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AULA 1 Técnicas de redação empresarial e oficial CURSO Assistente Administrativo UNIDADE CURRICULAR 2 Elaborar, organizar e controlar documentos da organização AULA 1 Técnicas de redação empresarial e oficial CURSO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL - Eixo Gestão e Negócios Assistente Administrativo UNIDADE CURRICULAR 2 Elaborar, organizar e controlar documentos da organização CRÉDITOS UNIDADE CURRICULAR 2 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac/SC Departamento Regional em Santa Catarina FECOMÉRCIO Presidente Bruno Breithaupt Diretor Regional Rudney Raulino Diretoria de Educação Profissional Ivan Luiz Ecco Diretoria do Centro de Educação Profissional – Senac EAD Anderson Redinha Malgueiro Conteudista Rafael Rodrigues de Souza Coordenação Técnica Setor de Educação a Distância Coordenação Editorial e Desenvolvimento Equipe do Setor de Produção – Senac EAD SUMÁRIO UNIDADE CURRICULAR 2 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR 2 ........................................................ 05 AULA 1 - TÉCNICAS DE REDAÇÃO EMPRESARIAL E OFICIAL ................................. 06 CONTEXTUALIZANDO ....................................................................................... 06 1 ESTRUTURA TEXTUAL ................................................................................... 07 1.1 CLAREZA E OBJETIVIDADE TEXTUAL .................................................... 11 2 COESÃO E COERÊNCIA ................................................................................. 14 2.1 COESÃO NA REDAÇÃO DOS TEXTOS EMPRESARIAIS ....................... 14 2.2 COESÃO AO REDIGIR TEXTOS TÉCNICOS ............................................ 16 3 PRONOMES DE TRATAMENTO .................................................................... 17 4 ABERTURA E FECHAMENTO DE TEXTOS ................................................. 19 5 REGRAS DE GRAMÁTICA E ORTOGRAFIA ................................................ 22 5.1 VÍRGULA ...................................................................................................... 23 5.2 PONTO E VÍRGULA .................................................................................... 24 5.3 DOIS-PONTOS ............................................................................................ 25 5.4 ASPAS .......................................................................................................... 25 5.5 TRAVESSÃO ................................................................................................ 26 5.6 RETICÊNCIAS .............................................................................................. 27 5.7 PARÊNTESES .............................................................................................. 27 5.8 PORQUÊS .................................................................................................... 27 6 CONCORDÂNCIA VERBAL ............................................................................. 29 7 CONCORDÂNCIA NOMINAL .......................................................................... 30 8 CRASE ................................................................................................................ 32 9 HÍFEN .................................................................................................................. 33 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 34 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 35 Seja bem-vindo(a) ao estudo da Unidade Curricular Elaborar, organizar e controlar documentos da organização. Tivemos a oportunidade de estudar, na Unidade Curricular anterior, elementos que permitiram o desenvolvimento da competência de organizar e executar atividades de apoio aos processos da organização. Para isso, foi necessário estudar as etapas que compõem o processo gerencial de uma empresa, sempre pensando em sua importância para o desenvolvimento e a competitividade dessa empresa. Nesta segunda Unidade Curricular, nosso propósito será de que você estude os elementos que lhe permitam desenvolver a competência de elaborar, organizar e controlar documentos da organização. Para isso, estudaremos questões relacionadas aos documentos da organização, compreendendo como elaborá-los, organizá-los e controlá-los e estabelecendo uma rotina que facilite o acesso às informações. Nesta Unidade Curricular, estruturamos o material em quatro aulas. Na primeira, você terá acesso aos elementos relacionados às práticas de uma boa redação empresarial que o auxiliarão a se comunicar com maior clareza no cotidiano de seu trabalho em qualquer empresa. Na sequência, você estudará os métodos para organizar os arquivos da empresa e o sistema de protocolo, novamente pensando na facilidade de acesso ao conteúdo disponível e documentos recebidos. A partir disso, estudaremos os tipos e modelos de documentos existentes e, por fim, a importância da informática nas rotinas de trabalho. Ao final do estudo desta Unidade Curricular, esperamos que você esteja atento a tudo que aprendeu e que possa, no cotidiano profissional, colaborar, de fato, na elaboração e atualização de documentos administrativos e comerciais, operando os recursos de tecnologia da informação e comunicação, conforme normas da língua padrão e procedimentos da organização. Esperamos, também, que, a partir dos estudos desta Unidade Curricular, você possa estar preparado para, como assistente administrativo, organizar documentos físicos e digitais de acordo com as técnicas de arquivamento e protocolo, além de controlar o fluxo desses documentos com eficiência, colaborando com a rotina da organização. Bons estudos! Elaborar, organizar e controlar documentos da organização APRESENTAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR 2 06 06 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção AULA 1 TÉCNICAS DE REDAÇÃO EMPRESARIAL E OFICIAL CONTEXTUALIZANDO Você já parou para pensar na quantidade de informação escrita com que se depara todos os dias? Seja na televisão, em livros, anúncios publicitários, jornais e até em rótulos de produtos, o fato é que somos expostos diariamente a uma quantidade imensurável de palavras e, muitas vezes, nem percebermos esse fato. Com o crescimento da comunicação digital e o surgimento de alternativas mais rápidas e eficientes de diálogo, a tendência natural é que o volume de informação escrita que produzimos e recebemos aumente cada vez mais, sem esquecer que, com o advento da tecnologia, grande parte das nossas interações, tanto no trabalho quanto na vida social, ficam registradas e disponíveis para acesso posterior, tornando a informação mais duradoura. Portanto, se estamos lendo e escrevendo com mais frequência, independentemente do assunto, é importante valorizar a habilidade de escrever bem, de forma clara e dominando todos os aspectos relativos às técnicas de escrita que cada área do conhecimento exige. Atualmente, saber se expressar com clareza e de forma eficiente é uma habilidade essencial a um profissional que quer se destacar no mercado, não importando o ramo em que trabalha. Entretanto, é importante ressaltar que se comunicar bem de forma escrita não tem nenhuma relação com saber demonstrar conhecimento de palavras difíceis ou formalidade excessiva. Na essência, comunicar-se bem significa fazer-se compreender, ou seja, nenhuma mensagem é escrita sem que o objetivo principal seja permitir que o destinatário a compreenda com clareza e facilidade. Quando uma mensagem é transmitida de maneira clara, evita-se retrabalho, garante-se que seu objetivo será cumprido e, em um mundo onde é cada vez maior a necessidade de se atuar como um profissional ágil, veloz e produtivo, poupa-se tempo. Dito isso, nesta aula nosso foco será exatamente este: estudar elementos que nosauxiliem a redigir documentos oficiais e empresariais de forma clara e objetiva. 