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CURSO DE FILOSOFIACURSO DE FILOSOFIA
AULAS 07 e 08
CURSO DE SOCIOLOGIACURSO DE SOCIOLOGIA
AULAS 07 e 08
CURSO DE FILOSOFIA
Aulas no. s 07 e 08 FILOSOFIA E POLÍTICA
A. O que define a Política?
Para a filósofa Hannah Arendt, a liberdade 
é o sentido da política. Mas essa liberdade não 
significa fazer o que se deseja, não significa 
soberania, pois só se é livre perante outros 
que também o sejam. E o lugar da liberdade e, 
portanto, da Política, é a existência de um espaço 
público organizado que permitiria a todos os 
homens livres “aparecer”, isto é, agir. A liberdade 
existe onde a condição plural do homem não seja 
desconsiderada, sendo nada mais que ação, em 
outras palavras, o indivíduo só é livre enquanto 
está agindo, nem antes, nem depois.
A Política, para Hannah Arendt, implica não 
só a possibilidade, latente em todos os seres 
humanos, de “começar”, de criar algo novo, 
fazendo surgir o inesperado, o imprevisível, mas 
também, e não de maneira secundária, que a ação 
política nunca se realiza no isolamento, sempre é 
uma ação em conjunto, configurando um acordo 
entre iguais. Por isso, o que é mais assustador 
nas formas do Estado Totalitário, é a “concepção 
segundo a qual a liberdade dos homens precisa 
ser sacrificada para o desenvolvimento histórico, 
cujo processo só pode ser impedido pelo homem 
quando este age e se move em liberdade.” É 
também no espaço de liberdade que se dá a 
condição de igualdade, pois é o espaço político 
comum a todos nós. Conforme o pensamento 
da autora, a liberdade do falar um com o outro 
“só é possível no trato com os outros” e “só na 
liberdade de falar um com o outro nasce o mundo 
sobre o qual se fala, em sua objetividade visível 
de todos os lados.
Alguns testes:
01. (Fundação Carlos Chagas) – Durante o século XX, 
a filósofa Hannah Arendt afirmou que existe uma 
antiga resposta para a pergunta sobre o sentido 
da política tão simples e concludente, que poderia 
dispensar outras respostas por completo. De acordo 
com o que explana Hannah Arendt em O que é 
política?, esse sentido da política é:
a) o poder.
b) a administração.
c) a liberdade.
d) a igualdade.
e) o bem.
02. (UEG) – As histórias, resultado da ação e do dis-
curso, revelam um agente, mas este agente não é 
autor nem produtor. Alguém a iniciou e dela é o su-
jeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é 
seu autor. 
ARENDT, Hannah. A condição humana. Apud SÁTIRO, A.; 
WUENSCH, A. M. Pensando melhor – iniciação ao filosofar. São 
Paulo: Saraiva, 2001. p. 24. 
A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das mais 
refinadas pensadoras contemporâneas, refletindo 
sobre eventos como a ascensão do nazismo, o 
Holocausto, o papel histórico das massas etc. No 
trecho citado, ela reflete sobre a importância da 
ação e do discurso como fomentadores do que 
chama de “negócios humanos”. Nesse sentido, 
Arendt defende o seguinte ponto de vista: 
a) a condição humana atual não está condicionada 
por ações anteriores, já que cada um é autor de 
sua existência. 
b) a necessidade do ser humano de ser autor e pro-
dutor de ações históricas lhe tira a responsabili-
dade sobre elas. 
c) o agente de uma nova ação sempre age sob a 
influência de teias preexistentes de ações ante-
riores. 
d) o produtor de novos discursos sempre precisa le-
var em conta discursos anteriores para criar o seu. 
CURSO DE FILOSOFIA
2
03. (UNESP) – Hannah Arendt reflete a respeito de três 
atividades humanas que são vinculadas a três for-
mas de vida humana. Tal relação esquemática é 
central na filosofia daquela pensadora e em sua crí-
tica da sociedade contemporânea. Assinale a alter-
nativa que relaciona, corretamente, aqueles modos 
de vida e atividades humanas. 
a) Ser político - trabalho; homo faber - fabricação; 
animal laborans - ação. 
b) Ser político - ação; homo faber - trabalho; animal 
laborans - fabricação. 
c) Ser racional - ação; homo economicus - trabalho; 
homo ludens - diversão. 
d) Ser político - ação; homo faber - fabricação ; ani-
mal laborans - trabalho. 
e) Ser racional - contemplação; homo economicus - 
ação; homo laborans - trabalho. 
04. (UEL – PR) – Leia o texto abaixo, que trata do con-
ceito ético de responsabilidade: 
 “[...] devo ser considerado responsável por algo 
que não fiz, e a razão para a minha responsabilidade 
deve ser o fato de que eu pertenço a um grupo 
(um coletivo), o que nenhum ato voluntário meu 
pode dissolver [...] somos sempre considerados 
responsáveis pelos pecados de nossos pais, assim 
como colhemos as recompensas de seus méritos”. 
(ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2004, p. 216-217). 
Assinale a alternativa que pode ser considerada 
INCORRETA enquanto interpretação do excerto 
acima: 
a) Hannah Arendt adere à perspectiva moderna de 
uma ética da responsabilidade individual e ina-
lienável. 
b) A experiência totalitária do nazismo deve ser 
encarada como responsabilidade de todos, não 
cabendo às gerações posteriores se eximirem da 
responsabilidade pelo mundo, cabendo a todos o 
papel de salvaguardar o mundo dos terrores tota-
litários, mesmo que não tenham nenhuma culpa 
(afinal nem eram nascidos) por tais crimes contra 
a humanidade. 
c) No momento em que o candidato que responde a 
esta prova assinala uma alternativa, há na mes-
ma cidade uma criança sofrendo maus-tratos de 
um pai violento. O candidato não tem nenhuma 
culpa da dor dessa criança, mas deve assumir 
sua corresponsabilidade por esse acontecimento. 
d) A responsabilidade é coletiva, enquanto a culpa 
é individual. 
e) A liberdade não pode estar à margem da respon-
sabilidade, pois se nenhum ato voluntário pode 
dissolver o pertencimento de um indivíduo ao 
grupo, a responsabilidade passa a ser condição 
da ação livre. 
05. (UECE) – Isonomia não significa que todos sejam 
iguais perante a lei nem que a lei seja igual para 
todos, mas sim que todos têm o mesmo direito à 
atividade política; e essa atividade na polis era de 
preferência uma atividade de conversa mútua. Por 
isso, isonomia é, antes de tudo, liberdade de falar 
e como tal é o mesmo que isegoria; mais tarde, em 
Polibios, ambas significam apenas isologia. Porém, 
o falar na forma de ordenar e o ouvir na forma de 
obedecer não eram avaliados como falar e ouvir ori-
ginais; não era uma conversa livre porquanto com-
prometida com um fenômeno determinado não pela 
conversa, mas sim pelo fazer ou trabalhar. As pala-
vras eram aqui como que o substituto do fazer e, na 
verdade, de um fazer que pressupunha o forçar e o 
ser forçado. Quando os gregos diziam que os escra-
vos e bárbaros eram aneu logou, não dominavam 
a palavra, queriam dizer que eles se encontravam 
numa situação na qual era impossível a conversa 
livre. Na mesma situação, encontra-se o déspota, 
que só conhece o ordenar; para poder conversar, 
ele precisava de outros de categoria igual à dele. 
Portanto, para a liberdade, não se precisava de uma 
democracia igualitária no sentido moderno, mas sim 
de uma esfera limitada de maneira estreitamente 
oligárquica ou aristocrática, na qual pelo menos os 
poucos ou os melhores se relacionassem entre si 
como iguais entre iguais.
Hanna Arendt. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 
1998, p. 49 (com adaptações).
Considerando as informações do texto acima, 
assinale a opção correta.
a) Da democracia grega fazia parte a isonomia, que 
é entendida, fundamentalmente, como a igualda-
de de todos perante a lei ou a igualdade da lei 
para todos os cidadãos.
b) Para os gregos, os escravos e bárbaros eram se-
res sem o domínio da palavra porque não eram 
seres humanos, mas meros animais.
c) Na vida política dos gregos, isonomia é entendida 
como isegoria, ou seja, liberdade de falar. O exer-
cício político originário da linguagem consiste na 
conversa livre entre homens livres e iguais, em 
que se discutee se decide sobre os rumos da 
vida comum na pólis.
d) Para os gregos, a palavra ou o discurso (logos) 
não tem importância, visto que o que importa na 
vida da comunidade política é agir.
e) Mesmo em uma relação despótica, dá-se o exer-
cício político da linguagem, pois o déspota usa a 
palavra para dar ordens aos que lhe estão sujei-
tos e estes se utilizam da linguagem para obede-
cer às ordens.
CURSO DE FILOSOFIA
3
B. A Política para os Antigos:
Os gregos inventaram a política, o fato de a 
política ser central na vida do ser humano era algo 
tão claro para eles, que é isso o que os faz distinguir 
o homem dos deuses e dos animais. O homem é 
um animal político, está, portanto destinado a viver 
em sociedade segundo a célebre expressão de 
Aristóteles. Quando os gregos pensam em política, 
eles pensam primeiro nos cidadãos, seus debates, 
instituições e lutas. A mobilização política não é um 
fim em si, age-se em certas condições, na medida 
das possibilidades do momento.
Aristóteles entendia que o homem nascia para 
viver em sociedade e por isso não poderia dela 
se isentar. Aristóteles procurou demonstrar que 
somente na cidade-estado o homem seria capaz 
de desenvolver todas as suas capacidades. A pólis 
seria aquela cidade que torna possível a felicidade 
obtida pela vida criativa da razão. À felicidade 
individual deve corresponder o bem comum e, 
portanto, uma cidade feliz (polis eudaimon).
A Política entre os gregos estava intimamente 
ligada à retórica. É o que se chamava de isegoria: 
a liberdade de falar, quando ela é igual para todos. 
Em outras palavras, existe isegoria onde todos têm 
a mesma liberdade para pronunciar-se.
