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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE 
ADMINISTRAÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E 
ORÇAMENTO PÚBLICO
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte II
Livro Eletrônico
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Manuel Piñon
Lei de Responsabilidade Fiscal - Parte II
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) Parte II ..................................................................3
Apresentação .................................................................................................................3
1. Despesa Pública ..........................................................................................................3
1.1. Despesa com Pessoal – Limites ................................................................................3
1.2. Despesa com Seguridade Social ............................................................................. 18
2. Transparência, Controle e Fiscalização ..................................................................... 19
2.1. Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO .........................................23
2.2. Relatório de Gestão Fiscal – RGF ...........................................................................26
2.3. Escrituração, Consolidação e Prestação de Contas............................................... 28
3. Destinação de Recursos para Setor Privado ............................................................. 31
4. Transferências Voluntárias na LRF ...........................................................................32
5. Gestão Patrimonial ...................................................................................................36
6. Dívida Pública e Endividamento ................................................................................39
7. O Banco Central na LRF ............................................................................................57
Resumo ....................................................................................................................... 60
Mapas Mentais .............................................................................................................65
Questões Comentadas em Aula ....................................................................................67
Questões de Concurso ................................................................................................. 69
Gabarito ....................................................................................................................... 91
Gabarito Comentado .....................................................................................................92
Referências ................................................................................................................ 133
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Lei de Responsabilidade Fiscal - Parte II
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
LRF (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL) PARTE II
ApresentAção
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo hoje, nesta aula, é aprofundar os nossos conhecimentos acerca da LRF. 
A sua concentração deve ser total, já que teremos muitos detalhes para aprender. Além de 
estudar com atenção a teoria, a resolução de todas as questões e o acompanhamento dos 
comentários é fundamental para que você fixe e consolide os conhecimentos.
A título meramente ilustrativo, veja abaixo a evolução com gastos de pessoal dos Estados:
Desejo que tenha um bom aproveitamento nesta aula!
Prof. Manuel Piñon
1. DespesA públicA
1.1. DespesA com pessoAl – limites
A Carta Magna, em seu artigo 169, determina o estabelecimento de limites para as despe-
sas com pessoal ativo e inativo da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a 
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Lei de Responsabilidade Fiscal - Parte II
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
partir de lei complementar, e o seu § 2º determina que decorrido o prazo estabelecido na Lei 
Complementar, ou seja, na LRF, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas 
federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem 
os referidos limites.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
(...)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação 
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas fede-
rais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referi-
dos limites.
Já o § 1º do artigo 169 da nossa Carta Magna nos diz que os aumentos de despesas com 
pessoal, independentemente da forma ou do órgão, só poderão ser feitos se houver prévia do-
tação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acrés-
cimos dela decorrentes ou se houver autorização específica na LDO, ressalvadas as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista.
Por sua vez, o § 2º do artigo 169 da nossa Carta Magna afirma que decorrido o prazo es-
tabelecido na Lei Complementar (LRF), serão imediatamente suspensos todos os repasses 
de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não 
observarem os referidos limites.
No que diz respeito ao cumprimento desses dispositivos constitucionais, a  LRF ocupa 
papel extremamente importante, já que uma de suas finalidades é disciplinar a gestão dos 
recursos públicos, atribuindo maior responsabilidade aos administradores público para que 
possa ser alcançado o equilíbrio fiscal. E tal equilíbrio não pode ser alcançado sem forte dis-
ciplina acerca das despesas com pessoal, tendo em vista a sua grande relevância em todos 
os entes públicos.
No que concerne a aumento de despesa com pessoal, guarde que é nulo de pleno direito 
o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao 
final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
A ideia é coibir aquela prática comum que existia antigamente, quando o governante, es-
pecialmente se não reeleito ou que não tivesse elegido sucessor, concedia aumentos sala-
riais aos funcionários públicos no “apagar das luzes” de sua gestão, com a finalidade clara 
de prejudicar o seu sucessor e de fazer “graça com o chapéu alheio”. Registre-se que norma 
também alcança os Presidentes das casas legislativas.
Guarde também que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a concessão 
de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais 
e suas instituições financeiras, para pagamentode despesas com pessoal ativo, inativo e 
pensionista, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A ideia aqui também é evitar 
o aumento do endividamento para gastar com despesas correntes, o que agride frontalmente 
a regra de ouro.
A LRF estabelece os limites máximos para a despesa total com pessoal de cada Poder e 
órgão, sendo que a verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as despesas 
com pessoal será realizada ao final de cada quadrimestre.
Ao estabelecer limites para os gastos com pessoal, o objetivo da LRF é permitir ao gestor 
público que atenda as demandas da população como, por exemplo, saúde e educação, e não 
comprometa quase toda sua receita com pagamento de despesas com pessoal.
Nós sabemos que os gastos com a folha de pagamento de pessoal e inativos e pensionis-
tas representam o “carro chefe” das despesas de todo o setor público brasileiro. Assim, uma 
das regras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição de limites para 
os gastos com pessoal.
A definição desse limite é um verdadeiro princípio e busca simplesmente permitir que o 
gestor público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcionar bem-estar à popu-
lação, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma de tributos.
A Lei Complementar pedida pela Constituição Federal (LRF) estabeleceu, em seu artigo 
18, o que se entende por despesa total com pessoal, compreendendo: o somatório dos gas-
tos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos 
eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer 
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, 
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proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas 
extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribui-
ções recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Questão 1 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Com base na Lei Complementar n. 101/2000 
— Lei de Responsabilidade Fiscal —, julgue o seguinte item.
Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações públicas federais estão incluídos no 
limite de despesas de pessoal aplicável à União.