06 07 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 1 ESTRUTURA TEXTUAL Primeiramente, é importante que você saiba que todo o colaborador de uma organização é considerado um comunicador. Isso significa que todo colaborador que se preocupa com seu desempenho profissional precisa ter consciência da importância de dominar não apenas as regras da gramática da língua portuguesa, mas também as técnicas de comunicação escrita voltadas para diferentes formatos de textos comuns no meio empresarial. Depois, é importante que você saiba que, em nosso cotidiano, temos contato com diversos gêneros textuais: a exemplo disso, temos a carta, a reportagem jornalística, o bilhete, a bula de remédio e outros. A escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes elementos que participam do contexto. São eles: ` Quem está produzindo o texto; ` Para quem o texto será produzido; ` Com que finalidade o texto será produzido; e ` Em que momento histórico o texto está sendo produzido. Ainda que existam formatos e estruturas de textos distintos, o objetivo de um texto empresarial é muito diferente do de um texto educativo, literário ou de outro fim. Importante Um texto empresarial precisa ser conciso, objetivo e profissional e deve ter como foco principal atender às necessidades da corporação. No entanto, para cada tipo de comunicação, há uma estrutura predefinida por características que permitem sua identificação de forma rápida. As escolhas que citamos quando da utilização de um determinado gênero textual são decorrentes das esferas de circulação às quais tais gêneros pertencem. Veja alguns exemplos no Quadro 1. Quadro 1 - gênero textual Esferas Gêneros Jornalística Notícias, reportagens, editoriais, entrevistas, dentre outros. Divulgação científica Verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência, dentre outros. Fonte: Elaborado pelo autor (2016). 06 08 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Veja que, por pertencerem a esferas de circulação diferentes, cada gênero é escrito de formas distintas. Se você comparar uma notícia com uma receita de bolo, por exemplo, perceberá que o modo como o texto é encadeado difere um do outro. É por meio dessas especificidades que distinguimos uma narração de uma descrição ou de uma dissertação. O Quadro 2 apresenta alguns exemplos e alguns traços linguísticos de cada tipo textual que estudaremos. Quadro 2 - tipo de texto Tipo de Texto Exemplo Traço Linguístico Descritivo Naquela sala bagunçada, havia cadeiras espalhadas, livros sobre o sofá e paredes de tinta descascada. Esse tipo de enunciado textual tem uma estrutura simples, com um verbo estático no presente ou no pretérito imperfeito. Narrativo os tripulantes do avião anunciaram a turbulência e acalmaram os passageiros. Esse tipo de enunciado textual tem um verbo no passado, indicando um circunstancial de tempo e lugar (lugar, nesse caso: avião). Dissertativo o aumento do número de carros contribuiu com a piora da poluição nas cidades, o que indica que é necessário melhorar o transporte público. tem-se aqui uma forma verbal com o verbo ser no presente, além de outros elementos que o complementam. Fonte: Elaborado pelo autor (2016). Além dos traços linguísticos estudados até aqui, há outros que diferenciam cada tipo textual. A partir de agora analisaremos a narração, a descrição e a dissertação. Saiba mais Enunciado é a parte ou o todo de um discurso, oral ou escrito, associado a seu contexto. Começaremos a distinguir os tipos de texto pela narração, que tem por objetivo contar uma história real ou fictícia, sendo que, nessa história, é possível mesclar dados reais e imaginários. O texto narrativo baseia-se numa consecução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Sendo assim, a narração está repleta de verbos de ação e conectores temporais. Dessa forma, podemos dizer que a narração é uma sucessão de fatos ligados a um determinado acontecimento e que é composta pelo narrador, personagens, discurso, tempo e espaço. Narração Conectores temporais são elementos textuais que ligam palavras e frases, dando um aspecto de tempo. Exemplos: depois, quando, no momento em que, entre outros. 06 09 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Dependendo do papel que o narrador assume em relação à história, a narrativa pode estar em primeira ou terceira pessoa. Numa narrativa em primeira pessoa, o narrador participa ativamente dos fatos narrados, mesmo que não seja o personagem principal (o que chamaríamos de narrador-personagem). Já a narrativa em terceira pessoa traz o narrador na função de observador dos fatos (narrador-observador), que pode até mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto, o que denominamos narrador onisciente. Para ser capaz de explicar os acontecimentos de uma história, é necessário fazer as seguintes perguntas para um texto narrativo: O quê? Quais são os acontecimentos que determinam a história? Quem? Quais são as personagens da história? Como? Por meio dessa pergunta, deve ser possível responder de que modo acontece o enredo, a forma como se tecem os fatos. Onde? Quais são os lugares nos quais ocorre a história? Quando? Qual é o momento ou época em que se passam os fatos? Por quê? Qual é a causa do acontecimento? É importante lembrar que nem sempre um texto é puramente narrativo. Conforme vimos, na composição narrativa o enredo gira em torno de um fato acontecido, permeado por um cenário onde se desenvolve. Desse modo, ao considerarmos que a trama é o foco, teremos, obrigatoriamente, de fazer descrições para caracterizar tal cenário. Sendo assim, podemos dizer que a narração também envolve descrição, tipo textual que explica, com palavras, o que está sendo observado. Na descrição, o autor pode fazer uma descrição objetiva e sem juízo de valor, ou subjetiva, que deixa implícita sua opinião sobre algum objeto ou personagem sobre o qual está escrevendo. Descrição 06 10 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Além da narração e da descrição, também temos a dissertação, que pode ser denominada de texto dissertativo-argumentativo. Dissertar sobre alguma coisa é expor sua opinião a respeito de determinado assunto, ato praticado por nós cotidianamente. Quando precisamos que alguém mude de opinião ou acredite em alguma coisa que falamos, podemos criar argumentos. Em casos de divergência de opiniões, cada um defende seus pontos de vista em relação a temas como futebol, política, música ou qualquer outro assunto sobre o qual se esteja conversando. Assim, podemos dizer que a vida cotidiana traz, constantemente, a necessidade de exposição de ideias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, principalmente na escrita, é preciso tentar persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma forma de pensar diferente. Em todas essas situações, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de ideias, dados e conceitos, chegar-se a conclusões capazes de fazer o outro pensar a respeito daquilo que estamos apenas expondo ou também argumentando. Importante Nesse sentido, a dissertação implica discussão de ideias, organização do pensamento, defesa de pontos de vista. Para isso, é necessário ter conhecimento do assunto que vamos abordar, além de saber tomar posição diante desse tema. Quanto à argumentação que pode ser desenvolvida dentro da dissertação, deve-se atentar, principalmente, para as relações de causa e consequência; pontos favoráveis e desfavoráveis. Assim, expostas essas questões, é precisoconcluir todas as ideias que são iniciadas na