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Pós-graduação Formação em Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
EVOLUÇÃO, PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS DA EAD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Dra. Heloisa Helena Ribeiro de Castro 
Profa. Me. Edna Barberato Genghini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASTRO, Heloisa Helena Ribeiro de. 
GENGHINI, Edna Barberato 
 
 Evolução, Perspectivas e Tendências da EaD (livros-texto I e 
II) /, Heloisa Helena Ribeiro de Castro; Edna Barberato 
Genghini. – São Paulo: Pós-Graduação Lato Sensu UNIP, 2019. 
55 p. : il. 
 
1. Educação a distância. 2. EaD. 3. Formação e gestão. Pós-
Graduação Lato Sensu UNIP. III. Título. 
 
 
Professora conteudista: 
 
Profa. Dra. Heloisa Helena Ribeiro de Castro, doutora e mestre em Comunicação, tem 
como foco de pesquisa o idoso e o apagamento deste indivíduo no contexto da mídia eletrônica, 
com ênfase na internet. 
Doutora em Comunicação e Estudos da Mídia, sob a orientação da Profa. Dra. Malena 
Segura Contrera com a tese O Imaginário acerca do velho em um mundo que está envelhecendo: 
estereótipos da velhice no Portal UOL. Membro do grupo de pesquisa Mídia e Estudos do 
Imaginário. Mestre em Comunicação pela Universidade Paulista sob a orientação da Profa. Dra. 
Carla Reis Longhi. 
Pós-graduada em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela Escola de 
Comunicação e Artes da Universidade São Paulo (ECA/USP), sob a orientação da Profa. Dra. 
Sidnéia Gomes Freitas; graduou-se em Comunicação Social com ênfase em publicidade e 
propaganda pela ESPM; é também graduada em Marketing pela ESPM. 
É autora do livro “Realidade quilombola: entre as tramas do global e do local” (2017), 
onde discute a supressão das experiências vividas pelos mais velhos e a não aceitação das 
tradições, trazendo um desconhecimento das próprias raízes e um apagamento da história que 
envolve os quilombos e os quilombolas. 
Tem vasta experiência corporativa em empresas como Pão de Açúcar, Empresa 
Brasileira de Cosméticos (Ikesaki), Maia Farina Assessoria Empresarial entre outras. Trabalhou 
em grandes agências de publicidade, como Norton Publicidade, Salles Interamericana de 
Publicidade e Cash Comunicações. Autora de livros instrucionais como Especializações de 
Marketing, Pesquisa de Mercado e Marketing Pessoal. Professora Titular da Universidade 
Paulista desde 2008, ministra aulas para graduação, gestão e EAD (ensino à distância) de 
Planejamento Estratégico, Planejamento de Comunicação, Distribuição e Logística, Metodologia 
Científica, Marketing Social, Político, Cultural e Esportivo, Psicologia do Consumidor, CRM 
(Customer Relationship Management) – Gestão de Relacionamento com o Cliente, UEN 
(Unidades Estratégicas de Negócios), entre outras. Além das aulas, atua como consultora de 
marketing e comunicação corporativa em diversas organizações. É mentora do projeto de 
comércio justo e autossustentável Oficina da Terra, que auxilia 69 artesãos em todo o país. 
 
Professora colaboradora/coordenadora: 
 
Profa. Me. Edna Barberato Genghini, professora universitária desde 2002. Atualmente 
no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos ao nível de Pós-
Graduação lato sensu: em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e em 
Formação em Educação a Distância, pela Universidade Paulista – UNIP EaD, onde também atua 
como Professora Adjunta, nas modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da Mentor 
Orientação Psicopedagógica Ltda. Me. desde 1991. Possui graduação em Economia Doméstica 
– Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), graduação em Pedagogia pela 
Universidade Guarulhos (1985), pós-graduação em Psicopedagogia pela Universidade São 
Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-
graduação lato sensu em Formação em Educação a Distância pela Universidade Paulista – UNIP 
(2011). É autora e coautora de livros-texto para os cursos de pós-graduação lato sensu em 
Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação a 
Distância da UNIP EaD. Áreas de Interesse: Neurociências – Educação Inclusiva – 
Psicopedagogia Clínica e Institucional – Formação e Gestão em Educação a Distância – 
Formação de Docentes para o Ensino Superior. 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 5 
1. CONCEITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA ......................................................... 7 
1.1 Conceitos de EaD ........................................................................................................... 14 
1.2 Gerações da EaD. .......................................................................................................... 16 
1.3 Diferenças entre Ensino a Distância e Educação a Distância ....................................... 22 
2. FALANDO DE EAD E DO SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO ............................ 26 
2.1 Onde se dá o início dos processos de Educação a Distância? ..................................... 27 
2.2 Vamos dar um giro pelo mundo? ................................................................................... 32 
2.2.1 Começando pelo continente americano ......................................................................... 32 
2.2.2 EaD na Oceania ............................................................................................................. 37 
2.2.3 Continente europeu ........................................................................................................ 40 
2.2.4 Continente asiático ......................................................................................................... 42 
2.2.5 Continente africano ........................................................................................................ 45 
2.3 Evolução da EaD no Brasil ............................................................................................. 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Estamos muito felizes de ter você conosco em nosso curso de Pós-Graduação em 
Formação e Gestão em Educação à Distância. Pretendemos fazer com que esse 
estudo seja leve e, principalmente, prazeroso. 
Temos como objetivo maior muni-lo com informações interessantes, relevantes e 
sobretudo atuais, no que diz respeito aos conceitos, as tendências e aos processos 
existentes, no Brasil e no mundo, sobre educação à distância. 
Pretendemos mostrar que, embora as tecnologias educacionais existentes hoje 
sejam revolucionárias e tragam uma maneira diferente de atuação entre corpo 
discente e docente, o processo de ensino e aprendizagem à distância não é tão novo 
quanto possamos, em um primeiro momento, pensar. Ele se encontra nas nossas 
vidas desde o século XIX! 
 Mais do que nunca, no mundo globalizado e interconectado em que vivemos, 
repleto de redes sociais, consumidores, internautas, produtores de informação e 
conhecimento, é preciso que sejamos capazes de nos comunicar, nos conectar e 
principalmente, de repensar nosso papel de professores, de alunos, de instrutores, 
de tutores e de produtores do conhecimento. 
Hoje a tecnologia está presente em todos os âmbitos de nossas vidas, mas até 
alguns anos atrás ela era vista com certa desconfiança e até desdém. 
Utilizada no mundo todo, ela nos traz facilidades até há pouco impensadas, 
mas também nos cobra um preço: a atualização constante. 
Foi preciso que nós nos acostumássemos a lidar com ferramentas didáticas 
síncronas e assíncronas, que contribuíram e contribuem para a expansão e a 
divulgação do conhecimento. 
Hoje, universidades dos quatro cantos do planeta disponibilizam tanto seus 
conteúdos como suas aulas para que o acesso ao saber possa ser ilimitado. O papel 
do professor também mudou: de professor, palavra que vem do latim profiteri, 
formada por fateri (confessar)com o prefixo pro (diante de todos), ou seja, aquele 
que detém o saber e o “confessa” diante de todos, passamos para o de direcionador, 
motivador, mediador, ou aquele que introduz alguém no mundo do saber, que 
“acompanha” a construção individual do conhecimento. 
A tecnologia nos propiciou isso, as mudanças de paradigmas na sociedade 
rápida e fluida do século XXI permitiram isso e introduziram novas ferramentas, 
novos contextos, novas maneiras de ensinar e aprender, num eterno ir e vir de dados, 
informações, e finalmente de novos conhecimentos. 
 
 
 Por conta de toda essa parafernália de eletricidade, fios, cabos, dados, é 
fundamental entendermos os novos processos de conhecimento, a nova maneira de 
“aprender”. 
 Dividimos então essa disciplina em quatro unidades: na primeira estaremos 
trazendo a conceituação de Educação à Distância, suas características, sua 
evolução aqui no Brasil e no mundo. 
Mostraremos quais são as ferramentas básicas para a EaD, o que é, bem como 
as implicações da pós-graduação em EaD. 
 Na unidade 2 iremos abordar a situação atual da EaD e como ela está inserida 
na Universidade Paulista particularmente; abordaremos os termos de saneamento e 
as principais ferramentas utilizadas para favorecer e auxiliar os alunos a adquirirem 
e construírem o conhecimento, como as DPs on-line, os jogos de empresas, e os 
cursos de pós-graduação a distância da universidade. 
 Já na unidade 3 falaremos sobre as tendências da EaD, sua vasta utilização 
nas organizações e quanto essa ferramenta a distância tem contribuído para a 
disseminação de informações corporativas, resultando em lucratividade, 
objetividade, comprometimento e resultados efetivos. 
 Traremos também nessa unidade, informações sobre quem são os alunos de 
EaD e como, no momento atual, eles “sincronizam” cada vez mais as diversas fontes 
do saber, a fim de criarem possibilidades para novas frentes de trabalho através da 
quebra de paradigmas, da inovação e do aprendizado constante. 
 Pontos como mudanças de conceito, tendências da EaD com relação aos 
egressos, inclusão social, o Open Course Ware Consortium (OCWC), a importância 
pedagógica e pesquisas com alunos também serão abordados nessa unidade. 
 Na última unidade desse livro texto abordaremos dados específicos sobre a 
EaD: o que é, quem é o aluno EaD, qual é o perfil das instituições que oferecem EaD, 
o que é um Termo de Saneamento, entre outros. 
 Acreditamos que, com o conteúdo que disponibilizamos aqui, você terá total 
condição de entender a Educação a Distância e como ela pode moldar processos de 
ensino e aprendizagem inovadores e estruturantes, base para toda e qualquer 
construção de conhecimento no mundo do século XXI. 
 Vamos lá? 
 Bons estudos, aproveite a leitura de seu livro-texto e não deixe de buscar as 
indicações nos diversos recursos que trazemos aqui como por exemplo Saiba Mais, 
Lembrete, Leitura Obrigatória e Observação. Eles foram idealizados para aprimorar 
seus conhecimentos. 
Esperamos, de coração, que você goste e se envolva, cada vez mais, nessa 
nova jornada de ensino a distância.
 
