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CURSO DE FILOSOFIACURSO DE FILOSOFIA AULAS 01 e 02 CURSO DE SOCIOLOGIACURSO DE SOCIOLOGIA AULAS 01 e 02 CURSO DE FILOSOFIA Aulas no. s 01 e 02 FILOSOFIA E MITO Primeiramente, vejamos o que se entende por “mito”: Mito são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Diante da desordem do mundo, os mitos cumprem uma função esclarecedora e ao mesmo tempo prescritiva, direcionando as condutas. As narrativas de Homero, como A Íliada e a Odisseia, cantadas pelos aedos, e Hesíodo, como a Teogonia e Dos trabalhos e dos Dias, além das peças teatrais (tragédias) e também de Sófocles, como Édipo Rei, apresentam os mitos gregos e seu papel de explicação e ordenação do mundo. Pode-se dizer sobre os mitos: – são genealogias que concebem o nascimento ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe. – é o relato de algo fabuloso que afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em geral grandes feitos apresentados como fundamento e começo da história de dada comunidade. – É um modo de expressar determinadas verdades que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser. Agora veja como os vestibulares já trabalharam esse tema: 01. (UEMA) – Leia a fábula de La Fontaine, uma possí- vel explicação para a expressão – “o amor é cego”. No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua infância eterna. Mas por que o amor é cego? Aconteceu que num certo dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. Surgiu entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses. Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe privou da visão. Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos gritos. Diante de Júpiter, de Nêmesis – a deusa da vingança – e de todos os juízos do inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu filho não podia ficar cego. Depois de estudar detalhadamente o caso, a sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a loucura a servir de guia ao Amor. Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. In: Os melhores contos de loucura. Flávio Moreira da Costa (Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses para uma realidade humana. Esse tipo de explicação classifica-se como a) estética. b) filosófica. c) mitológica. d) científica. e) crítica. CURSO DE FILOSOFIA 2 02. (UNESP – SP) – Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as rea- lidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessí- veis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é. Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado. O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos, a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória. b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra. c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clás- sica. d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica. e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e re- forçar o isolamento e a autonomia em que viviam. 03. (UEL – PR) – “Zeus ocupa o trono do universo. Ago- ra o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tárta- ro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?” (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.) O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta. a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação. b) O conhecimento mítico segue um rigoroso pro- cedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades. c) As explicações míticas constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica. d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas. e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não- contradição. 04. (UEL – PR) – As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tri- butavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rô- mulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Livio. Essas explicações lendárias: a) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justi- ficando alguma condição ou ação posterior dos homens. b) Sempre se basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o passado. c) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu passado lendá- rio, denominado idade das trevas. d) Afirmam uma reação inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal religioso, desligado de qualquer interesse político. e) São apenas formas artísticas ou literárias inde- pendentes dos interesses políticos, por serem estéticas. 05. (UFU – MG) – A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a. C. está substancial- mente ancorada num exercício especulativo-racio- nal. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica (porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico e racional”. SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32. Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a alternativa correta. a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto primitivo, próprio de socie- dades selvagens. b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando a sua metodologia. c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio importante de difusão e manutenção de um saber prático fundamental para a vida cotidiana. d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e radical, baseada no logos. CURSO DE FILOSOFIA 3 Agora vejamos a diferença entre mito e filosofia: Com o desenvolvimento da pólis, nos séculos V e IV a. C., as explicações dos mitos foram se tornando insuficientes para explicar as novas relações sociais, políticas e econômicas da vida dos gregos. A filosofia é, portanto, uma nova ordem de pensamento, buscando ordenar a vida e o cosmos com base na racionalidade – comum a todos os seres humanos –, evitando contradições e fantasias. Os primeiros filósofos tentam definir uma origem da natureza à partir da própria natureza, sem recorrer aos deuses e ao imaginário. Apesar disso, não houve uma oposição clara entre mito e filosofia. Esta, aos poucos, vai se destacando daquela, superando-a, mas convivendo no mesmo contexto. A filosofia vai se tornar o legado mais importante dos gregos ao mundo. – Para os gregos antigos, a palavra mito (mythos) significa narrativa, é a palavra que narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, da comunidade humana e da vida do grupo social. – A linguagem para os gregos antigos tem duas formas de expressão: o mythos e o lógos. O mythos desenvolve a palavra mágicae encantatória; o lógos, a linguagem como poder de conhecimento racional. E acompanhe como os vestibulares exploraram o tema: 06. (UEG) – A cultura grega marca a origem da civiliza- ção ocidental e ainda hoje podemos observar sua influência nas ciências, nas artes, na política e na ética. Dentre os legados da cultura grega para o Ocidente, destaca-se a ideia de que a) a natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais que podem ser plena- mente conhecidos pelo nosso pensamento. b) nosso pensamento também opera obedecendo a emoções e sentimentos alheios à razão, mas que nos ajudam a distinguir o verdadeiro do falso. c) as práticas humanas, a ação moral, política, as técnicas e as artes dependem do destino, o que negaria a existência de uma vontade livre. d) as ações humanas escapam ao controle da ra- zão, uma vez que agimos obedecendo aos instin- tos como mostra hoje a psicanálise. 07. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir e responda à próxima questão. De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, em algum momento, o universo também tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tivesse surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter surgido de alguma outra coisa algum dia. Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é feito? A grande questão para os primeiros filósofos não era saber como tudo surgiu do nada. O que os instigava era saber como a água podia se transformar em peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se transformar em árvores frondosas ou flores multicoloridas. Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 43-44. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assinale a alternativa correta. a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fe- nômenos e as transformações da natureza e por- que a vida é como é, tendo como limitador e prin- cípio de verdade irrefutável as histórias contadas acerca do mundo dos deuses. b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma substância básica, uma causa oculta, que estava por trás de todas as transformações na natureza e, a partir da observação, buscavam descobrir leis naturais que fossem eternas. c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por volta do século VI a. C. partiram da ideia unânime de que a água era o princípio original do mundo por sua enorme capacidade de transformação. d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e reforçou o antropomorfis- mo do mundo dos deuses em detrimento de uma explicação natural e regular acerca dos primeiros princípios que originam todas as coisas. e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há um princípio originá- rio único denominado o ilimitado, que é a repro- dução da aparência sensível que os olhos huma- nos podem observar no nascimento e na degene- ração das coisas. CURSO DE FILOSOFIA 4 08. (UEG) – O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juí- zos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entre- tanto, houve um momento em sua evolução históri- co-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perple- xidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões. b) existe desde que existe o ser humano, não ha- vendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão. c) inicia sua investigação quando aceitamos os dog- mas e as certezas cotidianas que nos são impos- tos pela tradição e pela sociedade, visando edu- car o ser humano como cidadão. d) surge quando o ser humano começa a exigir pro- vas e justificações racionais que validam ou inva- lidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codifica- ção mítica. 09. (UEG) – O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a. C.) é marcado por um crescente proces- so de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela co- dificação mítica e passa a exigir uma explicação ra- cional para a compreensão do mundo humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se: a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem governar sob um regime político oligárquico. b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na ra- zão humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos. d) a recusa em apresentar explicações preestabe- lecidas mediante a exigência de que, para cada fato, ação ou discurso, seja encontrado um fun- damento racional. 10. (UNB) – No início do século XX, estudiosos esforça- ram-se em mostrar a continuidade, na Grécia Antiga, entre mito e filosofia, opondo-se a teses anteriores, que advogavam a descontinuidade entre ambos. A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não foi entendida univocamente. Alguns estudiosos, como Cornford e Jaeger, consideraram que as perguntas acerca da origem do mundo e das coisas haviam sido respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, dado que os primeiros filósofos haviam suprimido os aspectos antropomórficos e fantásticos dos mitos. Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando certa continuidade entre mito e filosofia, criticou seus predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia apenas afirmava, de outra maneira, o mesmo que o mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da filosofia em relação ao mito foi retomada. Considerando o breve histórico acima, concernente à relação entre o mito e a filosofia nascente, assinale a opção que expressa, de forma mais adequada, essa relação na Grécia Antiga. a) O mito é a expressão mais acabada da religiosi- dade arcaica, e a filosofia corresponde ao adven- to da razão liberada da religiosidade. b) O mito é uma narrativa em que a origem do mun- do é apresentada imaginativamente, e a filosofia caracteriza-se como explicação racional que re- toma questões presentes no mito. c) O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico e irracional, e a filosofia, também fundamentada no rito, corresponde ao surgimento da razão na Grécia Antiga. d) O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída a origem do ser, e a filosofia descreve a origem do ser a partir do dilema insuperável entre caos e medida. 11. (UNICENTRO – PR) – A passagem do Mito ao Lo- gos na Grécia antiga foi fruto de um amadurecimen- to lento e processual. Por muito tempo, essas duas maneiras de explicação do real conviveram sem que se traçasse um corte temporal mais preciso. Com base nessa afirmativa, é correto afirmar: a) O modo de vida fechado do povo grego facilitou a passagem do Mito ao Logos. b) A passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi res- ponsabilidade dos tiranos de Siracusa. c) A economia grega estava baseada na industrializa- ção, e isso facilitou a passagem do Mito ao Logos. d) O povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com outros povos com as mesmas preocupações e culturas, o que contribuiu para a passagem do Mitoao Logos. CURSO DE FILOSOFIA 5 e) A atividade comercial e as constantes viagens oportunizaram a troca de informações/conheci- mentos, a observação/assimilação dos modos de vida de outros povos, contribuindo, assim, de modo decisivo, para a construção da passagem do Mito ao Logos. 12. (IFSP) – Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar o seguinte: a) A autoridade do mito depende da confiança inspi- rada pelo narrador, ao passo que a autoridade da filosofia repousa na razão humana, sendo inde- pendente da pessoa do filósofo. b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de realidades passadas a partir da interação entre forças naturais personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da história e se opõe ao da ciência. c) Enquanto a função do mito é fornecer uma expli- cação parcial da realidade, limitando-se ao uni- verso da cultura grega, a filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as inquieta- ções de todos os homens. d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas e são, em essência, faces distintas do mesmo processo de conhecimento que culminou com o desenvolvimento do pensamento científico. e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições ou fabulações, admitindo apenas explicações que possam ser comprovadas pela observação direta ou pela experiência. 13. (UEL – PR) – “Há, porém, algo de fundamental- mente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último – da origem e es- sência das coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pen- samento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.” Fonte: JAEGER, W.Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar: a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia. b) A filosofia representa uma ruptura radical em rela- ção aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens. c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual. d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar. e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava res- postas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica. 14. (UEL – PR) – Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia: a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasa- mento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos. b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-ar- gumentativas. c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetan- do qualquer prova da existência de alguma força divina. d) Desprezou os conhecimentos produzidos por ou- tros povos, graças à supremacia cultural dos gre- gos. e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição. 15. (UEL – PR) – Segundo Marilena Chauí, “a filosofia surge quando alguns gregos, admirados e espanta- dos com a realidade, insatisfeitos com as explica- ções que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas”. (Convite a Filosofia. 