 
Alguns testes:
06. (UEPA) – Leia o texto para responder à questão.
Platão:
 A massa popular é assimilável por natureza a um 
animal escravo de suas paixões e de seus interesses 
passageiros, sensível à lisonja, inconstante em 
seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder 
é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor 
reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas 
discussões na Assembleia, são apenas disputas 
contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, 
cujas contradições e lacunas traduzem bastante 
bem o seu caráter insuficiente. 
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de 
Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da 
antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia 
b) república 
c) democracia 
d) monarquia 
e) plutocracia 
07. (FATEC) – Em 2015, o noticiário internacional deu 
grande destaque à Grécia, país europeu que vivia 
uma grave crise econômica e convocou a popula-
ção para decidir, via referendo, as medidas que de-
veriam ser adotadas pelo governo para gerir a crise. 
Parte da imprensa destacou o caráter democrático 
de tal medida e, em muitos textos, lembrou que os 
gregos foram os criadores da democracia.
Assinale a alternativa que indica corretamente quais 
são as principais diferenças entre as concepções 
de democracia na Antiguidade grega e no mundo 
contemporâneo.
a) Na Antiguidade grega, a democracia surgiu da 
necessidade de administrar países cada vez 
maiores; nas democracias contemporâneas, a 
política ajuda a administrar unidades menores, 
como as cidades. 
b) Na Antiguidade grega, o espaço reservado à ati-
vidade política eram os templos religiosos ou as 
residências das pessoas mais importantes; nas 
democracias contemporâneas, a atividade políti-
ca se realiza no espaço público. 
c) Na Antiguidade grega, política e religião eram 
esferas sociais separadas; nas democracias con-
temporâneas, a noção de cidadania vincula-se 
estreitamente às concepções religiosas. 
d) Nas democracias contemporâneas, a participa-
ção política é vinculada à renda, com o voto cen-
sitário; na Grécia Antiga, apenas os proprietários 
de terras, homens e mulheres, tinham direito à 
participação política. 
e) Nas democracias contemporâneas, o direito à 
participação política se estende a todos os gru-
pos sociais; na Grécia antiga, apenas os homens 
livres nascidos na polis eram considerados cida-
dãos. 
08. (PUC – SP) – “Em termos constitucionais mais 
convencionais, [na Atenas antiga] o povo não 
só era elegível para cargos públicos e possuía o 
direito de eleger administradores, mas também 
era seu o direito de decidir quanto a todos os 
assuntos políticos e o direito de julgar, constituindo-
se como tribunal, todos os casos importantes civis 
e criminais, públicos e privados. A concentração 
da autoridade na Assembleia, a fragmentação e o 
rodízio dos cargos administrativos, a escolha por 
sorteio, a ausência de uma burocracia remunerada, 
as cortes com júri popular, tudo isso servia para 
evitar a criação da máquina partidária e, portanto, 
de uma elite política institucionalizada.”
 M. I. Finley. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: 
Graal, 1988, p. 37.
CURSO DE FILOSOFIA
4
A partir do texto, pode-se afirmar que a democracia, 
na Atenas Antiga,
a) limitava a atuação do conjunto da sociedade nas 
decisões e nos assuntos políticos, que ficavam 
restritos à elite intelectual e econômica. 
b) reconhecia a necessidade da tripartição do poder, 
com a separação e a isonomia entre o executivo, 
o legislativo e o judiciário. 
c) dependia do bom funcionamento do aparato ad-
ministrativo, composto por funcionários estáveis 
e por ampla hierarquia burocrática. 
d) permitia a ampla manifestação dos cidadãos e 
tinha mecanismos que impediam a perpetuação 
das mesmas pessoas em cargos administrativos. 
09. (FUVEST) – “Num processo em que era acusado 
e a multidã o ateniense atuava como juiz, Demó s-
tenes [orador político, 384-322 a.C.] jogou na cara 
do adversá rio [també m um orador polí tico] as se-
guintes crí ticas: ‘Sou melhor que E squines e mais 
bem nascido; nã o gostaria de dar a impressã o de 
insultar a pobreza, mas devo dizer que meu qui-
nhã o foi, quando crianç a, frequentar boas escolas 
e ter bastante fortuna para que a necessidade nã o 
me obrigasse a trabalhos vergonhosos. Tu, E squi-
nes, foi teu destino, quando crianç a, varrer como 
um escravo a sala de aula onde teu pai lecionava’. 
Demóstenes ganhou triunfalmente o processo.”
Paul Veyne, História da Vida Privada, I, 1992.
A fala de Demó stenes expressa a
a) transformação política que fez Atenas retornar ao 
regime aristocrá tico depois de derrotar Esparta 
na Guerra do Peloponeso.
b) continuidade dos mesmos valores sociais iguali-
tá rios que marcaram Atenas a partir do momento 
em que se tornou uma democracia.
c) valorizaç ão da independê ncia econô mica e do 
ó cio, imperante não só em Atenas, mas em todo 
o mundo grego antigo.
d) decadência moral de Atenas, depois que o poder 
polí tico na cidade passou a ser exercido pelo par-
tido conservador.
e) crítica ao princí pio da igualdade entre os cida-
dã os, mesmo quando a democracia era a forma 
de governo dominante em Atenas.
10. (VUNESP) – 
 É preciso dizer que, com a superioridade 
excessiva que proporcionam a forç a, a riqueza, [...] 
[os muito ricos] nã o sabem e nem mesmo querem 
obedecer aos magistrados [...]
 Ao contrá rio, aqueles que vivem em extrema 
penú ria desses benefí cios tornam-se demasiados 
humildes e rasteiros. Disso resulta que uns, 
incapazes de mandar, só sabem mostrar uma 
obediê ncia servil e que outros, incapazes de se 
submeter a qualquer poder legí timo, só sabem 
exercer uma autoridade despó tica.
(Aristóteles, A Política.)
Segundo Aristó teles (384-322 a.C.), que viveu em 
Atenas e em outras cidades gregas, o bom exercí cio 
do poder polí tico pressupõ e
a) o confronto social entre ricos e pobres.
b) a coragem e a bondade dos cidadã os.
c) uma eficiente organizaç ão militar do Estado.
d) a atenuaç ão das desigualdades entre cidadã os.
e) um pequeno nú mero de habitantes na cidade.
11. (VUNESP) – Platão, na sociedade idealizada em 
sua obra Repú blica, reconheceu que a divisão do 
trabalho traz maiores benefí cios à sociedade e pro-
picia um harmonioso intercâ mbio de serviços. Para 
o filó sofo grego, sendo os homens diferentes por 
natureza, cabe a cada um estar no lugar em que 
melhor expresse sua habilidade. (...) O també m gre-
go e filó sofo Aristóteles apregoava que, nos Estados 
mais bem-governados, a nenhum cidadã o poderia 
ser permitido o exercí cio de atividades ligadas à s 
artes manuais, pois isso o impedia de dedicar mais 
tempo à sua obrigaç ão para com o Estado.
(Paulo Sé rgio do Carmo, A ideologia do trabalho. Adaptado.)
A partir das ideias de Platã o e Aristó teles, pode-se 
concluir que há a defesa
a) do trabalho compulsó rio para todos os homens.
b) da interdiç ão do trabalho manual à s mulheres.
c) de que alguns homens devem ser escravos.
d) de que as atividades produtivas devem ficar res-
tritas aos homens.
e) de que a atividade econô mica só pode ser feita 
pelo cidadã o.
CURSO DE FILOSOFIA
5
12. (MACKENZIE) – Mãe, ama, pai e professor compe-
tem entre si para o aperfeiç oamento da crianç a, logo 
que esta é capaz de entender o que lhe dizem... se 
obedece, tudo está bem. Do contrá rio, é corrigida 
à força de ameaç as e pancadas, com um pedaç o de 
madeira curvo ou torcido. Protá goras
O fragmento de texto acima retrata a educaç ão em 
Atenas, que tinha entre os seus objetivos:
a) desenvolver nos cidadã os um conjunto, harmo-
nioso e refinado, de qualidades da mente e do 
corpo, visando a vida pú blica.
b) incentivar os cidadã os a servir a diarquia como 
bons soldados, com uma cultura sumá ria, que 
nutria grande desprezo pela riqueza.
c) a formaç ão de boas mã es e pais, leais e obedien-
tes, privilegiando a formaç ão física e militar dos 
jovens de ambos os sexos.
d) perpetuar a estrutura social e polí tica existente, 
por meio do laconismo e da rí gida obediência à 
autoridade, resultantes da disciplina militar.
e) desenvolver a cidadania, preparando todos os 
habitantes da cidade para o exercí cio do poder 
nas instituiç ões públicas.
C. Os índios no século XVI eram 
 politicamente organizados? 
Para o filósofo Francis Wolf os indígenas 
viviam um experiência política de autogoverno e 
bem estar da comunidade muito além da visão de 
poder coercitivo que havia na Europa no período 
das chamadas “descobertas”. Para o antropólogo 
Pierre Clastres, na obra A Sociedade contra o 
Estado, a carência que os europeus afirmavam 
existir entre os indígenas – falta de Estado e falta 
de escrita, além de limitação tecnológica – era fruto 
da visão etnocêntrica dos europeus. Para Clastres, 
é preciso ver as sociedades indígenas através de 
sua positividade. Elas não chegaram até nossa 
forma de poder, não porque foram incompetentes; 
simplesmente negaram-se a ela, negaram-se a 
constituir um Estado como o modelo ocidental, que 
tem como base as categorias comando-obediência. 
O poder, como questão, foi resolvido de diferentes 
formas por diversas sociedades. São sociedades que 
não permitem uma divisibilidade, isto é, não criam 
divisões por idade, sexo, ou trabalho. Isto é algo que 
jamais será compreendido pelo Ocidente, que insiste 
em vê-las como “bárbaras”. Para Wolf, são bárbaros 
aqueles que acreditam na barbárie, mas não no 
sentido de acreditarem que haja culturas inferiores e 
sim no sentido de acreditarem que sua própria cultura 
é a única forma de humanidade possível.