7 
UNIDADE 1 
1. CONCEITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 
 
Todo novo campo de estudo traz consigo diferentes conceituações, 
compreensões e entendimentos, sendo necessário, portanto, fazermos clarificações 
conceituais para que possamos, juntos, compreender sobre o que de fato estamos 
falando. 
É mais que sabido que vivemos em um mundo interligado e mediado por 
inúmeras possibilidades de comunicação e conexão, mas quando estamos falando 
de um mundo virtual que permite, pela primeira vez na história, que usuários sejam, 
não só consumidores, mas também produtores de conteúdo, é a grande novidade do 
nosso tempo e por isso precisamos, cada vez mais, compreender quais são as 
possibilidades e limitações da tecnologia. 
Sim, porque embora aparentemente ela pareça nos traz só soluções, temos 
visto que isso não é bem verdade. 
 
 
Figura 1 – O mundo conectado 
Fonte: https://pixabay.com/pt/rede-terra-cadeia-de-bloco-globo-3537401/ 
 
Que a tecnologia hoje em dia é estruturante e necessária nós já sabemos, mas 
não podemos e não devemos nos privar de compreender os problemas que muitas 
vezes ela gera e também pode vir a gerar. 
Mas falaremos disso um pouco mais adiante. 
https://pixabay.com/pt/rede-terra-cadeia-de-bloco-globo-3537401/
 
8 
Agora temos inicialmente que compreender alguns termos comuns à EaD, 
necessários para que possamos, cada vez mais, conhecer a fundo o que de fato 
significa Educação à Distância. 
Vamos lá então? 
 
 
Figura 2 – Homem máquina ou máquina humana? 
Fonte: https://pixabay.com/pt/homem-face-express%C3%A3o-facial-corpo-845847/ 
 
Termos como e-learning, on-line learning, distance learning, internet-based 
learning, web education, web-based learning, educação a distância estão cada 
vez mais presentes em contextos educativos, nas diversas possibilidades que 
esses ambientes proporcionam, e muitas vezes são utilizados indistintamente, 
quando, na verdade, existem diferenças ora profundas, ora sutis entre cada um 
deles. 
Vamos entender a tradução efetiva do termo learning? 
Segundo o Cambridge Dictionary1, learning significa “the activity of 
obtaining knowledge” ou seja, a atividade de obter conhecimento; “knowledge 
obtained by study”, os conhecimentos obtidos pelos estudos, através dos 
estudos. 
 
 
1 Disponível em < https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/learning>, último acesso 
em 19/11/2018 
https://pixabay.com/pt/homem-face-express%C3%A3o-facial-corpo-845847/
https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/learning
 
9 
 
A Cambridge é a mais antiga editora do mundo, tendo publicado seu 
primeiro livro em 1584. 
A Cambridge University Press publica dicionários desde 1995. 
 
Para o dicionário Michaelis Inglês Português online2, a palavra learning 
significa erudição, saber, ciência, aprendizagem, podendo também significar 
aprendizado ou o processo de aprendizado. 
No dicionário Collins Dictionary o termo learning nos traz como sinônimos 
knowledge, study, education, schooling que podem ser traduzidos como 
conhecimento, entendimento, estudo, educação, instrução. 
Ao utilizarmos a expressão E-learning, poderíamos traduzi-la ao “pé da 
letra” como “educação eletrônica” ou “e-educação”, um processo de educação 
mediado por ferramentas eletrônicas. 
Gonçalves (2007, p. 3) traz que “O e-learning é uma forma de EaD, mas 
EaD não é necessariamente e-learning, uma vez que e-learning tem uma 
abrangência um pouco mais restrita que o EaD”. Esse modelo não contempla 
cursos com utilização de ferramentas mais convencionais, como por 
correspondência ou pela televisão. 
Podemos, então, definir e-learning como um ambiente de aprendizagem 
que utiliza a internet para distribuir conteúdos multimídia, estruturar a interação 
social e a cooperação nos processos de edificação do conhecimento. 
Para Dailton Felipini, especialista em e-commerce e autor de vários artigos 
sobre learning, e-learning, e-commerce, “Tecnicamente, o e-learning é o ensino 
realizado através de meios eletrônicos” (FELIPINI, 2015). Disponível em 
<http://www.e-commerce.org.br/artigos/e-learning_ensino.php>) Último acesso em 
17/11/2018). 
Para o autor, o “e” caracteriza a utilização de ferramentas tecnológicas 
eletrônicas, e não as demais. 
 
Então e-learning e educação a distância não são sinônimos. 
 
 
2 Disponível em <https://michaelis.uol.com.br/moderno-ingles/busca/ingles-portugues-
moderno/learning/>, último acesso em 19/11/2018 
http://www.e-commerce.org.br/artigos/e-learning_ensino.php
https://michaelis.uol.com.br/moderno-ingles/busca/ingles-portugues-moderno/learning/
https://michaelis.uol.com.br/moderno-ingles/busca/ingles-portugues-moderno/learning/10 
Existem muitos cenários de educação a distância que não cabem dentro 
do conceito de e-learning, nem pelas tecnologias adaptadas, nem pelos 
modelos de interação e comunicação que integram” (GOMES, 2005, p. 
233). 
 
 
 
Para intensificar o conhecimento do e-learning, leia o artigo de Felipini na 
íntegra, intitulado “E-Learning: o ensino do próximo milênio”, disponível em 
<http://www.e-commerce.org.br/artigos/e-learning_ensino.php> 
 
 
O e-Learning tem propiciado formas diferentes de construção de 
conhecimento e também de possibilidades no processo ensino/aprendizagem, 
tornando necessária uma atualização constante, tanto pessoal quanto 
profissionalmente. 
 
A sociedade digital, caracterizada por uma evolução tecnológica 
acentuada e por alterações frequentes na economia e no mercado de 
trabalho, tem imposto novos paradigmas na área da educação e da 
formação. Hoje reconhece-se, inequivocadamente, a importância da 
formação ao longo da vida como fator principal na estabilidade 
profissional do indivíduo inserido no mercado de trabalho. É neste 
contexto que surge a necessidade de compreender melhor o e-
Learning explorando dois aspectos indissociáveis: o Aprender e o 
Ensinar (CAPITÃO e LIMA, 2003). 
 
 
O ensinamento já não perpassa somente a figura do professor, daquele 
que “detém o conhecimento”3. 
 
3 Grifo da autora 
http://www.e-commerce.org.br/artigos/e-learning_ensino.php
 
11 
 
Figura 3 – Professor 
Fonte: https://pixabay.com/pt/empres%C3%A1rio-desenhos-animados-607831/ 
 
Hoje temos um compartilhamento de saberes; o conhecimento é construído 
a várias mãos e cada vez mais, mercado e academia, buscam intensamente a 
multidisciplinaridade, a complexidade de pensamentos voltados para diversas 
áreas, com formas de raciocinar que vão interagindo, se mesclando, 
amalgamando olhares diversos que constroem novas reflexões, novas 
considerações. 
A construção do conhecimento passou a ser necessária para podermos 
transformar o mundo em que vivemos, porque a complexidade está em toda 
parte como nos traz antropólogo, filósofo e sociólogo francês Edgard Morin, e 
não podemos, de maneira alguma, nos permitirmos reducionismos, sob pena de 
decompormos conceitos complexos em processos simplistas. 
As tecnologias de informação e também de comunicação que, a partir de 
agora, iremos designar como TICs, têm sido ao longo do tempo utilizadas nos 
processos educacionais de maneiras, e em contextos, muito diferentes. 
E embora quando falemos em tecnologia, imediatamente nos vem à cabeça 
ferramentas virtuais e tecnológicas de ponta, internet, conexão, elas não se 
restringem a isso. 
É fundamental compreendermos que as TICs, tanto podem dar suporte 
para professores e facilitadores nas aulas presenciais, nos processos de 
treinamento in ou out company, como podem auxiliar em momentos de auto-
estudo, sendo que por ferramentas tecnológicas entendemos desde as virtuais, 
como a internet, até as mais tradicionais, como o quadro‑negro. 
https://pixabay.com/pt/empres%C3%A1rio-desenhos-animados-607831/
 
12 
 
 
Figura 4 – Professora e lousa ou quadro negro 
Fonte: https://pixabay.com/pt/palestrante-mulher-professora-2678020/ 
 
Cada ferramenta tecnológica, dentro do seu tempo e espaço, efetivamente 
auxiliou os processos de ensino e aprendizagem. 
 
 
[...] com a progressiva expansão da Internet e do www., com a melhoria 
das condições gerais de acessibilidade à internet, como o surgimento de 
software de fácil utilização capaz de criar e editar páginas para a web , 
bem como com a expansão de serviços de comunicação em rede como 
o correio eletrônico, os fóruns de discussão ou os instant messengers , 
um novo domínio de utilização das TIC na educação, têm vindo a se 
afirmar. Trata‑se daquilo que designaremos por “extensão virtual da sala 
de aula presencial”. Incluímos aqui o recurso à internet para 
disponibilizar on‑line os programas das disciplinas, os sumários das 
aulas, as apresentações eletrônicas utilizadas nas aulas presenciais, a 
indicação de sites de relevo para a disciplina ou a disponibilização de 
textos de apoio às aulas (GOMES, 2005, p. 230‑231). 
 
 
Hoje temos ferramentas que possibilitam estarmos mais próximos uns dos 
outros, dos alunos, dos treinandos, dos professores e tutores, facilitando nossos 
processos de aprendizagem e de construção de conhecimento. 
Sim, porque cada pessoa tem um grau de interesse, um sentido específico 
para adquirir mais ou menos informação sobre determinado assunto. Cada 
https://pixabay.com/pt/palestrante-mulher-professora-2678020/
 
13 
pessoa é única e não podemos ficar alheios a esse fato. Cada um tem um tempo 
e uma dinâmica de aprendizagem que deve, necessariamente, ser respeitada. 
Essa é a grande novidade! 
Facilitamos, direcionamos, auxiliamos pessoas a adquirirem informação, 
mas depende de cada uma delas transformar essas informações em 
conhecimento ou não. 
Nos conceitos existentes de e‑learning, alguns valorizam mais o “e” da 
ferramenta tecnológica, outros o aprendizado, o estudo, o saber é que fazem 
parte da discussão central e têm sua importância aumentada. 
Para Gomes (2005), da Universidade do Minho, Portugal, o e‑learning está 
profundamente associado à internet, ou seja, as demais tecnologias de apoio à 
aprendizagem não poderiam ser consideradas e‑learning. 
 
