS ................................................................................................................................... 132 UNIDADE 26 ................................................................................................................................................. 138 TV Digital ................................................................................................................................................... 138 UNIDADE 27 ................................................................................................................................................. 141 Computação Pervasiva .............................................................................................................................. 141 UNIDADE 28 ................................................................................................................................................. 144 Tecnologias para a Casa Inteligente - ........................................................................................................ 144 UNIDADE 29 ................................................................................................................................................. 148 Computação Ubíqua .................................................................................................................................. 148 UNIDADE 30 ................................................................................................................................................. 152 Wearable ................................................................................................................................................... 152 GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 156 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 157 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 8 UNIDADE 1 Redes Locais e o surgimento dos padrões de comunicação Introdução Você já se perguntou como todos os tipos de compartilhamentos e o modo de comunicação entre os computadores surgiram? Sendo mais específico, como as redes locais (Lans) e todos os padrõesde comunicações apareceram e qual a sua importância atualmente? Nesse módulo vamos conhecer um pouco mais sobre o surgimento desses tipos de padrões e por que de sua necessidade. Surgimento dos padrões de comunicação Até final dos anos 60, no cume da tecnologia de informação, reinavam os MAINFRAMES – computadores gigantescos – que recebiam as informações através de cartões perfurados e fitas magnéticas. Desta forma, o usuário não interagia diretamente com o computador. A IBM foi uma das pioneiras em criar um sistema de interação do usuário com a máquina, através de terminais multiusuários que permitiam a inclusão de dados. Com o advento dos minicomputadores de 32 bits, outras empresas como HP e Digital, além da própria IBM, começaram a desenvolver soluções no sentido de distribuir as tarefas dos mainframes de modo a facilitar o acesso às informações. Foi em 1977, com a criação do VAX pela Digital (adquirida posteriormente pela Compaq), que essa realidade começou a se concretizar. Essa nova tecnologia, já direcionada para comunicação com outras máquinas, inspirou a criação de sistemas operacionais multiusuários e permitiu explorar os recursos do Unix – um sistema operacional que vinha sendo desenvolvido desde 1969. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 9 Leia também : http://www.novomilenio.inf.br/ano97/97hist04.htm Com o desenvolvimento da ideia de distribuição de informações, surgiu a necessidade de se criar padrões de comunicação entre equipamentos que até então eram baseados em tecnologias diferentes, de acordo com o fabricante. Em 1972, Robert Metcalf precisava desenvolver um sistema de conexão entre os servidores e as estações Xerox, compartilhando o uso de impressoras laser. Baseando-se no trabalho de Abramson, foi capaz de transferir os dados, mas por meio de um cabo coaxial e um pouco mais rápido. O sistema de Metcalfe acrescentou um recurso de detecção de colisão que impede dois equipamentos de acessar o mesmo meio ao mesmo tempo. O sistema Ethernet verifica se a rede está livre para enviar a mensagem. Caso não esteja, a mensagem entra numa fila de espera até que seja transmitida. Somente em 1980 através de um consórcio entre a Digital, a Intel e a Xerox o padrão evoluiu de 2Mbps para 10Mbps e foi padronizado pelas especificações do IEEE, publicado em 1985 através da especificação 802.3. Na época, utilizava-se cabo coaxial (10Base5) e 10Base2. Até que, a partir de 1990, com o aumento da velocidade para 100Mbps, passou-se a utilizar cabo de par trançado 10Base-T e 100Base-T, com vantagens de custo e flexibilidade. Hoje, a fibra ótica ocupa espaços e determina novos padrões, o Gigabit Ethernet. Ethernet é uma tecnologia de rede local. Essas redes normalmente operam num mesmo prédio e conectam dispositivos próximos. No início podia haver no máximo algumas centenas de metros de cabos separando dispositivos numa Ethernet, tornando difícil conectar locais muito distantes geograficamente. Avanços recentes da tecnologia conseguiram aumentar essas distâncias, e as redes Ethernet atuais podem cobrir dezenas de quilômetros. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 10 Veja também: http://informatica.hsw.uol.com.br/ethernet8.htm Se você pudesse fazer um pedido o que você desejaria? Eu desejaria que todos os navegadores aceitassem padronizações como W3C, HTML e scripts e seguissem essas especificações. Eu gostaria de ter amigos normais Mmmmm... Padrões são complicados Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 11 UNIDADE 2 Cabeamento para Lans Introdução O cabeamento é uma ferramenta fundamental na troca de informações em uma rede, independentemente se ela é local (LAN) ou global (WAN). Foi através do desenvolvimento dessa tecnologia que possibilitou o grande avanço na mobilidade dos computadores, quebrando todo um padrão de segmentos de transferência e armazenamento de dados. Se não houvesse os tipos de cabeamento, quanto a informática estaria estagnada? Vamos nos aprofundar no assunto e entender um pouco mais sobre a funcionalidade dos cabos. Cabo coaxial Como vimos anteriormente, o primeiro sistema de cabos para conexão de redes utilizado foi o cabo coaxial. Esse cabo era o que havia de mais avançado, há alguns anos. Ainda hoje existem vários tipos de cabos coaxiais, cada um com suas características específicas. Alguns são melhores para transmissão em alta frequência, outros têm atenuação mais baixa, e outros são imunes a ruídos e interferências. Os cabos coaxiais de alta qualidade não são maleáveis e são difíceis de instalar e os cabos de baixa qualidade podem ser inadequados para trafegar dados em alta velocidade e longas distâncias. Ao contrário do cabo de par trançado, o coaxial mantém uma capacidade constante e baixa, independente do seu comprimento, evitando assim vários problemas técnicos. Devido a isso, ele oferece Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 12 velocidade da ordem de megabits/seg., não sendo necessária a regeneração do sinal, sem distorção ou eco, propriedade que já revela alta tecnologia. O cabo coaxial pode ser usado em ligações ponto a ponto ou multiponto. A ligação do cabo coaxial causa reflexão devido a impedância não infinita do conector. A colocação destes conectores, em ligação multiponto, deve ser controlada de forma a garantir que as reflexões não desapareçam em fase de um valor significativo. É também chamado cabo coaxial fino (ou easynet ou cheapernet ou 10Base2), esse cabo pode ter até 165 metros de comprimento. Pode ser utilizado diretamente por até 30 micros. A maioria dos sistemas de transmissão de banda base utiliza cabos de impedância com características de 50 Ohm, geralmente utilizados nas TVs a cabo e em redes de banda larga. Isso se deve ao fato de a transmissão em banda base sofrer menos