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HISTÓRIA-DAS-RELIGIÕES-APOSTILA

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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES 
 
2 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES MUNDIAIS ...................................................... 5 
2 – CRISTIANISMO ............................................................................................ 7 
3 - ISLAMISMO .................................................................................................. 18 
4 – JUDAISMO .................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS E CONSULTADAS .............. 35 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Este curso foi organizado de maneira a proporcionar um diálogo com algumas 
especificidades da área, possibilitando uma formação mais ampla do docente no 
sentido de tornar o conhecimento mais ativo e relevante para ele e, 
consequentemente, para o aluno. 
Salientamos que o material contido nas apostilas é bastante atualizado, e 
condizente com o magistério no Ensino Religioso Escolar. Salientamos ainda que 
foram também consideradas a leitura e utilização de autores e livros considerados 
clássicos, que são sempre base para novas discussões e novas pesquisas. Também 
é fato que não há nenhuma pretensão de esgotar os assuntos, apenas lançar as 
discussões e deixar uma extensa bibliografia ao final de cada caderno da apostila que 
possibilitará novas pesquisas e esclarecimentos de dúvidas que poderão surgir. 
Notadamente deixamos claro que o assunto religião é bastante amplo e que neste 
trabalho não há a intenção de privilegiar esta ou aquela corrente religiosa e nem 
tampouco denegrir qualquer que seja a vertente. 
Este curso tem objetivos claros e específicos no sentido capacitar mais e 
melhor o graduado para o exercício da docência no Ensino Religioso Escolar, no 
entanto, colocamo-nos à disposição para eventuais críticas e opiniões que certamente 
poderão aperfeiçoar mais e melhor os nossos trabalhos. 
Tratando-se de um curso EAD – Ensino à distância os alunos que ingressam 
nesta especialização podem escolher a melhor forma para estudar e se preparar. O 
que gostaríamos de colocar é que quanto mais capacitado estiver o professor, melhor 
poderá desempenhar as suas funções e, também, mais preparado estará para 
enfrentar o mercado de trabalho na área da educação. 
Este curso é composto por quatro apostilas sendo que esta primeira apostila 
contempla assuntos que julgamos iniciais para desenvolver uma melhor capacitação 
do professor. Trazemos a história das três principais religiões monoteístas: 
Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, com algumas de suas peculiaridades, para que 
 
4 
 
 
 
o professor possa ter esse contato e trabalhar com o material em sala de aula. 
Trazemos também, sucintamente algumas diferenças e semelhanças entre estas três 
religiões. 
A segunda apostila aborda os assuntos referentes às ciências e a religião. 
Notadamente os olhares da Antropologia, da Filosofia e da Sociologia sobre a religião. 
Trazemos também aspectos das religiões afro-brasileiras e o kardecismo, com suas 
peculiaridades e historicidade. 
Na terceira apostila tratamos efetivamente da metodologia para o Ensino 
Religioso, com possibilidades de aplicação na sala de aula. Trabalhamos com a 
complexidade do currículo e da interdisciplinaridade e o Ensino Religioso. Trouxemos 
os eixos temáticos que podem nortear o Ensino Religioso, bem como a avaliação dos 
alunos nessa matéria escolar. 
Na quarta apostila tratamos como a sociedade brasileira lança seu olhar sobre 
o ensino religioso através da História. Trabalhamos com as questões da mídia sobre 
o fator religioso e como trabalhar com o Ensino Religioso sem proselitismo. 
Trouxemos também para esse arcabouço teórico as relações entre o Ensino Religioso, 
a ética e o ser humano, no sentido de perceber o sentido desse Ensino na escola, 
bem como a possibilidade de trabalhar no Ensino Médio e na Educação Infantil. 
Nós lhes desejamos uma boa leitura e bons estudos. 
 
5 
 
 
 
1. HISTÓRIA DAS RELIGIÕES MUNDIAIS 
 
 
Esta apostila tem o sentido de fornecer um singelo panorama das três principais 
religiões monoteístas trazendo algumas de suas singularidades. 
- As semelhanças entre as três religiões monoteístas: Para Oliveira (2009, s/p) o 
Islamismo reconhece elementos de verdade no Judaísmo e no Cristianismo, isto é, o 
Islamismo nada mais é que um mix destas duas religiões a começar por reconhecer 
os Livros Sagrados os mesmos (Torá e o Novo testamento) e Moisés e Cristo como 
profetas. São religiões também que visam salvação e detentoras de revelações 
escritas 
As três religiões creem em um só Deus, tiveram sua época de perseguições e 
seguiam um líder espiritual. Acreditavam na existência de anjos. A crença no Juízo 
final, paraíso e inferno. A fé e a ascese como forma de cultivar a própria vida dando 
ênfase à uma atitude libertadora onde havia o diálogo entre divindade e as pessoas é 
comum, uma mística também era comum. 
O amor está na base de todas as religiões, os mandamentos também são 
inerentes à todas como código de ética. A liberdade é fundamental, são religiões 
reveladas onde são vistas como dotadas da “Verdade” e predestinação. Alma e 
espírito também são conceitos semelhantes, assim como o sofrimento e a ajuda 
“Justiça-graça” não funciona sem uma intervenção justa de Deus. 
- As diferenças entre as três religiões monoteístas: De acordo com Oliveira (2009, s/p) 
as diferenças básicas consistem em três: A Trindade, a figura de Cristo e a ética. 
Depois vêm outras diferenças menores. 
A Trindade cristã (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo) é vista pelas 
outras duas religiões monoteístas como um enfraquecimento da ideia da unidade de 
Deus, principalmente os judeus veem a trindade como um retrocesso para o 
paganismo. 
Cristo para os cristãos é Deus filho encarnado quando no Islamismo ele é mais 
um profeta, já para os Judeus a opinião pode ser dividida, isto é, uns podem até acha-
lo um professor ético e outros que ele apenas foi um homem e nada mais, mas 
Messias, jamais. 
 
6 
 
 
 
A ética se diferencia no ponto de que no judaísmo é vista como “não faça para 
o outro aquilo que não queres para si”, a cristã é resumida em valores básicos para a 
convivência de todos como imagem e semelhança de Deus e a Islâmica o ponto 
fundamental é a justiça como o que dá o equilíbrio da convivência total. 
A questão do livre arbítrio para o cristão é que já nascemos com a mácula do 
pecado original, já o judeu não acredita nisto, isto é, todos nascem com boas ou más 
inclinações, resta-nos escolhermos. Os símbolos também são diferenciados como no 
Judaísmo é o candelabro de sete braços, a menorá dos tempos bíblicos, do 
cristianismo a cruz e do Islamismo é um texto escrito o nome de Deus. (OLIVEIRA, 
2009, s/p) 
 
7 
 
 
 
2. CRISTIANISMO 
 
 
De acordo com Brito (2008, s/p) o cristianismo é uma religião monoteísta 
baseada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como estes se 
encontram recolhidos nos Evangelhos, parte integrante do Novo Testamento. Os 
cristãos acreditam que Jesus é o Messias e como tal referem-se a ele como Jesus 
Cristo. Com cerca de 2,1 bilhões de adeptos (segundo dados de 2001), o cristianismo 
é hoje a maior religião mundial. É a religião predominante na Europa, América do 
Norte, América do Sul, Oceania e em grande parte de África. O cristianismo começou 
no século I como uma seita do judaísmo, partilhando por isso textos sagrados com 
esta religião, em concreto o Tanakh, que os cristãos denominam de Antigo 
Testamento. 
À semelhança do judaísmo e do islã, o cristianismo é considerado como uma 
religião abraâmica. Segundo o Novo Testamento, os seguidores de Jesus foram 
chamados pela primeira vez “cristãos” em Antioquia (Atos 11:26). Embora existam 
diferenças entre oscristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos da sua 
religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas 
pela maioria deles. 
- Monoteísmo: O cristianismo herdou do judaísmo a crença na existência de um 
único Deus, criador do universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais 
importantes são por isso a onipotência, a onipresença e onisciência. Outro dos 
atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo do Novo 
Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma 
relação pessoal com ele através da oração. A maioria das denominações cristãs 
professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe 
como três pessoas eternas, distintas iguais e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito 
Santo. A doutrina das denominações cristãs difere do monoteísmo Judaico visto que 
no judaísmo não existem três pessoas da Divindade, há apenas um único Deus, e o 
Messias que virá será um homem, descendente do rei Davi. Algumas denominações 
professam crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe 
como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. 
Existem ainda outras denominações que creem em duas pessoas da Divindade o 
 
8 
 
 
 
