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Capítulo I: Fundamentos de Perfuração 1. Métodos Geofísicos de prospecção de petróleo • Sísmica • Gravimetria • Magnetometria • Magneto-telúrico 2. Etapas da Prospecção de Petróleo • Geólogo • Geofísico • Perfuração • Perfilagem • Completação • Reservatório • Produção • Transporte • Refino 3. Classificação dos poços • Finalidade - Exploração - Explotação - Especial • Profundidade Final - Rasos - Médios - Profundos • Fatores que influenciam no percurso - Dureza das formações - Inclinação das rochas • Classificação - Vertical - Horizontal - Direcional 4. Nomenclatura 7 – MG – 50 – BA • Poço Direcional: Acrescenta letra “D” no número de ordem; • Poço Marítimo: Acrescenta letra “S” no estado de federação; • Poço Repetido: Acrescenta letra “A”, “B”, “C”, “E” no número de ordem; • Poço Horizontal: Acrescenta letra “H” no número de ordem; • Poço partilhado ou multilateral: Acrescenta letra “P” no número de ordem. Finalidade do poço Nome do campo (2-4 letras) Número do poço Estado da Federação 5. Métodos de Perfuração • Percussivo: rochas golpeadas por uma broca • Rotativo: broca fragmenta a rocha 6. Sistemas • O equipamento é agrupado nos chamados Sistemas de uma Sonda e são divididos em SISTEMAS DE SUPERFÍCIE e SISTEMAS DE SUBSUPERFÍCIE. Sistemas de Superfície Sistemas de Subsuperfície Sistema de sustentação de carga Coluna de perfuração Sistema de geração e transmissão de energia Sistema de movimentação de cargas Sistema de rotação Sistema de circulação Sistema de segurança do poço Sistema de monitoração Sistemas auxiliares 6.1. Sistema de sustentação de carga • Torres e Mastros: Estrutura piramidal truncada e devem possuir rigidez suficiente para resistir aos esforços de carga máxima; • Características: Sustentar com segurança todas as cargas a ela impostas. 6.2. Sistema de geração e transmissão de energia • Dependendo do modo de transmissão de energia as sondas de perfuração são classificadas em: - Sonda Mecânica: Energia é levada para uma transmissão principal através de conversores de torque e embreagens; - Sonda Diesel Elétrica: Os motores diesel são acoplados diretamente aos geradores de energia elétrica. Sistema mais utilizado: sistema de corrente alternada (sem retificação da corrente). 6.3. Sistema de movimentação de cargas • Permite içar ou abaixar colunas de perfuração e de revestimento, ou quaisquer outros equipamentos de subsuperficie. • Seus componentes: - Guincho (Drawwork): É o equipamento da sonda responsável pela movimentação vertical das tubulações no poço. - Bloco de coroamento (Crown Block): Conjunto de 4-6 polias montada num eixo central, suportado por dois mancais de deslizamento apoiados em vigas de aço localizadas no topo da torre; - Catarina (Travelling Block): Conjunto de polias móveis montadas num eixo apoiados nas paredes da própria catarina. Fica suspensa pelo cabo de perfuração e o gancho fica preso em sua parte inferior; - Gancho da Catarina (Hook): Peça em forma de gancho na qual se pendura os elos superiores dos braços do elevador. No gancho principal se suspende a cabeça de injeção; - Elevadores (Elevator): Equipamento utilizado para segurar a tubulação durante as movimentações. 