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Apostila Epidemiologia_em_saúde

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina 
Epidemiologia em Saúde 
 
2 
 
 
 
 
Epidemiologia em Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: Mateus Medeiros Leite/ Hetty Nunes Cavalcante da Cunha Lobo 
E-mail do autor: mateusposead@gmail.com / hettylobo@yahoo.com.br 
Telefone do autor: (61) 998541966 / (61) 984151324 
Revisor Técnico: Marcio Rabelo Mota 
 
mailto:mateusposead@gmail.com
mailto:hettylobo@yahoo.com.br
 
3 
Mateus Medeiros Leite 
Graduação em Educação Física- Licenciatura pelo Centro Universitário de Brasília- 
UniCEUB (2017) e Graduação em Educação Física- Bacharelado pelo Centro 
Universitário de Brasília- UniCEUB (2017), pós-graduando em Fisiologia do Exercício 
Aplicada ao Treinamento e a Nutrição esportiva pelo Centro Universitário de Brasília- 
UniCEUB (2017- em andamento). Atualmente professor temporário na Secretaria de 
Educação do Distrito Federal na disciplina Educação Física na modalidade (Educação 
de Jovens e Adultos – EJA). 
Hetty Nunes Cavalcante da Cunha Lobo 
Mestrado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (2012), pós-
graduação em atividade física para cardiopatas pela Universidade Veiga de Almeida 
(2003) e graduação em Educação Física pela Faculdade Alvorada de Educação Física 
e Desportos (2003). Atualmente é professora do Centro Universitário de Brasília 
(UniCEUB) atuando principalmente nas seguintes áreas: Pedagogia da Educação 
Física para Pessoas com Necessidades Especiais (PNE), Estágio Supervisionado I e 
Pedagogia dos esportes aquáticos, Educação Física na Infância e ética. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Sumário 
Apresentação do Curso ................................................................................................ 5 
Legenda de ícones ....................................................................................................... 6 
Mapa conceitual ............................................................................................................ 
Unidade I 
Capítulo 1.............................................................................................................. 7 
Capítulo 2.............................................................................................................. 15 
Capítulo 3.............................................................................................................. 23 
 
Unidade II 
Capítulo 4.............................................................................................................. 31 
Capítulo 5.............................................................................................................. 39 
Capítulo 6.............................................................................................................. 47 
 
Unidade III 
Capítulo 7.............................................................................................................. 55 
Capítulo 8.............................................................................................................. 63 
Capítulo 9.............................................................................................................. 71 
 
Unidade IV 
Capítulo 10............................................................................................................ 79 
Capítulo 11............................................................................................................ 87 
Capítulo 12............................................................................................................ 95 
 
Referências .................................................................................................................. 103 
 
 
 
5 
 
Legenda de ícones 
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades 
semanais, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. 
Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, 
entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. 
Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os 
estudos com leituras e pesquisas complementares. 
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na Organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa. 
 
Provocação 
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto 
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o 
autor conteudista. 
 
Estudo de caso 
Questões do cotidiano, inseridas no decorrer do estudo a fim de que o 
aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o 
ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus 
conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o 
ponto de partida para a construção de suas conclusões. 
 
Leitura complementar 
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do 
estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais, quando for o caso. 
 
Fique atento! 
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado. 
 
Saiba mais 
Informações complementares para elucidar a construção das 
sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. 
 
6 
 
Observe a Lei 
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela 
é origem, a fonte primária sobre um determinado assunto. 
 
Exercitando o conhecimento 
Exercício com questões objetivas ou subjetivas, cujo intuito é fixar o 
conteúdo apresentado no tópico. Tem caráter formativo. 
 
 
 
Sintetizando o capítulo 
Resumo, em um parágrafo, das informações relevantes do conteúdo do 
capítulo. 
 
O que aprendi até aqui 
Lista as habilidades e competências que o aluno deve ter adquirido ao final 
da unidade. 
 
 
 
 
7 
Introdução à disciplina 
 Buscamos ressaltar a natureza da disciplina científica, apresentando 
conceitos para a sua operacionalização, destacando a estrutura lógica do 
raciocínio epidemiológico. Desta forma, acolhemos o princípio geral de que a 
boa prática de ações de saúde resulta em uma boa aplicação da ciência e sua 
influência no processo saúde/doença individual e coletivo. 
 O guia mestre do aluno são as aulas na plataforma. Nas aulas postadas 
na plataforma de ensino a distância, o aluno encontrará a explicação dos 
conceitos e o caminho formativo. Para cada conteúdo, o aluno terá acesso a 
explicações, auto estudos e exercícios propostos. Como apoio ao estudo, o 
aluno dispõe desta uma apostila com textos de estudo. 
 
Objetivos da disciplina 
 Compreender em todas as nuances os principais fundamentos 
básicos da epidemiologia em saúde e saúde coletiva. 
 Analisar a aplicação dos conceitos básicos da epidemiologia e 
sistemas de saúde. 
 Conhecer os fundamentos para utilização de conceitos e técnicas 
epidemiológicas na investigação científica, visando à vigilância e 
controle de agravos. 
 Adiquirir autonomia para pesquisar, sintetizar e compreender os 
principais determinantes sobre os serviços de saúde e epidemiologia 
no Brasil. 
 
 
 
 
8 
Mapa conceitual 
 
Unidade I – Fundamentos básicos da epidemiologia 
 
Introdução à Unidade 
Nesta unidade serão introduzidos os fundamentos básicos da epidemiologia e 
você irá aprender a conceituação dos estudos epidemiológicos bem como a 
base histórica por trás da construção da epidemiologia. Além disto você irá ver 
quais as principais debobertas de grande impostância para determinação do 
estado saúde-doença e a história natural das doenças, e como são 
estabelecidas as relações dos estudos epidemiologicos com a saúde pública. 
 
Objetivos da Unidade 
 Apresentar os conceitos e bases históricas da epidemiologia. 
 Listar as principais descobertas relacionadas as histórias naturais das 
doenças. 
 Conceiturar termos e relações da epidemiologia com saúde pública. 
 
 
910 
Capítulo 1 – Conceitos e bases históricas da 
epidemiologia 
A base da epidemiologia está centrada na pesquisa científica que diz 
respeito ao estudo de fenômenos que ocorrem em uma população, ou ainda, 
segundo o dicionário aurélio, são estudos de epidemias em seus sintomas, 
causas e etc, neste sentido relacionados a questões de saúde em escala 
populacional. Geralmente, definições sobre o termo Epidemiologia, costumam 
fazer referências à saúde e/ou doença e estudos que buscam respostas para 
causas e controle de epidemias com vistas a promoção da saúde mas que 
anteriormente traziam sua base nas doenças transmissíveis. Porém, autores 
como Pereira (1995), destaca que um dos princípios básicos do estudo 
epidemiológico, é a observação dos agravos à saúde associadas não a um 
acaso na população, mas sim que as distribuições destes agravos podem ser 
desiguais a partir de um acúmulo de fatores que os tornam distribuídos 
desigualmente na população. Assim a epidemiologia tem o sentido de busca 
por explicações para os fatores determinantes que são responsáveis pela 
distribuição das doenças permitindo que se apliquem medidas de controle e 
prevenção destes. 
Conceitos e definições 
O termo epidemiologia foi descrito por autores como Last (2001) com o 
sentido de estudos sobre os determinantes que têm relação com o processo 
saúde-doença, no que diz respeito ao controle e prevenção dos problemas 
relacionados à saúde em populações específicas. Mais além, sabe-se da 
origem grega do termo com o significado literal de “estudo sobre a população”. 
As definições do termo epidemiologia são muito amplas e com vários 
autores citando-as, porém são muito parecidas. É consenso que a 
epidemiologia enquanto estudos, tem como alvo a população humana, sendo a 
ciência que estudo o coletivo, geralmente envolvendo grandes populações. 
Devido diferenças territoriais, geográficas e regionais, diferenças em momentos 
do ano, sexo, idade, etnia e outros aspectos, geralmente são formados critérios 
 
11 
de inclusão e exclusão na metodologia das pesquisas epidemiológicas, sendo 
a aplicação prática definida de acordo com os grupos definidos. 
De acordo com Brasil (2005 p. 34) o conceito de epidemiologia segundo 
a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA, 1973) define-se na: 
“Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, 
analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, 
danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo 
medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação de 
doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao 
planejamento, administração e avaliação das ações de saúde” 
(Brasil, 2005, p. 34). 
Busato (2016) traz três elementos principais que estão diretamente 
associados aos conceitos e definições da epidemiologia: A Clínica, Medicina 
Social e a Estatística. A Clínica tem base na descrição, diagnóstico e 
tratamento das doenças, eventos e agravos que acometem determinadas 
populações. A Medicina Social tem relação ao conhecimento sobre os 
determinantes do processo saúde-doença expondo as diferenças sociais. A 
Estatística tem como papel, trazer a confiabilidade nas pesquisas, 
possibilitando a relação entre causa-efeito. 
Sendo assim, torna-se perceptível que a epidemiologia tem a 
preocupação com a saúde pública, e estes três elementos básicos irão permitir 
sua evolução. Podemos ainda destacar que a busca por causas e efeitos 
dentro da epidemiologia, torna estes como os objetivos principais para a 
resolução de problemas relacionados a saúde, não podendo esquecer dos 
elementos de influência direta sobre o processo-saúde doença que são os 
fatores ambientais e genéticos. Assim a epidemiologia é cada vez mais 
utilizada para buscar respostas concretas sobre a influência e a possibilidade 
de intervenção preventiva através da promoção da saúde. 
Resumidamente, podemos adotar o termo epidemiologia como “a ciência 
que estuda a sociedade quanto ao processo saúde-doença” e também 
podemos associar aos pesquisadores em epidemiologia a missão de promover 
estudos que se preocupam com medidas para prevenção, controle e 
erradicação de doenças e/ou fatores que as influenciam, com vistas a melhoria 
 
12 
da na saúde e promoção da saúde. Na Figura 1, adaptamos a ideia de Pereira 
(2000) formando um esquema com os 10 usos da epidemiologia. 
Figura 1. Dez usos da epidemiologia 
 
Fonte: Os autores, adaptado de Pereira, 2000. 
 
