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CURSO DE FILOSOFIACURSO DE FILOSOFIA
AULAS 01 e 02
CURSO DE SOCIOLOGIACURSO DE SOCIOLOGIA
AULAS 01 e 02
CURSO DE FILOSOFIA
Aulas no. s 01 e 02 FILOSOFIA E MITO
Primeiramente, vejamos o que se entende por 
“mito”:
Mito são narrativas utilizadas pelos povos 
gregos antigos para explicar fatos da realidade 
e fenômenos da natureza, as origens do mundo 
e do homem, que não eram compreendidos 
por eles. Diante da desordem do mundo, os 
mitos cumprem uma função esclarecedora e 
ao mesmo tempo prescritiva, direcionando as 
condutas. As narrativas de Homero, como A 
Íliada e a Odisseia, cantadas pelos aedos, e 
Hesíodo, como a Teogonia e Dos trabalhos e 
dos Dias, além das peças teatrais (tragédias) 
e também de Sófocles, como Édipo Rei, 
apresentam os mitos gregos e seu papel de 
explicação e ordenação do mundo. 
Pode-se dizer sobre os mitos:
– são genealogias que concebem o 
nascimento ordenado dos seres; são discursos 
que buscam o princípio que causa e ordena 
tudo que existe.
– é o relato de algo fabuloso que afirmam ter 
ocorrido em um passado remoto e impreciso, 
em geral grandes feitos apresentados como 
fundamento e começo da história de dada 
comunidade.
– É um modo de expressar determinadas 
verdades que fogem ao raciocínio, sendo, 
com frequência, algo mais do que uma opinião 
provável ao exprimir o vir-a-ser.
Agora veja como os vestibulares já trabalharam 
esse tema: 
01. (UEMA) – Leia a fábula de La Fontaine, uma possí-
vel explicação para a expressão – “o amor é cego”. 
 No amor tudo é mistério: suas flechas e sua 
aljava, sua chama e sua infância eterna. Mas por 
que o amor é cego? Aconteceu que num certo dia 
o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda 
não era cego. Surgiu entre eles um desentendimento 
qualquer. Pretendeu então o Amor que se reunisse 
para tratar do assunto o conselho dos deuses. 
Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada 
tão violenta que lhe privou da visão. Vênus, mãe e 
mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos. 
Diante de Júpiter, de Nêmesis – a deusa da vingança 
– e de todos os juízos do inferno, Vênus exigiu que 
aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia 
ficar cego. Depois de estudar detalhadamente 
o caso, a sentença do supremo tribunal celeste 
consistiu em declarar a loucura a servir de guia ao 
Amor. 
Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. 
In: Os melhores contos de loucura. Flávio Moreira da Costa 
(Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. 
A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses 
para uma realidade humana. Esse tipo de explicação 
classifica-se como 
a) estética. 
b) filosófica. 
c) mitológica. 
d) científica. 
e) crítica. 
CURSO DE FILOSOFIA
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02. (UNESP – SP) – Aedo e adivinho têm em comum 
um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram 
de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para 
a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira 
mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as rea-
lidades que escapam ao olhar humano. Sua visão 
particular age sobre as partes do tempo inacessí-
veis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, 
o que ainda não é. 
Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 
1990. Adaptado.
O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, 
entre outros aspectos, 
a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela 
transmissão oral das tradições, dos mitos e da 
memória. 
b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente 
nos períodos de seca ou de infertilidade da terra. 
c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia 
a difusão dos cultos aos deuses da tradição clás-
sica. 
d) a forma como a história era escrita e lida entre os 
povos da península balcânica. 
e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e re-
forçar o isolamento e a autonomia em que viviam. 
03. (UEL – PR) – “Zeus ocupa o trono do universo. Ago-
ra o mundo está ordenado. Os deuses disputaram 
entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim 
no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tárta-
ro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o 
que acontece com eles? Quem são eles?”
(VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. 
Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2000. p. 56.)
O texto acima é parte de uma narrativa mítica. 
Considerando que o mito pode ser uma forma de 
conhecimento, assinale a alternativa correta.
a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos 
e científicos de comprovação.
b) O conhecimento mítico segue um rigoroso pro-
cedimento lógico-analítico para estabelecer suas 
verdades.
c) As explicações míticas constroem-se, de maneira 
argumentativa e autocrítica.
d) O mito busca explicações definitivas acerca do 
homem e do mundo, e sua verdade independe 
de provas.
e) A verdade do mito obedece a regras universais 
do pensamento racional, tais como a lei de não-
contradição.
04. (UEL – PR) – As lendas sempre foram alicerces 
para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tri-
butavam suas origens aos heróis que protagonizam 
a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rô-
mulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no 
relato do historiador Tito Livio.
Essas explicações lendárias:
a) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justi-
ficando alguma condição ou ação posterior dos 
homens.
b) Sempre se basearam em acontecimentos reais, 
com o único propósito de explicar o passado.
c) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, 
não possuem vínculos com seu passado lendá-
rio, denominado idade das trevas.
d) Afirmam uma reação inconsciente de todos os 
povos, que tem por fundamento o ideal religioso, 
desligado de qualquer interesse político.
e) São apenas formas artísticas ou literárias inde-
pendentes dos interesses políticos, por serem 
estéticas.
05. (UFU – MG) – A atividade intelectual que se instalou 
na Grécia a partir do séc. VI a. C. está substancial-
mente ancorada num exercício especulativo-racio-
nal. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica 
(porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e 
isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um 
comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico 
e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: 
EDIPUCRS, 1998, p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a 
filosófica, na Grécia, assinale a alternativa correta.
a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão 
típica de um intelecto primitivo, próprio de socie-
dades selvagens.
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como 
base da sua especulação teórica e adotando a 
sua metodologia.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio 
importante de difusão e manutenção de um saber 
prático fundamental para a vida cotidiana.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões 
culturais típicas de uma mentalidade filosófica 
elaborada, crítica e radical, baseada no logos.
CURSO DE FILOSOFIA
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Agora vejamos a diferença entre mito e filosofia:
Com o desenvolvimento da pólis, nos séculos V e 
IV a. C., as explicações dos mitos foram se tornando 
insuficientes para explicar as novas relações sociais, 
políticas e econômicas da vida dos gregos. A filosofia 
é, portanto, uma nova ordem de pensamento, 
buscando ordenar a vida e o cosmos com base na 
racionalidade – comum a todos os seres humanos –, 
evitando contradições e fantasias. Os primeiros 
filósofos tentam definir uma origem da natureza à 
partir da própria natureza, sem recorrer aos deuses e 
ao imaginário. Apesar disso, não houve uma oposição 
clara entre mito e filosofia. Esta, aos poucos, vai se 
destacando daquela, superando-a, mas convivendo 
no mesmo contexto. A filosofia vai se tornar o legado 
mais importante dos gregos ao mundo. 
– Para os gregos antigos, a palavra mito (mythos) 
significa narrativa, é a palavra que narra a origem 
dos deuses, do mundo, dos homens, da comunidade 
humana e da vida do grupo social.
– A linguagem para os gregos antigos tem duas 
formas de expressão: o mythos e o lógos. O mythos 
desenvolve a palavra mágicae encantatória; o lógos, 
a linguagem como poder de conhecimento racional.
E acompanhe como os vestibulares exploraram o 
tema:
06. (UEG) – A cultura grega marca a origem da civiliza-
ção ocidental e ainda hoje podemos observar sua 
influência nas ciências, nas artes, na política e na 
ética. Dentre os legados da cultura grega para o 
Ocidente, destaca-se a ideia de que 
a) a natureza opera obedecendo a leis e princípios 
necessários e universais que podem ser plena-
mente conhecidos pelo nosso pensamento. 
b) nosso pensamento também opera obedecendo 
a emoções e sentimentos alheios à razão, mas 
que nos ajudam a distinguir o verdadeiro do falso. 
c) as práticas humanas, a ação moral, política, as 
técnicas e as artes dependem do destino, o que 
negaria a existência de uma vontade livre. 
d) as ações humanas escapam ao controle da ra-
zão, uma vez que agimos obedecendo aos instin-
tos como mostra hoje a psicanálise. 
07. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir e responda à 
próxima questão.
 De onde vem o mundo? De onde vem o 
universo? Tudo o que existe tem que ter um começo. 
Portanto, em algum momento, o universo também 
tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. 
Mas, se o universo de repente tivesse surgido de 
alguma outra coisa, então essa outra coisa também 
devia ter surgido de alguma outra coisa algum dia. 
Sofia entendeu que só tinha transferido o problema 
de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa 
tinha de ter surgido do nada. Existe uma substância 
básica a partir da qual tudo é feito? A grande questão 
para os primeiros filósofos não era saber como tudo 
surgiu do nada. O que os instigava era saber como 
a água podia se transformar em peixes vivos, ou 
como a terra sem vida podia se transformar em 
árvores frondosas ou flores multicoloridas.
Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João 
Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 43-44.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre 
o surgimento da filosofia, assinale a alternativa 
correta. 
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fe-
nômenos e as transformações da natureza e por-
que a vida é como é, tendo como limitador e prin-
cípio de verdade irrefutável as histórias contadas 
acerca do mundo dos deuses. 