dissertação, ou, se não for possível chegar a uma conclusão pela complexidade de sua abordagem (por ser um tema polêmico, por exemplo), trazer questionamentos e reflexões que levem o leitor a convencer-se de que suas explanações sobre o tema são pertinentes e construtivas para a sociedade. Antes de começar a argumentar, de fato, o ideal é que a dissertação seja planejada em um rascunho. Ao planejar, considere as seguintes etapas: ` Anote suas ideias sobre o tema; ` Se você não conhece o tema sobre o qual é convidado a escrever ou falar (ou se tem poucas ideias sobre ele), pesquise sobre o assunto; ` Delimite suas ideias e posicione-se sobre o tema. Dissertação 06 11 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção A estrutura textual de uma dissertação inclui introdução, desenvolvimento e conclusão. Porém, o texto não precisa ser composto, necessariamente, de apenas três parágrafos. O Quadro 3 apresenta a estrutura textual de uma dissertação e a descrição de cada uma delas. Quadro 3 - Estrutura textual da dissertação Estrutura da dissertação Descrição Introdução Nessa parte, o autor fala brevemente sobre o tema e expõe a tese ou o ponto de vista que quer defender. Desenvolvimento Contém as ideias e os argumentos que fundamentarão o ponto de vista do autor. também é interessante trazer exemplos para embasar o que está sendo defendido. Conclusão Retoma, resumidamente, a introdução e o desenvolvimento. Porém, seu principal objetivo é fechar o texto de maneira objetiva e clara, de modo que o leitor saiba qual é o posicionamento do autor sobre o tema que escreveu. Fonte: Elaborado pelo autor (2016). Até aqui você estudou os tipos de textos expressos em alguns gêneros textuais. Além do que abordamos aqui com relação aos gêneros textuais e tipos de textos, é preciso que você saiba que, para se comunicar de forma eficiente e garantir que a mensagem será compreendida pelo leitor, é necessário levar em consideração também alguns elementos que ajudam a tornar o texto mais compreensível, principalmente considerando o âmbito empresarial. A clareza a que tanto nos remetemos ao falar de textos no contexto empresarial é um dos recursos que certamente aumentarão a inteligibilidade do seu texto. É isso que veremos na sequência, com o estudo sobre clareza e objetividade textual e coesão e coerência. 1.1 CLAREzA E oBJEtIVIDADE tEXtUAL Já mencionamos a importância de se comunicar de forma clara e objetiva, independentemente de qual seja o foco da comunicação. Um vocabulário técnico, que utilize excessivamente palavras específicas de uma determinada área, ou, ainda, um comunicado que se estenda muito para dizer algo simples são exemplos de acontecimentos que prejudicam a clareza da informação a ser transmitida. Mas de que forma é possível redigir um texto com clareza e objetividade? Para responder a essa pergunta, abordaremos quatro etapas que orientam a elaboração da escrita. 06 12 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção ` Etapa 1 - Utilize palavras de entendimento comum O primeiro passo para garantir que a mensagem será compreendida pelo leitor é evitar o uso de jargões, palavras técnicas e específicas de uma área. A não ser que esses termos já sejam comuns na comunicação entre o emissor e o receptor, não é recomendado que se presuma que o leitor vai compreender um vocabulário técnico e característico de um determinado ramo. Muitas vezes, deparamo-nos com esse problema em bulas de remédios e manuais de instrução de produtos tecnológicos e, como o público geral nem sempre possui experiência no assunto, é comum que haja dificuldade de compreensão. Portanto, ter em mente que o leitor do texto pode não ter os mesmos conhecimentos específicos que o escritor é uma técnica excelente para aumentar o nível de compreensão da comunicação. ` Etapa 2 - Use a forma direta nas frases Uma tendência que muitas vezes ocorre inconscientemente é a de criar frases na ordem indireta. Uma forma eficiente de melhorar a compreensão de qualquer comunicado é dando preferência à construção textual que utilize a forma mais usual, que é: Ordem direta Sujeito + Verbo + Complemento Analise um exemplo de estruturação de uma frase na ordem direta e, na sequência, na ordem indireta. Exemplo Ordem direta O texto do funcionário estava confuso, problemático e difícil de compreender. Ordem indireta Confuso, problemático e difícil de compreender estava o texto do funcionário. ` Etapa 3: Preferir a voz ativa Dar preferência ao uso da voz ativa em detrimento da voz passiva é um recurso que pode ajudar a melhorar a compreensão de qualquer frase. Vale ressaltar que não há nenhuma restrição formal ao uso da voz passiva, no entanto, por questões de estilo, no intuito de buscar uma forma de escrever mais apuradamente e também devido à proposta de objetividade necessária na comunicação do meio empresarial, é esperado que, muitas vezes, a voz ativa traga resultados mais positivos. 06 13 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Analise um exemplo de estruturação de uma frase na voz ativa e, na sequência, na voz passiva. Exemplo Voz ativa Marcelo fez o relatório sobre o projeto. Voz passiva O relatório do projeto foi feito pelo Marcelo. ` Etapa 4: Evite excessos Um dos grandes problemas enfrentados nas interações de qualquer âmbito é o excesso de informações, palavras ou construções que são dispensáveis para que a comunicação seja clara e objetiva. Para evitar pecar por excesso, antes de fazer qualquer comunicado, seja escrito ou oral, é necessário ter em mente qual é o objetivo da informação a ser passada. Nem sempre é necessário passar todos os detalhes de um fato em um e-mail (por exemplo, narrando cada passo operacional tomado para chegar até determinada situação, ou, então contextualizando o assunto antes de disponibilizar a informação principal). O importante é saber qual é a finalidade do contato e ser pontual, de forma a agilizar a relação. 06 14 UNIDADE CURRICULAR 2: ELAboRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUmENtos DA oRgANIzAção 2 COESÃO E COERÊNCIA Além da clareza, existem também outros dois elementos que ajudam a garantir que a mensagem de um texto seja compreendida pelo leitor: a coerência e coesão. Esses dois elementos são responsáveis por garantir a conectividade das ideias do texto e certificar-se de que não há contradições. Veja, detalhadamente, como cada um desses mecanismos linguísticos funciona. 2.1 CoERÊNCIA NA REDAção Dos tEXtos EmPREsARIAIs Se você já ouviu alguém chamar outra pessoa de incoerente ou até mesmo já fez isso por considerar que uma pessoa ora defende uma coisa, ora defende outra, você já sabe, em parte, o que é a coerência textual. Para ser coerente, essa pessoa precisa ter consistência em seus argumentos. Isso vale tanto para a comunicação oral quanto para a comunicação escrita. Conceito Conceitualmente, a coerência é um mecanismo textual que está relacionado à produção de sentido do texto e à não contradição entre as ideias defendidas pelo autor, de modo que se efetive uma continuidade de significados. Em outras palavras, um dos objetivos da coerência textual é dar ao texto uma continuidade de sentidos, sem que haja quebra entre as partes do texto. A coerência não é apenas uma característica do texto, mas depende fundamentalmente da interação entre o texto, aquele que o produz e aquele que busca compreendê-lo. A seguir acompanhe, mais detalhadamente, os principais fatores que contribuem para a coerência textual. Esses fatores consistem na não contradição, nos elementos linguísticos, na consistência e relevância e no conhecimento do mundo. ` Não contradição A não contradição diz respeito ao fato de os argumentos não se contradizerem.Assim, se o autor começa um texto defendendo