6.3.1. Cabo de perfuração • Apresenta alguns pontos críticos devido ao desgaste; • Incremento da vida útil é feita deslocando os pontos críticos; • Partes: - Número de pernas: As pernas são formadas pelo enrolamento de arames de aço em torno de um arame central; - Composição: Disposição dos fios em cada perna. Flexibilidade e resistência é função do diâmetro dos arames externos; - Alma: Podem ser de fibra natural ou artificial, pode ser formada por uma perna de cabo ou por um cabo de aço independente; - Torção do cabo: Torção regular: fios são torcidos no sentido oposto a torção das próprias pernas -> maior estabilidade. Torção Lang: fios torcidos no mesmo sentido da torção das pernas -> aumenta a resistência a abrasão e sua flexibilidade; - Passo de um cabo: Distancia horizontal correspondente a uma volta completa de uma perna em torno da alma -> Elasticidade, Flexibilidade, Coesão estrutural e Resistência a abrasão e compressão. - Preformação: Processo que faz com que os arames e pernas tenham formato helicoidal; - Resistência: Carga de ruptura mínima efetiva. 6.4. Sistema de circulação • Responsável pelo bombeamento do fluido de perfuração. Promove o tratamento do fluido após a saída do poço. • Principais elementos: - Tanque de lama: Feitos de chapas de aço, são interligados entre si por tubos; - Bombas de lama: Fornece energia ao fluido para circulação. As bombas de lama podem ser de dois tipos: DUPLEX (um tubo de sucção e outro de descarga) ou TRIPLEX (três pistões – sucção e descarga apenas na face anterior dos pistões); - Manifold: Conjunto de válvulas que recebem os mangotes de descarga das bombas; - Tubo de Bengala ou Mangueira de Lama: - Saída de lama: O “flowline” conecta o espaço anulado do poço aos tanques de lama. A lama passa pela saída de lama e depois vai para a peneira vibratória; - Sistema de tratamento de lama: ver secção 6.4.1 Permite o bombeiro de lama em qualquer altura; 6.4.1. Sistema de tratamento de lama Peneira Vibratória Processa a separação dos sólidos grossos; Desareiador Conjunto de dois hidrociclones. O hidrociclone é um tubo cônico e possui duas saídas: a inferior para as partículas sólidas descartadas e a superior (muito maior que a inferior) para o fluxo de lama; Dessiltador Bateria de hidrociclones responsável por descartar micropartículas que possam ter passado pelo desareiador; Centrifuga Responsável pela retirada de partículas ainda menores ainda existentes; Desgaseificador Usado apenas quando há quantidade de gás significativo. 6.5. Sistema de rotação • Nas sondas convencionais a coluna de perfuração é girada pela mesa rotativa localizada na plataforma da sonda. Equipamentos: mesa rotativa, kelly, kelly-bushing e swivel. Mesa rotativa Recebe energia como rotação do eixo vertical e transforma em rotação no eixo horizontal. Suporta o peso da coluna; Kelly É a haste ligada a coluna de perfuração, que lhe transmite diretamente rotação e torque; Kelly-bushing Elemento de ligação entre a mesa rotativa e a coluna de perfuração; Cabeça de injeção – Swivel Liga as partes girantes as não girantes. Permite livre rotação da coluna de perfuração. Injeta o fluido de perfuração no interior da coluna. • Nas sondas equipadas com TOP DRIVE a rotação é transmitida diretamente ao topo da coluna de perfuração por um motor aclopado a catarina. Top Drive Elimina o uso da mesa rotativa, kelly e kelly-bushing. A coluna de perfuração gira movida por um motor conectado ao seu topo. Usado para poços horizontais e de grande afastamento. • Quando perfurado por um motor de fundo, colocado logo acima da broca, o torque é gerado pela passagem do fluido de perfuração. Motor de fundo O torque é aplicado diretamente a broca, sem necessidade de girar a coluna de perfuração. 