Formação Histórica da Epidemiologia 
A origem do estudo epidemiológico pode ser descrita há mais de 2000 
anos através de observações de Hipócrates acerca da influência de fatores 
ambientais sobre o aparecimento de doenças. Porém a partir do século XIX 
estudos em seres humanos especificamente em alguns grupos, passaram a 
monitorar em larga escala o surgimento e distribuição de doenças. Neste 
período surge a epidemiologia e descobertas incríveis sobre saúde e doenças 
(BEAGLEHOLE e BONITA ,2004). Outros casos de descobertas 
epidemiológicas de grande importância para humanidade podem ser 
demonstrados através dos estudos de John Snow (1848-49 e 1855-54), 
considerado o pai da epidemiologia, relacionando o consumo de água de uma 
determinada companhia de abastecimento no centro de Londres em 1954 com 
maior risco de contrair cólera. Além disto, JOHANSEN et al.; (2003) ressalta 
que Snow produziu uma série de projetos de pesquisa com exames físicos, 
químicos, biológicos, sociológicos e políticos. 
A prática de estudos epidemiológicos tornou-se comum no final do 
século XIX e início do século XX, com vistas a observação das taxas de 
desenvolvimento de doenças em certos grupos populacionais. Inicialmente as 
 
13 
doenças transmissíveis eram o alvo das investigações, posteriormente foram 
se estabelecendo conexões entre as condições ou agentes ambientais e 
agregando doenças mais específicas. No século XX, mais precisamente na 
segunda metade deste e em países industrializados, doenças não 
transmissíveis tiveram atenção, sobretudo doenças cardíacas e cânceres. 
Alguns fatos históricos são importantes para a formação e concretização 
dos estudos epidemiológicos, dentre eles, em 1950 Richard Doll e Andrew Hill 
associaram o hábito de fumar com a ocorrência de câncer de pulmão, estudo 
estes realizado com médicos britânicos. Este trabalho foi um dos “ponta-pés” 
iniciais para mais estudos acerca do poder carcinogênico do tabaco 
relacionados ao hábito de fumar e os possíveis fatores de desenvolvimento do 
câncer de pulmão. Estas hipóteses foram confirmadas e até os dias atuais 
fazem parte da saúde coletiva, mostrando os riscos e processos oriundos do 
fumo. Posteriormente (DOLL e BOREHAM,2004) demonstraram que indivíduos 
não fumantes vivem cerca de 10 anos a mais o que indivíduos fumantes, sendo 
assim um estudo epidemiologia clássico de associação de fatores 
desencadeadores de doenças e mortalidade associada. 
[Leitura Complementar] 
Você pode assimilar melhor ainda o conteúdo deste capítulo fazendo a leitura 
do Capítulo 1 do Livro “Epidemiologia e processo saúde doença” disponível na 
biblioteca virtual. BUSATO, IS. Epidemiologia e processo saúde-doença. 
Editora Intersaberes, 2016. 
[Fim, Leitura Complementar] 
[Exercitando o conhecimento] 
1- De acordo com a leitura complementar sugerida, existem três elementos 
fundamentais da epidemiologia. Escolha a opção correta que complete a 
frase: “A articulação entre a clínica, ______________ e a 
______________ resulta na evolução da epidemiologia, ressaltando a 
sua vocação de ________________ no diagnóstico e na ___________ 
de problemas de saúde”: 
a) ( ) Medicina Social; Estatística; Ciência aplicada; Solução. 
 
14 
b) ( ) Estatística; Distribuição; Medicina aplicada; Resolução. 
c) ( ) Prática; Estatística; Solução; Ciência aplicada. 
d) ( ) Medicina social; Estatística; Estudos epidemiológicos; Identificação.2- (BUSATO, 2016) A epidemiologia é o estudo da distribuição e dos 
determinantes de doenças, agravos ou eventos relacionados à saúde 
em populações específicas. Utiliza a observação e o registro de pessoas 
e de populações para realizar a análise da situação de saúde ou doença 
(agravo ou evento). Com base nisso, assinale a alternativa correta: 
a) ( ) As variáveis socioeconômicas, isoladas ou combinadas em 
indicadores, são usadas para determinar a posição socioeconômica de 
pessoas ou grupos populacionais. 
b) ( ) O gênero e o sexo são variáveis desinteressantes na epidemiologia. 
c) ( ) A distribuição das doenças no tempo nunca fornece informações para 
compreensão, previsão, busca etiológica, prevençãode doenças e 
avaliação do impacto de intervenções em saúde. 
d) ( ) A idade é um dos principais determinantes da migração. 
[Fim Exercitando o conhecimento] 
 
Exercício 1 - Aletrnativa correta: (A)- Segundo a leitura complementar sugerida, a autora indica 
que existem três elementos fundamentais que definem o conceito da epidemiologia. A Clínica 
tem base na descrição, diagnóstico e tratamento das doenças, eventos e agravos que 
acometem determinadas populações. A Medicina Social tem relação ao conhecimento sobre os 
determinantes do processo saúde-doença expondo as diferenças sociais. A Estatística tem 
como papel, trazer a confiabilidade nas pesquisas, possibilitando a relação entre causa-efeito. 
Exercício 2 – Alternativa correta: (A)- As variáveis socioeconômicas, isoladas ou combinadas 
em indicadores, são usadas para determinar a posição socioeconômica de pessoas ou grupos 
populacionais. 
 
[Sintetizando o capítulo] 
 
15 
Neste capítulo vimos a base do estudo epidemiológico, os conceitos aplicados 
ao termo e o processo histórico básico. Vimos que historicamente a 
preocupação com o processo saúde-doença possibilitou o desenvolvimento da 
epidemiologia. A transição demográfica, mudanças ambientais e descoberta de 
cura para diversas doenças, fazem parte do desafio e das conquistas obtidas 
através dos estudos ao longo da história, além disto, descobertas tecnológicas 
aplicadas as pesquisas, tornam cada vez mais importante e confiáveis os 
estudos que visam a saúde coletiva. 
[Fim Sintetizando o capítulo] 
 
Capítulo 2 – História natural das doenças 
A descobetas de doenças com um olhar científico, faz parte dos 
principíos básicos da epidemiologia. Você pode estar se perguntando: “mas 
como assim história natural das doenças?”. A história natural das doenças diz 
respeito ao período que compreende entre os primeiros sinais e a evidência da 
doença, também podemos descrever como os estágios. Na Tabela 1 estão 
demonstrados os itens que compõe a história natural das doenças de acordo 
com Bonita, Beaglehole e Kjellström (2006) em obra publicada pela 
Organização Mundial de Saúde. 
 
 
 
Tabela 1. História natural 
Estágios Definição 
1 Instalação do processo patológico 
2 
Estágio pré-sintomático desde o início de mudanças patológicas até o 
aparecimento 
 
16 
dos primeiros sinais e sintomas 
3 
Estágio em que a doença é clinicamente óbvia e pode sofrer remissão e 
recaídas, regredir espontaneamente ou progredir para a morte 
Fonte: Os autores, adaptado de Bonita, Beaglehole e Kjellström, 2006. 
[Provocação] 
Para entendermos o processo saúde-doença e a história natural das deonças, 
devemos chamar atenção para os conceitos de saúde e doença. Muitos 
descrevem saúde como ausência de doenças, ou ainda como um conjunto de 
bem estar físico e psicossocial. E doença em uma visão óbvia, como ausência 
dos fatores que configuram saúde... neste momento queremos que faça uma 
reflexão a respeito dos conceitos de saúde e doença que tens assimilido ao 
longo de sua vida, seja por conhecimento científico, popular, religioso, 
filosófico, etc. Após listar as explicações para os termos, continue a leitura 
deste capítulo. 
[Fim Provocação] 
[Leitura complementar] 
Para te auxiliar a relembrar conceitos relacionados a saúde, recomendamos a 
leitura do capítulo 2 do livro “Epidemiologia e processo saúde doença” 
disponível na biblioteca virtual. BUSATO, IS. Epidemiologia e processo saúde-
doença. Editora intersaberes, 2016. 
[Fim Leitura Complementar] 
 
 
 
Modelos explicativos 
 
17 
 Para uma melhor compreensão da história natural das doenças, é 
necessário admitir que a doença sempre fez parte da vida humana. Mais uma 
vez você deve estra se questionando..., “mas o tópico história não era no 
capítulo anterior? ” Sim!! Porém durante a história, são vistos modelos que 
buscam explicar o processo saúde-doença dentro da história natural das 
doenças. 
Modelo Mágico-religioso 
Este modelo explicativo considerava o processo de adoecer como um 
castigo ou resultado dos pecados/transgressões por partes individual ou 
coletivas. De procedência e predominância na antiguidade, este modelo 
utilizava a explicação de necessidade de rituais em oferta as divindades para 
que houvesse a cura, rituais estes realizados pelos “médicos” ou curandeiros, 
que eram os sacerdotes, feiticeiros, xamãs, pajés e benzedeiras. Em algumas 
regiões ou culturas, esta visão sobre saúde-doença ainda é utilizada 
(BARROS, 2002; SCLIAR, 2002). 
Modelo holístico 
 Neste modelo o processo saúde-doença era proveniente da ideia 
equilíbrio/desequilíbrio entre os elementos que compõe o organismo humano. 
Oriundo de medicina chinesa e hindu, relaciona a causa das doenças com o 
ambiente físico, astros, clima e etc. ou seja, acreditavam que as modificações 
ocorridas no corpo eram causadas por alterações no ambiente, neste sentido o 
homem era capaz de influenciar estas mudanças (GONDIM, 2009). 
Modelo empírico-racional 
 Este modelo baseava-se nas ideias de Hipócrates demonstrando a 
relação do ambiente com o processo saúde-doença. Em suas observações, 
comparava as funções do organismo com o meio natural, sobretudo os 
elementos e humores, terra, água, fogo e ar, trazia também a premissa de 
equilíbrio e desequilíbrio, onde o desequilíbrio dos quatro elementos e humores 
correspondiam com o aparecimento de doenças, como a exemplo a origem da 
palavra malária “maus ares”, relacionada a emanação do ar em locais 
insalubres (FONSECA, 2007). 
 