4. ed., Atica, 1995, p. 23). É legado da Filosofia grega para o Ocidente europeu: a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro, à feli- cidade e à justiça, indicando que a humanidade não age caoticamente. b) A preocupação com a continuidade entre a vida e a morte, através da prática de embalsamento e outros cuidados funerários. c) A criação da dialética, fundamentada na luta de classes, como forma de explicação sociológica da realidade humana. d) O nascimento das ciências humanas, implicando conhecimentos autônomos e compartimentados. e) A produção de uma concepção de historia linear, que tratava dos fins últimos do homem e da reali- zação de um projeto divino. CURSO DE FILOSOFIA 6 16. (UEL – PR) – “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unifica- do, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas for- ças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteli- gência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p. 110.) Com base no texto, assinale a alternativa correta. a) Para explicar o que acontece no presente é preci- so compreender como a natureza agia “no come- ço”, ou seja, no momento original. b) A explicação para os fenômenos naturais pressu- põe a aceitação de elementos sobrenaturais. c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser compreendida racionalmente. d) A razão é capaz de compreender parte dos fenô- menos naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos está além da capacidade humana. e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas explicações podem ser racionalmente com- preendidas. 17. (UEL – PR) – “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filó- sofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que dei- xam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.) Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos. a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais. b) A discussão crítica das ideias e posições, que po- dem ser modificadas ou reformuladas. c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião. d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento. e) A desconfiança na capacidade da razão em virtu- de da “proliferação de óticas” conflitantes entre si. 18. (UEL – PR) – Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos. III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico. IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa. Estão corretas apenas asafirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 19. (UEL – PR) – Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de for- ma essencial para aquilo que mais tarde se desen- volveria como filosofia. Em seus poemas, a harmo- nia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam pre- sentes, revelando depois uma constante na elabo- ração dos princípios metafísicos da filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p. 19. ) Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir. I. A política, enquanto forma de disputa oratória, contribuiu para formar um grupo de iguais, os cidadãos, que buscavam a verdade pela força da argumentação. II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela Ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos. CURSO DE FILOSOFIA 7 III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão. IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. 20. (UEM – PR) – O homem tem necessidade de conhe- cer e de explorar o meio em que vive. O senso co- mum, o bom senso, a arte, a religião, a filosofia e a ciência são formas de saber que auxiliam o homem a entender o mundo e a orientar suas ações. Assinale o que for correto. 01) O senso comum é o conhecimento adquirido por exigências da vida cotidiana; fornece condições para o agir, todavia é um conjunto de concep- ções fragmentadas, recebidas sem crítica e, muitas vezes, incoerentes, tornando-se, assim, fonte de preconceitos. 02) O bom senso, ao contrário do senso comum, apresenta-se como uma elaboração refletida e coerente do saber; em vez da aceitação cega de determinações alheias, pelo bom senso o sujeito livre e crítico questiona os valores es- tabelecidos, e decide pelo que se revela mais sensato ou plausível. 03) A ciência caracteriza-se como um sistema de conhecimentos, expressos em proposições ge- rais e objetivas sobre a realidade empírica; é um conhecimento construído por um processo de raciocínio rigoroso e metodicamente condu- zido, baseado na experiência, permitindo expli- car, prever e atuar sobre os fenômenos. 04) Religião e filosofia são duas formas antagônicas de interpretação da realidade; a filosofia, uni- camente com o raciocínio lógico-formal, busca entender apenas o mundo natural e o humano; a religião ocupa-se apenas da razão. 05) O conhecimento filosófico caracteriza-se como um saber elucidativo, crítico e especulativo; como elucidativo, visa a esclarecer e a delimitar conceitos e problemas; como crítico, nada acei- ta sem exame prévio e reflexão; como especu- lativo, assume a atitude teórica e globalizadora, que envolve os problemas em uma visão total. 21. (UEM – PR) – “Os antigos, ou melhor, os antiquíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros seus descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza... Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros seres viventes... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se acreditou que as substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração divina ...” (Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p. 13). Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que for correto. 01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indaga- vam sobre a origem e a formação do universo; e as respostas a esse problema eram ofereci- das sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado imemorial. 02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos. 03) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo. 04) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram- se das conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas alterações. 05) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre” reali- zado por um povo privilegiado, mas a culmina- ção de um processo lento, tributário de um pas- sado mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais. CURSO DE FILOSOFIA 8 22. (UEG) – O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a. C.) é marcado por um crescente proces- so de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela co- dificação mítica e passa a exigir uma explicação ra- cional para a compreensão do mundo humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se: a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem governar sob um regime político oligárquico. b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na ra- zão humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos. d) a recusa em apresentar explicações preestabe- lecidas mediante a exigência de que, para cada fato, ação ou discurso, seja encontrado um fun- damento racional. 23. (UEG) – O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juí- zos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entre- tanto, houve um momento em sua evolução históri- co-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perple- xidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões. b) existe desde que existe o ser humano, não ha- vendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão. c) inicia sua investigação quando aceitamos os dog- mas e as certezas cotidianas que nos são impos- tos pela tradição e pela sociedade, visando edu- car o ser humano como cidadão. d) surge quando o ser humano começa a exigir pro- vas e justificações racionais que validam ou inva- lidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codifica- ção mítica. 24. (UEM – PR) – “A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera,começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos materiais e as ações dos seres humanos podem ser conhecidos pela razão humana” (CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2011. p. 32). Considerando o exposto, assinale o que for correto. 01) A filosofia surgiu na Grécia durante o séc. VI a. C. Apesar de seu nascimento ser considerado o “milagre grego”, é conhecida a frequentação de Atenas por outros sábios que viveram no século VI a. C., como Confúcio e Lao Tse (provenien- tes da China), Buda (proveniente da Índia) e Zaratustra (proveniente da Pérsia), fazendo da filosofia grega uma espécie de comunhão dos saberes da Antiguidade. 