Alguns testes: 
13. (UEM – PR) – “(...) o ataque de 11 de setembro [de 
2001] é de fato um ataque bárbaro, e por ser bárbaro 
é que exige uma resposta civilizada. É bárbaro tanto 
na forma como no fundo, não por ser organizado por 
uma religião ou cultura bárbara, mas por ser organi-
zado em nome da ideia do Bem absoluto. E ele exige 
uma resposta civilizada, ou seja, uma luta sem hipo-
crisia, não em nome da ideia do Bem ou da civiliza-
ção, mas em nome da luta pela diversidade da huma-
nidade, da qual todas as civilizações são garantia.” 
(WOLFF, Francis. In: ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. 
Temas de Filosofia. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2005, p. 292).
A partir do trecho citado, assinale o que for correto.
01) Todas as civilizações têm a obrigação de garan-
tir a existência da humanidade; nesse sentido, 
elas não podem defender o extermínio de seres 
humanos, sejam eles de qualquer raça ou etnia.
02) Uma resposta bárbara a um ataque bárbaro 
implica, pelo raciocínio do autor, uma vitória da 
barbárie sobre a civilização.
04) Não é sinal de justiça tratar terroristas por re-
gras que eles mesmos não reconhecem, como 
o respeito aos direitos humanos.
08) As populações consideradas civilizadas têm 
como Bem absoluto a defesa de seu próprio 
modelo de civilização.
16) Uma resposta civilizada está calcada nos prin-
cípios que fundam a civilização moderna oci-
dental, particularmente, no respeito aos direitos 
humanos.
14. (UFU) – […] a tribo não possui um rei, mas um che-
fe que não é chefe de Estado. O que significa isso? 
Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma 
autoridade, de nenhum poder de coerção, de ne-
nhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um 
comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum 
dever de obediência. O espaço da chefia não é o 
lugar do poder [...]. A propriedade mais notável do 
chefe indígena consiste na ausência quase comple-
ta de autoridade. [...] O chefe é um fazedor de paz; 
ele é a instância moderadora do grupo [...]. Ele deve 
apaziguar as disputas, regular as divergências, não 
usando de uma força que não possui e que não seria 
reconhecida. [...] Os meios que o chefe detém para 
realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso 
exclusivo da palavra: não para arbitrar entre as par-
tes opostas, pois o chefe não é um juiz e não pode se 
permitir tomar partido por um ou por outro, mas para, 
armado apenas de sua eloquência, tentar persuadir 
as pessoas da necessidade de se apaziguar [...]. 
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o estado. São Paulo: 
COSAC NAIFY, 2012 (adaptado). 
CURSO DE FILOSOFIA
6
O texto enfatiza uma característica dos povos 
nativos da América que, em geral, era interpretada 
pelos colonizadores como: 
a) uma alternativa ao modelo de estado absolutista 
despótico. 
b) um modelo de organização social avançado que 
prescindia a existência do estado. 
c) uma fraqueza, pois denotava a falta de organiza-
ção política nos moldes europeus. 
d) uma forma de organização social mais útil aos in-
teresses colonialistas do que o modelo africano. 
e) um modelo perigoso e que deveria ser submetido 
aos interesses e padrões do colonialismo euro-
peu. 
D. A Política Moderna em Maquiavel:
Maquiavel – dramaturgo, poeta, diplomata 
e filósofo, um homem de formação humanista e 
típico da Renascença – tem como traço principal 
do seu pensamento o rompimento com a visão 
cristã de moral conduzindo os negócios do Estado. 
O Príncipe, como homem de virtú, é aquele que 
garante a estabilidade, buscando evitar o ódio 
dos súditos mas sem procurar ser amado ou ser 
generoso. Nesse sentido, a moral não poderia ser 
um limitador da prática política. 
Defensor da História como mestre da vida, 
Maquiavel era um realista, criticando os que 
fundamentavam suas ações em princípios abstratos 
e sem consistência. No entanto, a virtú e a 
observação das circunstâncias não era suficiente 
para o sucesso. Ninguém está à salvo da fortuna, ou 
seja, do acaso. A fortuna são todas as alterações no 
rumo dos acontecimentos. A fortuna dispõe sobre 
tudo, e é preciso deixá-la fazer, estar tranquilo e não 
a confrontar, pois do contrário ela submeterá um 
homem em sua própria vontade.
Para Maquiavel, há dois meios de governar: pela 
lei e pela força. O primeiro é próprio do homem; o 
segundo, dos animais. Mas, como o primeiro muitas 
vezes não basta, convém recorrer ao segundo. 
Portanto, a um príncipe é necessário saber usar o 
animal e o homem. Mas é necessáriosaber dosar 
muito bem essa natureza, pois qualquer desvio, 
mesmo o mais sutil, pode ser fatal. Por isso um 
príncipe deve possuir a capacidade de ser um 
grande dissimulador.
“É necessário a um príncipe possuir as virtudes, 
mas é bem necessário parecer tê-las.”
Testes sobre o pensador fl orentino:
15. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir.
 A República de Veneza e o Ducado de Milão ao 
norte, o reino de Nápoles ao sul, os Estados papais 
e a república de Florença no centro formavam 
ao final do século XV o que se pode chamar de 
mosaico da Itália sujeita a constantes invasões 
estrangeiras e conflitos internos. Nesse cenário, o 
florentino Maquiavel desenvolveu reflexões sobre 
como aplacar o caos e instaurar a ordem necessária 
para a unificação e a regeneração da Itália.
(Adaptado de: SADEK, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão 
sem fortuna, o intelectual de virtú”. In: WEFORT, F. C. (Org.). 
Clássicos da política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.11-24.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 
filosofia política de Maquiavel, assinale a alternativa 
correta.
a) A anarquia e a desordem no Estado são aplaca-
das com a existência de um Príncipe que age se-
gundo a moralidade convencional e cristã. 
b) A estabilidade do Estado resulta de ações huma-
nas concretas que pretendem evitar a barbárie, 
mesmo que a realidade seja móvel e a ordem 
possa ser desfeita. 
c) A história é compreendida como retilínea, portan-
to a ordem é resultado necessário do desenvolvi-
mento e aprimoramento humano, sendo impossí-
vel que o caos se repita. 
d) A ordem na política é inevitável, uma vez que o 
âmbito dos assuntos humanos é resultante da 
materialização de uma vontade superior e divina. 
e) Há uma ordem natural e eterna em todas as 
questões humanas e em todo o fazer político, de 
modo que a estabilidade e a certeza são constan-
tes nessa dimensão. 
16. (ENEM) – Nasce daqui uma questão: se vale mais 
ser amado que temido ou temido que amado. Res-
ponde-se que ambas as coisas seriam de desejar; 
mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro 
ser temido que amado, quando haja de faltar uma 
das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma 
maneira geral, que são ingratos, volúveis, simula-
dores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes 
fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o 
sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como 
acima disse, o perigo está longe; mas quando ele 
chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
CURSO DE FILOSOFIA
7
A partir da análise histórica do comportamento 
humano em suas relações sociais e políticas, 
Maquiavel define o homem como um ser
a) munido de virtude, com disposição nata a praticar 
o bem a si e aos outros. 
b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas 
para alcançar êxito na política. 
c) guiado por interesses, de modo que suas ações 
são imprevisíveis e inconstantes. 
d) naturalmente racional, vivendo em um estado 
pré-social e portando seus direitos naturais. 
e) sociável por natureza, mantendo relações pacífi-
cas com seus pares. 
17. (UFPA) – Ao pensar como deve comportar-se um 
príncipe com seus súditos, Maquiavel questiona as 
concepções vigentes em sua época, segundo as 
quais consideravam o bom governo depende das 
boas qualidades morais dos homens que dirigem 
as instituições. Para o autor, “um homem que quiser 
fazer profissão de bondade é natural que se arruíne 
entre tantos que são maus. Assim, é necessário a 
um príncipe, para se manter, que aprenda a poder 
ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso 
segundo a necessidade”.
Maquiavel, O Príncipe, São Paulo: Abril cultural, Os 
Pensadores, 1973, p.69.
Sobre o pensamento de Maquiavel, a respeito do 
comportamento de um príncipe, é correto afirmar 
que
a) a atitude do governante para com os governados 
deve estar pautada em sólidos valores éticos, 
devendo o príncipe punir aqueles que não agem 
eticamente. 
b) o Bem comum e a justiça não são os princípios 
fundadores da política; esta, em função da fina-
lidade que lhe é própria e das dificuldades con-
cretas de realizá-la, não está relacionada com a 
ética. 
c) o governante deve ser um modelo de virtude, e é 
precisamente por saber como governar a si pró-
prio e não se deixar influenciar pelos maus que 
ele está qualificado a governar os outros, isto é, a 
conduzi-los à virtude. 
d) o Bem supremo é o que norteia as ações do go-
vernante, mesmo nas situações em que seus 
atos pareçam maus. 
e) a ética e a política são inseparáveis, pois o bem 
dos indivíduos só é possível no âmbito de uma 
comunidade política onde o governante age con-
forme a virtude. 
 
18. (UFU) – Em seus estudos sobre o Estado, Maquia-
vel busca decifrar o que diz ser uma verità effettuale, 
a “verdade efetiva” das coisas que permeiam os mo-
vimentos da multifacetada história humana/política 
através dos tempos. Segundo ele, há certos traços 
humanos comuns e imutáveis no decorrer daquela 
história. Afirma, por exemplo, que os homens são 
“ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os 
perigos, ávidos de lucro”. 
(O Príncipe, cap. XVII)
Para Maquiavel: 
a) A “verdade efetiva” das coisas encontra-se em 
plano especulativo e, portanto, no “dever-ser”. 
b) Fazer política só é possível por meio de um mo-
ralismo piedoso, que redime o homem em âmbito 
estatal. 
c) Fortuna é poder cego, inabalável, fechado a qual-
quer influência, que distribui bens de forma indis-
criminada. 
d) A Virtù possibilita o domínio sobre a Fortuna. Esta é 
atraída pela coragem do homem que possui Virtù. 