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a 
convicção de que havia alguma substância 
básica, uma causa oculta, que estava por trás de 
todas as transformações na natureza e, a partir 
da observação, buscavam descobrir leis naturais 
que fossem eternas. 
c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus 
sistemas de pensamento por volta do século VI 
a. C. partiram da ideia unânime de que a água 
era o princípio original do mundo por sua enorme 
capacidade de transformação. 
d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem 
homérica do mundo e reforçou o antropomorfis-
mo do mundo dos deuses em detrimento de uma 
explicação natural e regular acerca dos primeiros 
princípios que originam todas as coisas. 
e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, 
Anaxímenes e Heráclito, há um princípio originá-
rio único denominado o ilimitado, que é a repro-
dução da aparência sensível que os olhos huma-
nos podem observar no nascimento e na degene-
ração das coisas. 
CURSO DE FILOSOFIA
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08. (UEG) – O ser humano, desde sua origem, em sua 
existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, 
recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juí-
zos de fato e de valor por meio dos quais procura 
orientar seu comportamento teórico e prático. Entre-
tanto, houve um momento em sua evolução históri-
co-social em que o ser humano começa a conferir 
um caráter filosófico às suas indagações e perple-
xidades, questionando racionalmente suas crenças, 
valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar 
que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem 
e que, por meio da elaboração dos sentimentos, 
das percepções e dos anseios humanos, procura 
consolidar nossas crenças e opiniões. 
b) existe desde que existe o ser humano, não ha-
vendo um local ou uma época específica para 
seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que 
mesmo a mentalidade mítica é também filosófica 
e exige o trabalho da razão. 
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dog-
mas e as certezas cotidianas que nos são impos-
tos pela tradição e pela sociedade, visando edu-
car o ser humano como cidadão. 
d) surge quando o ser humano começa a exigir pro-
vas e justificações racionais que validam ou inva-
lidam suas crenças, seus valores e suas práticas, 
em detrimento da verdade revelada pela codifica-
ção mítica. 
09. (UEG) – O surgimento da filosofia entre os gregos 
(Séc. VII a. C.) é marcado por um crescente proces-
so de racionalização da vida na cidade, em que o 
ser humano abandona a verdade revelada pela co-
dificação mítica e passa a exigir uma explicação ra-
cional para a compreensão do mundo humano e do 
mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega 
para o Ocidente, destaca-se: 
a) a concepção política expressa em A República, 
de Platão, segundo a qual os mais fortes devem 
governar sob um regime político oligárquico. 
b) a criação de instituições universitárias como a 
Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. 
c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos 
como legado a recusa de uma fé inabalável na ra-
zão humana e a crença de que sempre devemos 
acreditar nos sentimentos. 
d) a recusa em apresentar explicações preestabe-
lecidas mediante a exigência de que, para cada 
fato, ação ou discurso, seja encontrado um fun-
damento racional. 
10. (UNB) – No início do século XX, estudiosos esforça-
ram-se em mostrar a continuidade, na Grécia Antiga, 
entre mito e filosofia, opondo-se a teses anteriores, 
que advogavam a descontinuidade entre ambos. 
 A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não 
foi entendida univocamente. Alguns estudiosos, como 
Cornford e Jaeger, consideraram que as perguntas 
acerca da origem do mundo e das coisas haviam sido 
respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, 
dado que os primeiros filósofos haviam suprimido os 
aspectos antropomórficos e fantásticos dos mitos. 
 Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando 
certa continuidade entre mito e filosofia, criticou seus 
predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia 
apenas afirmava, de outra maneira, o mesmo que o 
mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da 
filosofia em relação ao mito foi retomada. 
Considerando o breve histórico acima, concernente 
à relação entre o mito e a filosofia nascente, assinale 
a opção que expressa, de forma mais adequada, 
essa relação na Grécia Antiga. 
a) O mito é a expressão mais acabada da religiosi-
dade arcaica, e a filosofia corresponde ao adven-
to da razão liberada da religiosidade. 
b) O mito é uma narrativa em que a origem do mun-
do é apresentada imaginativamente, e a filosofia 
caracteriza-se como explicação racional que re-
toma questões presentes no mito. 
c) O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico 
e irracional, e a filosofia, também fundamentada 
no rito, corresponde ao surgimento da razão na 
Grécia Antiga. 
d) O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída 
a origem do ser, e a filosofia descreve a origem 
do ser a partir do dilema insuperável entre caos 
e medida. 
11. (UNICENTRO – PR) – A passagem do Mito ao Lo-
gos na Grécia antiga foi fruto de um amadurecimen-
to lento e processual. Por muito tempo, essas duas 
maneiras de explicação do real conviveram sem 
que se traçasse um corte temporal mais preciso. 
Com base nessa afirmativa, é correto afirmar: 
a) O modo de vida fechado do povo grego facilitou a 
passagem do Mito ao Logos. 
b) A passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi res-
ponsabilidade dos tiranos de Siracusa. 
c) A economia grega estava baseada na industrializa-
ção, e isso facilitou a passagem do Mito ao Logos. 
d) O povo grego antigo, nas viagens, se encontrava 
com outros povos com as mesmas preocupações 
e culturas, o que contribuiu para a passagem do 
Mitoao Logos. 
CURSO DE FILOSOFIA
5
e) A atividade comercial e as constantes viagens 
oportunizaram a troca de informações/conheci-
mentos, a observação/assimilação dos modos 
de vida de outros povos, contribuindo, assim, de 
modo decisivo, para a construção da passagem 
do Mito ao Logos. 
12. (IFSP) – Comparando-se mito e filosofia, é correto 
afirmar o seguinte: 
a) A autoridade do mito depende da confiança inspi-
rada pelo narrador, ao passo que a autoridade da 
filosofia repousa na razão humana, sendo inde-
pendente da pessoa do filósofo. 
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da 
explicação de realidades passadas a partir da 
interação entre forças naturais personalizadas, 
criando um discurso que se aproxima do da 
história e se opõe ao da ciência. 
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma expli-
cação parcial da realidade, limitando-se ao uni-
verso da cultura grega, a filosofia tem um caráter 
universal, buscando respostas para as inquieta-
ções de todos os homens. 
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades 
absolutas e são, em essência, faces distintas do 
mesmo processo de conhecimento que culminou 
com o desenvolvimento do pensamento científico. 
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita 
contradições ou fabulações, admitindo apenas 
explicações que possam ser comprovadas pela 
observação direta ou pela experiência. 
13. (UEL – PR) – “Há, porém, algo de fundamental-
mente novo na maneira como os Gregos puseram 
a serviço do seu problema último – da origem e es-
sência das coisas – as observações empíricas que 
receberam do Oriente e enriqueceram com as suas 
próprias, bem como no modo de submeter ao pen-
samento teórico e casual o reino dos mitos, fundado 
na observação das realidades aparentes do mundo 
sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.”
Fonte: JAEGER, W.Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 
3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto 
afirmar:
a) Em que pese ser considerada como criação dos 
gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o 
influxo da religião e apenas posteriormente chega 
à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em rela-
ção aos mitos, representando uma nova forma de 
pensamento plenamente racional desde as suas 
origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se 
desvincula dos mitos de forma gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação 
de interdependência, uma vez que o pensamento 
filosófico necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava res-
postas para problemas que até hoje são objeto 
da pesquisa filosófica.
14. (UEL – PR) – Ainda sobre o mesmo tema, é correto 
afirmar que a filosofia:
a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasa-
mento na realidade sensível, e em oposição aos 
mitos gregos.
b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de 
forma racional, formulando hipóteses lógico-ar-
gumentativas.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetan-
do qualquer prova da existência de alguma força 
divina.
d) Desprezou os conhecimentos produzidos por ou-
tros povos, graças à supremacia cultural dos gre-
gos.
e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve 
suas teses endossadas pela força da tradição.
15. (UEL – PR) – Segundo Marilena Chauí, “a filosofia 
surge quando alguns gregos, admirados e espanta-
dos com a realidade, insatisfeitos com as explica-
ções que a tradição lhes dera, começaram a fazer 
perguntas e buscar respostas para elas”. 
(Convite a Filosofia. 4. ed., Atica, 1995, p. 23).
É legado da Filosofia grega para o Ocidente europeu:
a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro, à feli-
cidade e à justiça, indicando que a humanidade 
não age caoticamente.
b) A preocupação com a continuidade entre a vida 
e a morte, através da prática de embalsamento e 
outros cuidados funerários.
c) A criação da dialética, fundamentada na luta de 
classes, como forma de explicação sociológica 
da realidade humana.
d) O nascimento das ciências humanas, implicando 
conhecimentos autônomos e compartimentados.
e) A produção de uma concepção de historia linear, 
que tratava dos fins últimos do homem e da reali-
zação de um projeto divino.
CURSO DE FILOSOFIA
6
16. (UEL – PR) – “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter 
positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada 
existe que não seja natureza, physis. Os homens, 
a divindade, o mundo formam um universo unifica-
do, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as 
partes ou os aspectos de uma só e mesma physis 
que põem em jogo, por toda parte, as mesmas for-
ças, manifestam a mesma potência de vida. As vias 
pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e 
organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteli-
gência humana: a natureza não operou ‘no começo’ 
de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, 
quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou 
quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais 
grossas se isolam e se reúnem.”
(VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. 
Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 
2002. p. 110.)
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a) Para explicar o que acontece no presente é preci-
so compreender como a natureza agia “no come-
ço”, ou seja, no momento original.
b) A explicação para os fenômenos naturais pressu-
põe a aceitação de elementos sobrenaturais.
c) O nascimento, a diversidade e a organização dos 
seres naturais têm uma explicação natural e esta 
pode ser compreendida racionalmente.
d) A razão é capaz de compreender parte dos fenô-
menos naturais, mas a explicação da totalidade 
dos mesmos está além da capacidade humana.
e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe 
uma multiplicidade de explicações e nem todas 
estas explicações podem ser racionalmente com-
preendidas.
17. (UEL – PR) – “Mais que saber identificar a natureza 
das contribuições substantivas dos primeiros filó-
sofos é fundamental perceber a guinada de atitude 
que representam. A proliferação de óticas que dei-
xam de ser endossadas acriticamente, por força da 
tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais 
merece ser destacado entre as propriedades que 
definem a filosoficidade.”
(OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a 
invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)
Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de 
atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos 
primeiros filósofos.
a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais 
relativas aos acontecimentos naturais.
b) A discussão crítica das ideias e posições, que po-
dem ser modificadas ou reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, 
que pudesse substituir a verdade imposta pela 
religião.
d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” 
como fundamentos para o conhecimento.
e) A desconfiança na capacidade da razão em virtu-
de da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.
18. (UEL – PR) – Sobre a passagem do mito à filosofia, 
na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de 
seus componentes, já contêm características 
essenciais da compreensão de mundo grega 
que, posteriormente, se revelaram importantes 
para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da 
filosofia, já se evidencia na própria religiosidade 
grega, na medida em que nem homens nem 
deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os 
entende movidos por sentimentos similares aos dos 
homens, contribuiu para o processo de racionalização 
da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do 
pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao 
pensamento filosófico, devido à assimilação 
que os gregos fizeram da sabedoria dos povos 
orientais, sabedoria esta desvinculada de 
qualquer base religiosa.
Estão corretas apenas asafirmativas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
19. (UEL – PR) – Os poemas de Homero serviram de 
alimento espiritual aos gregos, contribuindo de for-
ma essencial para aquilo que mais tarde se desen-
volveria como filosofia. Em seus poemas, a harmo-
nia, a proporção, o limite e a medida, assim como a 
presença de questionamentos acerca das causas, 
dos princípios e do porquê das coisas se faziam pre-
sentes, revelando depois uma constante na elabo-
ração dos princípios metafísicos da filosofia grega. 
(Adaptado de: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. 
v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: 
Loyola, 1994. p. 19. )
Com base no texto e nos conhecimentos acerca 
das características que marcaram o nascimento da 
filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir.
I. A política, enquanto forma de disputa oratória, 
contribuiu para formar um grupo de iguais, os 
cidadãos, que buscavam a verdade pela força 
da argumentação.
II. O palácio real, que centralizava os poderes 
militar e religioso, foi substituído pela Ágora, 
espaço público onde os problemas da pólis eram 
debatidos.
CURSO DE FILOSOFIA
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III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos 
ditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula 
justa, passando a ser veículo do debate e da 
discussão.
IV. A expressão filosófica é tributária do caráter 
pragmático dos gregos, que substituíram a 
contemplação desinteressada dos mitos pela 
técnica utilitária do pensar racional.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
20. (UEM – PR) – O homem tem necessidade de conhe-
cer e de explorar o meio em que vive. O senso co-
mum, o bom senso, a arte, a religião, a filosofia e a 
ciência são formas de saber que auxiliam o homem 
a entender o mundo e a orientar suas ações.
Assinale o que for correto.
01) O senso comum é o conhecimento adquirido por 
exigências da vida cotidiana; fornece condições 
para o agir, todavia é um conjunto de concep-
ções fragmentadas, recebidas sem crítica e, 
muitas vezes, incoerentes, tornando-se, assim, 
fonte de preconceitos.
02) O bom senso, ao contrário do senso comum, 
apresenta-se como uma elaboração refletida e 
coerente do saber; em vez da aceitação cega 
de determinações alheias, pelo bom senso o 
sujeito livre e crítico questiona os valores es-
tabelecidos, e decide pelo que se revela mais 
sensato ou plausível.
03) A ciência caracteriza-se como um sistema de 
conhecimentos, expressos em proposições ge-
rais e objetivas sobre a realidade empírica; é 
um conhecimento construído por um processo 
de raciocínio rigoroso e metodicamente condu-
zido, baseado na experiência, permitindo expli-
car, prever e atuar sobre os fenômenos.
04) Religião e filosofia são duas formas antagônicas 
de interpretação da realidade; a filosofia, uni-
camente com o raciocínio lógico-formal, busca 
entender apenas o mundo natural e o humano; 
a religião ocupa-se apenas da razão.
05) O conhecimento filosófico caracteriza-se como 
um saber elucidativo, crítico e especulativo; 
como elucidativo, visa a esclarecer e a delimitar 
conceitos e problemas; como crítico, nada acei-
ta sem exame prévio e reflexão; como especu-
lativo, assume a atitude teórica e globalizadora, 
que envolve os problemas em uma visão total.
21. (UEM – PR) – “Os antigos, ou melhor, os 
antiquíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição 
a nós outros seus descendentes, na forma do 
mito, que os astros são Deuses e que o divino 
abrange toda a natureza... Costuma-se dizer que 
os Deuses têm forma humana, ou se transformam 
em semelhantes a outros seres viventes... Porém, 
pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o 
essencial, isto é, se acreditou que as substâncias 
primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto 
foi dito por inspiração divina ...” 
(Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, 
O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p. 13).
Com base nesse excerto e no seu conhecimento 
sobre a questão da origem da filosofia, assinale o 
que for correto.
01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indaga-
vam sobre a origem e a formação do universo; 
e as respostas a esse problema eram ofereci-
das sob a forma de mito, isto é, por meio de 
uma narrativa alegórica que descreve a origem 
ou a condição de alguma coisa, reportando a 
um passado imemorial.
02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do 
mundo coincidindo com o nascimento dos 
deuses; as forças e os domínios cósmicos 
não surgem como pura natureza, mas sim 
como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o 
Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por 
segregação, ora pela intervenção de Eros, 
princípio que aproxima os opostos.
03) Os primeiros filósofos gregos buscaram 
descobrir o princípio (arché) originário de 
todas as coisas, o elemento ou a substância 
constitutiva do universo; elaborando uma 
cosmologia, não se contentavam com doutrinas 
divinamente inspiradas, mas tentavam 
compreender racionalmente o cosmo.
04) Os gregos foram pouco originais no exercício 
do pensamento crítico racional; apropriaram-
se das conquistas científicas e do patrimônio 
cultural de civilizações orientais com mínimas 
alterações.
05) É tese hoje bastante aceita que o nascimento 
da filosofia na Grécia não foi um “milagre” reali-
zado por um povo privilegiado, mas a culmina-
ção de um processo lento, tributário de um pas-
sado mítico, e influenciado por transformações 
políticas, econômicas e sociais.
CURSO DE FILOSOFIA
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22. (UEG) – O surgimento da filosofia entre os gregos 
(Séc. VII a. C.) é marcado por um crescente proces-
so de racionalização da vida na cidade, em que o 
ser humano abandona a verdade revelada pela co-
dificação mítica e passa a exigir uma explicação ra-
cional para a compreensão do mundo humano e do 
mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega 
para o Ocidente, destaca-se:
a) a concepção política expressa em A República, 
de Platão, segundo a qual os mais fortes devem 
governar sob um regime político oligárquico.
b) a criação de instituições universitárias como a 
Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles.
c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos 
como legado a recusa de uma fé inabalável na ra-
zão humana e a crença de que sempre devemos 
acreditar nos sentimentos.
d) a recusa em apresentar explicações preestabe-
lecidas mediante a exigência de que, para cada 
fato, ação ou discurso, seja encontrado um fun-
damento racional.
23. (UEG) – O ser humano, desde sua origem, em sua 
existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, 
recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juí-
zos de fato e de valor por meio dos quais procura 
orientar seu comportamento teórico e prático. Entre-
tanto, houve um momento em sua evolução históri-
co-social em que o ser humano começa a conferir 
um caráter filosófico às suas indagações e perple-
xidades, questionando racionalmente suas crenças, 
valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar 
que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem 
e que, por meio da elaboração dos sentimentos, 
das percepções e dos anseios humanos, procura 
consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não ha-
vendo um local ou uma época específica para 
seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que 
mesmo a mentalidade mítica é também filosófica 
e exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dog-
mas e as certezas cotidianas que nos são impos-
tos pela tradição e pela sociedade, visando edu-
car o ser humano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir pro-
vas e justificações racionais que validam ou inva-
lidam suas crenças, seus valores e suas práticas, 
em detrimento da verdade revelada pela codifica-
ção mítica.
