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Boletimj Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo No 35/2020 Veja nos Próximos Fascículos a CNPJ - Candidatos e partidos políticos a Simples Nacional - Compensação fiscal pela divulgação gratuita de propaganda partidária e eleitoral, de plebiscitos e referendos a Sociedade Anônima - Consórcio de sociedades /a Tributos e Contribuições Federais IR/CSL/Cofins/PIS-Pasep Dispensa de retenção e recolhimento de imposto ou contribuição de valor inferior a R$ 10,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 /a Sociedade Anônima Grupo de sociedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 /a IOB Comenta Tributos e Contribuições Federais Guarda e manutenção de documentos fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 /a IOB Perguntas e Respostas Cofins/PIS-Pasep Regime cumulativo - Mudança para o regime não cumulativo - Apropriação imediata de créditos sobre bens do Ativo Imobilizado - Inadmissibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Simples Nacional Exclusão do regime - Falta de comunicação - Penalidade aplicável . . . 10 Exclusão do regime por excesso de despesas - Hipótese . . . . . . . . . . 10 Gorjetas - Inclusão na receita bruta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Imposto de Renda incidente sobre aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável - Tratamento aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998). Impresso no Brasil Printed in Brazil 20-41089 CDU-34:336.215(81) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Imposto de renda e legislação societária : IR/CSL/COFINS/PIS-Pasep : dispensa de retenção e recolhimento de imposto ou contribuição de valor inferior a r$ 10,00. -- 16. ed. -- São Paulo : IOB, 2020. -- (Coleção manual de procedimentos ; 35) ISBN 978-65-5769-041-3 1. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasilão - Brasil I. Série. Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Imposto de renda : Direito tributário 34:336.215(81) Iolanda Rodrigues Biode - Bibliotecária - CRB-8/10014 Bo le tim IO B © 2020 by IOB Capa: Marketing IOB Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB 0800-724-7900 SAC Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Boletimj 35-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 IR/LS IR/CSL/COFInS/PIS-PASeP Dispensa de retenção e recolhimento de imposto ou contribuição de valor inferior a R$ 10,00 1. QUADRO SINÓTICO Relacionamos, nos quadros a seguir, as hipóteses em que há dispensa do recolhimento de Darf de valor inferior a R$ 10,00, de acordo com o imposto ou a contribuição: IRRF Descrição Dispensa Observado o subtópico 2.2, é dispensada a retenção do IRRF de valor não superior a R$ 10,00 incidente sobre: a) rendimentos, pagos a pessoas físicas, que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual do beneficiário (tais como salários, exceto o 13º, remuneração do trabalho não assalariado, alu- guéis, etc.); b) rendimentos, pagos ou creditados a pessoas jurídicas, que devam integrar a base de cálculo do imposto devido pela beneficiária, seja essa tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado (tais como remuneração de serviços prestados, comissões e corretagens, rendimentos de aplicações financeiras, etc.). Exceção Devem ser submetidos à retenção do IRRF, ainda que inferior a R$ 10,00. A dispensa de retenção não se aplica aos casos de tributação exclusivamente na fonte, tais como: a) gratificação natalina (13º salário) paga a empregados, trabalhadores avulsos, servidores públicos e aposentados e pensionistas da Previdência Social; b) rendimentos de aplicações financeiras (aplicações de renda fixa e fundos de investimentos) e juros remunera- tórios do capital próprio, pagos ou creditados a pessoas físicas e pessoas jurídicas isentas do Imposto de Renda; microempresas e empresas de pequeno porte inscritas no Simples; c) rendimentos pagos ou creditados a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior. IRPJ, CSL, COFINS, PIS-PASEP E IRPF Descrição Dispensa Na hipótese do IRPJ, CSL, Cofins, PIS-Pasep e o IRPF, o Darf não pode ser utilizado para pagamento de valor infe- rior a R$ 10,00. Se o valor do imposto ou da contribuição for inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao valor do imposto ou da contribuição, do mesmo código, correspondente a período subsequente, até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00 quando, então, deverá ser pago no prazo estabelecido na legislação para este último período de apuração sem acréscimo. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RETIDAS NA FONTE Descrição Dispensa A retenção na fonte das contribuições sociais (CSL, contribuição para o PIS-Pasep e Cofins) é dispensada em caso de valor igual ou inferior a R$ 10,00, exceto na hipótese de Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF - eletrônico efetuado por meio do Siafi. a Tributos e Contribuições Federais 35-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária 2. DISPENSA DE RETENÇÃO DO IRRF DE VALOR NÃO SUPERIOR A R$ 10,00 2.1 Casos de aplicação É dispensada a retenção do Imposto de Renda na Fonte de valor não superior a R$ 10,00 incidente sobre: I - rendimentos, pagos a pessoas físicas, que de- vam integrar a base de cálculo do imposto devi- do na Declaração de Ajuste Anual do beneficiá- rio (tais como salários, exceto o 13º, remunera- ção do trabalho não assalariado, aluguéis, etc.); II - rendimentos, pagos ou creditados a pessoas jurídicas, que devam integrar a base de cál- culo do imposto devido pela beneficiária, seja essa tributada com base no lucro real, presu- mido ou arbitrado (tais como remuneração de serviços prestados, comissões e corretagens, rendimentos de aplicações financeiras, etc.). Nota De acordo com a Solução de Consulta Cosit nº 142/2015, é dispensada a retenção de Imposto de Renda na Fonte (IRRF), de valor igual ou inferior a R$ 10,00, sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado. A referida norma esclareceu também que: a) não é aplicável, nesse caso, ao imposto não retido, a adição prevista no § 1º do art. 68 da Lei nº 9.430/1996; e b) é vedado o fracionamento das notas fiscais visando à não retenção do IRRF. (Lei nº 9.430/1996, art. 67; RIR/2018 art. 785) 2.2 Forma de observar esse limite 2.2.1 Rendimentos pagos a pessoas físicas No caso de rendimentos pagos a pessoas físicas, quando houver mais de um pagamento no mês ao mesmo beneficiário, para efeito de incidência do imposto na fonte, por ocasião de cada pagamento, devem ser somados todos os pagamentos feitos no mês e aplicada a tabela progressiva sobre a base de cálculo determinada a partir desse somatório, deduzindo-se do imposto apurado o valor retido ante- riormente no mês se tiver havido retenção. Portanto, havendo mais de um pagamento no mês ao mesmo beneficiário, o imposto não retido no primeiro pagamento, por não ter superado o limite de R$ 10,00, poderá ser retido no segundo pagamento em diante se, da aplicação da tabela sobre a soma dos rendimentos pagos no mês, resultar imposto de valor superior a esse limite. (RIR/2018, art. 122; Instrução NormativaRFB nº 1.500/2014, art. 58) 2.2.2 Rendimentos pagos a pessoas jurídicas No caso de rendimentos pagos a pessoas jurí- dicas, o imposto incide sobre cada pagamento ou crédito de rendimento, sem acumulação com outros valores pagos ou creditados anteriormente à mesma beneficiária. No caso de importâncias creditadas, considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), na data do lançamento contábil efetuado por pessoa jurídica, nominal ao fornecedor do serviço, a débito de despesas em contrapartida com o crédito de conta do passivo, à vista da nota fiscal ou fatura emitida pela contratada e aceita pela contratante. Dessa forma, a retenção do IRRF, inci- dente sobre as importâncias creditadas por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional, será efetuada na data da contabilização do valor dos serviços prestados, considerando-se a partir dessa data o prazo para o recolhimento. Portanto, se no mês ocorrer mais de um paga- mento ou crédito de rendimento à mesma beneficiária, o imposto calculado sobre o valor de cada um que não superar R$ 10,00 ficará dispensado de retenção ainda que, se fosse calculado sobre a soma dos rendimentos, ultrapassasse esse limite. Observa-se, todavia, que, por ocasião de cada pagamento ou crédito de rendimento, o valor pago ou creditado constitui uma base de cálculo unitária do imposto, independentemente do número de documentos em que se baseia. Entendemos que essa norma se aplica ao soma- tório dos valores pagos ou creditados em um mesmo dia. Assim, tomemos como exemplo, a contratação entre pessoas jurídicas de serviços profissionais, em que tenham acordado como contrapartida aos servi- ços prestados o valor de R$ 800,00. Porém, a empresa prestadora dos serviços emitiu duas notas fiscais no valor unitário de R$ 400,00 cada uma e datadas do mesmo dia. Por sua vez, a empresa contratante efetuou o registro desses documentos fiscais em sua contabilidade na mesma data. Nessa hipótese, tais valores estarão sujeitos à incidência do IRRF, o qual deve ser calculado e retido sobre a totalidade, ou seja, incidirá a alíquota do imposto de 1,5% sobre R$ 800,00, resultando no valor do IRRF a recolher de R$ 12,00. (Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 8/2014; Solução de Consulta Cosit nº 161/2014) 2.3 Casos aos quais não se aplica De acordo com a regra informada no item 1, a dispensa de retenção não se aplica aos casos de tributação exclusivamente na fonte, tais como: 35-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos I - gratificação natalina (13º salário) paga a em- pregados, trabalhadores avulsos, servidores públicos e aposentados e pensionistas da Pre- vidência Social (RIR/2018, art. 700, III); II - rendimentos de aplicações financeiras (aplica- ções de renda fixa e fundos de investimentos) e juros remuneratórios do capital próprio, pa- gos ou creditados a (RIR/2018, arts. 726, § 1º, e 858): a) pessoas físicas; b) pessoas jurídicas isentas do Imposto de Renda; c) microempresas e empresas de pequeno porte inscritas no Simples; III - rendimentos pagos ou creditados a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior. Dessa forma, nos casos ilustrados neste subitem, deverão ser submetidos à retenção na fonte, mesmo inferiores a R$ 10,00. 