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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE 
ADMINISTRAÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E 
ORÇAMENTO PÚBLICO
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
Livro Eletrônico
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Manuel Piñon
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte 1 ...............................................................4
1. Introdução ao Estudo da LRF ......................................................................................5
1.1. Aspectos Iniciais .......................................................................................................5
1.2. Abrangência .............................................................................................................8
1.3. Pressupostos .......................................................................................................... 11
2. Princípios ................................................................................................................. 13
3. Equilíbrio das Contas Públicas ...................................................................................17
4. Planejamento e no Processo Orçamentário .............................................................. 18
4.1. PPA e LDO .............................................................................................................. 19
4.2. Anexo de Metas Fiscais da LDO ............................................................................ 20
4.3. Anexo de Riscos Fiscais da LDO .............................................................................24
4.4. Lei Orçamentária Anual – LOA ...............................................................................25
5. Resultado Nominal e Resultado Primário ..................................................................27
6. Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas ................................................... 31
7. Receita Pública .........................................................................................................35
7.1. Receita Corrente Líquida – RCL ...............................................................................37
7.2. Renúncia de Receita .............................................................................................. 40
8. Despesa Pública – Parte 1 .........................................................................................42
8.1. Geração da Despesa ..............................................................................................42
8.2. Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC ..............................................45
8.3. A Regra de Ouro ................................................................................................... 48
Resumo ........................................................................................................................52
Mapa Mental .................................................................................................................59
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Manuel Piñon
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Questões Comentadas em Aula ................................................................................... 60
Questões de Concurso ..................................................................................................62
Gabarito .......................................................................................................................83
Gabarito Comentado .................................................................................................... 84
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 122
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Manuel Piñon
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
LRF – LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – PARTE 1
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo hoje é conhecer a primeira parte dos principais pontos da LRF – Lei de 
Responsabilidade Fiscal, que poderão ser cobrados em nossa prova.
Quero hoje chamar a sua atenção para que tente se concentrar ao méximo nesta aula. Va-
mos conhecer vários detalhes da LRF e, para isso, seu foco deve estar voltado completamente 
para a nossa aula. Assim, minha sugestão é colocar o celular no modo “avião” e se desligar 
completamente das redes sociais e WhatsApp.
Como disse Norman Peale:
“O pensamento positivo pode vir naturalmente para algumas pessoas, mas também pode 
ser aprendido e cultivado. Mude seus pensamentos e você mudará o mundo”.
Então, pense positivo, acredite que você vai passar e comece melhorando hoje a sua con-
centração na hora de estudar!
Desejo que tenha um excelente aproveitamento nesta aula!
Vamos nessa!
Professor Manuel Piñon
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
1. Introdução ao Estudo da LrF
1.1. aspEctos InIcIaIs
Antes de mais nada, guarde que a LRF é a Lei Complementar de n. 101, que foi aprovada 
em 2000, sendo interessante entendermos o contexto histórico do seu surgimento.
Nas décadas de 1980 e 1990, vivíamos um cenârio econômico de inflação elevada e des-
controle das contas públicas, gerada em parte pelo aumento dos gastos públicos, especial-
mente a CF/1988.
Assim, para dar conta do crescente aumento de gastos públicos, o Estado usou de arti-
fícios para conseguir arcar com despesas maiores que as receitas arrecadadas, tais como o 
aumento do endividamento público, seja via emissão de títulos públicos, seja via contratação 
de empréstimos junto ao setor financeiro.
Também a inflação era um mecanismo de financiamento do déficit do Estado, via emissão 
de papel moeda e via corrosão de valores de obrigações que não eram corrigidas pela inflação 
gerada pelo postergamento dos pagamentos.
Com o advento do Plano e Real e a drástica redução da inflação, a real situação de des-
controle da contas públicas ficou mais evidente.
A nível internacional, também existia todo um “clima” favorável ao surgimento de uma 
norma como a LRF aqui no Brasil, que se baseou especialmente na Nova Zelândia com o seu 
“Fiscal Responsabillity Act” de 1994.
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Nesse contexto surge a LRF como “Código de BoasCondutas Fiscais”, buscando estabe-
lecer um novo paradigma para as finanças públicas de nosso país. Baseia-se nos princípios 
da administração pública e tem como objetivos a diminuição da dívida pública, estabilização 
dos preços, o desenvolvimento sustentável, dentre outros, de modo que o orçamento público 
seja efetivamente mecanismo de limitação de gastos, organização estatal e representação 
dos anseios sociais.
De acordo com a Doutrina, o seu objetivo foi a instrumentalização dos princípios nortea-
dores da administração pública: legalidade, publicidade, moralidade, impessoalidade e efici-
ência, a partir de um eixo de quatro premissas básicas: planejamento, transparência, controle 
e responsabilização.
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Ainda de acordo com a Doutrina, a LRF traz uma mudança de cultura no trato da coisa pú-
blica, mais especificamente do dinheiro púbico. Estabelece normas orientadoras das finanças 
públicas no País e rígidas punições aos administradores que não mantiverem o equilíbrio de 
suas contas.
A LRF regulamenta parte do artigo 163 e todo o contexto do artigo 169 da Constituição 
Federal de 1988, no capítulo relativo às finanças públicas, e ainda estabelece normas especí-
ficas de Contabilidade Pública, conforme previsão em seus artigos 50 e 51.
Em outras palavras, a LRF regulamenta, especificamente, as regras previstas nos artigos 
163/169 da CF/1988, estabelecendo normas de finanças públicas voltadas para a responsa-
bilidade na gestão fiscal, bem como disciplina outras providências.
