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PÁG.1 PÁG.2 1. Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, Decreto nº 591, de 6 de julho de 1992, Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992, Lei nº 12.986, de 2 de junho de 2014 (Transforma o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana em Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH) ........ 01 2. Declaração Universal dos Direitos da Criança e dos Adolescentes ...................................................... 24 3. Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas.. .................................................................... 25 4. Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, Convenção de Belém do Pará (convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher), .................. 30 5. Convenção Americana de Direitos Humanos, Artigo 5º da Constituição Federal de 1988. .................. 58 6. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. ....................................................................................... 73 7. Lei nº 7.716 de 05 de janeiro de 1989 e alterações (Lei que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor). ........................................... 76 8. Lei nº 12.852 de 05 de agosto de 2013 e alterações (Estatuto da Juventude) .................................... 78 9. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). ....................................... 86 QUESTÕES DE CONCURSOS ...................................................................................................................... 108 DIREITOS HUMANOS PROFª. EMILLY ALBUQUERQUE PÁG.1 POLÍCIA MUNICIPAL DO EUSÉBIO 1. Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, Decreto nº 591, de 6 de julho de 1992, Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992, Lei nº 12.986, de 2 de junho de 2014 (Transforma o Conselho de Defe- sa dos Direitos da Pessoa Humana em Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH), 2. Declaração Universal dos Direitos da Criança e dos Adolescentes, 3. Declaração das Nações Uni- das sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, 4. Convenção Sobre a Elimi- nação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, Convenção de Belém do Pará (convenção inte- ramericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher), 5. Convenção Americana de Direitos Humanos, Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, 6. Declaração Universal Dos Direitos Humanos, 7. Lei nº 7.716 de 05 de janeiro de 1989 e alterações (Lei que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor), 8. Lei nº 12.852 de 05 de agosto de 2013 e alterações (Estatuto da Juventude). 9. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 1. Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, Decre- to nº 591, de 6 de julho de 1992, Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992, Lei nº 12.986, de 2 de junho de 2014 (Transforma o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana em Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH) Homens, mulheres e crianças, a cada instante, são obrigadas a fugir do lugar onde residem habitualmente, com receio de perderem a própria vida, a segurança e a liberdade em razão de guerras, perseguições, discrimina- ções, intolerâncias etc. Estas pessoas, vítimas de violação de direitos humanos, são os refugiados. Conceito de Refugiado: Refugiado é toda a pessoa que, em razão de fundados temores de perseguição devi- do à sua raça, religião, nacionalidade, associação a de- terminado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo, de- vido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar o seu país de nacionalidade para bus- car refúgio em outros países. Os refugiados pertencem a todas as raças e religiões e encontramo-los em todas as partes do mundo. Até a dé- cada de 50, seguramente, a maioria dos refugiados era europeus, o que de certo modo justificava a reserva geo- gráfica existente nos Instrumentos Internacionais. Atual- mente, no entanto, a maioria é composta principalmente de africanos e asiáticos, dos quais 80% são mulheres e crianças. Muitos são os motivos de hoje existir um grande núme- ro de refugiados quais sejam, questões territoriais (África e Oriente Médio), questões econômicas (Albânia), questões religiosas (Afeganistão) e étnicas (Repúblicas da ex- Iugoslávia). Normalmente, os refugiados têm de