uma ideia, deve sustentá-la até o fim, sem usar argumentos que possam ser incoerentes com aquilo que ele está escrevendo. Analise um exemplo: 06 15 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Exemplo Caso o escritor queira convencer o leitor de que a Lei Seca foi importante para a redução de acidentes de trânsito no Brasil, deve sustentar essa ideia até o fim do texto, utilizando argumentos que embasem sua tese. Portanto, o autor não poderá mudar de ideia no meio da sua escrita e defender que a Lei Seca não teve impacto no trânsito brasileiro. Caso ele faça isso, será incoerente, estará se contradizendo. ` Elementos Linguísticos Entre os principais elementos linguísticos que promovem a coerência em um texto estão as conjunções. As conjunções, além de conectarem as frases e os parágrafos, também são responsáveis por dar coerência a eles. Se utilizarmos alguma conjunção equivocada, poderemos tornar incoerente uma ideia que estamos defendendo. O mesmo acontece caso optemos por um advérbio que não condiz com a informação que queremos transmitir. Analise um exemplo de um advérbio utilizado inadequadamente. Exemplo Infelizmente, a Lei Seca reduziu os acidentes de trânsito no Brasil. A frase acima é incoerente porque o advérbio infelizmente não é coerente com o contexto. Espera-se que, se os acidentes diminuíram, utilize-se a forma felizmente. Analise um exemplo de um advérbio utilizado adequadamente. Exemplo Felizmente, a Lei Seca reduziu os acidentes de trânsito no Brasil. Esses exemplos reforçam que é importante estar atento aos elementos linguísticos que usamos para conectar nossas ideias. ` Consistência e relevância O bom uso dos elementos linguísticos e a não contradição faz com que os enunciados do texto se relacionem entre si sem que haja contradição entre eles. Se um texto não contém incoerências, ele é um texto consistente, pois transmite credibilidade ao leitor. Ao ler um texto coerente, o leitor pode se convencer daquilo que está sendo dito ou, pelo menos, refletir a respeito da questão proposta. 06 16 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Já a relevância diz respeito ao modo como o conjunto de frases e parágrafos que compõem o texto se referem ao mesmo tópico. Portanto, para que um texto seja relevante, ele precisa tratar do mesmo assunto, não fugindo do tema ou não se perdendo em argumentos pouco relacionados ao tema. ` Conhecimento de mundo Para que possamos interpretar corretamente um texto, atribuindo significados para ele, é preciso conhecer o tema sobre o qual o autor está argumentando. Caso isso não aconteça, o texto, ou parte dele, não fará sentido para o leitor. Esse conhecimento sobre os assuntos que são defendidos nos textos é construído por meio da nossa vivência, à medida que atuamos no mundo e memorizamos experiências vividas. Porém, considerando que cada um de nós é diferente do outro, pois, além de termos personalidades diferen- ciadas, vivemos experiências diferentes, em contextos socioculturais diferentes, não é possível que partilhemos todos os conhecimentos. Dessa forma, é preciso que o autor e seus leitores possuam, pelo menos, alguns conhecimentos comuns para que haja comunicação e compreensão. Quanto maior for a parcela de conhecimento partilhado, maior será a capacidade de o leitor inferir, capturar da memória os conhecimentos que não estão explícitos no texto. 2.2 CoESão Ao REDIgIR tEXtoS tÉCNICoS Os textos, ao serem escritos, devem apresentar uma unidade, uma sequência lógica, que faz com que as frases e os parágrafos se configurem como texto. Podemos dizer que o texto não é um amontoado de sentenças desconexas e sem sentido, mas tudo aquilo que, ao ser falado ou escrito, tem um significado. Essa conexão entre as partes de um texto é o que chamamos de coesão textual. Conceito A coesão é um mecanismo linguístico que se refere à ligação de palavras, expressões, frases ou parágrafos dentro de uma sequência. Do mesmo modo que acontece com a coerência, a coesão é muito importante para a compreensão do texto, visto que estabelece uma relação entre as suas partes. Um texto coeso é construído por meio de elementos de ligação, a exemplo dos advérbios, pronomes, sinônimos, conjunções. O correto uso desses conectores também contribui para a construção da coerência. Um exemplo que já vimos foi o uso equivocado do advérbio infelizmente. Inferir é o ato de concluir ou deduzir algo a partir da análise dos fatos e do raciocínio. 06 17 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 3 PRONOMES DE TRATAMENTO Todo bom comunicador precisa saber como e quando utilizar determinadas palavras que se enquadrem com o máximo de precisão em cada situação. É para isso também que existem os pronomes de tratamento. Esses pronomes existem para que possamos nos referir a uma outra pessoa de uma forma mais cortês ou para quando há a necessidade de se referir a alguém que possua algum título honorífico. Esse tipo de pronome não é diferente dos demais pronomes aos quais estamos acostumados, no entanto, se diferem pelo fato de que devem ser utilizados em uma situação específica. Para que você compreenda melhor a utilização dos pronomes de tratamento, tomaremos como exemplo o convite. O convite é um gênero textual que circula em diversos meios, dos mais formais aos menos formais. Existe convite de formatura, de casamento, de festa de aniversário, convite para uma reunião, entre outros, que podem ser enviados tanto pelo correio como por e-mail. É provável que você também elabore convites no contexto empresarial, afinal, é algo que pode ser delegado ao assistente administrativo. No momento de elaborar o convite, além dos dados do remetente (a pessoa que envia) e do destinatário (a pessoa que recebe), é preciso dirigir-se à pessoa a quem enviaremos o convite. Nesse caso, precisamos estar atentos ao pronome de tratamento que usaremos. No caso de uma pessoa mais íntima, é permitido o uso de uma linguagem mais informal. Porém, quando se tratar de alguém com quem não temos muita convivência ou de uma autoridade, o pronome deverá adequar-se à situação de uso. Como estamos aqui abordando o convite, é preciso que, em seguida, sejam informados todos os elementos necessários para que o convidado fique a par do local, data e horário do evento. Em caso de festas, também é necessário informar o traje que o convidado deverá usar. Finalize o texto com uma saudação final, seguida da assinatura de quem enviou o convite. Utilizamos o convite como exemplo para focar no uso dos pronomes de tratamento. O Quadro 4 apresenta os pronomes de tratamento e a quem são direcionados. Esse conhecimento permitirá o uso correto dos pronomes de tratamento tanto para elaborar um convite como para elaborar outros tipos de textos no contexto empresarial. Honorífico significa honrar, tornar distinto. 