3. IMPOSTO OU CONTRIBUIÇÃO A PAGAR APURADO EM VALOR INFERIOR A R$ 10,00 De acordo com o art. 68 da Lei nº 9.430/1996 e com a Instrução Normativa SRF nº 82/1996: a) o Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00; b) se o valor do imposto ou da contribuição for in- ferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao va- lor do imposto ou da contribuição, do mesmo código, correspondente a período subsequen- te, até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00 quando, então, deverá ser pago no prazo estabelecido na legislação para este úl- timo período de apuração sem acréscimo. Esta norma aplica-se a todos os tributos e contribui- ções administrados pela Secretaria da Receita Federal (exceto nos casos tratados no item 1), tais como: - Imposto de Renda Pessoa Jurídica; - Imposto de Renda Pessoa Física; - Contribuição Social sobre o Lucro; - Cofins; - contribuição para o PIS-Pasep. Dessa forma, a distinção básica é se o valor a ser arrecadado é pertencente à pessoa jurídica na cate- goria de contribuinte ou se trata de recolhimento na modalidade de responsável tributário. Nessa última hipótese, observará as regras referidas no subitem 2.1 e 2.2. Por fim, no tocante ao Imposto de Renda incidente na fonte, esse procedimento somente se aplica aos casos não abrangidos pela dispensa de retenção (referidos no subitem 2.3). 4. TRIBUTOS FEDERAIS DEVIDOS PELO CONTRIBUINTE DE VALORES NÃO SUPERIORES A R$ 10,00 - DISPENSA DE RETENÇÃO De acordo com a Lei nº 9.430/1996, art. 68, caput e § 1º, e com a Instrução Normativa SRF nº 82/1996, ficou estabelecido que: a) o Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00; b) se o valor do imposto ou da contribuição for in- ferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao va- lor do imposto ou da contribuição, do mesmo código, correspondente a período subsequen- te, até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo estabelecido na legislação para este último período de apuração sem acréscimo. Portanto, pode-se observar que o disposto nas letras “a” e “b“ aplica-se a todos os tributos e contribui- ções administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), inclusive em relação às contribuições para o PIS-Pasep e da Cofins, e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSL), todos devidos pelo pró- prio contribuinte. Todavia, quanto à retenção na fonte das contribui- ções sociais (CSL, contribuição para o PIS-Pasep e Cofins), deve-se observar o seguinte: a) desde o dia 22.06.2015, fica dispensada a re- tenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00. Essa regra foi estabelecida pelo art. 24 da Lei nº 13.137/2015; b) até o dia 21.06.2015, havia a dispensa de re- tenção na fonte para os pagamentos aos pres- tadores de serviços de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00, considerando o somatório dos pa- gamentos no mesmo mês à mesma pessoa ju- rídica; c) desde 22.06.2015, é dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00, exceto na hipótese de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico efetuado por meio do Siafi. (Lei nº 9.430/1996, arts. 67 e 68; RIR/2018, art. 938, §§ 4º e 5º; Lei nº 10.833/2003, art. 31, § 3º, alterado pelo art. 24 da Lei nº 13.137/2015; Instrução Normativa SRF nº 459/2004, art. 1º, § 3º; Solução de Consulta Cosit nº 7/2013) N 35-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária a Sociedade Anônima Grupo de sociedades SUMÁRIO 1. Quadro sinótico 2. Constituição 3. Companhias que dependem de autorização de órgão governamental para funcionar 4. Comando do grupo 5. Estrutura administrativa 6. Arquivamento na Junta Comercial 7. Publicidade 8. Alterações nos atos constitutivos 9. Demonstrações financeiras 10. Utilização privativa da expressão “grupo” 1. QUADRO SINÓTICO Relacionamos, no quadro a seguir, os principais aspectos a serem observados pelas sociedades anô- nimas quanto à constituição de grupo de sociedades: Característica O grupo de sociedades é uma forma de concentração de empresas, do mesmo tipo jurídico ou não, ou seja, o grupo pode ser constituído por companhias ou sociedades por ações e sociedades por quotas de responsabilidade limitada. A característica fundamental do grupo de sociedades é que as empresas dele participantes mantêm personalidades jurídicas próprias, emborafiquem subor- dinadas a uma política econômica centralizada na sociedade de comando (também conhecida por empresa-mãe). Constituição A convenção de constituição deve conter (Lei nº 6.404/1976, art. 269): a) a designação do grupo; b) a indicação da sociedade de comando e das filiadas; c) as condições de participação das diversas sociedades; d) o prazo de duração, se houver, e as condições de extinção; e) as condições para admissão de outras sociedades e para a retirada das que componham o grupo; f) os órgãos e os cargos da administração do grupo, suas atribuições e as relações entre a estrutura administrativa do grupo e as das sociedades que o componham; g) a declaração da nacionalidade de controle do grupo; h) as condições