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Apostila Introdução as Operações Unitárias I Compilada por: Thomas Dirani Senna Calabrese Volume I 2 Índice CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES UNITÁRIAS..................................................................... 3 CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO AOS METODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS.................................. 6 CAPÍTULO 3 - ARMAZENAMENTO.............................................................................................................. 12 CAPÍTULO 4 - TRANSPORTE DE SÓLIDOS................................................................................................. 19 CAPÍTULO 5 - TRANSPORTE DE LÍQUIDOS............................................................................................... 30 CAPÍTULO 6 - EXTRAÇÃO............................................................................................................................. 50 CAPÍTULO 7 - CONVERSÃO DE UNIDADES.............................................................................................. 56 CAPÍTULO 8 - MECANICA DOS FLUIDOS.................................................................................................. 59 CAPÍTULO 9 - PRINCÍPIO DE BERNOULLI OU EQUAÇÃO DE BERNOULLI........................................ 83 3 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES UNITÁRIAS Toda indústria química envolve um conjunto de processos: Processo químico, Processo de estocagem de materiais, processo de compras, processo de pagamentos, etc. As operações unitárias serão importantes para execução dos processos químicos, físico-químicos, petroquímicos, etc. Um processo químico é um conjunto de ações executadas em etapas, que envolvem modificações da composição química, que geralmente são acompanhadas de certas modificações físicas ou de outra natureza, no material ou materiais que é (são) ponto de partida (matérias primas) para se obter o produto ou os produtos finais (ou acabados). Cada etapa dentro do processo que tem princípios fundamentais independentes da substância (ou substâncias), que está sendo operada e de outras características do sistema, pode ser considerada uma operação unitária. O engenheiro A. D. Little (1915) apresenta um conceito interessante para as operações unitárias: “Qualquer processo químico, em qualquer escala, pode ser decomposto numa série estruturada do que se podem denominar, operações unitárias, como moagem, homogeneização, aquecimento, calcinação, absorção, condensação, lixiviação, cristalização, filtração, dissolução, eletrólise, etc.” Desde 1915 foram acrescentadas outras operações unitárias a lista de Little como o transporte de fluidos, a transferência de calor, a destilação, a umidificação, a absorção de gases, a sedimentação, a classificação, a centrifugação, a hidrólise, a digestão, a evaporação, etc. As complexidades das Aplicações de engenharia provem da diversidade das condições, como temperatura, pressão, concentração, pureza, etc., sob as quais as operações unitárias devem ser realizadas nos diversos processos e das limitações e exigências aos materiais de construção e de projeto, impostas pelos aspectos físicos e químicos das substancias envolvidas. Todas as operações unitárias estão baseadas em princípios da ciência que são traduzidos nas aplicações industriais em diversos campos de engenharia. O escoamento de fluído, por exemplo, é estudado em mecânica dos fluídos, mas interessam muito a hidráulica que se liga mais à engenharia civil e a engenharia sanitária. Encontram-se, no setor da indústria exemplos da maior parte das operações unitárias em aplicações as mais variadas. Classificação As operações unitárias podem ser classificadas de acordo com critérios variados. Podemos, por exemplo, 4 classificá-las em grupos de acordo com a sua finalidade dentro do processo produtivo. - Operações preliminares: São normalmente utilizadas antes de qualquer outra operação. Suas funções estão associadas à preparação do produto para posterior processamento de melhoria das condições sanitárias da matéria prima. Ex. Limpeza, seleção, classificação, eliminação, branqueamento, etc. - Operações de conservação: Entre estas podemos citar a esterilização, a pasteurização, o congelamento, refrigeração, evaporação,secagem, etc. - Operações de transformação: Moagem, mistura, extrusão, emulsificação, etc. - Operações de separação: Filtração, cristalização, sedimentação, centrifugação, prensagem, destilação, absorção, adsorção, desumidificação, precipitação eletrostática, etc. Uma classificação bem comum é utilizada levando-se em conta o tipo de operação envolvida (operações mecânicas, operações envolvendo transferência de calor e operações envolvendo transferência de massa), a saber: 1. OPERACOES MECANICAS 1.1 – Operações envolvendo sólidos granulares - Fragmentação de sólidos; - Transporte de sólidos; - Mistura de sólidos; 1.2 – Operações com sistemas sólido-fluído - Sólidos de solido; - Peneiramento - Separação hidráulica (arraste – elutriação) 5 - Solido de líquidos; - Decantação; - Flotação (borbulhamento de ar); -Floculação (sulfato de alumínio –aglutinação – flocos); - Separação centrifuga; - Filtração; - Sólidos de gases; - Centrifugação (para gases - ciclones); - Filtração (para gases - filtros manga); - Líquidos de líquidos; - Decantação; - Centrifugação. 1.3 – Operações envolvendo sistemas fluidos - Bombeamento de líquidos; - Mistura e agitação de líquidos; 2 – OPERAÇÕES COM TRANSFERENCIA DECALOR - Aquecimento e resfriamento de fluidos; - Evaporação e Cristalização; - Secagem. 3 – OPERAÇÕES COM TRANSFERENCIA DEMASSA - Destilação; - Extração liquido-liquido; - Absorção de Gases. 6 CAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO AOS METODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS Na química, a separação de misturas é muito importante, pois para obtermos resultados mais corretos em pesquisas e experiências, é necessário que as substâncias utilizadas sejam as mais puras possíveis. Para isso, utilizam-se vários métodos de separação, que vão desde a "catação" até "destilação fracionada". Exemplos práticos onde a separação de misturas é aplicada: - Tratamento de esgotos / Tratamento de água O esgoto urbano contém muito lixo "grosso", é necessário separar este lixo do resto da água (ainda suja, por componentes líquidos, que serão extraídos depois) - Dessalinização da água do mar Em alguns lugares do planeta, a falta de água é tamanha, que é preciso pegar água do mar para utilizar domesticamente. Para isso, as usinas dessalinizadoras utilizam a osmose e membranas semi-permeáveis para purificar a água. - Destilação da cachaça - Separação de frutas podres das boas em cooperativas (catação) - Exame de sangue Separa-se o sangue puro do plasma (líquido que compõe parte do sangue, que ajuda no carregamento de substâncias pelo organismo), através de um processo de sedimentação "acelerada" (o sangue é posto em uma centrífuga, para que a parte pesada do composto se deposite no fundo do recipiente). Entre várias outras aplicações. Para facilitar o processo de separação de uma mistura, deve-se observar primeiro a própria mistura. Ela pode ser de dois tipos: homogênea e heterogênea. Homogênea significa que as misturas tem um aspecto comum, dando a impressão de que não é uma mistura. Heterogênea é o contrário: nota-se claramente que se trata de duas (ou mais)substâncias, exemplo: água misturada com areia. Nas misturas homogêneas, deve-se aplicar primeiro métodos que envolvam fenômenos físicos(evaporação, solidificação, etc.).Nas heterogêneas, deve-se separar as "fases" (os diferentes aspectos da mistura) utilizando métodos mecânicos (catação, levigação, etc.), e depois, os mesmos métodos utilizados em substâncias homogêneas (pois cadafase poderá ter mais de uma substância, passando a ser então, uma substância homogênea). 7 Abaixo está a lista de métodos utilizados para separação de misturas: - Magnetismo - Catação - Sedimentação - Decantação - Filtração - Dissolução Fracionada - Fusão Fracionada - Liquefação Fracionada - Levigação - Ventilação - Peneiração | Tamização - Destilação Simples - Destilação Fracionada 1) CATAÇÃO (MISTURAS HETEROGÊNEAS) A catação é o tipo de separação de misturas do tipo “sólido-sólido", onde as substâncias são separadas manualmente, com uma pinça, colher, ou outro objeto auxiliador, utilizando o critério visual para a separação das partículas sólidas. É utilizada, por exemplo, na separação de grãos bons e ruins de feijão e também na separação dos diferentes tipos de materiais que compõem o lixo: vidro, metais, borracha, papel, plásticos, etc., para serem destinados à reciclagem. 2) SEPARAÇÃO MAGNÉTICA (MISTURAS HETEROGÊNEAS) Trata-se de um método de separação sólido-sólido específico das misturas com um componente ferromagnético como o cobalto, o níquel e, principalmente, o ferro. Estes materiais são extraídos pelos ímãs, fenômeno que se pode aplicar para reter as suas partículas ou para desviar a sua queda. 8 3) SEPARAÇÃO POR SUBLIMAÇÃO (MISTURAS HETEROGÊNEAS) A sublimação é a passagem direta de sólido a gás que sofrem algumas substâncias como o iodo, em determinadas condições de pressão e temperatura. A sublimação pode-se aplicar às soluções sólidas e às misturas, sempre uma das substâncias possa sofrer este fenômeno. Basta aquecer a mistura ou solução à temperatura adequada e recolher os vapores que, quando arrefecem, se vêem submetidos a uma sublimação regressiva, ou seja, passam diretamente de gás a sólido. 