reflexões, devido às capacitâncias introduzidas nas ligações ao cabo de 50 Ohm. Os cabos coaxiais possuem uma maior imunidade a ruídos eletromagnéticos de baixa frequência e, por isso, era o meio de transmissão mais utilizado para redes locais. http://www.clubedohardware.com.br/artigos/181 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 13 Cabo par trançado Devido às limitações do cabo coaxial, o Comitê de normalização Internacional IEEE, se uniu no intuito de pesquisar e produzir um meio de comunicação eficiente e seguro para as Redes de computadores. Desenvolvendo o Standard 10 BASE T em 1988. Surgiu assim, na Bell Laboratories o cabo UTP sem blindagem (Unshilded Twisted Par), ou seja, o par torcido sem blindagem. A teoria é que, um par de fios torcidos cria uma espira virtual com capacitância e indutância, suficientes para ir cancelando o ruído externo através de suas múltiplas espiras, ou seja, o campo magnético formado pela espira X, é reverso da espira Y, e assim por diante. Se num dado momento o cabo sofrer uma interferência, esta será anulada na inversão dos pólos das espiras. Esse tipo de cabo tornou-se muito usado devido a falta de flexibilidade de outros cabos e por causa da necessidade de se ter um meio físico que conseguisse uma taxa de transmissão alta e mais rápida. Os cabos de par trançado possuem dois ou mais fios entrelaçados em forma de espiral e, por isso, reduzem o ruído e mantém constantes as propriedades elétricas do meio por todo o seu comprimento. A desvantagem deste tipo de cabo, que pode ter transmissão tanto analógica quanto digital, é sua suscetibilidade às interferências a ruídos (eletromagnéticos e radiofreqüência). Esses efeitos podem, entretanto, ser minimizados com blindagem adequada. Vale destacar que Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 14 várias empresas já perceberam que, emsistemas de baixa frequência, a imunidade a ruídos é tão boa quanto do cabo coaxial. Se você pretende conectar somente dois micros em rede e não houver planos de se instalar mais micros, a configuração mais barata é conectar esses dois micros através de um cabo par trançado tipo crossover. Esse cabo poderá ter até 100 metros de extensão Se você quiser utilizar mais de dois micros utilizando o par trançado, você precisará de um periférico chamado hub. Você precisará de um cabo para cada micro (cada cabo poderá ter até 100 metros), que deverá conectar cada micro ao hub. Você poderá comprar os cabos prontos ou fazer você mesmo. Para isso, você precisará de dois plugs RJ-45 por cabo e de um alicate para crimpar. Os fios do cabo deverão ser conectados aos plugs RJ-45 utilizando o seguinte padrão, chamado T568A: A função do alicate é fornecer pressão suficiente para que os pinos do conector RJ-45, que internamente possuem a forma de lâminas, esmaguem os fios do cabo, alcançando o fio de cobre e criando o contato. Você deve retirar apenas a capa externa do cabo e não descascar individualmente os fios, pois isto ao invés de ajudar, serviria apenas para causar mau contato. Categorias de cabos par trançado Categoria 1 : Este tipo de cabo foi muito usado em instalações telefônicas antigas, porem não é mais utilizado. Categoria 2 : Outro tipo de cabo obsoleto. Permite transmissão de dados a até 4 mbps. Categoria 3 : Era o cabo de par trançado sem blindagem usado em redes até alguns anos atrás. Pode se estender por até 100 metros e permite transmissão de dados a até 10 Mbps. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 15 A diferença do cabo de categoria 3 para os obsoletos cabos de categoria 1 e 2 é o numero de tranças. Enquanto nos cabos 1 e 2 não existe um padrão definido, os cabos de categoria 3 (assim como os de categoria 4 e 5) possuem atualmente de 24 a 45 tranças por metro, sendo muito mais resistente a ruídos externos. Cada par de cabos tem um número diferente de tranças por metro, o que atenua as interferências entre os cabos. Praticamente não existe a possibilidade de dois pares de cabos terem exatamente a mesma disposição de tranças. Categoria 4 : Por serem blindados, estes cabos já permitem transferências de dados a até 16 mbps, e são o requisito mínimo para redes Token Ring de 16 mbps, podendo ser usados também em redes Ethernet de 10 mbps no lugar dos cabos sem blindagem. Categoria 5 : Este é o tipo de cabo de par trançado usado atualmente, que existe tanto em versão blindada quanto em versão sem blindagem, a mais comum. A grande vantagem sobre esta categoria de cabo sobre as anteriores é a taxa de transferência, até 100 mbps. Uma grande vantagem no cabeamento estruturado para o cabo UTP, é que quando há mal contato ou o cabo é interrompido, apenas um micro para de funcionar, enquanto o resto da rede continua funcionando normalmente. Nas redes com cabo coaxial, quando um micro perdia a conexão com a rede, todos os demais também paravam de se comunicar entre si. http://www.clubedohardware.com.br/artigos/181/3 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 16 UNIDADE 3 Fibra Óptica TODA VEZ QUE APARECER A PALAVRA ÓPTICA FAVOR DEIXAR ASSIM:ÓPTICA. Além de melhorar extraordinariamente as telecomunicações, as fibras ópticas são usadas também numa variedade de equipamentos, como automóveis, mísseis, blindados, satélites, fiação de computadores, eletrodomésticos e ainda em microeletrônica, engenharia genética, fotografia etc. O Brasil, com tecnologia desenvolvida a partir de 1973 pela Universidade de Campinas (Unicamp), em conjunto com a Telebrás, produz cerca de 20 mil quilômetros de fibras por ano. Fibra óptica - Aplicações e Funcionamento As fibras ópticas nada mais são do que cabos que em seu meio de transmissão propagam a informação através de luz. Elas funcionam da seguinte maneira: O cabo transmite a luz por diversos meios, não só de modo retilíneo, mas também em diagonais e todas as direções possíveis pela qual o interior do cabo possa retransmitir a luz. Um exemplo disso segue na figura a baixo. Perceba que a luz pode tomar qualquer caminho e mesmo assim ela chega ao seu destino, porem sua velocidade varia. Se não houver nada que a atrapalhe no caminho e ela vá de Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 17 forma retilínea, os dados que ela carrega consigo vão chegar mais rápido do que os outros feixes de luz que foram sendo rebatidos pelo caminho. O ângulo em que ela é transmitida manter-se-á o mesmo até sua saída, como por exemplo: se a luz entra com um ângulo de 45˚ ela permanecerá nesse ângulo até sair, já que quando for refletida dentro do cabo sua reflexão manterá o mesmo grau no qual foi refletido. Apesar de serem mais caros, os cabos de fibra óptica não sofrem interferências com ruídos eletromagnéticos e com radiofrequências e permitem total isolamento entre transmissor e receptor. O cabo de fibra óptica pode ser utilizado tanto em ligações ponto a ponto quanto em ligações multiponto. A exemplo do cabo de par trançado, a fibra óptica também está sendo muito usada em conjunto com sistemas ATM, que transmitem os dados em alta velocidade. O tipo de cabeamento mais usado em ambientes internos (LANs) é o de par trançado, enquanto o de fibra óptica é o mais usado em ambientes externos Como Funciona A transmissão da luz pela fibra segue um princípio único, independentemente do material usado ou da aplicação, é lançado um feixe de luz numa extremidade da fibra e, pelas características ópticas do meio (fibra), esse feixe percorre a fibra por meio de reflexões sucessivas. A fibra possui no mínimo duas camadas: o núcleo e o revestimento. No núcleo, ocorre a transmissão da luz propriamente dita. A transmissão da luz dentro da fibra é possível graças a uma diferença de índice de refração entre o revestimento e o núcleo, sendo que o núcleo possui sempre um índice de refração mais elevado, característica que aliada ao ângulo de incidência do feixe de luz, possibilita o fenômeno da reflexão total. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 18 As fibras ópticas são utilizadas como meio de transmissão de ondas eletromagnéticas (como a luz) uma vez que são transparentes e podem ser agrupadas em cabos. Estas fibras são feitas de plástico ou de vidro. O vidro é mais utilizado porque absorve menos as ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas mais utilizadas são as correspondentes à gama da luz infravermelha. O meio de transmissão por fibra óptica é chamado de "guiado", porque as ondas eletromagnéticas são "guiadas" na fibra, embora o meio transmita ondas onidirecionais, contrariamente à transmissão "sem-fio", cujo meio é chamado de "não guiado". Mesmo confinada a um meio físico, a luz transmitida pela fibra óptica proporciona o alcance de taxas de transmissão (velocidades) elevadíssimas, da ordem de dez elevados à nona potência de bits por segundo, com baixa taxa de atenuação por quilômetro. Mas a velocidade de transmissão total possível ainda não foi alcançada pelas tecnologias existentes. Como a luz se propaga no interior de um meio físico, sofrendo ainda o fenômeno de reflexão, ela não consegue alcançar a velocidade de propagação no vácuo, que é de 300.000 km/segundo, sendo esta velocidade diminuída consideravelmente. Fibra ótica monomodal Fibra óptica multimodal Cabos de fibra óptica atravessam oceanos. Usar cabos para conectar dois continentes separados pelo oceano é um projeto monumental. É preciso instalar um cabo com milhares de quilômetros de extensão sob o mar, atravessando fossas e montanhas submarinas. Nos anos 80, tornou-se disponível, o primeiro cabo fibra óptica intercontinental desse tipo instalada em 1988, e tinha capacidade para40.000 conversas telefônicas simultâneas, usando tecnologia digital. Desde então, a capacidade dos cabos aumentou. Alguns cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade para 200 milhões de circuitos telefônicos. Para transmitir dados pela fibra óptica, é necessário um equipamento especial chamado infoduto, que contém um componente fotoemissor, que pode ser um diodo emissor de luz Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 19 (LED) ou um diodo laser. O fotoemissor converte sinais elétricos em pulsos de luz que representam os valores digitais binários (0 e 1). Vantagens Em virtude das suas características, as fibras ópticas apresentam bastantes vantagens sobre os sistemas elétricos: Dimensões Reduzidas Capacidade para transportar grandes quantidades de informação (Dezenas de milhares de conversações num par de Fibra); Atenuação muito baixa, que permite grandes espaçamentos entre repetidores, com distância entre repetidores superiores a algumas centenas de quilômetros. Imunidade às interferências eletromagnéticas; Matéria-prima muito abundante; Custo cada vez mais baixo; Aplicações Uma característica importante que torna a fibra óptica indispensável em muitas aplicações é o fato de não ser suscetível à interferência eletromagnética, pela razão de que não transmite pulsos elétricos, como ocorre com outros meios de transmissão que empregam os fios metálicos, como o cobre. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 20 UNIDADE 4 Surgimento da Fibra óptica O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a dominar a tecnologia de fibras ópticas, ainda no final dos anos 70. Essa vitória se deu, em grande parte, ao trabalho do professor José Ellis Ripper Filho, na Unicamp. Acreditando nas perspectivas da fotônica, ou seja, das comunicações via fibras ópticas, Ripper fundou em 1989 a AsGa, empresa constituída para produzir lasers semicondutores de arseneto de gálio e outros produtos de microeletrônica. O aumento contínuo da velocidade dos sistemas de transmissão de informações e telecomunicações deve-se ao uso da luz em sistemas de comunicações. Só com o uso de comunicações ópticas (baseadas em luz) é possível atingir hoje velocidades de transmissão de centenas de Gigabits por segundo. Isto se tornou possível a partir da descoberta de fibras ópticas com baixas perdas de luz, ocorrida nos anos 70. O Brasil entrou cedo nesta atividade, com a instalação do Projeto de Pesquisa em Sistemas de Comunicação por Laser no Instituto de Física da Unicamp em 1973, financiado pela Telebrás. Campinas não virou pólo tecnológico por acaso. Se as grandes empresas de telecomunicações e informática se instalaram na região nos últimos anos, com a abertura do mercado, foi porque já existiam recursos humanos de alta qualidade formados por universidades como a Unicamp. O Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), da Unicamp, pesquisa na área de comunicações ópticas desde 1971. O primeiro contrato de pesquisa & desenvolvimento (P&D) feito no Brasil foi feito entre a Unicamp e a Telebrás em 1974. Em 1976, a primeira fibra óptica nacional levou à criação do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (CPqd), com pesquisadores do instituto, na cidade. Em 1978, eles também fariam o primeiro laser de diodo da América Latina. O que aquele grupo de cientistas - muitos deles vindos dos EUA, onde trabalhavam em centros de pesquisa como o Bell Labs - não imaginava é que, ao longo dos 20 anos seguintes, muitos se tornariam empresários. Diversas pequenas empresas nasceram das atividades do IFGW ao longo desse período, Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 21 como AsGa, Fotônica, Xtal, Unilaser, Optolink, Ecco, AGC NetTest e Laser Lab. Em 2000, essas empresas faturaram mais de R$ 250 milhões em conjunto. Paralelamente, outro pesquisador, Rege Scarabucci, iniciou um projeto de transmissão digital, na Faculdade de Engenharia da Unicamp, sob a coordenação de Ripper e com apoio da Telebrás, antes da criação do CPqD. Todo esse esforço inicial ganhou novas dimensões e, com o trabalho do CPqD, a partir de 1976, tornou-se viável o desenvolvimento e a produção industrial de fibras ópticas, de sistemas de transmissão e comutação digitais. Transformado em fundação privada em 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o CPqD é uma das maiores instituições de pesquisa em telecomunicações do mundo. Com mais de duzentas patentes depositadas, o órgão foi o responsável pelo desenvolvimento de projetos de comunicação sem fio, dos telefones públicos operados por fichas e cartões e da fibra óptica. Para isso, o CPqD contou desde sua origem, em 1975, com o trabalho de professores e alunos do Instituto de Física da Unicamp, caso de Ildefonso. As pesquisas desenvolvidas na Universidade e no Centro de Pesquisa resultaram na formação do maior pólo de empresas de telecomunicações do Brasil. Artigo – Fibra óptica e sua evolução Desenvolvida há 34 anos para auxiliar a Medicina, transporta a luz como água em canos e está revolucionando as telecomunicações. A luz caminha sempre em linha reta. Nisso acreditavam os membros da Royal Society, a academia de ciências britânica, até 1870, quando viram acontecer algo que lhes parecia impossível. De fato, naquele ano, em Londres, o físico John Tyndall (1820-1893) mostrou a seus incrédulos colegas que a luz podia fazer uma curva. Ele colocou uma lanterna dentro de um recipiente opaco cheio de água, com um orifício num dos lados, pelo qual a água escorria. A luz acompanhava a trajetória curva da água, como se tivesse sido dobrada. Na verdade, a luz se propaga em ziguezague, saltando de um lado para o outro dentro do fio de água, numa série de reflexões internas. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 22 A descoberta de Tyndall, entretanto, só começou a ter utilidade prática oito décadas mais tarde, em 1952, graças às pesquisas do físico indiano Narinder Singh Kapany, então com 25 anos. Seus experimentos o levariam à invenção da fibra óptica, o revolucionário instrumento de telecomunicações que talvez venha ainda a substituir os próprios circuitos eletrônicos nos computadores. Kapany aprofundava seus estudos sobre o fenômeno da reflexão total interna, para obter o PhD (doutorado) em Óptica na Universidade de Londres, onde era já professor-assistente. Seu interesse pelo assunto começara ainda no colégio, quando aprendeu a verdade convencional de que a luz só se propaga em linha reta. "Diziam que era impossível enxergar alguém que dobrou a esquina", lembrou Kapany recentemente, numa entrevista a SI, "mas nunca me conformei com isso." Reflexão total, o tema de Kapany, é o fenômeno óptico que ocorre na fronteira de dois meios transparentes, como ar e água, quando um raio de luz vindo de um meio com alto índice de refração (que indica o quanto a luz é desviada de sua trajetória original), por exemplo, a água, incide num meio com baixo índice de refração, como o ar. Se o ângulo de incidência da luz for maior que um certo ângulo tido como limite, que é constante para cada material, o raio se refletirá com o mesmo ângulo. Caso contrário, passará para o outro meio. Kapany, que também trabalhara como projetista de lentes. Ele começou a estudar o fenômeno em prismas, depois em cilindros de vidro transparente. O que ele buscava na realidade era uma forma de aprisionar a luz. Para isso, nas suas experiências, passou a empregar dois cilindros, um dentro do outro. Depois trocou o cilindro externo por uma película de vidro. O físico percebeu que, se essa película tivesse um índice de refração muito inferior ao do cilindro, funcionaria como um espelho, concentrando toda a luz. O truque dá certo porque quanto maior a diferença entre os índices de refração, menor o ângulo limite. Com um ângulo limite baixíssimo, todaa luz que entrasse no cilindro seria refletida para praticamente todos os ângulos de incidência. Dessa forma, Kapany engendrou sua armadilha para a luz. Uma vez dentro do cilindro, ela só saía pela outra extremidade. Mesmo com tubos curvos, a luz fluía como água, realizando milhares de reflexões sucessivas, sempre no mesmo ângulo. Para multiplicar os usos dos Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 23 tubos, bastava estreitar os canos de luz, de cerca de um palmo de diâmetro, às dimensões de um fio de cabelo. Achar um material com as características do vidro e a maleabilidade de fios de cobre não foi muito difícil: afinal, as fibras de vidro já eram conhecidas desde o século XVIII e até então vinham sendo usadas como isolante térmico. Por isso, foram suficientes algumas adaptações no processo de fabricação para conseguir os índices de retração desejados. Assim, após três anos de pesquisas, em 1955, Kapany cunhou a expressão fibra ótica - e patenteou a invenção. Agrupadas em feixes, as fibras tornam-se um preciso transmissor de imagens - isto é, absorvem a luz melhor que qualquer sistema óptico, como lentes ou prismas. No início, Kapany pensou que seu uso ficaria restrito à Medicina, no aperfeiçoamento do endoscópio, instrumento utilizado para observar o interior do corpo humano. Em 1966, porém, o físico chinês Charles Kao, pesquisador dos Laboratórios Standard, de Harlow, Inglaterra, teve a ideia de usar fibras ópticas para a transmissão de chamadas telefônicas. Ele mostrou que cabos de fibras ópticas, embora muitíssimo menores que os cabos convencionais, têm uma capacidade muito maior de transmissão de dados - também de telex, televisão, computador etc. - a um custo muito menor. Além disso, como não conduzem eletricidade, ficariam imunes a interferências elétricas exteriores. A luz que os cabos ópticos transmitem é gerada normalmente por um diodo emissor de luz (led, em inglês) ou por um tubo de raios laser. Revista Superinteressante – 1989 Tipos de fibras As fibras ópticas podem ser basicamente de dois modos: 1. Monomodo: a. Menor número de modos. b. Dimensões menores que as fibras ID. Maior banda por ter menor dispersão. 2. Multimodo: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 24 a. Permite o uso de fontes luminosas de baixa ocorrência tais como LEDs (mais baratas). b. Diâmetros grandes facilitam o acoplamento de fontes luminosas e requerem pouca precisão nos conectores Veja o “Anexo 1” na seção “Estudo Complementar” da sua sala de aula. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 25 UNIDADE 5 Protocolos de Redes Introdução Mesmo com a interligação entre máquinas, nem todas necessariamente podem se comunicar. Como podemos então, efetuar essa comunicação? O que os protocolos de redes têm haver com isso? Essas e outras perguntas serão respondidas agora. Protocolos O final da década de 70 apresentava um panorama curioso em termos de comunicação de dados em redes de computadores: por um lado, uma perspectiva de crescimento vertiginoso causado pelo investimento e desenvolvimento aplicados, mas, por outro lado uma tendência que poderia acarretar em uma profunda crise no setor: a heterogeneidade de padrões entre os fabricantes, praticamente impossibilitando a interconexão entre sistemas de fabricantes distintos, assim, os fabricantes começaram a perseguir alguns objetivos necessários para a implementação de um sistema aberto: Interoperabilidade: capacidade que os sistemas abertos possuem de troca de informações entre eles, mesmo que sejam fornecidos por fabricantes diversos; Interconectividade: é a maneira através da qual podemos conectar computadores de fabricantes distintos; Portabilidade da aplicação: é a capacidade de um software de rodar em várias plataformas diferentes; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 26 Escalabilidade: capacidade de um software rodar com uma performance aceitável em computadores de capacidades diversas, desde computadores pessoais até supercomputadores. Mainframe Xerox – Fonte: www.ciasc.gov.br Para se atingir estes objetivos, a ISO (International Organization for Standardization) passou a se ocupar em criar um padrão de arquitetura aberta e baseada em camadas. Foi então definido o Modelo de Referência para Interconexão de Sistemas Abertos (Reference Model for Open Systems Interconection - RM OSI), que surgiu quase como uma evolução a partir da ideia de padrão criada por Metcalf na experiência com a Xerox. Assim, diversas empresas uniram-se para desenvolver o modelo ISO-OSI. Até então, cada fabricante de hardware determinava de modo independente, a tecnologia e o padrão de comunicação a ser utilizado. Isso gerava problemas e inúmeras limitações, pois o cliente ficava restrito à tecnologia de um fabricante, sem poder incorporar novas tecnologias e na maioria das vezes, impossibilitando a interconexão entre sistemas de fabricantes distintos. Sendo que, a utilização de um ambiente de sistema aberto nos oferece algumas vantagens como: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 27 Liberdade de escolha entre soluções de diversos fabricantes, Acesso mais rápido a novas tecnologias e a preços mais acessíveis, já que é mais barato e rápido fabricar produtos baseados em uma plataforma padrão, Redução de investimentos em novas máquinas, já que os sistemas e os softwares de aplicação são portáveis para os vários tipos de máquinas existentes. O modelo ISO/OSI faz uma divisão muito clara das funcionalidades em camadas de um sistema de comunicação. Ele é de grande auxílio para o entendimento das diversas arquiteturas de comunicação: Arquitetura de uma máquina do sistema Hardware: provê a infraestrutura necessária (no nível mais baixo) para o processamento da aplicação, como a manipulação de bits, acesso a disco, etc. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 28 Sistema operacional: provê os serviços básicos de acesso a hardware, etc. Gerenciamento de dados: cuida de tarefas como o acesso, manipulação e troca de vários tipos de dados. Uma consistência nesta tarefa é um grande passo rumo à portabilidade de aplicações. Existem várias formas de implementação de acesso a bancos de dados, mas a mais comum e aceita pela indústria é a SQL (Structure Query Language) Linguagem: tem sido feitos esforços em relação à criação de uma linguagem com independência da plataforma, de forma a prover a portabilidade de código. Interface com o usuário: um dos principais fatores de portabilidade, já que provê a interface com o usuário da aplicação. Cada vez mais estão sendo desenvolvidas interfaces gráficas e orientadas a objetos baseadas em janelas, ícones e menus. Comunicação: a parte de comunicação é o objeto principal deste tema. Ela vai prover a comunicação e interoperação entre máquinas e sistemas diferentes, cuidando de características como padrões de interoperação, endereçamento, etc. Aplicação: é a portabilidade permitida por aplicativos, independente de plataformas, como aplicações de comunicação por Internet. Veja o “Anexo 2” na seção “Estudo Complementar” da sua sala de aula; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 29 Protocolos e padronizações: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 30 UNIDADE 6 Modelo ISO - OSI Introdução O modelo OSI, então, se encaixa na figura, como um conjunto de funções que possibilitam que máquinas distintas possam se comunicar e trocar informações. Ele possui sete camadas, onde cada camada é responsável por uma determinada função específica. Princípios das camadas Os princípios utilizados para se chegar a estas camadas são [Tanenbaum94]: Uma camada deve ser criada onde é necessário um nível de abstração diferente; Cada camada deve desempenhar uma função bem definida; A função de cada camada deve ser definida tendo em vista a definição de protocolos dentro do padrão internacional; As fronteiras entre as camadas devem ser escolhidas de forma a minimizar o fluxo de informações através das interfaces; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 31 O número de camadas deve ser grande o suficiente para que não seja preciso agrupar funções em uma mesma camada por necessidade, e pequeno o suficiente para que a arquitetura fique manejável. Cada camada é usuária dos serviços prestados pela camada imediatamente inferior e presta serviços para a camada imediatamente superior. Esta troca de informações entre as camadas adjacentes ocorre por meio da troca de primitivas de serviços nas interfaces entre as camadas. Apesar de o modelo OSI estar dividido em sete níveis, pode-se considerar genericamente que as três camadas mais baixas cuidam dos aspectos relacionados à transmissão propriamente dita e a camada de transporte lida com a comunicação fim a fim, enquanto que as três camadas superiores se preocupam com os aspectos relacionados à aplicação, já em nível de usuário. A comunicação entre sistemas ocorre em camadas, ou seja, a camada de aplicação do sistema A se comunica com a camada de aplicação do sistema B e assim por diante até o nível físico, onde ocorre a comunicação física entre os sistemas. Nome da Camada Descrição Funcional Exemplos Aplicação Camada 7 A camada de aplicação destina-se aos serviços de comunicação para aplicativos Telnet, http, FTP, navegadores WWW, NFS, gateways, SMTP (Eudora, CC: mail), SNMP, X.400 mail, FTAM Apresentação Camada 6 Texto ASCII, textos formatos de dados, EBCDIC, binário, BCD e JPEG. A criptografia também é definida pela OSI como um serviço da camada de apresentação. JPEG, ASCII, EBCDIC, TIFF, GIF, PICT, criptografia, MPEG, MIDI Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 32 Sessão Camada 5 Iniciar, controlar e finalizar conversações. Controle e o gerenciamento de múltiplas mensagens bidirecionais de forma que a aplicação possa ser notificada se apenas algumas de uma série de mensagens foram completadas. A camada de sessão cria meios de se identificar que fluxos fazem parte da mesma sessão e quais deles devem estar completos antes de qualquer um ser considerado finalizado. RPC, SQL, NFS, nomes NetBios, AppleTalk ASP, DECnet SCP Transporte Camada 4 A camada 4 inclui a opção de se escolher protocolos que oferecem ou não a recuperação de erros. TCP, UDP, SPX Rede Camada 3 A camada de rede define um endereçamento lógico de forma que qualquer destino possa ser identificado. IP, IPX, Apple Enlace de dados Camada 2 Obtenção de dados por meio de um determinado link ou meio. Os protocolos de enlace de dados realizam a entrega por meio de um link individual. IEEE 802.3/802.2, HDLC, Frame Relay, PPP, FDDI, ATM, IEEE 802.5/802.2 Física Camada 1 Lida com características físicas de meio de transmissão. EIA/TIA-232, V.35, EIA/TIA-449, V.24, RJ45, Ethernet, 802.3, 802.5, FDDI, NRZI, NRZ, B8ZS. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 33 Etapa 1 – A camada física (camada 1) assegura a sincronização de bits e coloca o padrão binário recebido em um buffer. Ela notifica a camada de enlace de dados que um frame foi recebido após se decodificar o sinal recebido em uma sequência de bits. Por isso, a camada 1 ofereceu uma sequência de bits através do meio. Etapa 2 - A camada de enlace de dados examina a FCS (Frame Check Sequence, sequência de verificação de frame) no trailer com o intuito de determinar se houveram erros na transmissão (detecção de erros). Em caso positivo, o frame é descartado (alguns protocolos de enlace de dados realizam a recuperação de erros; outros, não). O (s) endereço (s) do enlace de dados é examinado de forma que o host B possa decidir se quer ou não processar os dados. Se os dados estiverem endereçados para o host B, os dados entre o header e o trailer da camada 2 são passados para o software da camada 3. O enlace de dados passa os dados por meio de tal link. Etapa 3 - Examina-se o endereço de destino da camada de rede (camada 3). Se ele for do hoste B, o processamento continua (endereçamento lógico) e os dados depois do header da camada 3 são passados para o software da camada de transporte (camada 4). A camada 3 ofereceu à entrega fim a fim. Etapa 4 – Se a recuperação de erros foi uma opção escolhida para camada de transporte (camada 4), os contadores que identificam este dado são codificados no Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 34 header da camada 4 juntamente com informações do acknowledgement (recuperação de erro). Depois da recuperação de erro e do reordenamento dos dados de entrada, os dados são passados para a camada de sessão. Etapa 5 – A camada de sessão (camada 5) pode ser usada para garantir que uma série de mensagens esteja completa. Por exemplo, estes dados poderiam ser inócuos, se as próximas 4 trocas não estiverem completas. O header da camada 5 poderia incluir campos com o intuito de dizer que isto é um fluxo intermediário em uma cadeia, e não um fluxo final. Depois que a camada de sessão assegurar que todos os fluxos estejam completos, ela passa os dados do header da camada 5 para o software da camada 6. Etapa 6 – A camada de apresentação (camada 6) define e manipula os formatos de dados. Por exemplo, se os dados são binários, em vez de caracteres, o header indica o fato. O receptor não tenta converter os dados usando o conjunto de caracteres ASCIL default do host B. Este tipo de header costuma ser incluído apenas para fluxos de inicialização, e não para cada mensagem que está sendo transmitida (formatos de dados). Depois dos formatos de dados serem convertidos, os dados (após o header da camada 6) são passados para o software da camada de aplicação (camada 7). Etapa 7 – A camada de aplicação (camada 7). Processa o header final e já pode examinar os dados reais do usuário final. Este header significa a aceitação dos parâmetros operacionais por parte dos aplicativos no host A e no host B. Os headers são usados na sinalização dos valores para todos os parâmetros; por isso, o header costuma ser enviado e recebido apenas no momento da inicialização da aplicação. Por exemplo, para transferência de arquivos, o tamanho do arquivo a ser transferido e os formatos do arquivo usados, seriam comunicados (parâmetros de aplicativo). Serviços e Protocolos Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 35 É importante fazer uma distinção entre serviços e protocolos. Um serviço é um conjunto de primitivas que uma camada oferece à camada superior adjacente, ou seja, é uma interface entre duas camadas onde a inferior