Sugiro que, se possível, após o estudo desta aula, você dê uma lida na LRF. A leitura da “lei 
seca”, da “letra da lei” é muito cobrada, especialmente no caso da LRF, em provas de concur-
so. O link para ter acesso à LRF é:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm.
Sem dúvida, essa é a melhor fonte de consulta. Ao final do material, apresentamos tam-
bém algumas referências que podem servir como outras fontes de consulta, em caso de dú-
vida ou necessidade de aprofundamento.
A ideia aqui é comentar os pontos mais importantes da LRF, especialmente os aspectos 
mais cobrados, reproduzindo trechos dessa norma nas resoluções de questões. Para acertar 
muitas questões, como veremos, basta saber a sua literalidade, sendo indicada a sua revisão 
nas vésperas da prova.
Bom, tenha logo em mente que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece normas 
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações que 
previnam riscos e corrijam os desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, 
destacando-se o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização, como pre-
missas básicas.
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Embora a LRF estabeleça normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na 
gestão fiscal, seu objetivo não é revogar nem preencher as lacunas da Lei n. 4.320/1964, ou 
seja, a Lei n. 4.320/1964 continua valendo para o ciclo orçamentário, sendo que a LRF aborda 
apenas alguns aspectos, como, por exemplo, quando acrescenta funções à LOA e, especial-
mente à LDO. Guarde, portanto, que a LRF não cumpre a função da vindoura Lei Complemen-
tar que disciplinará todo o § 9º do artigo 165 da CF/1988 e que revogará a Lei n. 4.320/1964.
1.2. abrangêncIa
Em verdade, em termos de abrangência, a LRF estabelece normas de finanças públicas, 
a serem observados pelos três Poderes nas três esferas de Governo: federal, estadual, distri-
tal e municipal, voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
No que diz respeito à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão com-
preendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, 
o Poder Judiciário e o Ministério Público; bem como as respectivas Administrações diretas, 
fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Ainda, a Estados entende-se 
considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da 
União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e 
Tribunal de Contas do Município.
A LRF é uma lei federal com efeitos gerais ou nacionais, de modo que inexiste necessidade de 
outra lei para dar aplicabilidade a seus dispositivos, assim como também inexiste previsão de 
lei no âmbito de qualquer âmbito que venha sobrepor a LRF.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Repare que a empresa estatal não dependente (ou independente), não faz parte do campo 
de aplicação da LRF, já que é autossustentável, não sofrendo as restrições da LRF, para poder 
concorrer com a iniciativa privada em igualdade de condições.
Nesse contexto, destaque-se que:
1) uma empresa controlada é uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a 
voto pertence, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
2) uma empresa estatal dependente é uma empresa controlada que recebe do ente contro-
lador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral 
ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação 
acionária.
DICA
Nem toda empresa estatal controlada é obrigada a cumprir a 
LRF, mas toda estatal que segue a LRF é uma estatal contro-
lada.
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Note que uma estatal pode ser controlada e não receber do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, 
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária, ou 
seja, nesse caso é uma estatal controlada independente.
Questão 1 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, jul-
gue o item a seguir.
O conceito legal de empresa estatal dependente inclui todas as empresas estatais controla-
das.
Errado.
Na verdade, nem todas empresas controladas são dependentes, apenas as que recebam do 
ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de cus-
teio em geral ou de capital. Confira no trecho doartigo 2º da LRF abaixo com grifos nossos:
III – empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, exclu-
ídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
1.3. prEssupostos
Importante destacar ainda que responsabilidade na gestão fiscal, por sua vez, pressupõe:
•	 ação planejada e transparente;
•	 prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas 
públicas;
•	 garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de resultados entre recei-
tas e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita e a geração de des-
pesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de crédito, concessão de garantia e 
inscrição em restos a pagar.
No que diz respeito ao seu amparo constitucional, a Lei de Responsabilidade Fiscal visa a 
regulamentar a Constituição Federal, no Título “Da Tributação e do Orçamento”, cujo Capítulo 
II estabelece as normas gerais de finanças públicas a serem observadas pelos três níveis de 
governo. Em particular, a LRF vem atender à prescrição do artigo 163 da CF de 1988, cuja re-
dação é a seguinte:
Lei complementar disporá sobre:
I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con-
troladas pelo poder público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as 
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Além disso, a LRF atende ao artigo 169 da Carta Magna, que determina o estabelecimento 
de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo da União a partir de Lei Complemen-
tar. Um outro dispositivo atendido pela LRF consiste na prescrição do artigo 165, § 9º, II, da 
Constituição. De acordo com esse dispositivo:
[...] cabe à lei complementar estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administra-
ção direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de Fundos.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 19, também se entrelaça com o artigo 169 
da CF/1988. Confira:
LRF: “Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com 
pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os per-
centuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados (...).
CF/1988: “Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar”.
Finalmente, a partir do seu artigo 68, a LRF vem atender à prescrição do artigo 250 da 
Constituição de 1988, assegurando:
recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, 
em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens, 
direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei, que disporá sobre a natureza e administração 
desse fundo.
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
2. prIncípIos
São quatro as vigas mestras que sustêm a LRF em seu audacioso projeto de moralizar a 
gestão pública brasileira:
1) Planejamento;
2) Transparência;
3) Controle; e
4) Responsabilização.
O planejamento serve para determinar os objetivos a alcançar e as ações a serem realiza-
das, compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução.
Tenha em mente que o Planejamento em questão diz respeito às metas, limites e con-
dições para renúncia e arrecadação de receitas e geração de despesas, refletidas nas peças 
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E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
orçamentárias, ou seja, no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e 
na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Nessa pegada, podemos dizer que, em verdade, o Planejamento é a base do processo de 
gestão fiscal, já que é por meio dele que se programará a execução do orçamento, adequando 
as ações governamentais ao que fora planejado.