24. (UEM – PR) – “A filosofia surgiu quando alguns 
gregos, admirados e espantados com a realidade, 
insatisfeitos com as explicações que a tradição 
lhes dera,começaram a fazer perguntas e buscar 
respostas para elas, demonstrando que o mundo e 
os seres humanos, os acontecimentos materiais e 
as ações dos seres humanos podem ser conhecidos 
pela razão humana”
(CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: 
Editora Ática, 2011. p. 32).
Considerando o exposto, assinale o que for correto.
01) A filosofia surgiu na Grécia durante o séc. VI a. C. 
Apesar de seu nascimento ser considerado o 
“milagre grego”, é conhecida a frequentação de 
Atenas por outros sábios que viveram no século 
VI a. C., como Confúcio e Lao Tse (provenien-
tes da China), Buda (proveniente da Índia) e 
Zaratustra (proveniente da Pérsia), fazendo da 
filosofia grega uma espécie de comunhão dos 
saberes da Antiguidade.
02) O surgimento da filosofia é coetâneo ao adven-
to da pólis (cidade). Novas estruturas sociais e 
políticas permitiram o desenvolvimento de for-
mas de racionalidade, modificadoras da prática 
do mito.
04) Por serem os únicos filósofos a praticar a retó-
rica, os sofistas representam, indiscutivelmen-
te, o ponto mais alto da filosofia clássica grega 
(séculos V e IV a. C.), ultrapassando Sócrates, 
Platão e Aristóteles.
08) Filósofo é aquele que busca certezas sem ga-
rantias de possuí-las efetivamente. Por essa ra-
zão, o filósofo deseja o conhecimento do mun-
do e das práticas humanas por meio de critérios 
aproximativos e compartilhados (de aceitação 
comum), através do debate.
16) A atividade filosófica pode ser definida, entre 
outras habilidades, pela capacidade de genera-
lização e produção de conceitos, encontrando, 
sob a multiplicidade de objetos do mundo, rela-
ções de semelhança e de identidade.
CURSO DE FILOSOFIA
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25. (UNIOESTE – PR) – “É no plano político que a 
Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, 
constituiu-se e formou-se. A experiência social pode 
tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão 
positiva, porque se prestava, na cidade, a um 
debate público de argumentos. O declínio do mito 
data do dia em que os primeiros Sábios puseram 
em discussão a ordem humana, procuraram defini-
la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis 
a sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número 
e da medida. Assim se destacou e se definiu um 
pensamento propriamente político, exterior a 
religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus 
princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento 
marcou profundamente a mentalidade do homem 
antigo; caracteriza uma civilização que não deixou, 
enquanto permaneceu viva, de considerar a vida 
pública como o coroamento da atividade humana”.
Considerando a citação acima, extraída do livro 
As origens do pensamento grego, de Jean Pierre 
Vernant, e os conhecimentos da relação entre mito 
e filosofia, é incorreto afirmar que
a) os filósofos gregos ocupavam-se das matemáti-
cas e delas se serviam para constituir um ideal de 
pensamento que deveria orientar a vida pública 
do homem grego.
b) a discussão racional dos Sábios que traduziu a 
ordem humana em fórmulas acessíveis a inteli-
gência causou o abandono do mito e, com ele, 
o fim da religião e a decorrente exclusividade do 
pensamento racional na Grécia.
c) a atividade humana grega, desde a invenção da 
política, encontrava seu sentido principalmente 
na vida pública, na qual o debate de argumentos 
era orientado por princípios racionais, conceitos e 
vocabulário próprios.
d) a política, por valorizar o debate público de argu-
mentos que todos os cidadãos podem compreen-
der e discutir, comunicar e transmitir, se distan-
cia dos discursos compreensíveis apenas pelos 
iniciados em mistérios sagrados e contribui para 
a constituição do pensamento filosófico orientado 
pela Razão.
e) ainda que o pensamento filosófico prime pela 
racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o 
declínio do pensamento mitológico, recorreram 
a narrativas mitológicas para expressar suas 
ideias; exemplo disso e o “Mito de Er” utilizado 
por Platão para encerrar sua principal obra, 
A República.
26. (UNICENTRO – PR) – Leia o fragmento de um texto 
pré-socrático:
 “Ainda outra coisa te direi. Não há nascimento 
para nenhuma das coisas mortais, como não há 
fim na morte funesta, mas somente composição e 
dissociação dos elementos compostos: nascimento 
não é mais do que um nome usado pelos homens”.
(EMPÉDOCLES. Apud ARANHA/ MARTINS. 
Filosofando: Introdução à Filosofia. 3ª Ed., São Paulo: Moderna, 
2006 – p. 86.).
A respeito da relação entre mythos e logos (razão) 
no início da filosofia grega, analise as assertivas e 
assinale a alternativa que aponta as corretas.
 I. O fragmento acima denota a “luta de forças” 
opostas na massa dos membros humanos, que 
ora unem-se pelo amor – no início todos os 
membros que atingiram a corporeidade da vida 
florescente –, ora divididos pela força da discór-
dia, erram separados nas linhas da vida. Assim 
ocorre também com todos os outros seres na na-
tureza.
 II. A verdade filosófica apresenta-se no pensamento 
de Empédocles através de uma estrutura lógica 
muito distante da “verdade” expressa nos relatos 
míticos dos gregos arcaicos.
III. Nascimento e morte, no texto de Empédocles, 
são apresentados por meio de representações 
míticas que o filósofo retira de uma tradição reli-
giosa presente ainda em seu tempo. Essas ima-
gens, consequentemente, se transpõem, sem 
deixarem de ser místicas, em uma filosofia que 
quer captar a verdadeira essência da realidade 
física.
IV. O fragmento denota continuidade do pensamen-
to mítico no início da filosofia, pois estão presen-
tes ainda o uso de certas estruturas comuns de 
explicação.
a) Apenas II, III e IV estão corretas. 
b) Apenas I, III e IV estão corretas. 
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Apenas I, II e IV estão corretas.
CURSO DE FILOSOFIA
10
Vamos lembrar os primeiros filósofos e suas 
preocupações:
Tales: ………………………………………. 
Anaximandro: …...………………………… 
Anaxímenes: ……......…………………….. 
Empédocles: ………….……………………
Anaxágoras: ………………………………. 
Leucipo e Demócrito: ...…………………..
Parmênides: ……………………………….
Heráclito: …………………………………….
E como os vestibulares exploraram o tema:
27. (UEL – PR) – “Tales foi o iniciador da filosofia da 
physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de 
um princípio originário único, causa de todas as coi-
sas que existem, sustentando que esse princípio é 
a água. Essa proposta é importantíssima... poden-
do com boa dose de razão ser qualificada como a 
primeira proposta filosófica daquilo que se costuma 
chamar civilização ocidental.” 
(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade 
Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a. C. 
Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-
socráticos. De acordo com o texto, assinale a 
alternativa que expressa o principal problema por 
eles investigado.
a) A ética, enquanto investigação racional do agir 
humano.
b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedi-
mentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da ori-
gem e da ordem do mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e 
sua legislação.
28. (UEL – PR) – “A filosofia grega parece começar 
com uma ideia absurda, com a proposição: a água 
é a origem e a matriz de todas as coisas. Será 
mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? 
Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque 
essa proposição enuncia algo sobre a origem das 
coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem 
e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque 
nela, embora apenas em estado de crisálida, está 
contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada 
em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade 
com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira 
dessa sociedade e no-lo mostra como investigador 
da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se 
torna o primeiro filósofo grego”. 
Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. 
Traduçãode Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova 
Cultural, 1999. p. 43.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales 
e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas 
a seguir.
I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz 
a multiplicidade das coisas e fenômenos a 
um único princípio do qual, todas as coisas e 
fenômenos derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende 
a proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a 
água merece ser levada a sério mostra o aspecto 
filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno do 
problema fundamental da origem da virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas 
corretas é:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV
CURSO DE FILOSOFIA
11
29. (UEM – PR) – Os filósofos pré-socráticos tentaram 
explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas 
do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios 
elementares, os quais seriam a verdadeira natureza 
ou ser de todas as coisas. Assinale o que for correto.
01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aris-
tóteles, teria afirmado “tudo é água”, indicando, 
assim, um princípio material elementar, funda-
mento de toda a realidade.
02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamis-
mo do universo. Afirmou que nada permanece 
o mesmo, tudo muda; que a mudança é a pas-
sagem de um contrário ao outro e que a luta 
e a harmonia dos contrários são o que gera e 
mantém todas as coisas.
03) Parmênides de Eleia afirmou que o ser não 
muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do ser 
do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, 
elaborando uma primeira formulação dos princí-
pios lógicos da identidade e da não-contradição.
04) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram 
pouco significativas para o desenvolvimento 
da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-
socráticos sofreram influência do pensamento 
mítico, e de suas obras apenas restaram frag-
mentos e comentários de autores posteriores.
05) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se 
constitui de átomos, isto é, partículas indivisí-
veis e invisíveis que, movendo-se e agregando-
se no vácuo, formam todas as coisas; geração 
e corrupção consistiriam, respectivamente, na 
agregação e na desagregação dos átomos.