06 18 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Quadro 4 - Pronomes de tratamento PRONOME VOCATIVO EMPREGO Vossa Excelência Excelentíssimo Senhor (seguido do cargo respectivo, para Presidente da República, Presidente do Congresso Nacional e Presidente do Supremo tribunal Federal). Senhor (seguido do cargo, para as demais autoridades). a) Autoridades do Poder Executivo: Presidente da República, Vice-Presidente da República, Ministros de Estado, Secretário-geral da Presidência da República, Consultor-geral da República, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Chefe do gabinete Militar da Presidência da República, Chefe do gabinete Pessoal da Presidência da República, Secretários da Presidência da República, Procurador-geral da República, governadores e Vice-governadores de Estado e do Distrito Federal,Chefes de Estado-Maior das três Armas, oficiais-generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de Estado dos governos Estaduais, Prefeitos Municipais. b) Autoridades do Poder Legislativo: Presidente, Vice-Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; Presidente e Membros do tribunal de Contas da União; Presidentes dos tribunais de Contas Estaduais, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais. c) Autoridades do Poder Judiciário: Presidentes e Membros do Supremo tribunal Federal, do Superior tribunal de Justiça, do Superior tribunal Militar, do tribunal Superior Eleitoral, do tribunal Superior do trabalho, dos tribunais de Justiça, dos tribunais Regionais Federais, dos tribunais Regionais Eleitorais, dos tribunais Regionais do trabalho; Juízes e Desembargadores; Auditores da Justiça Militar. Vossa Senhoria Senhor / Senhora (seguido do cargo) Autoridades não contempladas no exemplo relativo à Vossa Excelência e particulares. Vossa Magnificência Magnífico Reitor Reitores de Universidades Vossa Santidade Santíssimo Padre Papa Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima Eminentíssimo Senhor Cardeal e Reverendíssimo Senhor Cardeal Cardeais Vossa Excelência Reverendíssima Reverendíssimo Senhor Arcebispos e Bispos Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima Reverendo Senhor Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência Reverendo (a) Padre (Madre) Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos. Fonte: Santa Catarina (2003). No Quadro 4 estão listados os usos mais formais dos pronomes de tratamento. Porém, voltando ao exemplo do convite, caso seja mais informal, podemos usar o “você”, que também é considerado um pronome de tratamento, mas que deve ser usado para pessoas com as quais temos mais intimidade. 06 19 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 4 ABERTURA E FECHAMENTO DE TEXTOS Uma das grandes dificuldades de quem está entrando para o mundo corporativo está na comunicação escrita do dia a dia. Essa dificuldade consiste em saber o tom que se deve utilizar em um comunicado, assim como em compreender que vocabulário é mais indicado, além de saber reconhecer os formatos mais adequados para se utilizar. Seja em uma carta formal ou em um e-mail, é preciso seguir alguns padrões que ajudam a garantir que o tom do texto se mantenha dentro do esperado. Abordaremos, a seguir, como realizar isso num e-mail. Entretanto, essas orientações caberão para diversos documentos, dos quais você estudará os formatos ainda nesta Unidade Curricular. A abertura e o fechamento de textos são uma rotina na comunicação escrita, seja por documentos ou e-mails. Para que você entenda melhor essa questão, abordaremos esse assunto tomando como exemplo a escrita de um e-mail. A utilização do e-mail, na prática, você estudará na última aula desta Unidade Curricular. Agora, nosso foco é o aspecto textual, e tomaremos o e-mail como exemplo porque, hoje em dia, essa é, ainda, a principal ferramenta de comunicação empresarial. Independentemente do teor da mensagem que se quer passar, é sempre necessário manter um tom de cordialidade que se aplica bem ao ambiente de trabalho e adotar alguns passos para não errar. Vamos conhecer quais são esses passos. ` Primeiro passo Sempre inicie um e-mail com uma referência ou um cumprimento ao destinatário, mencionando seu nome ou sobrenome. Se sua relação com a pessoa for próxima, é possível chamá-la pelo primeiro nome, utilizar o pronome “você” e poupar pronomes de tratamento formais como “senhor” ou “senhora” ou termos de referência como “caro” e afins. No entanto, caso o destinatário seja uma pessoa de mais autoridade que você ou um desconhecido, é sempre bom optar por um termo mais sofisticado para evitar passar uma ideia de descaso. Utilize, nesse caso, “senhor”, “senhora”, “prezado”, “caro” e semelhantes. E-mails que não se dirigem a ninguém soam muito impessoais e frios e podem ser mais facilmente ignorados. Vale lembrar que, caso você resolva abrir o texto com um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”, é preciso tomar cuidado para não errar. Além disso, se uma empresa possui horário de trabalho diurno, pode não ser adequado responder ou enviar e-mails fora do horário proposto. 06 20 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção ` Segundo passo É importante lembrar que as primeiras palavras de contato são as que vão estabelecer o tom da comunicação entre você e seu destinatário. Então, tome cuidado para não pecar por excessos de formalidade ou por ser informal demais. Também vale lembrar que as empresas possuem formas diferentes de se comunicar com outras empresas, com funcionários, fornecedores ou clientes. Algumas adotam um tom mais formal, como bancos, empresas grandes e tradicionais. Outras já preferem um tom mais amigável, independentemente de a quem seja destinada a comunicação. É importante que um funcionário de uma instituição conheça bem a proposta da organização e da marca, de forma que possa contribuir para disseminá-la sempre que enviar uma mensagem representando a empresa. ` Terceiro passo Deixe claro seu propósito sempre que escrever um e-mail. É comum que algumas pessoas tenham como padrão iniciar um e-mail com a frase “Estou escrevendo porque”. É nesse ponto que você vai explicitar a relevância da sua mensagem e mostrar ao leitor o porquê daquele comunicado. ` Quarto passo Lembre-se de que os e-mails são utilizados porque agilizam a comunicação, evitam a perda de tempo com comunicados muito demorados e não atrapalham tanto a produtividade quanto outros meios de comunicação. Por isso, evite o excesso de informações e vá direto ao ponto. Nada incomoda mais do que ter que ler longos e-mails que poderiam ser resumidos a um parágrafo. ` Quinto passo Sempre deixe claro quando você espera uma ação do leitor. Depois de cumprimentar, explicar o conteúdo da mensagem e passar a informação em si, é importante deixar claro se você espera que essa mensagem gere uma ação por parte de quem a recebeu. Por exemplo, se você está fazendo um pedido ou pretende tirar uma dúvida, deixe isso claro após o conteúdo da mensagem e antes do fechamento. Assim, esse propósito não vai ser perdido no meio do texto. ` Sexto passo Caso o e-mail contenha anexos, não se esqueça de informar sobre sua existência ao longo do texto, bem como sobre o teor do seu conteúdo. Caso contrário, eles podem passar despercebidos. Também é preciso tomar cuidado com o nome dos arquivos que estão anexos: eles precisam ser condizentes com seu conteúdo para facilitar sua identificação. ` Sétimo passo Tome cuidado com os detalhes. Lembre-se sempre de que o assunto do e-mail precisa ser preenchido com uma informação coerente com o conteúdo da mensagem. Assim, você também se certifica de que ele não será ignorado. 06 21 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção ` Oitavo passo O último passo é concluir o texto com um fechamento. Mais do que apenas uma assinatura, dependendo da sua posição e de quem é o destinatário, este pode ser um bom momento de causar uma boa impressão nele. Por exemplo: se você está dando uma notícia ruim a um fornecedor, é no final do e-mail que você pode amenizar o tom da mensagem, colocar-se à disposição para tirar qualquer dúvida e criar um impacto mais positivo no tom geral da comunicação. Depois disso, é sempre importante concluir o fechamento fazendo um cumprimento, seguindo a regra mencionada anteriormente no primeiro passo (comunicar-se conforme a posição do destinatário). Se a organização e a relação entre as pessoas envolvidas na mensagem permitir, é possível utilizar “abraços”, “até mais”, (lembrando que esses são formatos muitoinformais). Para um tom mais formal, boas alternativas são “atenciosamente”, “com meus cumprimentos” ou até mesmo um “obrigado”. Saiba mais Antes de clicar em “enviar”, é fundamental revisar o texto para garantir que nada falta, que não há erros e que não há possibilidade de ser mal interpretado. Além disso, é preciso ter sempre em mente que o conteúdo de um e-mail fica registrado e, portanto, é um documento oficial, que estará sempre disponível para consulta. Abordamos neste tópico o e-mail, entretanto, é importante lembrar que, com relação aos demais documentos, de uma forma geral, grande parte das regras usadas para a elaboração de e-mails pode ser seguida para compor outros tipos de comunicação. As principais mudanças são determinadas de acordo com o formato de comunicação que será utilizado e com seu objetivo principal. 