Certo.
O artigo 18 da LRF é bastante claro ao definir que: entende-se como despesa total com pes-
soal, o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionis-
tas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros 
de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas 
e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, 
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos 
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Note que a LRF fala em “quaisquer espécies remuneratórias”, tais como: Vencimentos 
e vantagens, fixas e variáveis, Subsídios, Proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais; Gratificações, Horas extras, Vantagens pessoais de qualquer natureza, 
Encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Importante destacar que outras despesas consideradas como indenizatórias não são 
consideradas espécies remuneratórias, não entrando, dessa forma, no cálculo do percentual 
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de despesas com pessoal, tais como auxílio-alimentação, assistência pré-escolar e auxílio-
-transporte.
Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de 
servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.
Veja, por exemplo, a situação em que um hospital público contrate um médico temporário 
para uma vaga de médico efetivo. Neste caso, temos uma despesa com pessoal para efeitos 
da LRF, já que se refere à substituição de uma atribuição de um servidor efetivo.
Em contraste, a contratação de pessoal para a limpeza desse mesmo hospital não é con-
siderada despesa com pessoal, já que não se trata, normalmente, de substituição de servidor 
ou empregado público efetivo, por não ser inerente a uma categoria funcional abrangida pelo 
quadro de pessoal do hospital.
Questão 2 (CESPE/PREFEITURA FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivida-
mento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.
Os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do limite 
de despesas com pessoal e são contabilizados como pagamentos aos ocupantes de cargos, 
funções ou empregos públicos.
Errado.
Para resolver essa questão vamos ler o § 1º do artigo 18 da LRF:
Art. 18. [...]
§ 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de 
servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.
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Repare que só os gastos com terceirização de pessoal, que seja utilizado para substituição 
de servidores e empregados públicos, serão registrados como outras despesas de pessoal, 
o que torna a assertiva errada de acordo com a LRF.
De modo idêntico aos demais aumentos de despesa, a criação, majoração ou extensão de 
qualquer benefício que integre a seguridade social requer, além da indicação de sua fonte 
de custeio total, o cumprimento do art. 17, que versa sobre a despesa obrigatória de caráter 
continuado.
Apenas para relembrar, aquele dispositivo obriga à demonstração da origem dos recursos 
que custearão qualquer aumento na despesa, assim como a comprovação de que não serão 
afetadas as metas de resultados fiscais previstas na LDO, a partir de mecanismos de com-
pensação.
Importante saber que a despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada 
no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de 
competência.
Aqui vale diferenciar o regime de competência, em que receitas e despesas são conta-
bilizadas no momento em que são comprometidas (fato gerador da despesa), independen-
temente do momento que as receitas entram ou as despesas saem do caixa, do regime de 
caixa, aquele em que tal contabilização ocorre apenas quando da respectiva entrada ou saída 
de caixa.
Guarde, portanto, que para fins do cômputo da despesa de pessoal no âmbito da LRF, por 
exemplo, o décimo terceiro salário deve ser contabilizado mensalmente à razão de 1/12 ao 
longo do ano, mesmo que o pagamento seja feiro, por exemplo, apenasem dezembro.
Em outras palavras, de acordo com a LRF, entende-se como despesas de pessoal:
1) somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos;
2) despesas com inativos e pensionistas;
3) mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Po-
der, com quaisquer espécies remuneratórias;
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4) vencimentos e vantagens, fixas e variáveis;
5) subsídios, proventos de aposentadoria;
6) reformas e pensões;
7) adicionais de qualquer natureza;
8) gratificações, horas extras e vantagens pessoais;
9) encargos sociais; e
10) contribuições recolhidas pelo Ente às entidades de previdência.
A LRF determina dois limites distintos para os gastos com pessoal no setor público utilizando 
como base a Receita Corrente Líquida – RCL:
• 50% da RCL para a União; e
• 60% da RCL para Estados, DF e Municípios.
A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as despesas com pessoal 
deve ser feita final de cada quadrimestre, sendo que o RGF (Relatório de Gestão Fiscal), tam-
bém quadrimestral, deve contemplar um comparativo com os limites de que trata a LRF do 
montante da despesa total com pessoal, separando os valores relativos a inativos e pensio-
nistas.
De acordo com a LRF, tais limites serão agora repartidos entre todos os Poderes públicos, 
com percentuais específicos para cada Poder, calculados pelo regime de competência.
Na esfera estadual o limite de 60% será repartido da seguinte forma:
• 2% para o Ministério Público;
• 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado;
• 6% para o Judiciário; e
• 49% para o Executivo.
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Na esfera municipal o limite de 60% será assim repartido:
• 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Município, quando houver; e
• 54% para o Executivo.
Na esfera Federal o limite será de 50% da RCL, assim dividido:
• 40,9% para o Executivo;
• 6% para o Judiciário;
• 2,5% para o Legislativo; e
• 0,6% para o Ministério Público.
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Em suma, veja os limites:
Para cada ente, nos Poderes Legislativo e Judiciário, os limites serão repartidos, entre os 
seus diversos órgãos, na proporção das despesas que vinham sendo realizadas em exercícios 
anteriores, ou seja, para o primeiro ano de vigência da LRF será calculado proporcionalmente 
à média das despesas com pessoal, em percentual da RCL, verificadas nos três exercícios 
financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF (1997 a 1999).
JURISPRUDÊNCIA
Existe jurisprudência do STF no sentido de que a conduta de outros órgãos sobre os 
quais o Poder Executivo não pode exercer ingerência não lhe pode trazer tais consequ-
ências danosas, ou seja, o descumprimento de limites de gastos previstos na legislação 
orçamentária realizado pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público Esta-
duais, órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-administrativa, não pode 
ensejar a inscrição do Poder Executivo do estado-membro nos sistemas restritivos ao 
crédito utilizados pela União.