abandonar tudo (a casa, os bens, a família e o país) em troca de um futuro incerto numa terra desconhecida. Os refugiados, como se percebe, sofrem freqüentes e graves violações de direitos humanos, sendo esta situação uma das grandes tragédias do nosso tempo, que merece um estudo destacado na violação aos direitos da pessoa humana. Desde os primórdios da civilização humana, pessoas eram excluídas e sofriam perseguições em razão de con- dições várias. Na Grécia e em Roma antigas, a proteção (em razão da hospitalidade) era praticada nos templos. O cristianismo também concedia proteção nas igrejas, inclu- sive a criminosos que não fossem de alta periculosidade. Na Idade Média, os senhores feudais também davam aco- lhida às pessoas que entendiam que fossem merecedoras de proteção. O surgimento do nacional-socialismo na Alemanha, a partir de 1933, gerou novos sujeitos de refúgio: judeus não-arianos e opositores ao regime. A Liga das Nações criou, então, uma administração ad hoc sediada em Lon- dres, encarregada de assegurar aos perseguidos um re- assentamento na Europa ou além-mar. A Convenção de Genebra de 1933, que foi um dos primeiros instrumentos jurídicos internacionais relativos a refugiados, dava às pessoas sob sua competência uma condição similar a de estrangeiros privilegiados. Em 14.7.50, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução n. 428A (V) contendo o Estatuto do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que entrou em vigor em 1º.1.51. O artigo 1º do Estatuto estabelece que o Alto Comissaria- do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) "as- sumirá a função de proporcionar proteção internacional aos refugiados que reunam as condições previstas no presente Estatuto, e de buscar soluções permanentes para o problema dos refugiados, ajudando os governos e, dependendo da aprovação dos governos interessados, às organizações privadas a facilitar a repatriação voluntária de tais refugiados, ou a sua absorção nas novas comuni- dades nacionais." Em 28.7.51 foi aprovada pela Conferência das Nações Unidas de Plenipotenciários sobre o Estatuto dos Refugia- dos e Apátridas, convocada pela Resolução n. 429(V) da Assembléia Geral das Nações Unidas, a Convenção rela- tiva ao Estatuto dos Refugiados. A Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1951 é considerada a Carta Magna do instituto ao estabe- lecer, em caráter universal, o conceito de refugiado bem como seus direitos e deveres; entretanto, definiu o termo "refugiado" de forma limitada temporal e geograficamente. Isso significa que os refugiados somente serão assim re- conhecidos, se o forem em decorrência de episódios ocor- ridos antes dessa precisa data: 1º de janeiro de 1951. Desse modo, tal definição seria aplicada a muitos milhares de pessoas mas, com o decorrer do tempo, a definição da Convenção se tornaria inoperante. PÁG.2 Em razão dessas limitações temporal e geográfica foi estabelecido, em 31.1.67, o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados com a finalidade de ampliar o alcance da definição de refugiado. Tais limitações foram suprimidaspelo artigo 1º, item II, do referido instrumento, cabendo a cada Estado-Parte formular ou não reservas. O Brasil aderiu à Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, ratificando-a, tendo sido promulgado o Decre- to n. 50.215, de 28.1.1961, publicado no Diário Oficial da União em 30.1.1961, que tornou público o tratado a todos os brasileiros. A adesão do Brasil não foi absoluta, tendo sido formu- ladas reservas geográfica e temporal, bem como limita- ções dos direitos de associação (art. 15) e de labor remu- nerado (art. 17). O Protocolo de 1967 somente foi aderido pelo Brasil em 1972, quando, então, foi derrubada a reserva temporal. Persistiam, no entanto, as reservas geográficas e as dos artigos 15 e 17, que desapareceram apenas com o adven- to de dois Decretos Presidenciais. O primeiro, de 19.12.1989, derrubou a reserva geográfica, e o segundo, de 3.12.1990, com o n. 99.757, publicado no Diário Oficial da União de 4.12.1990, derrubou as reservas aos artigos 15 e 17, em consonância com os princípios Constitucio- nais estatuídos nos artigos 5º, incisos XIII e XVII, e 7º, inciso IV. Sendo o Brasil signatário desses instrumentos interna- cionais, está obrigado a cumprir aquilo que aderiu por força do disposto no artigo 5º, § 2º, da Constituição da República. Ademais, o cumprimento dessas