06 22 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 5 REGRAS DE GRAMÁTICA E ORTOGRAFIA Uma gramática existe com o intuito de sistematizar uma língua falada por um grupo de pessoas e regular a forma como a língua é utilizada por esse grupo. Esse conjunto de regras é conhecido como Gramática Normativa, e é utilizado para guiar a comunicação, especialmente a escrita, nas mais diversas instâncias, como em empresas, escolas, universidades, jornais e na mídia em geral. Embora no Brasil as regras da Gramática Normativa não sejam tão utilizadas na língua falada, ainda são muito válidas para qualquer comunicado escrito, o que faz com que dominá-las e entendê-las seja fundamental para quem se preocupa em se mostrar um profissional competente e qualificado. Afinal, um texto, independentemente da sua função e objetivo, quando contém erros de português, passa uma má impressão, que pode comprometer muito a imagem do remetente, especialmente nos âmbitos profissional e acadêmico. Mas, além das regras da gramática, há algumas outras questões de uso da língua que costumam gerar dúvidas no dia a dia e que podem comprometer o significado da mensagem que se quer passar, como, por exemplo, o uso da pontuação. Para melhor compreender o uso de cada sinal de pontuação, analise o Quadro 5, no qual apresentaremos o uso do ponto-final, ponto de interrogação e ponto de exclamação. Quadro 5 - Uso do ponto-final, ponto de interrogação e ponto de exclamação Ponto Descrição Exemplo Final o ponto-final é usado no final de frases declarativas e em frases interrogativas indiretas. Declarativa: Encontrei um retrato de minha irmã em uma caixa de recordações. Interrogativa indireta: Estou perguntando por que você não atendeu minhas ligações. Interrogação o ponto de interrogação é empregado no final de frases interrogativas diretas. Por que você não atendeu minhas ligações? Exclamação o ponto de exclamação é utilizado em frases exclamativas, com a finalidade de indicar estados emocionais, como alegria, surpresa, espanto, dor. Você me deu um susto! Que isso não se repita! Fonte: Elaborado pelo autor (2016). A seguir, estudaremos o uso da vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos, aspas, travessão, reticências, parênteses, assim como regras de acentuação. 06 23 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 5.1 VÍRgULA Antes de listarmos os principais usos da vírgula, é importante destacar que nunca se deve separar o sujeito do verbo, nem o verbo de seus objetos, por vírgula. Saiba mais O sujeito é o termo da oração que informa de quem ou de que se fala e com o qual o verbo geralmente concorda. O Objeto Direto (OD) e o Objeto Indireto (OI) são complementos do verbo. Analise um exemplo de frase que apresenta a ordem direta: sujeito, verbo, objeto direto e objeto indireto. Nessa estrutura, não se admite o uso da vírgula. Exemplo As noites estreladas traziam esperança aos jovens apaixonados. Sujeito Verbo OD OI O Quadro 6 apresenta os casos em que usamos a vírgula. Quadro 6 - Uso da vírgula Uso da vírgula Exemplo Saiba mais Usamos a vírgula para separar palavras que não estejam unidas por conjunções. Ela gosta de cantar, dançar, ir ao cinema e jogar futebol. Conjunções são palavras invariáveis que unem palavras, expressões, frases, dando sentido às unidades ligadas. Usamos a vírgula para separar expressões explicativas, do tipo isto é, ou seja, ou melhor. Ela gosta de jogar futebol, ou melhor, de jogar futsal. Usamos a vírgula para marcar uma explicação, chamada de aposto. Clarice Lispector, autora de A Hora da Estrela, nasceu na Ucrânia. Usamos a vírgula para omitir uma palavra. Maria gosta de sertanejo; seu marido, de samba. (o verbo gostar está oculto na segunda frase). Usamos a vírgula para isolar o vocativo. Não se esqueça de fazer a tarefa, Anita! Vocativo é um termo da oração usado para chamar, referir-se a alguém, humano ou não, real ou imaginário. 06 24 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Uso da vírgula Exemplo Saiba mais Usamos a vírgula para isolar o adjunto adverbial, quando ele for extenso ou estiver na ordem indireta. Naquela tarde, eu vendi um carro para Pedro. Adjunto adverbial é um termo da oração que indica circunstância: tempo, modo, lugar das coisas que acontecem na frase. Ordem indireta é a alteração da sequência mais usada da Língua Portuguesa: sujeito, verbo, complementos, adjuntos adverbiais. Ex.: Eu vendi um carro para Pedro naquela tarde. Usamos a vírgula para separar sujeitos diferentes. As cortinas se fecharam, e o público aplaudiu o espetáculo. Usamos a vírgula para separar orações coordenadas assindéticas (orações independentes, não ligadas por síndeto). Liguei para ela, disse que estava com saudades, arrependi-me amargamente. Síndeto é uma conjunção presente entre frases ou entre partes da oração e da frase. Usamos a vírgula para separar orações coordenadas sindéticas (orações independentes, ligadas por um síndeto). Eduardo se esforçou muito, mas não foi reconhecido por sua dedicação. Fonte: Elaborado pelo autor (2016). 5.2 PoNto E VÍRgULA Utilizamos o ponto e vírgula, principalmente, para separar períodos nos quais há a omissão de um verbo em uma das orações. Essa omissão ocorre para evitar a repetição do verbo, que é substituído por uma vírgula. Analise um exemplo, no qual se omite o verbo ser. Exemplo Meu irmão é advogado; minha irmã, dentista. Além disso, o ponto e vírgula é usado para separar os diversos itens de uma lista exposta em linhas diferentes, seja em um texto como apresentamos no exemplo, ou para enumerar os artigos de uma lei. Analise o exemplo. Exemplo Solicito ao setor de compras os seguintes produtos: a) canetas; b) blocos de anotações; c) lápis. 06 25 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 5.3 DoIS-PoNtoS Continuando nossos estudos a respeito das regras gramaticais, em especial da pontuação, aprenderemos a utilizar os dois-pontos, que marcam a introdução de uma informação no texto. Os dois-pontos podem: ` Dar início a uma fala. Exemplo Depois de muito pensar, o diretor anunciou: – Neste ano, os alunos escolherão, através de votação, o tema da Feira Científica. ` Dar início a uma sequência que explica, desenvolve, esclarece uma ideia anterior. Exemplo O motivo pelo qual eu faltei ao trabalho foi este: bati o carro. 5.4 ASPAS As aspas são muito utilizadas para fazer uma citação textual. Porém, há mais casos para os quais elas são usadas. Acompanhe, a seguir, os principais usos das aspas. ` As aspas são utilizadas para fazer uma citação textual. Exemplo Como já diria o poeta Vinícius de Moraes, “Viver é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. ` As aspas podem ser usadas para destacar palavras não reconhecidas pela língua culta (gírias, neologismos – palavras inventadas e/ou estrangeiras). Exemplo Ela ficou “grilada” com a resposta donamorado. 06 26 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção ` As aspas são usadas para mostrar que a palavra usada indica uma ironia. Exemplo Sua sugestão foi “ótima”! ` As aspas são usadas para destacar títulos de obras. Exemplo Itaguaí é a cidade em que se passa a história de “O Alienista”, de Machado de Assis. 