4) SEPARAÇÃO POR SOLUÇÃO E FILTRAGEM (MISTURAS HETEROGÊNEAS) Para separar uma mistura sólida, pode recorrer-se a um solvente seletivo e, portanto, à separação por solução. Às vezes é possível encontrar um bom solvente para um dos componentes da mistura que, no entanto, não dissolve o outro ou os outros componentes, obtendo-se uma suspensão. Filtragem – quando uma suspensão passa através de um papel de filtro, as suas partículas ficam retidas se o diâmetro da malha que forma o papel for suficientemente pequeno. No caso das partículas sólidas serem muito pequenas pode recorrer-se a um filtro de porcelana porosa. O mais corrente é o filtro de papel, que se dobra em quatro partes, formando-se um cone que se adapta à forma do funil. Existem também filtro de areia, argila e carvão. 5) DECANTAÇÃO (MISTURAS HETEROGÊNEAS) Trata-se da separação de dois líquidos ou de um líquido e de um sólido, aproveitando a sua diferença de densidade. Para separar um líquido de um sólido de maior densidade deixa-se repousar durante certo tempo, para que o sólido se deposite no fundo do recipiente. Se as partículas sólidas forem muito pequenas, esse tempo pode prolongar-se por horas ou até mesmo dias. A partir do momento em que se depositou totalmente, inclina-se o recipiente com cuidado até se verter o líquido sem que o sólido seja arrastado. Para a obtenção de melhores resultados pode também ser utilizada uma vareta de vidro como material auxiliar. A decantação é muito utilizada para separar líquidos imiscíveis, ou seja, líquidos que não se misturam. Para isso, coloca-se a mistura a ser separada num funil de separação (ou 9 funil de decantação ou funil de bromo). Quando a superfície de separação das camadas líquidas estiver bem nítida, abre-se a torneira e deixa-se escoar o líquido da camada inferior. 6) CENTRIFUGAÇÃO (MISTURAS HETEROGÊNEAS) Quando numa mistura de sólidos e líquidos, os sólidos possuem uma dimensão muito pequena, não são úteis nem a filtragem nem a decantação. O pequeno tamanho das partículas sólidas provoca uma obstrução dos poros do filtro, tornando a filtragem muito lenta mesmo que se produza vácuo por meio de uma bomba no interior do recipiente, para acelerar a filtragem. Por outro lado, a pequena dimensão das partículas faz com que sejam retidas pelo líquido, de modo que podem demorar muito tempo a depositar-se no fundo do recipiente, tornando ineficaz a decantação. Neste caso, introduz- se a mistura em tubos de ensaio que, colocados numa centrifugadora, giram em posição quase horizontal a grande velocidade, aumentando assim a rapidez com que se deposita o sólido compactado no fundo do tubo. Verte-se o líquido que sobrenada e fica completa a separação. 6.1 Centrifugação manual –Existem centrifugadoras industriais de grande valia e eficácia que giram a mais de 20.000 rotações por minuto mas nos laboratórios continuam a utilizar-se pequenas centrifugadoras que, pelo seu baixo preço e fácil manejo, servem para trabalhos simples que não necessitam de altas velocidades nem de muitos minutos de centrifugação. 7) DESSECAÇÃO OU SECAGEM (MISTURAS HETEROGÊNEAS) Produz-se aquecendo a amostra diretamente à chama, com um aquecedor elétrico ou numa estufa adequada, com o fim de evaporar o líquido volátil que empapa ou dissolve o sólido. Este permanece no recipiente. A dessecação termina quando se pesa o recipiente com pequenos intervalos de tempo e o seu peso não se altera. 8) CRISTALIZAÇÃO (MISTURAS HOMOGÊNEAS) Quando se deseja separar um componente sólido de uma solução líquido-sólido, pode deixar-se evaporar o líquido até que a solução fique saturada. A partir desse momento, o sólido ir-se-á separando em cristais. Pode-se acelerar este processo aumentando a temperatura e o contato com o ar. Os cristais úmidos podem ser secados com um papel de filtro ou numa estufa, ou por filtragem ou decantação, quando a quantidade de líquido for muito grande. 10 9) DESTILAÇÃO (MISTURAS HOMOGÊNEAS) A destilação é eficaz na separação de dois ou mais líquidos solúveis entre si. Cada líquido possui uma temperatura de ebulição própria. Os líquidos podem ser separados por meio de um destilador. Ferve- se uma solução formada por líquidos num destilador, sendo a primeira fração de líquido que se recolhe a que corresponde ao líquido mais volátil, dado que foi o primeiro a entrar em ebulição. Pode utilizar-se eficazmente sempre que os líquidos misturados ou dissolvidos não possuam temperaturas de ebulição muito parecidas. Em caso contrário é preciso utilizar destilações muito mais complexas. 9.1 Destilações fracionadas –Para a separação dos componentes das misturas homogêneas liquido-liquido, recorre-se muitas vezes a destilação fracionada. Ao aquecer a mistura num balão de destilação, os líquidos destilam-se na ordem crescente de seus pontos de ebulição e podem ser separados. O petróleo separado em suas frações por destilação fracionada. 10) FLUTUAÇÃO OU FLOTAÇÃO (MISTURAS HETEROGÊNEAS) Aplica-se a uma mistura com um líquido de densidade intermediária em relação às dos componentes. O componente menos denso que o líquido flutuará, separando- se assim do componente mais denso, que se depositará. O líquido utilizado não deve, contudo, dissolver os componentes. Também é denominado por sedimentação fracionada. 11) CROMATOGRAFIA Se a mistura a separar nos seus componentes for colorida, este processo permite separar os vários pigmentos, obtendo-se cromatogramas. Para a realização deste processo de separação será imprescindível a utilização de papel absorvente, assim como de um goblé com álcool etílico. 11 Lista de exercícios 1) Descreva em seu caderno como separar as seguintes misturas: a) pedra e areia b) óleo e água c) água e sal d) sal e açúcar e) petróleo f) água e areia g) tinta preta h) cascalho e água i) ferro e entulho j) água e álcool k) água e gasolina l) gasolina e álcool 2) Descreva e simule um procedimento industrial automatizado paraa transformação da água do mar em água potável 12 ARMAZENAMENTO A necessidade de armazenamento surge por vários motivos: - Reservar a matéria-prima, solida ou fluida, recebida do fornecedor, muitas vezes em grandes quantidades; - Armazenar o produto antes da venda; - Possivelmente como uma etapa intermediaria objetivando dar “fôlego” as outras etapas do processo, tais como transporte, embalagem, entre outras. LÍQUIDOS Os recipientes que realizam este armazenamento chamam-se tanques, são especificados por normas apesar de serem equipamentos mais simples. O armazenamento de líquidos pode ser realizado, basicamente, em duas condições distintas: - Armazenamento de líquidos a temperatura ambiente e pressão atmosférica; - Armazenamento de líquidos a temperatura ambiente e pressão acima da atmosférica GASES Os recipientes que realizam este armazenamento chamam-se vasos ou cilindros. Os vasos na maioria das vezes são cilíndricos horizontais ou verticais, dependendo da necessidade. A forma com a qual o gás pode ser armazenado não depende somente do tipo do gás, mas das condições em que ele se encontra. Uma das propriedades que mais podem interferir no tipo de armazenamento de gases é a TEMPERATURA e PRESSÃO critica do gás, ou seja, a temperatura acima da qual o gás não pode ser liquefeito, pois o gás liquefeito consegue ser armazenado em uma quantidade muito maior em massa do que no estado gasoso. Desta forma os gases podem ser armazenados nas seguintes condições: - Armazenamento de gases a temperatura ambiente e alta pressão, sob a forma de gás; - Armazenamento de gases liquefeitos a temperatura ambiente e alta pressão; - Armazenamento de gases liquefeitos a temperatura criogênica e alta pressão. 13 Vasos de Pressão Na indústria, o processamento e estocagem tanto de líquidos quanto gases, são feitos a pressões maiores ou menores que a atmosférica. Dessa maneira, são empregados recipientes fechados e com resistência para suportar pressões no seu corpo, assim como temperaturas que extrapolam o ambiente. Esses equipamentos, denominados “vasos de pressão”, por operarem normalmente sujeitos a pressão e/ou temperaturas elevadas, são considerados equipamentos de alto risco, por conterem grande quantidade de energia acumulada no seu interior. A faixa de variação de pressões e de temperatura de trabalho dos vasos de pressão é muito extensa. Existem vasos de pressão trabalhando desde o vácuo absoluto até cerca de 4.000Kg/cm² (~400 MPa), e desde próximo zero absoluto até temperaturas da ordem de 1500ºC. Os vasos de pressão podem ter grandes dimensões e pesos, havendo alguns com mais de 60m de comprimento de outros com mais de 200 t de peso. O nome vaso de pressão designa genericamente todos os recipientes estanques, de qualquer tipo, dimensões, formato ou finalidade, capazes de conter um fluido pressurizado. Dentro de uma definição tão abrangente inclui-se uma enorme variedade de equipamentos, desde uma simples panela de pressão de cozinha até os mais sofisticados reatores nucleares. Os vasos de pressão são todos os reservatórios destinados ao armazenamento e processamento (transformações físicas ou químicas) de líquidos e gases sob pressão ou sujeitos a vácuo total ou parcial. Podemos também definir os vasos de pressão como sendo todos os reservatórios, de qualquer tipo, dimensões ou finalidade, não sujeitos a chama, que contenham qualquer fluido em pressão manométrica igual ou superior a 1,02 kgf/cm² ou submetidos á pressão externa. Os vasos de pressão são empregados em três condições distintas: - Armazenamento de gases sob pressão: Os gases são armazenados sob pressão para que se possa ter um grande peso em um volume