 
[...] a utilização de tecnologias e serviços associados à internet não 
constitui forçosamente situações de e‑learning, apesar de sua 
utilização poder, de facto, desencadear ou servir de suporte a 
aprendizagens de diversa natureza. Excluímos assim do nosso 
conceito de e‑learning os cenários informais de acesso a sites por 
interesse pessoal de natureza mais ou menos lúdica (por exemplo, 
acesso ao website do nosso grupo de música ou desporto favorito ou 
a consulta on‑line de um jornal diário (GOMES, 2005, p. 232). 
 
 
Para o autor não haveria e-learning sem a ferramenta propiciada pela 
conexão, embora ele faça uma clara distinção entre o processo que desencadeia 
efetivamente uma aprendizagem, e as estruturas de lazer ou divertimento que 
são efetivadas com a visitação a sites de interesse. 
E-learning para esse autor portanto, acontece quando estamos construindo 
conhecimento através do acesso a sites que efetivem esse processo como 
bibliotecas, universidades, escolas, sendo que essa conexão pode ser feita 
através de um desktop, ou computador de mesa, de um laptop, de um tablet, 
smartphone ou qualquer outro aparelho que possa efetivar essa ligação, essa 
conexão entre dois pontos de interesse que estruturem um processo de 
informação e consequente conhecimento. 
 
 
14 
 
Figura 5 – Laptop e Smatphone 
Fonte: https://pixabay.com/pt/neg%C3%B3cios-computador-m%C3%B3veis-2846221/ 
 
 
1.1 Conceitos de EaD 
 
Embora existam inúmeras definições e conceitos para a EaD uma 
característica em especial, é comum a todos eles: o fato de professores e alunos 
estarem em espaço físicos distintos, ficando interligados e conectados através 
de algum aparato tecnológico que podem conter ou não som e imagem. 
No Brasil, o conceito de Educação a Distância no Brasil está definido no 
Decreto nº 5.622, em seu Artigo 1º, de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005): 
 
Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza- -se a 
Educação a Distância como modalidade educacional na 
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de 
ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e 
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes 
e professores desenvolvendo atividades educativas em 
lugares ou tempos diversos. 
 
Para Maia e Mattar 
 
https://pixabay.com/pt/neg%C3%B3cios-computador-m%C3%B3veis-2846221/
 
15 
A EAD é uma modalidade de educação em que professores e alunos 
estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas 
tecnologias de comunicação”(MAIA e MATTAR, 2006). 
 
 
Alves, Zambalde e Figueiredo a entendem como 
 
uma atividade de ensino e aprendizado sem que haja proximidade entre 
professor e alunos, em que a comunicação bidirecional entre os vários 
sujeitos do processo (professor, alunos, monitores, administração seja 
realizada por meio de algum recurso tecnológico intermediário, como 
cartas, textos impressos, televisão, radiodifusão ou ambientes 
computacionais” (ALVES; ZAMBALDE & FIGUEIREDO, 2004,p.6). 
 
 
Moran já a define como 
 
 
É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão 
normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, 
interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a 
Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, 
o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. 
(MORAN, 2002). 
 
 
Vimos que as definições são diferentes, porém elas nos trazem pontos em 
comum, como por exemplo aluno e professor estarem em espaços distintos. Mas 
não podemos esquecer que existem diferenças cruciais entre os aparatos 
tecnológicos: uns não permitem interação, fazendo com que o receptor, no caso 
o aluno, somente absorva as informações transmitidas, caso do rádio e da 
televisão e outros como a internet, permitem e até estimulam a participação do 
aluno como produtor de conteúdo e conhecimento. 
Embora os processos de ensino aprendizagem na EaD tenham sempre 
sido intermediados por aparatos tecnológicos, nem sempre esses aparatos 
foram eletrônicos, ao contrário do que podemos imaginar. 
Por isso é tão importante conhecermos quais foram as gerações existentes 
no ensino a distância, para que possamos entender a importância da estrutura 
tecnológica e o que ela proporcionou e proporciona para a Educação a Distância 
Vamos a elas? 
 
 
 
 
16 
1.2 Gerações da EaD 
 
Chamamos de geração cada uma das evoluções tecnológicas ocorridas em 
um determinado período, para que o homem conseguisse se comunicar, mesmo 
não estando no mesmo tempo e no mesmo espaço. 
O que ocasionou uma grande revolução na Europa foi, sem dúvida 
nenhuma, a criação da prensa móvel por Johannes Gutenberg em 1450. 
 
 
 
Embora não sendo uma criação totalmente original porque os chineses já 
utilizavam, desde o século 7, ideogramas talhados em madeira para imprimir 
calendários e livros sagrados, essa “invenção” foi um grande marco. 
 
 
Existem autores que efetivam a existência de quatro gerações de ensino a 
distância, outros que nos falam em cinco e até seis gerações. Para este livro 
texto, 
Mas vamos entender a visão e a argumentação de cada um desses autores 
através da análise dessas gerações de Ensino a Distância. 
 
 1ª geração tem como características principais 
 
[...] a utilização do sistema de correspondência, que faz a mediação na 
comunicação pedagógica. É, portanto basicamente a troca entre o aluno e 
o professor, de documentos de papel, que compunham o material 
pedagógico, enviado através do correio tradicional (CAMPOS e SILVA, 
2016). 
 
Esse processo se dá porque, a partir da Revolução Francesa, em 1789, e 
também da Revolução Industrial, as pessoas passam a querer se instruir, a conhecer 
o mundo em que vivem, a ter uma condição de vida melhor, mais informada através 
do conhecimento. Até então, todo o conhecimento estava encerrado nos 
monastérios, conventos e abadias, onde os monges transmitiam, de geração em 
geração, tudo o que sabiam através de livros que eram copiados a mão. Daí serem 
denominados Monges Copistas. 
 
17 
 
 
Um filme bem interessante para se conhecer essa parte da história e os monges 
copistas chama-se O Nome da Rosa, estrelado por Sean Connery. 
Para saber mais sobre a prensa móvel de Gutenberg leia o artigo de Fred 
Linardi em https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funcionava-a-prensa-de-
gutenberg/ 
 
 
 É por meio dessa necessidade de um maior conhecimento que as pessoas 
passam a querer se instruir. As cartas, elementos fundamentais para se obter 
notícias de outros, de familiares e amigos, tiveram uma forte influência porque era 
preciso saber ler e escrever para enviá-las. 
 Por tudo isso, era imprescindível que se criassem mecanismos que facilitassem 
esse desejo pelo saber. 
 A Gazeta de Boston, em 1728 publica um anúncio para quem estivesse 
interessado em ensino a distância. 
 Mas foi com o professor Isaac Pitman, inventor inglês de um método de 
taquigrafia, que o ensino a distância toma vulto porque ele fazia intercâmbio postal 
com seus alunos. Segundo Dovicchi, em 1840 Pitman iniciou o primeiro curso regular 
de taquigrafia por correspondência (ALVES; ZAMBALDE & FIGUEIREDO, 2004). 
 A partir daí vários anúncios de cursos a distância de taquigrafia eclodiram pela 
Europa e Estados Unidos. Estava inaugurada a educação a distância. 
 
 
 
Para conhecer mais sobre taquigrafia, visite o site 
http://www.taquigrafia.emfoco.nom.br/perguntas.htm 
 
 
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funcionava-a-prensa-de-gutenberg/
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funcionava-a-prensa-de-gutenberg/
http://www.taquigrafia.emfoco.nom.br/perguntas.htm
 
18 
 2ª geração 
 
 É na segunda geração que se utilizam as tecnologias de transmissão de dados 
com imagem e som. A partir do rádio e da televisão cursos a distância passam a ser 
oferecidos em profusão, lembrando que aluno e professor não tinham qualquer 
contato porque os meios utilizados geravam informação um para muitos, sendo 
utilizados na recepção, de maneira individual. 
 
 
Figura 6. Rádio Figura 7. Pessoas 
Fonte: https://pixabay.com/pt/ Fonte:https://pixabay.com/pt/ 
r%C3%A1dio-idade-r%C3%A1dio- equipe-motiva%C3%A7%C3%A3o- 
de-tubo-nostalgia-1682531/ trabalho-em-equipe-386673/ 
 
 
 
 Quando falamos de informação um para muitos, estamos nos referindo a uma 
única informação divulgada pelo meio, rádio ou televisão, para milhares de pessoas. 
Um aparelho, milhares de espectadores. 
 
 
 É a partir dessa geração que surgem o projeto Minerva e o Telecurso. O 
primeiro foi criado com o objetivo de levar educação às pessoas adultas em todo o 
território nacional; já no Telecurso, a Fundação Roberto Marinho através de diversas 
parcerias com instituições públicas e privadas implementou, também a nível nacional, 
salas de aula que recebiam informações e conteúdo didático através da televisão. 
 
 
https://pixabay.com/pt/
 
19 
 3ª geração 
 
 Nessa fase, entram para os processos de ensino/aprendizagem, novas 
ferramentas propiciadas pelo desenvolvimento das TICs. Passamos a utilizar 
também ferramentas síncronas, que propiciam, em tempo real, a conexão. 
Mas vamos entender um pouco sobre as ferramentas síncronas e assíncronas, suas 
diferenças, sua utilização e suas especificidades. 
 
 
 Ferramentas Síncronas são aquelas em que aluno e professor 
precisam se conectar ao mesmo tempo. Estão virtualmente ligados 
embora em espaço completamente diferentes. Podemos estar em 
Manaus e nosso professor em São Paulo mas estamos conectados e se 
houver uma dúvida, podemos tirá-las em tempo real assim como o 
professor pode fazer perguntas e obter imediatamente as respostas. 
São exemplo de ferramentas assíncronas: webconferências, chats. 
 