19. (UNIOESTE) – “Creio que a sorte seja árbitro da me-
tade dos nossos atos, mas que nos permite o controle 
sobre a outra metade, aproximadamente. Comparo 
a sorte a um rio impetuoso que, quando enfurecido, 
inunda a planície, derruba casas e edifícios, remove 
terra de um lugar para depositá-la em outro. Todos 
fogem diante de sua fúria, tudo cede sem que se 
possa detê-la. Contudo, apesar de ter essa nature-
za, quando as águas correm quietamente é possível 
construir defesas contra elas, diques e barragens, de 
modo que, quando voltam a crescer, sejam desvia-
das para um canal, para que seu ímpeto seja menos 
selvagem e devastador. O mesmo se dá com a sorte, 
que mostra todo o seu poder quando não foi posto 
nenhum empenho para lhe resistir, dirigindo sua fúria 
contra os pontos que não há dique ou barragem para 
detê-la. [...] O príncipe que baseia seu poder inteira-
mente na sorte se arruína quando esta muda. Acredi-
to também que é prudente quem age de acordo com 
as circunstâncias, e da mesma forma é infeliz quem 
age opondo-se ao que o seu tempo exige”. 
(Maquiavel)
Considerando o pensamento político de Maquiavel 
e o texto acima, é INCORRETO afirmar que
a) o êxito da ação política do príncipe depende do 
modo como ele age de acordo com as circuns-
tâncias. 
b) a manutenção do poder e a estabilidade política 
são proporcionadas pelo príncipe de virtù, inde-
pendentemente dos meios por ele utilizados. 
 
CURSO DE FILOSOFIA
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c) o sucesso ou o fracasso da ação política para a 
manutenção do poder depende exclusivamente 
da sorte e do uso da força bruta e violenta. 
d) na manutenção do poder, a ação política do prín-
cipe se fundamenta, não no uso da força bruta e 
da violência, mas na utilização da força com virtù. 
e) o êxito da ação política, com vistas à manutenção 
do poder, resulta do saber aproveitar a ocasião 
dada pelas circunstâncias e da capacidade de 
entender o que o seu tempo exige. 
20. (UFU) – A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel 
(1469 – 1527) não era um Estado unificado como 
hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na 
obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a penín-
sula unificada. Para tanto, entre outros conceitos, 
forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primei-
ra representa a capacidade degovernar, agir para 
conquistar e manter o poder; a segunda é relativa 
aos “acasos da sorte” aos quais todos estão subme-
tidos, inclusive os governantes. Afinal, como regis-
trado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna impera-
trix mundi (A Fortuna governa o mundo).
Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve 
guardar a palavra dada quando isso se lhe torne 
prejudicial e quando as causas que o determinaram 
cessem de existir.
MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São 
Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80.
Com base nas informações acima, assinale a 
alternativa que melhor interpreta o pensamento de 
Maquiavel.
a) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que 
“as causas que o determinaram cessem de exis-
tir”; e de virtú, quando Maquiavel diz que o prínci-
pe deve ser “prudente”. 
b) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as 
“causas mudaram”; e de fortuna quando se refe-
re ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal 
qualidade saberia acumular grande quantidade 
de riquezas. 
c) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme 
o texto introdutório, ela não guarda qualquer rela-
ção com as noções de virtú e fortuna. 
d) O fragmento de Maquiavel expressa bem a no-
ção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser 
prudente, mas não se relaciona com a noção de 
fortuna, pois em nenhum momento afirma que as 
“circunstâncias” podem mudar. 
 
21. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir.
 Certamente, a brusca mudança de direção 
que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em 
comparação com os humanistas anteriores, explica-
se em larga medida pela nova realidade política 
que se criara em Florença e na Itália, mas também 
pressupõe uma grande crise de valores morais que 
começava a grassar.
 Ela não apenas constatava a divisão entre “ser” 
e “dever ser”, mas também elevava essa divisão a 
princípio e a colocava como base da nova visão dos 
fatos políticos.
(REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: 
Paulinas, 1990. V. II, p. 127.)
Dentre as contribuições de Maquiavel à Filosofia 
Política, é correto afirmar:
a) Inaugurou a reflexão sobre a constituição do 
Estado ideal. 
b) Estabeleceu critérios para a consolidação de um 
governo tirânico e despótico. 
c) Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um 
bom homem. 
d) Fundou os procedimentos de verificação da cor-
reção das normas. 
e) Rompeu o vínculo de dependência entre o poder 
civil e a autoridade religiosa. 
22. (IFSP) – Reconhecido por muitos como fundador do 
pensamento político moderno, Maquiavel chocou a 
sociedade de seu tempo ao propor, em O Príncipe, 
que
a) a soberania do Estado é ilimitada e que o monar-
ca, embora submetido às leis divinas, pode inter-
pretá-las de forma autônoma, sem a necessidade 
de recorrer ao Papa. 
b) a autoridade do monarca é sagrada, ilimitada e 
incontestável, pois o príncipe recebe seu poder 
diretamente de Deus. 
c) o Estado é personificado pelo monarca, que 
encarna a soberania e cujo poder não conhece 
outros limites que não aqueles ditados pela moral. 
d) a autoridade do príncipe deriva do consentimento 
dos governados, pois a função do Estado é pro-
mover e assegurar a felicidade dos seus súditos. 
e) a política é autonormativa, justificando seus 
meios em prol de um bem maior, que é a estabili-
dade do Estado. 
CURSO DE FILOSOFIA
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23. (UNESP) – Analise o texto político, que apresenta 
uma visão muito próxima de importantes reflexões 
do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a 
apontar que os domínios da ética e da política são 
práticas distintas.
 “A política arruína o caráter”, disse Otto von 
Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da 
Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. 
Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir 
ferozmente seus próprios povos nas praças árabes 
foram colocados e mantidos no poder por nações 
que se enxergam como faróis da democracia e 
dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e 
França. Isso é condenável?
 Os ditadores eram a única esperança do 
Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo 
árabe e de manter um mínimo de informação sobre 
as organizações terroristas islâmicas. Antes de 
condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário 
diplomata americano do século passado, George 
Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As 
sociedades não vivem para conduzir sua política 
externa: seria mais exato dizer que elas conduzem 
sua política externa para viver”.
(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)
A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel 
pode ser feita, pois o filósofo
a) considerava a ditadura o modelo mais apropriado 
de governo, sendo simpático à repressão militar 
sobre populações civis. 
b) foi um dos teóricos da democracia liberal, de-
monstrando-se avesso a qualquer tipo de mani-
festação de autoritarismo por parte dos gover-
nantes. 
c) foi um dos teóricos do socialismo científico, res-
paldando as ideias de Marx e Engels. 
d) foi um pensador escolástico que preconizou a 
moralidade cristã como base da vida política. 
e) refletiu sobre a política através de aspectos prio-
ritariamente pragmáticos. 
24. (UFU) – Leia com atenção o texto a seguir.
 A finalidade da política não é, como diziam os 
pensadores gregos, romanos e cristãos, a justiça 
e o bem comum, mas, como sempre souberam 
os políticos, a tomada e manutenção do poder. 
O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e 
conservar o poder [...].
(CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p. 396.)
A respeito das qualidades necessárias ao príncipe 
maquiaveliano, é correto afirmar:
a) O príncipe precisa ter fé, ser solidário e caridoso, 
almejando a realização da virtude cristã. 
b) O príncipe deve ser flexível às circunstâncias, 
mudando com elas para buscar dominar a sorte 
ou fortuna. 
c) O príncipe precisa unificar, em todas as suas 
ações, as virtudes clássicas, como a moderação, 
a temperança e a justiça. 
d) O príncipe deve ser bondoso e gentil, angariando 
exclusivamente o amor e, jamais, o temor do seu 
povo. 
E. A Política Moderna em Hobbes:
Para Hobbes, já que os homens encontram- 
-se num estado de guerra de “todos contra todos”, 
a construção da sociedade somente pode ocorrer 
quanto todos os membros rendem sua liberdade 
natural para uma única figura capaz de garantir a paz 
e a segurança a todos. Esta figura – o Leviatã – deve 
possuir poder inquestionável, não estando rendido 
a qualquer atrelamento, seja ele partidário ou 
republicano. Embora Hobbes não fosse exatamente 
um defensor do absolutismo, suas teses serviram 
de base para justificar a monarquia como forma 
mais viável de garantir a todos um estado de paz. 
Testes sobre Hobbes
25. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir.
 “Dado que todo súdito é por instituição autor de 
todos os atos e decisões do soberano instituído, segue-
-se que nada do que este faça pode ser considerado 
injúria para com qualquer de seus súditos, e que 
nenhum deles pode acusá-lo de injustiça”.
Fonte: HOBBES, T. Leviatã, ou, Matéria, forma e poder de um 
estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria 
Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 109.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
contratualismo de Hobbes, é correto afirmar:
a) O soberano tem deveres contratuais com os seus 
súditos. 
b) O poder político tem como objetivo principal ga-
rantir a liberdade dos indivíduos. 
c) Antes da instituição do poder soberano, os ho-
mens viviam em paz. 
d) O poder soberano não deve obediência às lei da 
natureza. 
e) Acusar o soberano de injustiça seria como acusar 
a si mesmo de injustiça. 
CURSO DE FILOSOFIA
10
26. (UEL – PR) – Para Hobbes,
 [...] o poder soberano, quer resida num homem, 
como numa monarquia, quer numa assembleia, 
como nos estados populares e aristocráticos, é 
o maior que é possível imaginarque os homens 
possam criar. E, embora seja possível imaginar 
muitas más consequências de um poder tão 
ilimitado, apesar disso as consequências da falta 
dele, isto é, a guerra perpétua de todos homens 
com os seus vizinhos, são muito piores.
(HOBBES, T. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria 
Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988. capítulo 
XX, p. 127.)