Questão 3 (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Com relação à responsabilidade fiscal e a clas-
sificações orçamentárias da receita e da despesa pública, julgue o item subsequente.
Em função da autonomia dos poderes, o Poder Executivo não poderá fixar limites de gastos 
com pessoal do Poder Judiciário.
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Certo.
Guarde que a definição acerca dos limites de gastos com pessoal no poder judiciário coube à 
LRF e não ao Poder Executivo.
Podemos concluir, portanto, que fere a autonomia financeira, administrativa e patrimonial do 
poder judiciário uma eventual intervenção do Poder Executivo nessa seara. O STF inclusive já 
se manifestou nesse sentido:
Não pode lei ordinária, de iniciativa exclusiva do Poder Executivo, fixar limites de exe-
cução orçamentária (do Poder Judiciário) sem nenhuma participação do Poder Judici-
ário. Há, nesse caso, interferência indevida sobre a gestão orçamentária desses órgãos 
autônomos. Causa, inclusive, perplexidade o fato de uma lei que dispõe especificamente 
sobre execução de despesas para determinado exercício financeiro ser anterior à própria 
Lei Orçamentária Anual. Na verdade, a  lei impugnada impõe restrições que poderiam, 
perfeitamente, ser veiculadas nas leis orçamentárias, em especial na LDO. Dessa forma, 
em razão da autonomia do Poder Judiciário na execução das despesas de seu respectivo 
orçamento, somente os próprios entes podem contingenciar as dotações orçamentárias 
que receberam, sendo ilegítima a imposição de medidas nesse sentido pelo Executivo.
Além de estabelecer os limites totais para as despesas com pessoal, a LRF também esta-
belece os chamados limites prudenciais e de alerta, que, se ultrapassados, trazem consequ-
ências restritivas para o ente. Vamos conhecer essas restrições geradas para a situações em 
que um ente ultrapasse os limites prudenciais e totais.
Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite, o chamado limite prudencial, são 
vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso:
1) Conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer tí-
tulo, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, 
ressalvada a revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
2) Criar cargo, emprego ou função.
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3) Alterar a estrutura de carreira que implique aumento de despesa.
4) Prover cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalva-
da a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimentode servidores das áreas de 
educação, saúde e segurança.
5) Contratar hora extra, salvo no caso das situações previstas na lei de diretrizes orça-
mentárias e no caso de convocação extraordinária do Congresso Nacional, exceção 
essa que acabou sendo vedada pela EC 50/2006.
De modo mais grave, caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão, ultrapasse o 
limite total (ultrapassar os 100% = limite ultrapassado), sem prejuízo das medidas previstas 
no limite prudencial anteriormente mencionadas, o percentual excedente terá de ser elimina-
do nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro quadrimestre, 
devendo ser tomadas as seguintes medidas:
1) Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de 
confiança.
2) Exoneração dos servidores não estáveis.
3) Exoneração de servidor estável, desde que ato normativo motivado de cada um dos 
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da 
redução de pessoal (Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na 
efetivação desse dispositivo), sendo que aquele servidor que perder o cargo fará jus a 
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
Guarde ainda que o cargo objeto da mencionada redução será considerado extinto e fica 
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo 
prazo de quatro anos.
E tome mais restrição: caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão que ultrapas-
sou o limite, enquanto não alcançada a redução, no prazo estabelecido, e enquanto perdurar 
o excesso, o ente não poderá:
1) Receber transferências voluntárias, ressalvadas as destinadas à saúde, à educação e 
à assistência social.
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2) Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente.
3) Contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívi-
da mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
Mas temos exceções aos prazos previstos para redução das despesas com pessoal, pre-
vistas no artigo 23 da LRF, que são:
1) Aplicação imediata das restrições quando a despesa total com pessoal exceder o limi-
te no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão.
2) Suspensão dos prazos quando da ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo 
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese 
dos estados e municípios; e em caso de estado de defesa ou de sítio decretado na for-
ma da constituição, enquanto perdurar a situação, serão suspensas a contagem dos 
prazos e as disposições estabelecidas.
3) Duplicação dos prazos quando tivermos crescimento real baixo ou negativo do Pro-
duto Interno Bruto – PIB nacional, regional ou estadual por período igual ou superior a 
quatro trimestres, os prazos do artigo serão duplicados, sendo que baixo crescimento 
é entendi como a taxa de variação real acumulada do PIB inferior a 1%, no período 
correspondente aos quatro últimos trimestres, quando continuarão a ser adotadas as 
medidas previstas no limite prudencial.
4) Não se aplicam as restrições no caso de um município que tenha sofrido queda de 
receita real superior a 10%, em comparação ao correspondente quadrimestre do exer-
cício financeiro anterior, devido a:
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos municípios 
decorrente de concessão de isenções tributárias pela União; e
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais.
Importante destacar que essa não aplicação das restrições só vale se a despesa total com 
pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o limite percentual previsto no art. 19 desta 
Lei Complementar, ou seja, 60% da RCL, considerada, para este cálculo, a receita corrente lí-
quida do quadrimestre correspondente do ano anterior atualizada monetariamente.
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Importante destacar que a LDO de cada Ente Federado pode definir limites inferiores aos es-
tabelecidos na LRF. A própria LRF estabeleceu como limite de alerta 90% do limite que não 
poder ser ultrapassado.