Já a Transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados com 
publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios e para isso implica na di-
vulgação irrestrita dos projetos e dos resultados da administração pública, e para isso cria 
novas peças e procedimentos, como o AMF (Anexo de Metas Fiscais), o ARF (Anexo de Riscos 
Fiscais), o RREO (Relatório Resumido da Execução Orçamentária) e o RGF (Relatório de Ges-
tão Fiscal), com foco também no uso da internet para essa divulgação.
No âmbito da Transparência, a LRF prevê ainda a participação popular no orçamento pú-
blico, indo além da simples divulgação de dado, buscando dar condições e subsídios à popu-
lação, por meio de informações claras e objetivas, para que a sociedade acompanhe e fisca-
liza a atividade dos gestores públicos.
Por seu turno, o pilar do Controle diz respeito a um efetivo acompanhamento da arrecada-
ção e dos gastos públicos, de modo a possibilitar a efetiva correção nas condutas gerenciais 
equivocadas dos administradores, gerenciando o risco por meio de ações fiscalizadoras e de 
imposição de prazos na gestão de políticas e de procedimentos, que podem ser de natureza 
legal, técnica ou de gestão.
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EFINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
Importante destacar que a LRF, no âmbito do Controle, estabelece diversos mecanismos 
de correção de desvios, definindo prazos, formas de adequação e, por último, sanções insti-
tucionais, em caso de descumprimento.
Em verdade, a LRF nos traz um Sistema de Controle Institucional múltiplo que permite que 
todos os poderes estejam sujeitos igualmente ao cumprimento de regras e a serem fiscaliza-
dos nesse sentido.
Finalmente, no que diz respeito à Responsabilização, que é a obrigação de prestar contas 
e responder por suas ações, a LRF imputa sanções administrativas ao agente e ao Ente Fe-
derado, que violar a norma, tais como o impedimento de receber transferências voluntárias, 
a proibição de contratar operações de crédito e prestação de garantias.
Vale destacar que as sanções para condutas, como as que citamos, estão previstas na Lei 
n. 10.028/2000; na Lei de Improbidade, Lei n. 8.429/1992, dentre outras.
Os principais princípios específicos da LRF, que devem ser utilizados na sua interpreta-
ção, são:
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•	 planejamento ou ação planejada;
•	 transparência na gestão fiscal ou das contas públicas – ação transparente;
•	 equilíbrio das contas públicas (a seguir comentado);
•	 responsabilidade na gestão fiscal ou dos recursos públicos;
•	 cumprimento de metas de resultado;
•	 obediência a limites e condições para realização de operações de crédito, inclusive por 
antecipação de receita orçamentária;
•	 obediência a limites para a dívida consolidada, inclusive para a dívida mobiliária;
•	 obediência a limites para despesas com pessoal;
•	 cumprimento de condições para geração de despesas de pessoal;
•	 cumprimento de condições para geração de despesas da seguridade social (saúde, 
previdência e assistência social);
•	 cumprimento de condições para geração de despesas obrigatórias de caráter continu-
ado;
•	 cumprimento de condições para renúncia de receita.
A ideia agora é apresentar os principais aspectos da LRF de modo a facilitar o seu en-
tendimento quando você for fazer a leitura da lei. Registre-se, contudo, que tanto ao longo 
da exposição teórica quanto na resolução das questões, apresentaremos os trechos da LRF 
mais cobrados em provas de concursos públicos.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
E FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO
3. EquILíbrIo das contas púbLIcas
Segundo o princípio do equilíbrio orçamentário, o orçamento sempre estará equilibrado, 
uma vez que se trata de uma demonstração contábil.
Diferentemente do equilíbrio orçamentário preconizado pelo princípio do equilíbrio, a Lei de 
Responsabilidade Fiscal traz uma nova noção de equilíbrio para as contas públicas: o equilí-
brio das chamadas “contas primárias”, traduzida no Resultado Primário equilibrado.
Significa, em outras palavras, que o equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio autossusten-
tável, ou seja, aquele que prescinde de operações de crédito e, portanto, que não resulta em 
aumento da dívida pública.
Essa é a verdadeira tradução do slogan “gastar apenas o que se arrecada” ou, “pay as you 
go”, como adotado no orçamento americano.
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Uma leitura equivocada e apressada da LRF poderia dar margem a você pensar que, a par-
tir da publicação da LRF, nenhum ente público poderia contratar operações de crédito, o que 
não é verdade.
A partir da análise do Capítulo VII da LRF, que trata da dívida e do endividamento público, 
sabemos que, nos termos da Resolução n. 40 e da Resolução n. 43, aprovadas pelo Senado 
Federal, foram definidos limites para a dívida pública de todos os entes nacionais.
4. pLanEjamEnto E no procEsso orçamEntárIo
No quadro a seguir, podemos ver a base legal do processo orçamentário brasileiro com 
destaque para a LRF e para Lei n. 4.320/1964.
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4.1. ppa E Ldo
Em relação ao PPA, embora o artigo 3º, que tratava exclusivamente do PPA, tenha sido ve-
tado, o que deve ser ressaltado pela atuação da LRF é a confirmação, em outros dispositivos, 
da condição do PPA como documento de mais alta hierarquia no sistema de planejamento de 
qualquer ente público, razão pela qual todos os demais planos e programas devem subordi-
nar-se às DOM (Diretrizes, Objetivos e Metas) nele estabelecidos.
Amigo(a), neste ponto chamo a sua atenção para o fato de que a LRF procura aperfeiçoar 
a sistemática traçada pela norma constitucional, atribuindo novas e importantes funções ao 
Orçamento e à LDO.