relativamente pequeno. - Acumulação intermediária de líquidos e gases: Isto ocorre em sistemas onde é necessária armazenagem de líquidos ou gases entre etapas de um mesmo processo ou entre processos diversos. - Processamento de gases e líquidos: Inúmeros processos de transformação em líquidos e gases precisam ser efetuados sob pressão. Classificação dos vasos de pressão: a) Vasos não sujeitos a Chama. - Vasos de armazenamento e de acumulação - Torres de destilação fracionada, retificadora, absorvedora e etc. - Reatores diversos 14 - Esferas de Armazenamento de gases - Permutadores de calor b) Vasos sujeitos a chama - Caldeiras - Fornos c) Quanto à pressão de operação os vasos podem ser classificados quanto a sua pressão de operação absoluta em: - Vasos atmosféricos: 0,8 a 1,3 atm - Vasos de baixa pressão: 0,03 a 0,8atm - Vasos de alta pressão: 1,3 a 205atm d) Quanto à posição de instalação (dimensão em relação do solo), baseando-se na posição em que essas três dimensões estão em relação ao solo, podemos classificar os vasos de pressão como mostrado a seguir: - Cilíndrico Vertical: DI e DE, paralelos em relação ao solo e CET, perpendicular ao solo - Cilíndrico inclinado: DE, Dl, CET, inclinados em relação ao solo - Cilíndrico horizontal: DE, DI perpendiculares ao solo e CET, paralelo ao solo - Esférico: Quando a dimensão CET não pode ser definida O comprimento entre tangentes (CET) é o comprimento total do corpo cilíndrico, ou a soma dos comprimentos dos corpos cilíndricos e cônicos sucessivos. As linhas de tangência, que limitam o comprimento entre tangentes, são linhas traçadas próximo a ambos os extremos do casco, na tangência entre o corpo cilíndrico e os tampos de fechamento. SÓLIDOS Armazenamento do material sólido revela algumas características específicas quando se analisa o material granular a granel, são elas: - Deformação; - Pressão; - Cisalhamento; - Densidade. 15 No armazenamento de sólidos existem três fatores de influência a serem considerados: - O coeficiente de atrito; - O ângulo de queda; - O ângulo de repouso. O coeficiente de atrito é, por definição, a tangente do ângulo de equilíbrio, não depende do peso do corpo, somente dos materiais e do estado das superfícies. O ângulo de queda é o ângulo com o qual o corpo começa a cair, considerado o infinitésimo maior que o ângulo de equilíbrio. O ângulo de repouso é o ângulo que um corpo particulado forma quando cai livremente sobre o chão ou uma superfície qualquer. O conteúdo da umidade influência diretamente no valor do ângulo de repouso, alterando-o conforme sua intensidade. TIPOS DE ARMAZENAMENTO DE SÓLIDOS 1) ARMAZENAMENTO EM PILHAS Armazenam-se em pilhas quando a quantidade do material é muito grande, e inviabiliza economicamente a utilização de silos. Amplamente utilizada na indústria de mineração, fertilizantes, etc... A pilha pode ser cônica, quando a quantidade de material estocado é relativamente pequena, ou prismática quando a quantidade de material é muito grande. 2) ARMAZENAMENTO EM SILOS Amplamente utilizada na indústria de grãos, cimentos etc... Os silos são utilizados para volumes menores de material, ou também quando o material é armazenado por sofrerem deterioração – grãos - ou for sensível à umidade- cimentos. 16 Podem ser feitos de concreto ou de aço, com formato redondo, quadrado ou retangular, depende do critério ou da necessidade do projetista, porém o fundo deve ser cônico ou piramidal. O ângulo do fundo deve ser MAIOR que o ângulo de queda do material armazenado. Alguns materiais granulares ou em pó não pode ser armazenados em silos pois formam, em contato com o ar, uma mistura explosiva, que na presença de algum tipo de ignição pode gerar grandes prejuízos. 3) PROBLEMAS DE ARMAZENAMENTO EM SILOS Na armazenagem por silos, um dos fatores mais importantes no funcionamento é a escoabilidade do material. Os principais problemas de escoamento pelos silos são expostos nas figuras a seguir: 4) SOLUÇÕESPARA PROBLEMAS DE ARMAZENAMENTO EM SILOS Das soluções mais primitivas surgiram métodos de eliminação ou, pelo menos, formas de minimizar os efeitos da falta de escoabilidade dos sólidos armazenados a granel. Atualmente, a utilização de martelos de borracha, para golpes na parte cônica do silo, ou meios de desestabilizar o material que se aglomerou dentro do silo, ainda são utilizadas com frequência porém, podem ser substituídos por mecanismos mais precisos, tais como: - VIBRADORES: Utilizados na parte cônica do silo. Consiste em aparelhos que vibram, impedindo a acomodação do material na parede do silo; 17 - ATIVADORES DE SILOS: Utilizados na parte INTERNA cônica do silo com a função de impedir que o material aglomere e forme arcadas impedindo o escoamento. Consiste em um equipamento que obriga o material armazenado a descer pelas paredes do silo; - FLUIDIFICADORES: Consiste em injetar ar dentro do silo com a finalidade de fluidificar o sólido, eliminando o atrito com as paredes e entre si do silo com a função de impedir que o material aglomere e forme arcadas impedindo o escoamento. 18 Lista de exercícios 1) Cite as principais utilidades do armazenamento. 2) Explique o que é a NR13. 3) Qual documento deve ser constar ao lado do vaso de pressão? 4) Cite as principais formas de armazenamento de gases e líquidos e em quais condições podemos armazená-los. 5) Explique como as características físicas como deformação, pressão, tensão de cisalhamento, densidade são importantes conceitos para o armazenamento. 6) Como o coeficiente de atrito, o angulo de queda e o angulo de repouso influenciam o armazenamento. 7) Cite qual o tipo de equipamento é destinado ao armazenamento de sólidos granulares. 8) Como resolver os problemas de arco coesivo e arco mecânico? 9) Se for diagnosticado problemas como fluxo errático, fluxo rápido e fluxo inadequado, qual seria o mais provável problema do equipamento? 10) Como resolver o problema de fluxo funil? 11) Se problema diagnosticado problema de segregação de material, qual seria o mais provável problema do equipamento? 19 CAPÍTULO 4 - TRANSPORTE DE SÓLIDOS Os transportes industriais abrangem 3 tipos distintos de operações unitárias: - Transporte de sólidos - Bombeamento de líquidos - Movimentação de gases Operações de movimentação de sólidos granulares em regimes contínuos para as etapas do processo, e entre muitos, pode-se citar os seguintes aspectos sobre a importância do transporte de sólidos: - Grande importância no custo da operação industrial; - Automação dos processos, substituindo a mão-de-obra humana - Necessidade de um transporte versátil para os vários tipos de sólidos Para caracterizar, ou especificar, o equipamento, leva-se em consideração os seguintes aspectos: - Capacidade de operação; Nominal; de pico; de projeto. - Distância e desnível entre carga e descarga; - Natureza do material transportado; - Fatores econômicos. Podem-se dividir os transportadores em dois grupos: - Os que se movimentam junto com o sólido no transporte Pás carregadeiras; Vagonetas; Empilhadeiras; Caminhões; Guinchos; Guindastes; etc.... - Os que permanecem fixos no transporte do sólido Carregadores; Arrastadores; Elevadores*; Alimentadores; Pneumáticos; 20 Os equipamentos carregadores são destinados a carregar de forma contínua o sólido granular de um ponto a outro dentro da fábrica, os mais comuns são: - Correia - Esteira - Corrente - Caçamba - Vibratório - Por gravidade TIPOS DE TRANSPORTADORES DE SÓLIDOS 1) TRANSPORTADOR DE CORREIA (ESTEIRAS) O transportador de correias consiste em transportar o sólido suportado por uma correia sem fim flexível, normalmente de borracha, que se desloca sobre roletes durante todo o percurso, nas extremidades encontra-se tambores(polias), que se encontram livres no ponto de alimentação e motores(ou motrizes) no ponto de descarga. É realizado horizontalmente, podendo ser também inclinado, preferencialmente para cima. Podem medir desde poucos metros até muitos quilômetros, trabalhando versátilmente em várias velocidades e temperaturas. 21 A figura a seguir representa esquematicamente um transportador de correia: Os roletes de retorno podem ser chamados também de esticadores, por terem a função de manter a correia esticada no momento do retorno(quando está vazia), desta forma otimizando a potência do equipamento e aumentando a vida útil da correia, componente que gera maior manutenção do transportador. As Correias são mais comumente constituídas por camadas superpostas de borracha, para promover a resistência a abrasão e lonas de Nylon ou metálicas, que darão resistência mecânica à tração, ao conjunto. 22 Conforme a necessidade, as correias podem ser constituídas por outras matérias-primas, tais como PVC, couro, algodão, amianto, entre outros. A largura da correia interfere diretamente na resistência, portanto quanto maior for a largura, maior deve ser a espessura da correia e o numero de lonas. 2) TRANSPORTADOR DE ROSCA (HELICOIDAL) Consiste em uma calha semicilíndrica dentro da qual gira um eixo com uma helicoide. Além do transporte propriamente dito, este transportador pode ser utilizados para algumas outras operações, tais como mistura, resfriamento, extração, moagem entre outros. São adaptáveis a uma ampla gama de processos operacionais, facilmente isolados do ambiente externo podendo trabalhar com atmosfera, pressão ou temperatura controladas. 