Com base na citação e nos conhecimentos sobre 
a filosofia política de Hobbes, assinale a alternativa 
correta.
a) Os Estados populares se equiparam ao estado 
natural, pois neles reinam as confusões das as-
sembleias. 
b) Nos Estados aristocráticos, o poder é limitado de-
vido à ausência de um monarca. 
c) O poder soberano traz más consequências, justi-
ficando-se assim a resistência dos súditos. 
d) As vantagens do estado civil são expressivamen-
te superiores às imagináveis vantagens de um 
estado de natureza. 
e) As consequências do poder soberano são indese-
jáveis, pois é possível a sociabilidade sem Estado. 
27. (UFSJ) – Leia.
 “É certo que há algumas criaturas vivas, como 
as abelhas e as formigas, que vivem socialmente 
umas com as outras, (...), sem outra direção senão 
seus juízos e apetites particulares, nem linguagem 
através da qual possam indicar umas às outras o 
que consideram adequado para o benefício comum”.
(HOBBES, Thomas. Do Estado. ln: Leviatã. Segunda parte. São 
Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 104, 
Coleção Pensadores.) 
Analise as afirmativas apresentadas abaixo que 
justificariam a ideia de que a humanidade difere das 
abelhas e formigas.
 I. Os homens estão constantemente envolvidos 
numa competição pela honra e pela dignidade. 
Devido a isso, surgem entre eles a inveja e o 
ódio.
 II. Entre abelhas e formigas não há diferença entre 
o bem comum e o bem individual. Por natureza, 
elas tendem para o bem individual e acabam por 
promover o bem comum.
III. O homem só encontra felicidade na comparação 
com os outros homens e só pode tirar prazer do 
que é eminente.
IV. Abelhas e formigas, quanto mais satisfeitas se 
sentem, mais são, por natureza, impelidas a 
ofender os seus semelhantes.
V. O acordo vigente entre os homens é natural, en-
quanto o acordo vigente entre as abelhas e for-
migas é artificial.
De acordo com o pensamento de Hobbes, são 
CORRETAS apenas as afirmativas
a) l, III e lV 
b) l, II e III 
c) II, IV e V 
d) I, II e V 
28. (UEL – PR) – A maior parte daqueles que escre-
veram alguma coisa a propósito das repúblicas o 
supõe, ou nos pede ou requer que acreditemos que 
o homem é uma criatura que nasce apta para a so-
ciedade. Os gregos chamam-no zoon politikon: e 
sobre este alicerce eles erigem a doutrina da so-
ciedade civil [...] aqueles que perscrutarem com 
maior precisão as causas pelas quais os homens 
se reúnem, e se deleitam uns na companhia dos 
outros, facilmente hão de notar que isto não acon-
tece porque naturalmente não poderia suceder de 
outro modo, mas por acidente.
[...]
Toda associação [...] ou é para o ganho ou para a 
glória – isto é, não tanto para o amor de nossos 
próximos quanto pelo amor de nós mesmos. [...] se 
fosse removido todo o medo, a natureza humana 
tenderia com muito mais avidez à dominação do 
que construir uma sociedade. Devemos, portanto, 
concluir que a origem de todas as grandes e 
duradouras sociedades não provém da boa vontade 
recíproca que os homens tivessem uns para com 
os outros, mas do medo recíproco que uns tinham 
dos outros.
(HOBBES, T. Do Cidadão. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p 
28-29; 31-32.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
pensamento político hobbesiano, é correto afirmar.
a) Hobbes reafirma o postulado aristotélico de que 
os homens tendem naturalmente à vida em so-
ciedade, mas que, obcecados pelas paixões, 
decaíram num estado generalizado de guerra de 
todos contra todos. 
b) O estado de guerra generalizada entre os ho-
mens emerge, segundo Hobbes, da desigualda-
de promovida pela lei civil e pelo desejo de poder 
de uns sobre os outros. 
CURSO DE FILOSOFIA
11
c) A ideia de que o estado de guerra generalizada 
ocorre com o desaparecimento do estado de na-
tureza, onde todos os homens vivem em harmo-
nia, constitui o fundamento da teoria política de 
Hobbes. 
d) Segundo Hobbes, para restaurar a paz que exis-
tia no estado de natureza, os homens sujeitam-
se, pelo pacto, a um único soberano para sub-
trair-se ao medo da morte e, por sua vez, garantir 
a autopreservação. 
e) Segundo Hobbes, à propensão natural dos ho-
mens a se ferirem uns aos outros se soma o di-
reito de todos a tudo, resultando, pela igualdade 
natural, em uma guerra perpétua de todos contra 
todos. 
F. Política e Liberdade: Locke e 
 Adam Smith
O pensamento iluminista caracteriza a passagem 
da modernidade para a época contemporânea. 
Adam Smith e John Locke são nomes fundamentais 
para a compreensão de um dos pensamentos mais 
importantes dos séculos XVII e XVIII: o liberalismo. 
A Riqueza das Nações, principal obra de Adam 
Smith, é um dos textos fundadores do liberalismo 
econômico. O Liberalismo defende a ideia de que 
o Estado deve intervir o mínimo possível, tanto na 
vida pessoal como nas relações econômicas. Para 
Adam Smith, o Estado possui apenas três deveres: 
a defesa da sociedade contra os inimigos externos, 
a proteção dos indivíduos contra as ofensas mútuas 
e a realização de obras públicas que não possam 
ser realizadas pela iniciativa privada.
Atribui-se a origem do liberalismo político 
ao filósofo inglês John Locke e o liberalismo 
econômico ao filósofo escocês Adam Smith. Como 
contratualista Locke defende em sua obra Segundo 
Tratado sobre o Governo Civil que o Estado existe 
a partir de um contrato social e este contrato tem 
como objetivo proteger as liberdades fundamentais 
que são: a vida, a propriedade e a própria liberdade. 
Ao Estado cabe a intervenção nas liberdades 
fundamentais apenas para garantir aos indivíduos 
tais liberdades.
Alguns testes:
29. (UNESP) – Os filósofos Thomas Hobbes e John Lo-
cke, ambos ingleses, pertencem à mesma escola de 
pensamento, o jusnaturalismo ou teoria do direito 
natural. É correto afirmar que esses autores defen-
diam em comum: 
a) a transmissão do poder dos indivíduos a um so-
berano ou governo, ao qual deveriam se subme-
ter incondicionalmente. 
b) a noção de que o poder político legítimo deriva 
de um contrato firmado entre indivíduos livres e 
iguais por natureza. 
c) a indivisibilidade do poder político ou a soberania 
absoluta, condição indispensável para a manu-
tenção da paz e da ordem. 
d) a ideia do “estado de natureza” como um estado 
contínuo de guerra, no qual reinam a competição, 
a desconfiança e o medo. 
e) a concepção de que os homens são portadores 
de direitos naturais imprescritíveis e inalienáveis, 
e que cabe ao Estado salvaguardá-los. 
30. (FUVEST) 
“Um comerciante está acostumado a empregar 
o seu dinheiro principalmente em projetos lucrativos, 
ao passo que um simples cavalheiro rural costuma 
empregar o seu em despesas. Um frequentemente 
vê seu dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos com 
lucro; o outro, quando se separa do dinheiro, raramente 
espera vê-lo de novo. Esses hábitos diferentes afetam 
naturalmente os seus temperamentos e disposições em 
toda espécie de atividade. O comerciante é, em geral, 
um empreendedor audacioso; o cavalheiro rural, um 
tímido em seus empreendimentos...”.
(Adam Smith, A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4)
Neste pequeno trecho, Adam Smith
a) contrapõe lucro a renda, pois geram racionalida-
des e modos de vida distintos.
b) mostra as vantagens do capitalismo comercial 
em face da estagnação medieval.
c) defende a lucratividade do comércio contra os 
baixos rendimentos do campo.
d) critica a preocupação dos comerciantes com 
seus lucros e dos cavalheiros com a ostentação 
de riquezas.
e) expõe as causas da estagnação daagricultura no 
final do século XVIII.
CURSO DE FILOSOFIA
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31. (UFMG) – Todas as alternativas contê m afirmaç ões 
corretas sobre o pensamento de Adam Smith, 
expresso em A RIQUEZA DAS NAÇ ÕES, EXCETO:
a) A eficá cia do trabalho nas sociedades civilizadas 
repousa nas divisã o social do trabalho.
b) A produç ão, enfatizada em seu aspecto social, é 
o que distingue Adam Smith dos mercantilistas e 
fisiocratas. 
c) As corporaç ões devem colocar obstá culos às ne-
cessidades do liberalismo e à apropriação priva-
da do capital.
d) O Estado se exime de intervir nos negó cios indi-
viduais e no comé rcio internacional.
e) O trabalho, na concepç ão de Adam Smith, é inse-
parável de sua noç ão da liberdade natural.
32. (VUNESP) – Sendo os homens, conforme (...) dis-
semos, por natureza, todos livres, iguais e inde-
pendentes, ningué m pode ser expulso de sua pro-
priedade e submetido ao poder de outrem sem dar 
consentimento.
(John Locke, Segundo tratado sobre o governo.)
 O patrimô nio do pobre reside na forç a e destreza 
de suas mã os, sendo que impedi-lo de utilizar essa 
forç a e essa destreza da maneira que ele considerar 
adequada, desde que nã o lese o pró ximo, constitui 
uma violaç ão pura e simples dessa propriedade 
sagrada.
(Adam Smith, A riqueza das naç ões.)
A partir da leitura dos textos, é correto afirmar que
a) John Locke defende a democracia, isto é , a igual-
dade polí tica entre os homens, ao passo que 
Adam Smith privilegia o trabalho, portanto a de-
sigualdade.
b) John Locke funda sua teoria polí tica liberal na de-
fesa da propriedade privada, em sintonia com a 
defesa da livre iniciativa proposta por Adam Smith.
c) o consentimento para evitar o poder centralizado 
do rei, em John Locke, choca-se com a necessi-
dade de intervenç ão econô mica, segundo Adam 
Smith.
d) a monarquia absolutista é a base da teoria 
política de John Locke, enquanto o Estado nã o 
intervencionista é o suporte da teoria econô mica 
de Adam Smith.
e) para John Locke, o consentimento é garantido 
pela divisã o dos poderes harmonizando-se com 
a defesa da propriedade coletiva de Adam Smith.