6.6. Coluna de perfuração • É a junção de vários elementos tubulares com as seguintes funções: aplicar peso sobre a broca, transmitir rotação para a broca no método rotativo convencional e permitira circulação de fluido de perfuração até a broca. • Elementos tubulares: Tubo de perfuração ( DRILL PIPE – DP ) Tubos de aço com junções cônicas ( Tool joint) soldadas em suas extremidades; Tudo de perfuração pesado ( HAVY WEIGHT DRILL PIPE – HWDP ) São elementos intermediários entre o tudo de perfuração e os comandos. São colocados acima dos comandos, permitindo uma mudança mais gradual na rigidez da coluna. Bastante usados em poços direcionais; Comandos ( DRILL COLLAR – DC ) São tubos de aço de parede espessa, colocados acima da broca para fornecer peso para perfurar. As conexões são mais frágeis que o corpo do tubo. • Elementos acessórios: Substitutos Pequenos tubos que desempenhas várias funções de acordo com suas características; Estabilizadores Serve para centralizar a coluna de perfuração Escareadores Ferramenta estabilizadora, sendo mais usada quando perfurando rocha duras e/ou abrasivas; Alargadores Servem para aumentar o diâmetro de um trecho já perfurado de um poço. • Ferramentas de manuseio: permitem enroscar, desenroscar e ancorar a coluna na mesa rotativa. Chave Flutuante Localizam-se suspensas na plataforma e permitem dar o torque de aperto ou desaperto nas uniões cônicas dos elementos tubulares da coluna; Chave Hidráulica Servem para enroscar ou desenroscar os tubos de perfuração sem dar o torque de aperto; Cunha Servem para apoiar totalmente a coluna de perfuração na plataforma; Colar de Segurança Equipamento colocado no comando apoiado pela cunha na mesa rotativa com a finalidade de promover o batente no caso de deslizamento. 6.7. Sistema de Segurança do Poço • Para se evitar uma invasão descontrolada de fluidos da formação para o poço: BOP ( Blowout preventer) Composto de um preventor anular (interrompe o fluxo de fluidos com o uso de uma borracha sintética), preventores de gaveta e um de gaveta cega. O acionamento é hidráulico. Unidade acumuladora/acionadora Para o BOP deve haver um volume de fluido hidráulico suficiente para fechar/abrir todas as gavetas. Este fluido fica armazenado na Unidade acumuladora; Painéis remotos de controle Normalmente existe dois painéis: um ao lado do sondador na plataforma e outro afastado da área de maior risco; Linhas de matar e do choque Usado para a injeção de fluidos pelo espaço anular. 6.8. Sistema de Monitoração • Permite um acompanhamento virtual dos parâmetros de perfuração (sensores, transmissores, indicadores e registradores) em relação ao tempo. • Variáveis registradas: Peso sobre a broca Peso suspenso no gancho. O sensor de peso fica ancorado na linha morta do cabo de perfuração; Taxa de penetração Rotação e torque na mesa Torquimetro – mede-se o torque na mesa rotativa Velocidade e pressão na bomba Tacômetro – mede-se velocidade de rotação na mesa rotativa (rpm) ou velocidades da bomba de lama (ciclo/min) 7. Sondas de Perfuração A – Plataforma onshore C – Plataforma Submersível E – Plataforma Semi-submersível (SS) B – Sonda Modulada (SM) D – Plataforma Auto-elevável F – Navio Sonda (NS) A B C D E F Capítulo II: Fluidos de Perfuração 1. Sistema de circulação do fluido de perfuração • A partir do fundo do poço a lama sobe pelo espaço anular que existe entre a coluna de perfuração e o poço, transportando também os detritos gerados pela broca. • A lama flui para fora até chegar a peneiras utilizadas para separar a maioria dos cortes de grande tamanho. • Posteriormente, a lama entra no tanque de sucção para circular novamente dentro do poço. Nesse tanque são adicionado aditivos a lama como argila e agentes densificantes. 