Nos termos da LRF, a LDO recebe novas e importantes funções, dentre elas:
1) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;
2) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação da 
receita inferior ao esperado, de modo a NÃO comprometer as metas de resultado primário e 
nominal previstas para o exercício;
3) dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financiados 
pelo orçamento;
4) disciplinar as transferências de recursos para entidades públicas e privadas.
Nesse contexto, é importante destacar que a LRF criou três anexos que deverão integrar a 
LDO: AMF (Anexo de Metas Fiscais); ARF (Anexo de Riscos Fiscais); e o anexo dos objetivos 
das políticas monetária, creditícia e cambial, sendo esse último apenas para a União.
Os dois primeiros anexos são os mais cobrados em prova e serão abordados em tópicos 
específicos adiante. Já o anexo com os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial 
engloba parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e também as 
metas de inflação para o exercício subsequente, sendo elaborado apenas pela União.
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4.2. anExodE mEtas FIscaIs da Ldo
A LRF veio fortalecer a LDO, especialmente a partir da exigência do Anexo de Metas Fis-
cais, onde serão estabelecidas metas anuais em valores correntes e constantes (expurgados 
os efeitos da inflação) para um período de três anos. De acordo com o artigo 4º, § 2º, da LRF, 
o anexo de metas fiscais deve conter:
I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justi-
fiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, 
e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica na-
cional;
III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a 
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV – avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo 
ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão 
das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Essas metas correspondem às previsões para receitas e despesas, resultado nominal e 
resultado primário, além do montante da dívida pública para o exercício a que se referir a LDO 
e os dois seguintes.
Questão 2 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2018) Acerca da receita e da despesa públicas, bem 
como de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, julgue o item que se segue.
A Lei de Responsabilidade Fiscal só trata de metas de resultados para as despesas públicas, 
uma vez que as receitas públicas estão fora do controle dos órgãos públicos.
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Errado.
Na verdade, no anexo de metas fiscais, devem ser estabelecidas metas anuais para receitas 
e despesas. Confira:
Art. 4º, § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que 
serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despe-
sas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem 
e para os dois seguintes.
Nota-se que o legislador imputou ao administrador público um esforço maior para a con-
fecção do seu principal instrumento de planejamento. Além das metas a serem alcançadas, 
o  Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar também uma avaliação do cumprimento das 
metas de exercícios anteriores.
Esses resultados pretéritos deverão influenciar na elaboração das novas metas a serem 
alcançadas, ainda segundo a Lei, “evidenciando a consistência delas com as premissas e os 
objetivos da política econômica nacional”. Entenda-se nesse caso como objetivos atuais da 
política econômica nacional, o equilíbrio fiscal e o controle do endividamento em todos os 
níveis de Governo.
Interessa também ao Anexo de Metas Fiscais apresentar a evolução do patrimônio líquido 
dos entes públicos, com especial cuidado quanto à destinação dos recursos originários das 
privatizações e alienações de ativos em geral.
Amigo(a), chamo a sua atenção ao fato de que as receitas de alienações de bens não devem 
ser somadas ao cálculo da Receita Corrente Líquida, por tratar-se de receitas de capital, e, 
igualmente, não serão elas computadas no cálculo do Resultado Primário, por constituírem 
receitas de caráter eventual.
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Questão 3 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal e do 
novo regime fiscal, julgue o item subsequente.
Se um órgão público alienar edifício de sua propriedade, os recursos obtidos com a alienação, 
bem como a destinação desses recursos, devem ser demonstrados em anexo próprio da lei 
de diretrizes orçamentárias.
Certo.
Sim, guarde que os recursos gerados na alienação e a sua destinação desses recursos devem 
constar no Anexo de Metas Fiscais que estará presente na LDO. Confira na LRF, com grifos 
nossos:
Art. 4º, § 2º O Anexo conterá, ainda:
III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a 
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
O AMF (Anexo de Metas Fiscais) incluirá, ainda, a avaliação da situação dos fundos de 
caráter previdenciário, utilizados em geral na complementação de aposentadorias, ou sim-
plesmente usado no pagamento de pensões e serviços médicos utilizados pelos servidores e 
seus dependentes. No passado, recursos desses fundos eram utilizados com frequência para 
finalidades diversas daquelas previstas em seus estatutos.
Busca a LRF, dessa forma, proteger os regimes próprios de previdência, assegurando a 
utilização dos seus recursos na finalidade específica e garantindo a sua viabilidade econômi-
co-financeira.
Guarde ainda que a LRF facultou os municípios com menos de 50 mil habitantes a elabo-
rar o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias a 
partir do quinto exercício seguinte ao da publicação daquela Lei Complementar, ou seja, esses 
municípios não foram definitivamente dispensados de nenhum dos dois anexos.
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Por último, o  Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar as estimativas dos efeitos de 
incentivos fiscais ou qualquer tipo de renúncia que importe na perda de receitas próprias da 
União, dos Estados ou dos Municípios.
Veja um exemplo hipotético de AMF:
Exemplo:
A apresentação da margem de expansão das despesas de caráter continuado, definidas 
nos artigos 16 e 17, torna transparente os objetivos de longo prazo do administrador público, 
além da herança que uma administração poderá deixar para a sucessora.
Certamente que a renúncia fiscal e as despesas de caráter continuado trarão impacto 
sobre a Receita Corrente Líquida e sobre o Resultado Primário, e o administrador deverá ob-
servar a coerência entre as ações planejadas e os resultados pretendidos.