Guarde ainda que Compete aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da 
despesa total com pessoal de cada Poder e órgão e alertá-los quando constatarem que o 
montante da despesa total com pessoal ultrapassar 90% do limite (limite de alerta). Veja 
como são calculados os limites de alerta, prudencial e total para as despesas de pessoal:
Veja agora o detalhamento desses limites:
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Questão 4 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar 
n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.
Situação hipotética: No final do primeiro quadrimestre de 2017, as despesas com pessoal do 
Poder Executivo do município AB estavam no patamar de 52% de sua receita corrente líquida.
Assertiva: Nessa situação, o município deverá reduzir o excedente dessas despesas nos dois 
quadrimestres seguintes, sendo a redução de, no mínimo, um terço no primeiro deles.
Errado.
A base legal que devemos usar para responder essa questão é o artigo 23 da LRF, que de-
termina que, caso a despesa total com pessoal do Poder ou órgão ultrapasse os limites de-
finidos por ela mesma, o percentual excedente deverá ser eliminado nos dois quadrimestres 
seguintes, sendo em pelo menos um terço no primeiro.
Importante destacar que, no caso em tela, as despesas com pessoal do Poder Executivo do 
Município representavam 52% da RCL, inferior, portanto, ao limite total de 54% da RCL.
Destaque-se ainda que Poder Executivo do Município em tela ultrapassou apenas o limite 
prudencial (95% do limite de 54%, o que dá 51,3%), que já impõem diversas restrições, mas 
ainda não a de redução nos dois quadrimestres seguintes, donde concluímos que não existe 
ainda percentual excedente para ser eliminado.
Veja como são calculados os limites de alerta, prudencial e total para as despesas de pes-
soal em um município qualquer e sua base legal:
Nos Estados onde houver Tribunal de Contas dos Municípios, o limite para os gastos com 
pessoal do Legislativo será igual a 3,4% da RCL, enquanto o Poder Executivo tem reduzido 
nesse mesmo percentual seu limite (0,4%), que passará então para 48,6% da RCL.
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Atente ao fato de que Tribunal de Contas dos Municípios não é a mesma coisa de Tribunal 
de Contas do Município. No Brasil, temos apenas dois Tribunais de Contas do Município (São 
Paulo e Rio de Janeiro) criados antes da CF/1988, que vedou a criação de novos. Entenda 
que esses Tribunais têm competência para processar e julgar apenas as contas do município 
onde foi criado e não dos outros municípios do Estado. Por outro lado, não existe vedação ao 
Estado instituir Tribunais de Contas dos Municípios, para apreciar e julgar exclusivamente as 
contas dos municípios integrantes de seu território, como temos nos Estados da Bahia, Pará 
e Goiás, enquanto para os municípios dos Estados que não possuem Tribunais de Contas dos 
Municípios estão sob a jurisdição dos Tribunais de Contas Estaduais.
Finalmente, resta relacionar aquelas despesas que não serão computadas para o atendi-
mento dos limites definidos nesta seção:
1) as despesas com indenização por demissão de servidores ou empregados;
2) as despesas relativas ao incentivo à demissão voluntária, o chamado PDV. Não faria 
sentido decisão diferente, já que, por ocasião do afastamento, o servidor recebe va-
lores superiores àqueles que receberia se continuasse na ativa. Em outras palavras, 
o PDV, em geral utilizado pontualmente e dirigido ao conjunto dos servidores, aumen-
tará a despesa com pessoal no mês em que estiver sendo executado. Sua contagem 
no limite de pessoal desestimularia programas dessa natureza;
3) as despesas com pessoal verificadas em decorrência de convocação extraordinária do 
Congresso Nacional;
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4) as despesas decorrentes de decisão judicial (em geral classificadas na rubrica “Sen-
tenças Judiciais”), e da competência de período anterior ao da apuração das despesas 
com pessoal (somando-se o mês de referência com os onze meses anteriores);
5) as despesas com pessoal do Estado do Amapá, Roraima e do Distrito Federal, custea-
das pela União. Parece lógico que, se estas despesas não são pagas com as receitas 
destes Estados, não há por que serem somadas aos limites (60%);
6) as despesas com inativos custeadas com recursos de fundos próprios ou custeadas 
por intermédio de fundo específico custeadas por recursos provenientes de arrecada-
ção de contribuição dos segurados, das demais receitas diretamente arrecadadas por 
fundo vinculado a tal finalidade (inclusive o produto da alienação de bens, direitos e 
ativos e, também, superávit financeiro). Também as despesas com inativos custeadas 
via compensação financeira prevista no artigo 201, § 9º, da CF/1988:
Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na 
administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes 
de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.
Merece destaque o fato de que a LDO não pode estabelecer critérios diferentes da LRF no 
âmbito dos limites de despesa com pessoal, visto que o § 6º do artigo 20 da LRF que previa 
essa hipótese foi vetado. Em suma, nesse aspecto as LDOs não podem divergir da LRF.
1.2. DespesA com seguriDADe sociAl
No que diz respeito às despesas com a seguridade social, guarde a regra geral é que ne-
nhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou esten-
dido sem a indicação da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências do artigo 17 da 
LRF que trata das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Não se esqueça a seguridade social engloba saúde, previdência e assistência social, inclu-
sive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
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Mas aqui também temos exceções, ou seja, é dispensada da compensação por aumen-
to permanente de receita ou pela redução permanente de outras despesas se o aumento de 
despesa decorrer de:
1) concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na le-
gislação pertinente;
2) expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
3) reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
2. trAnspArênciA, controle e FiscAlizAção
Vamos lembrar que a transparência, o controle e responsabilização (realizada após a fis-
calização) são 3 dos 4 principais objetivos da LRF:
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Nessa toada, guarde que, para efeito da LRF, consideram-se instrumentos de transparên-
cia, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público, 
de acordo com o seu artigo 48:
• os planos, os orçamentos e a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias;
• as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
• RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e a sua versão simplificada;
• RGF – Relatório de Gestão Fiscal e a sua versão simplificada.