02) O surgimento da filosofia é coetâneo ao adven- to da pólis (cidade). Novas estruturas sociais e políticas permitiram o desenvolvimento de for- mas de racionalidade, modificadoras da prática do mito. 04) Por serem os únicos filósofos a praticar a retó- rica, os sofistas representam, indiscutivelmen- te, o ponto mais alto da filosofia clássica grega (séculos V e IV a. C.), ultrapassando Sócrates, Platão e Aristóteles. 08) Filósofo é aquele que busca certezas sem ga- rantias de possuí-las efetivamente. Por essa ra- zão, o filósofo deseja o conhecimento do mun- do e das práticas humanas por meio de critérios aproximativos e compartilhados (de aceitação comum), através do debate. 16) A atividade filosófica pode ser definida, entre outras habilidades, pela capacidade de genera- lização e produção de conceitos, encontrando, sob a multiplicidade de objetos do mundo, rela- ções de semelhança e de identidade. CURSO DE FILOSOFIA 9 25. (UNIOESTE – PR) – “É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini- la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um pensamento propriamente político, exterior a religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento marcou profundamente a mentalidade do homem antigo; caracteriza uma civilização que não deixou, enquanto permaneceu viva, de considerar a vida pública como o coroamento da atividade humana”. Considerando a citação acima, extraída do livro As origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant, e os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é incorreto afirmar que a) os filósofos gregos ocupavam-se das matemáti- cas e delas se serviam para constituir um ideal de pensamento que deveria orientar a vida pública do homem grego. b) a discussão racional dos Sábios que traduziu a ordem humana em fórmulas acessíveis a inteli- gência causou o abandono do mito e, com ele, o fim da religião e a decorrente exclusividade do pensamento racional na Grécia. c) a atividade humana grega, desde a invenção da política, encontrava seu sentido principalmente na vida pública, na qual o debate de argumentos era orientado por princípios racionais, conceitos e vocabulário próprios. d) a política, por valorizar o debate público de argu- mentos que todos os cidadãos podem compreen- der e discutir, comunicar e transmitir, se distan- cia dos discursos compreensíveis apenas pelos iniciados em mistérios sagrados e contribui para a constituição do pensamento filosófico orientado pela Razão. e) ainda que o pensamento filosófico prime pela racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o declínio do pensamento mitológico, recorreram a narrativas mitológicas para expressar suas ideias; exemplo disso e o “Mito de Er” utilizado por Platão para encerrar sua principal obra, A República. 26. (UNICENTRO – PR) – Leia o fragmento de um texto pré-socrático: “Ainda outra coisa te direi. Não há nascimento para nenhuma das coisas mortais, como não há fim na morte funesta, mas somente composição e dissociação dos elementos compostos: nascimento não é mais do que um nome usado pelos homens”. (EMPÉDOCLES. Apud ARANHA/ MARTINS. Filosofando: Introdução à Filosofia. 3ª Ed., São Paulo: Moderna, 2006 – p. 86.). A respeito da relação entre mythos e logos (razão) no início da filosofia grega, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. O fragmento acima denota a “luta de forças” opostas na massa dos membros humanos, que ora unem-se pelo amor – no início todos os membros que atingiram a corporeidade da vida florescente –, ora divididos pela força da discór- dia, erram separados nas linhas da vida. Assim ocorre também com todos os outros seres na na- tureza. II. A verdade filosófica apresenta-se no pensamento de Empédocles através de uma estrutura lógica muito distante da “verdade” expressa nos relatos míticos dos gregos arcaicos. III. Nascimento e morte, no texto de Empédocles, são apresentados por meio de representações míticas que o filósofo retira de uma tradição reli- giosa presente ainda em seu tempo. Essas ima- gens, consequentemente, se transpõem, sem deixarem de ser místicas, em uma filosofia que quer captar a verdadeira essência da realidade física. IV. O fragmento denota continuidade do pensamen- to mítico no início da filosofia, pois estão presen- tes ainda o uso de certas estruturas comuns de explicação. a) Apenas II, III e IV estão corretas. b) Apenas I, III e IV estão corretas. c) Apenas I e II estão corretas. d) Apenas I e IV estão corretas. e) Apenas I, II e IV estão corretas. CURSO DE FILOSOFIA 10 Vamos lembrar os primeiros filósofos e suas preocupações: Tales: ………………………………………. Anaximandro: …...………………………… Anaxímenes: ……......…………………….. Empédocles: ………….…………………… Anaxágoras: ………………………………. Leucipo e Demócrito: ...………………….. Parmênides: ………………………………. Heráclito: ……………………………………. E como os vestibulares exploraram o tema: 27. (UEL – PR) – “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coi- sas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... poden- do com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a. C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré- socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado. a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano. b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte. c) A epistemologia, como avaliação dos procedi- mentos científicos. d) A cosmologia, como investigação acerca da ori- gem e da ordem do mundo. e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação. 28. (UEL – PR) – “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Traduçãode Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual, todas as coisas e fenômenos derivam. II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’. III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) II e III c) I e IV d) I, II e IV e) II, III e IV CURSO DE FILOSOFIA 11 29. (UEM – PR) – Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for correto. 01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aris- tóteles, teria afirmado “tudo é água”, indicando, assim, um princípio material elementar, funda- mento de toda a realidade. 02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamis- mo do universo. Afirmou que nada permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a pas- sagem de um contrário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém todas as coisas. 03) Parmênides de Eleia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma primeira formulação dos princí- pios lógicos da identidade e da não-contradição. 04) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o desenvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré- socráticos sofreram influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas restaram frag- mentos e comentários de autores posteriores. 05) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, partículas indivisí- veis e invisíveis que, movendo-se e agregando- se no vácuo, formam todas as coisas; geração e corrupção consistiriam, respectivamente, na agregação e na desagregação dos átomos. 30. (UEL – PR) – No livro Através do espelho e o que Ali- ce encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz uma frase enigmática: “Pois aqui, como vê, você tem de correr o mais que pode para continuar no mesmo lugar.” (CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou por lá. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p. 186.) Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara uma tese também enigmática, segundo a qual o movimento é ilusório, pois “numa corrida, o corredor mais rápido jamais consegue ultrapassar o mais lento, visto o perseguidor ter de primeiro atingir o ponto de onde partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve manter sempre a dianteira.” (ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os Pré-socráticos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 284.) Com base no problema filosófico da ilusão do movimento em Zenão de Eleia, é correto afirmar que seu argumento a) baseia-se na observação da natureza e de suas transformações, resultando, por essa razão, numa explicação naturalista pautada pelos sen- tidos. b) confunde a ordem das coisas materiais (sensível) e a ordem do ser (inteligível), pois avalia o sensí- vel por condições que lhe são estranhas. c) ilustra a problematização da crença numa ver- dadeira existência do mundo sensível, à qual se chegaria pelos sentidos. d) mostra que o corredor mais rápido ultrapassará inevitavelmente o corredor mais lento, pois isso nos apontam as evidências dos sentidos. e) pressupõe a noção de continuidade entre os instantes, contida no pressuposto da aceleração do movimento entre os corredores. 