Pai que deve ser adorado e o Filho que não tem nenhum direito na Divindade em 
adoração. 
- Jesus: Outro ponto crucial para os cristãos é o da centralidade da figura de Jesus 
Cristo. Os cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, 
entre os quais salientam o amor a Deus e o amor ao próximo, e consideram a sua vida 
como um exemplo a seguir. Acreditam que Ele é o Filho de Deus (o próprio Deus 
encarnado) que veio a Terra libertar os seres humanos do pecado através da sua 
morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre si quanto ao significado 
desta salvação e como ela se dará. Para ser considerado cristão é fundamental a 
crença de que Jesus é completamente divino (Deus) e completamente humano 
(homem). 
- A salvação: Acreditam os cristãos que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres 
humanos a salvação e a vida eterna. Alguns julgam que precisam cumprir certas obras 
para obter a salvação (salvação por obras) e outros que, embora o que salve seja a 
fé, esta apenas pode ser demonstrada se a pessoa agir de acordo com aquilo que crê 
(salvação pela fé no sacrifício). 
- A vida depois da morte: A visão cristã sobre a vida depois da morte envolve, de uma 
maneira geral, a crença no céu e no inferno. A Igreja Católica considera que para além 
destas duas realidades existe o purgatório, um local de purificação onde ficam as 
almas que morreram em estado de graça, mas que cometeram pecados. 
- A Igreja: Os cristãos acreditam na Igreja, entendida como a comunidade de todos os 
cristãos e como corpo místico de Cristo presente na Terra e sua continuidade. As 
principais igrejas ligadas ao cristianismo são: a Igreja Católica, as Igrejas Protestantes, 
as Igrejas Petencostais, as Igrejas Neopetencostais e a Igreja Ortodoxa 
Sobre as diferenças nas crenças, Brito (2008, s/p) aponta que o credo de Nicéia 
formulado nos concílios de Niceia e Constantinopla, foi ratificado como credo universal 
da Cristandade no Concílio de Éfeso de 431. Os cristãos ortodoxos orientais não 
incluem no credo a cláusula filioque, que foi acrescentada pela Igreja Católica mais 
tarde. As crenças principais declaradas no Credo de Niceia são: A crença na 
Trindade; Jesus é simultaneamente divino e humano; A salvação só é 
possível através da pessoa, vida e obra de Jesus; Jesus Cristo foi 
 
9 
 
 
 
concebido de forma virginal, foi crucificado, ressuscitou, ascendeu ao céu e virá de 
novo a Terra; A remissão dos pecados é possível através do batismo; Os mortos 
ressuscitarão. Na altura em que foi formulado, o Credo de Niceia procurou lidar 
diretamente com crenças que seriam consideradas heréticas, como o arianismo, que 
negava que o Pai e Filho eram da mesma substância, ou o gnosticismo. A maior parte 
das igrejas protestantes partilha com a Igreja Católica a crença no Credo de Nicéia. 
(...) (BRITO, 2008, s/p) 
Brito (2008, s/p) continuando sua explanação afirma que segundo a religião 
judaica, o Messias, um descendente do Rei Davi, iria um dia aparecer e restaurar o 
Reino de Israel. Na Palestina, por volta de 26 d. C., Jesus Cristo, nascido na cidade 
de Belém na Galileia começou a pregar uma nova doutrina e atrair seguidores, sendo 
aclamado por alguns como o Messias. Jesus foi rejeitado, tido por apóstata pelas 
autoridades judaicas. Foi condenado por blasfêmia e executado pelos Romanos como 
um líder rebelde. Seus seguidores enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo 
sido perseguidos e martirizados, pelos líderes religiosos judeus, e, mais tarde, pelo 
Estado Romano. 
Com a morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos, principais testemunhas da 
sua vida, reúnem-se numa comunidade religiosa composta essencialmente por judeus 
e centrada na cidade de Jerusalém. Esta comunidade praticava a comunhão dos bens, 
celebrava a “partilha do pão” em memória da última refeição tomada por Jesus e 
administrava o batismo aos novos convertidos. A partir de Jerusalém, os apóstolos 
partiram para pregar a nova mensagem, anunciando a nova religião inclusive aos que 
eram rejeitados pelo judaísmo oficial. Assim, Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco 
da rainha da Etiópia é batizado, bem como o centurião Cornélio. Em Antioquia, os 
discípulos abordam pela primeira vez os pagãos e passam a ser conhecidos como 
cristãos. 
Paulo de Tarso não se contava entre os apóstolos originais, ele era um judeu 
fariseu que perseguiu inicialmente os primeiros cristãos. No entanto, ele tornou-se 
depois um cristão e um dos seus maiores, senão o maior missionário depois de Jesus 
Cristo. Boa parte do Novo Testamento foi escrito ou por ele (as epístolas) ou por seus 
cooperadores (o evangelho de Lucas e os atos dos apóstolos). Paulo afirmou que a 
salvação dependia da fé em Cristo. Entre 44 e 58 d. C. ele fez três 
 
10 
 
 
 
grandes viagens missionárias que levaram a nova doutrina aos gentios e judeus da 
Ásia Menor e de vários pontos da Europa, entre eles Roma. 
Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos do 
paganismo e os oriundos do judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos últimos 
permaneciam fiéis às restrições alimentares e recusavam-se a sentar-se à mesa com 
os primeiros. Na Assembleia de Jerusalém, em 48, decide-se que os cristãos ex-
pagãos não serão sujeitos à circuncisão, mas para se sentarem à mesa com os 
cristãos de origem judaica devem abster-se de comer carne com sangue ou carne 
sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura com o judaísmo. Na 
época, a visão de mundo monoteísta do judaísmo era atrativa para alguns dos 
cidadãos do mundo romano, mas costumes como a circuncisão, as regras de 
alimentação incômodas, e a forte identificação dos judeus como um grupo étnico (e 
não apenas religioso) funcionavam como barreiras dificultando a conversão dos 
homens. Através da influência de Paulo, o Cristianismo simplificou os costumes 
judaicos aos quais os gentios não se habituavam enquanto manteve os motivos de 
atração. Alguns autores defendem que essa mudança pode ter sido um dos grandes 
motivos da rápida expansão do cristianismo. (BRITO, 2008, s/p) 
De acordo ainda com Brito (2008, s/p) outros autores entendem a ruptura com 
os ritos judaicos mais como uma consequência da expansão do cristianismo entre os 
não judeus do que como sua causa. Estes invocam outros fatores e características 
como causa da expansão cristã, por exemplo: a natureza da fé cristã que propõe que 
a mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu povo 
escolhido; a fuga da perseguição religiosa empreendidainicialmente por judeus 
conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano; o espírito missionário dos 
primeiros cristãos com sua determinação em divulgar o que Cristo havia ensinado a 
tantas pessoas quantas conseguissem. 
A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da 
expansão do cristianismo entre não judeus e da subsequente abolição da 
obrigatoriedade dos ritos judaicos pode ser lida no livro de Atos dos Apóstolos. De 
resto, os cristãos adotam as regras e os princípios do Antigo Testamento, livro sagrado 
dos Judeus. 
 
11 
 
 
 
Em Junho do ano 66, inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano 
a comunidade cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo 
a advertência dada por Jesus de que quando Jerusalém fosse cercada por exércitos 
a desolação dela estaria próxima, e exila-se em Pela, na Transjordânia, o que 
representa o segundo momento de ruptura com o judaísmo. Após a derrota dos judeus 
em 70, cristãos e outros grupos judeus trilham caminhos cada vez mais separados. 
Para o Cristianismo o período que se abre em 70, e que segue até aproximadamente 
o ano 135 caracteriza-se pela definição da moral e fé cristã, bem como de organização 
da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o episcopado monárquico: a 
comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por 
diáconos. 
Gradualmente, o sucesso do Cristianismo junto das elites romanas fez deste 
um rival da religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero mandou supliciar os 
cristãos de Roma, se tivessem verificado perseguições ao Cristianismo, estas eram 
irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir do século 
II: em 112, Trajano fixa o procedimento contra os cristãos. Para além de Trajano, as 
principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores Marco Aurélio, Décio, 
Valeriano e Diocleciano. Os cristãos eram acusados de superstição e de ódio ao 
gênero humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não, podiam ser 
atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas. Durante a segunda 
metade do século II assiste-se também ao desenvolvimento das primeiras heresias. 
Tatiano, um cristão de origem síria convertido em Roma, cria uma seita gnóstica que 
reprova o casamento e que celebrava a eucaristia com água em vez de vinho. Marcião 
rejeitava o Antigo Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus, ao Deus bondoso 
do Novo Testamento, apresentado por Cristo; ele elaborou um Livro Sagrado feito a 
partir de passagens retiradas do Evangelho de Lucas e das epístolas de Paulo. À 
medida que o Cristianismo criava raízes mais fortes na parte ocidental do Império 
Romano, o latim passa a ser usado como língua sagrada (nas comunidades do 
Oriente usava-se o grego). 
A ascensão do imperador romano Constantino representou um ponto de virada 
para o Cristianismo. Em 313 ele publica o Édito de Tolerância (ou Édito de Milão) 
através do qual o Cristianismo é reconhecido como uma religião do Império, e concede 
a liberdade religiosa aos cristãos. A Igreja pode possuir bens e receber 
 