se comporta como provedora do serviço e a superior a usuária do serviço. O serviço define as operações que a camada está preparada para realizar em nome de seus usuários, mas não diz nada a respeito do modo como isso deve ser implementado. Já um protocolo é um conjunto de regras que governa o formato e significado dos quadros, pacotes ou mensagens trocados entre entidades parceiras dentro de uma mesma camada. Os protocolos são utilizados para implementar os serviços, não sendo diretamente visíveis aos usuários, ou seja, o protocolo utilizado pode ser modificado, desde que o serviço oferecido ao usuário permaneça o mesmo. Links do texto: http://www.museudocomputador.com.br/1970dc_1980dc.php http://www.iso.org Veja também: http://www.museudocomputador.com.br/1980dc_1990dc.php Copyright© 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 36 UNIDADE 7 Equipamentos Utilizados nas Redes Internas Mesmo com os padrões de comunicação, somente com eles não conseguimos montar uma rede. Então o que falta? Como os equipamentos em redes podem nos ajudar? Para que serve cada tipo de coisa? Que tal aprofundarmos um pouco mais no assunto e compreendermos como os equipamentos utilizados nas redes internas podem auxiliar-nos nessa tarefa? Repetidores Como vimos anteriormente, são equipamentos baratos para extensão de distâncias físicas em circuitos ponto a ponto. Provê isolação elétrica entre as partes da rede. Possuem pouca inteligência, sendo comumente usados como regeneradores (proteção contra atenuação do sinal sem afetar sua qualidade), mas possuem valor por manter toda a integridade dos dados que passam por eles. Um ponto contra é a possibilidade de congestionamento da rede pelo overhead que eles incluem por causa da repetição. Usam apenas a camada física do modelo OSI. Todas as mídias de transmissão atenuam ondas eletromagnéticas que passam através dessas mídias. Consequentemente, a atenuação limita a distância que os dados podem trafegar na mídia. Adicionando um dispositivo que amplifica o sinal, podemos permitir que os dados, que trafegam na mídia, atinjam uma distância maior. Também, podemos aumentar o tamanho da rede. Para exemplificar, se conectarmos computadores separados por uma distância maior que 100 metros (328 pés), utilizando um cabo 10BaseT Ethernet, precisaríamos de um dispositivo que amplificasse o sinal para nos Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 37 assegurarmos que os dados da transmissão chegariam de um ponto ao outro. Este dispositivo que amplifica o sinal é chamado de repetidor Os repetidores não convertem nem filtram nada. Para que um repetidor funcione, os dois segmentos que o repetidor une precisam ter o mesmo método de acesso. Drivers de linha / Modems de distância limitada Modems de distância limitada (LDM, do inglês) são usados para estender a distância entre os circuitos físicos. Os LDMs proveem modulação e demodulação, como qualquer modem, mas sob a forma de um repetidor. Unidade de serviço de canal (CSU) / Unidade de serviço de dados (DSU) Os termos Channel Service Unit e Data Service Unit são sempre confundidos. Os dois equipamentos têm funções distintas, mas a funcionalidade de ambos pode ser achada em uma caixa, chamada Digital Data Set (DDS). O DSU é um equipamento a baixas velocidades que provê formatação de sinal e translação de protocolo. Atua também como ponto de terminação de circuitos digitais. O CSU é um equipamento a altas taxas que também pode ser usado para baixas velocidades. O CSU termina circuitos digitais como o DSU, mas possui funções a mais, como filtragem, equalização de linha, condicionamento de linha, regeneração de sinal, capacidade de testes de circuito e conversão de protocolo de controle de erro (por exemplo, B8ZS). Alguns CSUs/DSUs monitoram e testam, outros conseguem Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 38 monitorar e testar Extended Super Frame (ESF) e outros têm a capacidade de multiplexar tráfego de múltiplas portas de entrada para um único circuito ponto a ponto ou multidrop. Hubs de LAN inteligentes São produtos resultantes da evolução das LANs em barramento para as em estrela. Existem três gerações. Os equipamentos da primeira apareceram em 1984 e eram simples repetidores para LANs de única conectividade ( ethernet ). Era ponto de concentração da LAN, suportando um único barramento no qual se encontravam múltiplas portas ou várias LANs na mesma arquitetura. Essa função era similar à combinação de painel de conexão e repetidor. Os da segunda, têm a mesma arquitetura de barramento dos anteriores, mas lidam com diferentes arquiteturas de LAN, nas diferentes portas, como ethernet, token ring, FDDI. E mais: algumas ferramentas de gerenciamento local e remoto da rede; programação da configuração. Hubs da terceira geração possuem vários barramento para conexão, similar à segunda geração, e também bridgind e funções rudimentares de roteamento. Existem barramentos que comportam de token ring (4 Mbps) a fast packet síncrono de 800 Mbps. Possuem ferramentas de gerenciamento de rede adicionais e são chamados às vezes de smart hubs. Muitos suportam SNMP (Simple Network Management Protocol) e outros novos padrões em desenvolvimento. É importante notar que hubs usam as camadas física, de enlace e parte da de rede do modelo OSI. Bridges (ligadores em ponte) Proveem conexão entre LANs de mesma arquitetura, formando uma das mais simples conexões entre LAN e WAN. Um bridge usa mínima quantidade de processamento. Assim, é mais barato ligar LANs usando os mesmos protocolos das camadas físicas e de rede. Essas LANs podem cruzar uma sala ou o país. Bridges podem também conectar equipamentos que usam apenas as camadas física e de enlace a equipamentos que usam o conjunto de protocolos de nível superior IEEE 802.X, incluindo FDDI. Como bridges são transparentes a Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 39 protocolos, eles não proveem controle de fluxo nem reconhecem protocolos de níveis superiores, apenas as duas primeiras camadas do modelo OSI. Bridges operam na camada de controle de acesso ao meio (MAC, Media Access Control) da camada 2 do modelo OSI (enlace de dados). Suportam ligação em nível das camadas físicas e de enlace, mas não possuem funcionalidades de endereçamento e comutação. Bridges simplesmente passam tráfego de um segmento da rede a outro, baseado no endereço de destino contido no pacote sendo passado. Podem armazenar e transmitir posteriormente pacotes, mas não agem como comutadores. Além disso, podem reconhecer um esquema fixo de tabela de roteamento ou aprender dinamicamente um esquema de roteamento. Outra capacidade das bridges é a habilidade de filtrar dados. O maior ponto contra é que não podem enviar dados, operando na máxima taxa de filtragem. As bridges funcionando em uma rede desconhecem a mesma. Não enxergam os equipamentos, a menos os anexados a sua estrutura lógica de caminho. Existem 4 tipos principais: transparente, tradutor, encapsulador e roteador de fonte (source routing) : Modo transparente: bridges de ambas as pontas de uma transmissão suportam os mesmos protocolos de meio físico e camada de enlace (camada MAC) do conjunto IEEE 802. X (ou possivelmente FDDI), mas as taxas de transmissão podem variar. Do ponto de vista do nó da rede, os equipamentos não participam da determinação da rota ou do processo de seleção. Os protocolos das camadas altas (acima da terceira) precisam ser os mesmos ou compatíveis para todas as aplicações conectadas. Modo tradutor: os bridges de ambas as pontas de uma transmissão podem usar diferentes protocolos de meio físico e camada de enlace (camada MAC). Estes equipamentos traduzem (manipulam a estrutura de quadro associada a cada tipo de meio) de um formato para outro. Os protocolos das camadas altas ainda precisam ser compatíveis. Bridges tradutoras não proveem serviços de segmentação. Portanto, o tamanho dos quadros de cada LAN deve ser configurado para o mesmo comprimento suportado. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 40 Um tipo de bridge, o MAC bridge, pode ser usado como um método barato de conexão entre LANs ethernet e token ring sem o uso de roteadores, gateways ou hubs inteligentes. Estes equipamentos convertem os pacotes de um formato para o outro, bem como proveem a passagem e filtragem de pacotes. É necessário que as duas arquiteturas LAN possuam os mesmos grupos de protocolos das camadas altas. Modo de encapsulamento: Bridges de ambas as pontas de uma transmissão precisam usar os mesmos protocolos de camadasfísicas e de enlace (nível MAC), mas a rede de transmissão entre bridges pode possuir similar ou diferente tipo de meio físico e protocolo de nível MAC. Esses equipamentos permitem interconexão/extensão de redes pelo encapsulamento dos quadros recebidos (em envelopes específicos do meio físico em questão) e envio destes a outra bridge para entrega ao destino. Isto é comum quando múltiplas ethernets são servidas por um backbone token ring ou FDDI. O backbone serve como protocolo WAN. Modo roteador de fonte (source routing): para interconexão de, pelo menos, três LANs, onde a do meio é somente para trânsito. Bridges não devem ser usadas em projetos de rede com suporte a multiprotocolos, redes dinâmicas que requerem frequentes mudanças ou grandes redes com mais de 50 nós. Para tais casos, maiores vantagens serão obtidas com o uso de roteadores. As bridges (pontes) podem reduzir o congestionamento ao permitir múltiplas conversações simultâneas em segmentos diferentes, mas elas também têm seus limites na segmentação do tráfego. Uma característica importante das bridges (pontes) é que elas encaminham endereços broadcast da Ethernet para todos os segmentos conectados. Isso é necessário, já que os endereços broadcast são endereçados para todos os nós da rede. O problema é que as redes em ponte podem se tornar muito grandes. Quando um grande número de estações transmite em broadcast numa rede em ponte, o congestionamento pode ser imenso. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 41 UNIDADE 8 Roteadores Os roteadores são componentes avançados de rede que podem dividir uma rede em duas redes lógicas independentes. Os endereços broadcast da Ethernet cruzam as pontes em busca de cada nó da rede, mas não atravessam os roteadores, porque estes criam uma barreira lógica para a rede. Os roteadores operam com protocolos independentes da tecnologia específica da rede, como Ethernet ou token ring. Isso permite que os roteadores interconectem várias tecnologias de rede (local ou de longa distância) e foi um dos componentes que facilitaram a conexão de vários dispositivos em várias partes do mundo para formar a Internet. Roteadores - funcionamento Possuem muito mais inteligência que bridges. Provêem interconectividade entre equipamentos, semelhantes ou não, de LANs ou WANs, bem como a ligação de LANs com MANs. Roteadores multiprotocolo dão suporte para múltiplos protocolos simultaneamente. Roteadores são protocol sensitive (baseados em protocolo) e podem ligar (bridge) ou rotear uma grande quantidade de protocolos de camada de rede ou superiores. Assim, suportam uma enorme variedade de protocolos de rede e esquemas de endereçamento. Eles entendem a rede inteira e roteiam baseados em muitos fatores para determinação do melhor caminho. Usam as camadas físicas, de enlace e de rede do modelo OSI para prover endereçamento e comutação. Roteiam pacotes de nó a nó, baseados em informações de protocolo de pacote definido (packet-defined protocol information) e fatores como rota de menor custo, atraso mínimo, distância mínima e condições de menor congestionamento. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 42 Os usuários devem ter a mesma pilha de protocolos até o nível 3. Acima, os protocolos podem ser iguais. As aplicações nas pontas da transmissão não precisam suportar o mesmo protocolo LAN do conjunto IEEE 802. X ou os protocolos até a camada OSI 3, mas precisam ter o mesmo protocolo da quarta à sétima camada OSI (ou, pelo menos, a inteligência na ponta para prover a funcionalidade gateway se necessária). Os roteadores utilizam seu próprio conjunto de protocolos de interconexão. Pelo uso de tabelas e protocolos de roteamento (como o OSPF, Open Shortest Path First ), os roteadores retém inteligência artificial, chamada “aprendizagem dinâmica”, de toda a rede. Podem descobrir mudanças na topologia e rerrotear, com base nas tabelas dinâmicas de roteamento. Suportam grandes esquemas de endereçamento e grandes pacotes. A velocidade do barramento interno pode chegar a 1 Gbit/s. Uma grande vantagem é o fato dos roteadores terem habilidade de realizar essas funções via software , o que permite revisões futuras e upgrade mais fáceis. Roteadores possuem um nível de controle de congestionamento não existente em bridges, que permite rerroteamento dinâmico de tráfego para caminhos menos congestionados. Eliminam o perigo de tempestades de transmissão (broadcast storm danger) pela segmentação da rede. Portanto, a rede pode ser construída com um esquema hierárquico de endereçamento e operadas com tabelas de roteamento inteligentes. Os roteadores proveem tradução de protocolo entre usuários na camada de enlace de dados (OSI 2), enquanto bridges apenas passam informação. Roteadores que usam esquemas de roteamento IP podem resolver problemas de fragmentação de pacotes, causados por tecnologias como X. 25 e FDDI. A fragmentação sempre ocorre quando são usados dois protocolos com diferentes tamanhos de pacotes. Também conseguem traduzir entre camadas MAC. Podem ser isolados quando ocorre um problema na rede, diferente de bridges. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 43 Como desvantagem, os algoritmos de roteamento levam a um overhead maior que em bridges por causa da inteligência adicional, necessária aos protocolos de roteamento, e das técnicas de controle de congestionamento implementadas. Funcionalidade Bridge Roteador Fontes de dados Uma fonte e um destino Múltiplas fontes e destinos Endereçamento Não Sim Manuseio de pacotes Transparente à passagem de pacotes Interpreta os pacotes Envio de pacotes Passa à frente Destino específico Inteligência global de rede Nenhuma Sabe o status de todos os equipamentos Esquemas de prioridade Não Sim Segurança Baseada em isolação Baseada em protocolo de roteamento http://www.networkexperts.com.br/index.php/tutoriais/8-cisco/15-como-configurar- roteamento-multicast-roteadores-cisco.html Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 44 Brouter ( bridge + router ) Possui características de ambos os equipamentos, ligando alguns protocolos e roteando outros. O roteamento é simplificado, baseando-se no endereço do MAC. Utiliza as 3 primeiras camadas do modelo OSI. Gateways Proveem toda a interconectividade dos roteadores e bridges, mais conectividade e conversão entre as sete camadas do modelo OSI, bem como entre outros protocolos proprietários. São sempre específicos por aplicação e, por causa das complexas conversões de protocolos, são mais lentos que roteadores e bridges. Algumas aplicações usam esquemas de prioridade não consistente entre as camadas OSI e estruturas de protocolos proprietários. A principal funcionalidade dos gateways é a tradução de protocolos para arquiteturas como SNA, DECnet, Internet TCP/IP, OSI. Eles também traduzem para diferentes arquiteturas LAN, como de ethernet para token ring e vice-versa. Em uma ligação entre dois usuários via gateway, ambos podem possuir diferentes pilhas de protocolos em qualquer dos sete níveis de protocolos OSI e não-OSI. Existem três grandes desvantagens: baixo throughput em condições de pico de tráfego, manuseio de prioridade user-to-gateway e características de armazenagem e transmissão (como bridges ). Durante períodos de pico de tráfego, um gateway pode se tornar um ponto de congestionamento da rede, tendo que passar a maior parte