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A ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL: UM CONCEITO FUNDAMENTAL PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA

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A ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL: UM CONCEITO FUNDAMENTAL PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
SÃO PAULO
2020
	Disciplina: Psicologia da educação 
	Tarefa: Atividade Ciclo III
	Nome: Cecilia Ungaretti Jesus
	RA: 8105584
	Turma: 
DGPED201SPOA30
A ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL: UM CONCEITO FUNDAMENTAL PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Descrição da cena observada: 
Um adulto e uma criança estão em uma área externa, deitados no chão olhando para o céu. Está de noite e os dois estão observando as estrelas, que estão visíveis naquela noite. O adulto é uma mulher, de 44 anos, mãe da criança que a acompanha, um menino de 9 anos. 
Eles estão conversando sobre o universo, fazendo hipóteses e contando histórias sobre se existem extraterrestres e onde se passaria a história de Star Wars. Procurando estrelas, a mãe encontra a constelação estelar conhecida como Órion e o filho, animado pela descoberta, pede para a mãe que ela lhe mostre onde está. 
A mãe lhe aponta em direção da constelação e começa lhe descrevendo as três marias, três estrelas brilhantes alinhadas. Ele logo encontra as três marias. A mãe lhe diz que as três marias são como se fossem o cinturão de Órion, separando as pernas e o torço com o arco. A partir da localização das três marias, a mãe se levanta e, como uma estátua, mimetiza a posição em que Órion está na constelação, com as pernas dobradas e os braços esticando um arco e flecha e com as três marias como um cinto nela. Em seguida ela volta a olhar pro céu e vai estrela a estrela orientando o filho a entender a imagem, e aos poucos, juntando “os pontos” em linhas imaginarias, de repente, o menino anuncia ter visto Órion! 
O filho conseguiu ver a constelação de Órion e eles começam a procurar outras imagens nas estrelas.
A Zona de Desenvolvimento Proximal:
A Zona de Desenvolvimento Proximal é um conceito criado por Lev Vygotsky que define o intervalo entre aquilo que uma pessoa já sabe e o que ela pode vir a saber com o auxilio de alguém mais experiente. Vygotsky defendia que o aprendizado se dava através da interação social e ao professor cabe o papel de orientar o aluno neste local de Zona de Desenvolvimento Proximal – ZDP. Entre os possíveis conhecimentos do aluno, Vygotsky destacava dois tipos: o real e o potencial. O conhecimento real se trata daquilo que o aluno, ou qualquer pessoa, já sabe e domina; o conhecimento potencial, por sua vez, é um conhecimento que o aluno pode vir a ter com a ajuda de alguém mais velho ou mais experiente para lhe orientar. Uma vez recebida a orientação e compreendida pelo aluno, aquele conhecimento deixa de ser um conhecimento potencial da pessoa e passa a ser um conhecimento real. 
A Zona de Desenvolvimento Proximal é o espaço entre estes dois tipos de conhecimento: o real e o potencial. 
Na cena descrita acima observamos a interação de dois personagens, uma mãe e um filho, na qual vamos analisar o processo de aprendizagem da criança. A mãe é uma pessoa mais velha e mais experiente que detêm um saber e irá orientar seu filho a um novo aprendizado. 
No início da cena vemos os dois personagens conversando sobre ideias e símbolos comuns ao cenário que estão: falam sobre conceitos como estrelas, universo, a ideia de um espaço no universo onde possa ter outros planetas com outros tipos de vida, a ideia de que posso ter algum tipo de ficção futurista funcionando nesse espaço. A ideia de estrelas, para a criança, é um conceito real. Ele já sabe que existe um universo, que o universo é composto por estrelas e planetas, que existe um espaço entre estes corpos celestes e que nós, como sociedade, não temos certezas sobre tudo que existe e como se comporta o universo. Tudo isso são conhecimentos reais para ele. A ideia de constelação também é um conhecimento real, que ele já escutou previamente. Quando a mãe diz que encontrou a constelação de Órion no céu, ele imediatamente pede para que ela lhe mostre, pedindo ajuda para identificar quais estrelas ele deve atentar para conseguir imaginar as linhas que formam o desenho. Tanto a ideia de estrela quanto a ideia de constelação são conhecimentos reais. Porém a constelação de Órion, para a criança, ainda é um conhecimento potencial, pois sem a ajuda da mãe, ele não consegue observá-la. 
A mãe por sua vez o orienta a conseguir ver a constelação, e após sua ajuda, o filho por fim vê Órion fazendo com que esse conhecimento potencial tenha se tornado um conhecimento real. 
A ação da mãe com o filho, de orientação no processo de observação das estrelas e a mimetização da estátua que se assemelhava a posição de Órion, foi feita na Zona de Desenvolvimento Proximal. Essa maneira que ela usou para orientar o filho não é a única maneira de ensinar o entendimento de Órion, foi a que ela encontrou naquele momento para o ensinar. O que devemos destacar aqui é que a ZDP se situa nesse lugar, entre o entendimento real das estrelas e constelações e o conhecimento potencial de “leitura” da constelação de Órion. 
	O estudo de Vygotsky e a teoria da ZDP ajuda no trabalho de aula pensando no processo educativo como um trabalho de cooperação entre o professor e o aluno, sendo este ativo em sua aprendizagem. Se o professor estiver atento e puder identificar aquilo que o aluno já sabe e aquilo que ele está próximo de entender, é mais fácil pensar em propostas práticas que o auxiliem a compreensão daquele novo conhecimento. Uma coisa que devemos ficar atentos é com a possibilidade de não levar em conta o limite da ZDP e colocar um objetivo final muito mais desafiador do que o conhecimento potencial daquele aluno. Esse tipo de situação pode acabar fazendo que o aluno se frustre e se desinteresse, quando na realidade a proposta educacional é que foi mal implementada. 
	Outro ponto que essa teoria nos permite trabalhar é a ideia de trabalho em pares ou em grupos na sala de aula. O trabalho em conjunto com alunos de diferentes níveis de ensino pode fazer que entre eles a ZDP ocorra com maior fluidez, auxiliando que o pulo de conhecimento real para potencial aconteça várias vezes e permita que antes um conhecimento que seria impossível, se torne real. 
REFERÊNCIAS:
CAMPOS, J. AP. P. P. et al. Psicologia da educação. Batatais: Claretiano, 2016.
VIOTTO FILHO, I. A. T.; PONCE, R. F.; ALMEIDA, S. H. V. As compreensões do humano para Skinner, Piaget, Vygotski e Wallon: pequena introdução às teorias e suas implicações na escola. Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC). São Paulo, 29, p. 27-55, 2009.
PAGGANOTTI, I. Vygotsky e o conhecimento de zona de desenvolvimento proximal. Nova Escola, 01/05/2001. Disponível online: https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-conceito-de-zona-de-desenvolvimento-proximal#:~:text=O%20educador%20tamb%C3%A9m%20n%C3%A3o%20pode,de%20quem%20quer%20que%20seja

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