31. (UFU – MG) – De um modo geral, o conceito de physis no mundo pré-socrático expressa um princípio de movimento por meio do qual tudo o que existe é ge- rado e se corrompe. A doutrina de Parmênides, no entanto, tal como relatada pela tradição, aboliu esse princípio e provocou, consequentemente, um sério conflito no debate filosófico posterior, em relação ao modo como conceber o ser. Para Parmênides e seus discípulos: a) A imobilidade é o princípio do não-ser, na medida em que o movimento está em tudo o que existe. b) O movimento é o princípio de mudança e a pres- suposição de um não-ser. c) Um Ser que jamais muda não existe e, portanto, é fruto de imaginação especulativa. d) O Ser existe como gerador do mundo físico, por isso a realidade empírica é puro ser, ainda que em movimento. 32. (UNCISAL) – O período pré-socrático é o ponto ini- cial das reflexões filosóficas. Suas discussões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio eterno e imutável que se encontra na origem da natureza e de suas transformações) ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto, Leucipo e Demócrito afirmam ser a reali- dade percebida pelos sentidos ilusória. Eles defen- dem que os sentidos apenas capturam uma realida- de superficial, mutável e transitória que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra. Para Leucipo e Demócrito a physis é composta a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio. b) pela água. c) pelo fogo. d) pelo ilimitado. e) pelos átomos. CURSO DE FILOSOFIA 12 33. (ENEM) – Texto I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma- se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC – Rio, 2006 (adaptado). Texto II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impresso de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. 34. (UFSM) – Sobre o princípio básico da filosofia pré- -socrática, é CORRETO afirmar que a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de todos os seres, concluiu que a água era a substân- cia primordial, a origem única de todas as coisas. b) Anaximandro, após observar sistematicamente o mundo natural, propôs que não apenas a água po- deria ser considerada arché desse mundo em si e, por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo. c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos que o antecederam e concluiu que o princípio de todas as coisas não pode ser afirmado, já que tal princípio não está ao alcance dos sentidos. d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou terminantementea luta dos contrários como gê- nese e unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo. 35. (UENP) – Mario Quintana, no poema “As coisas”, traduziu o sentimento comum dos primeiros filóso- fos da seguinte maneira: “O encanto sobrenatural que há nas coisas da Natureza! [...] se nelas algo te dá encanto ou medo, não me digas que seja feia ou má, é, acaso, singular”. Os primeiros filóso- fos da antiguidade clássica grega se preocupavam com: a) Cosmologia, estudando a origem do Cosmos, contrapondo a tradição mitológica das narrativas cosmogônicas e teogônicas. b) Política, discutindo as formas de organização da polis e estabelecendo as regras da democracia. c) Ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores e da vida virtuosa. d) Epistemologia, procurando estabelecer as ori- gens e limites do conhecimento verdadeiro. e) Ontologia, construindo uma teoria do ser e do substrato da realidade. Sócrates e um novo método de reflexão: a ironia e a maiêutica: 36. (UEM – PR) – Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-socrática se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o homem. Assinale o que for correto. 01) Sócrates, para não ser condenado à morte, ne- gou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da sua filosofia. 02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu mestre. 03) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia. 04) Tal como os sofistas, Sócrates costumava co- brar dinheiro pelos seus ensinamentos. 05) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sa- bia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar uma nova atitude diante do conheci- mento e apontar um novo caminho para a sa- bedoria. CURSO DE FILOSOFIA 13 37. (UFCE) – Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidência e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filosofar “po- lêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte a ironia. “No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e deforma a realidade. Nossa existên- cia-no-mundo, formada a partir dessa névoa, tor- na-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi mestre da ironia porque, na discussão das pala- vras, conduzia a todos à evidência e à convicção do ‘sei que nada sei’”. Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9ª ed., 1998, p. 82 (com adaptações). De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta. a) A ironia em Sócrates tinha um sentido meramen- te depreciativo e, nesse sentido, era idêntica ao sarcasmo puro e simples. b) Toda opinião é necessariamente falsa, pois é ba- seada na aparência, e não na essência das coi- sas. c) Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter opiniões sobre a realidade. d) A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fa- zendo a crítica das opiniões baseadas nas apa- rências assumidas pelos homens no cotidiano. e) Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao pensamento filosófico. 38. (ENEM) – O método argumentativo de Sócrates (469 – 399 a. C.) consistia em dois momentos distin- tos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática, pode-se afirmar que: I. torna o interlocutor um mestre na argumentação sofística. II. leva o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em reflexões, cujo conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos. III. tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor confessar suas próprias contradições e ignorâncias. IV. tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor. Assinale: a) Se apenas a afirmação III é correta. b) Se as afirmações I e IV são corretas. c) Se apenas a afirmação IV é correta. d) Se as afirmações II e III são corretas. 39. (UFU – MG) – O trecho abaixo faz uma referência ao procedimento investigativo adotado por Sócra- tes. “O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se alguém deseja ouvir-me quando falo ou me encontro no desempenho de minha missão, quer se trate de moço ou velho (...) me disponho a responder a todos por igual, assim os ricos como os pobres, ou se o preferirem, a formular-lhes perguntas, ouvindo eles o que lhes falo.” PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001. (33a – b) Marque a alternativa que melhor representa o “método” socrático. a) Sócrates nada ensina porque apenas transmi- te aquilo que ouve do seu daímon. Seu proce- dimento consiste em discursar, igualmente para qualquer ouvinte, com longos discursos demons- trativos retirados da tradição poética ou com per- guntas que levam o interlocutor a fazer o mesmo. A ironia é o expediente utilizado contra os adver- sários, cujo objetivo é somente a disputa verbal. b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates fazem parte do seu procedimento geral de refuta- ção por meio de perguntas e respostas breves (o élenkhos), e constituem um meio de reverter os argumentos do interlocutor para fazê-lo cair em contradição. A refutação socrática revela a pre- sunção de saber do adversário, pela insuficiência de suas definições e pela aporia. c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a profissão de ignorância caracteriza o modo pelo qual encoraja seus discípulos a adquirirem sabe- doria diretamente do deus do Oráculo de Delfos. A ironia socrática é uma dissimulação que, pela zombaria, revela as verdadeiras disposições do pequeno número dos que se encontram aptos para a Filosofia. d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes testar sua aptidão filosófica por meio de pergun- tas e respostas. Seu procedimento consiste em destruir as definições do adversário por meio da ironia. A ignorância socrática encoraja o adversá- rio a revelar suas opiniões verdadeiras que, pela refutação, dão a medida da aptidão para a vida filosófica. CURSO DE FILOSOFIA 14 O Mito de Platão: 40. (UEM – PR) – “Sócrates: Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá den- tro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conse- guem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. (...) Naquela situa- ção, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?”