18 
Modelo biomédico 
Um modelo mais técnico/científico, com origens baseadas em estudos 
com auxílio do avanço tecnológico, descobrimento de microrganismos, 
desenvolvimento de antibióticos, divisão por partes do sistema, mais comum 
divisão entre corpo e mente. Destaca-se que este método é o utilizado na 
formação do profissional médico, ressaltando que as explicações dos 
fenômenos no processo saúde-doença, são baseados em causalidades, na 
biologia e com uma visão mecanicista na qual o fenômeno de adoecer tem 
explicações direcionadas a serem universais. Isto trouxe a necessidade da 
adaptação para um modelo que explicasse, ou melhor se adequassem a 
definição de saúde, contemplando o bem estra físico, psicossocial e mental 
(MARCO, 2006; ARAÚJO et al., 2014; LUZ, 1988). 
Modelo sistêmico 
Esta ideia do conceito de saúde como um conjunto, trouxe a 
necessidade da criação de um modelo que contemplasse um Sistema. Com 
isso, o modelo sistêmico faz referência ao nome. Os diversos elementos que 
agem em um sistema assim como os elementos presentes no ecossistema, 
contribuem de alguma forma no processo saúde-doença, visão diferente 
daquela que será apresentada pelo modelo biomédico, forma fragmentada e 
unidimensional (GONDIM, 2009). 
 
Processo saúde-doença: História Natural das Doenças 
 O processo saúde-doença apresentado por modelos explicativos 
buscava a definição para estudos que relacionavam os agentes etiológicos com 
os demais componentes do ecossistema, estes constituídos por um processo 
epidêmico que por uma série de eventos, ocasionariam em uma enfermidade. 
Além dos modelos já citados, autores como Rouquayrol e AlmeidaFilho 
(2003), Franco e Passos (2011) e Fonseca e Corbo (2007) citavam Leavell e 
Clark (1965) como os responsáveis pela base conceitual do movimento 
denominado medicina preventiva, os quais propunham a tríade ecológica, 
 
19 
modelo este que ressaltava a causalidade das doenças a partir da relação 
entre três fatores: agente, hospedeiro e meio-ambiente. Neste sentido as 
doenças surgiam, ou descobriam-se as doenças, fatores e causalidades a 
partir das interrrelações destes três fatores, e o processo de história natural das 
doenças está sujeito a dois estágios, Pré-Patogênese e Patogênese, que vão 
desde os estímulos patológico (pré-patogênese), resposta do organismo ao 
estímulo e desde alterações no organismo que desencadeariam como defeitos, 
invalidez, recuperação ou morte (patogênese). 
Figura 2. Divisão dos fatores no processo saúde-doença. 
 
Fonte: Os autores, adaptado de Fonseca e Corbo, 2007. 
 
Na figura 2 foram apresentadas as divisões propostas por nas obras de 
Leavell e Clark (1965), os três tipos dos fatores de causalidade no processo 
saúde-doença: 
 Relacionados aos agentes causadores – microrganismos ou fatos 
causadores (relacionados a nutrição, fatores físicos e químicos, 
condições biológicas, etc); 
 Relacionados ao hospedeiro – características do homem (estilo 
de vida, idade, sexo, raça, etc); 
 Relacionados ao meio ambiente – fatores externos (fatores 
socioeconômicos, clima, etc). 
 
 
20 
[Leitura Complementar] 
Você pode assimilar melhor ainda o conteúdo deste capítulo fazendo a leitura 
da Unidade 1 do Livro “Epidemiologia” disponível na biblioteca virtual. 
(TIETZMANN, D. Epidemiologia. Editora Pearson, 2014). 
[Fim, Leitura Complementar] 
 
[Exercitando o conhecimento] 
Acerca dos modelos explicativos no processo saúde-doença, é correto afirmar: 
a- ( ) O modelo de determionação social da doença é unicausal, pois 
considera apenas a classe social. 
b- ( ) A história natural das doenças considera fatores externos que atuam 
e contribuem para o adoecimento (agente, hospedeiro e meio ambiente). 
c- ( ) No modelo biomédico, o conceito de saúde ganha estruturação 
explicativa proporcionada pelo esquema de tríade ecológica (agente, 
hospedeiro e meio ambiente). 
d- ( ) A classe social é uma categoria representativa de uma condição a 
ser utilizada na exploração epidemiológica no modelo da história natural 
das doenças. 
[Fim Exercitando o conhecimento] 
Aletrnativa correta: (B) - No processo saúde-doença os modelos explicativos tinham como 
objetivo explicitar a evolução e o desfecho (início e fim/ história natural) das doenças nos 
indivíduos. Diferentes modelos traziam assim os conceitos de saúde e de doença, e tinham 
suas correntes de pensamento acerca deste processo. Então foi percepetível com o tempo que 
a história natural das doenças se dava pela interrelação entre agente, hospedeiro e meio 
ambiente. 
 
[Sintetizando o capítulo] 
Neste capítulo, fazendo ligação com o capítulo anterior, vimos que no processo 
saúde-doença, durante a história surgiram modelos que buscavam explicar a 
 
21 
história natural das doenças (Mágico-religioso, holístico, empírico- racional 
(hipocrático), sistêmico, biomédico e o modelo multicausal: tríade ecológica. 
Com isso podemos inferir que a epidemiologia preocupasse com a evolução e 
o desfecho (início e fim/ história natural) das doenças nos indivíduos em uma 
escala populacional. Estas descobertas serão de grande importância para 
descrever o estado de saúde de grupos populacionais sendo essencial para as 
autoridades em saúde com objetivos de para aplicação dos princípios e 
métodos epidemiológicos para prevenção, controle e tratamento, permitindo 
melhor utilização dos recursos. Estas questões estão relacionadas diretamente 
a saúde pública, conteúdo do próximo capítulo 
[Fim Sintetizando o capítulo] 
Capítulo 3 – Epidemiologia e saúde pública 
A saúde pública na maioria dos países é baseada em pesquisas 
epidemiológicas. Os governos, reinos, administrações dos países, senhores de 
escravos, donos de industrias, ao longo da história, preocupados com as 
doenças que poderiam se propagar, afetando assim economia e 
consequentemente a gestão, começaram a buscar estratégias para controle e 
prevenção das epidemias. Nos capítulos anteriores foi demonstrado o processo 
histórico do surgimento da epidemiologia e os modelos explicativos para o 
proesso saúde-doença. Neste sentido o processo saúde-doença era e ainda é 
um aspecto de grande estudo através de pesquisas epidemiológicas que 
servem de controle para os gestores, preocupados com a saúde pública e 
quais benefícios e consequências para a gestão em saúde. Um dos 
acontecimentos com grande impacto para a saúde pública foi ocasionado pela 
Revolução Industrial, a necessidade de cuidados com a saúde fazia relação 
com maior rendimento no trabalho e maior produção para riquezas. 
 
Sociologia da saúde 
Pensando a saúde como fator determinante para o desempenho de 
várias tarefas e papéis na sociedade, as preocupações com as doenças 
 
22 
começam a surgir. Historicamente, desde a antiguidade até os dias atuais há a 
monitorização do processo saúde-doença está presente de forma coletiva, com 
inúmeros acontecimentos marcantes que tornaram indispensáveis ações para 
com a saúde pública. 
[Fique Atento!] 
Zanchi e Zugno, (2012) destacam diversos acontecimentos históricos, divididos 
por Antiguidade, Século XX e Contemporâneos citando autores como 
Mazzáfero (1999). Iremos destacar alguns destes no Quadro 1, porém na 
leitura complementar deste capítulo você pode conferir os muitos outros fatos 
históricos na sociedade que foram importantes para a construção da ideia de 
saúde pública. A atenção para estes os acontecimentos de impacto para saúde 
pública trará um melhor entendimento de como se estabeleceram as primeiras 
pesquisas epidemiológicas. Lembre-se dos conteúdos abordados nos capítulos 
anteriores. 
 [Fim Fique Atento!] 
Quadro 1. Eventos e acontecimentos de impacto a saúde pública 
 Acontecimentos/ Medidas/ Eventos 
Antiguidade  Três mil anos a.C. os Cretenses já teriam aquedutos e 
serviços de eliminação de excretas na cidade; 
 Em 1490, são proibidas reuniões públicas e privadas 
durante epidemias em Genebra; 
 Em 1820 é efetuada a primeira vacinação nos EUA; 
 Em 1912 é discutida a profilaxia da febre amarela, cólera 
e pesta, na Convenção Internacional de Paris; 
 entre outros 
Século XX  Migrações com urbanização inyensa- Revolução 
Industrial; 
 1905 Robert Koch, estudou a tuberculose- Promeio 
Nobel; 
 Entre 1800 e 1815 desenvolvimento de hospitais 
especializados na Europa; 
 Avanços na medicina: Raio-X, Insulina, Ultrassom, 
 
23 
Transplantes e células-troco; 
 entre outros. 
Contemporâneas  Relatório Lalonde (Canadá); 
 Conferência de Alma – Ata (Casaquistão); 
 Carta de Ottawa (Canadá); 
 Relatório sobre desenvolvimento Mundial. 
Fonte: Os autores, adaptado de Zanchi e Zugno, 2012. 
 