 Ferramentas Assíncronas são aquelas em que aluno e professor não 
precisam, necessariamente, estar conectados ao mesmo tempo para 
que se efetive a construção do conhecimento. O professor pode gravar 
suas aulas e o aluno irá assisti-las quando e onde quiser, com 
autonomia absoluta sobre o processo. 
A utilização de ferramentas assíncronas dá total liberdade para as 
partes mas exige muito mais do aluno que, embora possa assistir ou lero material em qualquer parte e em qualquer horário, deverá ter um maior 
comprometimento e estabelecer uma rotina efetiva de estudos, sob 
pena de se perder nos conteúdos. Exemplos de ferramentas 
assíncronas são: e-mails e fóruns de discussão. 
 
 
 É nessa terceira geração que passam a ser utilizados materiais como CD room, 
softwares educativos privilegiando, portanto, a educação assíncrona. 
 
 
20 
 
Figura 7 – CD Room 
Fonte: https://www.palimontes.com.br/cd-rom-gravavel-80-min-700mb-sony-und.html 
 
 
A partir dessa geração a educação a distância começa a adquirir outro vulto, não 
sendo mais percebida com tanta desconfiança. Percebe-se o potencial e as inúmeras 
possibilidades oferecidas pela conexão. 
 
 
 4ª geração: 
 
[...] processos de aprendizagem em que o contato presencial 
aluno/professor é escasso ou inexistente. Em relação à geração anterior 
introduziram-se ambientes colaborativos de aprendizagem suportados por 
computador, permitindo a criação de turmas virtuais e eliminando o 
isolamento tradicional dos alunos a distância (CARVALHO; CARDOSO, 
2003). 
 
 
É somente na quarta geração que teremos a valorização da interação e da 
comunicação efetiva e conectada, fatores impensáveis para um processo à 
distância, em função da inadequação das ferramentas tecnológicas existentes 
até então. 
Aqui o processo de e-Learning, de aprendizagem em rede se efetiva. 
Passam a ser utilizados diversos recursos ao mesmo tempo, síncronos e 
assíncronos além de imagens digitalizadas, de links para fontes externas ao 
ambiente em questão, salas de bate-papo, webconferências com integração em 
tempo real. 
É a partir da 4ª geração que a EaD é realmente democratizada e passa a 
atender do jovem ao idoso, do graduando ao pós-graduando, daquele que veio 
https://www.palimontes.com.br/cd-rom-gravavel-80-min-700mb-sony-und.html
 
21 
do ensino público àquele que veio de uma instituição particular, indistintamente, 
servindo a públicos tão diversos quanto seu ferramental. 
Cada vez mais o mundo contemporâneo solicita maior e contínua 
capacitação, o que nem sempre é fácil de se conseguir presencialmente, 
principalmente em função do ritmo de trabalho e de outras ocupações pessoais. 
É aqui que entra a EaD e suas especificidades, que auxiliam a todos aqueles 
que de fato querem obter uma formação ou dar continuidade às já existentes. 
 
 
A última geração da EaD caracteriza-se por sistemas de e-learning e 
comunidades virtuais mais fáceis de usar, mais interativos, mais 
acessíveis e que permitem maior flexibilidade temporal e espacial do 
que os sistemas das gerações anteriores (GONÇALVES, 2007, p. 2). 
 
 
A educação a distância, portanto, só é efetivada quando se estabelece uma 
comunicação educativa bilateral, e isso ocorre quando existe um atendimento 
pedagógico eficiente, que supera a distância e edifica uma relação entre 
professor e aluno. Outro ponto importante de esclarecimento é que a EaD 
propicia uma aprendizagem personalizada a partir do momento que o aluno 
escolhe o local e o melhor horário diante da sua disponibilidade e de seu ritmo. 
 
 
5ª geração 
 
Para vários autores essa geração de EaD nos traz a possibilidade de 
aprendizagem através de imersão em ambientes com realidade virtual, como por 
exemplo os jogos de empresas onde o aluno monta uma empresa, cria produtos, 
vende esses produtos e administra o negócio interagindo com a máquina que 
lhe oferece possibilidades reais de mercado. 
Para Moran, os ambientes tridimensionais como o Second Life podem ser 
uma forma mais atraente e participativa de ensinar e aprender (Moran, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
22 
1.3 Diferenças entre ensino a distância e educação a distância 
 
É necessário diferenciarmos ensino a distância de educação a distância, 
porque, segundo alguns autores, educação e aprendizagem são processos 
internos ao indivíduo, não podendo, portanto, ocorrer a distância. Para Alves, 
Zambalde e Figueido o termo correto seria ensino a distância (ALVES; 
ZAMBALDE; FIGUEIREDO et al., 2004, p. 8). 
Para Moran (2002), educação a distância “é o processo de ensino-
aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão 
separados espacial e/ou temporalmente” (MORAN, 2002, p. 1). É preciso 
compreender que tanto aluno quanto professor não estão juntos fisicamente, 
mas conectados com ferramentas como a internet, porém a EaD contempla 
também suportes como correio, vídeo, CD-ROM, telefone, rádio e televisão. 
É importantíssimo percebermos que a EaD não é uma simples veiculação 
de informações instrucionais, mas um processo pedagógico humano, uma 
construção de conhecimento, porque é muito mais do que recepção de 
informação e aquisição de conhecimento. É construção efetiva, tendo o 
professor como facilitador de aprendizagem. Percebemos que esse tipo de 
aprendizagem é centrada no aluno, o qual tem sob sua responsabilidade a 
estruturação de uma atitude proativa, o que exige não só maturidade, como 
organização, autonomia e autodisciplina para o processo de construção do 
conhecimento. 
Toda interação entre professor/aluno, embora distantes fisicamente, em 
processos de intercâmbio e colaboração, pode ser designada como EaD, 
quando mediados por aparatos tecnológicos, independentemente se enviados 
por correio, se gravados em CD-ROM’s ou inseridos na rede. 
Para Gonçalves os sistemas de e‑learning e comunidades virtuais são mais 
fáceis de usar, mais interativos, mais acessíveis e permitem maior flexibilidade 
temporal e espacial do que os sistemas das gerações anteriores (GONÇALVES, 
2007, p. 2). 
A educação a distância, portanto, só é efetivada quando se estabelece uma 
comunicação educativa bilateral, e isso ocorre quando existe um atendimento 
pedagógico eficiente, que supera a distância e edifica uma relação entre 
professor e aluno. Outro ponto importante de esclarecimento é que a EaD 
propicia uma aprendizagem personalizada a partir do momento que o aluno 
escolhe o local e o melhor horário diante da sua disponibilidade e de seu ritmo. 
 
23 
 
Figura 8 – Ampulheta 
Fonte: https://pixabay.com/pt/ampulheta-tempo-areia-3697513/ 
 
Esse processo está intimamente relacionado com as necessidades tanto 
de mercado quanto de estilo de vida da atualidade, que permeiam a rapidez, a 
competência e a continuidade. Sim, porque, cada vez mais, desde o final do 
século passado, principalmente em países desenvolvidos, é imperiosa a busca 
e a obtenção de uma educação continuada, constante, para fazer frente às, cada 
vez maiores, necessidades de mercado. Por educação continuada vamos utilizar 
a definição de Moran, que a nomeia como “o processo de formação constante, 
de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo 
sobre a própria experiência, ampliando‑a com novas informações e relações” 
(MORAN, 2002, p. 1). 
Torna‑se imperioso, portanto, reinventarmos a forma de ensinar e 
aprender, não importa se presencial ou virtualmente, diante das inúmeras 
mudanças da atualidade. Como bem exemplifica Moran, “O presencial se 
virtualiza e a distância se presencializa” (SILVA, 2003). 
Mas não podemos deixar de entender que inserir tecnologia no ambiente 
educacional, como nos traz Perrenoud (2000), é muito mais do que saber utilizar 
um computador. São necessárias ferramentas efetivas de integração, inserção, 
continuidade e relações entre professores, alunos e também tutores, que têm um 
papel importantíssimo na criação e no desenvolvimento de relações entre o 
aluno e a instituição. 
Fundamental, portanto, é percebermos que a EaD é um fenômeno de 
mudanças na educação, porque “Ela traz mudanças não só para o educar mas, 
também, para o aprender” (FARIA; SILVA, 2007, p. 1). 
https://pixabay.com/pt/ampulheta-tempo-areia-3697513/
 
24 
Essas mudanças estão efetivadas nos equipamentos, nas ferramentas 
utilizadas, no conhecimento adquirido pelos professores/tutorese também pelos 
alunos sobre informática, softwares utilizados e as inúmeras possibilidades 
disponíveis para os mais diversos níveis de integração e interação. 
 