. (PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83). Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale o que for correto. 01) No mito da caverna, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana, relatando como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu processo evolutivo, quando habitavam em cavernas. 02) O mito da caverna faz referência ao contraste ser e parecer, isto é, realidade e aparência, que marca o pensamento filosófico desde sua ori- gem e que é assumido por Platão em sua famo- sa teoria das Ideias. 03) O mito da caverna simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filo- sofia é capaz de promover, libertando o indiví- duo das sombras da ignorância e dos precon- ceitos. 04) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo inteligível e mundo sensível; o primeiro ocupado pelas Ideias perfeitas,o segundo pelos objetos físi- cos, que participam daquelas Ideias ou são suas cópias imperfeitas. 05) No mito da caverna, o prisioneiro que se liber- ta e contempla a realidade fora da caverna, devendo voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo que, na concepção platônica, conhecedor do Bem e da Verdade, é o mais apto a governar a cidade. 41. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir a responda à questão. Considera pois – continuei – o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar- se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os objetos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objetos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objetos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objetos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe mostravam? O texto é parte do livro VII da República, obra na qual Platão desenvolve o célebre Mito da Caverna. Sobre o Mito da Caverna, é correto afirmar. I. A caverna iluminada pelo Sol, cuja luz se projeta dentro dela, corresponde ao mundo inteligível, e do conhecimento verdadeiro do ser. II. Explica como Platão concebe e estrutura o conhecimento III. Manifesta a forma como Platão pensa a política, na medida em que, ao voltar á caverna, aquele que contemplou o bem quer libertar da contemplação das sombras os antigos companheiros. IV. Apresenta uma concepção de conhecimento estruturada unicamente em fatores circuns- tanciais e relativistas. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas b) Somente as afirmativas II e III são corretas c) Somente as afirmativas III e IV são corretas d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. CURSO DE FILOSOFIA 15 01. c 02. a 03. d 04. a 05. c 06. a 07. b 08. d 09. d 10. b 11. e 12. a 13. c 14. b 15. a 16. c 17. b 18. d 19. d 20. 11 (01, 02, 03, 05) 21. 11 (01, 02, 03, 05) 22. d 23. d 24. 26 (02, 08, 16) 25. b 26. a 27. d 28. a 29. 11 (01, 02, 03, 05) 30. c 31. b 32. e 33. d 34. a 35. a 36. 10 (02, 03, 05) 37. d 38. d 39. b 40. 14 (02, 03, 04, 05) 41. b Gabarito CURSO DE FILOSOFIA 16 ANOTAÇÕES CURSO DE SOCIOLOGIA Conceito A Sociologia é a ciência que estuda os aspectos do comportamento social, ou seja, como se dão as inter-relações humanas nos mais diversos agrupamentos sociais. Eva Maria Lakatos conceitua Sociologia como o “estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos.” Ou seja, a Sociologia é a ciência que se ocupa do estudo dos seres humanos em sociedade, seus modos de organização e inter-relações, em toda sua diversidade. Como exemplos de estudos de interesse sociológico, podemos destacar: a formação e desintegração de grupos; a divisão das sociedades em camadas; a mobilidade de indivíduos e grupos nas camadas sociais; processos de competição e cooperação; as relações e estrutura familiares; a criminalidade; a sexualidade – enfim, inúmeros podem ser os temas de estudo da Sociologia. Por esse motivo, as teorias e métodos sociológicos podem ser um importante instrumento para se compreender melhor a vida humana em grupos sociais. “A Sociologia é uma disciplina que se preocupa sobretudo, com a modernidade – com o caráter e a dinâmica das sociedades modernas e industrializadas [...]. Entre todas as ciências sociais, a sociologia estabelece uma relação mais direta com as questões que dizem respeito à nossa vida cotidiana – o desenvolvimento do urbanismo moderno, crime e punição, gênero, família, religião e poder social e econômico.” (GIDDENS, Anthony. Em defesa da Sociologia. São Paulo: Unesp, 2001, p. 11). É importante destacar que a Sociologia é uma ciência em permanente transformação, porque a sociedade, que é o seu objeto de estudo, também está em constante mudança. Em síntese, a Sociologia é a crítica do tempo presente. Origem e Precursores do Pensamen- to Sociológico O pensamento sociológico é tão antigo quanto a Filosofia e, portanto, anterior ao nascimento da Sociologia como área independente do conhecimento. O filósofo chinês Confúcio já se preocupava com as relações sociais, como o papel da família para o desenvolvimento da sociedade. Platão, por sua vez, foi o primeiro filósofo ocidental a tentar estudar sistematicamente a sociedade e, assim como Aristóteles, concebeu-a como uma estrutura baseada na divisão do trabalho e na desigualdade social. Para Aristóteles, a família constituía o núcleo social de base e a “natureza” já traria em si os elementos definidores da organização social: para ele, tanto era natural o ser humano se organizar em sociedade como eram “naturais” a escravidão dos seres considerados “inferiores” e a submissão da mulher (cuja natureza seria de subordinação) ao homem (cuja natureza seria de dominação). ARISTÓTELES Aula nº 01 A ORIGEM DA SOCIOLOGIA CURSO DE SOCIOLOGIA 18 Obviamente, durante toda a história da humanidade diversas outras formas de se organizar a vida em sociedade surgiram sem que, entretanto, viessem a incitar a constituição de um campo independente de estudo. Persistiu, contudo, no campo filosófico, em grande parte graças à hegemonia conquistada pela Igreja Católica durante a Idade Média, o pensamento que justifica os arranjos sociais como consequências “naturais” da desigual condição humana – a todos seria dado, divinamente, o lugar “merecido” na estrutura social. Pelo menos até o Renascimento, o pensamento ocidental permaneceu submetido à teologia cristã, fortemente influenciada pela filosofia naturalista de Platão e Aristóteles, para quem a sociedade é uma consequência natural do instinto humano, sempre obedecendo à ordem e a hierarquia de quem detenha o poder de governar a família ou a cidade-estado. Coube aos filósofos Contratualistas – Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau, cada qual desenvolvendo sua própria teoria quanto ao surgimento da vida em sociedade, a negação do impulso associativo natural. Para esses filósofos, a Sociedade não resulta de um instinto atávico, natural, mas, ao contrário, é algo absolutamente artificial. O pressuposto comum a todos os Contratualistas é a negação do impulso associativo natural e a noção de que só a vontade humana é capaz de inaugurar a vida social, ou seja, por uma espécie de “contrato social” todos consentem em aceitar certas limitações e legitimar uma estrutura social determinada. Para Rousseau, o problema fundamental para o qual o “contrato social” trouxe a solução