Zanchi e Zugno, (2012), destacam ainda diversas instituições com 
funções fundamentais para elaboração de normas e políticas reguladoras da 
saúde em escala Mundial. Dentre elas podemos destacar a Organização das 
Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da saúde (OMS), instituindo a 
saúde como um dos direitos inalienáveis do homem. 
Sociologicamente, a saúde pública trata de ações coordenadas pelo 
Estado, ONGs e programas com objetivo de melhoras na saúde de maneira 
coletiva. Como visto no capítulo 1 desta unidade, a epidemiologia é uma 
estratégia para, ou uma ferramenta para melhoria da saúde pública. Almeida 
Filho e Rouquayrol (2006), destacam que acontecimentos o século XIX com a 
prevalência de doenças contagiosas, fez com que a medicina centralizasse 
suas ações na cura dos indivíduos, isso graças a avanços nos estudos 
fisiológicos, patológicos e de bactérias. Porém a medicinasocial passa a 
desenvolver suas ações para um lado técnico, originando a saúde pública. 
Neste período há uma potencialização de uma reforma sanitária, e surgimento 
de alguns movimentos para fortalecer a medicina social (TIETZMANN, 2014). 
Relembrando dos modelos explicativos, a tríade ecológica deixou o 
legado da influência do ambiente, mais especificamente o contexto social no 
processo saúde-doença, o que em 1981 foi introduzido na “Primeira 
Conferência Nacional de Saúde” realizada no Canadá, como sendo um forte 
determinante na saúde, com influências nas ações individuais e determinando 
o estilo de vida de acordo com a classe social. Neste momento uma visão do 
 
24 
status socioeconômico exercia influência para ampliação da promoção da 
saúde, centrada então nos fatores sociais e ambientais, com vistas a 
prevenção e enfrentamento destas circunstâncias (BRASIL, 2002). 
Na Figura 3 estão presentes três esquemas segundo Brasil (2002) 
relativos à participação e a responsabilidade social para formulação de políticas 
que favoreçam a saúde e melhor qualidade de vida. 
Figura 3. Abordagem intersetorial, a participação e a responsabilidade da sociedade. 
 
Fonte: Brasil, 2002. 
 O contexto da saúde pública, através de uma ideia de saúde coletiva, 
requer por parte das autoridades governamentais ações, ou políticas públicas 
de saúde, estas que vão desde a educação, sanitrismo, saneamento básico, 
instalação de hospitais, campanhas de prevenção, ações coletivas de saúde, 
etc. para isso, é necessário que haja a identificação e que se ultrapasse os 
obstáculos para adoção de políticas públicas eficazes nos setores da 
sociedade que estão diretamente ligados a saúde (BRASIL, 2002). 
 Com isso, é possível perceber que a saúde tem atenção especial pelo 
fato de sofrer influências de outros setores na sociedade assim como exercer 
 
25 
influência sobre estes setores, a saber, economia, educação, trabalho, 
segurança, entre outros (ZANCHI; ZUGNO, 2012). A ideia de coletividade, 
perpassa assim nos aspectos de saúde desde o indivíduo saudável, família, 
casas, escolas, comunidades saudáveis. Na tríade ecológica, este aspecto 
centra-se na promoção da saúde aos indivíduos por meio de um contexto 
saudável, evitando assim a propagação dos agentes causadores, criando 
hábitos e um estilo de vida saudável aos indivíduos. No contexto, resumimos o 
conceito de saúde pública centrada nos seus objetivos, de promoção da saúde 
mental, física e social, com vistas ao bem-estar humano na sua coletividade, 
objetos estes de estudo da epidemiologia. 
 
Programas e Ações 
 A sociologia da saúde, traz um aspecto de muita relevância para a 
saúde pública, que são os programas e ações desenvolvidos por entidades 
com medidas de promoção a saúde, seja por prevenção, controle e/ou 
tratamento. Neste sentido, no Brasil são adotadas algumas destas medidas 
pelo Ministério da Saúde. A abordagem multidisciplinar para o tratamento 
destas temáticas torna-se indispensável. Na Tabela 2 serão listados alguns 
destes programas do Governo. 
Tabela 2. Programas e ações Governamentais em Saúde. 
Programas/ Ações Definição 
Certificação de Entidades 
de Assistência Social 
(CEBAS) 
O CEBAS é o certificado concedido pelo Governo 
Federal para reconhecer entidades de assistência social 
que prestam serviços nas áreas de educação, 
assistência social ou saúde. 
Cooperação Tripartite 
Brasil- Cuba- Haiti 
Iniciativa busca apoiar a reconstrução e o fortalecimento 
do sistema de saúde e vigilância epidemiológica no 
Haiti, após o terremoto que devastou o país, em janeiro 
de 2010. 
Estratégia Saúde da 
Família (ESF) 
O projeto propõe a reorganização da atenção básica no 
País, de acordo com os preceitos do SUS, a partir da 
expansão, qualificação e consolidação do atendimento 
prestado. 
 
26 
Força Nacional do SUS 
A FN-SUS é um programa de cooperação atua na 
prevenção, assistência e repressão a situações 
epidemiológicas ou desastres ou de desassistência de 
estados ou municípios. 
HumanizaSUS 
A Política Nacional de Humanização (PNH) existe 
desde 2003 para efetivar os princípios do SUS nas 
práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde 
pública no Brasil. 
Melhor em Casa – Serviço 
de Atenção Domiciliar 
Serviço presta atenção à saúde na moradia do 
paciente, oferecendo prevenção e tratamento de 
doenças e reabilitação, a fim de garantir a continuidade 
do cuidado pelo SUS. 
PMAQ-AB 
O PMAQ-AB incentiva a melhoria dos serviços de 
saúde oferecidos aos cidadãos, a partir de estratégias 
de qualificação e avaliação do trabalho das equipes de 
saúde. 
Política Nacional de 
Práticas Integrativas e 
Complementares (PNPIC) 
A PNPIC inclui práticas integrativas e complementares 
para prevenção de agravos e recuperação da saúde de 
pacientes do SUS. 
Programa Academia da 
Saúde 
O programa Academia da Saúde é uma estratégia de 
promoção do cuidado com a saúde, a partir da 
implantação de espaços públicos com infraestrutura e 
profissionais qualificados. 
Programa de Qualificação 
das Ações de Vigilância 
em Saúde 
O PQA-VS define compromissos e responsabilidades 
para as três esferas de governo, para implementação 
de ações que garantam a melhoria da vigilância em 
saúde 
Programa Farmácia 
Popular do Brasil 
O Programa foi criado com o objetivo de oferecer o 
acesso da população aos medicamentos considerados 
essenciais, como parte da Política Nacional de 
Assistência Farmacêutica. 
Programa Mais Médicos 
O projeto propõe a melhoria do atendimento aos 
usuários do SUS, levando médicos para regiões onde 
há escassez ou ausência desses profissionais. 
Programa Nacional de 
Controle do Tabagismo 
O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de 
fumantes e a consequente morbimortalidade 
relacionada ao consumo de derivados do tabaco. 
Programa da Doação 
Voluntária de Sangue 
A doação de sangue é um gesto de solidariedade, um 
ato voluntário e altruísta. O desafio é atrair novos 
doadores e fidelizar os voluntários regulares. 
 
27 
Programa Nacional de 
Imunizações (PNI) 
O PNI distribui 300 milhões de doses anuais 
distribuídas em vacinas, soros e imunoglobulinas, fatos 
que contribuíram, por exemplo, com a erradicação de 
doenças no país. 
Programa Saúde na 
Escola 
O PSE contribui para a formação integral de 
estudantes, a partir de ações de promoção da saúde e 
prevenção de doenças de crianças, adolescentes e 
jovens da rede pública de ensino. 
SAMU 192 – Serviço de 
Atendimento Móvel de 
Urgência 
Serviço disponibiliza atendimento pré-hospitalar a 
vítimas em situação de urgência ou emergência, que 
possam levar a sofrimento, a sequelas ou mesmo à 
morte. 
UPA 24h – Unidade de 
Pronto Atendimento 
Serviço concentra atendimentos de saúde de 
complexidade intermediária, compondo uma rede 
organizada em conjunto com a Atenção Básica e a 
Atenção Hospitalar. 
Fonte: Os autores, adaptado de Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: 
<http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas> Acesso em 12 fev 2018. 
 
[Saiba Mais] 
 Para melhor compreensão deste assunto e para ficar por dentro das 
políticas públicas para saúde coletiva/pública no Brasil, você pode estar 
assistindo a entrevista coletiva no Ministério da Saúde “Ministério divulga 
ações prioritárias para a saúde pública” disponível gratuitamente e 
abertamente no YouTube através do link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=CxnXoQ6UnHU> Acesso em 31 jan. 
2018. 
 Confira também os principais programas e ações do Ministério da Saúde 
para políticas públicas em saúde, disponível em: 
<http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas> Acesso em 31 jan. 
2018. 
 [Fim Saiba Mais] 
[Leitura Complementar] 
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas
https://www.youtube.com/watch?v=CxnXoQ6UnHU
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas
 
28 
Faça a leitura do capítulo 1 do livro “Sociologia da saúde” Especificamente as 
páginas18 – 41 disponível na biblioteca virtual, para compreensão dos 
acontecimentos e fatos históricos na sociedade que foram importantes para a 
construção da ideia de saúde pública. (ZANCHI, M. T.; ZUGNO, P. L. 
Sociologia da saúde. 3. ed. rev., e ampl. – Caxias do Sul, RS: Educs, 2012). 
[Fim, Leitura Complementar] 
 
[Exercitando o conhecimento] 
São programas e ações do Governo através do Ministério da Saúde para 
políticas públicas no Brasil : 
a) ( ) PIS/PASEP; SUS; Prgrama Saúde na Escola. 
b) ( ) Plano Diretor de Tecnologias da Informação e Comunicações – 
PDTIC; Programa de Volta pra Casa. 
c) ( ) Estratégia Saúde da Família (ESF); Programa Academia da Saúde; 
Programa Nacional de Imunizações (PNI). 
d) ( ) SAMU; PROGER. 
[Fim Exercitando o conhecimento] 
Aletrnativa correta: (C) - Estratégia Saúde da Família (ESF); Programa Academia da Saúde; 
Programa Nacional de Imunizações (PNI). 
 