 
 
Nessa unidade foi possível conhecermos as diversas conceituações de 
EaD embora exista um ponto central para todos os autores. A unanimidade está 
centrada em que é a primeira vez na história da humanidade que usuários das 
ferramentas de ensino/aprendizagem não são somente consumidores, mas 
também produtores de conteúdo e conhecimento. 
Vimos o quanto o compartilhamento de saberes é importante na construção 
de conhecimento e o quanto a multidisciplinaridade está presente tanto no 
mercado quanto na academia, fazendo com que o pensamento complexo de 
Edgar Morin seja cada vez mais adotado, utilizado e estudado, favorecendo 
novas reflexões e novas visões de mundo. 
Gonçalves (2007, p. 3) traz que “O e-learning é uma forma de EaD, mas 
EaD não é necessariamente e-learning, uma vez que e-learning tem uma 
abrangência um pouco mais restrita que o EaD”. Esse modelo não contempla 
cursos com utilização de ferramentas mais convencionais, como por 
correspondência ou pela televisão. 
Foi também possível perceber que para alguns autores o E-learning 
acontece ao construirmos conhecimento através do acesso a sites confiáveis e 
seguros como bibliotecas, universidades, revistas acadêmicas, quando feito 
através de um equipamento eletrônico que efetive a ligação entre dois pontos de 
interesse que protagonizam o processo de informação e construção de 
conhecimento. 
Foi possível analisarmos as gerações de EaD e suas diversas modificações 
e desenvolvimentos no transcorrer do tempo, e das novas estruturas e 
ferramentas comunicação e interconexão. 
Perpassamos todas as gerações de EAD, a saber: 
Primeira geração – com o sistema de correspondência 
Segunda geração - com a utilização de tecnologias de transmissão de 
dados com imagem e som, notadamente rádio e TV. 
Terceira geração - com a utilização das tecnologias de informação e suas 
inúmeras possibilidades, propiciadas pela utilização de ferramentas síncronas e 
assíncronas 
 
25 
Quarta geração - quando se dá a valorização da interação e da 
comunicação efetiva e conectada, fatores impensáveis para um processo à 
distância, em função da inadequação das ferramentas tecnológicas existentes 
até então. Nessa fase que o processo de e-Learning se efetiva com a 
aprendizagem em rede, totalmente democratizada, atingindo do jovem ao idoso, 
do rico ao pobre. Já não existem limitações para o conhecimento, desde que 
haja comprometimento, vontade e disciplina. 
Quinta geração – que traz a possibilidade de aprendizagem através da 
imersão em ambientes de realidade virtual. 
Finalizamos a unidade com o entendimento das diferenças entre ensino a 
distância e educação a distância, entendendo que essa última só se efetiva 
quando se estabelece uma comunicação educativa bilateral e isso vai ocorrer 
quando existe atendimento pedagógico eficiente, criando condições para uma 
aprendizagem personalizada. 
 
 
 
 
26 
UNIDADE II 
2. FALANDO DE EAD E DO SEU DESENVOLVIMENTO 
HISTÓRICO 
 
 Nosso objetivo nessa unidade é trazermos informações consistentes sobre 
a evolução pela qual passou a EaD no mundo, e também no Brasil para que 
possamos entender suas especificidades, qualidades e também os problemas 
que eventualmente possam surgir. 
 Sim, porque nem tudo são flores e é preciso termos um olhar racional e 
crítico para que não entremos no universo das “coisas perfeitas”, das soluções 
mirabolantes, da “ausência de problemas e restrições”. 
 Queremos construir com você o conhecimento dessa evolução e como, 
através dos séculos e também das décadas, a EaD foi se reinventando, foi 
agregando novas ferramentas, trazendo soluções cada vez mais ousadas, mais 
significativas para que o processo ensino/aprendizagem se desse de maneira 
mais colaborativa, participativa e também, criativa. 
 Vamos então passear pelo nosso túnel do tempo? 
 
 
Figura 1 – Túnel do Tempo 
Fonte: https://pixabay.com/pt/t%C3%BAnel-do-tempo-m%C3%A1quina-do-tempo-eixo-
1744874/ 
https://pixabay.com/pt/t%C3%BAnel-do-tempo-m%C3%A1quina-do-tempo-eixo-1744874/
https://pixabay.com/pt/t%C3%BAnel-do-tempo-m%C3%A1quina-do-tempo-eixo-1744874/
 
27 
 
 
2.1 Onde se dá o início dos processos de Educação a Distância? 
 
Existem autores que nos trazem que a EaD teria surgido no final do século 
XIX, como afirmam Faria e Silva (2007); para esses autores, o início da EaD se 
dá nessa época em instituições particulares europeias e americanas, quando 
materiais didáticos eram enviados por correspondência. 
Outros autores, como por exemplo o prof. Francisco José Silveira Lobo 
Neto (apud SARAIVA, 1996), nos trazem que a EaD teria surgido na cidade de 
Boston, nos 
Estados Unidos da América, quando em 20 de março de 1728, o professor 
de taquigrafia4 Caleb Phillips teria oferecido seu curso através de um anúncio no 
jornal Gazeta de Boston, para todo o país, afirmando que os materiais seriam 
enviados semanalmente via correio, para a casa das pessoas. 
 
 
 
4 Taquigrafia ou também conhecida como estenografia, é um sistema de escrita que tem por 
objetivo anotar rapidamente a fala de pessoas. Para isso, essa técnica utiliza códigos e 
abreviações, assim como traços e símbolos que se baseiam em fonemas, ou seja, no som das 
sílabas. É importante sabermos que não existe somente um método de taquigrafia, mas vários. 
 
28 
Figura 2 – Jornal antigo 
Fonte: https://pixabay.com/pt/jornal-velho-jornal-retro-s%C3%A9pia-350376/ 
 
O anúncio dizia: 
“Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber 
em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as 
pessoas que vivem em Boston”. 
 
 
Essa informação é corroborada por Lucineia Alves (2011) em seu artigo 
“Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo” disponível em 
< 
http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf> 
 
 
 
 
Vale ler a matéria na revista Super Interessante intitulada “Como é feita a 
taquigrafia?” disponível em < https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-
feita-a-taquigrafia/> 
 
 
Existe também uma vertente que, como afirmam Golvêa & Oliveira (2006), 
acredita que a Educação a Distância teria surgido com as epístolas de São 
Paulo, direcionadas às comunidades da Ásia Menor e enviadas em meados do 
século I, que tinham por objetivo ensinar essas comunidades a viverem dentro 
das doutrinas cristãs, mesmo em ambientes hostis. 
https://pixabay.com/pt/jornal-velho-jornal-retro-s%C3%A9pia-350376/
http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-feita-a-taquigrafia/
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-feita-a-taquigrafia/
 
29 
Podemos então perceber que existem vários olhares para o nascimento 
da EaD mas o importante é que essa modalidade surgiu e tem se transformado 
continuamente, até os dias de hoje. 
Vamos ainda caminhar um pouco mais pelo nosso túnel do tempo. 
Em 1829 é inaugurado o Instituto Liber Hermodes, na Suécia, atendendo 
a aproximadamente 150.000 alunos no curso de taquigrafia a distância. 
Em 1833, um anúncio no periódico sueco Lunds Weckoblad comunica a 
mudança de endereço das remessas postais, para todos aqueles que estudavam 
por correspondência. 
 Em 1840, é inaugurada a primeira escola que mantém intercâmbio postal 
com os alunos na Faculdade Sir Isaac Pitman, na Grã-Bretanha. Criado por Sir 
Pitman, surge um sistema de taquigrafia à base de fichas. 
 
 
Como vimos, existem diversos sistemas de taquigrafia ou estenografia. 
A palavra Taquigrafia vem do grego tachys ou rápido e grafia que significa 
escrita. 
 
14 
Em 1856 é criada em Berlim, a primeira escola de línguaspor 
correspondência, patrocinada pela Sociedade de Línguas Modernas. 
Fundada em 1854, a Illinois Wesleyan University , primeira Universidade 
Aberta do mundo cria, em 1874, seus cursos por correspondência. 
 Em 1880 o Sherry’s College oferece cursos preparatórios para concursos 
públicos. 
 Em 1883 o estado de Nova Iorque autorizou o Chatauqua Institute a 
conferir diplomas para os cursos a distância (Rodrigues, 1998). 
 
30 
 Em 1884 o Foulkes Lynch Correspondence Tuition Service passa a 
ministrar cursos de contabilidade por correspondência 
Em 1891, nos Estados Unidos, foi ofertado o curso por correspondência, 
sobre medidas de segurança em minas, que foi organizado por Thomas J. 
Foster. 
Em 1891 foram aprovados cursos de extensão universitária por 
correspondência na Universidade de Wisconsin. 
Em 1892, a fim de preparar docentes, é criada a Divisão de Ensino por 
Correspondência, no departamento de extensão da Universidade de Chicago, 
por iniciativa do Reitor Willian Harper, que já havia utilizado a correspondência 
para preparar docentes de escolas dominicais (SARAIVA,1996). 
 
 
Figura 3 – Universidade de Chicago 
Fonte: https://www.uchicago.edu/ 
 
Entre 1894/95, iniciam‑se os cursos de Wolsey Hall, em Oxford, que 
preparariam por correspondência estudantes para o Certificated Teachers 
Examination. 
Ao adentrarmos no século XX, várias outras instituições foram criando e 
consolidando seus processos de educação a distância. 
Fundada em 10 de dezembro de 1909, já no ano seguinte, em 1910, a 
Universidade Australiana de Queensland iniciava seus programas de ensino por 
correspondência. 
https://www.uchicago.edu/
 
31 
Em 1924 o economista alemão Fritz Reinhardt funda a German Fern-
Handelsschule5, em Herrsching am Ammersee, município no distrito da Baviera 
Superior. 
Quatro anos depois, a BBC6 começa a promover cursos para educação 
de adultos utilizando o rádio. 
 
 
Figura 4 – Rádio antigo 
Fonte: https://pixabay.com/pt/cargo-r%C3%A1dio-antiga-m%C3%B3veis-retro-3193102/ 
 
Percebe-se hoje que, presente em cinco dos seis continentes, a 
modalidade de educação a distância foi adotada por uma quantidade imensa de 
países, em diversos níveis de ensino, tanto formais quanto informais, atendendo 
a milhões de estudantes. 
Além disso, essa modalidade ainda tem a possibilidade de aperfeiçoar 
professores e profissionais do mercado que necessitam, constantemente, de 
informação e conhecimento. 
 
 
5 Escola Alemã de Negócios 
6 British Broadcasting Corporation (BBC), emissora pública de rádio e televisão do Reino 
Unido (Inglaterra e demais países), fundada em 1922. 
https://pixabay.com/pt/cargo-r%C3%A1dio-antiga-m%C3%B3veis-retro-3193102/
 
32 
2.2 VAMOS DAR UM GIRO PELO MUNDO? 
 
Figura 5 – Mapa Mundi 
Fonte: https://pixabay.com/pt/m%C3%A3os-manter-mapa-do-mundo-terra-908164/ 
 
 
2.2.1 Começando pelo continente americano 
 
Figura 6 – Continente americano 
Fonte: http://geonaweb.blogspot.com/2010/06/formacao-historica-do-continente.html 
https://pixabay.com/pt/m%C3%A3os-manter-mapa-do-mundo-terra-908164/
http://geonaweb.blogspot.com/2010/06/formacao-historica-do-continente.html
 
33 
 
Segundo maior continente do planeta, o continente americano tem uma 
área territorial de 42.549.000 km2, com uma população de mais de 1 bilhão de 
habitantes, o que representa 14,2% da população mundial. Além disso é uma 
população diversa em termos econômicos, sociais e culturais. 
 