era não perecer: “suponho os seres humanos tendo chegado ao ponto em que os obstáculos prejudiciais a sua conservação no estado de natureza predominam, por sua resistência, sobre as forças que cada indivíduo pode usar para manter-se nesse estado. Então, esse estado primitivo não pode mais persistir, e o gênero humano iria perecer se não mudasse a maneira de ser (...) encontrar uma forma de associação que defenda e proteja de toda a força comum a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, obedeça somente a si mesmo, e permaneça tão livre como antes.” (JJ ROUSSEAU, Do contrato social. (1762). EM: Michel Lallement, p. 60) Antes de Rousseau, o nobre francês Charles de Montesquieu já havia se debruçado sobre várias questões sociológicas, sendo considerado pormuitos autores como precursor da Sociologia. Para Montesquieu, como para outros autores antes dele, a organização social segue uma lógica ordenada. Porém, essa lógica não é divina, mas mundana: para compreendê-la, não se pode apelar à fé ou a moral, mas proceder à análise sócio-histórica das causas que levam ao estabelecimento de hábitos, costumes, usos, crenças e leis. Importante destacar que as mudanças geradas pelos movimentos revolucionários ocorridos na Europa nos séculos XVIII e XIX (Revolução Francesa e Revolução Industrial) é que provocaram o interesse dos cientistas sociais em compreender essas transformações. A Sociologia consiste, então, em uma reflexão sobre a sociedade capitalista e industrial e surge como uma ciência para compreender os novos problemas sociais decorrentes desse processo histórico. O nascimento da Sociologia moderna, como ciência independente, ocorreu somente no século XIX, por obra do filósofo positivista Auguste Comte (1798- 1857). Em 1938, Comte definiu as bases da Sociologia, como uma nova ciência dedicada ao estudo da sociedade através da unificação da história, psicologia e economia. Considerado também o primeiro filósofo da ciência, Comte notou a interdependência entre teoria e observação para o conhecimento científico. AUGUSTE COMTE CAMPOS DA SOCIOLOGIA Como ciência que busca compreender o homem em sociedade, ou os grupos sociais, os campos da Sociologia são tão diversificados como a própria atividade humana. Campos tradicionais incluem: – organização e estratificação social. Exemplos: características da sociedade de classes no Brasil, sociedades de castas na Índia, mobilidade social. – religião. Exemplos: a religião como forma de controle social, as mudanças sociais trazidas pela Reforma Protestante. – sexualidade e questões de gênero. CURSO DE SOCIOLOGIA 19 – família. Exemplos: a evolução e função da instituição Família, as formas de relações maritais, a organização familiar no contexto social. Esses campos foram sendo progressivamente ampliados pelo reconhecimento de que as estruturas sociais afetam todas as áreas de atividade humana, de maneira que o leque de possibilidades do estudo sociológico pode envolver áreas tão diversas como: Saúde: as instituições de saúde; os aspectos econômicos e sociais dos sistemas públicos e privados; os fenômenos humanos e sociais que afetam a saúde; as relações de poder entre profissionais e pacientes; a saúde de grupos específicos. Educação: o estudo da escola como instituição social; as relações escola-sociedade; a escola como agente de controle social e de socialização; Trabalho: as relações entre indivíduos e grupos organizados para a produção com finalidade econômica; os papeis dos profissionais; as relações de poder entre empregados e empregadores; a motivação para o trabalho, o papel da indústria no sistema de estratificação social. Enfim, esses são apenas alguns dos exemplos dos campos da Sociologia, que estuda o homo socius em todos os seus aspectos. Esses estudos ajudam não apenas a compreender as relações que se desenvolvem em diferentes estruturas de organização social, mas podem ser utilizados também para criar políticas sociais e de proteção. SUS (Sistema Único de Saúde) é parte da Previdência Social. MÉTODOS DA SOCIOLOGIA Toda ciência possui um conjunto de métodos, que simplisticamente falando são caminhos a serem seguidos para se alcançar o conhecimento. Para ser efetivo, um determinado método, ou conjunto de técnicas e procedimentos a serem seguidos, deve ser cuidadosamente elaborado. A Sociologia emprega, em suas investigações, uma variedade de métodos e técnicas, que podem ser usados separadamente ou em conjunto, dependendo do objeto de estudo a que se propõe. Tecnicamente, há uma distinção entre Método (nível de abstração mais amplo e elevado, para o estudo dos fenômenos estudados. Já os “métodos” seriam os conjuntos de técnicas propriamente empregadas – os procedimentos mais concretos e limitados a um domínio particular. Contudo, é comum que se utilize o termo método (em sentido amplo) para se abranger tanto o método quanto os métodos (em sentido estrito). Quanto aos Métodos de Abordagem (entenda-se Método em sentido estrito), podem ser discriminados: Método indutivo: estuda fenômenos particulares e procura aproximar os resultados a situações mais amplas – vai do particular para o geral, objetivando chegar a teorias. Exemplo: estudam-se grupos de trabalhadores, ou de estudantes, e infere-se que seu comportamento é representativo de grupos maiores, ou seja, do conjunto geral de trabalhadores ou estudantes. Método dedutivo: parte de teorias consolidadas para estudar e compreender fenômenos particulares. Ex.: Todos os homens são animais racionais. Pedro é homem. Logo, Pedro é um animal racional. Método hipotético-dedutivo: é uma variação do método dedutivo, proposto por Karl Popper, e consiste em, a partir de uma lacuna no conhecimento prévio, elaborar-se uma hipótese, que deverá ser testada pelo processo de “falseamento”. Ou seja, a partir de uma hipótese, buscam-se situações que poderiam contradizê-la – a abordagem busca a verdade científica através da eliminação do que é falso. Método dialético: sistematizado pelo filósofo idealista Friedrich Hegel, o método é composto de três momentos básicos: formula-se uma tese (uma ideia pretensamente verdadeira), contradiz-se a tese com uma antítese (ideia que é a negação da tese) e faz- -se uma síntese (que é o resultado da confrontação de ambas as ideias). A síntese se torna uma nova tese e o ciclo dialético recomeça. Com Karl Marx, que propôs o método dialético-materialista, é que a dialética se torna propriamente um método científico, pois Marx utilizou o método para a análise da realidade, usando a própria realidade como argumento e se afastando do idealismo da filosofia alemã. Para o materialismo- -dialético, o conhecimento não é algo acabado – há sempre a possibilidade de que o fim de um processo seja o começo de outro, visto que as coisas estão em constante transformação. Além dos Métodos de Abordagem descritos, a Sociologia se utiliza de diversos métodos de procedimento – que possuem finalidade mais concreta e restrita, e dizem respeito às técnicas de pesquisa propriamente ditas: Método histórico: promovido por Franz Boas, parte do princípio de que as organizações sociais atuais têm razões históricas, ou seja, para se compreender as estruturas atuais assume uma investigação do passado, de como estas estruturas se modificaram ao longo do tempo. Método monográfico: estuda casos que podem ser considerados representativos de outros, analisando-se o caso escolhido em sua totalidade. Método estatístico: busca explicar os fenômenos em termos quantitativos a fim de comprovar as relações entre eles. É o método usado quando se quer saber, por exemplo, a relação entre o número de filhos e o grau de escolaridade, ou o grau de escolaridade e a renda familiar. CURSO DE SOCIOLOGIA 20 TesTes Assimilação 01. (UNESP – SP) – Pode-se afirmar que a Sociologia contemporânea herdou as contribuições de autores considerados clássicos do pensamento sociológico a partir dos quais desenvolveram-se correntes teóri- cas distintas. Foram eles: a) Émile Durkheim, Theodor Adorno e Max Weber. b) Karl Marx, Max Weber e Karl Manheim. c) Max Weber, Karl Marx e Émile Durkheim. d) Émile Durkheim, Max Weber e Herbert Spencer. e) Karl Marx, Émile Durkheim e Talcott Parsons. 