A transparência da gestão pública exige também o incentivo à participação popular e pela 
realização de audiências públicas, tanto durante a elaboração, como no curso da discussão 
dos planos, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos.
Por sua vez, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar à dis-
posição do público, no âmbito tanto do respectivo Poder Legislativo como do órgão técnico 
responsável por sua elaboração.
Tratando-se da União, as contas devem ser acompanhadas por demonstrativos, confec-
cionados pelo Tesouro Nacional e pelas agências financeiras oficiais de fomento, especifi-
cando as aplicações efetuadas com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade 
social, assim como o impacto fiscal das operações realizadas pelas agências de fomento.
Nessa pegada, a LC n. 131/2009 e a LC n. 156/2016 agregaram dispositivos à LRF com o 
objetivo de fortalecer das regras de transparência e viabilizar o controle social, ou seja, a par-
ticipação da sociedade no acompanhamento e na verificação da execução das políticas públi-
cas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados, visando assegurar que os recursos 
públicos sejam bem empregados em benefício da população.
Questão 5 (CESPE/ABIN/OFICIAL/2018) Com base em disposições da Lei n. 12.527/2011 
(Lei de Acesso à Informação) e da Lei Complementar n. 131/2009(Lei da Transparência), jul-
gue o item que se segue.
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Segundo dispositivo da Lei da Transparência, informações sobre a execução orçamentária 
e financeira da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios devem ser liberadas 
para acompanhamento da sociedade por meios eletrônicos e em tempo real.
Certo.
Atente ao fato que a Lei Complementar n. 131/2009, também conhecida como Lei da Trans-
parência, apenas acrescentou dispositivos na LRF, dentre eles, o seguinte:
Art. 48, § 1º A transparência será assegurada também mediante:
(...)
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de infor-
mações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de 
acesso público;
Importante destacar que as contas, apresentadas pelo chefe do Poder Executivo, devem 
ficar disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico 
responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da 
sociedade.
Questão 6 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal e do 
novo regime fiscal, julgue o item subsequente.
O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas da União sobre as contas prestadas anual-
mente pelo presidente da República está dispensado de divulgação nos meios eletrônicos de 
acesso público.
Letra e.
Confira a resposta no artigo 48 da LRF, com grifos nossos:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, 
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça-
mentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execu-
ção Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
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Vale ressaltar ainda que, para os Municípios, de acordo com a CF/1988, as contas devem 
permanecer, durante 60 dias, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, 
o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Assim, a LRF ampliou o prazo 
constitucional de 60 dias para todo o exercício também para as contas municipais.
No caso da prestação de contas da União, guarde que ela deve conter demonstrativos do 
Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o BNDES, especifi-
cando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos 
fiscais e da seguridade social e no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada 
do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
Ainda em relação à Transparência na Gestão Fiscal, a LRF enfatiza o papel da fiscalização 
da gestão fiscal.
Assim, o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sis-
tema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento 
das normas da LRF, com ênfase no que se refere a:
1) Atingimento das metas estabelecidas na LDO.
2) Limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em restos a 
pagar;
3) Medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal.
4) Providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mo-
biliária aos respectivos limites.
5) Destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos.
6) Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
Não se esqueça de que é de competência privativa do Presidente da República prestar, 
anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, 
as contas referentes ao exercício anterior.
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Guarde ainda que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte le-
gítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério 
Público o descumprimento das prescrições estabelecidas na LRF.
Falando em Tribunais de Contas, é importante destacar que eles cumprem o relevante pa-
pel de verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão e 
de alertar os Poderes ou órgãos quando constatarem:
1) A possibilidade de a realização da receita não comportar o cumprimento das metas de 
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da LDO.
2) Quando o montante da despesa total com pessoal e das dívidas consolidada e mobi-
liária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontrarem acima do 
limite de alerta, ou seja, acima de 90% dos respectivos limites.
3) Quando os gastos com inativos e pensionistas se encontrarem acima do limite defini-
do em lei.
4) Fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de 
irregularidades na gestão orçamentária.
O TCU ainda exerce, especificamente, o papel de acompanhar o Banco Central – BACEN – 
para garantir que ele apenas compre diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar 
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo em sua carteira, e o papel e de garantir que o 
Tesouro Nacional não compre títulos da dívida pública federal existentes na carteira do BA-
CEN, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.
2.1. relAtório resumiDo DA execução orçAmentáriA – rreo
A LRF, em seus artigos 52 e 53, especificou e uniformizou em caráter nacional, os parâ-
metros necessários à elaboração do chamado Relatório Resumido da Execução Orçamentária 
– RREO, de modo a permitir que a sociedade conheça, acompanhe e analise o desempenho da 
execução orçamentária de cada ente ainda durante o exercício financeiro.
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Trata-se de documento cuja publicação é comandada pela própria Constituição Federal, 
por intermédio de seu § 3º do art. 165, devendo ocorrer em até trinta dias após o encerramen-
to de cada bimestre.
O RREO (Relatório Resumido da Execução Orçamentária) é composto de duas peças bási-
cas e de alguns demonstrativos de suporte. As peças básicas são:
1) balanço orçamentário, cujafunção é especificar por categoria econômica, as receitas 
por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; as 
despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa 
liquidada e o saldo.
2) o demonstrativo de execução das receitas (por categoria econômica e fonte) e das 
despesas (por categoria econômica, grupo de natureza, função e sub função).