2. Funções do fluido de perfuração • Retirar os cortes de cascalho do fundo do poço; • Controlar as pressões da formação; • Suspender e descarregar os cortes; • Selar as formações permeáveis; • Manter a estabilidade do poço; • Minimizar os danos ao reservatório; • Resfriar, lubrificar e apoiar a broca e o conjunto da perfuração; • Transmitir a energia hidráulica as ferramentas e broca; • Assegurar uma avaliação adequada da formação; • Controlar corrosão • Facilitar a cimentação e a completação; • Minimizar o impacto ao meio ambiente. 3. Condições para a seleção de um fluido de perfuração • Os principais fatores que governam a seleção do fluido de perfuração são: - Tipos de formações a serem perfuradas; - Variação de temperatura, esforço, permeabilidade e pressão de poro; - O método de avaliação da formação a ser utilizado; - Qualidade da água disponível; - Considerações ecológicas. 4. Tipos de fluidos de perfuração • Lamas de base água – mais comumente utilizados; • Lama de base óleo – mais caros e requerem maior controle ambiental; • Gases – limitado para formações competentes e impermeáveis. 5. Testes para diagnósticos • São necessários para o acompanhamento das funções do fluido em forma apropriada. • Os recomendados pela API são: Balança de Lama Preencher o deposito com uma amostra de lama e determinar a posição da balança; Funil Marsh Mede o tempo requerido para uma amostra de ¼ de galão fluir através de um funil Marsh; Parâmetros Reológicos Definem o comportamento do fluido em fluxo, seguindo um modelo matemático ( Newtoniano, Bingham ou Potencias ) Viscosímetro Rotacional Fornece valores mais específicos enquanto as características reológicas da lama; Determinação do pH Expressar a concentração de H+ de uma solução aquosa; Filtro de prensa API Determina: a taxa de filtração através de um papel filtro padrão e a taxa na qual a espessura do reboco se incrementa num papel filtro baixo condições de teste. A área padrão API do filtro prensa é de 45 cm2. O filtrado API é a quantidade de liquido em cm3 coletados em 30 minutos e uma pressão de 100psi. Na prática o filtrado é medido depois de 7,5 minutos e multiplicado por 2 para obter o filtrado API Análise química Determinar a concentração de íons presentes na lama; Molalidade (m): g mols (soluto)/kg (solvente) Molaridade (M): g mols (soluto)/L (solução) Normalidade (N): equivalente grama* (soluto)/L (solução) Miligramas por litro: mg (soluto)/L (solução) Partes por milhão (ppm): no soluto (g)/milhão de solução (g) Porcentagem em peso (%): no soluto (g)/100g de solução Alcalinidade Alcalinidade = 0.26 (Pm – fw.Pf) Concentração de cloro O sal pode contaminar a lama de perfuração quando uma formação salina é perfurada. Sal é removido como um precipitato. Dureza da água Chamado assim quando a agua tem grandes quantidades de Ca2+ e Mg2+. Frequentemente encontrados no fluido de perfuração. Retorta de lama É usada para determinar a fração em volume de petróleo, água e sólidos na lama. 6. Lamas a base de água • Durante a perfuração, partículas de argila se hidratam e incrementam a viscosidade da lama, o que facilita a retirada dos cortes. • Vantagem: estas partículas de argila foram um reboco nas paredes do poço, nas formações permeáveis, o que ajuda a evitar perda de agua e prevenir a formação de cavernas. • Desvantagem: Redução na penetração na perfuração e no incremento na fricção em formações duras. 