para alteração da convenção. Autorização governamental A companhia que, por seu objeto, depende de autorização de órgão governamental para funcionar somente poderá participar de grupo de sociedades após a aprovação da convenção do grupo pela autoridade competente para aprovar suas alterações estatutárias (Lei nº 6.404/1976, art. 268). Comando do grupo A sociedade controladora ou de comando do grupo deve ser brasileira e exercer direta ou indireta- mente, e de modo permanente, o controle das sociedades filiadas como titular de direitos de sócio ou acionista ou mediante acordo com outros sócios ou acionistas (Lei nº 6.404/1976, art. 265, § 1º). Estrutura administrativa a) Administradores do grupo: a representação das sociedades perante terceiros, salvo disposição expressa na convenção do grupo, caberá exclusivamente aos administradores de cada sociedade de acordo com os respectivos estatutos ou contratos sociais (Lei nº 6.404/1976, art. 272, parágrafo único); b) Administradores das sociedades filiadas: competem aos administradores das sociedades filiadas observar a orientação geral estabelecida e as instruções expedidas pelos administradores do grupo que não importem violação da lei ou da convenção do grupo (Lei nº 6.404/1976, art. 273); c) Remuneração de administradores do grupo: os administradores do grupo e os investidos em cargos de mais de uma sociedade poderão ter a sua remuneração rateada entre as diversas sociedades, e a sua gratificação, se houver, pode ser fixada dentro dos limites previstos na Lei nº 6.404/1976, art. 152, § 1º, com base nos resultados apurados nas demonstrações financeiras consolidadas do grupo (Lei nº 6.404/1976, art. 274). Arquivamento As sociedades filiadas devem arquivar nas Juntas Comerciais das Unidades da Federação onde se localizarem as respectivas sedes as atas de assembleias ou alterações contratuais que tiverem aprovado a convenção, sem prejuízo do arquivamento da constituição do grupo pela sociedade de comando. (Instrução Normativa DREI nº 81/2020, art. 2º). Demonstrações financeiras O grupo de sociedades deve publicar, além das demonstrações financeiras referentes a cada uma das companhias que o compõem, demonstrações consolidadas, que compreendam todas as so- ciedades do grupo, elaboradas com observância das normas sobre consolidação estabelecidas no art. 250 da Lei das S/A (Lei nº 6.404/1976, art. 275, caput). Uso da expressão “grupo” Somente os grupos organizados com observância das normas aqui focalizadas poderão usar desig- nação com as palavras “grupo” ou “grupo de sociedades” ((Lei nº 6.404/1976, art. 267, parágrafo único). 35-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos 1.1 Características O grupo de sociedades, que está disciplinado na Lei nº 6.404/1976, arts. 265, 266, 267, 268, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276 e 277 é uma forma de concentração de empresas, do mesmo tipo jurídico ou não, ou seja, o grupo pode ser constituído por companhias ou sociedades por ações e sociedades por quotas de responsabilidade limitada. Diz a Lei nº 6.404/1976, art. 265 (caput) que a sociedade controladora e suas controladas podem constituir grupo de sociedades, mediante convenção pela qual se obriguem a combinar recursos ou esforços para a realização dos respectivos objetos ou a participar de atividades ou empreendimentos comuns. A característica fundamental do grupo de socie- dades é que as empresas dele participantes mantêm personalidades jurídicas próprias, embora fiquem subordinadas a uma política econômica centralizada na sociedade de comando (também conhecida por empresa-mãe). Em virtude de cada sociedade partici- pante do grupo conservar personalidade e patrimônio distintos (Lei nº 6.404/1976, art. 266), não se presume responsabilidade solidária das sociedades do mesmo grupo. O grupo de sociedades terá designação da qual constarão as palavras “grupo de sociedades” ou “grupo” (Lei nº 6.404/1976, art. 267). 2. CONSTITUIÇÃO 2.1 Convenção de constituição A convenção de constituição deve conter (Lei nº 6.404/1976, art. 269): a) a designação do grupo; b) a indicação da sociedade de comando e das filiadas; c) as condições de participação das diversas so- ciedades; d) o prazo de duração, se houver, e as condições de extinção; e) as condições para admissão de outras socie- dades e para a retirada das que componham o grupo; f) os órgãos e os cargos da administração do grupo, suas atribuições e as relações entre a estrutura administrativa do grupo e as das so- ciedades que o componham; g) a declaração da nacionalidade de controle do grupo; h) as condições para alteração da convenção. Nota A convenção também deve definir a estrutura administrativa do grupo de sociedades. 