5.5 tRAVESSão O travessão aparece nos diálogos para indicar a fala e a mudança de interlocutor. Sempre que aparece depois da fala, na mesma linha, é a identificação de quem falou. Exemplo – Podemos começar a reunião? – disse Júlio. – Ainda não! – gritou alguém. – Por que não? – Porque faltam cinco minutos para o horário marcado. Além desse uso, podemos usar o duplo travessão para substituir as vírgulas, principalmente no caso de haver uma explicação. Exemplo Vinícius de Moraes – grande músico brasileiro – também escreveu lindas poesias. 06 27 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 5.6 REtICÊNCIAS As reticências geralmente são usadas com valor estilístico, isto é, com a intenção de trazer um ar de mistério, de ironia, silêncio, ameaça, reflexão/ questionamento ao pensamento, ou com a intenção de permitir que o leitor complete o que foi deixado em suspenso. Exemplo Já falei sobre meus sentimentos. Você já deve ter percebido que... Além desse uso, as reticências, quando estão entre colchetes ou parênteses, indicam que uma parte do texto original foi suprimida. Exemplo “[...] a fisionomia de José Maria estava tão transtornada que o padre, também de pé, começou a recuar, trêmulo e pálido.” (Machado de Assis). 5.7 PARÊNtESES Os parênteses servem para isolar expressões (indicar a fonte de uma citação, por exemplo), explicações ou comentários relativos a alguma palavra ou expressão do texto. Exemplo Encharcada de suor, vesti uma roupa velha (mas de tecido leve) para sentir-me melhor. 5.8 PoRQUÊS Existem quatro tipos de “porquês” que são utilizados em ocasiões diferentes pela língua portuguesa. Apesar de, com frequência, gerarem dúvidas, existem algumas formas de aprender de vez o funcionamento de cada um deles para não mais errar. ` Por que: o “por que”, separado e sem acento, é um dos mais utilizados no nosso dia a dia. Ele é a junção da preposição “por” + um pronome relativo, interrogativo ou indefinido. Para saber quando usá-lo, substitua-o, mentalmente, por “por qual razão” ou “pelo qual”. Se a frase permanecer fazendo sentido, é porque essa é a forma correta. 06 28 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção Exemplo • Por que você não foi à entrevista de emprego? Substituindo: Por qual motivo você não foi à entrevista de emprego? • Os caminhos por que passamos eram muito bonitos. Substituindo: Os caminhos pelos quais passamos eram muito bonitos. ` Por quê: este formato acentuado no “quê” geralmente possui o mesmo sentido da forma não acentuada. A diferença é que ele precisa ser acentuado apenas quando aparece no fim de frases, seguido de pontuação ou isolado. Exemplo Ele pediu demissão. Por quê? Hoje ele chegou mais cedo, mas não sei por quê. ` Porque: esta forma é uma conjunção que equivale a “pois”, “como”, “uma vez que”. Geralmente é utilizado como uma resposta ou em explicações, e é possível substituí-lo por algum de seus sinônimos. Exemplo • Trabalho muito porque preciso ganhar experiência. Substituindo: Trabalho muito pois preciso ganhar experiência. ` Porquê: este formato é um substantivo, o que significa que possui uma forma plural que pode ser acompanhada de artigo. Além disso, pode ser substituído pela palavra “motivo” ou “razão”. Exemplo • Não entendemos os porquês de sua demissão. Substituindo: Não entendemos os motivos da sua demissão. • Ele ligou perguntando os “porquês” da decisão. Substituindo: Ele ligou perguntando os motivos da decisão. 06 29 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 6 CONCORDÂNCIA VERBAL A concordância verbal acontece quando algumas palavras alteram suas terminações para se adequarem à frase. Em outras palavras, concordância verbal é a concordância entre o verbo e seu sujeito, em número e pessoa. Conheça alguns exemplos. Exemplo Aquela árvore floresce em setembro. As acácias florescem em novembro. Ela lê somente livros de autoajuda. Eles leem todos os dias. Na regra geral de concordância verbal, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Analise os exemplos. Exemplo Nós vamos ao cinema. O verbo vamos está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito nós. Conheça, no Quadro 7, mais situações sobre a concordância do verbo com o sujeito composto. Quadro 7 - Concordância com sujeito composto Situações Exemplo Quando o sujeito composto aparecer anteposto ao verbo (antes do verbo), o verbo ficará no plural. Douglas e Mônica viajaram para a Europa. Quando o sujeito composto aparecer posposto ao verbo (depois do verbo), o verbo concordará com o elemento mais próximo ou irá para o plural. Brincava de boneca a irmã, a prima e a amiga de Ana. Brincavam de boneca a irmã, a prima e a amiga de Ana. Quando o sujeito composto for constituído por pessoas gramaticais diferentes, o verbo irá para o plural. Além disso, se na frase houver 1ª pessoa (eu, nós), ela prevalecerá sobre todas as outras; se houver 2ª pessoa (tu, vós), o verbo poderá ficar na 2ª ou na 3ª pessoa do plural. Teremos três pessoas para o almoço: eu, tu e papai. Tereis apenas duas pessoas para o almoço: tu e papai. Terão apenas duas pessoas para o almoço: tu e papai. Fonte: Elaborado pelo autor (2016). 06 30 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 7 CONCORDÂNCIA NOMINAL Concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se adequarem à frase. Quando esse fenômeno ocorre com verbos, é chamado de verbal; quando ocorre com nomes, é denominado nominal. A concordância nominal acontece na frase quando os nomes, que podem ser adjetivos, artigos, numerais e pronomes adjetivos, alteram suas desinências para se ajustarem em número (singular ou plural) e gênero (masculino ou feminino) ao substantivo a que se referem. Em outras palavras, concordância nominal é a concordância, em gênero e número, entre o substantivo e seus determinantes: o adjetivo, o pronome adjetivo, o artigo, o numeral e o particípio. Analise alguns exemplos de concordância nominal. Exemplo Ele mesmo fez a reunião. Elas próprias escolheram o cardápio da festa. Em casos especiais, o uso da concordância nominal depende, principalmente, das palavras que compõem a frase. Analise o exemplo: Exemplo Ele vestia calça e paletó bonitos. O adjetivo bonitos refere-se a dois substantivos de gêneros diferentes: calça, que é feminino; e paletó, que é masculino. Considerando-se que esses dois substantivos se referem a dois substantivos de gêneros diferentes, sua concordância foi feita no masculino e plural. Isso acontece porque, quando o adjetivo se refere a dois substantivos de gêneros diferentes, o masculino prevalece sobre o feminino. Porém, também é possível concordar com o substantivo mais próximo. Analise o exemplo: Exemplo Ele vestia calça e paletó bonito. As desinências têm por função denotar as categorias gramaticais de gênero, número, modo, tempo e pessoa. 06 31 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção No exemplo, o adjetivo concorda apenas com a palavra paletó, a qual está mais próxima, ficando no masculino e no singular. Porém, se trocarmos a ordem dos adjetivos, teremos a seguinte concordância: Exemplo Ele vestia paletó e calça bonita. Nessa frase, o substantivo que está mais próximo do adjetivo é calça. Por isso, realizou-se a concordância apenas com essa palavra. Do mesmo modo, quando o adjetivoestá antes dos substantivos, também pode concordar com o adjetivo mais próximo ou com os dois. Analise mais alguns exemplos de concordância. Exemplo Deixou sujo o quarto e a sala. Deixou suja a sala e o quarto. Deixou sujos o quarto e a sala. Sempre que houver um substantivo masculino e outro feminino e a concordância for feita no plural, só poderá ocorrer o plural masculino. A frase a seguir aplica essa regra: Exemplo Deixou sujos o quarto e a sala. O plural no feminino só poderá ocorrer caso os dois substantivos sejam femininos. A frase a seguir aplica essa regra: Exemplo Deixou sujas a sala e a cozinha. 