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4.3. anExo dE rIscos FIscaIs da Ldo
O Anexo de Riscos Fiscais, outra inovação da LRF a constarda LDO, destaca aqueles fatos 
que poderão impactar nos resultados fiscais (contas públicas) estabelecidos para o exercício 
e informando as providências a serem tomadas, caso ocorram. Veja um exemplo hipotético 
abaixo:
Exemplo:
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Exemplo:
Para exemplificar, cito as sentenças judiciais, que podem a qualquer momento gerar uma 
despesa inesperada, se não houver uma reserva para esse tipo de contingência. O reconhe-
cimento de uma despesa potencial corresponderá a um novo elemento a ser avaliado nas 
metas propostas no Anexo de Metas Fiscais.
Os riscos fiscais englobam os riscos orçamentários e os riscos da dívida.
Os Riscos Fiscais Orçamentários estão relacionados à possibilidade de que as receitas 
e despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária anual não venham a se 
confirmar durante o exercício financeiro, enquanto os Riscos Fiscais da Dívida estão direta-
mente relacionados às flutuações de variáveis macroeconômicas que impactem o endivida-
mento público, tais como taxa básica de juros, variação cambial e inflação.
Para a LDO da União, a LRF determina a definição dos objetivos macroeconômicos a se-
rem alcançados, deixando clara a metodologia a ser utilizada. Para tanto, em anexo específico 
(além dos demais anexos propostos), serão apresentados os parâmetros e as projeções refe-
rentes à arrecadação de tributos, aos gastos com investimentos, às transferências etc. Além 
disso, a União deverá apresentar, na sua LDO, a previsão de inflação para o exercício seguinte.
Guarde a ideia de que a LRF elegeu a LDO como instrumento mais importante para a obten-
ção do equilíbrio nas contas públicas, a partir de um conjunto de metas que, após aprovadas, 
passam a ser compromisso de governo.
4.4. LEI orçamEntárIa anuaL – Loa
Da mesma forma que na LDO, várias alterações também foram introduzidas, pela LRF, na 
sistemática de elaboração do orçamento – Lei Orçamentária Anual (LOA). Dentre as princi-
pais, destacam-se:
•	 o demonstrativo da compatibilidade da programação do orçamento com as metas da 
LDO previstas no respectivo Anexo de Metas Fiscais;
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•	 a previsão da reserva de contingência, em percentual da receita corrente líquida, desti-
nada ao pagamento de restos a pagar e passivos contingentes, além de outros impre-
vistos fiscais;
•	 a LOA deverá apresentar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratu-
al e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da dívida (e suas receitas) demons-
trado de forma separada, tanto na LOA como nas leis de créditos adicionais.
De acordo com o artigo 5º da LRF, a LOA demonstrará que está compatível e adequada ao 
Anexo de Metas Fiscais, tendo ainda, por acompanhamento, o demonstrativo de efeitos sobre 
as receitas e as despesas decorrentes anistias, isenções, subsídios etc.
Nesse caso, a LOA, sendo orientada pela LDO, deve manter os objetivos definidos nesta. 
É o que se observa, ainda, na reserva de contingência, que a LDO deverá prever para o atendi-
mento às despesas previstas no Anexo de Riscos Fiscais.
Questão 4 (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Em relação às disposições da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, julgue o item subsecutivo.
O projeto de lei orçamentária deve demonstrar, em anexo próprio, o cumprimento das metas 
fiscais estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias.
Certo.
Guarde que o projeto de lei orçamentária deve conter, em anexo próprio, demonstrativo 
do cumprimento dos objetivos e metas constantes no Anexo de Metas Fiscais da LDO. Con-
fira:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, 
com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os 
objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º; (Art. 4º A lei de diretrizes 
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orçamentárias atenderá o disposto no § 2º e § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamen-
tárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes 
e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida 
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
Ressalte-se ainda que a dívida pública tem um tratamento especial na LOA. Outro pon-
to relevante na execução da LOA é que os pagamentos de sentenças judiciais (os famosos 
precatórios) deverão identificar os respectivos beneficiados, de forma a evidenciar a ordem 
cronológica da sua ocorrência (visou inibir aquelas absurdas “furadas” de fila).
Em relação à LOA e aos orçamentos (fiscal, da seguridade social e de investimentos), me-
rece destaque aqui o fato de que, no caso de uma empresa estatal considerada dependente, 
a mesma participará do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social, mas não 
participa do Orçamento de Investimentos, diferentemente das chamadas empresas estatais 
não dependentes (independentes) que somente integram o orçamento de investimentos.
5. rEsuLtado nomInaL E rEsuLtado prImárIo
Como vimos, o equilíbrio das contas públicas é a espinha dorsal da LRF. Nesse sentido, já 
sabemos que a LRF orienta acerca do equilíbrio entre receitas e despesas, a limitação de em-
penho e movimentação financeira, a não geração de despesas consideradas não autorizadas, 
irregulares e lesivas ao patrimônio público e os critérios para criação, expansão ou aperfeiço-
amento de ação governamental que acarrete aumento de despesa.
Nessa toada, os conceitos de resultados nominal e primário da LRF estão estabelecidos 
em seu artigo 9º.
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Resultado primário: é a diferença entre receitas e despesas primárias, delas excluídos os 
juros, receitas financeiras (aplicações), receita de privatizações, encargos e o principal da dí-
vida pública (pagos e recebidos) etc.
As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias deduzidas as 
operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicaçõesfinanceiras e retorno de 
operações de crédito (juros e amortizações), o recebimento de recursos oriundos de emprés-
timos concedidos e as receitas de privatizações.
As despesas primárias correspondem ao total das despesas orçamentárias deduzidas as 
despesas com juros e amortização da dívida interna e externa, com a aquisição de títulos de 
capital integralizado e as despesas com concessão de empréstimos com retorno garantido.