2.2 Aprovação pelos sócios ou acionistas das sociedades que devam compor o grupo De acordo com a Lei nº 6.404/1976, art. 270, a convenção de grupo deve ser aprovada com obser- vância das normas para alteração do contrato social ou do estatuto. A Lei nº 6.404/1976, art. 136, V, com a redação dada pela Lei nº 9.457/1997, exigem a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto para a deliberação de participar em grupo de sociedades, ressalvadas: a) a observância de quorum maior previsto no es- tatuto, no caso de companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão; e b) a possibilidade de redução do quorum qua- lificado, mediante autorização da Comissão de Valores Mobiliários, no caso de companhia aberta com a propriedade das ações disper- sas no mercado e cujas três últimas assem- bléias tenham sido realizadas com a presen- ça de acionistas que representaram menos da metade das ações com direito a voto, hipó- tese em que a autorização da CVM deve ser mencionada nos avisos de convocação da as- sembléia, e a deliberação com quorum redu- zido somente poderá ser tomada em terceira convocação. Os acionistas ou sócios dissidentes da delibera- ção de se associar a grupo poderão exercer o direito de retirada da sociedade mediante o reembolso do valor das suas ações ou quotas, observadas as nor- mas estabelecidas na Lei nº 6.404/1976, art. 137, com as alterações da Lei nº 9.457/1997. 3. COMPANHIAS QUE DEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO DE ÓRGÃO GOVERNAMENTAL PARA FUNCIONAR A companhia que, por seu objeto, depende de autorização de órgão governamental para funcionar somente poderá participar de grupo de sociedades após a aprovação da convenção do grupo pela autoridade competente para aprovar suas alterações estatutárias (Lei nº 6.404/1976, art. 268). 35-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária 4. COMANDO DO GRUPO Diz a Lei nº 6.404/1976, art. 265, § 1º, que a socie- dade controladora ou de comando do grupo deve ser brasileira e exercer direta ou indiretamente, e de modo permanente, o controle das sociedades filiadas como titular de direitos de sócio ou acionista ou mediante acordo com outros sócios ou acionistas. O grupo de sociedades é considerado sob con- trole brasileiro (Lei nº 6.404/1976, art. 269, parágrafoúnico) se a sua sociedade de comando estiver sob o controle de: a) pessoas naturais residentes ou domiciliadas no Brasil; b) pessoas jurídicas de direito público interno; ou c) sociedade ou sociedades brasileiras que, di- reta ou indiretamente, estejam sob o controle das pessoas mencionadas nas letras “a” e “b”. 5. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA 5.1 Administradores do grupo Conforme dispõe a Lei nº 6.404/1976, art. 272, a convenção de grupo deve definir a sua estrutura administrativa, podendo criar órgãos de deliberação colegiada e cargos de direção geral. A representação das sociedades perante terceiros, salvo disposição expressa na convenção do grupo, caberá exclusi- vamente aos administradores de cada sociedade de acordo com os respectivos estatutos ou contratos sociais (Lei nº 6.404/1976, art. 272, parágrafo único). 5.2 Administradores das sociedades filiadas Sem prejuízo de suas atribuições, poderes e res- ponsabilidades, de acordo com os respectivos esta- tutos ou contratos sociais, competem aos administra- dores das sociedades filiadas observar a orientação geral estabelecida e as instruções expedidas pelos administradores do grupo que não importem violação da lei ou da convenção do grupo (Lei nº 6.404/1976, art. 273). 5.3 Remuneração de administradores do grupo Os administradores do grupo e os investidos em cargos de mais de uma sociedade poderão ter a sua remuneração rateada entre as diversas sociedades, e a sua gratificação, se houver, poderá ser fixada dentro dos limites previstos na Lei nº 6.404/1976, art. 152, § 1º, com base nos resultados apurados nas demons- trações financeiras consolidadas do grupo (Lei nº 6.404/1976, art. 274). Nota A Lei nº 6.404/1976, art. 152, § 1º, estabelece limites e condições para a atribuição de participação no lucro da companhia aos administradores, nos seguintes termos: “O estatuto da companhia que fixar o dividendo obrigatório em 25% (vinte e cinco por cento) ou mais do lucro líquido pode atribuir aos administradores participação no lucro da companhia, desde que o seu total não ultrapasse a remuneração anual dos administradores nem 0,1 (um déci- mo) dos lucros (artigo 190) prevalecendo o limite que for menor.”. 6. ARQUIVAMENTO NA JUNTA COMERCIAL Para constituição, alteração e extinção de grupo devem ser arquivados, na Junta Comercial da sede da sociedade de comando, os seguintes documentos (Lei nº 6.404/1976, art. 271): a) requerimento (capa do processo), sendo dis- pensado no caso de registro digital; b) convenção de constituição do grupo; c) atas das assembleias gerais, ou instrumentos de alteração contratual, de todas as socieda- des que tiverem aprovado a constituição do grupo; d) declaração autenticada do número das ações ou quotas de que a sociedade de comando e as demais sociedades integrantes do gru- po são titulares em cada sociedade filiada, ou exemplar de acordo de acionistas que asse- gura o controle de sociedade filiada; e) comprovantes de pagamento do preço dos serviços devido à Junta Comercial (recolhi- mento estadual). A partir da data do arquivamento, a sociedade de comando e as filiadas passarão a usar os respectivos nomes empresariais acrescidos da designação do grupo. A companhia que, por seu objeto, depender de autorização prévia do Conselho de