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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS – CAMPUS AVANÇADO IPATINGA KAILLER DE PAULA AMARAL ISADORA KÉSSIA SANTOS ARRUDA TRABALHO AVALIATIVO: Tratamentos térmicos em materiais metálicos Ipatinga 2020 KAILLER DE PAULA AMARAL ISADORA KÉSSIA SANTOS ARRUDA TRABALHO AVALIATIVO: Tratamentos térmicos em materiais metálicos Atividade Avaliativa com o objetivo de aprovação na matéria de ciência dos materiais do Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Avançado Ipatinga pelo curso de Engenharia Elétrica. Professor João Trajano Ipatinga 2020 Resumo É de extrema importância o estudo do tratamento térmico em metais, para que seja possível obter as propriedades mecânicas desejadas como dureza, elasticidade, ductilidade e resistência à tração. Portanto, a partir das análises dessas propriedades mecânicas, garantimos que o metal não modifique seu estado físico. Neste trabalho, serão abordados os principais tipos de tratamentos, os seus objetivos, aplicações, processos de realização, estruturas obtidas, etc. Palavras-chaves: Tratamento, metais. Abstract The study of heat treatment in metals is extremely important, so that it is possible to obtain the desired mechanical properties such as hardness, elasticity, ductility and tensile strength. Therefore, from the analysis of these mechanical properties, we guarantee that the metal does not change its physical state. In this work, the main types of treatments, their objectives, applications, implementation processes and structures obtained. Keywords: Treatment, metals. Sumário 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 6 2.1 Estrutura Cristalina .......................................................................................... 6 2.2 Fatores de influência no tratamento térmico ................................................... 7 2.2.1 Aquecimento ............................................................................................. 7 2.2.2 Resfriamento ............................................................................................ 8 2.3 Formas de processos térmicos ....................................................................... 8 2.3.1 Recozimento ............................................................................................. 8 2.3.2 Recozimento Pleno ................................................................................... 9 2.3.3 Recozimento Subscrito ............................................................................. 9 2.3.4 Esferoidização ou Coalescimento ........................................................... 10 2.3.5 Normalização .......................................................................................... 10 2.3.6 Têmpera ................................................................................................. 11 2.3.7 Temperabilidade ..................................................................................... 11 3 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 13 5 1 INTRODUÇÃO O sucesso de um tratamento térmico de aços para produzir uma estrutura predominantemente martensítica ao longo de toda seção reta do material depende principalmente de três fatores: da composição da liga, do tipo e da natureza do meio de resfriamento (CALLISTER, 2002). O tratamento térmico provoca mudanças nas propriedades mecânicas do aço, como a temperatura de aquecimento; velocidade de resfriamento e composição química do material. Portanto, antes do tratamento térmico, é preciso conhecer as características do aço, principalmente sua estrutura cristalina. 6 2 DESENVOLVIMENTO Nesta seção será detalhado o tratamento térmico de aços, que tem como os principais objetivos: ● Remoção de tensões internas (oriundas de resfriamento desigual, trabalho mecânico ou outra causa); ● Aumento ou diminuição da dureza; ● Aumento da resistência mecânica; ● Melhora da ductilidade; ● Melhora da usinabilidade; ● Melhora da resistência ao desgaste; ● Melhora das propriedades de corte; ● Melhora da resistência à corrosão; ● Melhora da resistência ao calor; ● Modificação das propriedades elétricas e magnéticas. 