de seu tempo na tradução entre os vários conjuntos de protocolos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 45 Gateways são sempre equipamentos store and forward (armazenagem e transmissão), passando apenas a informação requisitada pelo nó de destino. Apesar dos pontos contra, há uma necessidade crescentepor essa funcionalidade. http://www.networkexperts.com.br/index.php/tutoriais/8-cisco/5-recuperacao-de-senha-em- roteadores-cisco.html Critérios de seleção de equipamento Ordem crescente dos equipamentos por complexidade: Repetidor < Bridge < Brouter < Roteador < Gateway Um equipamento realiza funções específicas e mais todas as funções listadas à esquerda. Necessidade Equipamento Somente extensão de LAN similar Repetidor Transmissão em mais alta velocidade Bridge Menos overhead Bridge Fácil instalação Bridge Baixa manutenção operacional Bridge Pequena rede centralizada com muitos links ponto a ponto Bridge Todos os equipamentos usam a mesma estrutura de protocolo Bridge Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 46 Conexão de LANs similares Bridge Topologia simples Bridge Conexões a duas portas Bridge Restrições especializadas de roteamento Brouter Escolhas de roteamento baseadas em menor custo Roteador Necessidade Equipamento Fácil upgrade para protocolos adicionais Roteador Grande rede, grande número de usuários Roteador Congestionamento, fluxo de controle exigido Roteador Topologias complexas e complicadas Roteador Projetos de LANs hierárquicas Roteador Alta probabilidade de rajada de dados Roteador Processamento packet per second de alta velocidade Roteador Baixa perda de dados durante controle de fluxo Roteador Adaptação à constante troca de tecnologia Roteador Compatibilidade com serviços comutados Roteador Esquema universal de endereçamento Roteador Roteamento para rota alternativa para desvio de links com falha Roteador Segmentação requerida para vários tamanhos de pacote Roteador Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 47 Múltiplas implementações da camada MAC Roteador Emprego de diferentes esquemas de endereçamento Roteador Necessidade de vários caminhos alternativos Roteador Usuários descentralizados requerendo tradução de múltiplos protocolos de nível superior Roteador Assim, após a definição do hardware a ser utilizado é iniciado, o projeto de cabeamento estruturado. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 48 UNIDADE 9 MODEMS Os modems são os transmissores de sinais, tanto da internet quanto de outros meios de comunicação de dados que exija um aparelho de reprodução e autentificação dos mesmos, para entendermos um pouco mais desse tipo de dimensionamento acompanhemos esta unidade: Funcionamento dos modens Os sinais digitais podem ser estudados fazendo-se a aproximação por um sinal quadrado Quando analisamos tal sinal segundo as propriedades de Fourier vemos que eles se decompõem numa série de sinais senoidais de frequências diferentes os quais são múltiplos de um sinal fundamental. Se aplicarmos tais sinais diretamente sobre uma linha telefônica haverá diferente resposta de atenuação relativo as diferentes frequências harmônicas que compõe o sinal. O resultado destas diferentes respostas da linha de transmissão se traduz em distorção do sinal digital transmitido. Assim o sinal recuperado no final da linha terá pouca condição de reproduzir a informação nele contida, uma vez que a alteração em seu formato irá gerar erros de interpretação nos mecanismos triggers que identificam os valores 0 e 1 do sinal digital.Esta distorção aumenta a mediada que a largura de faixa da linha de transmissão é reduzida. Este comportamento torna bastante complexo a transmissão de sinais digitais em linhas analógicas. Para resolver este problema são utilizados modems. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 49 O nome modem vem da sigla mo dulador / dem odulador . O modem executa a transformação do sinal através de modulação , no caso de modems analógicos ou codificação no caso de modems digitais. Características de especificação dos Modems Tipo de Modulação - Os modems se classificam quanto ao tipo de modulação em Analógicos e Digitais (ou banda base). Ritmo de transmissão - Os modems podem ser síncronos ou assíncronos Meio de transmissão – Pode ser dedicado (leased line) ou discado( dial up) Taxa de transmissão – representa a máxima taxa bits/s que pode ser transmitida pelo modem. Taxa de Sinalização – representa o número de vezes em que a linha de comunicação é sinalizada. A taxa de sinalização é igual ou inferior à taxa de transmissão. A taxa de sinalização é normalmente representada em bauds. Modo de operação – Half duplex (transmissão nos dois sentidos sem simultaneidade), Full duplex ( transmissão nos dois sentidos simultânea) . Número de fios – 2W (utiliza dois fios para transmissão e recepção) , 4W (utilizada quatro fios para transmissão e recepção). Frequência de Portadora Hz - Representa a frequência do sinal que será modulado pelo Modem, e transportará a informação pela rede. Modems Analógicos Os modems analógicos convertem o sinal digital em sinal analógico. A este processo dá-se o nome de modulação. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 50 Os principais tipos de modulação são: Técnicas de Modulação Nestas técnicas a modulação ocorre baseada no valor de um único bit do sinal digital. 1. Modulação FSK (Frequency Shift Keying) Na Modulação FSK - modulação por chaveamento de frequência, uma são transmitidas pela linha dois frequência de um sinal analógico os quais são chaveados conforme o valor do sinal digital. Assim, quando temos o bit 0 utilizamos a freqüência A e quando temos o bit 1 utilizamos a freqüência B. Na prática as frequências A e B são 1300 Hz e 2100 Hz para um modem que opere com taxa de transmissão de 1200 bps. Como podemos ver as frequências utilizadas são inferiores a 4Khz o que permite sua perfeita propagação nas redes projetadas para o tráfego do serviço telefônico. Esta técnica de modulação permite a implementação de modems de baixo custo e baixa complexidade tecnológica. 2. Modulação PSK (Phase Shift Keying) Na modulação PSK, modulação por chaveamento de fase, ao invés de termos duas frequências distintas chaveadas com base no sinal digital temos uma única portadora de frequência fixa, porém com fase variável. Assim para um sinal digital de valor 0 temos fase=0 e para um sinal digital de valo r 1 temos fase=180 graus. 3. Modulação DPSK (Differential Phase Shift Keying) A Modulação DPSK, desvio diferencial de fase, atua como uma variação da PSK. Neste caso a variação de fase ocorre apenas nos bits de valor zero e não ocorre nos bits de valor 1. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 51 Técnicas Multinível – DIBIT,TRIBIT Nesta técnica o modulador analisa mais que 1 bit para tomar a decisão de alteração do sinal analógico. Modems Digitais Quando se fala em modem digital é importante esclarecer que o conceito de modulação neste caso é seriamente afetado. Os modems digitais na verdade não modulam um sinal como no caso dos modems analógicos. O que realmente ocorre é a codificação de um sinal digital de modo que o mesmo possa ser transmitido em uma linha física. Estes modems são também conhecidos como modems Banda Base. A utilização de modems banda base implica em um meio de transmissão de curta distância (apenas alguns kilômetros) com boas características e sem a utilização de pupinização ou repetidores de frequência de voz. A grande vantagem deste tipo de modem está no menor custo uma vez que os circuitos apenas recodificam o sinal binário digital sem realizar a conversão digital – analógico - digital. Os principais métodos de codificação utilizados são: Comprimento máximo do trecho para modems Digitais O cálculo detalhado do alcance máximo do sinal de um modem digital em uma linha de transmissão deve ser considerado os seguintes fatores:
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