12 
 
 
 
donativos e legados. É também reconhecida a jurisdição dos bispos. (BRITO, 2008, 
s/p) 
Para Brito (2008, s/p) a questão da conversão de Constantino ao Cristianismo 
é um tema de profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que a 
sua conversão ocorreu gradualmente. Constantino estipula o descanso dominical, 
proíbe a feitiçaria e limita as manifestações do culto imperial. Ele também mandou 
construir em Roma uma basílica no local onde, supostamente, o apóstolo Pedro 
estava sepultado e, influenciado pela sua mãe, a imperatriz Helena, ordena a 
construção em Jerusalém da Basílica do Santo Sepulcro e da Igreja da Natividade em 
Belém. Constantino quis também intervir nas querelas teológicas que na altura 
marcavam o Cristianismo. Luta contra o arianismo, uma doutrina que negava a 
divindade de Cristo, oficialmente condenada no Concílio de Niceia (325), onde 
também se definiu o Credo cristão. Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador 
Teodósio I combate o paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o Cristianismo 
religião oficial do Império Romano. O lado ocidental do Império cairia em 476, ano da 
deposição do último imperador romano pelo “bárbaro” germânico Odoacer, mas o 
Cristianismo permaneceria triunfante em grande parte da Europa, até porque alguns 
bárbaros já estavam convertidos ao Cristianismo ou viriam a converter-se nas décadas 
seguintes. O Império Romano teve desta forma um papel instrumental na expansão 
do Cristianismo. 
Do mesmo modo, o cristianismo teve um papel proeminente na manutenção 
da civilização europeia. A Igreja, única organização que não se desintegrou no 
processo de dissolução da parte ocidental do império, começou lentamente a tomar 
o lugar das instituições romanas ocidentais, chegando mesmo a negociar a 
segurança de Roma durante as invasões do século V. A Igreja também manteve o 
que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica. 
Embora fosse unida linguisticamente, a parte ocidental do Império Romano jamais 
obtivera a mesma coesão da parte oriental (grega). Havia nele um grande número de 
culturas diferentes que haviam sido assimiladas apenas de maneira incompleta pela 
cultura romana. Mas enquanto os bárbaros invadiam, muitos passaram a comungar 
da fé cristã. Por volta dos séculos IV e V, todo o território que antes pertencera ao 
ocidente romano havia se convertido ao cristianismo e era liderado pelo Papa. 
Missionários cristãos avançaram ainda mais ao norte da Europa, 
 
13 
 
 
 
chegando a terras jamais conquistadas por Roma, obtendo a integração definitiva dos 
povos germânicos e eslavos. (...) (BRITO, 2008, s/p) 
No cristianismo, para Brito (2008, s/p) existem numerosas tradições e 
denominações, que refletem diferenças doutrinais por vezes relacionadas com a 
cultura e os diferentes contextos locais em que estas se desenvolveram. Segundo a 
edição de 2001 da World Christian Encyclopedia existem 33.830 denominações 
cristãs. Desde a Reforma o cristianismo é dividido em três grandes ramos: 
- Catolicismo: composto pela Igreja Católica Apostólica e que hoje congrega o maior 
número de fiéis; 
- Ortodoxia: originária da primeira grande cisma cristã é constituída por duas grandes 
igrejas ortodoxas - a grega e a russa - que apresentam algumas diferenças entre si, 
nomeadamente a língua usada na liturgia. Há ainda um terceiro ramo, a igreja de rito 
Copta, que surgiu no Norte de África; 
- Protestantismo: originária da segunda grande cisma cristã (Reforma Protestante) de 
Martin Lutero, no século XVI, e engloba grande número de movimentos e 
denominações distintas. Atualmente a Igreja Protestante (também chamada Igreja 
Evangélica) pode ser dividida em três vertentes: 
- Denominações Históricas: resultado direto da reforma protestante. Destacam-se 
nesta vertente os luteranos, anglicanos, presbiterianos, metodistas e batistas. 
- Denominações Pentecostais: originárias em movimento do início do século XX são 
baseadas na crença na presença do Espírito Santo na vida do crente através de sinais, 
denominados por estes como dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas 
estranhas (glossolalia), curas, milagres, visões etc. Destacam-se nesta vertente a 
Assembleia de Deus a Igreja Cristã Maranata e a Igreja do Evangelho Quadrangular. 
- Denominações Neopentecostais: originárias na segunda metade do século XX de 
avanço das igrejas pentecostais, não configuram uma categoria homogênea. São 
consideradas seitas pelos Protestantes. Destacam-se nesta vertente a Igreja 
Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Internacional 
da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, e 
 
14 
 
 
 
a Igreja Evangélica Cristo Vive. É o ramo mais que mais cresceno Brasil e no mundo. 
Além desses três ramos majoritários, ainda existem outros segmentos 
minoritários do Cristianismo. Em geral se enquadram em uma das seguintes 
categorias: 
- Restauracionismo: São doutrinas surgidas após a Reforma Protestante cujas bases 
derrogam as de todas as outras tradições cristãs, basicamente tendo como ponto em 
comum apenas a crença em Jesus Cristo. A maioria deles não se considera 
propriamente “protestante” ou “evangélico”. Nesta categoria estão enquadrados os 
Mórmons, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová, entre outras 
denominações. Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser cristãs, 
também não se consideram parte do protestantismo. Seus adeptos creem que 
praticam o cristianismo primitivo e que não são fundamentalistas no sentido em que o 
termo é comumente usado. Aceitam a Jesus como criatura, de natureza divina, seu 
líder e resgatador, rejeitando, no entanto a crença na Trindade e ensinando que Cristo 
é o filho do único Deus Todo Poderoso, Jeová. 
- Cristianismo primitivo: são as Igrejas cujas bases são anteriores ao 
estabelecimento do catolicismo e da ortodoxia. É o caso das igrejas não 
calcedonianas e da Igreja Assíria do Oriente (Nestoriana). 
- Cristianismo esotérico: é a parte mística do Cristianismo, e compreende as escolas 
cristãs de mistérios e sincretismo religioso. A este ramo pertence o Gnosticismo que 
é uma crença com raízes antecedentes ao próprio cristianismo e que tem 
características da ciência egípcia e da filosofia grega. O Rosacrucianismo também se 
enquadra nessa vertente sendo uma ciência oculta cristã que ressalta as boas ações 
por meio da fraternidade. 
- Espiritismo Cristão: Os simplesmente Espíritas não acreditam que uma pessoa pode 
redimir “os pecados” de outra, contudo para a maior parte dos adeptos do 
espiritismo a obra de Allan Kardec constitui uma nova forma do cristianismo, são os 
espíritas cristãos. Inclusive, um dos seus livros fundantes é denominado de O 
Evangelho Segundo o Espiritismo. Esse livro apresenta uma reinterpretação de 
aspectos da filosofia e moral cristã. 
 
15 
 
 
 
- Concepções religiosas e filosóficas: O Cristianismo prega o amor a Deus e ao 
próximo como o seu fundamento espiritual. De fato estas atitudes não constituem dois 
mandamentos separados (primeiro a Deus e segundo ao próximo), mas sim um só em 
que nenhuma das partes pode ser excluída. A salvação espiritual é oferecida 
gratuitamente a quem deseja aceitá-la buscando a Deus na figura de seu filho Jesus 
e que a busca de Deus é uma experiência transformadora da natureza humana. 
(BRITO, 2008, s/p) 
Podemos considerar três períodos que definem a concepção e filosofia do 
Cristianismo: 
 Cristianismo primitivo: caracterizado por uma heterogeneidade de concepções; 
 Patrística: ocorrida no período entre os séculos II e VIII, com a transformação 
da nova religião em uma Igreja oficial do Império Romano Constantino e a 
formação de um clero institucionalizado, e cujo doutrinário expoente foi Santo 
Agostinho; 
 Escolástica: a partir do século VIII e cujo expoente foi São Tomás de Aquino, 
que afirmou que fé e razão podem ser conciliadas, sendo a razão um meio de 
entender a fé. 
A partir do protestantismo, é necessário fazer uma diferenciação entre a história 
e concepção da Igreja Católica e das diversas denominações evangélicas que se 
formaram. 
- Formas de culto: As formas de culto do cristianismo envolvem a oração, a leitura de 
passagens da Bíblia, o canto de hinos, a cerimônia da eucaristia (católicos e 
ortodoxos) e a audição de um sermão dito pelo sacerdote ou ministro. A maioria das 
denominações cristãs considera o Domingo como dia dedicado ao culto (há minorias 
que consideram o Sábado). É um dia dedicado ao descanso, no qual os cristãos 
reúnem-se para o culto, embora a devoção e oração individual em qualquer outro dia 
da semana sejam também valorizadas no cristianismo. Os católicos e os ortodoxos 
interpretam as formas de culto (ou missa, para o catolicismo) cristãs em termos de 
sete sacramentos, considerados como graças divinas: batismo; Eucaristia; 
Matrimônio; Confirmação ou crisma; Penitência; Extrema unção ou Unção dos 
enfermos; Ordem. 
 