6.1. Tipos de Argila • As argilas mais utilizadas são as argilas API porque são facilmente hidratadas. • As argilas provenientes das formações, em geral, são pouco hidratáveis e por isso são tratadas como contaminantes. • Rendimento de uma argila = no barril de lama / ton de argila (Ex: Bentonita 100bbl/ton) • A salinidade afeta a hidratação das argilas. Para hidratação com água salgada são usadas argilas especificas. 7. Aditivos químicos no fluido de perfuração • Além do controle de sólidos, algumas propriedades da lama podem precisar de ajustes. Os aditivos utilizados para tal finalidade são utilizados para: • Controle do pH • Controle da viscosidade • Controle do filtrado *Equivalente grama = peso deuma substancia que poderia reagir com uma g mol de hidrogênio. 7.1. Tipos de aditivos químicos Fosfato Usado quando ocorre floculação (engrossamento da lama devido ao desequilíbrio elétrico das cargas nas bordas das placas de argila). Usado quando a lama não é exposta a altas concentrações de sair e altas temperaturas e a floculação ocorrer pela presença de Ca2+ ou Mg2+. Não podem ser usados em T > 175oF Tanos Desfloculante mais estável com a temperatura. Efetivo quando a floculação é causada pela concentração de Ca2+ ou Cl-. Não efetivo para T > 250oF. Lignitos Desfloculante. Remove cálcio por precipitação. Lignosulfonatos Desfloculante. São econômicos e mais estáveis que os lignitos em pH abaixo de 11. 7.2. Remoção química dos contaminantes • Os contaminantes mais comuns são: cálcio, magnésio, dióxido de carbono, sulfeto de hidrogênio e oxigênio. Cálcio É retirado adicionando soda (Na2CO3), formando carbonato cálcico insolúvel ou adicionando bicarbonato de sódio. Dureza da água Termo utilizado quando a agua contem íons de cálcio e magnésio. O magnésio é removido através da adição de hidróxido de sódio (NaOH). Dióxido de carbono Dióxido de carbono misturado na lama pode produzir íons carbonato e íons bicarbonato. Esses íons são removidos pela adição de hidróxido de cálcio. Sulfato de hidrogênio Ele é removido para evitar o enfraquecimento da tubulação e os danos ao pessoal que trabalha na superfície. O tratamento baseia-se em manter o pH alto. Oxigênio Causa aceleração da corrosão da tubulação. Remoção feita pela adição de sulfito de sódio nos equipamentos de sucção. 8. Lama a base de óleo • Aplicações: - Perfuração de poços profundos a T > 300oF - Perfuração de formações salinas, anidrita, folhelhos ativos ou formações contendo H2S ou CO2 - Formações que podem sofrer danos rapidamente com lamas base agua - Controle da corrosão - Perfuração direcional, onde a utilização do torque seja problemática - Prevenir prisão da tubulação - Perfuração em formações fracas, com pressão de poros muito baixa • Vantagem: - Boas propriedades reológicas a T > 500oF - São mais inibidores do que a lama base agua - São mais efetivos para evitar corrosão - Características lubrificantes superiores - Permitem densidade de lama tão baixa quanto 7,5 Lbm/gl • Desvantagens: - Alto custo incial - Procedimento de controle ambiental mais rigoroso - Eficiência reduzida com algumas ferramentas de perfilagem - Tratamento para remedir problemas de perda de circulação mais complicados - Maior dificuldade de detecção de kick de gás • Característica da lama base óleo Fase Óleo Vários tipos de óleo são utilizados, dentre eles, óleos minerais, para reduzir a toxidade do Nitrogênio no 2 Fase Água A água