23 3) TRANSPORTADOR DE ELEVADOR DE CAÇAMBAS É realizado para transportes verticais, transportador de elevador consiste em transportar o sólido suportado por caçambas, ou canecas, fixadas em correias verticais ou em correntes que se movimentam entre uma polia superior (normalmente motora) e outra inferior que gira livremente. Normalmente são equipamentos estanques, confinados em carenagens de aço ou outro material adequado, que impede a perda de materiais para o ambiente. O descarregamento pode ser realizado de vários modos, sendo as formas mais comuns: 24 Onde: a)- Elevação com descarga centrífuga: Mais comum; Destinado ao transporte de grãos, areia, produtos químicos secos; b)- Elevação com descarga positiva: Destinado a materiais que tendem a se compactar; Velocidade de transporte é baixa; c)- Elevação contínua: A descarga é delicada para evitar degradação excessiva do produto; Normalmente usada para materiais difíceis de trabalhar com descarga contínua; 4) TRANSPORTE PNEUMÁTICO A maioria das atividades industriais implica na movimentação de produtos em pó, granulados ou refiles, seja para as necessidades de fabricação ou para remoção de resíduos. O que é o Transporte Pneumático? Consiste em movimentar um produto (partículas de sólidos) no interior de uma tubulação estanque através de uma corrente de sopro ou exaustão, usando ar ou outro gás como fluido transportador. O transportador pneumático é um equipamento utilizado em larga escala na indústria para movimentação e elevação de sólidos granulados através das mais variadas distâncias e tipos de trajeto. 25 O sistema de transporte pneumático é constituído basicamente por: - Tubulação por onde circulam os sólidos e o fluido transportado; - Um soprador e/ou bomba de vácuo; - Um alimentador de sólidos e; - Um separador de fluido e sólidos na parte terminal tais como: - Ciclones; - Filtros de limpeza por ar comprimido ou contracorrente; - Ou até mesmo descarga direta em silo ou depósito. A utilização da movimentação do ar para a movimentação de materiais representa vantagens a este processo se comparado à movimentação mecânica (elevador, transportador helicoidal,etc.): - Pois oferece maior segurança ao produto uma vez que o mesmo é transportado por meio de tubulações, onde o ar como fluido possibilita o seu escoamento até o local desejado; - Ele se torna útil para transportar sólidos para locais de uma planta de processo, difíceis ou economicamente inviáveis de serem alcançadas por transportadores mecânicos. Usam tanto pressão positiva como negativa, para empurrar ou puxar, respectivamente, os materiais através da linha de transporte, em velocidades relativamente altas. O transporte pneumático pode ser usado para partículas que variam de pós a pellets e densidades de 16 a 3200Kg/m3. Alguns materiais que podem ser manipulados pelos sistemas de Transporte Pneumático: - Açúcar; - Amendoim; - Argila em Esferas; - Cal virgem e Hidratada; - Caulim; - Cimento; - Farinha; - Finos de Carvão; - Granulados de Aço; - Leite em Pó; - Óxido de Ferro; - Sal; - Soda; - Vidro; entre outros... 26 4.1) Vantagens e desvantagens do transporte do pneumático considerando outros tipos de sistema de transporte: Vantagens: Sistema totalmente hermético: minimiza o problema de controle de emissão de particulados; Eficiente em consumo de energia e mão-de-obra; Confiável devido às poucas partes móveis e menor desgaste do sistema; Flexível, permitindo instalações de sistemas completos em espaços bem reduzidos. Desvantagens: Alto custo de instalação; Não pode transportar a longas distâncias; Limitação da distância no transporte de materiais frágeis. No transporte de materiais potencialmente explosivos, deve-se usar um gás inerte no lugar do ar e evitar fontes de ignição no interior da linha de transporte, aumentando os custos. Pode possuir várias subdivisões e classificações conforme sua competência e aplicações: - Fase fluida ou convencional - Fase densa - Sistema direto - Sistema indireto 4.2) Tipos de transporte pneumático Fase Fluida ou Diluída: sistemas de baixa pressão (inferior a 01 bar) e alta velocidade (10 a 25 m/s), utilizando uma elevada relação ar / material; 27 Operação em fase diluída sob pressão (empurrando os sólidos). Fase Densa: utilizam pressão positiva para impulsionar os materiais. São sistemas de alta pressão (superior a 01 bar) e baixa velocidade (0,25 a 2,5m/s), utilizando uma relação ar/material baixa. Exige baixa demanda de ar, o que significa menor exigência de energia. A degradação do produto por atrito e a erosão na tubulação, não são problemas maiores do que no transporte pneumático em fase diluída, devido às baixas velocidades de sólidos. 28 Existem diferentes tipos de conceitos no mercado envolvendo a Fase Densa: - Conceito de Força Bruta; - Conceito Linha Cheia; - Conceito Fluidizado; - Conceito Linha Cheia Contínua; - Conceito Convencional; Os conceitos se diferenciam pelo arranjo do projeto. Eles existem devido à elevada versatilidade dos sistemas de alta pressão, ou seja, de fase densa. Cada conceito é particularmente adequado para certas aplicações e materiais. Cada um tem diferentes capacidades, eficiências, vantagens econômicas e limitações. 29 Lista de exercícios 1) Descreve as vantagens da automação do transporte de sólidos. 2) Descreva a diferença entre Capacidade de operação: Nominal, Pico e Projeto. 3) Cite 4 exemplos de transportes moveis e 4 exemplos de transportes fixos. 4) Descreva mecanicamente o transporte por esteira, citando seus principais componentes. 5) Quais os principais fatores de desgaste do transportador de esteira. 6) Explique o funcionamento do transportador helicoidal. 7) Cite as principais aplicações da rosca helicoidal. 8) Descreva o princípio de funcionamento do transportador de caçamba. 9) Cite a aplicabilidade do transportador de caçamba centrifugo, descarga positiva e descarga continua. 10) Explique sucintamente como funciona o transportador pneumático. 11) Quais os tipos de transporte pneumático e quais as diferenças entre eles. 12) Qual é a importância da válvula eclusa no transporte pneumático? 30 CAPÍTULO 5 - TRANSPORTE DE LÍQUIDOS MÁQUINAS HIDRÁULICAS São transformadores de energia (absorvem energia em uma forma e restituem em outra). Entre os diversos tipos de máquinas, as máquinas fluidas são aquelas que promovem um intercâmbio entre a energia do fluido e a energia mecânica. Dentre elas, as máquinas hidráulicas se classificam em motora e geradora. - máquina hidráulica geradora ou geratriz: transforma a energia hidráulica em energia mecânica (ex.: turbinas hidráulicas e rodas d’água). - máquina hidráulica motora ou motriz: transforma a energia mecânica em energia hidráulica. Dessa forma, por exemplo, as bombas hidráulicas são máquinas motrizes que sugam ou empurram um fluido, obrigando-o a água a subir. Há muitos tipos de bombas. BOMBAS HIDRÁULICAS Uma bomba hidráulica é um dispositivo que adiciona energia aos líquidos, tomando energia mecânica de um eixo, de uma haste ou de um outro fluido: ar comprimido e vapor são os mais usuais. As formas de transmissão de energia podem ser: aumento de pressão, aumento de velocidade ou aumento de elevação – ou qualquer combinação destas formas de energia. Como consequência, facilita-se o movimento do líquido. É geralmente aceito que o líquido possa ser uma mistura de líquidos e sólidos, nas quais a fase líquida prepondera. Outras máquinas destinadas a adicionar energia aos fluidos na forma de vapor e gases só são chamadas de bombas apenas eventualmente. Como exemplos, há a bomba de vácuo, destinada a esgotar ar e gases, e a bomba manual de ar, destinada a encher pneumáticos, bolas de futebol, brinquedos e botes infláveis, etc. As máquinas que se destinam a manusear ar, gases ou vapores são normalmente chamadas pelos técnicos de ventiladores ou ventoinhas, sopradores ou compressores. CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS BOMBAS As bombas podem ser classificadas em duas categorias, a saber: 31 - Volumétricas ou de Deslocamento Positivo: são aquelas em que a movimentação do líquido é causada diretamente pela movimentação de um dispositivo mecânico da bomba, que induz ao líquido um movimento na direção do deslocamento do citado dispositivo, em quantidades intermitentes, de acordo com a capacidade de armazenamento da bomba, promovendo enchimentos e esvaziamentos sucessivos, provocando, assim, o deslocamento do líquido no sentido previsto. - Turbo-Bombas: são máquinas nas quais a movimentação do líquido é desenvolvida por forças que se desenvolvem na massa líquida em consequência da rotação de uma peça interna (ou conjunto dessas peças) dotada de pás ou aletas chamada de roto. Bombas Hidráulicas são máquinas motrizes que recebem energia potencial de um motor ou de uma turbina, e transforma parte desse energia em potência: - Energia de pressão (força): Bombas de Deslocamento Direto - Energia cinética: Bombas Cinéticas As bombas cedem estas duas formas de energia ao fluido bombeado, para fazê-lo recircular ou transportá-lo de um ponto a outro. 1) TIPOS DE BOMBAS HIDRÁULICAS BOMBAS VOLUMÉTRICAS OU DE DESLOCAMENTO POSITIVO: o embolo ou eixo fornece energia ao fluido em forma de pressão. São as bombas de êmbolo ou pistão e as bombas diafragma. O intercâmbio de energia é estático e o movimento é alternativo (cíclico). 1.1) BOMBAS DE PISTÃO Funcionam através da ação de um pistão sob uma porção de fluido presa em uma câmara. Quando o pistão se move, o fluido é impulsionado para fora. Desse modo, a energia do pistão é transferida para o fluido. As bombas de pistão podem ser: - Um único pistão: Simplex - Dois pistões: Duplex - Muitos pistões: Multi-stage Quando utilizar as bombas de pistão ? - quando um fluido vaporiza, ou pode eventualmente vaporizar nas condições do processo;- com altas pressões de descarga, atingindo valores bem acima das bombas centrífugas: até 2.000 atm; 32 - como bombas dosadoras. 