normas internacionais impõe-se, porque se trata de ato jurídico perfeito e, por isso, produz efeitos em relação às partes contratantes (inter partes). Ressalte-se que os pressupostos de validade para os tratados são em número de quatro, quais sejam, capaci- dade das partes, competência dos representantes, con- sentimento mútuo e objeto lícito e possível. Deve ser observado que se o Brasil ou qualquer Esta- do-signatário não quisesse mais fazer parte de um Tratado por tempo indeterminado, poderia servir-se da denúncia total, ou seja, da comunicação da não pretensão de parti- cipar, não se admitindo a figura da denúncia parcial. Impende destacar que o Brasil não ofereceu denúncia a qualquer dos instrumentos supra mencionados. O Esta- do brasileiro deve elaborar todas as disposições de direito interno que sejam necessárias para tornar efetivos os di- reitos e liberdades enunciados nos Tratados de que o Brasil é parte. A omissão estatal viola obrigação jurídica assumida no âmbito internacional, importando em respon- sabilização do Estado. O Brasil, portanto, está obrigado ao que se comprometera, tendo, inclusive, editado a Lei n. 9.474, de 22.7.97, a qual define mecanismos para a im- plementação do Estatuto dos Refugiados. Vejamos a lei sobre a matéria: LEI Nº 9.474, DE 22 DE JULHO DE 1997. Define mecanismos para a im- plementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providências. TÍTULO I Dos Aspectos Caracterizadores CAPÍTULO I Do Conceito, da Extensão e da Exclusão Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por moti- vos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opini- ões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalida- de e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país on- de antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias des- critas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. SEÇÃO II Da Extensão Art. 2º Os efeitos da condição dos refugiados serão ex- tensivos ao cônjuge, aos ascendentes e descendentes, assim como aos demais membros do grupo familiar que do refugiado dependerem economicamente, desde que se encontrem em território nacional. SEÇÃO III Da Exclusão Art. 3º Não se beneficiarão da condição de refugiado os indivíduos que: I - já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismo ou instituição das Nações Unidas que não o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - ACNUR; II - sejam residentes no território nacional e tenham di- reitos e obrigações relacionados com a condição de naci- onal brasileiro; III - tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, parti- cipado de atos terroristas ou tráfico de drogas; IV - sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas. CAPÍTULO II Da Condição Jurídica de Refugiado Art. 4º O reconhecimento da condição de refugiado, nos termos das definições anteriores, sujeitará seu benefi- ciário ao preceituado nesta Lei, sem prejuízo do disposto em instrumentos internacionais de que o Governo brasilei- ro seja parte, ratifique ou venha a aderir. PÁG.3 Art. 5º O refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil, ao disposto nesta Lei, na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e no Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967, cabendo-lhe a obrigação de acatar as leis, regula- mentos e providências destinados à manutenção da or- dem pública. Art. 6º O refugiado terá direito, nos termos da Conven- ção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, a cédula de identidade comprobatória de sua condição jurídica, cartei- ra de trabalho e documento de viagem. TÍTULO II Do Ingresso no Território Nacional e do Pedido de Refúgio Art. 7º O estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre na fronteira, a qual lhe proporcionará as informa- ções necessárias quanto ao procedimento cabível. § 1º Em hipótese alguma será efetuada sua deportação para fronteira de território em que sua vida ou liberdade esteja ameaçada, em virtude de raça, religião, nacionali- dade, grupo social ou opinião política. § 2º O benefício previsto neste artigo não poderá ser invocado por refugiado considerado perigoso para a segu- rança do Brasil. Art. 8º O ingresso irregular no território nacional não constitui impedimento para o estrangeiro solicitar refúgio às autoridades competentes. Art. 9º A autoridade a quem for apresentada a solicita- ção deverá ouvir o interessado e preparar termo