02. (UNESP – SP) – A elaboração e a realização do projeto de pesquisa em Ciências Sociais, particular- mente na Sociologia, a) é o mais barato e mais prático meio de se conhe- cer a realidade social. b) é o meio mais eficaz e científico de se conhecer a realidade social. c) é o meio mais adequado para se reconhecer o outro. d) é o melhor meio para se conhecer e controlar gru- pos sociais antagônicos. e) é o melhor e mais caro processo deconstituição de mecanismos sociais de segregação social. 03. Os primeiros sociólogos procuravam entender o estado de organização da sociedade em formação, sendo o século XVIII muito importante para o surgi- mento dessa ciência profunda e complexa, a qual é estudada e analisada até os dias de hoje. Todas as transformações que ocorreram na época trouxeram consigo problemas para a vida em comunidade, daí surge a Sociologia e seus pesquisadores para es- clarecerem e organizarem as mudanças ocorridas no meio social, juntamente com os processos que interligam os indivíduos em grupos, associações e instituições. O termo Sociologia foi criado por Au- guste Comte, em 1838, que pretendia unificar a Psicologia, a Economia e a História, levando em consideração que todos esses assuntos giram em torno do homem e seu comportamento. Mas os fun- damentos sociológicos só foram institucionalizados com Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, pen- sadores também renomados e que se tornaram a base teórica para o estudo das Ciências Sociais. O surgimento da Sociologia foi propiciado pela necessidade de: a) Manter a interpretação mágica da realidade como patrimônio de um restrito círculo sacerdotal. b) Manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicação do mundo. c) Condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir e pensar conforme os ensinamentos transmitidos pelos deuses. d) Considerar os fenômenos sociais como proprie- dade exclusiva de forças transcendentais. e) Observar, medir e comprovar as regras que tor- nassem possível, através da razão, prever os fe- nômenos sociais. Método Comparativo: como o próprio nome sugere, utiliza-se da comparação de grupos sociais, tanto grupos existentes com os do passado como entre sociedades contemporâneas. Propõe regras para a observação dos fatos sociais. Utilizado por Émile Durkheim (1858 – 1917), um dos autores clássicos da Sociologia. Método Compreensivo: Aplicado por Max Weber (1864 – 1920), também denominado método tipológico, compara fenômenos sociais complexos, através de “tipos” ou “modelos ideais”. Permite a interpretação do significado da ação social. Busca na história valores e culturas explicativos das ações sociais. Por exemplo: classificando e comparando diversos tipos de organização, apresentou como tipo ideal a organização burocrática. Método funcionalista: é um método de interpretação mais que de investigação, pois propõe o estudo das funções essenciais da vida social. Parte da ideia de que todo organismo tem partes que desempenham uma função no todo – compreendendo-se as funções unitárias, chegar-se-ia a compreensão do todo. Método estruturalista: utiliza o “tipo” ou “modelo” do método tipológico, no entanto dele diverge em um ponto fundamental: enquanto o “tipo ideal” do método tipológico inexiste na realidade, o modelo do método estruturalista é o modelo que representa o objeto de estudo. Mais de um método pode ser usado concomi- tantemente e podem incluir uma variedade de técnicas de pesquisas: documental (livros, documentos oficiais, jornais, censos, etc.), análise de estudos antropológicos, entrevistas, questionários, formulários, observação sistemática ou participante, entre outras. CURSO DE SOCIOLOGIA 21 04. (UNESP – SP) – “À medida que se foi estenden- do a influência da concepção de vida puritana – e isto, naturalmente, é muito mais importante do que o simples fomento da acumulação de capital – ela fa- voreceu o desenvolvimento de uma vida econômica racional e burguesa. Era a sua mais importante, e, antes de mais nada, a sua única orientação consis- tente, nisto tendo sido o berço do moderno “homem econômico”. (Marx Weber, A Ética protestante e o espírito do capitalismo. 1967:125) De acordo com o texto, Max Weber está apontando para o “desenvolvimento de uma vida econômica racional e burguesa” e o desenvolvimento do capitalismo a partir da influência da: a) economia e sociedade. b) ética protestante. c) liderança carismática. d) ética liberal. e) teoria da ação social. 05. (UNICENTRO – PR) – Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanida- de, aquelas que aconteceram no século XVIII – e que se estenderam no século XIX – só foram supe- radas pelas grandes transformações do final do sé- culo XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica, que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas for- mas de organização e causando modificações cul- turais duradouras, que perduram até os dias atuais. (DIAS, 2004, p. 15). Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar: a) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvi- mento levou ao crescimento das cidades rurais. b) A intensificação da economia agrária em larga es- cala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo. c) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais. d) O aumento do trabalho humano nas fábricas oca- sionou a diminuição da divisão do trabalho. e) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais. Aperfeiçoamento 06. Sobre o surgimento da Sociologia, podemos afirmar: I. a consolidação do sistema capitalista na Europa no século XIX forneceu os elementos que ser- viram de base para o surgimento da sociologia como ciência particular. II. o homem passou a ser visto, do ponto de vista sociológico, a partir de sua inserção na socieda- de e nos grupos sociais que a constituem. III. aquilo que a Sociologia estuda constitui-se histo- ricamente como o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade. IV. interessa para a Sociologia, não indivíduos iso- lados, mas inter-relacionados com os diferentes grupos sociais dos quais fazem parte, como a escola, a família, as classes sociais etc... a) II e III estão corretas. b) Todas as afirmativas estão corretas. c) I e IV estão corretas. d) I, III e IV estão corretas. e) II, III e IV estão corretas. 07. A Sociologia é a Ciência dos problemas sociais que emergem com a chegada do século XVIII. Que tem um marco econômico e outro político e social”: TELES, Mª Luiza. Sociologia para Jovens. Petrópolis – RJ,Ed. Vozes: 2002. Sobre os aspectos que determinaram o surgimento da Sociologia, é correto afirmar que: a) É somente com a Revolução Francesa que a so- ciedade europeia passa a ter a consolidação do poder nobiliárquico e o surgimento da Sociologia. b) O Renascimento Comercial e Urbano, assim como a ascensão das monarquias absolutistas, determinou o surgimento das Ciências Sociais. c) Com as Revoluções Burguesas e a Revolução Industrial, a Europa passa por grandes transfor- mações sociais, políticas e econômicos que de- terminam o surgimento da Sociologia. d) É a partir da desagregação feudal e da conse- quente consolidação do trabalho servil que a so- ciologia passa a ter seus fundamentos estabele- cidos. e) A partir da consolidação do modo de produção feudal, a Sociologia passa a ter todos os funda- mentos necessários para se organizar sistemati- camente como ciência. CURSO DE SOCIOLOGIA 22 08. O primeiro desafio das ciências em geral, e da Socio- logia em particular, é o de superar o senso comum, fugindo das aparências da realidade social. Quando associado ao senso comum, o conhecimento pode ser prisioneiro de algumas armadilhas, como a de naturalizar questões e problemas que nada têm de naturais, ou tomar as impressões particulares como verdades universalmente válidas. Senso comum e conhecimento científico diferen- ciam-se, porque a) o senso comum é subjetivo e particular, pois se baseia em opiniões, enquanto a ciência procura se constituir como um conhecimento objetivo e universal. b) o senso comum se esforça para validar um conhecimento baseado nos testes experimentais, e o conhecimento sociológico é conceitual e abstrato. c) o senso
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