2.1 Estrutura Cristalina Os metais são constituídos por um aglomerado compacto de átomos, arranjados ordenadamente, denominado estrutura cristalina. Em temperaturas elevadas o aço apresenta uma estrutura, denominada cúbica de face centrada (CFC). É formada por 8 átomos de ferro, situadas no vértice de uma célula unitária cúbica e por 6 átomos de ferro, situadas nas faces do cubo. Em temperaturas mais baixas os átomos de ferro se organizam de outra maneira formando uma estrutura cúbica de corpo centrado (CCC), com 8 átomos nos vértices da célula unitária cúbica e um único átomo no centro do cubo. 7 Figura 1 - Estruturas cristalinas do aço. 2.2 Fatores de influência no tratamento térmico Antes de serem definidos e descritos os vários tratamentos térmicos, serão destacados alguns dos diversos fatores que devem ser levados em conta na sua realização. Representando o tratamento térmico um ciclo tempo - temperatura, os fatores a serem inicialmente considerados são: aquecimento, tempo de permanência à temperatura e resfriamento. Além desses, outro de grande importância é a atmosfera do recinto de aquecimento, visto que a sua qualidade tem grande influência sobre os resultados finais dos tratamentos térmicos. 2.2.1 Aquecimento O aquecimento é geralmente realizado a uma temperatura acima da crítica, porque então tem-se a completa austenitização do aço, ou seja, total dissolução do carboneto de ferro gama: essa austenitização é o ponto de partida para as transformações posteriores desejadas, as quais se processam em função da velocidade de esfriamento adotada. Na fase de aquecimento, dentro do processo de tratamento térmico, devem ser apropriadamente consideradas a velocidade de aquecimento e a temperatura máxima de aquecimento. 8 2.2.2 Resfriamento Este é o fator mais importante, pois é ele que determinará efetivamente a estrutura e, em consequência, as propriedades finais dos aços. Como pela variação da velocidade de resfriamento pode-se obter desde a perlita grosseira de baixa resistência mecânica e baixa dureza até a martensita que é o constituinte mais duro resultante dos tratamentos térmicos. Por outro lado, a obtenção desses constituintes não é só função da velocidade de resfriamento, dependendo também como se sabe, da composição do aço (teor em elemento de liga, deslocando a posição das curvas em C), das dimensões (seção) das peças, etc. 2.3 Formas de processos térmicos Nesta etapa será apresentado os princípios dos tratamentos térmicos de recozimento, normalização, têmpera e revenimento identificando suas características, propriedades de endurecimento ou temperabilidade e suas aplicações práticas. 2.3.1 Recozimento Diversos tratamentos térmicos de recozimentos são possíveis; estes tratamentos são caracterizados pelas mudanças que são induzidas, as quais muitas vezes são micro estruturais e são responsáveis pela alteração das propriedades mecânicas (CALLISTER, 2002).Os tratamentos térmicos de recozimento, são divididos em alívio de tensões ou subcrítico, recozimento para recristalização, recozimento para homogeneização, recozimento total ou pleno, recozimento isotérmico ou cíclico e esferoidização ou coalescimento. O que diferencia cada um desses tratamentos térmicos de recozimento é o produto formado e a aplicação prática do material tratado (se vai necessitar de maior resistência mecânica ou melhor usinabilidade). Com isso, definem- se temperaturas de aquecimento, formas de aquecimento, meios e tipos de resfriamento diferentes, adequados a cada tipo de resultado esperado (VALE, 2011). 9 2.3.2 Recozimento Pleno O tratamento térmico de recozimento pleno é iniciado a partir do levantamento de informações da liga a ser trabalhada. É empregado com frequência em aços com baixo e médio carbono que serão usinados ou que sofrerão extensa deformação plástica durante uma operação de conformação. Em geral, a liga é tratada pelo seu aquecimento até uma temperatura aproximadamente 50°C acima da curva 𝐴3 (Figura 2). A liga é então resfriada em um forno; isto é, o forno de tratamento térmico é desligado, e tanto o forno quanto o aço resfriam até a temperatura ambiente à mesma taxa, o que demanda várias horas. As principais aplicações do tratamento térmico de recozimento pleno ocorrem nas peças fundidas e encruadas. Figura 2: Diagrama de fases ferro-carbeto de ferro na vizinhança do eutetoide, indicando as faixas de temperatura para os tratamentos térmicos de aços-carbonos comuns (CALLISTER,2002). 2.3.3 Recozimento Subscrito O tratamento térmico de recozimento subcrítico, durante o qual existe uma coalescência do 𝐹𝑒3𝐶 para formar partículas esferoides, pode ser conduzido por diferentes métodos, aquecendo até uma temperatura imediatamente acima da temperatura eutetóide, ou então a um resfriamento muito lento no forno ou a manutenção a uma temperatura imediatamente abaixo da temperatura eutetóide. 10 Em certo grau, a taxa na qual a cementila globulizada se forma depende da microestrutura previamente existente. Por exemplo, ela é a mais lenta para a perlita, e quanto mais fina a perlita, mais rápida será a taxa. Além disso, um trabalho a frio prévio aumenta a taxa de reação de formação da cementila globulizada. 