eleva a viscosidade da lama e também a sua densidade, diminuindo o valor de custo total Emulsificadores Cálcio e Magnésio são utilizados como emulsificadores para lamas base óleo Controle da viscosidade A agua emulsificada tem uma tendência de aumentar a viscosidade. Controle da filtração Como não forma filtrado esse tipo de lama é utilizado quando a formação é sensível a presença de agua Controle de densidade A barita é o principal agente de controle de densidade nas lamas base óleo e base agua Controle de alcalinidade O limo é utilizado para manter a alcalinidade num nível aceitável. Conteúdo de sólidos e conteúdo de agua A peneira é o único método utilizado para o controle de sólidos para lamas base óleo Prisão de tubulação Para liberar a tubulação contra o reboco pela pressão hidráulica dentro do poço. Capitulo III: Cimentação 1. Finalidade • Proteger e sustentar o revestimento • Prevenir o movimento de fluido atrás do espaço anular • Limitar o movimento do fluido das formações fraturadas • Abandonar o poço 2. Composição • Compostos basicamente de oxido de cálcio, alumínio, ferro e silício. • O cimento esta constituído principalmente de quatro fases identificadas classicamente por: C3S (silicato tricálcico), 3CaO.SiO2 Elevada resistência inicial C2S (silicato bicálcico), 2CaO.SiO2 Hidrata lentamente, resistência final C3A (aluminato tricálcico) e 3CaO.AlO3 Hidrata rapidamente, maior calor de hidratação C4AF (ferro alumino tetracálcico) 4CaO.Al2O3.Fe2O3 Resistência à corrosão química do cimento • A proporção destes compostos determina suas propriedades, como resistência inicial, retardamento, calor de hidratação, resistência aos sulfatos, etc. 3. Testes em cimento • Objetivo: Determinar se determinada composição do cimento era adequada para as condições do poço. • Os seguintes parelhos são utilizados: Balança de lama Conhecer a densidade Filtro prensa Determinar a taxa de filtração Viscosímetro rotacional Determinar os parâmetros reológicos Consistometro Taxa de espessamento da pasta Permeametro Determinar a permeabilidade do cimento Aparelhos de esforços Determinar o esforço compressível e tensão Autoclave Determinar a solidez do cimento 4. Padronização de cimento Densidade Prof. poço Temperatura API lb / gal ft oF Características A 15.6 0-6000 80-170 Econômicos. Tipo O. B 15.6 0-6000 80-170 Resistente aos sulfatos. HSR e MSR C 14.8 0-6000 80-170 Resistência compressiva. O, HSR e MSR. D 16.3 6-10000 170-260 Retardados. O, HSR e MSR. E 16.3 10-14000 170-290 Retardados. HSR e MSR. F 16.3 10-16000 230-320 Retardados. HSR e MSR G 15.8 0-8000 80-200 Não contem aditivos. HSR e MSR H 16.3 0-8000 80-200 Não contem aditivos. MSR 5. Aditivos 5.1. Controle de densidade • Para reduzir a densidade emprega-se mais água do que o sugerido ou usam-se bentonita, terras diatomáceas, hidrocarbonetos sólidos, perlita e pozolana. • Em caso de pressão de poros elevada, emprega-se hematita, ilmenita, barita ou areia. 5.2. Aceleradores • São aceleradores: cloreto de cálcio (CaCl2), cloreto de sódio (NaCl), gesso (CaSO4.2H2O) e silicato de sódio (Na2SiO3). O = comum HSR = Alta resistência ao ataque de sulfatos MSR = Moderado ao ataque aos sulfatos • Pode-se, também, empregar grão mais finos, altos teores de C3A e baixas proporções H2O/cimento. Neste último caso devem ser usados dispersantes para diminuir a fricção, o que tem efeito contrário no tempo de pega, aumentando-o. 5.3. Retardadores • São retardadores: Lignofulfato de cálcio a baixas concentrações, Bórax e Carboximetil celulose. 