Defesa Nacional para funcionar, somente poderá participar de grupo de sociedades após a aprovação da convenção do grupo pela autoridade competente para aprovar suas alterações estatutárias. As sociedades filiadas deverão arquivar nas Juntas Comerciais das Unidades da Federação onde se localizarem as respectivas sedes as atas de assembleias ou alterações contratuais que tiverem aprovado a convenção, sem prejuízo do arquivamento da constituição do grupo pela sociedade de comando (Lei nº 6.404/1976, art. 271; Instrução Normativa DREI nº 81/2020, art. 89) 7. PUBLICIDADE As certidões dos arquivamentos referidos no subtópico anterior serão publicadas com observância 35-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos das normas tratadas no subitem que cuida das publi- cações legais. 8. ALTERAÇÕES NOS ATOS CONSTITUTIVOS As alterações na convenção do grupo deverão ser arquivadas e publicadas com observância das normas focalizadas nos tópicos 6 e 7, mas a falta do cumprimento dessas formalidades não poderá ser oposta, pelas sociedades ou pelos seus sócios ou acionistas, a terceiros de boa-fé (Lei nº 6.404/1976, art. 271, § 4º). 9. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS O grupo de sociedades deve publicar, além das demonstrações financeiras referentes a cada uma das companhias que o compõem, demonstrações con- solidadas, que compreendam todas as sociedades do grupo, elaboradas com observância das normas sobre consolidação estabelecidas no art. 250 da Lei nº 6.404/1976. As demonstrações consolidadas devem ser publicadas juntamente com as da sociedade de comando. A sociedade de comando deve publicar demonstrações financeiras nos termos da Lei das S/A, ainda que não tenha a forma de companhia, vale dizer: se for sociedade por cotas de responsabilidade limitada, ainda assim estará sujeita à publicação. As companhias filiadas devem indicar, em nota explica- tiva às suas demonstrações financeiras publicadas (individualmente), o órgão que publicou a última demonstração consolidada do grupo a que perten- cem. Quando, em um grupo de sociedades, existir uma companhia aberta, as demonstrações consolida- das devem observar as normas pertinentes, baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (Lei nº 6.404/1976, art. 275) 10. UTILIZAÇÃO PRIVATIVA DA EXPRESSÃO “GRUPO” Somente os grupos organizados com observância das normas aqui focalizadas poderão usar designação com as palavras “grupo” ou “grupo de sociedades”. (Lei nº 6.404/1976, art. 267, parágrafo único) N a IOB Comenta TRIBuTOS e COnTRIBuIçõeS FedeRAIS Guarda e manutenção de documentos fiscais Apesar de grande parte dos dados e informações ser armazenada, atualmente, em formato digital, as empresas devem preocupar-se com a guarda dos documentos, sejam eles fiscais, contábeis, trabalhis- tas, encargos sociais, tributos, contribuições, recibos, comprovantes, etc. Informamos que a guarda de documentos está efetivamente relacionada com o prazo decadencial e prescricional de ações que lhes sejam pertinentes e, portanto, devemos, em princípio, estar atentos a esses prazos. Na Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional - CTN), o prazo de decadência está previsto no art. 173, ao passo que o prazo prescricional consta do art. 174, os quais transcrevemos a seguir: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que hou- ver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 35-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Desse modo, podemos depreender que deca- dência é o prazo que a Fazenda Pública tem para constituir o crédito tributário, por meio de Auto de Infração ou Notificação de Lançamento, enquanto a prescrição refere-se ao direito de cobrar o crédito constituído. Basicamente, encontramos em três dispositivos legais as regras que tratam do prazo de guarda de documentos tanto na área comercialcomo na área fiscal. São eles: a) o art. 195, parágrafo único do CTN, que de- termina que os livros obrigatórios de escritura- ção comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conserva- dos até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Podemos concluir que o prazo de guarda de documentos segue o prazo previsto da prescrição dos tributos; b) o art. 37 da Lei nº 9.430/1996, o qual dispõe que os comprovantes da escrituração da pes- soa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios fu- turos, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a es- ses exercícios; e c) o art. 1.194 da Lei nº 10.406/2002 (Código Ci- vil), que estipula que o empresário e a socie- dade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, corres- pondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consig- nados. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes de lançamentos neles efe- tuados podem ser armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente, para fins do disposto no pará- grafo único do art. 195 do CTN, observando-se que: a) documento digital: o documento digital e sua reprodução terão o mesmo valor probatório do documento original para fins de prova perante a autoridade administrativa em procedimentos de fiscalização, observados os critérios de in- tegridade e autenticidade estabelecidos pelo art. 2º-A da Lei nº 12.682/2012, incluído pelo art. 10 da Lei nº 13.874/2019, e pelo art. 1º da Medida Provisória nº 2.200-2/2001; b) documentos originais: os documentos originais poderão ser destruídos depois de digitalizados, ressalvados os documentos de valor histórico, cuja preservação é sujeita à legislação específica; c) guarda de documento digitais: os documen- tos armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente poderão ser eliminados depois de transcorrido o prazo de prescrição dos cré- ditos tributários decorrentes das operações a que eles se referem. Para melhor entendimento da questão, relaciona- mos, a seguir, alguns tipos de documentos e o seu respectivo prazo de guarda: Tipos de Documentos Prazo de Guarda Fundamento Legal Sistemas de processamento eletrônico de dados para re- gistrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza con- tábil ou fiscal. 5 anos Instrução Normativa SRF nº 86/2001, art. 1º. Comprovantes da escritura- ção da pessoa jurídica, rela- tivos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros. 5 anos Lei nº 9.430/1996, art. 37, Lei nº 8.981/1995, art. 45, III; CTN, art. 173. Decore Eletrônica- Declara- ção Comprobatória de Per- cepção de Rendimentos 5 anos Resolução CFC nº 1.364/2011, art. 4º, § 4º; Resolução CFC nº 1.403/2012, art. 1º. DIRF - Declaração de imposto de Renda Retido na Fonte 5 anos Instrução Normativa RFB nº 1.915/2019, art. 27. Declaração de Ajuste Anual - IRPF e deduções 5 anos CTN, arts. 173 e 174. Defis - Declaração de Infor- mações Socioeconômicas e Fiscais (desde o ano-calen- dário de 2012) (**) 5 anos CTN, arts. 173 e 174; Lei Complementar nº 123/2006, art. 26, II; Resolução CGSN nº 140/2018, art. 66. Imposto de Renda - Docu- mentos relativos à declaração (geral) 5 anos CTN, arts. 173 e 174. ECD - Escrituração Contábil Digital 5 anos CTN, arts. 174 e 195; Lei nº 8.218/1991, art. 11.. ECF - Escrituração Contábil Fiscal (desde o ano-calendá- rio de 2014) (*) 5 anos CTN, arts. 174 e 195; Decreto-lei nº 486/1969, art. 4º; Lei nº 9.430/1996, art. 37. EFD - Contribuições 5 anos CTN, arts. 174 e 195; Lei nº 8.218/1991, art. 11. e-Financeira 5 anos CTN, arts. 174 e 195; Instrução Normativa RFB nº 1.571, art. 9º, parágrafo único. 35-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 IR/LS Imposto de Renda e Legislação Societária Manual de Procedimentos Tipos de Documentos Prazo de Guarda Fundamento Legal PIS-Pasep 5 anos Lei nº 8.212/1991, arts. 33 e 45 c/c Súmu- la Vinculante nº 8 do STF: Súmula Vinculante 8 do STF São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tra- tam de prescrição e decadência de crédito tributário. Cofins 5 anos Lei nº 8.212/1991, arts. 33 e 45, c/c Súmula Vinculante nº 8 STF: Súmula Vinculante 8 do STF São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tra- tam de prescrição e decadência de crédito tributário. (*) DIPJ - Declaração Integrada de Informações Econômico-Fiscal - Pessoa Jurídica (até o ano-calendário de 2013). (**) DASN - Declaração Anual do Simples Nacional (até o ano-calen- dário de 2011). Nota O Decreto nº 10.278/2020 regulamenta a técnica e os requisitos para a digitalização de documentos públicos ou privados, a fim de que os do- cumentos digitalizados produzam os mesmos efeitos legais dos documen- tos originais, conforme o disposto no inciso X do caput do art. 3º da Lei nº 13.874/2019, e no art. 2º-A da Lei nº 12.682/2012. Para esse efeito: a) aplica-se aos documentos físicos digitalizados que sejam produ- zidos: a.1) por pessoas jurídicas de direito público interno, ainda que envolva relações com particulares; e a.2) por pessoas jurídicas de direito privado ou por pessoas naturais para comprovação perante: a.2.1) pessoas jurídicas de direito público interno; ou a.2.2) outras pessoas jurídicas de direito privado ou outras pes- soas naturais. b) não se aplica a: b.1) documentos nato-digitais, que são documentos produzidos ori- ginalmente em formato digital; b.2) documentos referentes às operações e transações realizadas no sistema financeiro nacional; b.3) documentos em microfilme; b.4) documentos audiovisuais; b.5) documentos de identificação; e b.6) documentos de porte obrigatório. Os procedimentos e as tecnologias utilizados na digitalização de docu- mentos físicos devem assegurar: a) a integridade e a confiabilidade do documento digitalizado; b) a rastreabilidade e a auditabilidade dos procedimentos emprega- dos; c) o emprego dos padrões técnicos de digitalização para garantir a qualidade da imagem, da legibilidade e do uso do documento digi- talizado; d) a confidencialidade, quando aplicável; e e) a interoperabilidade entre sistemas informatizados. O documento digitalizado destinado a se equiparar a documento físico para todos os efeitos legais e para a comprovação de qualquer ato perante pessoa jurídica de direito público interno deverá: a) ser assinado digitalmente com certificação digital no padrão da In- fraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, de modo a garantir a autoria da digitalização e a integridade do documento e de seus metadados; b) seguir