33. (VUNESP) – “Com plena seguranç a achamos que 
a liberdade de comé rcio, sem que seja necessá ria 
nenhuma atenç ão especial por parte do Governo, 
sempre nos garantirá o vinho de que temos necessi-
dade; com a mesma seguranç a podemos estar cer-
tos de que o livre comé rcio sempre nos assegurará 
o ouro e prata que tivermos condiç ões de comprar 
ou empregar, seja para fazer circular as nossas mer-
cadorias, seja para outras finalidades”. 
(Adam Smith -A RIQUEZA DAS NAÇ ÕES).
No texto, os argumentos a favor da liberdade de 
comé rcio são, também, de crí ticas ao:
a) Laissez-faire. d) Corporativismo. 
b) Socialismo. e) Mercantilismo.
c) Colonialismo. 
G. Benjamin Constant e a Liberdade 
para os Antigos e para os Modernos
Em 1794, Benjamin Constant preparou uma 
conferência que o tornou célebre, intitulada “Liberdade 
entre os Antigos e entre os Modernos”. O objetivo era 
criticar o governo dos jacobinos, afirmando que estes 
buscaram usar como referência a ideia de liberdade entre 
os Antigos – gregos, romanos, celtas , gauleses – e que 
esta referência não é adequada aos tempos modernos. 
Para Benjamin Constant, a liberdade moderna tem 
as seguintes características:
 I. o direito de estar submetido somente às leis, de 
não poder ser preso, nem detido ou morto, nem 
mal-tratado de nenhuma maneira em razão da 
vontade arbitrária de um ou de vários indivíduos;
 II. o direito de cada um expressar sua opinião, de es-
colher um trabalho ou profissão e fazê-lo, de dis-
por da sua propriedade e, inclusive abusar dela;
III. de ir e vir sem que seja preciso pedir permissão 
seja lá a quem for, e sem ter que prestar contas 
dos seus passos;
IV. o direito de reunir-se com outras pessoas, para 
o seu próprio interesse ou para professar o culto 
que prefere;
 V. de passar os dias e as horas a sua maneira con-
forme suas inclinações;
VI. o direito de cada um influir na administração do gover-
no, seja pela nomeação de todos, de determinados 
funcionários ou ainda por intermédio de representan-
tes, de encaminhar petições e demandas outras que 
as autoridades devem levar em consideração.
Enquanto o objetivo dos antigos era a crescente 
participação nas coisas coletivas e nos assuntos 
públicos em geral, atuando diretamente nas instancias 
das repúblicas de então (na ágora, no foro, nas 
assembléias, nos comícios, etc.), o objetivo dos 
modernos é bem outro. Não que não ambicionem serem 
cidadãos ativos nos estados atuais, mas a ênfase deles 
é ter a segurança para desfrutar o que é privado. Isso é 
que para eles representa melhor a liberdade.
CURSO DE FILOSOFIA
13
F. O pensamento do inglês Stuart Mill:
Utilitarista e pragmático, John Stuart Mill foi o primeiro parlamentar britânico a propor que as mulheres deveriam 
ter direito ao voto. Além disso, foi um forte opositor da escravidão. Para o autor, todas as pessoas deveriam ter 
voz. Participar dos debates políticos, em um ambiente de liberdade, tolerância e empatia, incentivaria a evolução 
intelectual dos indivíduos, e, ao permitir que os indivíduos atinjam seu maior potencial, fortaleceria a sociedade 
como um todo. Para Mill, devemos ter ”liberdade na busca pelo nosso próprio bem da forma que melhor nos 
apetece, desde que não interfira na possibilidade de os outros fazerem o mesmo”. O indivíduo deve, inclusive, 
ser livre para causar dano a si mesmo.
Mas a liberdade pode ter limitações. A única ocasião em que o poder estatal poderia ser exercido contra o 
indivíduo seria para evitar o dano a outros indivíduos [princípio do dano] 
Mill era cético quanto à ideia de democracia absoluta. Para ele, a ideia de que a maioria da população era 
soberana poderia gerar regimes capazes de cometer inúmeras atrocidades.
Somente com um governo com poder limitado – que respeite os indivíduos e a liberdade de buscar-se a 
felicidade – a democracia seria possível.
Testes, pra terminar:
34. (UECE) – É hábito de nosso tempo nada desejar intensamente. O ideal de caráter é não ter nenhum caráter 
marcante; aleijar por compressão, como fazem os chineses com os pés das mulheres, toda parte da natureza 
humana que projete uma saliência, e tenda a tornar uma pessoa notadamente dissimilar em relação ao perfil 
comum da humanidade. 
(Stuart Mill) 
No excerto acima Stuart Mill expressa uma crítica: 
a) aos movimentos sindicais e socialistas, muito atuantes em meados do século XIX na Inglaterra. 
b) à imprensa vitoriana, que não respeitava a individualidade dos cidadãos, expondo-a à opinião pública. 
c) à doutrina positivista, e sua proposta de uma sociedade hierarquizada. 
d) aos governantes dos grandes impérios, que esmagam o potencial de desenvolvimento dos mais pobres. 
e) aos que afirmam ser possível conhecer as verdadeiras finalidades da vida e reprimir os que se opõem a elas, 
disseminando falsidades perniciosas. 
35. (UNESP) – Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilita-
rismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos morais a decisão 
que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da situação dos povos nativos 
brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão de terra equivalente a 13% do território nacional, 
quase o dobro do espaço destinado à agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a população indígena 
é o dobro da média nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para so-
breviver. Este é um ponto em que o cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade dos 
índios não é proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar.
(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)
A aplicação sugerida da ética utilitarista para a populaçãoindígena brasileira é baseada em
a) uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores conjunturais e históricos.
b) critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios.
c) princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à vida humana.
d) uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais.
e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica.
CURSO DE FILOSOFIA
14
01. c
02. c
03. d
04. a
05. c
06. c
07. e
08. d
09. c
10. d
11. c
12. a
13. 11 (01, 02, 08)
14. c
15. b
16. c
17. b
18. c
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20. a
21. e
22. e
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30. a
31. c
32. b
33. e
34. e
35. b
Gabarito
CURSO DE SOCIOLOGIA
Aula nº 07 ESTRUTURA E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
CONCEITO
Não existem sociedades igualitárias puras. 
Indivíduos e grupos diferenciam-se entre si em 
função de vários fatores formando uma hierarquia de 
posições. Segundo Eva Maria Lakatos a diferenciação 
de indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente 
sobrepostas é que denominamos estratificação.
Para Karl Marx a estratificação social está 
correlacionada com o conceito de classe social. Para 
esse autor as classes sociais devem ser definidas com 
base nas relações de produção.
Para Max Weber a estratificação social deve ser 
definida com base numa combinação de critérios. Para 
Weber a estrutura social está organizada tanto em nível 
econômico como em nível de poder. Poder que não é 
determinado apenas pela riqueza, mas também por 
meio da honra e do prestígio social. 
“A forma pela qual as honras sociais são distribuídas 
numa comunidade, entre grupos típicos que participam 
nessa distribuição pode ser chamada de “ordem social”. 
Ela e a ordem econômica estão, decerto, relacionadas da 
mesma forma com a “ordem jurídica”. Não são, porém, 
idênticas. A ordem social é, para nós, simplesmente 
a forma pela qual os bens e serviços econômicos 
são distribuídos e usados. A ordem social é, decerto 
condicionada em alto grau pela ordem econômica, e por 
sua vez influi nela.”(Max Weber).
Para Pitirim Sorokin a estratificação é a desigual 
distribuição dos direitos e privilégios, deveres e 
responsabilidades, gratificações e privações poder 
social e influência entre os membros de uma sociedade.
Já o sociólogo Melvin M. Tumin considera os 
termos desigualdade social e estratificação social como 
sinônimos. Para esse autor a estratificação compreende 
a disposição de qualquer grupo ou sociedade numa 
hierarquia de posições desiguais com relação a poder, 
propriedade, valorização social e satisfação psicológica. 
O estudo da estratificação não pode ser separado 
das implicações ideológicas ligadas à desigualdade 
social. Isto foi realçado a respeito sobretudo da teoria 
funcionalista de estratificação formulada, pela primeira 
vez , num ensaio de Kinsley Davis e Wilbert Moore.
“Estes autores defendem que a estratificação 
não só é universal como também inevitável e 
necessária, porquanto não seria possível motivar os 
indivíduos a ocuparem posições elevadas de grande 
responsabilidade se a elas não fosse atribuída uma 
cota excessivamente elevada de recompensa em 
tempos de riqueza, poder e prestígio. Contra esta 
tese, observou Trumin e outros que a necessidade 
de recompensas diferentemente depende de valores 
culturalmente dominantes na nossa civilização e não 
de características atribuíveis à natureza humana, e 
que, por conseguinte, é admissível, em princípio, uma 
sociedade onde os estímulos, ao preenchimento dos 
vários papéis sociais não dêem lugar à desigualdade 
de posições.”
(Norberto Bobbio, Nicolas Matteucci e Giafranco Pasquino. 
Dicionário de política. UnB\Imprensa Oficial, 2004, p. 445). 
CASTAS
Foi na Índia que o sistema de castas alcançou o seu 
maior desenvolvimento. Em 1949 foi promulgada uma 
Constituição que estabeleceu a igualdade de todos os 
cidadãos, contudo a discriminação persiste. 
Kingsley Davis destaca as seguintes características 
do sistema de castas indianas:
• Hereditariedade na casta;
• Participação atribuída por toda a vida;
• Casamento endogâmico;
• Contato com outras castas é limitado;
• Identificação do indivíduo com as castas ;
• Profissão ou ocupação caracterizam a casta.;
• Cada casta possui um grau de prestígio próprio;
• Desigualdade social.
CURSO DE SOCIOLOGIA
2
[...] a palavra casta parece despertar, de início, a 
ideia de especialização hereditária. Ninguém, a não 
ser o filho, pode continuar a profissão do pai; e o filho 
não pode escolher outra profissão a não ser a do pai. 