[Sintetizando o capítulo] 
Neste capítulo vimos a relação da epidemiologia com a saúde pública, desde 
alguns processos e acontecimentos históricos até a citação de alguns 
programas e ações de políticas públicas no tratamento com a saúde coletiva. 
Neste sentido podemos perceber também que a saúde coletiva no âmbito de 
saúde pública está pautada nas bases epidemiológicas com um aspecto 
científico que é utilizado na prática para propostas inovadoras e consolidação 
das ações de saúde. Ressaltamos ainda a importância da interdisciplinaridade 
 
29 
de maneira dinâmica para enfrentamento de crises no que tange ao processo 
saúde-doença nas esferas social, econômica, política, etc. 
[Fim Sintetizando o capítulo] 
[O que aprendi até aqui] 
Nesta unidade foram apresentados os conceitos de epidemiologia, de saúde, 
doença e saúde coletiva e como estes se inter-relacionam. Descobrimos 
também que a epidemiologia tem como alvo estudos sobre a distribuição das 
doenças entre a população e suas causalidades. Percebemos também a 
importância de fatos históricos para a construção do pensamento da promoção 
da saúde. Agora que você estudou e fez os exercícios de fixação da Unidade I 
dessa disciplina, verifique se você é capaz de: 
 Descrever os principais conceitos, definições e a base histórica da 
epidemiologia; 
 Debater sobre a formação epidemiológica relacionada a saúde pública e 
os programas e ações para saúde coletiva; 
 Desenvolver ideias acerca do processo saúde-doença a partir da história 
natural das doenças. 
 [Fim O que aprendi até aqui] 
 
Unidade II – Aplicação dos conceitos básicos da 
epidemiologia 
 
Introdução à Unidade 
Na unidade anterior você viu os conceitos básicos para o entendimento 
e início dos estudos em epidemiologia relacionada a saúde. Nesta unidade 
serão apresentadas as principais aplicações destes conceitos, como a 
utilização de dados demográficos e a transição destes ao longo dos anos 
 
30 
relacionados a saúde, os meios de acompanhamento e vigilância para saúde 
pública e associar estes com as causalidades no processo saúde-doença. 
Objetivos da Unidade 
 Apresentar a transição demográfica e agravo de doenças. 
 Listar os principais sistemas de informação e vigilância em saúde. 
 Identificar as principais causalidades das doenças vistas pelos estudos 
epidemiológicos. 
 
Capítulo 1 – Transição demográfica e agravo de 
doenças 
 Os dados demográficos são utilizados para quantificação dos grupos 
populacionais. No início desta apostila vimos que a epidemiologia tem como 
objetivo estudos de saúde em escala populacional, assim podemos fazer a 
associação da utilização de dados demográficos para aplicação na 
epidemiologia. Dentre estes, podemos destacar número de habitantes assim 
como taxa de crescimento populacional - nascimentos e óbitos, distribuição por 
sexo, idade, nível socioeconômico, escolaridade, condição de domicílio, 
saneamento, distribuição geográfica e padrões de migração, etc. Para a 
caracterização populacional, os indicadores demográficos e também 
socioeconômicos são de grande importância para monitoramento das 
condições gerais de vida, estas podem vincular-se aos fatores condicionantes 
de doenças ou agravos destas. Além disto os dados referentes ao clima e 
aspectos ecológicos podem também ser necessários para a compreensão dos 
fenômenos estudados, exercendo também mudanças nos padrões econômicos 
e receita (BRASIL, 2009). 
 
Transição demográfica e a sua relação com saúde 
 
31 
 A transição demográfica mostra íntima relação com as questões de 
saúde de uma determinada população. De acordo com Tietzmann (2014) esta 
transição pode ser identificada a partir do momento quando há a uma transição 
e mudanças nas taxas de mortalidade e natalidade na população, sobretudo 
quando estas apresentam valores reduzidos. Esta transição passa por 4 
estágios (conferir Quadro 2): 
Quadro 2. Estágios para transição demográfica 
Estágios Definição dos Estágios 
Pré- Industrial  Equilíbrio populacional; 
 Alta taxa de natalidade e mortalidade- 
crescimento lento. 
Intermediário ou Insustrialização  Diminuição na taxa de mortalidade – e 
– Manutenção da taxa de natalidade; 
 Explosão populacional. 
Consolidação da Sociedade 
Industrial 
 Diminuição da taxa de fecundidade – 
e – taxa de mortalidade constante; 
 Rápido envelheciemnto da população. 
Modernidade ou Pós- Transição  Nova fase de equilíbrio populacional – 
baixa taxa de natalidade e 
mortalidade; 
 Aumento da expectativa e vida – 
predominância população feminina. 
Fonte: Os autores, adaptado de Tietzmann, 2014, p. 39 e 40. 
 
Os dados demográficos podem servir de indicadores e dados básicos 
para a saúde, a exemplo disto, há os indicadores e Dados Básicos para a 
Saúde – (IDB) que fazem parte de uma base do Ministério da Saúde que utiliza 
estes dados juntamente com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística – IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e 
Ministério da Previdência Social. Os dados do Censo demográfico do IBGE são 
exemplos de dados utilizados pelo IDB. 
 
32 
 Neste sentido, dados demográficos relacionados como por exemplo a 
idade, ou a taxa de envelhecimento da população evidenciam mudanças 
demográficas que servem de possíveis explicações para fatores relacionados a 
saúde pública. O aumento na proporção de pessoas idosas, demonstram uma 
queda na taxa de mortalidade e aumento da expectativa de vida. Possíveis 
explicações para tal fato podem estar relacionadas a melhoras na condição de 
nutrição e saneamento, além de novas tecnologias aplicadas ao tratamento, 
controle e prevenção de doenças. 
Sobretudo, estas evidências constituem um acentuado fenômeno 
mundial, dentro destes dados demográficos e epidemiológicos, a população 
feminina se destaca com maior longevidade, com média de 7 anos a mais que 
a população masculina (BATISTA et al., 2008; VERAS, 2009). A organização 
mundial da Saúde (WHO, 2008) e autores como Kalache (2008) evidenciam 
que cerca de dois terços da população idosa vivem em países desenvolvidos, 
podendo haver um aumento da população idosa em até 75%. Esta expectativa 
reflete também que a população com 80 anos ou mais apresenta uma taxa de 
crescimento maior destes países. 
No Brasil este fenômeno também está presente como nos outros países, 
sendo observada uma transição demográfica com relação direta em uma 
transição epidemiológica - Batista et al., (2008). Segundo o Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE, 2011) através do Censo demográfico de 
2010, houve um aumento da população brasileira com idade acima dos 65 
anos com avanços de 5,9% em 2000 e 7,4% em 2010, observando assim uma 
transição no perfil demográfico Brasileiro, ultrapassando 20 milhões de 
pessoas na faixa etária cima de 65 anos. 
 
 
 
33 
Figura 4. - Estrutura etária da população brasileira referente ao censo realizado no ano 
de 2010. 
 
Fonte: IBGE, disponível em:https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/ 
 
Com estas modificações no perfil populacional e com projeções ainda 
maiores para o aumento da população idosa para mais de 26,2 milhões de 
indivíduos para 2020, torna-se necessário a promoção da saúde em meio aos 
problemas e dificuldades sanitárias e predominância de doenças crônicas não 
transmissíveis, violência e surtos de novas endemias (VERAS, 2009; 
CAVALCANTI et al., 2011). 
 
Transição epidemiológica 
Em escala mundial, essa transição demográfica juntamente com 
transformações socioeconômicas foram fatores de grande impacto para as 
mudanças nas taxas de morbimortalidade no mundo. É possível perceber uma 
complexidade no que diz respeito a transição epidemiológica. Ao mesmo 
momento que são relatadas melhorias no saneamento básico e tecnologias 
aplicadas as ciências da saúde e maior acesso populacional aos serviços de 
https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/
 
34 
saúde, são também visíveis os riscos físicos (poluição, nutrição, etc.) e 
socioambientais (desemprego, violência), todos estes ligados a transição 
demográfica, que requerem ampliação dos sistemas de saúde, serviços 
básicos de saúde e políticas públicas com um sistema de vigilância sem deixar 
de lado a qualidade na atenção à saúde da população (TIETZMANN, 2014). 
Podemos destacar aqui o conceito de duas palavras muito utilizadas no 
que diz respeito a transição epidemiológica: Incidência, Prevalência. A 
Incidência refere-se a expressão de novos casos de determinada doença por 
um período definido, que tenha o risco de desenvolver tal doença. A 
Prevalência diz respeito ao número de casos, ou a proporção de pessoas, 
eventos ou problemas em uma determinada população a partir de um tempo. 
Nesta transição epidemiológica, pode-se observar que a utilização de 
grandes bases de dados, o avanço das tecnologias e internet, cobertura e 
vigilância em saúde ampliados foram fatores determinantes para controle das 
doenças. Relacionados as doenças infecciosas, Waldman e Sato (2016) 
relatam a trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos, 
destacando a importância da produção de conhecimento científico para a 
garantia de intervenções mais eficientes para o uso da epidemiologia. 
Existem assim dois fatores principais relacionados a essa mudança 
epidemiológica como cita Medronho et al., (2002) citados por Tietzmann, (2014, 
p. 41): 
1. Modificações associadas à composição etáriada população 
que aconteceram no decorrer da transição demográfica; 
2. Mudanças de longa duração no perfil de morbimortalidade, 
com substituição das doenças infecciosas e parasitárias e 
carências nutricionais por doenças crônicas não 
transmissíveis relacionadas a causas externas. 
 