30. (UEL – PR) – No livro Através do espelho e o que Ali-
ce encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz uma frase 
enigmática: “Pois aqui, como vê, você tem de correr o 
mais que pode para continuar no mesmo lugar.”
(CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou por lá. 
Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p. 186.)
Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara 
uma tese também enigmática, segundo a qual o 
movimento é ilusório, pois “numa corrida, o corredor 
mais rápido jamais consegue ultrapassar o mais 
lento, visto o perseguidor ter de primeiro atingir o 
ponto de onde partiu o perseguido, de tal forma que 
o mais lento deve manter sempre a dianteira.”
(ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.; RAVEN, 
J. E.; SCHOFIELD, M. Os Pré-socráticos. 4. ed. Lisboa: 
Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 284.)
Com base no problema filosófico da ilusão do 
movimento em Zenão de Eleia, é correto afirmar que 
seu argumento
a) baseia-se na observação da natureza e de suas 
transformações, resultando, por essa razão, 
numa explicação naturalista pautada pelos sen-
tidos.
b) confunde a ordem das coisas materiais (sensível) 
e a ordem do ser (inteligível), pois avalia o sensí-
vel por condições que lhe são estranhas.
c) ilustra a problematização da crença numa ver-
dadeira existência do mundo sensível, à qual se 
chegaria pelos sentidos.
d) mostra que o corredor mais rápido ultrapassará 
inevitavelmente o corredor mais lento, pois isso 
nos apontam as evidências dos sentidos. 
e) pressupõe a noção de continuidade entre os 
instantes, contida no pressuposto da aceleração 
do movimento entre os corredores.
31. (UFU – MG) – De um modo geral, o conceito de physis 
no mundo pré-socrático expressa um princípio de 
movimento por meio do qual tudo o que existe é ge-
rado e se corrompe. A doutrina de Parmênides, no 
entanto, tal como relatada pela tradição, aboliu esse 
princípio e provocou, consequentemente, um sério 
conflito no debate filosófico posterior, em relação ao 
modo como conceber o ser.
Para Parmênides e seus discípulos:
a) A imobilidade é o princípio do não-ser, na medida 
em que o movimento está em tudo o que existe.
b) O movimento é o princípio de mudança e a pres-
suposição de um não-ser.
c) Um Ser que jamais muda não existe e, portanto, 
é fruto de imaginação especulativa.
d) O Ser existe como gerador do mundo físico, por 
isso a realidade empírica é puro ser, ainda que 
em movimento.
32. (UNCISAL) – O período pré-socrático é o ponto ini-
cial das reflexões filosóficas. Suas discussões se 
prendem a Cosmologia, sendo a determinação da 
physis (princípio eterno e imutável que se encontra 
na origem da natureza e de suas transformações) 
ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal 
contexto, Leucipo e Demócrito afirmam ser a reali-
dade percebida pelos sentidos ilusória. Eles defen-
dem que os sentidos apenas capturam uma realida-
de superficial, mutável e transitória que acreditamos 
ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam 
“as mutações das coisas, no fundo, os elementos 
primordiais que constituem essa realidade jamais se 
alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real 
outra. Para Leucipo e Demócrito a physis é composta
a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e 
o frio.
b) pela água.
c) pelo fogo.
d) pelo ilimitado.
e) pelos átomos.
CURSO DE FILOSOFIA
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33. (ENEM) – 
Texto I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento 
originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que 
outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar 
se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos 
são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar 
por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se 
em água. A água, quando mais condensada, transforma-
se em terra, e quando condensada ao máximo possível, 
transforma-se em pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. 
Rio de Janeiro: PUC – Rio, 2006 (adaptado).
Texto II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, 
como criador de todas as coisas, está no princípio 
do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo 
se nos apresentam, em face desta concepção, as 
especulações contraditórias dos filósofos, para os quais 
o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, 
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga 
Demócrito. Na verdade, dão a impresso de quererem 
ancorar o mundo numa teia de aranha”.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São 
Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos 
desenvolveram teses para explicar a origem do 
universo, a partir de uma explicação racional. As 
teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de 
Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua 
fundamentação teorias que
a) eram baseadas nas ciências da natureza.
b) refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) postulavam um princípio originário para o mundo. 
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as 
coisas.
34. (UFSM) – Sobre o princípio básico da filosofia pré- 
-socrática, é CORRETO afirmar que
a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de 
todos os seres, concluiu que a água era a substân-
cia primordial, a origem única de todas as coisas.
b) Anaximandro, após observar sistematicamente o 
mundo natural, propôs que não apenas a água po-
deria ser considerada arché desse mundo em si e, 
por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo.
c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos 
que o antecederam e concluiu que o princípio de 
todas as coisas não pode ser afirmado, já que tal 
princípio não está ao alcance dos sentidos.
d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou 
terminantementea luta dos contrários como gê-
nese e unidade do mundo, como o quis Catão, 
o antigo.
35. (UENP) – Mario Quintana, no poema “As coisas”, 
traduziu o sentimento comum dos primeiros filóso-
fos da seguinte maneira: “O encanto sobrenatural 
que há nas coisas da Natureza! [...] se nelas algo 
te dá encanto ou medo, não me digas que seja 
feia ou má, é, acaso, singular”. Os primeiros filóso-
fos da antiguidade clássica grega se preocupavam 
com: 
a) Cosmologia, estudando a origem do Cosmos, 
contrapondo a tradição mitológica das narrativas 
cosmogônicas e teogônicas.
b) Política, discutindo as formas de organização da 
polis e estabelecendo as regras da democracia.
c) Ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores e 
da vida virtuosa.
d) Epistemologia, procurando estabelecer as ori-
gens e limites do conhecimento verdadeiro.
e) Ontologia, construindo uma teoria do ser e do 
substrato da realidade.
Sócrates e um novo método de reflexão: a ironia e 
a maiêutica:
36. (UEM – PR) – Sócrates representa um marco 
importante da história da filosofia; enquanto 
a filosofia pré-socrática se preocupava com o 
conhecimento da natureza (physis), Sócrates 
procura o conhecimento indagando o homem.
Assinale o que for correto.
01) Sócrates, para não ser condenado à morte, ne-
gou, diante dos seus juízes, os princípios éticos 
da sua filosofia.
02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como 
protagonista da maior parte de seus diálogos, 
o seu mestre.
03) O método socrático compõe-se de duas partes: 
a maiêutica e a ironia.
04) Tal como os sofistas, Sócrates costumava co-
brar dinheiro pelos seus ensinamentos.
05) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sa-
bia, queria, com isso, sinalizar a necessidade 
de adotar uma nova atitude diante do conheci-
mento e apontar um novo caminho para a sa-
bedoria.
CURSO DE FILOSOFIA
13
37. (UFCE) – Sócrates experimentara o filosofar como 
pólemos, isto é, o embate e combate pela evidência 
e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência 
e da opinião (doxa). E pautara esse filosofar “po-
lêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. 
Do diálogo socrático fazia parte a ironia. “No uso 
comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de 
sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude 
mental que considera o conhecimento uma névoa 
que embacia e deforma a realidade. Nossa existên-
cia-no-mundo, formada a partir dessa névoa, tor-
na-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico 
percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates 
foi mestre da ironia porque, na discussão das pala-
vras, conduzia a todos à evidência e à convicção do 
‘sei que nada sei’”.
Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência 
humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9ª ed., 1998, p. 82 
(com adaptações).
De acordo com as ideias apresentadas no texto 
acima, assinale a opção correta.
a) A ironia em Sócrates tinha um sentido meramen-
te depreciativo e, nesse sentido, era idêntica ao 
sarcasmo puro e simples.
b) Toda opinião é necessariamente falsa, pois é ba-
seada na aparência, e não na essência das coi-
sas.
c) Para Sócrates, como educador, o importante era 
que o homem se tornasse capaz de ter opiniões 
sobre a realidade.
d) A ironia socrática era o modo de interrogar por 
meio do qual Sócrates levava o seu interlocutor 
ao reconhecimento de sua própria ignorância, fa-
zendo a crítica das opiniões baseadas nas apa-
rências assumidas pelos homens no cotidiano.
e) Na concepção socrática, o não saber é mera 
ignorância, portanto é o maior impedimento ao 
pensamento filosófico.
38. (ENEM) – O método argumentativo de Sócrates 
(469 – 399 a. C.) consistia em dois momentos distin-
tos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática, 
pode-se afirmar que:
I. torna o interlocutor um mestre na argumentação 
sofística.
II. leva o interlocutor à consciência de que seu 
saber era baseado em reflexões, cujo conteúdo 
era repleto de conceitos vagos e imprecisos.
III. tinha um caráter purificador, à medida que 
levava o interlocutor confessar suas próprias 
contradições e ignorâncias.
IV. tinha um sentido depreciativo e sarcástico da 
posição do interlocutor.
Assinale:
a) Se apenas a afirmação III é correta.
b) Se as afirmações I e IV são corretas.
c) Se apenas a afirmação IV é correta.
d) Se as afirmações II e III são corretas.
39. (UFU – MG) – O trecho abaixo faz uma referência 
ao procedimento investigativo adotado por Sócra-
tes.