[...] [É] um dever de nascimento. [...] A palavra casta 
não faz pensar apenas nos trabalhos hereditariamente 
divididos, e sim também nos direitos desigualmente 
repartidos. Quem diz casta não diz apenas monopólio, 
diz também privilégio. [...] O “estatuto” pessoal de 
uns e de outros é determinado, por toda a vida, pela 
categoria do grupo ao qual pertencem. [...] Quando 
declaramos que o espírito de casta reina em dada 
sociedade, queremos dizer que os vários grupos dos 
quais essa sociedade é composta se repelem, em vez 
de atrair-se, que cada um desses grupos se dobra 
sobre si mesmo, se isola, faz quanto pode para impedir 
seus membros de contrair aliança ou, até, de entrar 
em relação com os membros dos grupos vizinhos. [...] 
Repulsão, hierarquia, especialização hereditária, o 
espírito de casta reúne essas três tendências. Cumpre 
retê-las a todas se se quiser chegar a uma definição 
completa do regime de castas.
Bouglé, C. O sistema de castas, In: Ianni, Octávio (org.). Teorias 
da estratificação social. São Paulo: Nacional, 1973. p. 90 e 91.
ESTAMENTO
As sociedades estamentais são mais fechadas do 
que as sociedades de classes e mais abertas do que as 
sociedades de castas. A mobilidade social pode ocorrer, 
porém é muito difícil disso acontecer. 
Como exemplo de sociedade estamental podemos 
citar a sociedade medieval. A divisão em ordens: 
oratores, bellaores e laboratores. Os que oram (clero); 
os que guerreiam (nobreza) e os que trabalham (servos).
Pitirim Sorokin conceituou estamento como um 
grupo que, em relação aos estamentos que lhe são 
superiores, é mais ou menos organizados, e, no que 
diz respeito aos estamentos inferiores, consittui uma 
sociedade semi-organizada ou inorganizada. Seus 
membros esta ligados por lços de direitos e deveres; 
por privilégios e isenções de impostos e por ocuprem 
funções econômicas semelhantes.
CLASSES SOCIAIS
Na concepção marxista chama-se “classes” vastos 
grupos de homens que se disinguem pelo lugar que 
ocupam num sistema historicamente definido de 
produção social, pela sua relação com os meios de 
produção, pelo seu papel na organização social do 
trabalho e, portanto, pelos meios de que dispõem para 
obter riquezas sociais e ainda pelas grandezas destas. 
As classes são grupos de homens em que uns podem 
apropriar-se do trabalho de outros devido à diferença 
de sua posição em determinado regime da economia 
social. 
Para Marx os que controlam os meios de produção 
formam a classe dominante enquanto os que vendem 
a força de trabalho formam a classe dominada. A 
dominação econômica está ligada à dominação 
política. A classe dominante forja uma ideologia para 
justificar a sua dominação política e econômica, criando 
mecanismos para que as classes dominadas vejam tais 
diferenças como naturais. 
Max Weber diverge de Marx na concepção de 
classe. Weber faz uma distinção entre “situação de 
classe” e “classe”. 
“A situação de classe consiste na possibilidade 
típica de exercer um monopólio (positivo ou negativo 
em relação à distribuição dos bens, posições e destino 
geral dos componentes. Em relação à situação de 
classe, poder-se-á falar de classe quando:
Classes e situação de classe
Podemos falar de uma “classe” quando:
1) certo número de pessoas tem em comum um com-
ponente causal específico em suas oportunidades 
de vida, e na medida em que 
2) essecomponente é representado exclusivamente 
pelos interesses econômicos da posse de bens e 
oportunidades de renda, e 
3) é representado sob as condições de mercado de 
produtos ou mercado de trabalho. [Esses pontos 
referem-se à “situação de classe”, que podemos 
expressar mais sucintamente como a oportunida-
de típica de uma oferta de bens, de condições de 
vida exteriores e experiências pessoais de vida, e 
na medida em que essa oportunidade é determina-
da pelo volume e tipo de poder, ou falta deles, de 
dispor de bens ou habilidades em benefício de ren-
da de uma determinada ordem econômica. A pala-
vra “classe” refere-se a qualquer grupo de pessoas 
que se encontrem na mesma situação de classe.]
WEBER, Max. Classe, estamento, partido. In: Ensaios de 
Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. In: TOMAZI, Nelson 
Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo, 
Atual, 2007. 
CURSO DE SOCIOLOGIA
3
DESIGUALDADES SOCIAIS
O crescimento da riqueza mundial, proporcionado 
pela modernização e pelo aumento dos volumes de 
produção dos mais variados gêneros de consumo, 
foi, ao longo do século XX, proporcional à expansão 
da pobreza nas regiões mais carentes do globo. As 
implicações desse processo se encontram nas novas 
relações de exploração de matérias-primas e mão 
de obra. Embora essas relações envolvam diversas 
regiões mais carentes do globo na produção dos mais 
variados gêneros, elas não o fazem quando se trata da 
distribuição do lucro adquirido.
Pesquisas apontam que entre as décadas de 1940 
e 1990, ao mesmo tempo em que a riqueza mundial 
cresceu cerca de sete vezes, o número de pessoas 
em situação de pobreza ao redor do mundo triplicou.
A pobreza também pode ser consequência da 
discriminação étnica, sexual e etária, na medida em 
que atinge sobremaneira os grupos minoritários, como 
mulheres, crianças, idosos e populações das áreas 
mais pobres do globo. 
Organizações não governamentais e outras 
procuram minimizar a gravidade da situação apelando 
para a solidariedade, o que não é garantia de solução, 
já que essas medidas são apenas paliativas.
“Logo, é difícil erradicar a pobreza sem alterar as 
estruturas econômicas e sociais. Na busca pela solução 
efetiva, é preciso fomentar a distribuição de renda e o 
investimento em educação, considerando, é claro, os 
fatores culturais de cada sociedade. No entanto, ainda 
há muitas questões a discutir e ações a implementar 
para que sejam atendidas as necessidades humanas 
básicas – alimentação, vestimenta, moradia, educação, 
saúde, trabalho, segurança e serviços públicos, como 
água, saneamento – e todos tenham garantido o pleno 
exercício de seus direitos.
Em todo o mundo, e já há bastante tempo, são 
inúmeras as discussões sobre a miséria e as tentativas 
de implementar leis e diretrizes para erradicá-la. 
Entretanto, concretizá-las tem se tornado um grande 
desafio para os governos ao redor do globo.”
(MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane. História em debate. 
São Paulo: Editora do Brasil, 2016, vol. 2, p. 243).
Segundo o pesquisador Thomas Piketty a 
desigualdade tem aumentado significativamente nos 
últimos 40 anos, inclusive em países ricos. Dados de 
2016 revelam que Nos Estados Unidos parte da riqueza 
nacional de 10% dos contribuintes passou de 34% a 
47%, na Rússia e de 21% a 46%, na China de 27% a 
41% e na Europa de 33% a 37%. Já os países e regiões 
menos igualitárias formadas pelo Brasil (55% da renda 
nacional nas mãos dos 10% mais ricos), Índia (55%) 
e Oriente Médio (61%).
Na América Latina a desigualdade de renda é 
preocupante. O Brasil depois de ter diminuído o número 
de mais pobres, a partir de 2015 a situação voltou a piorar. 
As desigualdades sociais e de gênero se acentuaram no 
Brasil. No último ranking de desenvolvimento humano 
publicado pela ONU o Brasil estacionou em 79º lugar 
em um total de 188 países. O 1% mais rico do Brasil 
concentra entre 22% e 23% do total da renda do país, 
nível bem acima da média internacional.
“Já o Coeficiente de Gini, que mede a concentração 
de renda, aponta o país como o 10º mais desigual do 
mundo e o quarto da América Latina, à frente apenas 
de Haiti, Colômbia e Paraguai. Segundo o levantamento 
da ONU, o percentual de desigualdade de renda no 
Brasil (37%) é superior à média da América Latina, 
incluindo os países do Caribe (34,9%).
A desigualdade brasileira também cresce nas 
comparações de gênero. Embora as mulheres tenham 
maior expectativa de vida e mais escolaridade, elas ainda 
recebem bem menos que os homens no Brasil. A renda 
per capita da mulher é 66,2% inferior à de pessoas 
do sexo masculino. No índice de desigualdade de 
gênero, o país aparece na 92ª posição entre 159 
países analisados, atrás de nações de maioria religiosa 
conservadora, a exemplo da Líbia (38ª), Malásia (59ª) e 
Líbano (83ª).
Também é baixa a representatividade da mulher 
no Congresso Nacional. O comparativo entre número 
de cadeiras em parlamentos indica que as mulheres 
brasileiras ocupam somente 10,8% dos assentos. O 
número é inferior à média mundial (22,5%) e até mesmo 
ao de países com IDH baixo, como a República Centro 
Africana, última colocada do ranking, que tem 12,5% de 
seu parlamento ocupado por representantes do sexo 
feminino.”
(https://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/21/
politica/1490112229_963711.html)
Estudo recente dos economistas Marcelo Medeiros 
e Pedro Souza, publicado pelo IPEA (Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada, é uma fundação pública 
federal vinculada ao Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão (MPOG) aponta que o governo é 
um dos responsáveis pela desigualdade de renda no 
país. 
Nas palavras dos dois economistas do IPEA: “O 
Estado não é uma instituição completamente autônoma, 
e suas ações, em parte, refletem conflitos distributivos 
preexistentes; consequentemente, em vez de reduzir 
desigualdades, o Estado pode, na verdade, aumentá-
las”.
A seguir, algumas das conclusões do estudo, todas 
elas já bastante conhecidas do meio liberal, sobre 
os fatores que levam o estado a ser um agente da 
desigualdade de renda:
CURSO DE SOCIOLOGIA
4
1. Remuneração do funcionalismo público
Os funcionários públicos em média ganham 
mais dos que os empregados da iniciativa privada. A 
conclusão do estudo é que é de 24% a participação dos 
salários públicos na desigualdade de renda do país — a 
qual, vale lembrar, é a oitava mais desigual do mundo.