Veja um exemplo com números aleatórios:
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Resultado nominal: é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e todas as despe-
sas empenhadas, incluindo os juros e o principal da dívida e ainda acrescentando as receitas 
financeiras.
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O Demonstrativo do Resultado Nominal apresenta a apuração do resultado nominal. Esse 
demonstrativo integra o RREO (Relatório Resumido da Execução Orçamentária) e deverá ser 
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre.
DICA:
O objetivo da apuração do Resultado Nominal é medir a evo-
lução da Dívida Fiscal Líquida.
Bem, em relação ao cumprimento de metas de resultado primário ou nominal, a LRF orien-
ta a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência consti-
tucional do ente.
Visando sempre a responsabilização do titular do Poder ou órgão no que se refere à ges-
tão dos recursos e do patrimônio públicos, a regra matriz do cumprimento de metas de resul-
tado encontra-se nos artigos 14 e 17 da LRF.
O artigo 14 prevê que a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza 
tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do 
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois se-
guintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e ainda a demonstração, pelo 
proponente, de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e 
de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretri-
zes orçamentária.
Já o parágrafo 2º do artigo 17 menciona que os atos que criarem ou aumentarem despesa 
serão acompanhados da comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as 
metas de resultados fiscais.
O cumprimento de metas de resultado pode ser alcançado através do monitoramento 
constante entre a arrecadação de receitas e o dispêndio de recursos. Assim, deve sempre 
ser verificado, ao final de cada bimestre, se a realização da receita comporta a execução das 
despesas fixadas, caso contrário, o cumprimento das metas de resultado primário e nominal 
estaria comprometido.
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Assim, caso seja verificado, ao final de cada bimestre, que a realização da receita poderá 
não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no 
Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos 
montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação 
financeira, segundo os critérios fixados pela LDO.
Amigo(a), chamo a sua atenção para o fato de que o cumprimento das metas de resultado 
primário e nominal é demonstrado no Anexo de Metas Fiscais.
Conforme estabelecido na LRF, os  Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato 
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e 
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
Pode-se observar que a essência da LRF (em termos de resultado) são as metas de resultado 
primário e nominal.
6. ExEcução orçamEntárIa E cumprImEnto dE mEtas
De acordo com o artigo 8º da LRF, até trinta dias após a publicação dos orçamentos (da 
LOA), nos termos em que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a programação fi-
nanceira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Questão 5 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Com relação às técnicas de execução financeira 
e orçamentária, julgue o item seguinte.
A verificação do cumprimento das metas fiscais durante o exercício financeiro depende da 
programação financeira.
Certo.
Guarde que, de acordo com a LRF, a programação financeira serve para verificar o cumpri-
mento das metas fiscais, podendo inclusive gerar limitação de empenho. Confira, com grifos 
nossos:
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Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de di-
retrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo 
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o 
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fis-
cais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, 
nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira.
Importante destacar que, em atendimento ao artigo 8º, parágrafo único da LRF, aqueles 
recursos legalmente vinculados à finalidade específica deverão ser utilizados exclusivamente 
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que 
ocorrer o ingresso.
Questão 6 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Julgue o item, relativo a receita e despesa públi-
cas.
É vedada a utilização de recursos em finalidade distinta da especificada pelo código de fonte 
de recursos.
Certo.
Guarde que, existindo um recurso vinculado a uma finalidade específica, não pode se dar ou-
tra destinação. Confira LRF:
Art. 8º
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclu-
sivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em 
que ocorrer o ingresso.
No que diz respeito aos precatórios, a LRF, em seu artigo 10, dispõe que:
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a execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças ju-
diciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância 
da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.
Por sua vez, o artigo 13 da LRF determina que o Poder Executivo deve, até trinta dias após 
a publicação do orçamento anual, efetuar o desdobramento das receitas em metas bimestrais 
de arrecadação, informando quais medidas serão adotadas para o combate à sonegação, na 
cobrança da dívida ativa e referente aos créditos executáveis pela via administrativa.
Ressalte-se a importância dessa medida, uma vez que tais metas bimestrais de receita servi-
rão de parâmetro para a limitação de empenho e movimentação financeira.
Falando em limitação de empenho e movimentação financeira, o artigo 9º, caput, da LRF 
dispõe que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não com-
portar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no anexo de 
metas fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes 
necessários, nos 30 dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, 
segundo os critérios fixados pela LDO.
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Por seu turno, o artigo 31, § 1º, II, da LRF determina que limitação de empenho também 
será promovida pelo ente que ultrapassar o limite para a dívida consolidada, para que obtenha 
o resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite.
Seguindo essa linha de raciocínio, caso aconteça uma frustração da receita estimada no 
orçamento, deverá ser estabelecida limitação de empenho e movimentação financeira, com o 
objetivo de obter os resultados previstos na LDO e impedir assumir compromissos sem res-
paldo financeiro.
JURISPRUDÊNCIA
Em função de decisão do STF em sede de ADIN, atualmente o Poder Executivo não pode 
limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público caso estes não promo-
vam a limitação no prazo estabelecido no caput do artigo 9º, ou seja, existe a limitação 
de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, mas ela deve ser 
efetuada por ato próprio e não pelo Executivo.
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Importante destacar que a LRF, em seu artigo 9º, § 2º, apresenta despesas que não podem 
sofrer a limitação de empenho, que é o caso das despesas que constituam obrigações cons-
titucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, 
além daquelas ressalvadas pela LDO.
Ainda sobre esse tema, a LRF, em seu artigo 9º, § 1º, dispõem que, caso ocorra o restabe-
lecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empe-
nhos foram limitados ocorrerá de forma proporcional às reduções efetivadas.
