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1 CONSTITUINTES DO CONCRETO

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1. CONSTITUINTES DO CONCRETO
Segundo Mehta e Monteiro (2008), o concreto pode ser definido como um material composto por um meio aglomerante (cimento), agregado e água, podendo ainda ser acrescido de aditivos e adições.
Esses constituintes normais ao concreto podem ser definidos como:
· Cimento Portland: Aglomerante hidráulico constituído de uma mistura de clínquer Portland e gesso;
· Agregados: Material granular inerte (pedra, areia, etc) cujas partículas são ligadas entre si por um aglomerante (cimento);
· Aditivos: produto em pó ou no estado líquido, adicionado ao concreto, geralmente em pequenas quantidades, com o objetivo de modificar as propriedades do concreto;
· Adições: Material finamente distribuído usado no concreto, geralmente em maior quantidade que os aditivos, com o intuito de melhorar qualidades específicas.
Para entender melhor a diferença na prática entre aditivos e adições, veja o artigo disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/221/qual-a-diferenca-na-pratica-entre-aditivos-e-adicoes-para-362358-1.aspx>. Acesso em: 7 jun. 2017.
 
2. CIMENTO PORTLAND
O cimento Portland é resultado da junção adequada de materiais argilosos e calcários, ou outros materiais contendo sílica, alumina e óxido de ferro aquecido para clinquerização, moendo-se o clínquer resultante (NEVILLE, 2013).
Conforme o tipo de cimento Portland, poderão ser acrescentados, no processo de moagem, materiais conhecidos por ADIÇÕES: escórias de alto-forno, pozolanas (argilas calcinadas e cinzas volantes) e fíler calcário (tabela 2.1).
Tabela 2.1 Classificação dos tipos de cimento no Brasil
  
Fonte: ABCP, 2017.
Talvez a razão original para o uso das adições tenha sido a economia de custos (aproveitamento de resíduos), mas, em certos aspectos, os cimentos compostos imprimem desempenhos distintos ao cimento Portland, permitindo aplicações específicas (METHA & MONTEIRO, 2008).
3. AGREGADOS
Comparado ao cimento Portland, os agregados são vistos como um material de baixo valor econômico e, apesar de ocuparem de 60% a 80% do volume de um concreto, admite-se que seu comportamento é inerte em relação ao cimento. A crescente preocupação com a qualidade e durabilidade das estruturas de concreto vem alavancando estudos cada vez mais avançados e, portanto, a visão dos agregados como um material inerte vem sendo revista (METHA & MONTEIRO, 2008).
Segundo a norma ABNT NBR 7211:2009, os agregados são classificados em agregados graúdo e miúdos, e devem ser analisados conformes os seguintes parâmetros:
· Origem (definida como diferentes fornecedores, diferentes origens geológicas ou materiais recuperados)
· Granulometria
· Substâncias nocivas
· Durabilidade
· Propriedades físicas
· Propriedade mecânicas (só para agregados graúdos)
3.1 GRANULOMETRIA
A granulometria é dada pela distribuição dos grãos de um agregado, realizada por meio do ensaio de peneiramento, em que são determinados o módulo de finura e a dimensão máxima característica, sendo módulo de finura a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série normal, divididas por 100. E a dimensão máxima característica é a grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em milímetros, da malha da peneira da série normal ou intermediária na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa (NBR 7211, 2009). A dimensão máxima característica, na prática, é fundamental nas definições das características do concreto a ser empregado, pois deve-se considerar esse parâmetro para definir o tipo de lançamento do concreto, devendo ainda atender as dimensões das peças da estrutura e os espaçamentos das armaduras.
O gráfico 3.1 apresenta um exemplo de granulometria de um agregado miúdo.
Gráfico 3.1 Exemplo de composição granulométrica – agregado miúdo
Fonte: Elaborado pelo autor.
4. ÁGUA
É após a adição da água na mistura de concreto que se pode observar o desenvolvimento das reações químicas irreversíveis que fazem com que o material adquira resistência mecânica. Também responsável por tornar a mistura homogênea e trabalhável, a água deve apresentar parâmetros de qualidade para ser misturada ao concreto. Entre os parâmetros estabelecidos nas onze partes da norma NBR 15900:2009, a quantidade de cloretos e de sulfatos aceitáveis estão entre os mais importantes.
Tabela 4.1 Quantidade de cloreto e sulfato permitida na água de amassamento
Fonte: Baseado na norma ABNT NBR 15900:2009.
 Importante afirmar que a forte relação entre a resistência do concreto e relação água/cimento fundamenta a base da tecnologia do concreto (ISAIA et. al., 2007).
5. ADITIVOS
Segundo Cánovas (1984), os aditivos "são produtos que, acrescentados aos aglomerantes no momento de sua elaboração, e em condições adequadas, nas formas convenientes e nas doses precisas, têm por finalidade modificar ou implementar, em sentido positivo e em caráter permanente, certas propriedades do conglomerado, para seu melhor comportamento em todos ou em algum aspecto, tanto no estado fresco como endurecido". Dessa forma, os aditivos em quantidade ideais permitem minimizar pontos fracos do concreto.
Os principais aditivos descritos pela ABNT NBR 11768:2011 encontram-se na tabela 5.1 e são adicionados às betonadas num teor não maior que 5% da massa de material cimentício (ABNT NBR 12655: 2015).
Tabela 5.1 Aditivos para concreto de cimento Portland
 Fonte: ABNT NBR 11768:2011.
6. ADIÇÕES
A utilização das adições provenientes de resíduos industriais, além de apresentar o benefício ecológico, melhora as propriedades do concreto no estado fresco e endurecido (JUNQUEIRA, 2016).
As adições frequentemente utilizadas conjugadas ao cimento Portland vão desde materiais inertes, como filler mineral, pigmentos e fibras, a materiais altamente reativos, como pozolanas, ou ainda materiais com propriedades hidráulicas latentes, como a escória de alto-forno (CORDEIRO, 2006).
Tabela 6.1 Tipos de adições
 