2.3.4 Esferoidização ou Coalescimento Este tratamento tem como objetivo produzir uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos no aço (esferoidita); melhorar a usinabilidade em geral de aços com alto teor de carbono e facilitar a deformação a frio. O processo funciona com o aquecimento da peça feito por tempo prolongado a uma temperatura logo abaixo da linha inferior da zona crítica, como alternativa, a esferoidização pode ser executada com aquecimentos e resfriamentos alternados entre temperaturas que estão logo acima e logo abaixo da linha inferior de transformação. Os aços de baixo teor de carbono quase nunca são esferoidizados porque são muito moles e deformáveis e empastam a ferramenta, provocando aquecimento e desgaste excessivo (TSCHIPTSCHIN). 2.3.5 Normalização Este tratamento térmico de recozimento é aplicado para refinar os grãos, isto é, para diminuir o tamanho médio dos grãos e produzir uma distribuição de tamanhos mais uniforme e desejável; os aços perlíticos com grãos finos são mais tenazes que os com grãos mais grosseiros. A normalização é obtida pelo aquecimento até pelo menos 55°C acima da temperatura crítica superior, acima de 𝐴3, para composições menores que eutetóide e acima de 𝐴𝑐𝑚 para composições maiores que a eutetóide (utilizando como parâmetro a figura 2). Após tempo suficiente para a liga transformar-se completamente em austenita, o tratamento é encerrado por resfriamento ao ar. Aplica-se em peças fundidas e/ou forjadas e em peças de grandes dimensões. 11 2.3.6 Têmpera Tem como objetivo obter a martensita (constituinte metaestável endurecido do aço-carbono) e melhorar a resistência ao desgaste do aço. O processo é feito com o aquecimento do aço a temperaturas acima da zona crítica, mantendo-o nessa temperatura para completa homogeneização com posterior resfriamento em meios severos, como óleo ou água de têmpera. A temperatura de tratamento térmico recomendada para os aços hipoeutetoides é de 50°C acima da linha 𝐴3 e para os hipereutetoides entre as linhas 𝐴𝑐𝑚 e 𝐴1. Aços hipoeutetoides – acima da linha 𝐴3. No meio de resfriamento, irá depender muito da composição do aço (% de carbono e elementos de liga) e da espessura da peça (utiliza-se água, salmoura, óleo). Aplica-se em peças de aço com baixo ou médio teor de carbono, excepcionalmente com teor elevado desse elemento. 2.3.7 Temperabilidade Temperabilidade é um termo empregado para descrever a habilidade de uma liga em ser endurecida pela formação de martensita como resultado de um dado tratamento térmico (CALLISTER, 2002). Para cada aço diferente existe uma relação específica entre as propriedades mecânicas e a taxa de resfriamento. A curva que indica a queda de dureza em função da profundidade recebe o nome de curva Jominy que é obtida por meio de ensaios normalizados. Com esse procedimento, à exceção da composição da liga, todos os fatores que podem influenciar a profundidade até a qual uma peça endureça são mantidos constantes. A curva de temperabilidade típica está representada na figura 3. A extremidade temperada é resfriada mais rapidamente e exibe a maior dureza; para a maioria dos aços, o produto nessa posição é 100% martensita. A taxa de resfriamento diminui com a distância a partir da extremidade temperada, e a dureza também diminui, como indicado na figura. 12 Figura3: Gráfico típico de temperabilidade mostrando a dureza Rockwell C em função da distância a partir da extremidade temperada. 3 CONCLUSÃO Este trabalho teve por objetivo mostrar a importância do tratamento térmico e suas aplicações, visando sempre a integração de processos adequados para que tenhamos um bom resultado do tratamento aplicado. Portanto, o parâmetro da temperabilidade é usado para avaliar a influência da composição na susceptibilidade à formação de uma estrutura predominantemente martensítica durante algum tratamento específico. Considerando as medidas de dureza, determinamos o teor de martensita. 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CALLISTER JR, William. D. Ciência e engenharia de materiais: Uma introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. VALE, A. Tratamento Térmico. Belém: IFPA; Santa Maria: UFSM, 2011. TSCHIPTSCHIN, André Paulo. Tratamento térmico de aços. Pmtpoli. Disponível:<http://www.pmt.usp.br/pmt2402/TRATAMENTO%20T%C3%89RMICO% 20DE%20A%C3%87OS.pdf>. Acesso em: 23 de set. de 2020. Tratamento Térmico dos aços: Recozimento, Normalização, Têmpera e Revenido. Spectru Instrumental Científico Ltda. Disponível em: < http://www.spectru.com.br/Metalurgia/diversos/tratamento.pdf>. Acesso em: 23 de set. de 2020.
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