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A PRÉ HISTÓRIA DA PSICANÁLISE I A CONSCIÊNCIA DA LOUCURA A partir do século XVII ocorre a denúncia da loucura, surge a consciência dos seus modos de aparição. Esse é o momento em que a loucura emerge como objeto do saber e não apenas como diferença a ser segregada e asilada. O louco é o efeito da convergência de, principalmente, duas séries: a série asilar e a série médica. O SABER PSIQUIÁTRICO A característica fundamental da relação entre o saber e o poder psiquiátricos, nessa época, é que nela a verdade do saber psiquiátrico nunca é colocada em questão. Seu objetivo exclusivo é justificar o conjunto de práticas que se articulam no interior do espaço asilar. O que importava à psiquiatria era apresentar o louco como um indivíduo perigoso e o psiquiatra como aquele que poderia resguardar a sociedade da ameaça que ele representava. O passo seguinte ao da denúncia da loucura não era propriamente a cura, mas o controle disciplinar do indivíduo. O louco não era curado, mas domado. O INTERROGATÓRIO E A CONFISSÃO Se a marca de sua realidade não se inscrevia no corpo, deveria aparecer sob a forma de predisposições que se revelariam através de lembranças infantis. Daí o interrogatório: ele era a forma de se chegar a essas lembranças, individuais e familiares, que indicariam os antecedentes da doença. A hereditariedade familiar passa a ser, desta forma, o modo de substancialização da loucura. A LOUCURA EXPERIMENTAL A possibilidade de compreensão da loucura é propiciada por Moreau de Tours com seus experimentos sobre o haxixe. Já há algum tempo se faziam experimentos com o ópio no sentido de se determinar a verdade ou a falsidade da loucura do paciente. Ele inverte o procedimento: ele aplica a droga (o haxixe) em si próprio. O objetivo era produzir os mesmos sintomas da loucura e poder retornar ao estado normal, adquirindo dessa forma um saber direto sobre a loucura A HIPNOSE O efeito hipnótico, o poder é todo depositado no médico, que passa a dispor inteiramente do corpo do paciente. Esse domínio sobre o corpo permite tanto a eliminação de sintomas como a domesticação do comportamento. O psiquiatra passa a dispor de um controle sobre a mente e sobre o corpo do doente CHARCOT E A HISTERIA Os aspectos mais salientados tanto por Charcot como por Freud era a histeria não era uma simulação, que ela era uma doença funcional com um conjunto de sintomas bem definido e na qual a simulação desempenhava um papel desprezível. Ambos acreditavam que a histeria era tanto uma doença feminina como masculina, desfazendo dessa forma a ideia de que apenas as mulheres padeciam de manifestações histéricas. TRAUMA E A-B REAÇÃO/ DEFESA PSÍQUICA - A função da hipnose era a de, por sugestão, remeter o paciente ao seu passado, de modo que ele próprio encontrasse o fato traumático, produzindo-se, em decorrência disso, a “ab- reação” , isto é, a liberação da carga de afeto. -Quando Freud abandona a hipnose e solicita de seus pacientes que procurem se lembrar do fato traumático que poderia ter causado os sintomas, verifica que tanto a sua insistência quanto os esforços do paciente esbarravam com uma resistência destes a que as ideias patogênicas se tornassem conscientes. A SEXUALIDADE O caso da sexualidade vivida por Breuer e Ana. O que motivou o término do tratamento foi um fenômeno que, apesar de ser hoje em dia bastante conhecido, impossibilitou Breuerde continuar a relação terapêutica com Anna, o fenômeno da transferência e da contratransferência.
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