1.2) BOMBAS DE DIAFRAGMA Funcionam através do movimento hidráulico de um pistão sob uma membrana flexível, chamada de diafragma, que serve para reter uma porção de fluido em seu interior e expulsá-lo no movimento inverso do pistão. Possui válvulas de admissão e de descarga. Quando utilizar as bombas de diafragma ? - quando o fluido é corrosivo, pois simplifica o material de construção; - com altas pressões de descarga, atingindo valores bem acima das bombas centrífugas: até 150 kgf / cm2; - como bombas dosadoras. Bombas Rotativas de Deslocamento Positivo Funcionam através do movimento rotativo de engrenagens (lóbulos, palhetas ou fusos) , que retém fluido no espaço entre a carcaça e as engrenagens. Quando utilizar as bombas rotativas de deslocamento positivo? - São utilizados para fluidos viscosos quaisquer, desde que não contenham sólidos em suspensão. A folga entre a carcaça e a ponta da engrenagem (lóbulos, palhetas ou fusos) é mínimo, sendo proibitiva a presença de sólidos em suspensão e utilizando o próprio fluido como lubrificante. 33 1.3) BOMBAS CENTRÍFUGAS Bombas Centrífugas são bombas hidráulicas que têm como princípio de funcionamento a força centrífuga através de palhetas e impulsores que giram no interior de uma carcaça estanque, jogando líquido do centro para a periferia do conjunto girante. Portanto, funcionam através do movimento rotativo de engrenagens (lóbulos, palhetas ou fusos) , que retém o fluido no espaço formado entre a carcaça e as engrenagens. Descrição Constam de uma câmara fechada, carcaça, dentro da qual gira uma peça, o rotor, que é um conjunto de palhetas que impulsionam o líquido através da voluta (Figura abaixo). O rotor é fixado no eixo da bomba, este contínuo ao transmissor de energia mecânica do motor. A carcaça é a parte da bomba onde, no seu interior, a energia de velocidade é transformada em energia de pressão, o que possibilita o líquido alcançar o ponto final do recalque. É no seu interior que está instalado o conjunto girante (eixo-rotor) que torna possível o impulsionamento do líquido. A carcaça pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor. A de voluta é a mais comum podendo ser simples ou dupla (Figura abaixo). Como as áreas na voluta não são simetricamente distribuídas em torno do rotor, ocorre uma distribuição desigual de pressões ao longo da mesma. Isto dá origem a uma reação perpendicular ao eixo que pode ser insignificante quando a bomba trabalhar no ponto de melhor rendimento, mas que se acentua a medida que a máquina sofra redução de vazões, baixando seu rendimento. Como consequência deste fenômeno temos que para pequenas vazões, eixos de maior diâmetro no rotor. Outra providência para minimizar este empuxo radial é a construção de bombas com voluta dupla, que consiste em se colocar uma divisória dentro da própria voluta, dividindo-a em dois condutos a partir do início da segunda metade desta, ou seja, a 180o do início da "voluta externa", de modo a tentar equilibrar estas reações duas a duas, ou minimizar seus efeitos. Para vazões médias e grandes alguns fabricantes optam por bombas de entrada bilateral para equilíbrio do empuxo axial e dupla voluta para minimizar o desequilíbrio do empuxo radial. A carcaça tipo difusor 34 não apresenta força radial, mas seu emprego é limitado a bombas verticais tipo turbina, bombas submersas ou horizontais de múltiplos estágios e axiais de grandes vazões. A carcaça tipo difusor limita o corte do rotor de modo que sua faixa operacional com bom rendimento, torna-se reduzida. Principais Componentes: Rotor: Parte móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela formação de uma depressão no seu centro para aspirar o fluido e de uma sobre pressão na periferia para recalcá-lo. Difusor: canal de seção crescente que recebe o fluido vindo do rotor e o encaminha à tubulação de recalque. Possui seção crescente no sentido do escoamento com a finalidade de transformar a energia cinética em energia de pressão; são aletas estacionárias que oferecem ao fluido um canal de área crescente desde o rotor até a carcaça. Voluta: o rotor descarrega fluido num canal de área de seção reta contínua e crescente. Aumentando a área, a velocidade diminui, reduzindo assim a formação de turbilhões. Classificação das Turbo-bombas 35 Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor a) Bombas radiais ou centrífugas: o fluido entra no rotor na direção axial e sai na direção radial. Caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões em grandes alturas. A força predominante é a centrífuga. b) Bombas Axiais: o fluido entra no rotor na direção axial e sai também na direção axial. Caracterizam- se pelo recalque de grandes vazões em pequenas alturas. A força predominante é a de sustentação. Quanto ao número de entradas para a aspiração e sucção a) Bombas de sucção simples ou de entrada unilateral: a entrada do líquido se faz através de uma única boca de sucção. b) Bombas de dupla sucção: a entrada do líquido se faz por duas bocas de sucção, paralelamente ao eixo de rotação. Esta configuração equivale a dois rotores simples montados em paralelo. O rotor de dupla sucção apresenta a vantagem de proporcionar o equilíbrio dos empuxos axiais, o que acarreta uma melhoria no rendimento da bomba, eliminando a necessidade de rolamento de grandes dimensões para suporte axial sobre o eixo. Quanto ao número de rotores dentro da carcaça a) Bombas de simples estágio ou unicelular: a bomba possui um único rotor dentro da carcaça. Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de altura manométrica e de vazão. As dimensões excessivas e o baixo rendimento fazem com que os fabricantes limitem a altura manométrica para 100 m. Corte de uma bomba de monoestágio b) Bombas de múltiplo estágio: a bomba possui dois ou mais rotores dentro da carcaça. É o resultado da associação de rotores em série dentro da carcaça. Essa associação permite a elevação do líquido a grandes alturas (> 100 m), sendo o rotor radial o indicado para esta associação. 36 Corte de uma bomba de múltiplo estágio Quanto ao posicionamento do eixo a) Bomba de eixo horizontal: é a concepção construtiva mais comum. Bomba com eixo horizontal b) Bomba de eixo vertical: usada na extração de água de poços profundos. Corte de uma bomba de eixo vertical 37 Quanto ao tipo de rotor a) Rotor aberto: usada para bombas de pequenas dimensões. Possui pequena resistência estrutural. Baixo rendimento. Dificulta o entupimento, podendo ser usado para bombeamento de líquidos sujos. b) Rotor semiaberto ou semifechado: possui apenas um disco onde são afixadas as palhetas. c) Rotor fechado: usado no bombeamento de líquidos limpos. Possui discos dianteiros com as palhetas fixas em ambos. Evita a recirculação da água, ou seja, o retorno da água à boca de sucção. Esquemas de rotores fechado (c), semiaberto (b) e aberto (a). Quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível da água. a) Bomba de sucção positiva: o eixo da bomba situa-se acima do nível d’água do reservatório de sucção. b) Bomba de sucção negativa ou afogada: o eixo da bomba situa-se abaixo do nível d’água do reservatório de sucção. 38 2) ELEMENTOS MECÃNICOS DAS BOMBAS 2.1) GAXETAS: São componentes utilizados para a vedação das bombas centrífugas. São montadas em torno do eixo da bomba e apertadas por outro componente chamado “preme-gaxetas”. Não podem ser totalmente apertadas, devendo permitir um vazamento em média de 40 a 60 gotas por minuto para a lubrificaçãoe refrigeração. 39 2.2) SELOS MECÂNICOS: São sistemas de selagem utilizados quando não se pode deixar o fluido bombeado vazar. Permitem vazamento 100 vezes menores que as gaxetas. São formados por componentes mecânicos mais elaborados, requerendo melhor eficiência de lubrificação e resfriamento, sendo muitas vezes utilizados outros fluidos (água, etilenoglicol), que deve ser limpo. 40 São apertados somente durante a montagem, requerendo cuidados especiais de manutenção. Falhas mais comuns que prejudicam a vedação das bombas - montagem e ajustes dimensionais deficientes; - quando se usa fluido externo: baixo fluxo ou pressão, acarretando falta de lubrificação e refrigeração; - quando não se usa fluido externo: gaxetas muito apertadas ou entupimento nos canais de selagem do próprio fluido bombeado; - golpe de pressão no bombeamento, transmitindo para a caixa de vedação tensões paralelas ao eixo da bomba. 2.3) FILTROS DE SUCÇÃO São instalados na sucção das bombas para protegê-las da presença de sólidos estranhos, que poderiam danificá-las internamente. Com a continuidade operacional os filtros permanentes tendem a limitar o fluxo para a bomba, podendo provocar danos mecânicos nas mesmas. Para facilitar a limpeza, a maior parte dos fabricantes prevê um dreno no ponto mais baixo. 41 2.4) VÁLVULAS DE SEGURANÇA DE PRESSÃO São válvulas que controlam a pressão na tubulação automaticamente pela ação da força de uma mola. Podem ser para pressões positivas ou para vácuo. Sua aplicação está relacionada com as bombas hidráulicas conforme: - montada na linha de sucção para proteção da bomba contra golpes de pressão; - se a bomba for centrífuga, a válvula de segurança na descarga não se faz necessária ; - se a bomba for de deslocamento positivo, é fundamental haver algum tipo de proteção contra alta pressão. Uma válvula de segurança é projetada para proteger o sistema e não para operar permanentemente aberta. 3) OPERAÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS 3.1) PARTIDA: Se a bomba estiver partindo pela primeira vez: - verificar o nível do lubrificante; - verificar se o aterramento está conectado; - verificar se a proteção do acoplamento está instalada; - verificar se a drenagem da base está desobstruída; - verificar o sistema de selagem; - se o trabalho for a quente, abrir o sistema de aquecimento. Antes da partida: - se o produto tem a tendência de cristalizar ou possui sólidos em suspensão, manter abertas as linhas de aquecimento e de resfriamento da selagem por uns 15 minutos; - abrir toda a válvula de sucção; - verificar a presença de líquido na bomba; - verificar se existe algum vazamento no selo; - partir a bomba com a válvula de descarga fechada e observar a elevação da pressão (SOMENTE PARA BOMBAS CENTRÍFUGAS); - abrir lentamente a válvula de descarga, evitando mantê-la fechada por muito tempo (SOMENTE PARA BOMBAS CENTRÍFUGAS). 42 Após a partida: - verificar se há vazamentos na vedação; - verificar se há ruídos anormais, principalmente na região do selo; - verificar se há vibrações anormais. Observações: - partir com a válvula de sucção fechada danifica a bomba; - partir com a válvula de descarga aberta, provoca picos de amperagem, que deve desarmar o motor elétrico (SOMENTE PARA BOMBAS CENTRÍFUGAS). 3.2) VAZÃO MÍNIMA DE OPERAÇÃO: Para bombas centrífugas, a recomendação é de valores em torno de 50% do BEP (Best Efficiency Point – Ponto de Melhor Eficiência). Entretanto, muitos fabricantes estabelecem valores em torno de 5 a 20% da vazão do BEP. Se uma bomba operar continuamente com vazões abaixo dos valores mínimos recomendados, haverá danos mecânicos na bomba produzido pela elevação da temperatura até a vaporização do fluido. 3.3) ESCORVA: As bombas centrífugas não são capazes, normalmente, de aspirar o fluido quando esse se encontra abaixo da sua linha. Nesse caso é necessário encher a bomba manualmente antes da partida. Esse procedimento chama-se escorva. Para que a escorva seja realizada é preciso que exista uma válvula de retenção no início da tubulação. Se a escorva for aquecida, a bomba não parte. 3.4) PRESSÃO DE VAPOR: A temperatura na qual um líquido ferve é chamada de Ponto de Ebulição (PE). O ponto de ebulição por sua vez, varia com a pressão atmosférica. Assim, quanto menor a pressão, menor o PE. Então, a fervura de qualquer líquido varia com a pressão atmosférica. 43 Gráfico da fervura da água, do éter etílico e do álcool etílico, variando com a pressão PRESSÃO DE VAPOR é a pressão na qual um líquido ferve. Todo líquido tem a sua pressão de vapor que varia com a temperatura. Conclusões: - se a pressão de sucção abaixar, o líquido bombeado pode ferver e se tornar vapor; - temperaturas baixas evitam a fervura de líquidos. 4) O FENÔMENO DA CAVITAÇÃO Descrição do fenômeno Como qualquer outro líquido, a água também tem a propriedade de vaporizar-se em determinadas condições de temperatura e pressão. E assim sendo temos, por exemplo, entra em ebulição sob a pressão atmosférica local a uma determinada temperatura, por exemplo, no nível do mar (pressão atmosférica normal) a ebulição acontece a 100oC. A medida que a pressão diminui a temperatura de ebulição também se reduz. Por exemplo, quanto maior a altitude do local menor será a temperatura de ebulição. Em consequência desta propriedade pode ocorrer o fenômeno da cavitação nos escoamentos hidráulicos. Chama-se de cavitação o fenômeno que decorre, nos casos em estudo, da ebulição da água no interior dos condutos, quando as condições de pressão caem a valores inferiores a pressão de vaporização. No interior das bombas, no deslocamento das pás, ocorrem inevitavelmente rarefações no líquido, isto é, pressões reduzidas devidas à própria natureza do escoamento ou ao movimento de impulsão recebido pelo líquido, tornando possível a ocorrência do fenômeno e, isto acontecendo, formar-se-ão bolhas de vapor prejudiciais ao seu funcionamento, caso a pressão do líquido na linha de sucção caia abaixo da pressão de vapor (ou tensão de vapor) originando bolsas de ar que são arrastadas pelo fluxo. Estas bolhas de ar desaparecem bruscamente condensando-se, quando alcançam zonas de altas pressões em seu caminho através da bomba. Como esta passagem gasoso-líquido é brusca, o líquido alcança a superfície do rotor em alta velocidade, produzindo ondas de alta pressão em áreas reduzidas. Estas pressões podem 44 ultrapassar a resistência à tração do metal e arrancar progressivamente partículas superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo. Quando ocorre a cavitação são ouvidos ruídos e vibrações característicos e quanto maior for a bomba, maiores serão estes efeitos. Além de provocar o desgaste progressivo até a deformação irreversível dos rotores e das paredes internas da bomba, simultaneamente esta apresentará uma progressiva queda de rendimento, caso o problema não seja corrigido. Nas bombas a cavitação geralmente ocorre por altura inadequada da sucção (problema geométrico), por velocidades de escoamento excessivas (problema hidráulico) ou por escorvamento incorreto (problema operacional). Causas da cavitação - Filtro da linha de sucção saturado; - Respiro do reservatório fechado ou entupido; - Linha de sucção muito longa; - Muitas curvas na linha de sucção (perdas de cargas); - Estrangulamento na linha de sucção; - Altura estática da linha de sucção; - Linha de sucção congelada; Exemplo de defeito provocado pela cavitação: Corrosão das palhetas da bomba Características de uma bomba em cavitação - Queda de rendimento; - Marcha irregular; - Vibração provocada pelo desbalanceamento; - Ruído provocado pela implosão das bolhas. Como evitar a cavitaçãoPrimeiramente, elaborando-se um bom projeto para a linha de sucção. Segundo, aplicando-se uma manutenção preventiva. 45 NPSH, Conceito: Significado das Iniciais São as iniciais do termo em inglês NET POSITIVE SUCTION HEAD, cuja tradução para o Português, seria o equivalente a “Balanço no Topo da Sucção Positiva” ou “Altura Livre Positiva de Sucção“. Significados Técnicos / Definições NPSH (Net Positive Sucction Head): pressão residual com que o fluido chega na entrada da bomba que vai fazer com que a pressão do fluido no interior da bomba não atinja a pressão de vapor do fluido. NPSH requerido: pressão requerida pela bomba para que a mesma funcione. NPSH disponível: pressão com que o fluido chega até a entrada da bomba (energia que o tipo de instalação fornece ao fluido). Obs.: para que a bomba funcione sem cavitação é necessário que o NPSH disponível seja 10% maior que o NPSH requerido. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL, Conceito Altura manométrica total é a energia por unidade de peso que o sistema solicita para transportar o fluido do reservatório de sucção para o reservatório de descarga, com uma determinada vazão. Essa energia será fornecida por uma bomba, que será o parâmetro fundamental para o selecionamento da mesma. É importante notar que em um sistema de bombeamento, a condição requerida é a vazão, enquanto que a altura manométrica total é uma consequência da instalação. 5) CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS É a representação gráfica em um eixo cartesiano da variação das grandezas características da bomba (Figura abaixo). Representação gráfica de uma curva característica 46 De acordo com o traçado de H (altura) x Q (vazão) as curvas características podem ser classificadas como: • flat - altura manométrica variando muito pouco com a variação de vazão; • drooping - para uma mesma altura manométrica podemos ter vazões diferentes; • steep - grande diferença entre alturas na vazão de projeto e a na vazão zero (ponto de shut off); • rising - altura decrescendo continuamente com o crescimento da vazão. As curvas tipo drooping são ditas instáveis e são próprias de algumas bombas centrífugas de alta rotação e para tubulações e situações especiais, principalmente em sistemas com curvas de encanamento acentuadamente inclinadas. As demais são consideradas estáveis, visto que estas para cada altura corresponde uma só vazão, sendo a rising a de melhor trabalhabilidade (Figura abaixo). CONSUMO DE ENERGIA DAS BOMBAS A função de uma bomba é transferir energia para o fluido, logo sua operação sempre implica em consumo de energia. Como minimizar o consumo de energia de uma bomba ? - Basta operar considerando: - válvulas de sucção sempre abertas; - manter o fluido na temperatura recomendada; temperatura baixa aumenta a viscosidade, dificultando o trabalho da bomba; - evitar o aumento da pressão no tanque de descarga; - minimizar o uso de recirculação; - ajustar a vazão da bomba para o mais próximo possível do BEP; - manter os filtros limpos; - partir as bombas centrífugas (e somente elas) com a descarga fechada. 6) TEMPERATURA DE OPERAÇÃO Se a temperatura de operação mudar, haverá mudança na viscosidade do fluido e na pressão de vapor. 47 O que acontece se a temperatura de operação mudar? - bombas de engrenagens (e outras de deslocamento positivo) operando em altas temperaturas: A viscosidade será baixa e haverá falta de lubrificação entre as engrenagens, produzindo limalhas metálicas de desgaste. - bombas de engrenagens (e outras de deslocamento positivo) operando em baixas temperaturas: A viscosidade será alta, dificultando a movimentação do líquido, forçando rolamentos e mancais, desgastando essas peças. - bombas centrífugas operando em temperaturas altas: Risco de cavitação e danos para a bomba. - bombas centrífugas operando em temperaturas baixas: A viscosidade será alta, aumentando o consumo de energia. Se a viscosidade subir muito, o bombeamento diminui a vazão e a bomba poderá trabalhar em vazio, podendo ser danificada por falta de refrigeração. 7) ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS Muitas razões, técnicas e econômicas, levam à necessidade de se efetuar a associação de bombas. Por exemplo: - inexistência no mercado, de bombas que possam , isoladamente atender a vazão de demanda; - inexistência no mercado, de bombas que possam, isoladamente atender a altura manométrica do projeto; - aumento da demanda (vazão) com o decorrer do tempo. Tipos de Associação de Bombas - Em Série - Em Paralelo Bombas em série: Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos analisar a possibilidade do emprego de bombas em série, pois esta solução poderá ser mais viável, tanto em termos técnicos como econômicos. Como principal precaução neste tipo de associação, devemos verificar se cada bomba a jusante tem capacidade de suporte das pressões de montante na entrada e de jusante no interior da sua própria carcaça. Para melhor operacionalidade do sistema é aconselhável à associação de bombas idênticas, pois este procedimento flexibiliza a manutenção e reposição de peças. 48 associação de bombas em série Bombas em paralelo: É comum em sistemas de abastecimento de água, esgotamento ou serviços industriais, a instalação de bombas em paralelo, principalmente com capacidades idênticas, porém não exclusivas. Esta solução torna-se mais viável quando a vazão de projeto for muito elevada ou no caso em que a variação de vazão for perfeitamente predeterminada em função das necessidades de serviço. No primeiro caso o emprego de bombas em paralelo permitirá a vantagem operacional de que havendo falha no funcionamento em uma das bombas, não acontecerá a interrupção completa e, sim, apenas uma redução da vazão bombeada pelo sistema. No caso de apenas uma bomba aconteceria a interrupção total, pelo menos temporária, no fornecimento. Na segunda situação a associação em paralelo possibilitará uma flexibilização operacional no sistema, pois como a vazão é variável poderemos retirar ou colocar bombas em funcionamento em função das necessidades e sem prejuízo da vazão requerida. Em resumo: Teoricamente temos que bombas em série somam alturas e bombas em paralelo somam vazões. Na prática, nos sistemas de recalque, isto dependerá do comportamento da curva característica da bomba e da curva do encanamento, como estudaremos adiante. 49 Lista de exercícios 1) Explique o que são máquinas hidráulicas motrizes e geratrizes. 2) Qual é a aplicabilidade das bombas volumétricas alternativas? Cite seus principais componentes. 3) Qual é a aplicabilidade das bombas volumétricas de lóbulos? Cite seus principais componentes. 4) Qual é a aplicabilidade das bombas volumétricas de diafragma? Cite seus principais componentes. 5) Qual é a aplicabilidade das bombas centrífugas? Cite seus principais componentes. 6) Cite quais tipos de bombas centrífugas disponíveis. 7) Qual é a aplicabilidade das bombas axiais? Cite seus principais componentes. 8) Qual é a melhor posição para instalação de uma bomba? 9) Cite os principais acessórios recomendados a serem instalados juntos com uma bomba. 50 CAPÍTULO 6 - EXTRAÇÃO A operação de extração consiste em separar os constituintes de uma mistura, pondo essa mistura em contato com um líquido que dissolva alguns desses constituintes. A quantidade separada depende da quantidade de solvente usado e do tempo de contato, sendo o problema principal estabelecer qual o mecanismo adequado de dissolução. No caso de uma substância bem definida e completamente solúvel, a separação torna-se uma operação simples de entender. Supondo uma fase líquida “B” e uma substância A solúvel em B, ambas em presença uma da outra, a fase B vai dissolvera “A” até se atingir o equilíbrio, ou seja, até que esteja saturada em B, formando-se uma única fase, se não se atingir o limite de saturação. No caso da quantidade ser superior ao limite de solubilidade, formar-se-á uma fase e o remanescente de “A” não solubilizado. “A” dissolução faz-se através de uma interface e vai variando ao longo do tempo. Pode dar-se de dois modos: • com o líquido em repouso; • com o líquido em movimento (agitação do solvente). No primeiro caso, o movimento da molécula de “A” em “B” faz-se por um mecanismo de difusão e depende das diferenças de concentração. No segundo caso, a dissolução é facilitada por existir uma renovação permanente do solvente (por convecção). Os fenómenos de difusão e de convecção são complexos, sendo necessário recorrer a cálculos longos que simulem os mecanismos físicos que lhes estão associados. No entanto, é do conhecimento comum que o fenómeno da dissolução que está associado à extração é mais rápido se for feito com agitação. No caso de dissolução de um constituinte de uma mistura (de dois constituintes), num solvente, tem-se já uma verdadeira extração. Para se perceber melhor o modelo, pode-se considerar que um dos constituintes é completamente insolúvel no solvente. Para acontecer a dissolução é necessário que o componente a se extrair entre em contato com a superfície livre do solvente. O equilíbrio dá-se entre duas soluções do constituinte solúvel, ou seja, a existente e a que se vai formar (fase A e fase B). O transporte do constituinte solúvel através do primeiro dissolvente terá um mecanismo inverso ao da dissolução descrito anteriormente e pode fazer-se por difusão ou por convecção, formando-se na interface um filme estacionário. Existirão, assim, dois filmes adjacentes através dos quais se faz a transferência. No entanto, quando uma das fases é sólida, não se formam dois filmes, mas apenas um. No caso de solventes parcialmente solúveis entre si, há necessidade de recorrer a diagramas binários para saber as concentrações e a composição das fases em presença dos componentes presentes. Este fato torna-se mais complexo se existirem mais de dois solventes, podendo-se, para isso, recorrer-se a diagramas ternários a fim de se conhecerem as condições de equilíbrio. 51 Convém referir que um fator que não foi abordado detalhadamente é o tempo de execução desta operação, que é longa, se os fenómenos se realizarem apenas por difusão. Para facilidade de aplicação dos diagramas ternários podem-se usar diagramas binários, procurando-se, apenas naqueles, pontos específicos. Do ponto de vista prático, a extração deve efetuar-se reduzindo o mais possível o tempo e a quantidade de solvente. O tempo de extração total, teoricamente, é infinito, sendo a operação na fase final muito lenta, porque o solvente extrator vai-se concentrando. Assim, para aumentar o rendimento, opera-se por andares, ou seja, o dissolvente vai extrair uma primeira formação enquanto a velocidade for razoável, sendo este renovado, e assim sucessivamente, chamando-se a este processo extração por contato múltiplo. O solvente que sai em cada andar é o extrato e a mistura é o resíduo, podendo o número de andares ser igual a dois ou superior. Outro processo é o de contracorrente. Neste caso, o solvente novo entra por um andar em que a mistura está quase toda processada. O resíduo que sair desta operação é o resíduo final e o solvente que sair deste andar vai para outro, onde a mistura é mais rica no constituinte que se quer extrair, e assim por diante. Com este processo, consegue-se reduzir o tempo de extração com um rendimento desejável. Os processos de contato múltiplo e contracorrente reduzem também a quantidade de solvente a usar. Um exemplo típico dá como valores de solventes, para uma dada extração e para um dado rendimento, os seguintes: • simples: 3,7l • contato múltiplo: 1,9l • contracorrente: 1,2l Instalações piloto e processos industriais Para o estabelecimento do número de andares e, dada a complexidade deste assunto, recorre-se a instalações piloto e ensaios laboratoriais para determinar o processo de extração. Modernamente, recorre-se também a modelos computacionais, os quais têm em linha de conta a especificidade dos processos químicos que lhes estão associados. A extração aplica-se em inúmeros processos industriais como a purificação de óleos lubrificantes ou a extração de gases em sistema de desgasificação (desgasificadores ou desaeradores), em circuitos de água de alimentação de caldeira. A operação denominada Extração Líquido-Líquido é empregada nos processos de separação de um ou mais compostos de uma mistura líquida, quando estes não podem ser separados por destilação de forma economicamente viável. 