16 
 
 
 
Os protestantes não têm os sacramentos impostos pelo catolicismo, mas eles 
utilizam de passagens bíblicas para os cultos, como: batismo (para a maioria das 
denominações, apena em adultos); Santa Ceia (não aceitando a eucaristia, voltando 
ao padrão bíblico “PÃO” e “VINHO”, ambos aceitos apenas como símbolos). (BRITO, 
2008, s/p) 
O símbolo mais reconhecido do cristianismo de acordo com Brito (2008, s/p) é 
sem dúvida a cruz, que pode apresentar uma grande variedade de formas de acordo 
com a denominação: crucifixo para os católicos, a cruz de oito braços para os 
ortodoxos e uma simples cruz para os protestantes evangélicos. Outro símbolo cristão, 
que remonta aos começos da religião é o Ichthys ou peixe estilizado (a palavra Ichthys 
significa peixe em grego, sendo também um acrônimo de Iesus Christus Theou Yicus 
Soter, “Jesus Cristo filho de Deus Salvador”), hoje sempre visto no protestantismo. 
Outros símbolos do cristianismo primitivo, por vezes ainda utilizados, eram o Alfa e o 
Ômega (primeira e última letras do alfabeto grego, em referência ao fato de Cristo 
ser o princípio e o fim de todas as coisas), a âncora (representando a 
salvação da alma chegada ao bom porto) e o “Bom Pastor”, a representação de Cristo 
como um pastor com as suas ovelhas. 
Alguns grupos cristãos atribuem a determinado dias do calendário uma 
importância religiosa. Estes dias estão ligados à vida de Jesus Cristo ou à história dos 
primórdios do movimento cristão. O calendário litúrgico cristão inclui as seguintes 
festas: 
- Advento: período constituído pelas quatro semanas antes do Natal, entendidas 
como época de preparação para a celebração do nascimento de Jesus Cristo; 
- Natal: celebração do nascimento de Jesus; 
 
- Epifania: para os católicos, celebra a adoração de Jesus Cristo pelos Reis Magos, 
enquanto que para os cristãos ortodoxos o seu batismo acontece doze dias após o 
Natal; 
- Sexta-feira Santa: morte de Jesus, 
 
- Domingo de Páscoa: ressurreição de Jesus; 
 
- Ascensão: ascensão de Jesus ao céu acontece quarenta dias após o Domingo de 
Páscoa; 
 
17 
 
 
 
- Pentecostes: celebração do aparecimento do Espírito Santo aos cristãos ocorre 
cinquenta dias após o Domingo de Páscoa. 
Alguns dias têm uma data fixa no calendário (como o Natal, celebrado a 25 de 
Dezembro), enquanto que outros se movem ao longo de várias datas. O período mais 
importante do calendário litúrgico é a Páscoa, que é uma festa móvel. Nem todas 
denominações cristãs concordam em relação a que datas atribuir importância. Por 
exemplo, o Dia de Todos os Santos é celebrado pela Igreja Católica e pela Igreja 
Anglicana em primeiro de Novembro, enquanto que para a Igreja Ortodoxa a data é 
celebrada no primeiro Domingo depois do Pentecostes; outras denominações cristãs 
não celebram sequer este dia. De igual forma, alguns grupos cristãos recusam 
celebrar o Natal decido a esta data ter origens pagãs. (BRITO, 2008, s/p) 
 
18 
 
 
 
3. ISLAMÍSMO 
 
 
De acordo com Somma (2005, s/p) Maomé viveu a maior parte da vida como 
um mercador analfabeto que, como tantos outros, conduzia caravanas pelos desertos 
da Arábia, no século VI. Aos 40 anos de idade, porém, tornou-se o profeta de uma 
religião revolucionária que em menos de 200 anos dominaria metade do mundo. Na 
época em que Maomé nasceu, lá pelo ano de 570, a vida na Península Árabe não era 
nada fácil. A comida andava escassa e, ao lado da criação de cabras, da pouca 
agricultura e do comércio, os saques eram a forma mais comum de consegui-la. Nessa 
terra sem lei, onde o roubo de tão corriqueiro não era punido, as contendas mais sérias 
acabavamresolvidas na base do olho por olho e do dente por dente. Quem matava, 
morria. Se o criminoso não fosse encontrado, um parente dele perdia o pescoço. 
Desprovidas de direitos ou de poder para competir nesse mundo violento, as mulheres 
sofriam ainda mais. Aquelas que escapavam do infanticídio eram entregues em 
casamento ainda crianças. Com os homens vivendo e morrendo nos intermináveis 
conflitos tribais, aceitar o papel de concubina em troca de comida e proteção era, para 
as mulheres, uma forma legítima de sobreviver. (SOMMA, 2005, s/p) 
Para Somma (2005, s/p) limitados ao norte pelos bizantinos e ao leste pelos 
persas, esses homens e mulheres nômades de origem semita, conhecidos como 
árabes jamais haviam constituído uma nação unificada, nunca foram além das 
diferenças tribais, nem superaram rixas regionais para enfrentarem invasores ou 
vizinhos poderosos como sumérios e egípcios, que ocuparam a região ao longo de 
mais de três mil anos. “Exceto por algumas cidades e oásis, o clima árido foi sempre 
um obstáculo ao estabelecimento de sociedades na Península Árabe, com 95% de 
sua área ocupada por desertos”, diz John Voll, historiador da Universidade de 
Georgetown, em Washington, Estados Unidos e autor de The History of Islam (A 
História do Islã, inédito em português). “Durante séculos os árabes viveram do 
pastoreio e da agricultura incipiente nos poucos lugares onde a seca lhes dava folga. 
Outra alternativa era levar caravanas através do deserto para comercializar com o 
Egito, a Mesopotâmia e o Golfo Pérsico e de lá até vale do rio Indo.” 
 
19 
 
 
 
Na época, a sociedade árabe estava dividida em grandes tribos, que por sua 
vez tinham subdivisões, os clãs. Maomé era da tribo dos coraixitas, os ‘bambambãs’ 
da cidade de Meca, onde ele nasceu. Sobre sua infância, sabe-se pouco além de que 
era órfão de pai e que aos seis anos perdeu a mãe. Depois de viver com o avô, que 
morreria pouco depois, passou à tutela do tio paterno, Abu Talib, de quem herdou a 
profissão: negociante. Meca era um centro comercial para onde convergiam 
caravanas vindas da Pérsia e da Síria. Para lá também afluíam peregrinos de toda a 
região para visitar o templo da Caaba, um local sagrado já naquela época – os árabes 
tinham vários deuses e objetos de adoração, mas nenhum tão importante como a 
Pedra Negra de Meca. Os romeiros, ao lado do comércio, eram a principal fonte de 
riqueza da cidade. “Naquela região e naquela época, Meca era um exemplo único de 
diversidade cultural. E é bem provável que tal condição tenha influenciado Maomé, 
que, até por força de sua profissão, certamente tinha contato com cristãos, judeus e 
persas”, afirma Voll. 
Ainda de acordo com Somma (2005, s/p) “os primeiros relatos sobre Maomé o 
descrevem como um sujeito justo e amável, dotado de um agradável senso de humor”, 
diz o historiador William Graham, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. 
“Apesar de ser membro de uma tribo poderosa, Maomé pertencia a um clã com poucos 
recursos. Chamado de Al Amin, ou ‘o confiável’, aos 25 anos ele tinha fama de bom 
administrador”, diz Graham. Uma dessas qualidades – ou todas elas – chamou a 
atenção de Khadija, uma rica viúva dez anos mais velha que ele. O casamento foi 
vantajoso para ambos. Tanto que durou. Juntos, eles tiveram seis filhos e, ao contrário 
do que era comum na época, Maomé não teve outras esposas enquanto esteve 
casado com Khadija. “A relação dos dois era rara e especial e foi definitiva para a 
biografia de Maomé”, afirma Voll. Maomé chegou aos 40 anos rico, dono de 
caravanas, cercado por empregados e parentes. Parecia que uma velhice tranquila se 
avizinhava. (...) Por volta do ano 610, Maomé teve uma epifania, uma revelação 
mística. E iniciou uma revolução. 
- A revelação: Muhammad Ibn Ishaq, que viveu no século VIII, foi um dos primeiros 
historiadores a fornecer um relato sobre a experiência de Maomé. Segundo Ishaq, 
durante um passeio pelo deserto, Maomé teria ouvido chamar seu nome. A voz se 
apresentou como Jibril, o mesmo que na tradição judaico-cristã é o anjo Gabriel. Ao 
voltar para casa, Maomé tremia. Teria se jogado nos braços da mulher e pedido 
 