Destaque-se ainda que, de acordo com o artigo 65 da LRF, em situações extremas, como 
estado de defesa e/ou de sítio, decretado na forma da Constituição, ou na ocorrência de ca-
lamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assem-
bleias Legislativas, na hipótese dos estados e municípios, enquanto perdurar a situação se-
rão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no 
art. 9º dessa norma.
7. rEcEIta púbLIca
No âmbito da Receita Pública, a LRF dispõe ser requisito essencial da responsabilidade na 
gestão fiscal, a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos da compe-
tência constitucional do Ente.
Fica proibida a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe tal deter-
minação no que se refere aos impostos, ou seja, a vedação quanto às transferências voluntá-
rias se refere apenas aos impostos e não aos tributos, não alcançando, entretanto, as trans-
ferências voluntárias destinadas às ações nas áreas de assistência social, saúde e educação.
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Questão 7 (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Em relação às disposições da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, julgue o item subsecutivo.
�O município que deixar de arrecadar parcela do imposto sobre a propriedade predial e territo-
rial urbana ficará proibido de receber transferências voluntárias da União.
Certo.
Vamos ler o artigo 11 da LRF, com grifos nossos:
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, pre-
visão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Fede-
ração.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe 
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Perceba, portanto, que a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da 
competência constitucional do ente são requisitos essenciais da responsabilidade na gestão 
fiscal, mas a sanção de vedação de recebimento de transferências voluntárias aplica-se so-
mente ao ente que deixar de prever, instituir e arrecadar impostos.
No que tange às previsões de receitas, a LRF, em seu artigo 12, assim dispõe:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos 
das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de 
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últi-
mos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de 
cálculo e premissas utilizadas.
Registre-se ainda que, de acordo com o artigo 13 da LRF, as receitas previstas serão des-
dobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, 
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em separado, quando cabível, das medidasde combate à evasão e à sonegação, da quanti-
dade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do 
montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
7.1. rEcEIta corrEntE LíquIda – rcL
A Receita Corrente Líquida (RCL) representa o total das receitas correntes, diminuídas de 
algumas receitas estabelecidas pela própria LRF. Veja um exemplo hipotético:
Exemplo:
A RCL constitui parâmetro para quase todos os cálculos relacionados à execução orçamentá-
ria, elaboração de relatórios e adequação dos poderes e órgãos aos limites estabelecidos pela 
norma, como no cálculo do limite para as despesas de pessoal, dívida pública, operações de 
crédito e concessão de garantia.
Aí eu sei que você deve estar doido(a) para me perguntar:
Professor, e como se apura a receita corrente líquida?
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Amigo(a), a RCL será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência 
e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades (art. 2º, § 3º, da LRF).
Em outras palavras, a RCL corresponde ao somatório das receitas tributárias, de contri-
buições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e ou-
tras receitas também correntes, deduzidos:
Na União: os valores transferidos aos estados e municípios por determinação constitucio-
nal ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea “a” do inciso I e no inciso II do art. 195 
(relacionadas à seguridade social) e no art. 239 da CF/1988 (PIS, PASEP).
Nos estados: as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional.
Na União, nos estados e nos municípios: a contribuição dos servidores para o custeio do 
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação 
financeira citada no § 9º do art. 201 da CF/1988 (compensação entre os diversos sistemas 
previdenciários).
No DF, no Amapá e em Roraima: recursos transferidos pela União decorrentes da compe-
tência da própria União para organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do 
Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; organizar e manter a 
Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do DF, bem como prestar assis-
tência financeira ao DF para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; e, 
ainda, despesas da União com servidores de ex-territórios Amapá e de Roraima.
Destaque-se ainda que devem ser computados, no cálculo da RCL, os valores pagos e re-
cebidos em decorrência da Lei Complementar n. 87/1996, Lei Kandir, e do fundo previsto pelo 
art. 60 do ADCT – FUNDEB.
Destaque-se também que a RCL será apurada somando-se as receitas arrecadadas no 
mês em referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades. Assim, a apuração da RCL 
é feita durante o período de um ano, não necessariamente coincidente com o ano civil e que 
o mês de referência, ou atual, é o mês imediatamente anterior àquele em que a receita cor-
rente líquida estiver sendo apurada (art. 6º, parágrafo único, da Portaria STN n. 589/01). Por 
exemplo, se a RCL estiver sendo apurada em dezembro, o mês de referência será novembro 
do mesmo ano e assim por diante.
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Lembre-se de que as receitas correntes são, via de regra, aquelas provenientes de arre-
cadações de tributos, contribuições, de aluguéis de prédios públicos, serviços, e de alguma 
outra atividade estatal, ou seja, são as receitas operacionais arrecadadas de forma contínua 
e “quase” permanentes.
Dessa maneira, a LRF, por meio do conceito de RCL, separou as receitas disponíveis a cada 
um dos entes daquelas que eles não têm autonomia para gerenciar, de modo a evitar que o 
ente faça cálculos e determine percentuais em cima de receitas brutas, que na verdade não 
estejam realmente disponíveis.
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7.2. rEnúncIa dE rEcEIta
A concessão indiscriminada dos chamados “incentivos fiscais” (principal arma usada na 
chamada “guerra fiscal”) é prática danosa às finanças de qualquer ente público, e deve estar 
sujeita a regras disciplinadoras.
De acordo com o artigo 14, § 1º, da LRF, a renúncia de receitas compreende anistia, re-
missão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de 
alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou 
contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
A partir da vigência da LRF, tais iniciativas deverão atender, não só ao que dispuser a LDO, 
mas também aos seguintes requisitos:
•	 Estimar o impacto orçamentário financeiro no exercício inicial de sua vigência e nos 
dois seguintes;
•	 Demonstrar que a renúncia delas decorrente foi considerada ao se estimar a receita do 
orçamento e que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na LDO;
•	 Prever medidas de compensação nos três exercícios já referidos, podendo ser através 
de: elevação de alíquota, ampliação da base de cálculo ou novos tributos ou contribui-
ções, sendo que nos dois últimos casos o benefício só entrará em vigor após a ocor-
rência do aumento da receita.