52 Geralmente, tais separações ocorrem nos seguintes casos: a) os componentes a serem separados são pouco voláteis – seria necessário, então, utilizar processos com temperaturas muito altas, combinadas com pressões muito baixas, com a finalidade de conseguir a separação desejada; b) os componentes a serem separados têm aproximadamente as mesmas volatilidades – neste caso, seria necessária a utilização de colunas de destilação com um número muito grande de estágios de separação (pratos), consequentemente torres muito elevadas, a fim de conseguir a separação desejada; c) os componentes são susceptíveis à decomposição – os compostos ou componentes a serem separados sofrem decomposição quando atingem a temperatura necessária para a separação; d) o componente menos volátil que se quer separar está presente em quantidade muito pequena – não seria economicamente viável, em tal situação, vaporizar toda a mistura líquida para obter o produto desejado. O processo de Extração Líquido-Líquido é a operação no qual um composto dissolvido em uma fase líquida é transferido para outra fase líquida. A fase líquida, que contém o composto a ser separado, é denominada de solução e o composto a ser separado é denominado de soluto. A fase líquida, utilizada para fazer a separação do soluto, é denominada de solvente. O solvente deverá ser o mais insolúvel possível na solução. De acordo com a natureza do composto que se quer extrair da solução, isto é, o soluto, basicamente, há dois tipos de extração: a) extração de substâncias indesejáveis – o soluto é uma impureza que deverá ser retirada da solução. O produto desejado neste processo de separação é a solução livre do soluto. Como exemplo, pode ser citada a extração de compostos de enxofre existentes nos derivados de petróleo, como a gasolina, o querosene e outras correntes. Outro exemplo é a retirada de compostos aromáticos de correntes de óleos lubrificantes para purificação dos mesmos; b) extração de substâncias nobres – o soluto é, neste caso, o composto desejado após a operação de separação, o restante da solução é o produto indesejável do processo. Mecanismo da extração O mecanismo do processo de extração ocorre, basicamente, de acordo com as seguintes etapas: 53 a) mistura ou contato íntimo entre o solvente e a solução a ser tratada. Ao longo desta etapa, ocorrerá a transferência do soluto da solução para a fase solvente; b) a separação entre a fase líquida da solução, denominada de rafinado, e a fase líquida solvente, denominada de extrato; c) recuperação do solvente e do soluto. Para a recuperação do soluto do solvente, é necessário que estes tenham características que permitam a separação dos mesmos através de um simples processo de destilação ou qualquer outro tipo de separação simples e possível. O ciclo da extração pode ser representado pela figura seguinte, de forma que a massa específica do solvente é menor do que a massa específica da solução, para que seja possível a extração. Equipamentos do processo de extração De um único estágio:Neste tipo de equipamento, os líquidos são misturados, ocorre à extração e os líquidos insolúveis são decantados. Esta operação poderá ser contínua ou descontínua. Este equipamento é correspondente ao esquema da figura anterior. De múltiplos estágios: Baseado, ainda, no exemplo da figura anterior, caso o rafiando (A + B) seja mais uma vez processado e a este seja adicionada nova porção de solvente, será possível extrair mais soluto da solução e o rafinado tornar-se-á ainda mais puro. Quanto maior o número de estágios, maior será a extração. Se, ao invés de ser utilizado solvente novo e puro para cada caso, um sistema em contracorrente, for empregado, o solvente puro entrará em contato com a carga em contracorrente e tem-se então um sistema de múltiplos estágios, que formam uma sucessão de estágios simples. Os equipamentos que fazem a extração líquido-líquido, em múltiplos estágios, utilizam o princípio desta figura uma 54 única coluna, geralmente, semelhantes a uma torre de destilação, podendo ou não conter recheios ou ainda bandejas. Os principais tipos de equipamentos são: a) torre de dispersão; b) torre com recheios; c) torre agitada. Equilíbrio entre as fases líquidas Existe uma analogia, que se pode fazer, entre os processos de esgotamento e ou absorção em relação ao processo de extração. A fase líquida do solvente, o extrato, pode ser considerada como a fase vapor, enquanto que a fase líquida da solução, o rafinado, pode ser considerada a fase líquida. 55 Na absorção e no esgotamento, quando as duas fases entram em equilíbrio, não há mais alteração da composição nem da fase líquida, nem da fase vapor. Da mesma forma na extração, quando é atingido o equilíbrio entre as fases, então não haverá mais alteração das composições do extrato e do rafinado, o que está ilustrado na figura a seguir. Fatores que influenciam a extração - relação solvente-carga De forma semelhante ao processo de absorção, na extração, também existe uma relação mínima solvente/carga, abaixo da qual não é possível efetuar a extração desejada. Quanto maior a relação solvente/carga, melhor será a extração, pois uma concentração maior de solvente na solução aumentará o potencial de transferência de massa do soluto para a fase líquida do solvente, com a consequente formação do extrato. Qualidade do solvente Nos casos em que o solvente é recuperado, após a extração, quanto mais isento de soluto ele retornar para a torre de extração, melhor será a extração, pois sua composição estará mais afastada da composição de equilíbrio com a carga e maior será a transferência de soluto da fase da solução (carga) para a fase solvente. Influência da temperatura Embora seja adequado que o solvente apresente insolubilidade na carga, isto na prática não ocorre, pois sempre existe, ainda que pequena, uma solubilidade mútua entre as fases que aumenta com a elevação da temperatura. A composição das duas fases em equilíbrio muda, então, com a alteração da temperatura. Isto pode influenciar de forma negativa na extração desejada. Portanto, nunca se deve operar com temperaturas acima das recomendadas para certo processo de extração, pois poderá ocorrer a dissolução de parte ou até mesmo de todo o solvente na carga ou vice-versa, impedindo a separação das duas fases líquidas. Caso haja certa dissolução de solvente na carga ou vice-versa, o equipamento não terá uma operação satisfatória com consequente queda de eficiência no processo de extração. 56 CAPÍTULO 7 - CONVERSÃO DE UNIDADES Alguns conhecimentos são fundamentais para que se possa estudar de forma adequada a disciplina denominada Operações Unitárias, como conhecimentos sobre conversão de unidades, unidades que podem ser medidas lineares, de área, de volume, de massa, de pressão, de temperatura, de energia, de potência. É necessário conhecer as correlações existentes entre medidas muito utilizadas na Indústria Química, como é o caso das medidas de temperatura, de pressão, de energia, de massa, de área, de volume, de potência e outras que estão sempre sendo correlacionadas. Alguns exemplos de correlações entre medidas lineares 1 mil = 1760 yd = 5280 ft = 63.360 in 1 yd = 3ft= 36 in 1 ft = 12 in 1 in = 25,4mm = 2,54 cm = 0,254 dm = 0,0254 m 1 ft = 304,8 mm = 30,48 cm = 3,048 dm = 0,3048 m 1 yd =914,4mm = 91,44 cm = 9,144 dm = 0,9144 m 1 mil =1,609344 km = 16,09344 hm = 160,9344 dam = 1.609,344 m Alguns exemplos de correlações entre volumes 1 bbl = 5,6145583332 ft³ = 42 gal = 336 pints 1 ft³ = 7,480519481 gal = 59,84415585 pints 1 gal = 8 pints 1 bbl = 0,1589872949 m3 = 158,9872949 dm³ = 158987,2949 cm ³ 1 ft3 = 0,02831684659 m³ = 28,31684659 dm³ = 28316,84659 cm³ 1 gal = 0,003785411784 m³ = 3,785411784dm³ = 3785,411784 cm³ 1 pint = 0,000473176473 m³ = 0,473176473 dm³ = 473,176473 cm³ 1 m³ = 1.000 dm³ = 1.000.000 cm³ 1 dm³ = 1 L Alguns exemplos de correlações entre massas 1 lb = 16,000000256 oz = 453,5923773 g 1 oz = 28,34952313 g 1 t = 1.000 kg = 1.000.000 g 1 kg = 1.000 g 57 Alguns exemplos de correlações entre pressões 1 atm = 1,01325 bar = 1,033 kgf/cm2 = 760 mm Hg = 10,3 m H2O = 101.325 Pa = 14,7 psi (lbf/in2) = 105 N/m2 Algumas observações sobre medições de pressão Pressão Absoluta = Pressão Relativa + Pressão Atmosférica Pressão Barométrica = Pressão Atmosférica Pressão Manométrica = Pressão Relativa Alguns exemplos de correlações entre temperaturas θºC = (θºF - 32) / 1,8 θºF = (1,8 . θºC) + 32 θK = θºC + 273,15 (temperaturas absolutas) θR = θºF + 460 (temperaturas absolutas) Alguns exemplos de correlações de energia 1 kcal = 3,97 BTU = 3,088 ft.lbf = 4,1868 kJ 1 BTU = 252 cal = 778 ft.lbf 1 cal = 4,1868 J Alguns exemplos de correlações entre potências 1 HP = 1,014 CV = 550 ft.lbf/s = 42,44 BTU/min 1 kW = 1,341 HP = 1 kJ/s = 1.248 kVA 1 W = 1 J/s 1 kWh = 3.600 J Alguns exemplos de correlações de viscosidade 1 poise = 0,1 Pa.s 1 Pa.s = 1 N.s/m² = 1 kg/(m.s) = 1 PI 1 stokes = 100 centistokes = 1cm²/s = 0,0001 m²/s. 58 Lista de exercícios 1) Transforme as seguintes unidades de medida para o sistema m, kg, s, °C, J a) 50 lb/ft³ b) 8,3 gal/lb c) 1,987 BTU/(lb.°F) d) 15.000 gal/dia (considere: ρ = 5,5 lb/in³) e) 100 ºF f) 120 km/h g) 412 kcal/h h) 30 lb/in² 2) Explique as prováveis grandezas dos itens acima. (ex. 100 °F é temperatura) 3) Pesquise: Qual é o comprimento ou espessura, e transforme em metros utilizando a notação científica: a) Um fio de cabelo; b) Um bit de informação em um DVD; c) Uma célula humana da epiderme. 59 CAPÍTULO 8 - MECÂNICA DOS FLUIDOS NOÇÕES DE HIDROSTÁTICA Hidrostática é o ramo da Física que estuda a força exercida por e sobre líquidos em repouso. Este nome faz referência ao primeiro fluido estudado, a água, é por isso que, por razões históricas, mantém-se esse nome. Fluido é uma substância que pode escoar facilmente, não tem forma própria e tem a capacidade de mudar de forma ao ser submetido à ação e pequenas forças. Lembrando que a palavra fluido pode designar tanto líquidos como gases. ELEMENTOS DE HIDROSTÁTICA Massa específica ou densidade absoluta ( ou ) A massa específica é uma característica da substância que constitui o corpo e é obtida pelo quociente entre a massa e o volume do corpo, quando este é maciço e homogêneo. A unidade de massa específica no SI é o kg/m3, mas também é muito utilizada a unidade g/cm3. 𝜌 = 𝑚 𝑣 Importante Densidade e densidade absoluta são grandezas físicas diferentes. Observe que podemos obter qualquer das duas grandezas utilizando a fórmula acima, porém, só teremos a densidade absoluta ou massa específica se o corpo em questão for maciço e homogêneo, de outra forma, o que estaremos obtendo é uma característica
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