Nessas peças, devem constar também os valores referentes ao refinanciamento da dívida 
mobiliária destacados dentre as demais receitas de operações de crédito e as despesas com 
amortização de dívida.
Já os demonstrativos de suporte visam evidenciar a receita corrente líquida, as receitas 
e despesas previdenciárias, os resultados primário e nominal, as despesas com juros e os 
valores inscritos em restos a pagar.
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É facultado aos municípios, com população inferior a 50 mil habitantes, optar por divulgar 
semestralmente os demonstrativos de suporte do RREO, mas o RREO em si deve ser divulga-
do bimestralmente por todos os entes, sem exceção.
Tratando-se do Relatório de último bimestre de cada exercício, exige-se a demonstração 
das projeções atuariais dos regimes de previdência social (geral e próprio dos servidores), da 
variação patrimonial (evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos respectivos recur-
sos) e da conformidade do montante das operações de crédito com aquele das despesas de 
capital, nos termos previstos no inciso III do art. 167 da Constituição.
As limitações impostas ao empenho de dotações devem ser justificadas, assim como 
relacionadas as medidas destinadas à elevação da arrecadação, no caso de frustração na 
previsão de receitas.
Destaque-se ainda que um eventual descumprimento do prazo de publicação do RREO 
impedirá, até a sua regularização, que o Ente receba transferências voluntárias e contrate 
operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da 
dívida mobiliária.
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2.2. relAtório De gestão FiscAl – rgF
Do ponto de vista do regime de finanças públicas implantado com a LRF, o Relatório de 
Gestão Fiscal – RGF ocupa posição central no que diz respeito ao acompanhamento das ati-
vidades financeiras do Estado. Cada um dos Poderes, além do Ministério Público, deve emitir 
o seu próprio Relatório de Gestão Fiscal, a cada quadrimestre, abrangendo todas as variáveis 
imprescindíveis à consecução das metas fiscais e à observância dos limites fixados para 
despesas e dívida.
É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar 
semestralmente o Relatório de Gestão Fiscal.
O RGF deve ser publicado até 30 dias após o encerramento do período a que correspon-
der, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. O descumprimento do prazo 
impedirá, até que a situação seja regularizada, que o Ente receba transferências voluntárias e 
contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atuali-
zado da dívida mobiliária.
Constam, portanto, do RGF:
• as informações necessárias à verificação da conformidade, com os limites de que trata 
a LRF, das despesas com pessoal, das dívidas consolidada e mobiliária, da concessão 
de garantias, das operações de crédito e das despesas com juros;
• elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fiscais aos seus 
respectivos limites; tratando-se do último quadrimestre, demonstração do montante 
das disponibilidades ao final do exercício financeiro e das despesas inscritas em restos 
a pagar.
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Somente no último quadrimestre, o RGF deve conter os seguintes demonstrativos:
1) Do montante das disponibilidades de caixa em 31/12;
2) Da inscrição em restos a pagar, das despesas liquidadas; empenhadas e não liquida-
das; empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade 
de caixa; não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram 
cancelados; e
3) Do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do artigo 38, que 
trata das operações de crédito por ARO – Antecipação de Receita Orçamentária.
Importante destacar ainda que o RREO e o RGF devem ser elaborados de forma padroni-
zada e seus modelos podem ser atualizados pelo conselho de Gestão Fiscal - CGF.
Falando em conselho de Gestão Fiscal – CGF é importante informar que a ele cabe o 
acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da 
gestão fiscal, sendo composto representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do 
Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:
1) harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
2) disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do 
gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transpa-
rência da gestão fiscal;
3) adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações 
de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata a LRF, normas 
e padrões mais simples para os pequenos municípios, bem como outros, necessários 
ao controle social;
4) divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
No âmbito da LRF, o CGF deve fomentar premiação e reconhecimento público aos titulares 
de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, 
conjugados com a prática de uma gestão fiscal. Ressalte-se que, enquanto não implantado o 
Conselho de Gestão Fiscal, edição de normas gerais para consolidação das contas públicas 
caberá ao órgão central de contabilidade da União.
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2.3. escriturAção, consoliDAção e prestAção De contAs
De acordo a LRF, em seu artigo 50, além de obedecer às demais normas de contabilidade 
pública, a escrituração das contas públicas deve evidenciar:
1) a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vin-
culados a órgão, fundo ou despesaobrigatória fiquem identificados e escriturados de 
forma individualizada;
2) a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de com-
petência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros 
pelo regime de caixa;
3) as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações 
e as operações de cada órgão, fundo ou entidade da Administração direta, autárquica 
e fundacional, inclusive empresa estatal dependente;
4) as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos finan-
ceiros e orçamentários específicos;
5) as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de finan-
ciamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de 
modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, 
pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
6) a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos 
recursos provenientes da alienação de ativos.
A LRF ainda obriga a implantação de um sistema de custos que permita a avaliação e o 
acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial, e que, no caso de ela-
boração de demonstrações conjuntas, sejam excluídas as operações intragovernamentais 
(dentro da mesma esfera de governo).
Além disso, a LRF dispõe que a edição de normas gerais para consolidação das contas 
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o con-
selho de gestão fiscal.
De acordo a LRF, em seu artigo 51, no que diz respeito à consolidação das contas públicas, 
o Poder Executivo da União promoverá, até o dia 30 de junho, a consolidação, nacional e por 
esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua 
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.
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Para isso, os estados e os municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da 
União nos seguintes prazos: os municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo 
Estado, até 30 de abril; e os Estados, até 31 de maio.