 “O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se 
alguém deseja ouvir-me quando falo ou me encontro 
no desempenho de minha missão, quer se trate 
de moço ou velho (...) me disponho a responder a 
todos por igual, assim os ricos como os pobres, ou 
se o preferirem, a formular-lhes perguntas, ouvindo 
eles o que lhes falo.”
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001. 
(33a – b)
Marque a alternativa que melhor representa o 
“método” socrático.
a) Sócrates nada ensina porque apenas transmi-
te aquilo que ouve do seu daímon. Seu proce-
dimento consiste em discursar, igualmente para 
qualquer ouvinte, com longos discursos demons-
trativos retirados da tradição poética ou com per-
guntas que levam o interlocutor a fazer o mesmo. 
A ironia é o expediente utilizado contra os adver-
sários, cujo objetivo é somente a disputa verbal.
b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates 
fazem parte do seu procedimento geral de refuta-
ção por meio de perguntas e respostas breves (o 
élenkhos), e constituem um meio de reverter os 
argumentos do interlocutor para fazê-lo cair em 
contradição. A refutação socrática revela a pre-
sunção de saber do adversário, pela insuficiência 
de suas definições e pela aporia.
c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a 
profissão de ignorância caracteriza o modo pelo 
qual encoraja seus discípulos a adquirirem sabe-
doria diretamente do deus do Oráculo de Delfos. 
A ironia socrática é uma dissimulação que, pela 
zombaria, revela as verdadeiras disposições do 
pequeno número dos que se encontram aptos 
para a Filosofia.
d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes 
testar sua aptidão filosófica por meio de pergun-
tas e respostas. Seu procedimento consiste em 
destruir as definições do adversário por meio da 
ironia. A ignorância socrática encoraja o adversá-
rio a revelar suas opiniões verdadeiras que, pela 
refutação, dão a medida da aptidão para a vida 
filosófica.
CURSO DE FILOSOFIA
14
O Mito de Platão:
40. (UEM – PR) – “Sócrates: Imaginemos que existam 
pessoas morando numa caverna. Pela entrada 
dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira 
situada sobre uma pequena elevação que existe 
na frente dela. Os seus habitantes estão lá den-
tro desde a infância, algemados por correntes nas 
pernas e no pescoço, de modo que não conse-
guem mover-se nem olhar para trás, e só podem 
ver o que ocorre à sua frente. (...) Naquela situa-
ção, você acha que os habitantes da caverna, a 
respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver 
outra coisa além das sombras que o fogo projeta 
na parede ao fundo da caverna?”.
(PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São 
Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).
Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas 
que ele representa, assinale o que for correto.
01) No mito da caverna, Platão pretende descrever 
os primórdios da existência humana, relatando 
como eram a vida e a organização social dos 
homens no princípio de seu processo evolutivo, 
quando habitavam em cavernas.
02) O mito da caverna faz referência ao contraste 
ser e parecer, isto é, realidade e aparência, que 
marca o pensamento filosófico desde sua ori-
gem e que é assumido por Platão em sua famo-
sa teoria das Ideias.
03) O mito da caverna simboliza o processo de 
emancipação espiritual que o exercício da filo-
sofia é capaz de promover, libertando o indiví-
duo das sombras da ignorância e dos precon-
ceitos.
04) É uma característica essencial da filosofia de 
Platão a distinção entre mundo inteligível e 
mundo sensível; o primeiro ocupado pelas 
Ideias perfeitas,o segundo pelos objetos físi-
cos, que participam daquelas Ideias ou são 
suas cópias imperfeitas.
05) No mito da caverna, o prisioneiro que se liber-
ta e contempla a realidade fora da caverna, 
devendo voltar à caverna para libertar seus 
companheiros, representa o filósofo que, na 
concepção platônica, conhecedor do Bem e da 
Verdade, é o mais apto a governar a cidade.
41. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir a responda à 
questão.
 Considera pois – continuei – o que aconteceria 
se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua 
ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, 
as coisas se passavam deste modo. Logo que 
alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-
se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a 
olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e 
o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objetos 
cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele 
diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só 
vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais 
perto da realidade e via de verdade, voltado para 
objetos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada 
um desses objetos que passavam, o forçassem com 
perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele 
se veria em dificuldades e suporia que os objetos 
vistos outrora eram mais reais do que os que agora 
lhe mostravam?
O texto é parte do livro VII da República, obra na 
qual Platão desenvolve o célebre Mito da Caverna. 
Sobre o Mito da Caverna, é correto afirmar.
I. A caverna iluminada pelo Sol, cuja luz se projeta 
dentro dela, corresponde ao mundo inteligível, e 
do conhecimento verdadeiro do ser.
II. Explica como Platão concebe e estrutura o 
conhecimento
III. Manifesta a forma como Platão pensa a política, 
na medida em que, ao voltar á caverna, aquele que 
contemplou o bem quer libertar da contemplação 
das sombras os antigos companheiros.
IV. Apresenta uma concepção de conhecimento 
estruturada unicamente em fatores circuns- 
tanciais e relativistas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas
b) Somente as afirmativas II e III são corretas
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
CURSO DE FILOSOFIA
15
01. c
02. a
03. d
04. a
05. c
06. a
07. b
08. d
09. d
10. b
11. e
12. a
13. c
14. b
15. a
16. c
17. b
18. d
19. d
20. 11 (01, 02, 03, 05)
21. 11 (01, 02, 03, 05)
22. d
23. d
24. 26 (02, 08, 16)
25. b
26. a
27. d
28. a
29. 11 (01, 02, 03, 05)
30. c
31. b
32. e
33. d
34. a
35. a
36. 10 (02, 03, 05)
37. d
38. d
39. b
40. 14 (02, 03, 04, 05)
41. b
Gabarito
CURSO DE FILOSOFIA
16
 ANOTAÇÕES
CURSO DE SOCIOLOGIA
Conceito
A Sociologia é a ciência que estuda os aspectos 
do comportamento social, ou seja, como se dão 
as inter-relações humanas nos mais diversos 
agrupamentos sociais. Eva Maria Lakatos conceitua 
Sociologia como o “estudo científico das relações 
sociais, das formas de associação, destacando-se 
os caracteres gerais comuns a todas as classes de 
fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas 
relações de grupos entre seres humanos.” Ou seja, a 
Sociologia é a ciência que se ocupa do estudo dos seres 
humanos em sociedade, seus modos de organização e 
inter-relações, em toda sua diversidade.
Como exemplos de estudos de interesse sociológico, 
podemos destacar: a formação e desintegração de 
grupos; a divisão das sociedades em camadas; a 
mobilidade de indivíduos e grupos nas camadas sociais; 
processos de competição e cooperação; as relações 
e estrutura familiares; a criminalidade; a sexualidade 
– enfim, inúmeros podem ser os temas de estudo da 
Sociologia. Por esse motivo, as teorias e métodos 
sociológicos podem ser um importante instrumento 
para se compreender melhor a vida humana em grupos 
sociais. 
“A Sociologia é uma disciplina que se preocupa 
sobretudo, com a modernidade – com o caráter e a 
dinâmica das sociedades modernas e industrializadas 
[...]. Entre todas as ciências sociais, a sociologia 
estabelece uma relação mais direta com as questões 
que dizem respeito à nossa vida cotidiana – o 
desenvolvimento do urbanismo moderno, crime e 
punição, gênero, família, religião e poder social e 
econômico.” 
(GIDDENS, Anthony. Em defesa da Sociologia. 
São Paulo: Unesp, 2001, p. 11).
É importante destacar que a Sociologia é uma 
ciência em permanente transformação, porque a 
sociedade, que é o seu objeto de estudo, também está 
em constante mudança. Em síntese, a Sociologia é a 
crítica do tempo presente. 
Origem e Precursores do Pensamen-
to Sociológico
O pensamento sociológico é tão antigo quanto a 
Filosofia e, portanto, anterior ao nascimento da Sociologia 
como área independente do conhecimento. O filósofo 
chinês Confúcio já se preocupava com as relações 
sociais, como o papel da família para o desenvolvimento 
da sociedade. Platão, por sua vez, foi o primeiro 
filósofo ocidental a tentar estudar sistematicamente 
a sociedade e, assim como Aristóteles, concebeu-a 
como uma estrutura baseada na divisão do trabalho 
e na desigualdade social. Para Aristóteles, a família 
constituía o núcleo social de base e a “natureza” já traria 
em si os elementos definidores da organização social: 
para ele, tanto era natural o ser humano se organizar 
em sociedade como eram “naturais” a escravidão dos 
seres considerados “inferiores” e a submissão da mulher 
(cuja natureza seria de subordinação) ao homem (cuja 
natureza seria de dominação). 
ARISTÓTELES
Aula nº 01 A ORIGEM DA SOCIOLOGIA
CURSO DE SOCIOLOGIA
18
Obviamente, durante toda a história da humanidade 
diversas outras formas de se organizar a vida em 
sociedade surgiram sem que, entretanto, viessem a 
incitar a constituição de um campo independente de 
estudo. Persistiu, contudo, no campo filosófico, em 
grande parte graças à hegemonia conquistada pela 
Igreja Católica durante a Idade Média, o pensamento 
que justifica os arranjos sociais como consequências 
“naturais” da desigual condição humana – a todos seria 
dado, divinamente, o lugar “merecido” na estrutura 
social. 