 
 
O nome do continente é homenagem ao navegador Américo Vespúcio; a 
primeira citação sobre a América foi feita no livro Cosmographiae Introductio, em 
1507. 
 
 
Para termos uma ideia, segundo dados divulgados em maio de 2018 pela 
Organização das Nações Unidas, ONU, a região é a mais desigual do mundo, 
com um coeficiente de Gini7 estimado em 0,5. 
“Na região, a cobrança direta de impostos sobre a renda é inferior à média 
de países da OCDE. Em 2014, a taxa efetiva de tributação sobre os salários dos 
10% mais ricos foi calculada em 4,8%, ao passo que, em média, nos países da 
União Europeia, o índice foi estimado em 21,3%. De acordo com o relatório, 
chamado “A Ineficiência da Desigualdade”, o sistema tributário expressa uma 
cultura regional de privilégios que reduz o potencial de ações fiscais diretas para 
a redistribuição de renda.” 
A distribuição de renda, portanto, fica comprometida porque é uma região 
que privilegia os ricos e poderosos, em detrimento da imensa maioria da 
população. Isso traz consequências nefastas para o desenvolvimento. 
 
7 O Índice de Gini mede a diferença de renda entre as parcelas mais ricas e mais pobres de 
uma determinada população. Quanto mais próximo do zero, mais igualitária é a repartição de 
riquezas numa sociedade. 
 
34 
 
 
 
Não deixe de ler o relatório completo da ONU, presente em 
https://nacoesunidas.org/america-latina-e-caribe-e-regiao-mais-desigual-do-
mundo-revela-comissao-da-onu/ 
 
 
Além dessa disparidade econômica, a América apresenta também 
disparidades culturais como é possível perceber no número de línguas faladas 
no continente. 
Hoje, segundo o Ethmologue Languages of the World, existem 1060 
línguas vivas nas Américas, sendo que: 
 
Línguas Situação atual 
36 Institucionais 
233 Em 
desenvolvimento 
141 Vigorosas 
310 Em apuros 
340 Morrendo 
Tabela 1 – Situação das línguas no continente americano 
Fonte: https://www.ethnologue.com/region/Americas 
 
 Agora que conhecemos as peculiaridades do continente americano, 
vamos ver a EAD em alguns de seus países? 
 
https://nacoesunidas.org/america-latina-e-caribe-e-regiao-mais-desigual-do-mundo-revela-comissao-da-onu/
https://nacoesunidas.org/america-latina-e-caribe-e-regiao-mais-desigual-do-mundo-revela-comissao-da-onu/
https://www.ethnologue.com/region/Americas
 
35 
 
Venezuela - Em 1976 o grande professor e estudioso Miguel Casas 
Armengol, lidera um grupo de professores que pressionam o governo 
venezuelano para criar uma universidade flexível, inovadora, criativa, sem 
classes sociais, voltada para as necessidades da sociedade. 
Um ano depois, nasce a Universidad Nacional Abierta da Venezuela em 
27 de setembro de 1977. Segundo o site da Universidade 
 
Su Sede Central está ubicada en Caracas, pero su radio de acción 
abarca todo el territorio venezolano a través de Centros Locales y 
Oficinas de Apoyo. Su actividad educativa tiene como principio 
fundamental la libertad académica, materializada a través del ejercicio 
de la docencia, la investigación y la extensión universitária [...]” 
disponível em http://www.una.edu.ve/index.php/2012-05-03-15-37-
38/2012-05-03-15-38-01 
 
 
Em uma tradução livre: “Sua sede central está em Caracas mas seu raio 
de ação está em todo território Venezuelano através dos Centros Locais e 
Oficinas de Apoio. Sua atividade educativa tem como princípio fundamental a 
liberdade acadêmica, materializada através do exercício da docência, da 
pesquisa e da extensão universitária”8. 
 
 
Cuba - Em 1979 tem início, dentro da Faculdade de Ensino Dirigido da 
Universidade de Havana, o EaD, que conta com o apoio de mais de 16 
instituições. O programa curricular é o mesmo que o presencial o que reforça a 
importância da educação a distância. 
 
 
Estados Unidos – Hoje, dezenas de universidades dos Estados Unidos 
oferecem cursos online mas tudo começou com a Penn State ou Pennsylvania 
 
8 Tradução livre da autora 
http://www.una.edu.ve/index.php/2012-05-03-15-37-38/2012-05-03-15-38-01
http://www.una.edu.ve/index.php/2012-05-03-15-37-38/2012-05-03-15-38-01
 
36 
State University, fundada em 1892 e uma das primeiras a oferecer cursos por 
correspondência. 
Hoje ela acolhe 631.000 estudantes no mundo todo, que podem utilizar 
auto estudo e interaçãopeer-to-peer9 oferecendo mais de 100 cursos em 
diversas áreas. 
 
 
Figura 7 – Peer to peer 
Fonte: https://pixabay.com/pt/rede-peer-to-peer-ponto-24993/ 
 
 
Em 1916 a University of Utah inicia seus cursos EaD por correspondência. 
Em 1969 a Stanford University começa também a oferecer cursos de 
Educação à Distância. 
A University of Utah, fundada em fevereiro de 1850, oferece cursos EaD 
desde 1916. 
Fundada em 1804, a Ohio University é a nona universidade pública mais 
antiga dos Estados Unidos e atua com EaD desde 1924. 
 
9 Peer-to-peer ou ponto a ponto, é uma estrutura de rede onde cada um funciona como cliente 
e também como servidor, o que faz com que sejam compartilhados dados e também serviços, 
sem a necessidade de um servidor central. 
https://pixabay.com/pt/rede-peer-to-peer-ponto-24993/
 
37 
 
 
Canadá – Fundada em 1970 a Athabasca University iniciou como uma 
universidade comum. Foi a primeira universidade canadense a se especializar 
em educação a distância, oferecendo seu primeiro curso nessa modalidade em 
1972. Hoje atende estudantes de 87 países do mundo inteiro e também de todas 
as províncias do Canadá. 
 
 
2.2.2 EaD na Oceania 
 
Figura 8 – Oceania 
Fonte: https://pixabay.com/pt/austr%C3%A1lia-oceania-geografia-litoral-23512/ 
 
 
Antes de falarmos da EaD na Oceania é importante entendermos um 
pouco desse continente que mal conhecemos e que é formado por milhares de 
ilhas espalhadas sobre o oceano Pacífico e Índico. 
https://pixabay.com/pt/austr%C3%A1lia-oceania-geografia-litoral-23512/
 
38 
Esse continente, com uma área de 8.526.462 quilômetros quadrados, tem 
a segunda menor população de todos os demais, com cerca de 37,1 milhões de 
habitantes, sendo que a maioria, 70%, reside em áreas urbanas. 
A Austrália é o país que mais concentra habitantes, com uma população 
de quase 26.000.000 de habitantes. No outro extremo, temos Nauru, menor ilha 
insular do mundo, que tem o menor número de habitantes, 10.500 habitantes. 
Aqui também temos diversidade cultural grande porque na Austrália e 
Nova Zelândia predominam os descendentes de europeus porque a população 
nativa foi quase dizimada. Em outros países do continente a população nativa 
ainda é maioria. 
 
Nova Zelândia – A The New Zealand Correspondence School surgiu em 
1922 para atender, por correspondência, crianças que não tinham acesso 
geográfica ou fisicamente a escolas fundamentais e básicas. 
Em 1946 é fundada a Escola por Correspondência Técnica que oferecia 
para homens e mulheres que retornaram da II Grande Guerra, treinamento em 
reassentamento. Em 1963 essa escola se torna o Instituto de Correspondência 
Open Polytechnic começou sua vida como Escola de Correspondência Técnica 
em 1946, oferecendo treinamento em reassentamento para militares e mulheres 
retornadas após a Segunda Guerra Mundial. Em 1963 começa a oferecer 
treinamento nacional para o comércio e passa a se denominar Instituto de 
Correspondência Técnica (TCI). 
Hoje o Instituto se chama The Open Polytechic da Nova Zelância e é o 
maior provedor de educação a distância da Nova Zelândia atendendo mais de 
30.000 alunos por ano. 
 
Austrália - 
A Austrália é um dos países que mais leva a sério a educação porque a 
considera estratégica. Para se ter uma ideia, existem 43 universidades no 
território nacional, sendo que 40 são públicas. 
 
 
39 
As políticas públicas educacionais não são definidas exclusivamente 
pelo Ministério da Educação. Esse as define junto com ministérios de 
outras áreas (indústria, comércio, ciência e tecnologia, por exemplo) e 
com especialistas do setor educacional, que juntos compõem um 
comitê formado para este fim. Nesse contexto, foi desenvolvido um 
plano, que deve ser concluído até 2025, para transformar a Austrália 
em um país inovador, engajado globalmente, competitivo na produção 
científica e detentor de universidades capazes de dar respostas aos 
desafios da sociedade (FAVARON e REIS, 2018, disponível em 
<http://www.revistaensinosuperior.com.br/modelo-australia/>). 
 
O olhar na educação australiana não tem diferenças entre o ensino 
presencial e a distância, fazendo com que ambos recebam o mesmo nível de 
investimentos. 
Além disso, com essa capacidade de inovação a Austrália avançou e 
continua avançando muito na utilização das TIC’s, fazendo com que as 
plataformas sejam amplamente utilizadas criando com isso, maiores 
possibilidades de acesso por parte dos estudantes. 
 
A Bond University, por exemplo, oferece uma série de atividades 
acadêmicas com foco na formação por competências e na 
empregabilidade dos estudantes, via plataforma digital. Já a University 
of Southern Queensland realiza eventos e feiras de profissões virtuais, 
disponibiliza cursos híbridos e acompanha a vida de seus estudantes 
de forma construtiva. 
A instituição possui mais de 20 mil estudantes em cursos de 
graduação, mestrado e doutorado a distância (FAVARON e REIS, 
2018, disponível em 
<http://www.revistaensinosuperior.com.br/modelo-australia/>). 
 