de decla- ração, que deverá conter as circunstâncias relativas à entrada no Brasil e às razões que o fizeram deixar o país de origem. Art. 10. A solicitação, apresentada nas condições pre- vistas nos artigos anteriores, suspenderá qualquer proce- dimento administrativo ou criminal pela entrada irregular, instaurado contra o peticionário e pessoas de seu grupo familiar que o acompanhem. § 1º Se a condição de refugiado for reconhecida, o pro- cedimento será arquivado, desde que demonstrado que a infração correspondente foi determinada pelos mesmos fatos que justificaram o dito reconhecimento. § 2º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, a so- licitação de refúgio e a decisão sobre a mesma deverão ser comunicadas à Polícia Federal, que as transmitirá ao órgão onde tramitar o procedimento administrativo ou cri- minal. TÍTULO III Do Conare Art. 11. Fica criado o Comitê Nacional para os Refugi- ados - CONARE, órgão de deliberação coletiva, no âmbito do Ministério da Justiça. CAPÍTULO I Da Competência Art. 12. Compete ao CONARE, em consonância com a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, com o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967 e com as demais fontes de direito internacional dos refugia- dos: I - analisar o pedido e declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição de refugiado; II - decidir a cessação, em primeira instância, ex officio ou mediante requerimento das autoridades competentes, da condição de refugiado; III - determinar a perda, em primeira instância, da con- dição de refugiado; IV - orientar e coordenaras ações necessárias à eficá- cia da proteção, assistência e apoio jurídico aos refugia- dos; V - aprovar instruções normativas esclarecedoras à execução desta Lei. Art. 13. O regimento interno do CONARE será aprova- do pelo Ministro de Estado da Justiça. Parágrafo único. O regimento interno determinará a pe- riodicidade das reuniões do CONARE. CAPÍTULO II Da Estrutura e do Funcionamento Art. 14. O CONARE será constituído por: I - um representante do Ministério da Justiça, que o presidirá; II - um representante do Ministério das Relações Exte- riores; III - um representante do Ministério do Trabalho; IV - um representante do Ministério da Saúde; V - um representante do Ministério da Educação e do Desporto; VI - um representante do Departamento de Polícia Fe- deral; VII - um representante de organização não-governa- mental, que se dedique a atividades de assistência e pro- teção de refugiados no País. § 1º O Alto Comissariado das Nações Unidas para Re- fugiados - ACNUR será sempre membro convidado para as reuniões do CONARE, com direito a voz, sem voto. § 2º Os membros do CONARE serão designados pelo Presidente da República, mediante indicações dos órgãos e da entidade que o compõem. § 3º O CONARE terá um Coordenador-Geral, com a atribuição de preparar os processos de requerimento de refúgio e a pauta de reunião. Art. 15. A participação no CONARE será considerada serviço relevante e não implicará remuneração de qual- quer natureza ou espécie. Art. 16. O CONARE reunir-se-á com quorum de quatro membros com direito a voto, deliberando por maioria sim- ples. Parágrafo único. Em caso de empate, será considerado voto decisivo o do Presidente do CONARE. PÁG.4 TÍTULO IV Do Processo de Refúgio CAPÍTULO I Do Procedimento Art. 17. O estrangeiro deverá apresentar-se à autorida- de competente e externar vontade de solicitar o reconhe- cimento da condição de refugiado. Art. 18. A autoridade competente notificará o solicitante para prestar declarações, ato que marcará a data de aber- tura dos procedimentos. Parágrafo único. A autoridade competente informará o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados - ACNUR sobre a existência do processo de solicitação de refúgio e facultará a esse organismo a possibilidade de oferecer sugestões que facilitem seu andamento. Art. 19. Além das declarações, prestadas se necessá- rio com ajuda de intérprete, deverá o estrangeiro preen- cher a solicitação de reconhecimento como refugiado, a qual deverá conter identificação completa, qualificação profissional, grau de escolaridade do solicitante e mem- bros do seu grupo familiar, bem como relato das circuns- tâncias e fatos que fundamentem o pedido de refúgio, indicando os elementos de prova pertinentes. Art. 20. O registro de declaração e a supervisão do preenchimento da solicitação do refúgio devem