Questão 8 (CESPE/IPHAN/AUXILIAR/2018) Em relação ao orçamento público e seus pre-
ceitos, julgue o item.
Isenções e anistias financeiras podem ser concedidas pela União, desde que seus efeitos 
sejam apresentados em demonstrativos que acompanhem o projeto de lei orçamentária sub-
metido à apreciação legislativa.
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Certo.
De acordo com a LRF, isenções e anistias são tipos de renúncia de receita. Veja:
Art.  14. §  1º  A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão 
de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que im-
plique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a 
tratamento diferenciado.
Nessa toada, o inciso II do art. 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal confirma o que nos 
traz a assertiva. Confira com grifos nossos:
Art. 5º O projeto de lei orçamentáriaanual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, 
com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os 
objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;
II  – será acompanhado  do documento a que se refere o §  6º do art.  165 da Constituição, bem 
como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias 
de caráter continuado;
Exemplo:
Essas medidas deverão observar, ainda, o princípio da anterioridade, nos termos do Códi-
go Tributário Nacional.
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Guarde que estão isentos das restrições acima apenas os cancelamentos de débitos em 
valor inferior aos seus custos de cobrança, assim como as alterações das alíquotas dos tri-
butos de natureza extrafiscal (II, IE, IPI, IOF).
Ainda a respeito da renúncia de receitas, lembre-se que, de acordo com artigo 5º, II, da 
LRF, o projeto de LOA, elaborado de forma compatível com o PPA e com a LDO será acom-
panhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente 
de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e 
creditícia, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de 
despesas obrigatórias de caráter continuado.
8. dEspEsa púbLIca – partE 1
8.1. gEração da dEspEsa
Podemos entender geração de despesa como aquele aumento de despesa por meio de 
criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental.
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A regra básica da LRF para todo e qualquer aumento de despesa pode ser assim traduzida: 
toda e qualquer despesa que não esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamen-
tário-financeiro nos três primeiros exercícios de sua vigência, da sua adequação (declarada 
pelo Ordenador da despesa) orçamentária e financeira com a LOA, e compatibilidade com o 
PPA e a LDO e, no caso de despesa obrigatória de caráter continuado, de suas medidas com-
pensatórias, é considerada não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público.
Questão 9 (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Em relação às disposições da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, julgue o item subsecutivo.
Caso decida expandir a ação governamental sob sua responsabilidade, o gestor poderá em-
penhar as despesas relacionadas à expansão, mas a liquidação e o pagamento dessas des-
pesas somente poderão ser realizados depois da apresentação da estimativa de impacto or-
çamentário e financeiro e da declaração de compatibilidade das despesas.
Errado.
Guarde que o empenho, a liquidação e o pagamento das despesas somente poderão ser 
realizados depois da apresentação da estimativa de impacto orçamentário e financeiro e 
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da declaração de compatibilidade das despesas, e não somente a liquidação e pagamento, 
como consta na assertiva. Confira o artigo 16, incisos I e II e seu § 4º da LRF:
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da 
despesa será acompanhado de:
I – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos 
dois subsequentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e finan-
ceira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretri-
zes orçamentárias.
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:
I – empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;
II – desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição.
Note que a despesa precisa estar adequada à LOA e compatível com o PPA e a LDO.
Cuidado com um eventual trocadilho de palavras!
Uma despesa é adequada à LOA quando dispõe de dotação específica e suficiente, ou que 
esteja abrangida por crédito genérico, de forma que, somadas todas as despesas da mesma 
espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados 
os limites estabelecidos para o exercício.
Podemos dizer que uma despesa é compatível com PPA e LDO quando está de acordo com 
as diretrizes, objetivos, prioridades e metas neles previstos e não contrarie suas disposições.
Essa norma é condição prévia, não só para a aquisição de bens, serviços e obras, como 
também para a desapropriação de imóveis urbanos, que, de acordo com a Constituição, de-
verá ser paga em dinheiro.
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8.2. dEspEsa obrIgatórIa dE carátEr contInuado – docc
A DOCC (Despesa Obrigatória de Caráter Continuado) é a despesa corrente derivada de lei, 
medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de 
sua execução por um período superior a dois exercícios financeiros.
DICA:
A LRF considerou que as DOCCs são despesas com maior po-
tencial ofensivo ao equilíbrio das contas públicas. Logo, de-
vem ser objeto de maior rigor para serem contraídas.
A despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente:
•	 derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo; e
•	 geradora de obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.
Guarde estes cinco pontos relevantes para que seja possível a criação ou aumento das 
DOCCs:
1) os atos que criarem as despesas ou as aumentarem devem estar acompanhados de 
estimativas do impacto orçamentário-financeiro, no exercício que deva entrar em vigor e nos 
dois subsequentes.
2) deve ser demonstrada a origem dos recursos para seu custeio.
3) comprovar que a criação ou o aumento da despesa não afetará as metas de resultados 
fiscais previstas no anexo de metas fiscais da LDO.
4) apresentar as premissas e metodologia de cálculo utilizadas e a compatibilidade da 
despesa com as demais normas do PPA e da LDO.
5) compensar seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo aumento permanente 
de receita ou pela redução permanente de despesa.
Ao se criar uma despesa obrigatória de caráter continuado, o poder público deverá inserir,

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