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Disciplina: Soldagem Soldagem Profª: Émillyn Ferreira Trevisani Olivio Soldagem Os processos de soldagem envolvem um conjunto de operações que visam a união de duas partes metálicas, de forma que a junta mantenha a continuidade das propriedades mecânicas, físicas e químicas Soldagem Requisitos do Processo Os processos de soldagem devem, na medida do possível, atender aos seguintes requisitos: • Gerar energia suficiente para a união dos materiais; • Remover as contaminações das superfícies a serem unidas; • Evitar a contaminação da região da solda pela atmosfera; • Controlar os aspectos metalúrgicos da solda. Soldagem Conceitos · Metal de base: metal que constitui as partes a serem unidas. · Metal de adição: metal adicionado ao metal de base para consolidar a junta soldada (nem sempre é necessário). · Passe: resultado de uma translação ao longo da junta (o primeiro passe no fundo da junta é chamado de “raiz”). · Camada: conjunto de um ou mais passes realizados lado a lado à mesma profundidade. · Cordão: resultado final da soldagem, constituído por um ou mais passes Soldagem Conceitos Penetração: profundidade atingida pelas fusão do metal de base quando este é submetido a um processo de soldagem. Depende do processo e dos parâmetros de execução Diluição: relação entre a quantidade de metal de base fundido e o volume total da poça de fusão Soldagem Metalurgia da Solda Nos processos de soldagem que envolvem a fusão dos materiais, a soldabilidade está diretamente relacionada à capacidade dos metais de formarem soluções sólidas entre si – quanto maior esta capacidade, maior a soldabilidade entre os metais. Nos processos de soldagem por fusão, a difusão de calor no metal de base faz com que se acumule neste um gradiente térmico, o qual é influenciado pela temperatura da poça de fusão e pela velocidade de avanço Soldagem As regiões afetadas por este gradiente térmico são chamadas de ZTA’s – Zonas Termicamente Afetadas – onde os rápidos aquecimento e resfriamento durante o processo de soldagem afetam a estrutura do metal de base sem a alteração de sua composição química. Soldagem Soldagem Soldagem Soldagem Soldagem Disciplina: Soldagem Processos de união por soldagem usando oxi-acetileno. Prof.ª Émillyn Ferreira Trevisani Olivio Introdução A soldagem a gás oxi-combustível (Oxy-Fuel Gas Welding – OFW) ou simplesmente soldagem a gás é um processo no qual a coalescência ou união dos metais é obtida pelo aquecimento destes até a fusão com uma chama de um gás combustível e oxigênio. O metal de adição, se usado, também é fundido durante a operação. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Equipamentos O equipamento para a soldagem oxiacetilênica compreende basicamente cilindros de oxigênio e acetileno, reguladores de pressão, mangueiras, maçarico, acendedor de chama, ferramentas e equipamentos diversos de segurança (óculos, luvas, válvulas contra retorno de gases, etc.) Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Equipamentos Gases Gases comerciais têm uma propriedade em comum, ou seja, requerem sempre oxigênio para sustentar a combustão. Um gás, para ser conveniente às operações de soldagem, deve apresentar as seguintes propriedades quando queimado: • Alta temperatura de chama. • Alta taxa de propagação de chama. • Conteúdo de calor suficiente. • Mínimo de reação química da chama com os metais base e de enchimento. Dentre os gases comercialmente disponíveis, o acetileno é o que mais se aproxima destes requisitos. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Características dos gases combustíveis comuns Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Válvulas Válvulas para cilindros de oxigênio são feitas de latão que não é corroída quando exposta ao oxigênio. Reguladores de pressão do oxigênio são conectados as válvulas do cilindros. Válvulas ajustadoras no cilindro de oxigênio devem ser mantidas limpas e livres de óleo ou graxa. Estas válvulas podem ser usadas em cilindros contendo nitrogênio, argônio, ar comprimido e dióxido de carbono. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Válvulas Válvulas para cilindros de acetileno são feitas de aço porque ligas contendo mais de 70 % de cobre quando expostas ao acetileno por longo tempo reage com ele para forma acetileno de cobre e formando dentro um gel que pode dissociar violentamente ou explodir até quando for apenas ligeiramente lacrado ou tapado. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Reguladores de pressão Reguladores de pressão de gases são necessários para reduzir a pressão do gás em um cilindro ou controlar a pressão usada na tocha de solda. O princípio de construção de reguladores para diferentes gases é o mesmo, isto se deve sempre por causa da pressão que eles são submetidos para controlar diferentes soldagens de gás a gás ( por exemplo 150 bar para oxigênio e 17 bar para o acetileno) além do mais eles são designados para manter respectivamente diferentes pressões. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Reguladores de pressão Isto ocorre porque um regulador de gás é usado apenas para o gás para o qual ele é designado. Para evitar confusão e perigos, a conexão para gases combustíveis e tubos de oxigênio têm roscas diferentes e correspondentes ao filetes das válvulas, um tem rosca direita o outro com rosca esquerda. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Mangueiras Soldagem – Soldagem oxi-acetileno preta ou verde, capaz de conduzir os gases em linhas com altas pressões a uma temperatura moderada. Mangueiras de cor verdes são destinadas para o oxigênio e as conexões são feitas com nipples de rosca plana e a direita. O acetileno e oxigênio são levados do cilindro para tocha de solda por meio de mangueiras feitas de borracha reforçada com as cores vermelha, Mangueiras Mangueiras vermelhas são usadas para levar gás combustível com porca diferenciada com rosca a esquerda para conectar na saída do regulador de pressão e na conexão com a tocha. Na industria normalmente usa mangueiras pretas para transportar outro gás combustível. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Maçaricos Um maçarico típico consiste de um punho, um misturador e um bico montado. Ele fornece um meio de controle independente do fluxo de cada gás, um método de conectar uma variedade de bicos ou outros aparatos a punhos convenientes e possibilita o controle dos movimentos da chama. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Maçaricos Os gases passam pelas válvulas de controle, através de passagens separadas no punho, vão para o dispositivo misturador onde o Oxigênio e o gás são misturados, e finalmente saem por um orifício pela extremidade do bico. O bico é apresentado como sendo um tubo simples, estreito na extremidade para produzir um cone de soldagem adequado. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Temperatura da chama Distribuição de temperatura na chama oxiacetilênica Distribuição de temperatura na chama oxiacetilênica Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Tipos de chamas A chama oxiacetilênica é facilmente controlada por válvulas sobre o maçarico. Por uma leve mudança nas proporções de O2 e C2H2 escoando através do maçarico, as características da zona interna da chama e a ação resultante do cone interno sobre o metal fundido pode ser variada em uma larga faixa. Assim, ajustando as válvulas do maçarico, é possível produzir uma chama neutra, oxidante ou carburizante (redutora). Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Chama neutra A chama neutra tem, aproximadamente, uma mesma proporçãovolume de acetileno para um volume de oxigênio. Estruturalmente ela consiste de duas partes chamadas de cone interior e cobertura exterior. Ela apresenta um cone interior claro, bem definido e luminoso indicando que a combustão é completa. Esta chama faz um som característico (um assobio) e é o tipo de chama mais usado para soldar metais. Ela normalmente não afeta a composição química metal soldado e normalmente produz uma solda de boa aparência, tendo propriedades comparáveis ao metal base. É muito usada para soldar aços estruturais de baixo carbono e alumínio. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Chama oxidante A chama oxidante apresenta um excesso de oxigênio. Ela consiste de um cone interior branco muito curto e uma cobertura exterior mais curta. Esta chama tem um som característico tipo um ronco ruidoso. A redução do cone interior é um sinal do excesso de oxigênio. Ela é a chama mais quente produzida por uma fonte de gás combustível e oxigênio. Tal chama pode oxidar o metal na poça de solda produzindo um cordão de solda com aparência suja. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Chama oxidante A chama oxidante é usada para soldar ligas a base de cobre, ligas a base de zinco e alguns metais ferrosos como aço manganês e alguns ferros fundidos. Nestes metais, durante a soldagem a chama oxidante produz uma base de metal oxidado que protege a evaporação de elementos de liga. Por exemplo, na soldagem latão amarelo o zinco pode evaporar, contudo a formação de uma camada de óxido de cobre na poça de solda previne a perda do zinco por evaporação. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Chama redutora Como uma chama redutora contém carbono não queimado, sua temperatura é mais baixa que numa chama neutra ou oxidante. Se este excesso de carbono encontra a poça de solda fundida, a mesma parece estar fervendo. Na solidificação o carbono terá atingido a superfície e o comprimento da solda ficando cheio de poros e o cordão de solda atinge uma dureza mais alta e torna-se extremamente frágil devido ao carbono excessivo adicionado a ele. Tal chama é recomendada para soldar aços de alto carbono e ferro fundido. Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Soldagem – Soldagem oxi-acetileno Disciplina: Soldagem Soldagem a arco elétrico Profª: Émillyn Ferreira Trevisani Olivio Tecnologia Mecânica - Processos de união por soldagem usando oxi-acetileno e arco elétrico. O arco elétrico O arco elétrico é a fonte de calor mais utilizada na soldagem por fusão de materiais metálicos, pois apresenta uma combinação ótima de características, incluindo uma concentração adequada de energia de fusão localizada do metal de base, facilidade de controle, baixo custo relativo do equipamento, e um nível aceitável de risco à saúde dos operadores. Soldagem – Soldagem a arco Soldagem a Arco Elétrico Os processos de soldagem a arco elétrico se utilizam de um arco elétrico como fonte de calor, dentre os quais podem-se citar os seguintes: • Soldagem com eletrodo revestido; • Processo MIG/MAG; • Processo TIG; • Soldagem a arco submerso. Soldagem – Soldagem a arco O Arco Elétrico O arco elétrico consiste de uma descarga elétrica mantida através de um gás ionizado. A ionização do gás é conseguida com seu aquecimento seguido de um bombardeio de elétrons. Para tal, aplica-se uma diferença de potencial elétrico (ddp) entre a peça e o eletrodo (tensão em vazio – VO). Quando o eletrodo toca a peça, a tensão cai até um valor VC (tensão de curto-circuito) e a corrente cresce a um valor próximo à corrente de curto- circuito. A região de contato se aquece até a incandescência. Soldagem – Soldagem a arco A tensão de soldagem pode ser em CC (corrente contínua), a qual propicia um arco mais estável, ou em CA (corrente alternada), a qual propicia um arco menos estável. O arco é mantido pela ddp (tensão de soldagem) entre o eletrodo e a peça, a qual é fornecida pelo equipamento de soldagem. O comprimento e a área de contato do arco são diretamente proporcionais à tensão de soldagem e- íons+ O arco elétrico Em soldagem, o arco, em geral, opera entre um eletrodo plano, ou aproximadamente plano (a peça), e outro que se localiza na extremidade de um cilindro (o arame, vareta ou eletrodo), cuja área é muito menor do que a do primeiro. Assim, a maioria dos arcos de soldagem têm um formato aproximadamente cônico ou “de sino”. Soldagem – Soldagem a arco Soldagem – Soldagem a arco Tipos de Transferência Metálica Transferência metálica é a forma como o metal de adição se transfere ao metal de base. Os tipos de transferências metálicas são: • Curto-circuito (short arc); • Globular; • Aerossol (spray). Soldagem – Soldagem a arco Curto-circuito (short arc) Na transferência por curto-circuito a transferência ocorre quando um curto-circuito elétrico é estabelecido entre o metal fundido na ponta do arame e a poça de fusão. Soldagem – Soldagem a arco Curto-circuito (short arc) Na soldagem com transferência por curto-circuito são utilizados arames com diâmetro na faixa de 0,8mm a 1,2mm, comprimentos de arco pequenos (baixas tensões) e correntes de soldagem baixas. É obtida uma poça de fusão pequena, a qual solidifica-se rapidamente. O metal de adição é transferido do eletrodo à poça de fusão apenas quando há contato entre os dois, ou seja, a cada curto-circuito, o que ocorre de 20 a 200 vezes por segundo. Soldagem – Soldagem a arco Curto-circuito (short arc) As principais aplicações são: •Soldagem de materiais de pequena espessura em qualquer posição. •Soldagem de materiais de grande espessura nas posições vertical e sobrecabeça. •Enchimento de aberturas largas. •Soldagens com distorção mínima das peças. Soldagem – Soldagem a arco Globular A transferência globular ocorre quando se formam grandes gotas de metal fundido, as quais movem-se em direção à poça de fusão por influência da gravidade. Soldagem – Soldagem a arco Globular O diâmetro das gotas formadas é geralmente maior que o diâmetro do eletrodo. A ocorrência de respingos é alta, o que é indesejável. Este tipo de transferência ocorre quando são utilizadas correntes e tensões de soldagem acima do valor mínimo recomendado para a transferência por curto-circuito. Soldagem – Soldagem a arco Aerossol (spray) Na transferência por aerossol, pequenas gotas de metal fundido são desprendidas da ponta do arame e projetadas através de forças eletromagnéticas em direção à poça de fusão. Soldagem – Soldagem a arco Aerossol (spray) As gotas são muito pequenas, possibilitando boa estabilidade do arco e baixa ocorrência de respingos. Possibilita altas taxas de deposição do metal de solda, sendo geralmente empregada para a união de materiais com espessura igual ou maior que 2,4mm. A transferência por aerossol geralmente fica restrita apenas à soldagem na posição plana devido à grande poça de fusão formada. Aços ao carbono podem ser soldados fora de posição usando essa técnica com uma poça de fusão pequena, utilizando-se de arames com diâmetro de 0,89 mm ou 1,10 mm. Fontes de energia para soldagem a arco A soldagem a arco utiliza uma fonte de energia projetada especificamente para esta aplicação e capaz de fornecer tensão e corrente, em geral, na faixa de 10 a 40V e 10 a 1200ª, respectivamente. Nas últimas três décadas, graças aos avanços dos sistemas eletrônicos, ocorreu um grande desenvolvimento das fontes empregadas em soldagem a arco elétrico. Soldagem – Soldagem a arco
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