ser efetu- ados por funcionários qualificados e em condições que garantam o sigilo das informações. CAPÍTULO II Da Autorização de Residência Provisória Art. 21. Recebida a solicitação de refúgio, o Departa- mento de Polícia Federal emitirá protocolo em favor do solicitante e de seu grupo familiar que se encontre no terri- tório nacional, o qual autorizará a estada até a decisão final do processo. § 1º O protocolo permitirá ao Ministério do Trabalho expedir carteira de trabalho provisória, para o exercício de atividade remunerada no País. § 2º No protocolo do solicitante de refúgio serão men- cionados, por averbamento, os menores de quatorze anos. Art. 22. Enquanto estiver pendente o processo relativo à solicitação de refúgio, ao peticionário será aplicável a legislação sobre estrangeiros, respeitadas as disposições específicas contidas nesta Lei. CAPÍTULO III Da Instrução e do Relatório Art. 23. A autoridade competente procederá a eventu- ais diligências requeridas pelo CONARE, devendo averi- guar todos os fatos cujo conhecimento seja conveniente para uma justa e rápida decisão, respeitando sempre o princípio da confidencialidade. Art. 24. Finda a instrução, a autoridade competente elaborará, de imediato, relatório, que será enviado ao Se- cretário do CONARE, para inclusão na pauta da próxima reunião daquele Colegiado. Art. 25. Os intervenientes nos processos relativos às solicitações de refúgio deverão guardar segredo profissio- nal quanto às informações a que terão acesso no exercício de suas funções. CAPÍTULO IV Da Decisão, da Comunicação e do Registro Art. 26. A decisão pelo reconhecimento da condição de refugiado será considerada ato declaratório e deverá estar devidamente fundamentada. Art. 27. Proferida a decisão, o CONARE notificará o so- licitante e o Departamento de Polícia Federal, para as medidas administrativas cabíveis. Art. 28. No caso de decisão positiva, o refugiado será registrado junto ao Departamento de Polícia Federal, de- vendo assinar termo de responsabilidade e solicitar cédula de identidade pertinente. CAPÍTULO V Do Recurso Art. 29. No caso de decisão negativa, esta deverá ser fundamentada na notificação ao solicitante, cabendo direi- to de recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no prazo de quinze dias, contados do recebimento da notificação. Art. 30. Durante a avaliação do recurso, será permitido ao solicitante de refúgio e aos seus familiares permanecer no território nacional, sendo observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 21 desta Lei. Art. 31. A decisão do Ministro de Estado da Justiça não será passível de recurso, devendo ser notificada ao CO- NARE, para ciência do solicitante, e ao Departamento de Polícia Federal, para as providências devidas. Art. 32. No caso de recusa definitiva de refúgio, ficará o solicitante sujeito à legislação de estrangeiros, não deven- do ocorrer sua transferência para o seu país de nacionali- dade ou de residência habitual, enquanto permanecerem as circunstâncias que põem em risco sua vida, integridade física e liberdade, salvo nas situações determinadas nos incisos III e IV do art. 3º desta Lei. TÍTULO V Dos Efeitos do Estatuto de Refugiados Sobre a Extradição e a Expulsão CAPÍTULO I Da Extradição Art. 33. O reconhecimento da condição de refugiado obstará o seguimento de qualquer pedido de extradição baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio. Art. 34. A solicitação de refúgio suspenderá, até deci- são definitiva, qualquer processo de extradição pendente, em fase administrativa ou judicial, baseado nos fatos que fundamentaram a concessão de refúgio. PÁG.5 Art. 35. Para efeito do cumprimento do disposto nos arts. 33 e 34 desta Lei, a solicitação de reconhecimento como refugiado será comunicada ao órgão onde tramitar o processo de extradição. CAPÍTULO II Da Expulsão Art. 36. Não será expulso do território nacional o refu- giado que esteja regularmente registrado, salvo por moti- vos de segurança nacional ou de ordem pública. Art. 37. A expulsão de refugiado do território nacional não resultará em sua retirada para país onde sua vida, liberdade ou integridade física possam estar em risco, e apenas será efetivada quando da certeza de sua admis- são em país onde não haja riscos de perseguição. TÍTULO VI Da Cessação e da Perda da Condição de Refugiado CAPÍTULO I Da Cessação da Condição de Refugiado Art. 38. Cessará a condição de refugiado