06 32 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 8 CRASE A palavra crase vem do grego krasis, que significa fusão, junção, mistura. Assim, no português, essa fusão se manifesta através da união da preposição a com o artigo feminino a e é indicada pelo acento grave à. Ela é, também, o pesadelo de muita gente que se perde em meio a tantas regras gramaticais do português brasileiro. Mas existem algumas formas de simplificar a compreensão da crase e garantir que os acertos em relação a seu uso sejam mais frequentes. Compreenda melhor o uso desse sinal. Fui à praia. Fui a + a praia. � � Preposição exigida pelo verbo ir. Artigo feminino que determina a palavra praia. Uma das formas de saber quando ocorre crase é conhecendo a regência dos verbos. Quando um verbo for transitivo indireto e aceitar a preposição “a”, é possível que ocorra crase. A primeira coisa que é preciso saber sobre a crase é que ela não ocorre antes de substantivo masculino, apenas antes de palavras femininas. Portanto, a forma mais clássica de saber se é necessário usar crase é verificando a possibilidade de trocar a palavra seguinte por uma da mesma classe na forma masculina. Se a troca de “a” por “ao” funcionar, é porque ocorre crase. O Quadro 8 apresenta alguns exemplos de uso de crase. Quadro 8 - Uso da crase Regra Exemplo A forma mais clássica de saber se é necessário usar crase é verificando a possibilidade de trocar a palavra seguinte por uma da mesma classe na forma masculina. Se a troca de “a” por “ao” funcionar, é porque ocorre crase. § Ele foi à escola. Ele foi ao colégio. § Assisti à apresentação do funcionário. Assisti ao relato do funcionário. Algumas expressões inflexíveis sempre exigem o uso da crase. É o caso de “à medida que”, “à maneira de”, “à moda de”, “às vezes”, “à noite”, “à procura de”. § Às vezes, chego atrasado ao trabalho. Sempre utilize crase nas expressões que se referem às horas. § Costumo acordar todos os dias às 6h. A crase nunca ocorre antes de expressões masculinas, antes de palavras no plural (se a crase estiver no singular), antes de verbos, antes dos pronomes relativos cujo e quem, artigos definidos (um, uma, uns, umas). § A nova medida vai ser incorporada na organização a passos lentos. § o relatório se refere a processos antigos. § Faça o bem sem olhar a quem. § Entregue o documento a um gerente. Fonte: Elaborado pelo autor (2016). 06 33 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção 9 HÍFEN Vamos conhecer algumas regras sobre o uso do hífen. ` Usa-se hífen em frente a palavras que começam com H. Exemplos: anti-histamínico, super-homem. ` Usa-se hífen quando a última letra do prefixo e a primeira da palavra seguinte forem as mesmas. Exemplos: micro-ondas, anti-inflamatório. ` Não se usa hífen quando as duas palavras terminarem com letras diferentes. Exemplos: superinteressante, antialérgico. ` Se o prefixo terminar em vogal e a próxima palavra iniciar em R ou S, dobram-se essas letras. Exemplos: minissaia, ultrassom, semirreta. ` Usa-se o hífen com os prefixos, pós, pré, sem, além, ex, recém, pró, vice. Exemplos: pré-história, recém-nascido. ` Usa-se hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplo: Ele é sul-rio-grandense. Saiba mais Novas regras do acordo ortográfico O último acordo ortográfico da língua portuguesa estabeleceu algumas mudanças na língua. Algumas dessas mudanças ainda geram dúvidas em muita gente. Conheça algumas das principais e não se confunda mais. • As letras k, w e y foram oficialmente incorporadas ao alfabeto português. • Abandonou-se o uso do sinal do trema nas palavras que não são nome próprio. Exemplos: linguiça, frequente, bilíngue. • Não se acentuam mais os ditongos abertos ÉI e ÓI nas palavras paroxítonas. Exemplos: claraboia, Coreia, geleia. • Não se usa mais o acento tônico no I ou no U quando seguidos de ditongo. Exemplo: baiuca. • Não se acentuam as palavras terminadas em eem ou oo. Exemplos: voo, leem, veem, perdoo. • Não se usa mais acento diferencial nas palavras para, pelo, pera e polo. Exemplos: Ele sempre para no sinal vermelho. Ele usa o carro para se locomover. 06 34 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção CONSIDERAÇÕES Estudamos, nesta primeira aula, a importância de o profissional saber se comunicar de forma que os seus colegas possam compreendê-lo com facilidade. Ao se fazer compreender com facilidade, a organização economiza tempo e, com isso, há possibilidade de aumentar a produtividade. Uma boa redação, além de possuir aspectos importantes ao desenvolvimento das atividades profissionais, também é uma habilidade que contribui para a vida pessoal, uma vez que as pessoas que possuem uma boa escrita são vistas com bons olhos pelos demais. Por isso, esteja sempre atento ao emprego correto das palavras. Agora que você estudou importantes conceitos que o auxiliarão no seu processo de comunicação organizacional, veremos, na Aula 2, os principais métodos e técnicas de arquivo e protocolo, que também são competências essenciais a um Assistente Administrativo. Agora você está convidado a participar da Aula 2 desta Unidade Curricular. 06 35 06 35 UNIDADE CURRICULAR 2: ELABoRAR, oRgANIzAR E CoNtRoLAR DoCUMENtoS DA oRgANIzAção REFERÊNCIAS UNIDADE CURRICULAR 2 ALUNOS ONLINE. Coesão textual. 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Pequeno manual para escrita de artigos científicos: estrutura textual, dicas e compêndio gramatical. Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/ bitstream/CNPTIA/11545/1/doc68.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2015. INSTITUTO DE ASTRONOMIA, GEOFÍSICA, E CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS. Guia para escrever um relatório. Disponível em: <http://www.iag.usp.br/~eder/guia_ relatorio.pdf>. Acesso em: 04 set. 2015. KOCH, Ingedore V. A interação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2001. KOCH, Ingedore V; TRAVAGLIA, Luiz C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001. LYONS, John. Introdução à linguística teórica. São Paulo: Nacional/EDUSP, 1979. LOPES, Uberdan dos Santos. Arquivos e a organização da gestão documental. Disponível em: <http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/412/523>. Acesso em: 08 set. 2015. MAGNANTI, Celestina. O que se faz com a linguagem verbal? Revista Linguagem em (Dis)curso, v. 1, n. 1, jul./dez. 2001. 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Banco de Imagens. Disponível em: <http://www. thinkstockphotos.com>. Acesso em: 20 nov.2015. TOZELLO, André. Modelos de Editais e Atas para Cooperativa. 2010. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/tozello/modelo-editais-e-atas>. Acesso em: 20 jun. 2016. TUFANO, Douglas. Michaelis: guia prático da nova ortografia – saiba o que mudou na ortografia brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 2008. UNIVERSIA BRASIL. Como escrever um relatório em 10 passos. Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/02/17/912402/ escrever-relatorio-10-passos.html>. Acesso em: 25 ago. 2015. UOL EDUCAÇÃO. Pronomes de tratamento: Você, senhor, vossa excelência e outros. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/ pronomes-de-tratamento-voce-senhor-vossa-excelencia-e-outros.htm>. Acesso em: 12 ago. 2015. WIKIHOW. Como escrever um recibo. Disponível em: <http://pt.wikihow.com/ Escrever-um-Recibo>. Acesso em: 1º set. 2015. ______. How to write a business report. 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