2. Previdência Pública
O pouco conhecido, porém não menos perverso, 
viés corporativista da previdência pública brasileira 
é responsável – segundo o estudo – por 21% da 
desigualdade de renda no país, número expressivo 
dado o caráter restrito da aposentadoria pública.
Respondendo por cerca de 4% dos beneficiários, 
os funcionários públicos aposentados e pensionistas 
são responsáveis por cerca de 20% dos gastos com 
previdência no país.
3. Sistema tributário
O Brasil é um dos países com maior gasto público em 
relação ao PIB no mundo: cerca de 40% do PIB, bastante 
acima de países em igual situação de Desenvolvimento 
Humano. Para sustentar todo esse gasto é necessário 
haver um sistema tributário agressivo. E o sistema 
tributário brasileiro é um dos principais responsáveis 
pela má distribuição de renda no país.
Segundo um estudo apresentado pelo Instituto 
Brasileiro de Planejamento Tributário, 53,8% da 
arrecadação tributária brasileira é paga por trabalhadores 
que recebem até 3 salários mínimos. Outro estudo, 
desta vez realizado pela Firjan, aponta que 1 em cada 4 
brasileiros desconhecem o fato de que pagam impostos. 
A intenção sempre é aumentar a arrecadação, e nunca 
desonerar os mais pobres.
4. Educação superior pública, gratuita e restrita 
Segundo um estudo apresentado pelo IBGE, 59,9% 
dos estudantes de universidades federais estão entre 
os 20% mais ricos da população brasileira. E mais de 
2/3 deles são oriundos de escolas particulares.
Considerando-se que o setor público gera 1/3 das 
vagas no ensino superior, isso significa que, para os 
9,5% da populaçãobrasileira que estudam em escolas 
particulares, as chances são, em média, de 15% de 
entrarem em uma universidade pública. Para o restante 
que estuda em escola pública, as chances são de 1%.
E, quando observamos a situação em cursos 
distintos, vemos que os percentuais maiores de alunos 
com renda familiar de até 3 salários mínimos que 
frequentam o ensino superior público situam-se no 
curso de letras; e os menores, no curso de engenharia.
5. Subsídios
A histórica dificuldade do Brasil em formar 
poupança e investimentos, decorrente em boa parte da 
instabilidade política e econômica do país que trocou 
de moeda inúmeras vezes ao longo do século XX, 
além de um confisco na poupança e 10 moratórias na 
dívida externa ao longo do mesmo século, é base de 
uma crença na necessidade do estado como indutor 
do crescimento econômico nacional, crença que em 
maior ou menor intensidade sobrevive no país desde o 
getulismo dos anos 30.
((https://www.epochtimes.com.br/estudo-ipea-aponta- 
causas-desigualdade-renda-brasil/)
CURSO DE SOCIOLOGIA
5
ASSIMILAÇÃO
01. (UNIOESTE – PR) – “Burgueses e proletários. A his-
tória de todas as sociedades até hoje existente é a 
história das lutas de classes. Homem livre e escra-
vo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre 
de corporação e companheiro, em resumo, opres-
sores e oprimidos, em constante oposição, têm vivi-
do numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfar-
çada; uma guerra que terminou sempre ou por uma 
transformação revolucionária da sociedade inteira, 
ou pela destruição das classes em conflito” 
(MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. São 
Paulo: Boitempo, 2010, p. 40).
Assinale a alternativa CORRETA: para Karl Marx 
(1818 – 1883) como se originam as classes sociais?
a) As classes sociais se originam da divisão entre 
governantes e governados.
b) As classes sociais se originam da divisão entre 
os sexos.
c) As classes sociais se originam da divisão entre 
as gerações.
d) As classes sociais se originam da divisão do tra-
balho.
e) As classes sociais se originam da divisão das ri-
quezas. 
02. “A primeira condição para que um indivíduo seja 
pertencente à classe trabalhadora é o fato de ter 
como seu apenas sua força de trabalho para vendê-
-la no mercado de trabalho em troca de um salário, 
em outras palavras, ele irá vender o seu trabalho, 
seja ele físico ou intelectual. A força de trabalho é o 
elemento humano (homem) que se torna mercado-
ria sob o capitalismo.”
De acordo com a teoria de Marx, a desigualdade 
social se explica:
a) Pela distribuição da riqueza de acordo com o es-
forço de cada um no desempenho de seu traba-
lho.
b) Pela divisão da sociedade em classes sociais, 
decorrente da separação entre proprietários e 
não-proprietários dos meios de produção.
c) Pelas diferenças de inteligência e habilidade ina-
tas dos indivíduos, determinadas biologicamente.
d) Pela apropriação das condições de trabalho pe-
los homens mais capazes em contextos históri-
cos, marcados pela igualdade de oportunidades.
e) Pelo processo de aquisição é assimilação dos va-
lores, das normas, regras, leis, costumes e as tra-
dições do grupo humano do qual fazemos parte.
03. (ENEM) – Existe uma cultura política que domina o 
sistema e é fundamental para entender o conserva-
dorismo brasileiro. Há um argumento, partilhado pela 
direita e pela esquerda, de que a sociedade brasilei-
ra é conservadora. Isso legitimou o conservadorismo 
do sistema político: existiriam limites para transfor-
mar o país, porque a sociedade é conservadora, não 
aceita mudanças bruscas. Isso justifica o caráter va-
garoso da redemocratização e da redistribuição da 
renda. Mas não é assim. A sociedade é muito mais 
avançada que o sistema político. Ele se mantém 
porque consegue convencer a sociedade de que é a 
expressão dela, de seu conservadorismo.
NOBRE, M. Dois ismos que não rimam. Disponível em:
www.unicamp.br. Acesso em: 28 mar. 2014 (adaptado).
A característica do sistema político brasileiro, 
ressaltada no texto, obtém sua legitimidade da
a) dispersão regional do poder econômico,
b) polarização acentuada da disputa partidária.
c) orientação radical dos movimentos populares.
d) condução eficiente das ações administrativas.
e) sustentação ideológica das desigualdades exis-
tentes.
04. (UFGD – MS) – A sociedade moderna burguesa, 
surgida das ruínas da sociedade feudal, não abo-
liu os antagonismos de classe, apenas estabeleceu 
novas classes, novas formas de opressão, novas 
formas de luta, em lugar das velhas. No entanto, a 
nossa época, a da burguesia, possui uma caracte-
rística: simplificou os antagonismos de classes. A 
sociedade global divide-se cada vez mais em dois 
campos hostis, em duas grandes classes que se 
defrontam: a burguesia e o proletariado. 
(MARX, K.; ENGELS, F. O Manifesto do Partido Comunista – 
Jorge Zahar, 2006.)
A passagem clássica do pensamento sociológico 
aponta o surgimento das classes sociais: burguesia 
e operariado. A partir da análise desse trecho, é 
possível considerar que 
a) houve um avanço histórico em relação às épocas 
passadas, pois a simplificação dos antagonismos 
de classe reduziu os conflitos entre diferentes 
classes sociais na época moderna. 
b) os antagonismos de classe seguem sendo os 
mesmos das épocas antigas, porém na época 
moderna há uma afinidade maior de interesses 
entre as classes sociais. 
c) o trecho enfatiza a importância da luta de classes 
na análise das dinâmicas sociais da sociedade 
moderna. 
TESTES
CURSO DE SOCIOLOGIA
6
d) a passagem mostra que a luta de classes se tor-
naria um aspecto residual nas análises das dinâ-
micas sociais. 
e) a existência do antagonismo de classes indica 
que se deve adotar uma perspectiva funcionalista 
e compreensiva para se interpretar os posiciona-
mentos das diferentes classes sociais.
APERFEIÇOAMENTO
05. A expressão estratificação deriva de estrato, que 
quer dizer camada. Por estratificação social enten-
demos, exceto:
a) A distribuição de indivíduos em grupos e grupos 
em camadas hierarquicamente superpostas den-
tro de uma sociedade.
b) O processo de aquisição é assimilação dos valo-
res, das normas, regras, leis, costumes e as tra-
dições do grupo humano do qual fazemos parte.
c) Que essa distribuição dos indivíduos se dá pela 
posição social, a partir das atividades que eles 
exercem e dos papéis que desempenham na es-
trutura social.
d) Que em determinadas sociedades podemos dizer 
que as pessoas estão distribuídas pelas cama-
das alta (classe A), média (classe B) ou inferior 
(classe C), que correspondem a graus diferentes 
de poder, riqueza e prestígio.
e) Por exemplo, que na sociedade capitalista con-
temporânea, as posições sociais são determina-
das basicamente pela situação dos indivíduos no 
desempenho de suas atividades produtivas.
06. (UEL – PR) – Contardo Calligaris publicou um arti-
go em que aborda a prática social brasileira de de-
nominar como doutores os indivíduos pertencentes 
a algumas profissões, dentre eles médicos, enge-
nheiros e advogados, mesmo na ausência da titu-
lação acadêmica. Segundo o autor, estes mesmos 
profissionais não se apresentam como doutores no 
encontro com seus pares, mas apenas diante de 
indivíduos de segmentos sociais considerados su-
balternos, o que indica uma tentativa de intimidação 
social, servindo para estabelecer uma distância so-
cial, lembrando a sociedade de castas. A questão 
levantada por Contardo Calligaris aborda aspectos 
relacionados à estratificação social, estudada, entre 
outros, pelo sociólogo alemão Max Weber.
De acordo com as ideias weberianas sobre o tema, 
é correto afirmar:
a) As sociedades ocidentais modernas produzem 
uma estratificação social multidimensional, arti-
culando critérios de renda, status e poder.
b) Médicos, engenheiros e advogados são designa-
dos de doutores porque suas profissões benefi-
ciam mais a sociedade que as demais.
c) A titulação acadêmica objetiva a intimidação so-
cial e a demarcação de hierarquias que culminem

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