20 
 
 
 
para que ela o cobrisse, pois sentia frio. Ao contar a ela o ocorrido, Maomé teria dito 
que achava estar delirando. Ainda de acordo com Ishaq, Khadija levou o marido para 
conversar com um primo que era cristão e que concluiu que Maomé havia falado com 
Alá (nome que em árabe significa “Deus”) e recebido dele os primeiros versos do 
Alcorão, o livro que se tornaria sagrado para seus seguidores. Relutante, Maomé 
manteve sua história circunscrita aos amigos mais próximos e parentes por quase dois 
anos. Finalmente, convencido de que ele era o mensageiro de uma nova fé, Maomé 
iniciou sua pregação. Ele dizia haver um único deus, Alá, ao qual todos deveriam se 
submeter (Islam, ou Islã, em árabe significa submissão). “Como os profetas bíblicos, 
ele foi um reformador que, a partir da crença em um único deus e em nome desse 
deus, promoveu uma série de transformações sociais”, diz o historiador americano 
John Esposito, da Universidade de Georgetown, autor de mais de 15 livros sobre a 
história do Islã. “Ele proibiu o infanticídio, estabeleceu regras para comércio e um 
código de ética para a guerra”, afirma Esposito. 
A mensagem transformadora de Maomé atraiu muita gente, principalmente 
entre a população mais pobre de Meca: jovens, escravos e homens sem vínculos 
tribais e peregrinos. Em um mundo onde a morte era considerada o fim de tudo, ele 
prometia que os fiéis – pobres ou ricos, independentemente de tribos ou clãs – teriam 
uma vida eterna e gloriosa. Dizia, ainda, que os ricos deveriam distribuir parte de sua 
riqueza com os pobres e que aqueles que não se importassem com o bem- estar dos 
outros seriam julgados após a morte. Maomé reconheceu os judeus e cristãos – 
chamados de “os povos do livro”, mas se lançou contra a adoração de ídolos pagãos. 
Como boa parte dos revolucionários do mundo antigo (para a cronologia ocidental o 
século VII faz parte da Idade Média, mas seguiremos a linha de tempo do mundo 
muçulmano, que coloca a fase antes do nascimento de Maomé como pré-história), 
Maomé teve uma inspiração religiosa por trás das mudanças que defendeu. “A religião 
era o principal – em muitos casos, o único – código de conduta na Antiguidade. 
Transformá-la, portanto, sempre foi um meio poderoso de atingir mudanças sociais, 
políticas ou econômicas. De Moisés a Jesus, a proposição de um novo ambiente 
religioso comumente está ligada à eclosão de processos revolucionários mais 
amplos”, diz John Voll. (SOMMA, 2005, s/p) 
Para Somma (2005, s/p) segundo Marshall Hoddgson, autor do clássico The 
Venture of Islam (A Aventura do Islã, inédito no país), as pregações de Maomé 
 
21 
 
 
 
incomodaram os membros da classe dominante, em Meca. Em 616, o líder dos 
coraixitas proibiu que qualquer membro da tribo fizesse negócios com Maomé. Como 
eles dominavam quase toda a atividade econômica da cidade, isso era o mesmo que 
condená-lo à miséria. Além disso, seus amigos e fiéis, chamados muslimuus – ou 
muçulmanos (“aqueles que se submetem”, em árabe), passaram a ser perseguidos. 
Alguns biógrafos dizem que o próprio Maomé foi ameaçado. Para piorar, nessa época 
ele perdeu a esposa Khadija e o tio Abu Talib, seu protetor, que ainda era influente 
entre os coraixitas. Maomé decidiu abandonar Meca. Em 622, ele e seus amigos foram 
para Yathreb, um oásis de agricultores a 300 quilômetros de Meca, mais tarde 
rebatizado de Medina. A saída de Meca, porém, não acalmou os ânimos entre os 
líderes da cidade e os seguidores de Maomé. Pelo contrário. Os muçulmanos 
passaram a atacar as caravanas de Meca. Em 624, eles emboscaram e venceram o 
exército de Meca em Uhud. No ano seguinte, foram derrotados em Badr e perderam 
centenas de homens. Em quase uma década, os conflitos foram comuns,até que em 
630, depois de resistir durante dois meses à ofensiva inimiga em Medina, Maomé 
liderou três mil guerreiros num decisivo contra-ataque e tomou Meca quase sem 
combates. 
Timothy Winter, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, 
Maomé foi tolerante com o povo de Meca. “Ele não perseguiu cristãos nem judeus, 
permitindo que continuassem a praticar seus ritos. No entanto, destruiu os ídolos que 
eram adorados na Caaba”, diz. 
Diferentemente de outros religiosos, de acordo com Somma (2005, s/p) que 
defenderam reformas radicais na sociedade em que viviam, Maomé chegou ao poder 
e teve a oportunidade de realizar tais transformações. “Ele estabeleceu reformas no 
interior das famílias e tribos, dando às mulheres, crianças e jovens direitos sociais. Os 
pobres foram beneficiados com a instituição do zakat, uma taxa recolhida dos mais 
ricos e distribuída entre eles”, diz o historiador inglês W. Montgomery Watt em 
Muhammad, Prophet and Statesman (Maomé, Profeta e Estadista, inédito no Brasil). 
Maomé voltou à Medina, mas não usufruiu da sociedade que acabara de criar: 
ele morreu em 8 de junho de 632. “Maomé não foi apenas o fundador de uma religião. 
Foi um revolucionário, que mudou radicalmente as condições de vida de 
 
22 
 
 
 
seu povo, trazendo unidade política, melhorias econômicas e justiça social”, afirma 
William Graham. “Ele tinha grande habilidade política e transformou completamente 
as condições de vida de seu povo, resgatando-o da violência estéril e da 
desintegração, dando-lhe nova e orgulhosa identidade”, afirma Karen Armstrong no 
livro Maomé – Uma Biografia do Profeta (Companhia das Letras). 
Em menos de 200 anos, essa “nova e orgulhosa identidade” dos seguidores do 
Islã se espalhou do Himalaia à Europa, fundindo-se à cultura dos povos que 
conquistou. Logo, a sociedade árabe se tornaria a mais desenvolvida de seu tempo, 
esmerada nas artes, na tecnologia, na arquitetura, na matemática e na navegação. 
Uma verdadeira revolução, cujas repercussões influenciam boa parte do mundo, até 
hoje. 
O santuário da Caaba, em Meca, virou centro de peregrinação na Antiguidade 
graças à Pedra Negra. Não se sabe exatamente quem construiu um santuário em 
torno dela, mas é certo que, na época de Maomé, as peregrinações para lá já 
aconteciam. Os nômades pré-islâmicos eram politeístas e adoravam cerca de 360 
deuses diferentes. “A Caaba era tão importante no tempo de Maomé, que era 
considerada um centro sagrado de tempos imemoriais”, afirma William Graham, da 
Universidade de Harvard. “A tradição islâmica a conecta com Abraão, mas há quem 
também a relacione a Adão.” Segundo os muçulmanos, a pedra teria sido dada por 
Alá ao primeiro homem, Adão. Ela era clara, quase branca, mas os pecados do mundo 
a tornaram negra. Os cientistas e historiadores, é claro, têm outra explicação: 
acreditam que a pedra seja um meteorito, embora nenhum exogeólogo (especialistas 
em rochas vindas de outros corpos celestes) jamais tenha tido a chance de estudá-la. 
Ainda segundo a crença muçulmana, o santuário em torno da pedra negra teria sido 
construído por Abraão, considerado o pai das religiões monoteístas – judaísmo, 
cristianismo e islamismo. “A Caaba é identificada na tradição religiosa com Abraão. 
Dessa forma, rezar em direção a ela é uma forma de enfatizar essa conexão com um 
deus único”, afirma o historiador John Voll, da Universidade de Georgetown. A Caaba 
lembra uma caixa, tem formato cúbico e cerca de 15 metros de altura. Dentro está 
guardada a pedra sagrada. Segundo a historiadora britânica Karen Armstrong, a 
antiga prática de dar sete voltas em torno da Caaba também já existia antes do 
islamismo e foi incorporada pela nova religião. “Hoje, a peregrinação ao santuário se 
transformou em um dos cinco pilares do Islã e 
 
23 
 
 
 