Pelo menos até o Renascimento, o pensamento 
ocidental permaneceu submetido à teologia cristã, 
fortemente influenciada pela filosofia naturalista de 
Platão e Aristóteles, para quem a sociedade é uma 
consequência natural do instinto humano, sempre 
obedecendo à ordem e a hierarquia de quem detenha o 
poder de governar a família ou a cidade-estado. 
Coube aos filósofos Contratualistas – Thomas 
Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau, 
cada qual desenvolvendo sua própria teoria quanto 
ao surgimento da vida em sociedade, a negação do 
impulso associativo natural. Para esses filósofos, a 
Sociedade não resulta de um instinto atávico, natural, 
mas, ao contrário, é algo absolutamente artificial. O 
pressuposto comum a todos os Contratualistas é a 
negação do impulso associativo natural e a noção de 
que só a vontade humana é capaz de inaugurar a vida 
social, ou seja, por uma espécie de “contrato social” 
todos consentem em aceitar certas limitações e legitimar 
uma estrutura social determinada. Para Rousseau, o 
problema fundamental para o qual o “contrato social” 
trouxe a solução era não perecer:
“suponho os seres humanos tendo chegado ao ponto 
em que os obstáculos prejudiciais a sua conservação no 
estado de natureza predominam, por sua resistência, 
sobre as forças que cada indivíduo pode usar para 
manter-se nesse estado. Então, esse estado primitivo 
não pode mais persistir, e o gênero humano iria perecer 
se não mudasse a maneira de ser (...) encontrar uma 
forma de associação que defenda e proteja de toda a 
força comum a pessoa e os bens de cada associado, e 
pela qual cada um, unindo-se a todos, obedeça somente 
a si mesmo, e permaneça tão livre como antes.” 
(JJ ROUSSEAU, Do contrato social. (1762). EM: Michel 
Lallement, p. 60)
Antes de Rousseau, o nobre francês Charles 
de Montesquieu já havia se debruçado sobre várias 
questões sociológicas, sendo considerado pormuitos autores como precursor da Sociologia. Para 
Montesquieu, como para outros autores antes dele, 
a organização social segue uma lógica ordenada. 
Porém, essa lógica não é divina, mas mundana: para 
compreendê-la, não se pode apelar à fé ou a moral, 
mas proceder à análise sócio-histórica das causas que 
levam ao estabelecimento de hábitos, costumes, usos, 
crenças e leis. 
Importante destacar que as mudanças geradas pelos 
movimentos revolucionários ocorridos na Europa nos 
séculos XVIII e XIX (Revolução Francesa e Revolução 
Industrial) é que provocaram o interesse dos cientistas 
sociais em compreender essas transformações. A 
Sociologia consiste, então, em uma reflexão sobre a 
sociedade capitalista e industrial e surge como uma 
ciência para compreender os novos problemas sociais 
decorrentes desse processo histórico. 
O nascimento da Sociologia moderna, como 
ciência independente, ocorreu somente no século XIX, 
por obra do filósofo positivista Auguste Comte (1798-
1857). Em 1938, Comte definiu as bases da Sociologia, 
como uma nova ciência dedicada ao estudo da 
sociedade através da unificação da história, psicologia 
e economia. Considerado também o primeiro filósofo 
da ciência, Comte notou a interdependência entre teoria 
e observação para o conhecimento científico.
AUGUSTE COMTE
CAMPOS DA SOCIOLOGIA
Como ciência que busca compreender o homem 
em sociedade, ou os grupos sociais, os campos da 
Sociologia são tão diversificados como a própria 
atividade humana. Campos tradicionais incluem:
– organização e estratificação social. Exemplos: 
características da sociedade de classes no Brasil, 
sociedades de castas na Índia, mobilidade social. 
– religião. Exemplos: a religião como forma de 
controle social, as mudanças sociais trazidas pela 
Reforma Protestante. 
– sexualidade e questões de gênero. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
19
– família. Exemplos: a evolução e função da 
instituição Família, as formas de relações maritais, a 
organização familiar no contexto social.
Esses campos foram sendo progressivamente 
ampliados pelo reconhecimento de que as estruturas 
sociais afetam todas as áreas de atividade humana, 
de maneira que o leque de possibilidades do estudo 
sociológico pode envolver áreas tão diversas como:
Saúde: as instituições de saúde; os aspectos 
econômicos e sociais dos sistemas públicos e privados; 
os fenômenos humanos e sociais que afetam a saúde; 
as relações de poder entre profissionais e pacientes; a 
saúde de grupos específicos. 
Educação: o estudo da escola como instituição 
social; as relações escola-sociedade; a escola como 
agente de controle social e de socialização; 
Trabalho: as relações entre indivíduos e grupos 
organizados para a produção com finalidade econômica; 
os papeis dos profissionais; as relações de poder entre 
empregados e empregadores; a motivação para o trabalho, 
o papel da indústria no sistema de estratificação social.
Enfim, esses são apenas alguns dos exemplos dos 
campos da Sociologia, que estuda o homo socius em todos 
os seus aspectos. Esses estudos ajudam não apenas 
a compreender as relações que se desenvolvem em 
diferentes estruturas de organização social, mas podem ser 
utilizados também para criar políticas sociais e de proteção.
SUS (Sistema Único de Saúde) 
é parte da Previdência Social.
MÉTODOS DA SOCIOLOGIA 
Toda ciência possui um conjunto de métodos, 
que simplisticamente falando são caminhos a serem 
seguidos para se alcançar o conhecimento. Para 
ser efetivo, um determinado método, ou conjunto de 
técnicas e procedimentos a serem seguidos, deve ser 
cuidadosamente elaborado. 
A Sociologia emprega, em suas investigações, 
uma variedade de métodos e técnicas, que podem ser 
usados separadamente ou em conjunto, dependendo 
do objeto de estudo a que se propõe.
Tecnicamente, há uma distinção entre Método (nível 
de abstração mais amplo e elevado, para o estudo 
dos fenômenos estudados. Já os “métodos” seriam os 
conjuntos de técnicas propriamente empregadas – os 
procedimentos mais concretos e limitados a um domínio 
particular. Contudo, é comum que se utilize o termo 
método (em sentido amplo) para se abranger tanto o 
método quanto os métodos (em sentido estrito).
 Quanto aos Métodos de Abordagem (entenda-se 
Método em sentido estrito), podem ser discriminados:
Método indutivo: estuda fenômenos particulares 
e procura aproximar os resultados a situações mais 
amplas – vai do particular para o geral, objetivando 
chegar a teorias. Exemplo: estudam-se grupos de 
trabalhadores, ou de estudantes, e infere-se que seu 
comportamento é representativo de grupos maiores, ou 
seja, do conjunto geral de trabalhadores ou estudantes. 
Método dedutivo: parte de teorias consolidadas 
para estudar e compreender fenômenos particulares. 
Ex.: Todos os homens são animais racionais. Pedro é 
homem. Logo, Pedro é um animal racional. 
Método hipotético-dedutivo: é uma variação do 
método dedutivo, proposto por Karl Popper, e consiste 
em, a partir de uma lacuna no conhecimento prévio, 
elaborar-se uma hipótese, que deverá ser testada 
pelo processo de “falseamento”. Ou seja, a partir de 
uma hipótese, buscam-se situações que poderiam 
contradizê-la – a abordagem busca a verdade científica 
através da eliminação do que é falso. 
Método dialético: sistematizado pelo filósofo 
idealista Friedrich Hegel, o método é composto de três 
momentos básicos: formula-se uma tese (uma ideia 
pretensamente verdadeira), contradiz-se a tese com 
uma antítese (ideia que é a negação da tese) e faz- 
-se uma síntese (que é o resultado da confrontação de 
ambas as ideias). A síntese se torna uma nova tese e 
o ciclo dialético recomeça. Com Karl Marx, que propôs 
o método dialético-materialista, é que a dialética se 
torna propriamente um método científico, pois Marx 
utilizou o método para a análise da realidade, usando 
a própria realidade como argumento e se afastando 
do idealismo da filosofia alemã. Para o materialismo-
-dialético, o conhecimento não é algo acabado – há 
sempre a possibilidade de que o fim de um processo 
seja o começo de outro, visto que as coisas estão em 
constante transformação.
Além dos Métodos de Abordagem descritos, 
a Sociologia se utiliza de diversos métodos de 
procedimento – que possuem finalidade mais concreta 
e restrita, e dizem respeito às técnicas de pesquisa 
propriamente ditas:
Método histórico: promovido por Franz Boas, parte do 
princípio de que as organizações sociais atuais têm razões 
históricas, ou seja, para se compreender as estruturas 
atuais assume uma investigação do passado, de como 
estas estruturas se modificaram ao longo do tempo. 
Método monográfico: estuda casos que podem ser 
considerados representativos de outros, analisando-se 
o caso escolhido em sua totalidade.