Na tabela 3 são demonstrados os três estágios que abrangem a 
transição epidemiológica segundo Tietzmann, (2014, p. 41,42). 
Tabela 3. Estágios abrangentes para transição epidemiológica. 
 
35 
Estágios Definições 
Era da pestilência e da fome 
 Durou até a Idade Média; 
 Taxa de mortalidade alta e flutuante; 
 Predomínio de desnutrição, problemas de 
saúde reprodutiva, doenças infecciosas e 
parasitárias; 
 Expectativa de vida média de 30 anos. 
Era do declínio das 
pandemias 
 Da Renascença à Revolução Industrial; 
 Diminuição das pandemias e epidemias; 
 Melhorias no padrão de vida, aumento da 
expectativa de vida, menor taxa de 
mortalidade; 
 Urbanização e crescimento populacional; 
 Pricipais problemas de saúde pública: 
predominância da fome e doenças 
infecciosas; 
 Condições precárias de trabalho, 
saneamento e habitação; 
 Mortes por doenças como: diarréia, varíola, 
cólera e tuberculose. 
Era das doenças 
degenerativas 
 Inicio na Revolução Industrial aos dias 
atuais; 
 Baixos níveis de mortalidade; 
 Diminuição da ocorrência de doenças 
infecciosas e parasitárias; 
 Aumento da ocorrência de doenças crônico-
degenerativas e causas externas; 
 Melhorias nas condições sociais; 
 Revolução científica e novas descobertas de 
agentes causadores, antibióticos e vacinas; 
 Aumento gradual na expectativa de vida. 
Fonte: Os autores, adaptado de Tietzmann, (2014, p. 41,42). 
 
 No contexto brasileiro, Tietzmann (2014) ainda destaca haver 5 fatores 
de influência para a transição demográfica, a partir de indicadores com 
consequências diretas na transição epidemiológica: Taxa de Fecundidade; 
Taxa de Natalidade; Taxa de Mortalidade geral e infantil; Taxa de Crescimento 
e Envelhecimento da população brasileira. 
 Sobretudo, o agravo de doenças relacionados a transição demográfica, 
está mais associado aos fatores de maiores influências sobre o padrão de vida 
 
36 
adotado após a Revolução Industrial e períodos de globalização. Dentre eles, 
podemos destacar as mudanças no padrão alimentar da população. Souza 
(2017) comenta acerca da diminuição da desnutrição com um aumento o 
excesso de peso, diminuição dos níveis de atividade física, chamando a 
atenção para a necessidade de políticas públicas com estratégias voltadas a 
saúde pública com vistas ao combate do excesso de peso e doenças crônicas 
não transmissíveis. 
Porém estas todas estas mudanças demográficas e epidemiológicas 
também afetam as doenças transmissíveis, destacadas pelo Sistema Nacional 
de Vigilância Epidemiológica (SNVE). O Ministério da saúde então através da 
Portaria Nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, define a lista nacional de 
notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos 
serviços de saúde públicos e privados em todo território nacional. 
[Fique Atento!] 
A verificação da Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, 
agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados 
em todo o território nacional, estabelecida pelo Ministério da Saúde, é de 
grande importância para compreensão de todas as doenças listadas para 
vigilância. Confira no Saiba Mais. 
[Fim Fique Atento!] 
[Leitura Complementar] 
 Faça a leitura dos textos “Trajetória das doenças infecciosas no Brasil 
nos últimos 50 anos: um contínuo desafio” (WALDMAN, Eliseu Alves; 
SATO, Ana Paula Sayuri. Trajetória das doenças infecciosas no Brasil 
nos últimos 50 anos: um contínuo desafio. Revista de Saúde Pública, 
v. 50, p. 68, 2016). Disponível em: < 
http://www.periodicos.usp.br/rsp/article/view/126091> Acesso em: 09 fev. 
2018. 
 “Transição nutricional no Brasil: análise dos principais fatores” (SOUZA, 
Elton Bicalho. Transição nutricional no Brasil: análise dos principais 
fatores. Cadernos UniFOA, v. 5, n. 13, p. 49-53, 2017). Disponível em: 
http://www.periodicos.usp.br/rsp/article/view/126091
 
37 
<http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/cadernos/article/view/1025> 
Acesso em: 09 fev. 2018. 
[Fim, Leitura Complementar] 
[Saiba Mais] 
 Para melhor compreensão deste assunto sobre a transição 
epidemiológica, você pode estar assistindo uma entrevista à 
coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, Maria 
Cristina Hoffmann no programa NBR ENTREVISTA - 22.10.14: Como o 
Brasil deve se preparar para o envelhecimento da população? O que 
deve ser feito para que as pessoas cheguem cada vez mais saudáveis 
aos 60 anos e se mantenham ativas após a aposentadoria? “Desafio do 
envelhecimento da população brasileira é tema do NBR Entrevista” 
disponível gratuitamente e abertamente no YouTube através do link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=M0IgGU0R0QE> Acesso em 08 fev. 
2018. 
 Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e 
eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em 
todo o território nacional. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_201
6.html> Acesso em 09 fev. 2018. 
[Fim Saiba Mais] 
[Exercitando o conhecimento] 
1- Cite e explique os estágios característicos da transição demográfica: 
____________________________________________________________[Fim Exercitando o conhecimento] 
Segundo Tietzmann (2014) existem quatro estágios característicos da transição demográfica 
que estão diretamente ligados ao estabelecimento de uma sociedade industrial, são eles: Pré-
Industrial (caracterizado por um equilíbrio populacional com alta taxa de mortalidade e 
natalidade); Intermediário ou Industrialização (caracterizado por uma explosão populacional 
http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/cadernos/article/view/1025
https://www.youtube.com/watch?v=M0IgGU0R0QE
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html
 
38 
com diminuição na taxa de mortalidade); Consolidação da Sociedade Industrial (caracterizado 
por um rápido envelhecimento da população com baixa taxa de mortalidade mas também de 
fecundidade) e Modernidade ou Pós- Transição (caracterizado por um novo equilíbrio 
populacional com aumentos na expectativa de vida). 
 
[Sintetizando o capítulo] 
Neste capítulo vimos que os dados demográficos exprimem uma relação com 
as questões de saúde. Vimos a transição demográfica é acompanhada de uma 
transição epidemiológica, e como isso pode exercer influência no processo 
saúde-doença. Vimos também que os agravos de doenças podem estar 
relacionados a estas mudanças nos perfis demográficos e consequentemente 
no padrão de vida da sociedade e que a partir destes é possível estabelecer 
conexões com as possíveis causalidades de doenças, papel este dos sistemas 
de informação e vigilância em saúde, que veremos no próximo capítulo. 
[Fim Sintetizando o capítulo] 
 
 
Capítulo 2 – Sistemas de informação e vigilância em 
saúde 
 
Dento da epidemiologia e da aplicação dos conceitos básicos, podemos 
destacar os sistemas de informação em saúde e vigilância em saúde. Segundo 
Moraes (2014, p.44) define que a informação em saúde consiste: 
Na descrição ou representação limitada de um evento, agravo, 
atributo ou dimensão da situação de saúse-doença-cuidadode 
indivíduos ou população no tempo e espaço definidos, que foi 
(foram) tratado(s) e organizado(s) por profissionais ou gestores 
ou instituições, a partir de determinados interesses e objetivos. 
 
39 
Neste sentido, Medronho (2009), afirma que o Sistema de Informação 
em Saúde tem papel de agregar os fluxos de informação e registros 
descrevendo as dimensões do fato relacionados a saúde-doença-cuidado de 
acordo com o grau de conhecimento e tecnologia disponíveis pelos 
responsáveis e compromisso dos profissionais ou instituições que definem em 
escala de tempo e lugar o procedimento de definição desde a coleta até a 
disponibilização e uso dessas informações. 
[Provocação] 
Com estas definições básicas, demos refletir sobre os meios de comunicação e 
as tecnologias atuais que auxiliam nos sistemas de informação para saúde 
pública e sobre quais são esses sistemas disponíveis no país, podemos 
realizar pesquisas através do site do Datasus: < http://datasus.saude.gov.br/ >. 
[Fim Provocação] 
 
Sistemas de informação 
 Como explorado, vemos que os sistemas de informação em saúde, são 
partes constituintes de atuam de forma integrada com mecanismos de coletas 
de dados, processamento, análise e transmissão desses para que o sistema de 
saúde possa através das informações obtidas programar e realizar ações. 
Assim, entregues os dados, os responsáveis pelo planejamento e 
financiamento, irão prover e avaliar os serviços de saúde, com suporte 
necessário para que desde o planejamento até a tomada de decisões e ações 
dos gestores em saúde, sejam baseadas em evidências. Dento deste contexto, 
inclui-se todos meios e métodos utilizados com o objetivo de fornecimento de 
informações de qualidade (MEDRONHO, 2009). 
A importância dos sistemas de informação está na sua definição de 
conjunto de dados organizados como um valor quantitativo que se atribui a 
determinado fato ou circunstância e a produção de conhecimento a partir 
destes dados obtidos. Poderíamos assim resumir como conhecimento 
(informação) a partir da organização de dados (sistema). Neste sentido Ferreira 
(1998) afirma que um sistema de informação em saúde deve ser organizado de 
http://datasus.saude.gov.br/
 
40 
modo a servir de instrumento de apoio à gestão, produzindo informações que 
possibilitem: 
 
1. Avaliar determinada situação de saúde e as tomadas de decisões a 
serem implementadas (Ações); 
2. Acompanhar e controlar a execução das ações propostas (Eficiência e 
Eficácia); 
3. Avaliar o impacto obtido sobre a situação inicial (Efetividade). 
 