DICA:
Memorize os prazos:
Envio dos Municípios - 30/04
Envio dos Estados - 31/05
Consolidação da União - 30/06
Seguindo a mesma linha do que vale para o RGF e para o RREO, o descumprimento dos 
mencionados prazos, até que a situação seja regularizada, impede que o ente da Federação 
receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao 
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
Importante registrar que os principais dispositivos da LRF que tratam sobre prestação de 
contas estão com eficácia liminarmente suspensa devido a uma Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade – ADIN no STF.
Dessa forma, o caput do artigo 56 da LRF, que determina que:
as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Pre-
sidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, as quais 
receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas está suspenso.
Nesse ponto, o STF diz que:
qualquer prestação de contas por órgão não vinculado ao Executivo somente pode ser 
objeto de julgamento pelo respectivo Tribunal de Contas e que a inclusão das contas 
referentes às atividades financeiras dos Poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério 
Público, dentre aquelas prestadas anualmente pelo Chefe do Executivo, tornaria inócua 
a distinção entre apreciar e julgar as contas, já que todas as contas seriam passíveis de 
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controle técnico, a cargo do Tribunal de Contas, e político, de competência do Legisla-
tivo.
O STF também suspendeu os dispositivos abaixo:
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de 
sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou 
nas leis orgânicas municipais.
§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitan-
tes o prazo será de cento e oitenta dias.
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou ór-
gão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.
O entendimento do STF é o de que a referência, nele contida, a “contas de poder” eviden-
cia a abrangência do termo “contas” constante do caput desse artigo, relativas à atividade 
financeira dos administradores e demais responsáveis por dinheiros e valores públicos, que 
somente poderiam ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente, nos termos 
do artigo 71, inciso II, da CF/1988.
Nessa toada, reforça esse entendimento o fato de que essa regra disciplina o procedi-
mento de apreciação das contas especificadas no artigo 56 da LRF, que também pretendia 
as contas resultantes da atividade financeira dos órgãos componentes de outros poderes à 
opinião do Tribunal de Contas.
Por seu turno, o TCU – Tribunal de Contas da União manifestou entendimento de que a 
medida cautelar concedida pelo STF em que foi suspensa a eficácia do caput dos artigos 56 
e 57 da LRF não alterou a estrutura do relatório sobre as contas do Governo da República, já 
que continua contemplando a gestão e o desempenho dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário e do MPU – Ministério Público da União.
Ressalte-se, entretanto, que o parecer prévio é exclusivo para o Chefe do Poder Executivo, 
cujas contas serão julgadas posteriormente pelo Congresso Nacional, mas o TCU pode apre-
ciar, em processo específico, o cumprimento, por parte dos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário, das disposições da LRF.
Guarde ainda que continuam válidas as demais determinações da LRF sobre as presta-
ções de contas:
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1) as contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito da União, pelos Presi-
dentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos 
respectivos tribunais; dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, conso-
lidando as dos demais tribunais.
2) A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à pre-
visão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e 
combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias adminis-
trativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributá-
rias e de contribuições.
3) Deve ser dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas,julgadas ou 
tomadas.
4) Para evitar que as Cortes de Contas emitam parecer sobre suas próprias contas, a CMO 
(Comissão Mista de Orçamento) prevista na CF/1988, ou equivalente das Casas Legis-
lativas estaduais e municipais, deve emitir parecer sobre as contas dos Tribunais de 
Contas.
3. DestinAção De recursos pArA setor privADo
Basicamente, guarde que o artigo 26 da LRF estabelece a regra básica para toda e qual-
quer destinação de recursos públicos ao setor privado: a sua autorização por lei específica. 
E, como requisitos adicionais, é exigida a observância das disposições da LDO, além da sua 
previsão na lei orçamentária ou em crédito adicional.
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Equiparam-se às transferências e sujeitam-se às mesmas normas, as concessões de em-
préstimos, financiamentos e refinanciamentos, prorrogação e composição de dívidas, con-
cessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.
Sempre que o ente beneficiário de uma operação de crédito não estiver sob controle direto 
do ente transferidor dos recursos, os encargos financeiros da operação, as comissões e ou-
tras despesas não poderão ser inferiores ao que dispuser a lei ou ao seu custo de captação.
Por sua vez, a LRF proíbe taxativamente o socorro às instituições do Sistema Financeiro 
Nacional – SFN. Tal proibição tem como objetivo primordial evitar a repetição de programas 
nos moldes do PROER, feito para socorrer instituições integrantes do SFN.
Para tanto, a solução para eventuais situações de insolvência é a criação de fundos e ou-
tras formas legais que forneçam cobertura a essas instituições.
4. trAnsFerênciAs voluntáriAs nA lrF
Ou seja, transferência voluntária é a entrega de recursos correntes ou de capital a outro 
ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra 
de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
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Questão 7 (CESPE/CGM JOÃO PESSOA/TÉCNICO/2018) De acordo com a Lei do Direito Fi-
nanceiro — Lei Federal n. 4.320/1964 — e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) — Lei Com-
plementar n. 101/2000 — e suas alterações, julgue o seguinte item.
Nos termos da LRF, transferência voluntária é a entrega de recursos a título de cooperação, 
auxílio ou assistência financeira a ente público ou privado, para a execução de atividade de 
interesse público.
Errado.
Na verdade, uma transferência voluntária ocorre entre os entes da federação, não sendo pos-
sível para pessoas de direito privado. Confira a definição do artigo 25 da LRF com grifos nos-
sos:
Art.  25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega 
de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou 
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao 
Sistema Único de Saúde.
A LRF resguarda em seu artigo 25, a garantia para a continuidade de transferências vo-
luntárias relativas as ações de saúde, educação e assistência social. Isto no que diz respeito 
àqueles convênios já em execução.