Fonte: Autoria própria.
Resumo:
O concreto é constituído por cimento Portland, agregados miúdos e graúdos, e água. Com o objetivo de melhorar as propriedades específicas do concreto, pode-se ainda ter em sua composição aditivos (pequenas quantidades) e adições. Portanto, conhecer a influência desses materiais no concreto é fundamental para garantir a sua correta aplicação na construção civil.  
 
Referências bibliográficas:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP) (2017). Uma breve história do cimento Portland. Disponível em: <www.abcp.org.br/cms/basico-sobre-cimento/historia/uma-breve-historia-do-cimento-portland/>. Acesso em: 20 maio 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211. Agregados para concreto – Especificações. Rio de Janeiro: 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.  NBR 11768. Aditivos químicos para concreto de cimento Portland – Requisitos. Rio de Janeiro: 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.  NBR 15900. Água para amassamento do concreto - Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro: 2009.
CORDEIRO, G. C. Utilização de cinzas ultrafinas do bagaço de cana-de-açúcar e da casca de arroz como aditivos minerais em concreto. 2006. 445f. Tese de Doutorado. Pós-graduação em Ciências de Engenharia e materiais. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
 CÁNOVAS, M. F. Patologia e terapia do concreto armado. Tradução de M. Celeste Marcondes, Beatriz Cannabrava. São Paulo: PINI, 1988.
 ISAIA, G. C. Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de materiais. São Paulo: IBRACON, 2007. 2 v. 1.712 p. 
JUNQUEIRA, R. A. Avaliação do comportamento endurecido do concreto autoadensável com incorporação de adições nas composições dos traços estudados. 2016. 16 f. Artigo científico (Graduação). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil. Natal, RN, 2016.
MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: microestrutura,propriedades e materiais. 3. ed. São Paulo: IBRACON, 2008.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J.J. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

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