Sobre esses isso temos de acordo com Pereira (1995) a definição dos 
aspectos relacionados a Eficiência (Utilização efetiva dos recursos 
disponíveis; evitar desperdícios - menor tempo e custos possíveis); Eficácia 
(Através de ações propostas: alcançar resultados possíveis em relação à 
cobertura e concentração) e sobre Efetividade (Obtenção de informações 
concretas na situação de saúde; objetivos propostos pela gestão). 
O Autor ressalta ainda que através destes aspectos é necessário que se 
verifique os tipos de indicadores e análises que tem a possibilidade de 
realização. Pinho e Garcia (2017) descrevem neste sentido as principais 
funções dos sistemas de informação em saúde: 
 Analisar a situação atual de saúde 
 Realizar planejamento com vistas ao estabelecimento de 
prioridades; 
 Fazer comparações de indicadores, metas e objetivos; 
 Documentar a qualidade da assistência prestada; 
 Avaliar mudanças ao longo do tempo; 
 Subsidiar tomada de decisões; 
 Demonstrar a confiabilidade e transparência dos serviços 
prestados, frente à sociedade. 
 
No Brasil, alguns sistemas de informação se mostram como fontes 
relevantes de dados para saúde, como: Sistemas Nacionais de Informação em 
Saúde (Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, Sistema de 
 
41 
Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde SIH/SUS, Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação – Sinan). Coeli et al., (2009) citado por 
Medronho (2009), demonstra a existência de alguns sistemas de informação 
em saúde no Brasil (verificar Quadro 3). 
Quadro 3. Sistemas Nacionais de Informação em Saúde. 
Sistema de Informação em Saúde 
(SIGLA) 
Ano de 
Início 
Documento Básico 
Sistema de informação sobre 
Mortalidade 
(SIM) 
1975 Declaração de óbito 
Sistema De Informação Sobre Nascidos 
Vivos (SINASC) 
1990 Declaração de nascidos 
vivos 
Sistema de Informação Hospitalar do 
SUS (SIH-SUS) 
1991 Autorização de internação 
hospitalar 
Sistema de Informações de Agravos de 
Notificação (SINAN) 
1993 Ficha individual de 
notificação/ Ficha 
individual de investigação 
Sistema de Informações do Programa 
Nacional de Imunização (SI-PNI) 
1994 Vários 
Sistema de informações Ambulatoriais do 
SUS (SIA-SUS) 
1994 Boletim de Produção 
Ambulatorial 
Autorização de Procedimentos de Alto 
Custo/Complexidade (SAI-APAC) 
1996 Vários 
Sistema de Informações sobre 
Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) 
1999 Vários 
Cadastro Nacional de Estabelecimentos 
de Saúde (CNES) 
2000 Vários 
Sistema de Informação da Saúde da 
Atenção Básica (SISAB) 
2015 Ficha do e-sus 
Fonte: Os autores, adaptado de COELI, et al., 2009. 
 
 Neste sentido, podemos perceber que a maioria das informações são 
registros de eventos relacionados à vida e a eventos do processo saúde-
 
42 
doença. Basicamente, as informações oferecidas pelos sistemas de informação 
em saúde serão de caráter de Nascimento, Óbito, as Fontes de Dados 
Populacionais como: Censo demográfico; Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílio; Dados Sobre Mortalidade; Doenças de Notificação Compulsória; 
Dados de Registros Hospitalares; Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional 
(TIETZMANN, 2014). 
[Leitura Complementar] 
 Você pode assimilar melhor ainda o conteúdo referente aos sistemas de 
informação em saúde fazendo a leitura daUnidade 2 (páginas 46 a 55) 
do Livro “Epidemiologia” disponível na biblioteca virtual. (TIETZMANN, 
D. Epidemiologia. Editora Pearson, 2014). 
 FERREIRA, S. M.G. Sistema de informação em saúde conceitos 
fundamentais e organização: oficina de capacitação para docentes do 
curso de atualização em gestão municipal na área de Saúde, 1998. 
Disponível em: 
<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2249.pdf> 
Acesso em 10 fev 2018. 
 Módulo II – “Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica” do Curso 
Básico em Vigilância Epidemiológica (CBVE). Secretaria de Vigilância 
em Saúde. Ministério da Saúde. 2005. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Curso_vigilancia_epidemio.
pdf> Acesso em: 13 fev. 2018. 
[Fim Leitura Complementar] 
Vigilância epidemiológica 
Juntamente aos sistemas de informação em saúde, podemos destacar 
os sistemas de vigilância epidemiológica. Assim, a vigilância em saúde 
contempla o processo de coleta, análise e interpretação de dados, através dos 
sistemas de informação, com vistas a auxiliar os serviços de saúde pública. De 
acordo com Bonita, Beaglehole e Kjellström (2006, p. 127), os mecanismos de 
vigilância incluem: 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2249.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Curso_vigilancia_epidemio.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Curso_vigilancia_epidemio.pdf
 
43 
“A notificação compulsória de algumas doenças, registros de 
doenças específicas (base populacional ou hospitalar), pesquisas 
populacionais repetidos ou contínuos e a agregação de dados que 
mostram padrões de consumo e atividade econômica”. 
Neste sentido, podemos identificar os usos e objetivos da vigilância 
epidemiológica, como guia para os profissionais de saúde acerca do 
planejamento e execução de ações para controle, prevenção de doenças e 
possíveis agravos, seguindo os princípios dos sistemas de informação em 
saúde, Eficiência, Eficácia e Efetividade, para disponibilizar informações 
atualizadas sobre as doenças e agravos, assim como os fatores 
condicionantes, com as funções de: Coletar dados; Processar os dados; 
Analisar e interpretar; Recomendar medidas; Promover ações; Avaliar as 
medidas adotadas; Divulgar informações (BRASIL, 2009). 
Através da Lei nº 8.080/90 a vigilância epidemiológica é definida como: 
“Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a 
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, 
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de 
prevenção e controle das doenças ou agravos” (Brasil, 2005, p. 
34). 
[Fique Atento!] 
Note que os sistemas de informação e a vigilância epidemiológica são sistemas 
(relembrar o conceito de sistema) que atuam com processo de coleta, análise e 
interpretação de dados para manutenção e atualização de informações 
referentes ao processo saúde-doença. Assim Bonita, Beaglehole e Kjellström 
(2006) destacam os usos da vigilância epidemiiológica (Figura 5). 
[Fim, Fique Atento!] 
Figura 5. Usos da vigilância epidemiológica. 
 
44 
 
Fonte: Bonita, Beaglehole e Kjellström, 2006, p. 128. 
 
 Os autores também destacam a inclusão de condições que a vigilância 
possa efetivamente como um dos princípios-chave da vigilância epidemiológica 
assim como refletir a carga da doença na comunidade. Estes princípios são 
seguidos de alguns critérios para seleção de uma doença, tais como descritos 
no esquema da Figura 6. 
Figura 6. Princípios da Vigilância Epidemiológica 
 
Fonte: Os autores, adaptado de Bonita, Beaglehole e Kjellström, 2006. 
 
 
45 
Através da identificação dos princípios de vigilância epidemiológica, 
podemos ressaltar a importância do monitoramento contínuo por meio de 
estudos que irão transmitir informações acerca dos principais indicadores de 
saúde enfatizando mais uma vez a relevância para um efetivo planejamento de 
ações em saúde. 
Essas medidas e ações após implementadas devem manter-se contínuas 
om objetivos de verificar sua efetividade e recebimento. Bonita, Beaglehole e 
Kjellström, (2006) trazem a ideia de que em epidemias de curta duração este 
processo pode parecer mais fácil que para epidemias com uma longa duração, 
desde o planejamento das ações até o controle com acompanhamento e 
avaliação a longo prazo. 
Como visto, a vigilância epidemiológica tem como ferramenta os sistemas 
de informação em saúde, e dentro deste podemos destacar o Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) tido como o principal sistema 
de vigilância epidemiológica. A importância deste sistema está no registro das 
doenças de notificação compulsória no pais demonstrando seu objetivo em 
criar um padrão para as coletas e processamento de dados acerca dos agravos 
de notificação no Brasil para o fornecimento das informações mais relevantes 
sobre morbidade e acrescentando dados assim para planejamento das ações 
(verificar Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e 
Eventos de Saúde Pública nos Serviços de Saúde Públicos e Privados em 
Todo o Território Nacional, no capítulo anterior). 
 Analisando esta lista, é possível perceber que as doenças que devem 
ser notificadas frequentemente, apresentam características como ser 
preveníveis por vacinação, ou notificações relacionadas a óbito materno, 
acidentes e doenças ocupacionais e ambientais. Assim mais uma vez podemos 
ressaltar como um dos principais objetivos da vigilância epidemiológica, a 
monitorização contínua dos aspectos relacionados com a ocorrência e agravo 
de doenças, os fatores de risco iminentes e comportamentais da doença, para 
que assim haja a determinação dos métodos (materiais, equipes, recursos 
financeiros, etc) e ações a serem tomadas por programas de saúde (BONITA, 
BEAGLEHOLE e KJELLSTRÖM, 2006). 
 
46 
 
Avaliação dos sistemas de vigilância epidemiológica 
 A manutenção dos princípios dos sistemas de informação e vigilância 
em saúde, está inserida nas avaliações regulares que são realizadas com 
vistas a possíveis melhoras. Como em um ciclo, após a implementação de 
ações e tomadas de decisões a partir dos dados obtidos pelos sistemas de 
informação e vigilância, as avaliações destes dão o respaldo para que justifique 
estas ações ou para que recursos, metodologias adotas sejam ou não 
mudadas. A capacidade de demonstrar com eficiência, eficácia e efetividade as 
informações bem como o estabelecimento dos indicadores e a importância 
deste para a saúde pública, se dá através da avaliação dos sistemas somados 
as avaliações das ações na vigilância epidemiológica. Indicadores que fazem 
referências a benefícios sociais e econômicos, podem ser frutos dos resultados 
obtidos através das avaliações realizadas (BRASIL, 2009). 
Na Figura 7, estão demonstrados os aspectos a serem avaliados 
segundo o Ministério da Saúde, através do Guia de vigilância epidemiológica 
(Brasil, 2009), para manutenção dos sistemas avaliações. 
 
