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Sintese antropologia

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É notório que, atualmente, afirmam que uma pessoa “tem cultura” quando se tem formação escolar avançada, vem de uma família de alto nível socioeconômico, tem conhecimento das artes e da filosofia. Na área da saúde isso não é diferente, um “bom paciente” é aquele que “possui cultura”, cultura aceitável para entender e seguir todas as orientações e cuidados recomendados pelo médico/enfermeiro, enquanto o “sem cultura” é considerado um paciente mais “difícil”, pois consideram que ele age erroneamente por “ignorância” ou guiado por “superstições”.
Mas o que é cultura? Langdon (2010) afirma que: “Cultura pode ser definida como um conjunto de elementos que mediam e qualificam qualquer atividade física ou mental, que não seja determinada pela biologia, e que seja compartilhada por diferentes membros de um grupo social.” Todos esses aspectos incluem valores, símbolos, normas e práticas. A cultura acaba sendo uma forma de organização de cada sociedade/grupo de pessoas que seguem princípios originados da sua própria lógica ou repassados por antepassados desse mesmo grupo, pois eles compartilham, comunicam e reproduzem suas concepções e valores culturais. 
O olhar antropológico entra nesse segmento pois quando o antropólogo encontra culturas diferentes, busca olhá-lo sem julgamentos, já que esses são tomados com base no sistema cultural o qual está inserido, mas sim compreender os valores e conhecimentos que esse grupo possui, qual a sua visão de mundo, suas práticas e atitudes. Isso que consiste em relativismo cultural, a busca para interpretar o porquê daquelas práticas consideradas por eles lógicas, mas sem hierarquizá-los ou julgá-los e sim, reconhecendo-os como diferentes.
O sistema de atenção à saúde deve enquadrar todos os elementos presentes em uma sociedade associados à saúde, envolvendo os conhecimentos sobre as origens, causas e tratamentos das enfermidades, as técnicas terapêuticas, seus praticantes, os papéis, padrões e agentes em ação nesse “contexto”. Portanto, somos todos sujeitos da cultura que pode ser vivenciada de várias formas, inclusive no momento que se adoece e se procura por tratamento. Por isso, como profissionais e pesquisadores da área da saúde é claro que vamos nos deparar com culturas diferentes da nossa (ou na qual se foi treinado), as quais muitas vezes não são usadas para reavaliarmos o próprio conhecimento médico, pois no campo da saúde, o modelo ocidental é tido como verdade universal e absoluta, afastando-o de outras maneiras de conhecimento culturalizado. Por isso, é necessário aplicar o método etnográfico, o qual a Antropologia usa para entender as práticas de cura das pessoas e de suas culturas, assim como ter uma abordagem relativista.
REFERÊNCIAS: 
BECKER, Sandra et al. Dialogando sobre o processo saúde/doença com a Antropologia: entrevista com Esther Jean Langdon. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 2009. Editores, 1975. Pág. 1-19.
LANGDON, Esther Jean; WIIK, Flavio. Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura aplicado às ciências da saúde. Revista Latino-americana de Enfermagem, 2010.

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