E toda essa inovação e esse olhar para as tecnologias não é de agora 
porque A Universidade de Queensland mantém programas de ensino a distância 
desde 1910, ano de sua fundação oficial. 
Outras instituições que se renderam a EaD no transcorrer do século XX 
foram: University of Western, em 1911; School of the Air, em 1956; Open 
Learning Institute, em 1971; Curtin University of Thechnology, em 1972. 
 
 
 
 
40 
 
Não podemos esquecer que a Austrália é, hoje, um dos países mais 
engajados ecologicamente do mundo e suas universidades tem esse foco 
estratégico na sustentabilidade. 
 
 
2.2.3 Continente europeu 
 
Figura 9 – Continente europeu 
Fonte: http://www.historiaegeografia.com/o-continente-europeu/continente-europeu-
mapa-grafico/ 
 
Embora tenha uma extensão pequena, 10.180.000 km2 a Europa é 
formada por uma grande quantidade de países (50) que se apresentam 
http://www.historiaegeografia.com/o-continente-europeu/continente-europeu-mapa-grafico/
http://www.historiaegeografia.com/o-continente-europeu/continente-europeu-mapa-grafico/
 
41 
gigantescos como a Rússia10 ou minúsculos como o Vaticano. Isso nos traz 
diversidade cultural, econômica e social. 
Além disso é o continente onde a Educação a Distância teve, no século 
XIX, seu maior crescimento. 
Vários países europeus adotaram a EaD como ferramenta efetiva de 
formação contínua, privilegiando quem trabalha em tempo integral ou não tem 
disponibilidade de tempo, não conseguindo se comprometer presencialmente 
com uma estrutura de formação acadêmica, ou ainda quem está distante 
geograficamente de instituições de ensino. 
 
Portugal – 
A Universidade Aberta de Portugal, fundada em 1988, é a única instituição 
de ensino superior público a distância daquele país. Por isso mesmo utiliza 
metodologias e tecnologias avançadas a fim de divulgar cada vez mais a língua 
e a cultura portuguesas nos espaços lusófonos11. 
 
Espanha – 
A Universidad Nacional de Educación a Distancia foi criada em 18 de 
agosto de 1972 por um ano parlamentar. 
Hoje, presente em mais de 20 países e com 60 centros na Espanha, tem 
sua sede em Madrid e oferece 28 cursos de graduação nas áreas de artes e 
humanidades, ciências, ciências da saúde, ciências sociais e jurídicas, 
engenharia e arquitetura. 
Além disso oferece também graduações combinadas, mestrados e 
doutorados. 
 
 
10 A Federação Russa faz parte da chamada Europa Centro-Oriental. A parte Europeia faz 
fronteira com 8 países da Europa Setentrional e se estende até os Montes Urais. O restante da 
Rússia pertence ao Continente Asiático. 
11 Espaços Lusófonos dizem respeito a todas as comunidades formadas por povos e nações 
que compartilham língua e cultura portuguesas. Como exemplo podemos citar o Brasil, 
Moçambique, Guiné-Bissau,Timor-Leste, Cabo verde, Angola, Macau, entre tantos outros. 
 
42 
Inglaterra – 
Fundada em 1968 a Open University é referência em educação à distância 
e iniciou suas atividades sendo chamada de Universidade do Ar, pela sua 
vocação de estruturar a educação utilizando como uma das ferramentas 
principais a televisão. 
Tendo a qualidade como meta incondicional a Open University tem hoje 
quase 300.000 estudantes, com idade média de 31 anos. Desses alunos, 36% 
estudam on-line porque mais de 70% deles trabalha em regime full time. 
Para se ter dimensão do seu tamanho, existem 7.000 tutores à disposição 
dos alunos, que chegam a realizar 12 milhões de chamadas telefônicas anuais. 
Outra possibilidade para dirimir dúvidas é o comparecimento a um dos muitos 
centros de atendimento (Niskier, 2013, disponível em 
http://www.academia.org.br/artigos/universidade-aberta-inglaterra-da-show). 
 
 
 
O British Council criou o site Education UK (http://www.educationuk.org/) 
que reúne todos os cursos e instituições de ensino EaD do Reino Unido, 
organizados por áreas e categorias. Vale pesquisar! 
 
2.2.4 Continente asiático 
http://www.academia.org.br/artigos/universidade-aberta-inglaterra-da-show
http://www.educationuk.org/
 
43 
 
Figura 10 – Continente Asiático 
Fonte: https://www.guiageo.com/asia.htm 
 
 
Maior continente tanto em extensão quanto em população, a Ásia, com 44 
milhões de km2, abriga 50% da população mundial e países tanto desenvolvidos 
como em desenvolvimento e também subdesenvolvidos. Isso nos traz uma 
disparidade grande entre eles e também na educação de cada um deles, embora 
tenhamos exemplos maravilhosos de Educação a distância como ocorre na Índia 
por exemplo. 
 
Índia 
Em 1962 a Universidade de Dehli cria um departamento de Estudos por 
correspondência. Esse departamento fazia parte de um projeto de Educação a 
Distância que teve sua fase experimental até 1970, envolvendo também outras 
universidades indianas. 
Sua segunda fase foi até a década de 80 e além de acolher outras 
universidades começou a ofertar cursos de pós-graduação. 
https://www.guiageo.com/asia.htm
 
44 
Todo esse interesse se deu por que o contingente de pessoas na Índia 
que não pode ficar anos fora do mercado de trabalho para estudar é muito 
grande e era necessário se resolver esse problema. 
Em função do sucesso obtido pelos cursos, em 1982 foi instituída a 
primeira universidade a distância da Índia: a Andhra Pradesh Open University. 
A Índia tem, portanto, protagonizado papel relevante nas últimas décadas 
no que diz respeito a educação. Embora tenha índices de analfabetismo que 
beiram os 25%, o país é considerado um gigante no ensino superior, sendo o 
terceiro do mundo, ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos. Isso 
nos dá uma visão da força que o país tem no quesito educação. 
Por isso o país tem se tornado destino para estudantes do mundo todo e 
principalmente para asiáticos. 
 
Rússia 
A Educação a Distância na antiga União Soviética surge em 1930 
possibilitando que a população pudesse estudar, mesmo de regiões longínquas 
e de difícil acesso. Isso possibilitou grande desenvolvimento educacional. 
Com a dissolução da União Soviética em 1991, a Rússia teve que se 
concentrar mais ainda nos padrões de excelência na educação, para que 
pudesse efetivar a reconstrução do país e a educação a distância teve um papel 
estrutural nesse processo. 
 
Indonésia 
Em 1950 através do National Teacher Distance Education Upgranding 
Course a Indonésia começa a ofertar cursos de aperfeiçoamento para 
professores 
Em 1979 o ministério da cultura e da educação cria o Centro de 
Tecnologia Educacional para o ensino secundário. 
Em 1984 é instituída a The Open University of Indonésia que hoje atende 
um contingente bastante expressivo de alunos. 
 
45 
 
Japão 
A partir da década de 30 do século passado o Japão já oferecia crusos 
informais por correspondência até que em 1938 foi criada a Escola Kawasaki 
para profissionais de saúde. 
As leis acabaram por incentivar a educação a distância e várias 
instituições acabaram por adotar esses método como a Universidade de Chuo 
que, já em 1948, ofertava Educação a Distância. 
 
2.2.5 Continente africano 
 
 
Figura 11 – Continente Africano 
Fonte: https://pixabay.com/pt/bandeira-pan-africana-%C3%A1frica-157977/ 
 
 
Nos anos 90 já existiam mais de 140 milhões de instituições públicas e 
privadas oferecendo educação superior a distância na África 
subsaariana. [...] Embora dados como o acesso da população as 
tecnologias de informação e comunicação, apontem para uma 
realidade muito aquém da desejada, pode-se dizer que a paisagem da 
EaD na África vem sofrendo alterações, devido, em parte, às 
https://pixabay.com/pt/bandeira-pan-africana-%C3%A1frica-157977/
 
46 
mudanças tecnológicas que o país atravessa que passam 
principalmente pelas iniciativas de busca por tecnologias de 
informação e comunicação. (Azevedo, Schlickmann e Roczanski, 
disponível em < 
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/61444/EXPERI
%25C3%258%C2%AANCIAS%2520DE%2520EDUCA%25C3%2587
%25C3%2583O%2520SUPERIOR%2520A%2520DIST%25C3%2582
NCIA%2520NO%2520MUNDO.pdf?sequence=1>). 
 
Alguns países como Botswana, Zimbabwe, Tanzânia já contam com 
instituições baseadas na modalidade a distância e outros como por exemplo 
República dos Camarões e Zâmbia, disponibilizam centros regionais interativos 
para aqueles que querem fazer cursos a distância. 
Todo esse “bum” se deu porque o continente africano é o que tem maior 
crescimento de dispositivos móveis. Segundo o relatório Digital in 2018, o uso 
da internet na África aumentou em 20% em relação a 2017, embora na África 
central as taxas de penetração de dispositivos móveis permaneçam inferior a 
50%. 
O continente africano, portanto, apresenta imensas possibilidades para a 
educação a distância que deverá crescer, e muito, nos próximos anos. 
Mas olhando um pouco mais profundamente para a EaD durante o século 
XX podemos perceber que sua grande expansão se deu principalmente a partir 
da década de 70, com a tele-educação, que aliava materiais escritos ao áudio e 
vídeo. 
Notamos que a evolução da educação a distância ocorreu paralelamente 
ao desenvolvimento da tecnologia da informação, democratizando o acesso ao 
saber e intensificando a universalização do conhecimento. 
 