Método estatístico: busca explicar os fenômenos 
em termos quantitativos a fim de comprovar as relações 
entre eles. É o método usado quando se quer saber, por 
exemplo, a relação entre o número de filhos e o grau 
de escolaridade, ou o grau de escolaridade e a renda 
familiar. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
20
TesTes
Assimilação
01. (UNESP – SP) – Pode-se afirmar que a Sociologia 
contemporânea herdou as contribuições de autores 
considerados clássicos do pensamento sociológico 
a partir dos quais desenvolveram-se correntes teóri-
cas distintas. Foram eles:
a) Émile Durkheim, Theodor Adorno e Max Weber.
b) Karl Marx, Max Weber e Karl Manheim.
c) Max Weber, Karl Marx e Émile Durkheim.
d) Émile Durkheim, Max Weber e Herbert Spencer.
e) Karl Marx, Émile Durkheim e Talcott Parsons.
02. (UNESP – SP) – A elaboração e a realização do 
projeto de pesquisa em Ciências Sociais, particular-
mente na Sociologia,
a) é o mais barato e mais prático meio de se conhe-
cer a realidade social.
b) é o meio mais eficaz e científico de se conhecer 
a realidade social.
c) é o meio mais adequado para se reconhecer o 
outro.
d) é o melhor meio para se conhecer e controlar gru-
pos sociais antagônicos.
e) é o melhor e mais caro processo deconstituição 
de mecanismos sociais de segregação social.
03. Os primeiros sociólogos procuravam entender o 
estado de organização da sociedade em formação, 
sendo o século XVIII muito importante para o surgi-
mento dessa ciência profunda e complexa, a qual é 
estudada e analisada até os dias de hoje. Todas as 
transformações que ocorreram na época trouxeram 
consigo problemas para a vida em comunidade, daí 
surge a Sociologia e seus pesquisadores para es-
clarecerem e organizarem as mudanças ocorridas 
no meio social, juntamente com os processos que 
interligam os indivíduos em grupos, associações e 
instituições. O termo Sociologia foi criado por Au-
guste Comte, em 1838, que pretendia unificar a 
Psicologia, a Economia e a História, levando em 
consideração que todos esses assuntos giram em 
torno do homem e seu comportamento. Mas os fun-
damentos sociológicos só foram institucionalizados 
com Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, pen-
sadores também renomados e que se tornaram a 
base teórica para o estudo das Ciências Sociais.
O surgimento da Sociologia foi propiciado pela 
necessidade de:
a) Manter a interpretação mágica da realidade como 
patrimônio de um restrito círculo sacerdotal.
b) Manter uma estrutura de pensamento mítica para 
a explicação do mundo.
c) Condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir 
e pensar conforme os ensinamentos transmitidos 
pelos deuses.
d) Considerar os fenômenos sociais como proprie-
dade exclusiva de forças transcendentais.
e) Observar, medir e comprovar as regras que tor-
nassem possível, através da razão, prever os fe-
nômenos sociais.
Método Comparativo: como o próprio nome sugere, 
utiliza-se da comparação de grupos sociais, tanto grupos 
existentes com os do passado como entre sociedades 
contemporâneas. Propõe regras para a observação 
dos fatos sociais. Utilizado por Émile Durkheim (1858 – 
1917), um dos autores clássicos da Sociologia. 
Método Compreensivo: Aplicado por Max Weber 
(1864 – 1920), também denominado método tipológico, 
compara fenômenos sociais complexos, através de 
“tipos” ou “modelos ideais”. Permite a interpretação 
do significado da ação social. Busca na história 
valores e culturas explicativos das ações sociais. Por 
exemplo: classificando e comparando diversos tipos de 
organização, apresentou como tipo ideal a organização 
burocrática. 
Método funcionalista: é um método de interpretação 
mais que de investigação, pois propõe o estudo das 
funções essenciais da vida social. Parte da ideia de 
que todo organismo tem partes que desempenham 
uma função no todo – compreendendo-se as funções 
unitárias, chegar-se-ia a compreensão do todo. 
Método estruturalista: utiliza o “tipo” ou “modelo” 
do método tipológico, no entanto dele diverge em um 
ponto fundamental: enquanto o “tipo ideal” do método 
tipológico inexiste na realidade, o modelo do método 
estruturalista é o modelo que representa o objeto de 
estudo. 
Mais de um método pode ser usado concomi-
tantemente e podem incluir uma variedade de técnicas 
de pesquisas: documental (livros, documentos oficiais, 
jornais, censos, etc.), análise de estudos antropológicos, 
entrevistas, questionários, formulários, observação 
sistemática ou participante, entre outras. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
21
04. (UNESP – SP) – “À medida que se foi estenden-
do a influência da concepção de vida puritana – e 
isto, naturalmente, é muito mais importante do que o 
simples fomento da acumulação de capital – ela fa-
voreceu o desenvolvimento de uma vida econômica 
racional e burguesa. Era a sua mais importante, e, 
antes de mais nada, a sua única orientação consis-
tente, nisto tendo sido o berço do moderno “homem 
econômico”.
(Marx Weber, A Ética protestante e o espírito do capitalismo. 
1967:125)
De acordo com o texto, Max Weber está apontando 
para o “desenvolvimento de uma vida econômica 
racional e burguesa” e o desenvolvimento do 
capitalismo a partir da influência da:
a) economia e sociedade.
b) ética protestante.
c) liderança carismática.
d) ética liberal.
e) teoria da ação social.
05. (UNICENTRO – PR) – Considerando-se as grandes 
mudanças que ocorreram na história da humanida-
de, aquelas que aconteceram no século XVIII – e 
que se estenderam no século XIX – só foram supe-
radas pelas grandes transformações do final do sé-
culo XX. As mudanças provocadas pela revolução 
científico-tecnológica, que denominamos Revolução 
Industrial, marcaram profundamente a organização 
social, alterando-a por completo, criando novas for-
mas de organização e causando modificações cul-
turais duradouras, que perduram até os dias atuais.
(DIAS, 2004, p. 15).
Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças 
ocorridas na modernidade, é correto afirmar:
a) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvi-
mento levou ao crescimento das cidades rurais.
b) A intensificação da economia agrária em larga es-
cala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo.
c) A agricultura familiar desse período foi o objeto de 
estudo que fez surgir as ciências sociais.
d) O aumento do trabalho humano nas fábricas oca-
sionou a diminuição da divisão do trabalho.
e) A antiga forma de ver o mundo não podia mais 
solucionar os novos problemas sociais.
Aperfeiçoamento
06. Sobre o surgimento da Sociologia, podemos afirmar:
 I. a consolidação do sistema capitalista na Europa 
no século XIX forneceu os elementos que ser-
viram de base para o surgimento da sociologia 
como ciência particular.
 II. o homem passou a ser visto, do ponto de vista 
sociológico, a partir de sua inserção na socieda-
de e nos grupos sociais que a constituem.
III. aquilo que a Sociologia estuda constitui-se histo-
ricamente como o conjunto de relacionamentos 
que os homens estabelecem entre si na vida em 
sociedade.
IV. interessa para a Sociologia, não indivíduos iso-
lados, mas inter-relacionados com os diferentes 
grupos sociais dos quais fazem parte, como a 
escola, a família, as classes sociais etc...
a) II e III estão corretas.
b) Todas as afirmativas estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) I, III e IV estão corretas.
e) II, III e IV estão corretas.
07. A Sociologia é a Ciência dos problemas sociais que 
emergem com a chegada do século XVIII. Que tem 
um marco econômico e outro político e social”:
TELES, Mª Luiza. Sociologia para Jovens. Petrópolis – RJ,Ed. 
Vozes: 2002.
Sobre os aspectos que determinaram o surgimento 
da Sociologia, é correto afirmar que:
a) É somente com a Revolução Francesa que a so-
ciedade europeia passa a ter a consolidação do 
poder nobiliárquico e o surgimento da Sociologia.
b) O Renascimento Comercial e Urbano, assim 
como a ascensão das monarquias absolutistas, 
determinou o surgimento das Ciências Sociais.
c) Com as Revoluções Burguesas e a Revolução 
Industrial, a Europa passa por grandes transfor-
mações sociais, políticas e econômicos que de-
terminam o surgimento da Sociologia.
d) É a partir da desagregação feudal e da conse-
quente consolidação do trabalho servil que a so-
ciologia passa a ter seus fundamentos estabele-
cidos.
e) A partir da consolidação do modo de produção 
feudal, a Sociologia passa a ter todos os funda-
mentos necessários para se organizar sistemati-
camente como ciência.
CURSO DE SOCIOLOGIA
22
08. O primeiro desafio das ciências em geral, e da Socio-
logia em particular, é o de superar o senso comum, 
fugindo das aparências da realidade social. Quando 
associado ao senso comum, o conhecimento pode 
ser prisioneiro de algumas armadilhas, como a de 
naturalizar questões e problemas que nada têm de 
naturais, ou tomar as impressões particulares como 
verdades universalmente válidas.
Senso comum e conhecimento científico diferen-
ciam-se, porque
a) o senso comum é subjetivo e particular, pois se 
baseia em opiniões, enquanto a ciência procura 
se constituir como um conhecimento objetivo e 
universal.
b) o senso comum se esforça para validar um 
conhecimento baseado nos testes experimentais, 
e o conhecimento sociológico é conceitual e 
abstrato.
c) o senso

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