é considerada obrigatória, pelo menos uma vez na vida, para todo muçulmano que 
tiver condições físicas e econômicas”, diz a historiadora inglesa. (SOMMA, 2005, s/p) 
Ainda de acordo com Somma (2005, s/p) a expansão muçulmana ocorrida após 
a morte de Maomé não tem precedentes na história. Foi rápida e avassaladora. Em 
menos de um século, unificados pela fé na mensagem do homem que acreditavam 
ser um enviado de Deus, árabes – e seus exércitos – chegaram à Europa. No caminho, 
a revolução conquistou e converteu povos africanos, persas e turcos, dominando todo 
o Oriente Médio e o norte da África e atingindo o noroeste da Índia. É verdade que em 
alguns lugares a conquista foi efêmera, mas em outros, como na Península Ibérica, 
os muçulmanos fundaram uma civilização que durou sete séculos. Na Europa, os 
muçulmanos foram barrados somente em 732 na cidade de Poitiers, atualmente na 
França, pelas tropas de Carlos Martel. As cadeias montanhosas afegãs, o deserto 
africano e o oceano Índico foram barreiras naturais que impediram o avanço dos 
exércitos, mas não da fé. Graças ao intenso deslocamento dos mercadores 
muçulmanos, a religião chegou às ilhas que hoje formam a Indonésia, país onde se 
encontra a maior população muçulmana do mundo na atualidade. 
- Meca: Depois de oito anos de brigas entre os coraixitas de Meca e os muçulmanos 
de Medina, a cidade onde nasceu Maomé, foi conquistada pelo próprio, à frente de 
um exército de três mil homens. Por abrigar a Caaba, desde 624 o local marca o ponto 
para o qual os islâmicos devem direcionar suas orações. 
- Damasco: Um dos maiores centros urbanos da época de Maomé, a cidade que 
pertencia à Síria bizantina, foi conquistada três anos após a morte do profeta. Em 661, 
o quinto califa, Mu’awiyah I (661–680), mudou de Medina para lá, tornando-a a capital 
do Império Muçulmano. 
- Jerusalém: Apenas seis anos após a morte de Maomé, os muçulmanos conquistam 
a cidade, na época parte do Império Bizantino. Considerada santa por cristãos e 
judeus, também é sagrada para os muçulmanos, pois de lá Maomé teria ascendido 
aos céus. 
- Alexandria: Depois de resistir por quase cinco meses, a cidade fundada por 
Alexandre, o Grande, no Egito, rendeu-se aos exércitos do terceiro califa, Uthman 
 
24 
 
 
 
ibn Affan. Os bizantinos a retomaram três anos depois, mas a cidade logo voltou ao 
domínio muçulmano. 
- Isfahan: A partir de 644, as principais cidades da Pérsia foram conquistadas 
rapidamente e, em 651, o rei da dinastia sassânida, que dominava a região, deixou a 
capital. Depois de se refugiar em diversos cantos do país, foi assassinado na cidade 
de Merv. 
- Herat: Além da cidade afegã, outras localidades da Ásia central foram tomadas por 
exércitos muçulmanos. As tropas do califa Uthman chegaram até a província do Sind, 
no noroeste da Índia. A partir do século XIII, surgiriam reinos muçulmanos na região. 
- Córdoba: Com a ajuda dos berberes africanos, recém-convertidos ao islamismo, e 
graças às fraquezas e rupturas do reino dos visigodos, os muçulmanos invadiram a 
Europa com facilidade e se instalaram no território que hoje pertence à Espanha. Dali 
só seriam expulsos em 1492, depois de muita luta. 
- Poitiers: Cem anos após a morte de Maomé, os muçulmanos foram derrotados na 
Batalha de Poitiers, na atual França, por Carlos Martel, líder dos francos. A vitória dos 
europeus interrompeu a expansão do Islã e marcou o ponto mais setentrional que os 
seguidores de Maomé já alcançaram 
Sobre as mulheres e o Islã, Somma (2005, s/p) aponta que quando Khadija 
morreu, Maomé não ficou sozinho por muito tempo. Ele se casou rapidinho – e com 
várias mulheres. “Era um costume da época ter muitas esposas para consolidar laços 
tribais e também por atração e amor”, diz John Esposito, da Universidade de 
Georgetown. Maomé teria tido pelo menos 11 mulheres, entre elas viúvas de 
combatentes muçulmanos que perderam a vida em batalhas contra Meca e filhas de 
amigos próximos, que mais tarde se tornariam os primeiros califas. Para o historiador 
John Voll, também de Georgetown, as esposas de Maométiveram um papel efetivo 
na propagação do islamismo desde os primeiros momentos da nova fé. Como 
exemplo disso, ele lembra que o texto do Alcorão foi totalmente memorizado por uma 
delas, Hafsa, que o ditou para os primeiros escribas islâmicos. “Outra delas, Umm 
Salamah, conseguiu evitar um motim entre as tropas. Mas coube a Aisha, a predileta, 
o papel de conselheira do profeta”, diz Voll. Aisha era conhecida por falar o que 
pensava. Ela era filha de Abu Bakr, sucessor de Maomé como líder dos 
 
25 
 
 
 
muçulmanos e um de seus amigos mais íntimos. Aisha ainda é muito lembrada pela 
tradição islâmica por ter sido uma das fontes dos hadiths – os relatos sobre ditos e 
ações de Maomé que passaram a ter força de lei depois de sua morte. Segundo 
Timothy Winter, da Universidade de Cambridge, as mulheres árabes ganharam um 
novo status com o Islã devido ao afeto que Maomé dedicava a elas. “Cerca de 15% 
dos intelectuais medievais eram mulheres. Isso só foi possível porque Maomé 
recomendou que todas recebessem educação”, diz. Pela lei islâmica as mulheres 
podem se divorciar e conservar seus bens após o casamento, o que não ocorria na 
Inglaterra há cem anos. (SOMMA, 2005, s/p) 
Os cinco pilares do islamismo formam a estrutura de vida do seguidor da 
religião. São eles: 
- Pronunciar a declaração de fé intitulada “chahada”: “Não há outra divindade além de 
Deus e Mohammad é seu Mensageiro.” 
- Realizar as cinco orações obrigatórias durante cada dia, no ritual chamado “salat”. 
As orações servem como uma ligação direta entre o muçulmano e Deus. Como não 
há autoridades hierárquicas, como padres ou pastores, um membro da comunidade 
com grande conhecimento do Corão dirige as orações. Os versos são recitados em 
árabe, e as súplicas pessoas são feitas no idioma de escolha do muçulmano. As 
orações são feitas no amanhecer, ao meio-dia, no meio da tarde, no cair da noite e à 
noite. Não é obrigatório orar na mesquita - o ritual pode ser cumprido em qualquer 
lugar. 
- Fazer o que puder para ajudar quem precisa, no chamado “zakat”. A caridade é uma 
obrigação do muçulmano, mas deve ser voluntária e, de preferência, em segredo. O 
muçulmano deve doar uma parte de sua riqueza anualmente, uma forma de mostrar 
que a prosperidade não é da pessoa - a riqueza é originária de Deus e retorna para 
Deus. 
- Jejuar durante o mês sagrado do Ramadã, todos os anos. Nesse período, todos os 
muçulmanos devem permanecer em jejum do amanhecer ao anoitecer, abstendo-se 
também de bebida e sexo. As exceções são os doentes, idosos, mulheres grávidas 
ou pessoas com algum tipo de incapacidade física - eles podem fazer o jejum em outra 
época do ano ou alimentar uma pessoa necessitada para cada dia que o jejum foi 
quebrado. O muçulmano que cumpre o jejum se purifica ao vivenciar a 
 
26 
 
 
 
experiência de quem passa fome. No fim do Ramadã, o muçulmano celebra o Eid-al- 
Fith, uma das duas principais festas do calendário islâmico. 
- Realizar a peregrinação a Meca, o “haj”. Todos os muçulmanos com saúde e 
condição financeira favorável deve realizar a peregrinação pelo menos uma vez na 
vida. Todos os anos, cerca de dois milhões de pessoas de todas as partes do mundo 
se reúnem em Meca, sempre com vestimentas simples - para eliminar as diferenças 
de classe e cultura. No fim da peregrinação, há o festival de Eid-Al-Adha, com orações 
e troca de presentes - a segunda festa mais importante. (VEJA-ON LINE, s/d, s/p) 
 
27 
 
 
 
4. JUDAISMO 
 
 
De acordo com Algazi (s/d, s/p) disse Gräetz que são dois os povos criadores 
da civilização humana: o helênico e o hebreu1. O povo helênico sucumbiu “quando as 
falanges macedônicas e as legiões romanas lhe mostraram a vida sombria, grave e 
sem sorrisos, como a que haviam conhecido; então sua sabedoria transformou-se em 
excentricidade”. O hebreu, ao contrário, permaneceu vivo em meio a impérios que se 
extinguiam, porque soube dar à vida um fim determinado e ponderado. Querendo, 
pode-se chamar a este objetivo do povo israelita “a moral pura” e, ainda que a palavra 
esteja muito aquém da ideia, o que interessa destacar é que o povo judeu entendeu 
que seu dever é tomar a sério essa “moral pura”. 
Para que se possa compreender isto, é necessário conhecer, ainda que 
sumariamente, a história do povo de Israel. Portanto, daremos uma síntese dos 
acontecimentos pelos quais passou o povo judeu, desde os tempos mais remotos. 
Corria o ano 2140 (a. C.). Um homem inspirado chamado Abraão, habitante da alta 
Mesopotâmia, recebeu de Deus a ordem de abandonar sua cidade natal e 
estabelecer-se num país que lhe seria designado, fundando ali um povo que seria 
cumulado de favores e objeto de especial predileção. Abraão estabeleceu-se com 
seus rebanhos no país de Canaã. Seu poder patriarcal passou a seu filho Isaac e 
deste para Jacob que depois o passou para seus doze filhos. Um destes, chamado 
José, vendido como escravo ao Faraó, rei do Egito, soube captar tal prestígio e 
autoridade, que chegou a ser vice-rei do Egito. Nesta qualidade chamou seus irmãos 
e lhes entregou a terra de Goshen para que a cultivassem e vivessem de seus 
produtos. Os israelitas tornaram-se tão numerosos e fortes, que os reis do Egito, 
temerosos de sua importância, os submeteram a dura escravidão, acabando por 
decretar a morte de todos os filhos varões que nasceram naquele povo. Porém 
Moisés, um desses meninos, jogado às águas do Nilo, foi salvo pela filha do Faraó e 
educado na corte do rei. Mais tarde esse menino seria o libertador daquele povo e 
seu legislador. Efetivamente, por decreto divino, Moisés organizou o grande 
1 
O autor deve estar se referindo à civilização ocidental; mesmo assim a afirmação desconsidera 
outros povos importantes. 
 