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/61444/EXPERI%25C3%258%C2%AANCIAS%2520DE%2520EDUCA%25C3%2587%25C3%2583O%2520SUPERIOR%2520A%2520DIST%25C3%2582NCIA%2520NO%2520MUNDO.pdf?sequence=1
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/61444/EXPERI%25C3%258%C2%AANCIAS%2520DE%2520EDUCA%25C3%2587%25C3%2583O%2520SUPERIOR%2520A%2520DIST%25C3%2582NCIA%2520NO%2520MUNDO.pdf?sequence=1
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/61444/EXPERI%25C3%258%C2%AANCIAS%2520DE%2520EDUCA%25C3%2587%25C3%2583O%2520SUPERIOR%2520A%2520DIST%25C3%2582NCIA%2520NO%2520MUNDO.pdf?sequence=1
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/61444/EXPERI%25C3%258%C2%AANCIAS%2520DE%2520EDUCA%25C3%2587%25C3%2583O%2520SUPERIOR%2520A%2520DIST%25C3%2582NCIA%2520NO%2520MUNDO.pdf?sequence=1
 
47 
2.3 Evolução da EaD no Brasil 
 
 
Figura 12 – Mapa do Brasil 
Fonte: https://pixabay.com/pt/brasil-pavilh%C3%A3o-mapa-s%C3%ADmbolo-1020924/ 
 
Segundo Marques (apud Costa e Faria, 2008, p. 3), as primeiras 
experiências de EaD no Brasil foram registradas no final do século XIX, por volta 
da década de 1950, quando “agricultores e pecuaristas europeus aprendiam, por 
correspondência, como plantar ou qual a melhor forma de cuidar do rebanho”. 
Se houve outras iniciativas nesse sentido no período, ficaram sem registro. 
 
 
Figura 13 – Plantando 
Fonte: https://pixabay.com/pt/ecologia-ambiente-jardim-jardinagem-2985781/ 
 
https://pixabay.com/pt/brasil-pavilh%C3%A3o-mapa-s%C3%ADmbolo-1020924/
https://pixabay.com/pt/ecologia-ambiente-jardim-jardinagem-2985781/48 
 
 
Em 1904, no Jornal do Brasil, é oferecido, na seção de classificados, o 
primeiro curso por correspondência, de datilografia. 
 
 
Saraiva (1996) considera como marco inicial da EaD no Brasil a Rádio 
Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 20 de janeiro de 1923 pela iniciativa 
de um grupo liderado por Edgard Roquette Pinto (1884‑1954). Já o site da Rádio 
Sociedade nos dá como data da fundação como abril de 1923. 12 
O grupo que a fundou vinha de um movimento formado por cientistas e 
intelectuais do Rio de Janeiro que dividiam os salões da Academia Brasileira de 
Ciências. 
Instituição de caráter basicamente cultural e educativa, oferecia cursos de 
português, francês, literatura francesa e outros técnicos, como radiotelegrafia e 
telefonia, que utilizavam a radiodifusão para expandir a educação no Brasil 
(SARAIVA, 1996). 
Não podemos deixar de ressaltar que a rádio sobrevivia com as doações 
dos sócios, funcionando como uma sociedade real. O presidente era Henrique 
Morize e o secretário-geral, Edgard Roquette-Pinto. Alguns anos depois, para 
não transformá‑la em um veículo comercial, Roquette Pinto doou a Rádio ao 
Ministério da Educação e Cultura. 
 
 
 
 
12 (disponível em 
http://www.fiocruz.br/radiosociedade/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1&sid=2) 
 
http://www.fiocruz.br/radiosociedade/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1&sid=2
 
49 
 
 
 
Figura 14 – Diretores e Sócios da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro 
Diretores e alguns sócios da RSRJ. Sentados: Carlos Guinle, Henrique morize e Luiz Betim Paes 
Leme. 
De pé: Dulcídio Pereira à esquerda, Roquete-Pinto é o 3º; os demais são Costa Lima, Francisco 
Lafayette, Mario Souza, Domócrito Seabre e Nestor Serra. 
Fonte: http://www.fiocruz.br/radiosociedade/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1&sid=2 
 
Em 1934, também pelas mãos de Roquette Pinto, é criado um projeto para 
a Secretaria Municipal de Educação do Distrito Federal, a Rádio Escola 
Municipal do Rio, que proporcionava aprendizagem para os alunos com acesso 
prévio a folhetos e esquemas de aulas, sendo também utilizadas ferramentas 
por correspondência para contato com estudantes (ALVES, 2011). 
Em 1939, surge o Instituto Monitor, o primeiro a oferecer sistematicamente 
cursos profissionalizantes por correspondência, conhecido na época por Instituto 
Rádio Técnico Monitor (ALVES, 2011). 
Em 1941, é criado, por um ex‑sócio do Instituto Monitor, talvez a mais 
famosa e conhecida instituição brasileira que oferecia cursos a distância antes 
da internet, o Instituto Universal Brasileiro (IUB), que até hoje está em 
funcionamento, com cerca de 200 mil alunos e tendo formado mais de 4 milhões 
de pessoas. 
http://www.fiocruz.br/radiosociedade/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1&sid=2
 
50 
 
 
Roquette Pinto era médico legista, professor, escritor, antropólogo, 
etnólogo, ensaísta brasileiro. Em 1927, tornou‑se membro da Academia 
Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 17, e hoje é considerado o pai da 
radiodifusão no Brasil. 
 
Em 1947, surge a revolucionária Nova Universidade do Ar, projeto que 
permaneceu ativo até 1962 e beneficiou 91 mil pessoas com cursos de 
Português, Aritmética Comercial, Ciências Sociais e noções de Economia e 
Comércio, além de uma formação mais abrangente, com acesso a variadas 
informações de cultura geral. A universidade, uma parceria entre o Senac São 
Paulo e o Sesc regional, funcionava por meio de 47 emissoras de rádio do 
Estado de São Paulo. 
Sua aceitação foi tão positiva que chegou a atingir 318 localidades. 
As aulas eram gravadas em estúdio e depois transmitidas pelas 
emissoras, além de serem gravadas em discos, que depois eram enviados às 
unidades educacionais espalhadas pelo Estado, que mantinham equipes 
treinadas com a função de monitorar e orientar os estudantes que, em dias 
alternados (porque as transmissões ocorriam três vezes por semana), passavam 
a estudar com as apostilas. 
 
 
Em depoimento concedido ao CD comemorativo dos cinquenta anos do 
Senac, completados em 1996, o então educador da instituição, Alpínolo Lopes 
Casali, afirmou que a ideia da Unar surgiu por acaso, enquanto caminhava pelo 
Centro de São Paulo em busca de obras de Filosofia. 
 
 
51 
Em 1959, uma parceria com a Igreja Católica, por meio da Diocese de 
Natal (RGN), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Governo Federal 
criam o Movimento de Educação de Base (MEB), que, utilizando o sistema 
radiofônico, tinha como objetivo democratizar o acesso à conscientização e à 
educação pelo letramento de jovens e adultos (ALVES, 2011), principalmente 
nas regiões Norte e Nordeste. 
Por meio das “escolas radiofônicas”, o MEB montou um sistema articulado 
de ensino direcionado a pessoas com menor poder aquisitivo. 
Esse projeto acaba por ser desmantelado no período de repressão que o 
Brasil viveu depois do Golpe de 1964. 
Em 1970, uma iniciativa conjunta entre a Fundação Padre Landell de 
Moura, a Fundação Padre Anchieta e o Ministério da Educação, em convênio 
com a Inglaterra, criou o projeto Minerva, com o objetivo de produzir programas 
de rádio que promovessem a educação e a inclusão social de adultos. Esse 
projeto durou até 1980 
 
 
Os estudos da evolução histórica da EaD no Brasil e no mundo 
demonstram o quanto o rádio teve um papel significativo e determinante nessa 
modalidade de ensino, que teve a capacidade de, ao longo do tempo, ir se 
moldando às novas tecnologias que surgiam. 
“Em 1974 surge o Instituto Padre Reus e na TV Ceará começam os cursos 
das antigas 5ª a 8ª séries (atuais 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental), com 
material televisivo, impresso e monitores” (ALVES, 2011, p. 88). 
Com quarenta cursos diferentes que ofereciam materiais instrucionais e 
tendo acumulado 1.403.105 pessoas matriculadas ao longo do tempo, surgiu em 
1976 o Sistema ou Programa Nacional de Teleducação (Prontel), anos depois 
substituído pela Secretaria de Aplicação Tecnológica (Seat), extinta mais tarde. 
A fim de permitir a continuidade dos estudos pelo sistema brasileiro, para 
crianças de famílias que tiveram de mudar para o exterior, em 1981 “é fundado 
 
52 
o Centro Internacional de Estudos Regulares (Cier) do Colégio Anglo‑Americano, 
que oferecia Ensino Fundamental e Médio a distância” (ALVES, 2011, p. 88‑89). 
O ano de 1992 é um marco para a educação a distância do Brasil, com a 
criação da Universidade Aberta de Brasília, voltada ao Ensino Superior, à 
educação continuada e à reciclagem profissional. 
Em 1994, de maneira ampla, as universidades passaram a utilizar 
correspondência eletrônica (e‑mails ) e a internet se disseminou, formando a 
base do que há hoje em dia nas estruturas de e‑learning e educação a distância. 
Em 1995, é fundada a Associação Brasileira de Educação a Distância 
(Abed) e nasce o Centro Nacional de Educação a Distância; um ano depois, em 
1996, é criada, pelo Ministério da Educação, a Secretaria de Educação a 
Distância (Seed), que tem como princípio democratizar a educação brasileira. 
É também em 1996 que se dá a oficialização da EaD no país, sob a Lei 
no 9.394/96, de 20 de dezembro, que estabelece as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Essa lei 
normatizou, pela primeira vez, a EaD como modalidade válida de ensino, 
fazendo a equivalência com as outras formas e níveis de ensino, em seu Artigo 
80, embora só tenha havido a regulamentação em 19 de dezembro em 2005, 
pelo Decreto no 5.622, que revogou os Decretos no 2.494, de 10 de fevereiro de 
1998, e no 2.561, de 27 de abril de 1998, com a normatização definida na 
Portaria Ministerial no 4.361, de 29 de dezembro de 2004. 
O mês de dezembro de 1999 marcou a formação da UniRede, consórcio 
interuniversitário criado com o nome de Universidade Virtual Pública do Brasil, 
que tinha como objetivos democratizar o acesso

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