5.4. Para perda de circulação • São classificados como fibrosos, glanulares e lamelares Fibrosos nylon, pó de serra, palha Granulares gilsonita, perlita, plásticos, cascas de vegetais Lamelares celofane e mica 5.5. Controle de filtrado • Para seu controle podem ser empregados látex, bentonita com dispersantes, CMHEC (Carboximetilhidroxietilcelulose) e polímeros orgânicos. 5.6. Controle de viscosidade • São usados: lignosulfonato cálcico, cloreto de sódio e certos polímeros. 6. Técnica de Cimentação 6.1. Sapata • Colocada na extremidade da coluna, a sapata serve de guia de introdução no poço, podendo receber em seu interior um mecanismo de vedação, para evitar que a pasta, retorne ao interior do revestimento após seu deslocamento. 6.2. Colar • Posicionado 2 a 3 tubos acima da sapata, o colar serve para reter os tampões de cimentação, além de poder receber mecanismos de vedação (flutuante ou diferencial). 7. Técnica de Cimentação – Acessórios 7.1. Tampões • O tampão de fundo tem uma membrana de borracha de baixa resistência em sua parte central e ao ser lançado na coluna, à frente da pasta de cimento, é empurrado por ela até que toque no colar retentor (ou flutuante), quando a membrana se rompe permitindo a passagem da pasta. • O tampão de topo é rígido e ao ser lançado após da pasta, separa o fluido de perfuração do fluido de completação que a deslocará,para evitar sua contaminação. 7.2. Centralizadores • Objetivo: centraliza a coluna de revestimento e causar um afastamento mínimo da parede do poço. 7.3. Arranhador • Tem a função de remover mecanicamente o reboco que se forma na parede do poço. Tal remoção é feita através dos movimentos verticais ou de rotação da coluna empregando- se para cada caso o tipo de arranhador apropriado. Capitulo IV: Hidráulica na Perfuração 1. Aplicações • Calculo da pressão hidrostática em subsuperficies • Modos de evitar blowout • Deslocamento do cimento • Seleção do tamanho dos orifícios da broca • Pressão de surgencia pelo movimento vertical do tubo • Capacidade de levantar o cascalho 2. Pressão Hidrostática Em coluna de liquido 𝑃 = 0,052𝜌𝐷 + 𝑃0 P(psi) ρ(lbm/gal) D(ft) Em coluna de gás 𝑃 = 𝑃0𝑒 𝑀(𝐷−𝐷0) 1.544𝓏𝑇 Em colunas complexas de fluidos 𝑃 = 𝑃0 + 0.052 ∑ 𝜌𝑖(𝐷𝑖 − 𝐷𝑖−1) 𝑛 𝑖=1 3. Identificação de KICK • Pressão anular de um kick de gás > kick liquido: isso ocorre devido a diferença das densidades dos fluidos e a expansão do gás a menores profundidades • Portanto, uma maior pressão anular na superfície deve ser mantida utilizando um choke ajustável para que não haja kick. • Desidade do kick: 𝜌𝑘 = 𝜌𝑚 − ( 𝑃𝑐−𝑃𝑑𝑝 0.052𝐿𝑘 ) • Se encontrarmos uma densidade do kick: - 𝜌𝑘 < 4 𝑙𝑏𝑚/𝑔𝑎𝑙, indicará KICK DE GÁS - 𝜌𝑘 > 8 𝑙𝑏𝑚/𝑔𝑎𝑙, indicará KICK DE LIQUIDO • Volume do kick: 𝑉𝑘 = 𝐺 + 𝑞𝑡𝑑 4. Empuxo • Efeito da pressão hidráulica atuando em um material imerso em um fluido 𝑊𝐸 = 𝑊(1 − ( 𝜌𝑚 𝜌𝑠 )) WE = carga sentida no gancho W = peso ρm = densidade do fluido ρs = densidade do metal = 490 lbm/ft3 ou 65.5 lbm/gal 5. Flambagem • Para evitar flambagem, deve-se garantir que a linha neutra de flambagem esteja, no mínimo, na conexão comando-tubo 𝐿𝑑𝑐 = 𝐹𝑏 𝑤𝑑𝑐 [1−( 𝜌𝑚 𝜌𝑠 )] ρs = densidade do metal = 490 lbm/ft3 ou 65.5 lbm/gal wdc = desidade linear (lbf/ft) 6. Fluxo através das brocas • Na pratica alguns efeitos são desconsiderados e para compensar esses efeitos, um fator de coeficiente de descarga Cd é considerado na equação: 𝑉𝑛 = 𝐶𝑑√ ∆𝑝𝑏 8,074.10−4.𝜌 Cd = 0,95 • Potência Hidráulica (Hp) 𝑃𝐻 = ∆𝑃𝑝. 