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Prof. Spagnuolo – 24.09.2019 Izabelly Alvares 1 Paciente feminina de 29 anos relata que há 3 anos vem observando edema de mãos e pés chegando a não conseguir mais usar anéis. Ao mesmo tempo conta que vem com muita cefaleia frontal e diminuição da acuidade visual em olho direito. Antecedentes pessoais: gravidez há 9 anos. Antecedentes familiares: nega qualquer morbidade. Ao exame físico: - Geral: bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica. Paciente apresenta nariz alado, aumento e protrusão da mandíbula com espaçamento entre os dentes, edema generalizado, sinal de godê negativo. Mãos e pés de tamanho desproporcionalmente exagerados. - PA: 120x80 mmHg. - FC: 80 bpm. - Especial: ⤷ BRNF sem sopros. ⤷ MV+ bilateralmente sem ruídos adventícios. - Abdome: sem alterações. - Extremidades: sem alterações. - Neurológico: alteração marcante de Campo Visual OD. Prof. Spagnuolo – 24.09.2019 Izabelly Alvares 2 Ao laboratório: - Maioria: normais. - Alterado: glicemia jejum – 148mg/dL (normal: 70 a 100mg/dL). A imagem: - Ressonância Nuclear Magnética Crânio: tumor de hipófise (comprimindo o quiasma óptico). Definição: - Doença sistêmica crônica decorrente da secreção excessiva de hormônio do crescimento (GH) e da consequente superprodução do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF-1). Etimologia: - Do Grego, Acro (extremidade) e Megas (Grande). Epidemiologia: - Homens e mulheres: frequência igual. - Incidência anual: 3 a 4 casos por milhão. ⤷ Prevalência: 40 a 60 casos por milhão. - Diagnóstico: 4ª e 5ª décadas. - Mortalidade: 1,2 – 3,5 vezes a mortalidade da população geral. - Esporádicos: maioria dos casos. - Início da doença há 10 anos. Causas: - Adenomas secretores de GH. - Gênese excessiva de IGF-1 (principal mediador do GH). Prof. Spagnuolo – 24.09.2019 Izabelly Alvares 3 Endocrinologia do crescimento: Hormônios sexuais: testosterona e estrógeno. - Fecham a epífise óssea → Não há mais crescimento longitudinal. Acromegalia: adulto já fechou epífise óssea → tem hormônios sexuais → resta o crescimento de tecidos moles (espessamento). Gigantismo: criança ainda não fechou a epífise óssea → não tem hormônios sexuais → crescimento longitudinal é intenso. Manifestações clínicas: - Sinais e sintomas: ⤷ Espessamento de tecidos moles. ⤷ Aumento das mãos e dos pés. ⤷ Embrutecimento das feições. ⤷ Aumento da sudorese. ⤷ Intolerância ao calor. ⤷ Oleosa. - Mudanças fisionômicas: ⤷ Fácies acromegálica: Espessamento do couro cabeludo. Protrusão frontal. Cristas supraorbitárias. Protrusão da mandíbula (prognatismo). ⤷ Aumento dos dentes, orelhas, lábios e nariz. ⤷ Espaçamento dos dentes (Diastema). Prof. Spagnuolo – 24.09.2019 Izabelly Alvares 4 ⤷ Aumento das extremidades: Dedos em salsicha. Alianças não cabem mais nas mãos. - Diagnóstico: aperto de mão pesado e suado. Mortalidade associada à acromegalia: - Arteriosclerose cardiovascular e cerebrovascular. - Doenças respiratórias. - Câncer de cólon. - Diabetes Melito. GH é um hormônio “contrarregulador” → aumenta o nível de glicose no plasma. O nível do GH diminui quando aumenta o nível de glicose no plasma. Diagnóstico laboratorial: - Dosagem do GH: a secreção do GH é pulsátil. ⤷ Indivíduos normais: muitos tem valor de GH indetectáveis. As vezes ocorrem picos que excedem o “normal”. ⤷ Acromegálicos: podem apresentar valor dentro da variação normal. ⤷ Amostras de GH tem pouco valor no diagnóstico da acromegalia. - Dosagem do IGF-I: ⤷ Níveis séricos de IGF-I são GH-dependentes. ⤷ Não flutuam em 24h (não é pulsátil). ⤷ Reflete atividade do GH (exame de rastreamento). ⤷ Variam de acordo com: idade e sexo. - Teste de Supressão Oral à Glicose com dosagem de GH: dosagem de GH cada 30 minutos durante 2 horas, após administrar 75g de glicose – TESTE PADRÃO OURO. ⤷ Normal: GH diminui em qualquer tempo. ⤷ Acromegalia: GH não diminui em nenhum tempo. Prof. Spagnuolo – 24.09.2019 Izabelly Alvares 5 Localização do tumor: - RM e TC da sela túrcica. Tratamento: - Cirurgia: ⤷ Tratamento primário de escolha. ⤷ Taxa de cura: Microadenomas (<1cm): até 90%. Macroadenomas (>1cm) com expansão extra-selar: <50% - Drogas: ⤷ Segunda opção terapêutica. ⤷ Indicações: em pacientes não curados com cirurgia. ⤷ Inibidor do GH (Sandostatin LAR). - Radioterapia: ⤷ Terceira: opção de tratamento. ⤷ Indicação: ausência de controle bioquímico adequado ou de controle do tamanho tumoral com cirurgia e drogas. Figura 1- TC de sela túrcica mostrando Macroadenoma Hipofisário
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