 
 
Figura 7. Aspectos a serem avaliados 
 
47 
 
Fonte: Os autores, adaptado de Brasil, 2009, p. 26. 
 Além disto, são identificadas medidas quantitativas (Utilidade, 
Sensibilidade, Especificidade, Representatividade e Oportunidade) e 
qualitativas (Simplicidade, Flexibilidade e Aceitabilidade) de avaliação para um 
sistema de vigilância epidemiológica (BRASIL, 2009). 
 
[Exercitando o conhecimento] 
Complete as lacunas no texto que se segue e escolha a opção correta: A 
vigilância epidemiológica é um dos componentes da vigilância em saúde, e 
permite o conhecimento da __________ das pessoas e da população, que é 
importantepara o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer 
mudança nos fatores ________ de saúde individual ou coletiva, com a 
finalidade de recomendar e adotar medidas de _________ das doenças ou dos 
agravos. 
a) ( ) Situação de doenças, ambientais, internamento.b) ( ) Situação de saúde, determinantes e condicionantes, prevenção e 
controle. 
c) ( ) Situação ambiental, determinantes e condicionantes, prevenção e 
detecção. 
 
48 
d) ( ) Situação ambiental, determinantes e condicionantes, prevenção e 
controle. 
[Fim Exercitando o conhecimento] 
Aletrnativa correta: (B) Situação de saúde, determinantes e condicionantes, prevenção e 
controle. A definição do conceito de vigilância epidemiológica está baseada em seus objetivos 
e em seus usos, com meios de identificar (Situação de saúde); entender (determinantes e 
condicionantes); estabelecer medidas (prevenção e controle). Além disso destacamos a 
definição: “Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção 
de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou 
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças ou agravos”. 
 
 
[Sintetizando o capítulo] 
Neste capítulo aprendemos sobre os sistemas de vigilância em saúde e a sua 
importância. Vale ressaltar a necessidade de adaptação desses sistemas de 
informação e vigilância em saúde, de acordo com as inovações científicas e 
tecnológicas que podem auxiliar para melhorias quanto para um maior alcance 
e processamento de informações, refletindo princípios como da eficácia. Vimos 
também que a vigilância não envolve apenas a coleta de dados, também é 
importante que ocorra a análise, a disseminação e o uso dos dados para a 
prevenção e controle. Podemos ainda fazer conexões com os capítulos 
anteriores, criando um conjunto de ideias no estudo da Epidemiologia e Saúde. 
[Fim Sintetizando o capítulo] 
 
Capítulo 3 – Causalidades em epidemiologia 
 
Fazendo uma ligação com os capítulos da Unidade anterior, poderemos 
observar que este capítulo terá íntima relação com a História Natural das 
Doenças, acrescentando aqui conceitos mais específicos as causas das 
doenças. Neste sentido, podemos ver um exemplo da complexidade das 
causas ou do estudo das causalidades em epidemiologia. Para isto, é 
 
49 
importante ressaltarmos que cada doença apresenta sintomas que provocam 
mecanismos e respostas orgânicas distintas. A Secretaria de Vigilância em 
Saúde/ Ministério da Saúde, demonstra através das características gerais das 
doenças, uma série de fatores por trás destas. Podemos destacar os fatores 
que compõe a Tabela 4, utilizada como exemplo. 
 
 
 
[Provocação] 
Pesquise sobre as doenças mais estudadas e com maior influência na saúde 
pública atualmente e utilize o modelo da Tabela 4, preenchendo as lacunas 
conforme sua pesquisa. Aproveite para criar seu portfólio sobre as doenças. 
Este processo é importante para que melhor seja a compreensão da 
causalidade das doenças. 
[Fim Provocação] 
 
Tabela 4. Exemplo do estudo de causalidade em epidemiologia. 
Características gerais 
Nome da doença  Influenza ou Gripe 
Descrição 
 Infecção viral aguda do sistema respiratório; 
 Elevada transmissibilidade e distribuição 
global; 
 Pode-se contraí-la várias vezes ao longo da 
vida; 
 Diversidade antigênica de seu agente 
etiológico. 
Tipos  Sazonal; 
 Pandêmica. 
Sinonímia 
 Gripe, influenza humana sazonal, influenza 
humana pandêmica, influenza A(H1N1)2009 
pandêmica, influenza aviária. 
Agente etiológico 
 Causada pelos vírus Influenza, da família 
Ortomixiviridae. São vírus com RNA de 
hélice única, que se subdividem em três 
tipos antigenicamente distintos: A, B e C. 
Reservatório  Seres humanos; 
 Suínos; 
 
50 
 Equinos; 
 Focas; 
 Aves. 
Modo de transmissão 
 Influenza Sazonal: transmissão direta 
(pessoa a pessoa) – pequenas gotículas de 
aerossol expelidas pelo indivíduo infectado 
com o vírus influenza – ao falar, espirrar e 
tossir. 
 Influenza Pandêmica: fezes, sangue e 
secreções respiratórias das aves infectadas 
- inalação dessas secreções – limpeza e a 
manutenção nos aviários ou criadouros – 
abate ou manuseio de aves infectadas 
Período de incubação 
 Influenza sazonal – em geral de 1 a 4 dias. 
 Influenza pandêmica – em geral de 2 a 8 
dias. 
Período de transmissibilidade 
 Influenza sazonal – desde 2 dias antes do 
início dos sintomas, até 5 dias após o início 
dos sintomas. 
 Influenza pandêmica – para o adulto – de 1 
dia antes até o 7° dia após o início dos 
sintomas; e para menores de 12 anos – 1 
dia antes até o 14° dia após o início dos 
sintomas. 
Suscetibilidade e imunidade 
 Adultos sadios – recuperação geralmente 
rápida; 
 Extremos etários – possíveis complicações 
– morbimortalidade. 
 Imunidade – infecção natural ou vacinação 
anterior com vírus homólogo. 
Aspectos clínicos 
Manifestações clínicas 
 Influenza sazonal – febre alta, em geral 
acima de 38°C, seguida de mialgia, dor de 
garganta, prostração, cefaleia e tosse seca; 
 Influenza pandêmica – febre alta (>38°C), 
tosse, dor de garganta e sintomas do trato 
respiratório inferior – presença de diarreia, 
vômitos, dor abdominal, dor pleurítica e 
sangramento do nariz e gengiva. 
Diagnóstico diferencial 
 Dificuldade por apresentar características 
clínicas não específicas e muitas vezes 
similares àquelas causadas por outros vírus. 
Diagnóstico laboratorial 
 Espécime preferencial para o diagnóstico 
laboratorial é a secreção da nasofaringe 
(SNF). 
 
51 
Tratamento  Antivirais. 
Instrumentos disponíveis para controle 
Imunização 
 Influenza sazonal – A vacina é a melhor 
estratégia disponível para a prevenção da 
influenza e suas consequências – medida 
para auxiliar no controle de surtos – 
administrada por via subcutânea ou 
intramuscular. 
Fonte: Os autores, adaptado de Ministério da Saúde, 2009. 
 
[Estudo de Caso] 
Em 2009 após um surto de Influenza A (H1N1)2009 pandêmica, um homem 
jovem de 25 anos de idade com sintomas de doença respiratória aguda 
identificada por febre superior a 38°C, tosse e dispneia, dá entrada no pronto 
socorro do Hospital Regional da Asa Norte (HRAM) em Brasília-DF às 9 horas 
da manhã de sábado. O paciente ainda relata manifestações gastrointestinais. 
Após triagem, foi observado o aumento da frequência respiratória (>25 IRPM – 
incursões respiratórias por minuto) e após questionado sobre os valores 
habituais de sua pressão arterial, identificaram uma hipotensão. O médico 
atendente pediu então a realização de exames para acompanhamento do 
quadro clínico para observar possíveis alterações laboratoriais e radiológicas 
identificando assim: leucocitose, e infiltrado intersticial localizado. Mediante 
estes exames, o paciente foi enviado para internação. 
[Fim Estudo de Caso] 
Estudo dos fatores causais 
 No estudo dos fatores causais, destacamos aqui o conceito de três 
palavras que são muito utilizadas e exprimem grande relevância, de acordo 
com Tietzmann (2014), demonstrado na Figura 8. 
Figura 8. Alguns conceitos importantes para causalidades. 
 
52 
 
Fonte: Os autores, adaptado de Tietzmann, 2014, p. 36. 
 
O estudioso Brian MacMahon é citado por Tietzmann (2014) sobre seus 
estudos de 1960 acerca da causalidade contestando alguns modelos 
explicativos das doenças na durante a história. Destaca ainda que para que se 
determine uma causa para uma doença, é necessário que haja uma interação 
entre dois eventos e que estes sejam representados através de uma 
associação estatística. Assim que identificada esta associação cabendo em 
uma relação causal estatisticamente significativa, pode-se utilizar destas 
informações para prática clínica. 
Neste sentido, na iniciação a pesquisa epidemiológica, e de acordo com 
Aragão (2011), os estudos de causa e efeito, podem ser estudos 
Observacionais que sugerem hipóteses para que sejam medidas associações 
entre os fatores distintos, podendo ser estudos transversais, de coorte, caso-
controle e ecológicos (ver Capítulo 2 da Unidade III). 
Relembrando o que vimos no capítulo da unidade anterior,

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