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êxodo dos israelitas, que segundo a Bíblia foi de 600.000 homens. Em busca da terra 
prometida atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho e passaram 40 anos no 
deserto experimentando todas as dificuldades da vida nômade. Ao pé do Monte Sinai, 
Moisés deu aos israelitas o Decálogo, ou seja, os dez mandamentos, supremo código 
moral da humanidade. (ALGAZI, s/d, s/p) 
Conforme Algazi (s/d, s/p) antes de morrer, Moisés nomeou como seu sucessor 
Josué, o qual, depois de atravessar o Jordão e derrotar os inimigos que se opunham 
à sua marcha vitoriosa, distribuiu as terras conquistadas entre as doze tribos. Josué 
foi sucedido pelos Juízes, entre os quais Jefté, Sansão e a profetisa Débora, que 
nos legou um canto lírico de grande magnitude. O último dos juízes foi Samuel, que, 
a pedido do povo, mudou a forma de governo e instituiu a monarquia, nomeando Saul 
como primeiro rei. Morto Saul, entre vitórias e derrotas, foi David ungido como rei e a 
este sucedeu seu filho Salomão, o qual levou o país ao cume da felicidade e causou 
a admiração de todo o Oriente e Ocidente por seu saber e sua sagacidade. Após a 
morte de Salomão, seu reino foi dividido entre Roboão, seu filho, e Jeroboão, seu 
adversário; o primeiro contava com duas tribos e o segundo com dez, tendo havido 
entre eles uma luta constante. As nações vizinhas aproveitaram-se desta discórdia 
para sua própria expansão e o povo de Israel perdeu assim o caráter específico que 
lhe havia assegurado o rei Salomão. Depois de uns poucos anos de reinado, Roboão 
foi vencido, primeiro por Sisac, rei do Egito, que tomou Jerusalém e se apoderou do 
Templo e dos tesouros reais, e segundo por Nabucodonosor, rei da Babilônia. (...) A 
parte da Palestina onde o povo emigrante se estabeleceu foi chamada Judéia e seus 
moradores receberam o nome de judeus. Povoaram novamente as cidades e 
obtiveram permissão para reconstruir o Templo e as muralhas de Jerusalém. A forma 
de governo daquele novo Estado foi uma espécie de república teocrática. (ALGAZI, 
s/d, s/p) 
O judaísmo, segundo Algazi (s/d, s/p) saiu vitorioso de seu choque com o 
helenismo. Conhecia-se sobeste nome a forma de civilização grega que, estando já 
a Grécia em decadência, foi difundida pelo mundo asiático e egípcio por Alexandre 
Magno e especialmente por seus sucessores. O helenismo difundiu-se também na 
Judéia, onde o sentido grego da vida, mais superficial e cheio da formosura da 
natureza, havia entusiasmado muitos judeus que, possuindo possivelmente 
 
29 
 
 
 
tendências assimilacionistas muito desenvolvidas, haviam começado a sentir o peso 
de sua doutrina mãe, demasiado séria e de suas normas de vida muito severas. 
Na Judéia o helenismo foi combatido com armas pelos Macabeus e 
verbalmente pela obra incansável e contínua dos sábios, os quais, com o correr dos 
séculos foram substituindo os profetas. 
Durante anos lutou-se na pequena Palestina; durante muitos meses foram 
sitiados Jerusalém e seu santuário; e no ano 70 (d. C.) o imperador Tito conseguiu 
entrar na cidade: incendiou o templo e assassinou e vendeu a maior parte de seus 
habitantes, começando assim para o judeu sua vida errante. Algumas famílias 
imigraram para as regiões asiáticas; outras fixaram sua residência no ocidente, 
enquanto os judeus de Alexandria, os já helenizados, continuaram vivendo no mesmo 
ambiente e desenvolvendo sua cultura da maneira mais perfeita. Enquanto os exilados 
procuravam salvação em diversas terras e se preocupavam com sua vida e seu 
trabalho, na Palestina continuava-se vivendo sob certa autonomia. (...) Na diáspora 
romana, porém, as coisas não sucediam assim. No ano 350, ao subir Constantino ao 
trono, começou contra o povo judeu uma política de coação, atenuada, no entanto, 
nas regiões onde os judeus sujeitaram-se ao islamismo, podendo desta forma dedicar-
se tranquilamente ao comércio, como em Bagdá, Cairo e toda a Espanha muçulmana. 
Assim, no século IX houve comunidades judias no Cairo, Fez e Marrocos, enquanto 
na Babilônia, uma vez conquistada a Pérsia pelos muçulmanos, vinha ocorrendo o 
mesmo fenômeno. O povo judeu, portanto, pôde continuar seu desenvolvimento 
cultural somente nos países muçulmanos, onde podia ter uma vida mais tranquila, 
igual aos outros povos, e dedicar-se a qualquer tarefa ou ocupação. 
Em troca, no mundo cristão, à medida que o cristianismo ia ganhando terreno 
no monopólio das fontes de riqueza dos países do Ocidente, ia à influência judaica 
pouco a pouco voltando ao estado de prostração em que esteve mergulhada nos 
últimos tempos do império romano. Os judeus não podiam ter autoridade alguma 
sobre os cristãos; eram afastados dos cargos públicos e eram privados dos direitos 
de cidadania quando implicava em algum cargo de autoridade, como ter escravos, 
servos e até criados domésticos. Os cristãos deviam evitar todo contato social com os 
judeus, os quais deveriam ter uma marca ou distintivo em suas roupas ou em 
 
30 
 
 
 
alguma parte visível do corpo. Desta maneira, os antigos hebreus e agora os judeus 
que eram um povo essencialmente agrícola, sem aptidão especial e sem gosto pelo 
comércio, viram-se obrigados, na sua qualidade de estrangeiros numa população 
urbana e de tráfico mercantil, a mudar suas características de vida. A partir da época 
feudal, especializaram-se cada vez mais no comércio e na medicina, que podiam 
exercer, pois lhes eram vedadas todas as outras profissões. (...) Na Espanha, onde 
os judeus já viviam desde o século III (d. C.), a população judaica aumentou 
notavelmente depois da batalha de Guadelete (711) como consequência da invasão 
dos árabes, provavelmente por terem ficado ali grande número de judeus que faziam 
parte dos exércitos muçulmanos. A situação dos judeus melhorou, prosperaram e 
houve reis que tiveram médicos, astrônomos e músicos judeus. Estes possuíam 
terras, tinham indústrias, faziam serviço militar sem qualquer restrição, iguais aos 
outros cidadãos e em certas jurisdições estavam no mesmo pé de igualdade com os 
fidalgos. Neste ambiente, os judeus começaram a desenvolver na Espanha uma 
atividade cultural que é tida como a “Idade de Ouro” da história judaica. (ALGAZI, s/d, 
s/p) 
Durante três séculos o judaísmo floresceu em Granada, Córdoba, Sevilha, 
Saragosa, Barcelona, etc., dedicando-se seus integrantes a produzir obras literárias, 
dando início aos comentários sobre o Talmud, que tornaram mais fácil a procura de 
qualquer dado. Com a ascensão da ciência árabe, muitos judeus que também 
escreviam deste idioma começaram a ocupar-se da filosofia. A cultura hebraica deu 
seus melhores frutos naquela época. (...). Repentinamente estalou um movimento 
antijudeu e, numa quarta-feira de cinzas de março de 1391, uma multidão turbulenta 
irrompeu no bairro judeu da cidade de Sevilha. No dia 9 de junho, uma orgia de 
matança apoderou-se da cidade. Dali o tumulto popular propagou-se a Córdoba, onde 
morreram dois mil hebreus. Continuou avançando até Toledo, onde o populacho, em 
sinal de fé cristã, marcou para a matança de judeus o dia 17 de Tamuz (20 de junho), 
em cuja triste e vergonhosa jornada correram torrentes de sangue israelita pelas ruas 
da cidade imperial, sem perdão de idade ou sexo. Sucederam terríveis matanças em 
cerca de setenta comarcas. (...) A partir desta época, o judaísmo espanhol, cortado 
ao meio, arrastou uma vida apática até que recebeu o golpe mortal com a Inquisição, 
fundada na Espanha em 1480. No dia da conquista de Granada, assegurada graças 
ao apoio moral e material dos judeus e 
 