os padrões técnicos mínimos previstos no Anexo I do Decreto nº 10.278/2020; e c) conter, no mínimo, os metadados especificados no Anexo II do refe- rido Decreto. Após o processo de digitalização realizado conforme os termos do De- creto nº 10.278/2020, o documento físico poderá ser descartado, ressalvado aquele que apresente conteúdo de valor histórico. Os documentos digitaliza- dos sem valor histórico serão preservados, no mínimo, até o transcurso dos prazos de prescrição ou decadência dos direitos a que se referem. (Lei nº 12.682/2012, art. 2º-A; Lei nº 13.874/2019, art. 10; Decreto nº 10.278/2020; Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 4/2019) N a IOB Perguntas e Respostas COFInS/PIS-PASeP Regime cumulativo - Mudança para o regime não cumulativo - Apropriação imediata de créditos sobre bens do Ativo Imobilizado - Inadmissibilidade 1) Em caso de mudança de regime de tributação do lucro presumido (regime cumulativo) parao lucro real (regime não cumulativo), é possível a apropriação imediata de créditos do PIS-Pasep e da Cofins sobre bens do Ativo Imobilizado? Não. O § 5º do art. 12 da Lei nº 10.833/2003 e o § 3º do art. 11 da Lei nº 10.637/2002 autorizam que a pessoa jurídica tributada com base no lucro presu- mido ou optante pelo Simples Nacional que passar a ser tributada com base no lucro real, na hipótese de sujeitar-se à incidência não cumulativa da Cofins e do PIS-Pasep, terá direito ao aproveitamento do crédito presumido nos casos de bens adquiridos para revenda ou dos bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação 35-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Ago/2020 - Fascículo 35 - Boletim IOB Manual de Procedimentos Imposto de Renda e Legislação Societária de bens ou produtos destinados à venda (incisos I e II do art. 3º da Lei nº 10.833/2003), calculado sobre o estoque de abertura, devidamente comprovado, na data da mudança do regime de tributação adotado para fins do Imposto de Renda. Não há previsão legal que autorize o desconto imediato de créditos estabelecido pelo art. 1º, inciso XII, da Lei nº 11.774/2008 relativo a máquinas e equi- pamentos e outros bens incorporados ao imobilizado destinados à produção de bens e à prestação de serviços cuja aquisição no mercado interno ou impor- tação tenha ocorrido antes da citada migração. (Lei nº 10.833/2003, art. 3º, I e II, e art. 12, § 5º; Lei nº 10.637/2002, art. 11, § 3º; Lei nº 11.774/2008, art. 1º, XII; So- lução de Consulta Cosit nº 309/2019) SImPLeS nACIOnAL Exclusão do regime - Falta de comunicação - Penalidade aplicável 2) Qual é a penalidade aplicável à microempresas (ME) ou empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Federal que deixarem de comunicar sua exclusão do regime quando obrigatória? A falta de comunicação, quando obrigatória, da exclusão da ME ou EPP do Simples Nacional sujeitará à multa correspondente a 10% do total dos tributos devidos de conformidade com o Simples Nacional no mês que anteceder o início dos efeitos da exclusão, não inferior a R$ 200,00, insusceptível de redução. (Lei Complementar nº 123/2006, art. 36; Resolução CGSN nº 140/2018, art. 99) Exclusão do regime por excesso de despesas - Hipótese 3) Em qual hipótese a microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP) será excluída do Simples Nacional por excesso de despesas? A ME ou EPP será excluída do Simples Nacional por excesso de despesas quando for constatado que, durante o ano-calendário, o valor das despesas pagas supera em 20% valor de ingressos de recur- sos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade. (Resolução CGSN nº 140/2018, art. 84, IV, “h”) Gorjetas - Inclusão na receita bruta 4) As gorjetas integram a receita bruta para efeito da apuração da base de cálculo dos tributos e contri- buições devidos no Simples Nacional? Sim. As gorjetas integram a receita bruta, sejam elas compulsórias ou não, e não podem ser excluídas da base de cálculo do Simples Nacional devido men- salmente. (Lei Complementar nº 123/2006, art. 3º, § 1º; Resolução CGSN nº 140/2018, art. 2º, § 4º, II) Imposto de Renda incidente sobre aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável - Tratamento aplicável 5) Qual é o tratamento aplicável ao Imposto de Renda incidente sobre os ganhos auferidos de aplica- ções financeiras de renda fixa e de renda variável por pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional? O Imposto de Renda incidente sobre os rendi- mentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou de renda variável são definitivos, isto é, não geram direito a compensação ou restituição pela empresa optante pelo Simples Nacional. Cabe ressaltar que o rendimento de aplicação financeira não integra a base de cálculo para apuração dos tributos e contribuições devidos nesse regime. (Lei Complementar nº 123/2006, art. 13, § 1º, V e § 2º) ◙ Tributos e Contribuições Federais IR/CSL/Cofins/PIS-Pasep Dispensa de retenção e recolhimento de imposto ou contribuição de valor inferior a R$ 10,00 Sociedade Anônima Grupo de sociedades IOB Comenta Tributos e Contribuições Federais Guarda e manutenção de documentos fiscais IOB Perguntas e Respostas