𝑞 1,714 • Impacto nos jatos (lbf) 𝐹𝑗 = 0,01823 . 𝐶𝑑 . 𝑞 . √𝜌 . ∆𝑃𝑏 7. Modelo Reológico • Os modelos reológicos geralmente usados são: - Modelo Newtoniano - Modelo plástico de Bingham - Modelo de Lei de Potências 7.1. Modelos Newtonianos • Caracterizado pela viscosidade, por exemplo, água, gás e óleo. • Termos: - Shear Stress (Esforço cortante) = 𝐹 𝐴 - Shear rate (Taxa de cisalhamento) = 𝑉 𝐿 7.2. Modelos Não Newtonianos • Fluidos que não são diretamente proporcionais entre esforço cortante e a taxa de cisalhamento. • Podem ser: - Pseudoplásticos: viscosidade aparente diminui com o aumento da taxa de cisalhamento; - Dilatantes: viscosidade aparente aumento com o aumento da taxa de cisalhamento. • Os fluidos de perfuração são pseudoplasticos por natureza. 7.2.1. Modelo de Bingham • O fluxo não começa até que o esforço cortante exceda um valor mínimo τy conhecido como ponto de cedência. • Quando esse ponto é excedido aparece uma proporcionalidade entre o esforço cortante e a taxa de cisalhamento. • Unidade de τy = lbf/100ft2 7.2.2. Modelo de Lei de Potências • Requer dois parâmetros para a caracterização do fluido. • Pode representar um: - Pseudoplastico: n < 1 - Newtoniano: n = 1 - Dilatante: n > 1 • K = índice de consistência • n = índice de comportamento de fluxo 8. Viscosímetro Rotacional • O torque exercido pelo fluido numa bobina estacionaria é medida pela torção de uma mola ligada a bobina. • As dimensões do rotor e da bobina são padronizadas. • A taxa de cisalhamento do fluido num viscosímetro rotacional é em função do raio. Modelo Newtoniano Modelo Bingham Modelo Lei de Potências 9. Tipos de fluxo 9.1. Fluxo Laminar • A coluna esta localizada em forma concêntrica dentro do revestimento. • A coluna não esta rotando • As secções no poço aberto são circulares e de diâmetro conhecido. • O fluido de perfuração é incompressível e isotérmico. 9.2. Fluxo Turbulento • Não existe expressões matemáticas para esse tipo de fluxo, porém, sabemos fatores que influenciam esse tipo de fluxo. 9.2.1. Fluxo Newtoniano Turbulento • A turbulência depende dos seguintes parâmetros: - Densidade do fluido (ρ) - Velocidade média do fluido (ṿ) - Diâmetro do tubo (d) - Viscosidade do fluido (μ) • NRE < 2100 – Fluxo Laminar • NRE > 2100 – Fluxo Turbulento • 2000 < NRE < 4000 – Regime Transicional 9.2.2. Fluxo Bingham Turbulento • A perda de pressão ficcional por fluxo turbulento no modelo de Bingham está afetado pela densidade e a viscosidade plástica. • Cálculo do número de Hedstrom: • O NRec obtido no gráfico deve ser comparado com o NRe para decidir se o escoamento é laminar ou turbulento 9.2.3. Fluxo Lei de Potências Turbulento • Correlação entre o fator de fricção e o número de Reynolds: 10. Escolha do diâmetro do jato da broca • É umas das aplicações mais frequentes em equações de perda por fricção. • A otimização da hidráulica da broca depende de: - Taxa de penetração - Custos operacionais - Desgaste da broca - Problemas potenciais como desmoronamento - Capacidade de levantamento de cascalho do fluido de perfuração • A máxima velocidade nos jatos é atingida quando a queda de pressão na broca é máxima: 10.1. Máxima potência hidráulica na broca • A pressão na bomba depende de: - Perda de pressão por fricção nos equipamentos de superfície - Perda de pressão por fricção no drill pipe e drill collar. - Perda de pressão pela aceleração do fluido nos orifícios da broca - Perda de pressão ficcional no anular do drill collar e do drill pipe.
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