O ente que estiver descumprindo a LRF não poderá contratar novos convênios, nem mes-
mo aqueles destinados às ações citadas anteriormente.
A LRF determina ainda regras de gerência das gestões patrimonial e financeira relaciona-
das às disponibilidades de caixa, preservação do patrimônio público e empresas controladas, 
além de impor restrições de gastos no último ano do final dos mandatos do presidente da 
República, governadores de estados e Distrito Federal, prefeitos, presidentes dos órgãos dos 
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Poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Tribunais de Contas, presidentes de au-
tarquias, dirigentes de fundações públicas, reitores das universidades entre outros.
Merece destaque também o artigo 11 da LRF. Confira com grifos nossos.
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, pre-
visão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Fede-
ração.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe 
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
A LRF também estabelece regras para transferências voluntárias de recursos entre os 
entes da federação e destinação de recursos públicos para o setor privado. Relacionamos 
abaixo as exigências para a realização de transferência voluntária, além daquelas estabeleci-
das na respectiva LDO:
a) dotação específica;
b) não usar os recursos para pagar despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
c) comprovar que o beneficiário:
c1) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamen-
tos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos 
anteriormente dele recebidos;
c2) cumpre os limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
c3) observa os limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, 
inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total 
com pessoal;
c4) dispões de previsão orçamentária de contrapartida.
Guarde ainda que é vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da 
pactuada e que, para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntá-
rias constantes da LRF, são exceção ações das áreas de educação, saúde e assistência social.
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Questão 8 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2018) Acerca da receita e da despesa públicas, bem 
como de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, julgue o item que se segue.
A transferência de recursos da União para um município, com o objetivo de custear a constru-
ção de posto de saúde, somente poderá ser realizada se o município beneficiário comprovar 
estar em dia com a prestação de contas dos recursos anteriormente recebidos e se houver 
previsão de contrapartida.
Errado.
Note que uma transferênciade recursos da União para um município, para custear a cons-
trução de posto de saúde é uma transferência voluntária. Em regra, para receber tal valor, 
é necessária sim a comprovação pelo município beneficiário de estar em dia com a prestação 
de contas dos recursos anteriormente recebidos e a previsão orçamentária de contrapartida. 
Entretanto, o § 3º do artigo 25 da LRF excluiu as ações relativas à educação, saúde e assis-
tência social de tais requisitos. Confira, com grifos nossos, esse dispositivo da LRF:
Art.  25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega 
de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou 
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao 
Sistema Único de Saúde.
§ 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de 
diretrizes orçamentárias:
[...]
IV – comprovação, por parte do beneficiário, de:
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos 
ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele re-
cebidos;
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive 
por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
d) previsão orçamentária de contrapartida.
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§ 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.
§ 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes 
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência 
social.
Aqui vale a pena destacar que, para municípios com menos de 50.000 habitantes são 
estabelecidas regras de transição e tratamento diferenciado às suas administrações. Essas 
regras têm bastante fundamento, posto que esses municípios são carentes de recursos hu-
manos, materiais e financeiros.
5. gestão pAtrimoniAl
O tema gestão patrimonial está presente nos artigos 43 a 47 da LRF, onde a LRF trata dos 
seguintes tópicos sobre gestão patrimonial:
1) disponibilidades de caixa;
2) preservação do patrimônio público; e
3) empresas controladas pelo setor público.
Vamos primeiro conhecer as regras acerca das disponibilidades de caixa, assunto que é 
mais cobrado em provas dentro do tema gestão patrimonial. Vamos também conjugar essa 
leitura com os artigos da CF/1988 relacionados ao tema.
A Conta Única do Tesouro visa, em conformidade com o disposto no artigo 164 da CF/1988, 
centralizar as disponibilidades financeiras da União. Esse dispositivo, determina que as dis-
ponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos estados, do Dis-
trito Federal, dos municípios e dos órgãos ou entidades do poder público e das empresas por 
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Nessa toada, a LRF determina que as disponibilidades de caixa dos regimes de previdên-
cia social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos 
a que se referem os artigos 249 e 250 da CF/1988 ficarão depositadas em conta separada das 
demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observân-
cia dos limites e condições de proteção e prudência financeira
Existe a proibição de que essas disponibilidades sejam aplicadas em:
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1) Títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis 
relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação.
2) Empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao poder público, inclusive a suas 
empresas controladas.
Vamos à literalidade da norma:
CAPÍTULO VIII
DA GESTÃO PATRIMONIAL
Seção I
Das Disponibilidades de Caixa
Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabe-
lece o § 3º do art. 164 da Constituição.
§ 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servido-
res públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da 
Constituição, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente 
e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e 
prudência financeira.
§ 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1º em:
I – títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às 
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;
II – empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao poder público, inclusive a suas empre-
sas controladas.
Agora vamos às regras constitucionais citadas no artigo 43 da LRF:
Art.  164. A  competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco 
central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacio-
nal e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o ob-
jetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do poder público e das empresas por ele 
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Na segunda parte da LRF, que trata da gestão patrimonial, onde temos os artigos 44 a 46, 
temos dispositivos que visam a preservação do patrimônio público.
A ideia é impedir que os entes públicos dilapidem o seu patrimônio, via alienação desre-
grada de bens e direitos, para gastar com despesas correntes, exceto nos casos legalmente 
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previstos (aplicação nos regimes de previdência). É como se fosse uma regra na qual uma 
família não pode vender a casa ou o carro para gastar com supermercado ou telefone.
Confira com grifos nossos:
Seção II
Da Preservação do Patrimônio Público
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que in-
tegram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei 
aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
Art. 45. Observado o disposto no § 5º

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