31 
 
 
 
que coroava a unidade espanhola e o triunfo da cruz, os reis Fernando e Isabel, sob 
a influência de Torquemada, ordenaram a expulsão de todos os judeus do território 
espanhol (31 de março de 1492). De 500 a 600 mil infelizes, sem outra culpa que a 
de permanecer fiéis à religião e crença de seus pais, tomaram o caminho do desterro, 
sendo este novo êxodo acompanhado de terríveis sofrimentos e toda sorte de 
privações. (ALGAZI, s/d, s/p) 
Em Portugal, de acordo com Algazi (s/d, s/p) os judeus levavam, até então, uma 
vida relativamente calma, mas como Manuel, rei de Portugal, estava em boas relações 
com Fernando, o católico, do qual iria tornar-se parente, e achando que em seu caráter 
de monarca absoluto não ficaria mal a política absolutista de seu colega, proibiu aos 
fugitivos da Espanha a entrada em seu reino. Muitos judeus da Espanha, assim como 
de Portugal, emigraram para as Índias ou a países mais hospitaleiros como a Itália, 
Turquia, Holanda, etc. Na Itália, devido talvez a sua política, como também pela 
persistência das tradições romanas e certa suavidade de costumes desse país, os 
judeus não sofreram grandes contrariedades nem tiveram que emigrar. (...) Na França, 
os judeus viveram de uma maneira diferente. Na sua maioria comerciantes, havia 
também entre eles tesoureiros fiscais, marítimos e médicos. Sob a dinastia dos 
Merovíngios começaram as perseguições. A situação melhorou muito durante o 
período Carolíngio. (...) Nos fins do século XII os judeus foram expulsos da França, 
mas continuaram vivendo ali, mesmo sofrendo, até o século XIV. 
Na Alemanha estabeleceram-se judeus desde tempos muito antigos. O 
primeiro documento de uma comunidade judaica na Colônia data do ano 321. Até a 
época dos últimos Carolíngios sua situação era muito boa. Floresceram escolas em 
Metz e Maguncia, onde ensinou o célebre rabi Guershon ben Judá, chamado “Luz da 
Diáspora”. (...) Na Áustria-Hungria, a história do povo judeu apresenta vicissitudes 
mais complexas que em outras nações. Os reis magiares serviam-se dos judeus como 
preceptores, tesoureiros e administradores de suas fazendas e de seus investimentos 
industriais. Mesmo quando a Santa Sé romana interveio várias vezes para impedir 
estas relações, os soberanos voltaram atrás depois de haver acatado 
temporariamente as prescrições da cúria romana. Os séculos XIV e XV foram nefastos 
para os judeus austríacos. (...) 
 
32 
 
 
 
Na Europa oriental, os judeus haviam se estabelecido desde a destruição doprimeiro Templo. Na Polônia, eles chegaram por volta do século IX, procedentes da 
Alemanha e Bohemia. Ali gozavam de uma hospitalidade liberal, crescendo 
notavelmente a população judaica durante os dois séculos seguintes. (...) Na Criméia 
e na costa do Mar Negro existiam algumas comunidades antes da era cristã; para lá 
se dirigiram muitos, depois da destruição do Templo. 
Assim difundiu-se o judaísmo nesses lugares e, devido à sua influência, 
registrou-se a conversão do rei dos cuzares no ano 740 (d. C.). Muitos judeus do 
império bizantino foram para lá, mas, quando o reino cuzarí foi destruído (969), eles 
emigraram para a Rússia, onde, até o século XV, parece que levaram uma vida 
bastante tranquila. Na Inglaterra havia judeus desde o século VII (d. C.), mas notícias 
exatas só há a partir do século XI. Até o século XII a situação foi bastante boa, mas 
sob o reinado de Ricardo Coração de Leão começou em Londres e noutras 
localidades uma série de perseguições que se agravaram durante o reinado de João 
sem Terra. No ano de 1264 houve uma verdadeira matança e, por um decreto do ano 
de 1290, os judeus foram expulsos da Inglaterra, encontrando refúgio em Flandres, 
França, Alemanha e da Espanha setentrional. 
Os judeus da Ásia e da África que viviam nos países muçulmanos puderam 
gozar de certa tranquilidade durante um determinado período de tempo. Porém, 
depois da batalha de Rodas (624), começaram nos territórios muçulmanos graves 
perseguições. Omar expulsou-os da península arábica, admitindo-os novamente mais 
tarde. Sob o domínio árabe, foi muito importante o desenvolvimento do judaísmo 
egípcio, sobretudo em Fostat, antigo nome do Cairo, capital do Egito. Também em 
outras localidades da África setentrional foram-se formando comunidades judaicas 
muito importantes. 
A descrição da situação do judaísmo nos principais estados europeus até fins 
da Idade Média é suficiente para se ter uma ideia de sua verdadeira orientação 
político-social. Os judeus, que sob certos aspectos são considerados como um dos 
povos que tem vivido mais recolhido dentro de si mesmo e que, apesar das 
perseguições, conservaram incólume o esotérico de sua doutrina, viveram durante os 
tempos medievais e uma parte da idade moderna encerrados numa espécie de círculo 
de ferro chamado gueto. 
 
33 
 
 
 
A Reforma, no que concerne aos judeus, tem sido erroneamente interpretada 
ao afirmarem alguns autores que ela favoreceu a causa dos judeus. Depois dos dias 
amargos que os fez passar o fundador do protestantismo, isto foi benéfico para os 
israelitas, pois ao protestantismo deve-se o ressurgimento da crítica na sua mais 
ampla acepção. Modificou em parte a psicologia dos povos ao promover um maior 
interesse pelos estudos bíblicos, contribuindo assim para fazer luz sobre o passado. 
Sob seu influxo, as lutas foram menos brutais. O próprio Lutero, que não podia 
subtrair-se à instigação que em seu ânimo exerciam seus companheiros, chegou a 
sentir uma profunda preocupação pelos judeus e, como já mencionamos, tornou- lhes 
a vida muito sombria com seus escritos e suas publicações. (...) (ALGAZI, s/d, s/p) 
Vejamos em continuação como foi a vida dos judeus nessa época de reformas 
e revoluções. 
Continuando Algazi (s/d, s/p) aponta que voltaram à França no século XVI com 
a anexação da Alsácia e Lorena e com a formação de colônias de “Anussim” (judeus 
convertidos ao cristianismo à força) na França meridional. A Revolução os encontrou 
na guarda nacional. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, ao 
estabelecer o princípio de liberdade religiosa e de igualdade, produziu praticamente a 
emancipação dos judeus. Napoleão, apoiando este movimento nos anos de 1806-
1807, convocou em Paris o grande Sanedrin. Apesar da ótima situação judeo-francesa 
e apesar de ter sido a França a primeira a proclamar a liberdade dos judeus, ainda 
assim não pôde o francês eximir-se do antissemitismo. (...) Apesar destas raras 
convulsões no organismo social da França, os judeus franceses continuaram 
desenvolvendo sua vida e sua cultura, e sempre o perseguido num mundo inimigo 
olhou a França como um guia de liberdade e fraternidade. Nos últimos tempos, por 
exemplo, figuravam no parlamento seis deputados e três senadores judeus. Nas 
esferas intelectuais francesas contava-se com várias personalidades proeminentes 
que gozavam de fama positiva. Esta era a situação francesa na época da invasão 
alemã em 1940. (...) 
Na América, o judaísmo começou com a chegada dos primeiros judeus da 
Espanha que vieram em companhia de Colombo. Desde então foi aumentando a 
imigração judaica para as duas Américas. Em 1665 constituiu-se em Nova Iorque a 
 
34 
 
 
 
primeira comunidade israelita. Em 1790 a constituição dos Estados Unidos 
estabeleceu a liberdade de religiões e, mais tarde, em princípios do século XIX, a 
igualdade de direitos. A imigração da Europa Oriental aumentou depois que o Barão 
Maurício Hirsch (1831-93) fundou a Jewish Colonization Association (J. C. A.) que 
estabeleceu colônias na Argentina para os perseguidos da Rússia e da Polônia. Na 
realidade, pode-se afirmar que a condição dos judeus em toda a América é atualmente 
a melhor do mundo. (ALGAZI, s/d, s/p) 
 
35 
 
 
 
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