nas hipóteses em que o estrangeiro: I - voltar a valer-se da proteção do país de que é nacio- nal; II - recuperar voluntariamente a nacionalidade outrora perdida; III - adquirir nova nacionalidade e gozar da proteção do país cuja nacionalidade adquiriu; IV - estabelecer-se novamente, de maneira voluntária, no país que abandonou ou fora do qual permaneceu por medo de ser perseguido; V - não puder mais continuar a recusar a proteção do país de que é nacional por terem deixado de existir as circunstânciasem conseqüência das quais foi reconhecido como refugiado; VI - sendo apátrida, estiver em condições de voltar ao país no qual tinha sua residência habitual, uma vez que tenham deixado de existir as circunstâncias em conse- qüência das quais foi reconhecido como refugiado. CAPÍTULO II Da Perda da Condição de Refugiado Art. 39. Implicará perda da condição de refugiado: I - a renúncia; II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados para o reconhecimento da condição de refugiado ou a existência de fatos que, se fossem conhecidos quando do reconhecimento, teriam ensejado uma decisão negativa; III - o exercício de atividades contrárias à segurança nacional ou à ordem pública; IV - a saída do território nacional sem prévia autoriza- ção do Governo brasileiro. Parágrafo único. Os refugiados que perderem essa condição com fundamento nos incisos I e IV deste artigo serão enquadrados no regime geral de permanência de estrangeiros no território nacional, e os que a perderem com fundamento nos incisos II e III estarão sujeitos às medidas compulsórias previstas na Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980. CAPÍTULO III Da Autoridade Competente e do Recurso Art. 40. Compete ao CONARE decidir em primeira ins- tância sobre cessação ou perda da condição de refugiado, cabendo, dessa decisão, recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no prazo de quinze dias, contados do recebimento da notificação. § 1º A notificação conterá breve relato dos fatos e fun- damentos que ensejaram a decisão e cientificará o refugi- ado do prazo para interposição do recurso. § 2º Não sendo localizado o estrangeiro para a notifica- ção prevista neste artigo, a decisão será publicada no Diário Oficial da União, para fins de contagem do prazo de interposição de recurso. Art. 41. A decisão do Ministro de Estado da Justiça é ir- recorrível e deverá ser notificada ao CONARE, que a in- formará ao estrangeiro e ao Departamento de Polícia Fe- deral, para as providências cabíveis. TÍTULO VII Das Soluções Duráveis CAPÍTULO I Da Repatriação Art. 42. A repatriação de refugiados aos seus países de origem deve ser caracterizada pelo caráter voluntário do retorno, salvo nos casos em que não possam recusar a proteção do país de que são nacionais, por não mais sub- sistirem as circunstâncias que determinaram o refúgio. CAPÍTULO II Da Integração Local Art. 43. No exercício de seus direitos e deveres, a con- dição atípica dos refugiados deverá ser considerada quando da necessidade da apresentação de documentos emitidos por seus países de origem ou por suas represen- tações diplomáticas e consulares. Art. 44. O reconhecimento de certificados e diplomas, os requisitos para a obtenção da condição de residente e o ingresso em instituições acadêmicas de todos os níveis deverão ser facilitados, levando-se em consideração a situação desfavorável vivenciada pelos refugiados. CAPÍTULO III Do Reassentamento Art. 45. O reassentamento de refugiados em outros pa- íses deve ser caracterizado, sempre que possível, pelo caráter voluntário. Art. 46. O reassentamento de refugiados no Brasil se efetuará de forma planificada e com a participação coor- denada dos órgãos estatais e, quando possível, de organi- zações não-governamentais, identificando áreas de coo- peração e de determinação de responsabilidades. PÁG.6 TÍTULO VIII Das Disposições Finais Art. 47. Os processos de reconhecimento da condição de refugiado serão gratuitos e terão caráter urgente. Art. 48. Os preceitos desta Lei deverão ser interpreta- dos em harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, com a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, com o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967 e com todo dispositivo pertinente de instrumento internacional de proteção de direitos hu- manos com o qual o Governo brasileiro estiver comprome- tido. Art. 49. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica- ção. Brasília, 22 de julho de 1997; 176º da Independência e 109º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO DECRETO Nº 591, DE 6 DE JULHO DE 1992. Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Promulgação. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e DECRETA: Art. 1° O Pacto Internacional sobre Direitos Econômi- cos, Sociais e Culturais, apenso por cópia ao presente decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua pu- blicação. PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS ECONÔ- MICOS, SOCIAIS E CULTURAIS Em 1966 a ONU decidi criar normas voltadas à introdu- ção de direitos nas Constituições de cada País. Assim aprovou-se dois pactos: direitos civis e políticos; e sociais econômicos e culturais. O Pacto divide-se em cinco partes, concernentes, res- pectivamente, (I) à autodeterminação dos povos e à livre disposição de seus recursos naturais e riquezas; (II) ao compromisso dos Estados de implementar os direitos pre- vistos; (III) aos direitos propriamente ditos; (IV) ao meca- nismo de supervisão por meio da apresentação de relató- rios ao ECOSOC e; (V) às normas referentes à sua ratifi- cação e entrada em vigor. Menos extenso que o Pacto dos Direitos Civis e Políti- cos, este Pacto visa a estabelecer, sob a forma de direitos, as condições sociais, econômicas e culturais para a vida digna. São direitos econômicos aqueles relacionados à produ- ção, distribuição e consumo da riqueza, visando especial- mente a disciplinar as relações trabalhistas, como os que prevêem a liberdade de escolha de trabalho (art. 6º), con- dições justas e favoráveis, com especial atenção para uma remuneração que atenda às necessidades básicas do trabalhador e sua família, sem distinção entre homens e mulheres quanto às condições e remuneração do trabalho, higiene e segurança, lazer e descanso e promoção por critério de tempo, trabalho e capacidade (art. 7º), fundar ou se associar a sindicato (que é, na verdade, um direito civil) e fazer greve (art. 8º), segurança social (art. 9º), proteção da família, das mães e das gestantes, vedação da mão- de-obra infantil e restrição do trabalho de crianças e ado- lescentes (art. 10). Já os direitos sociais e culturais dizem respeito ao es- tabelecimento de um padrão de vida adequado, incluindo a instrução e a participação na vida cultural da comunida- de, como prevêem os artigos 11 a 15, destacando-se a proteção contra a fome, o direito à alimentação, vestimen- ta, moradia, educação, participação na vida cultural e des- frutar do progresso científico etc. Questão talvez mais interessante que comentar as normas substantivas do Pacto, é debater que tipo de direi- to subjetivo elas encerram e qual a maneira de se extrair sua validade e eficácia. Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de promover o respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem, Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para com seus semelhantes e para com a coletividade a que pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e ob- servância dos direitos reconhecidos no presente Pacto, Acordam o seguinte: PARTE I ARTIGO 1º 1. Todos os povos têm direito a autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os po- vos podem dispor livremente de suas riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorren- tes da cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito Internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus próprios meios de subsistência. 3. Os Estados Partes do PresentePacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e res- peitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas. PÁG.7 PARTE II ARTIGO 2º 1. Cada Estado Parte do presente Pacto compromete- se a adotar medidas, tanto por esforço próprio como pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nos planos econômico e técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que visem a assegurar, progressi- vamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercí- cio dos direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas legislativas. 2. Os Estados Partes do presente Pacto comprome- tem-se a garantir que os direitos nele enunciados e exer- cerão em discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimen- to ou qualquer outra situação. 3. Os países em desenvolvimento, levando devidamen- te em consideração os direitos humanos e a situação eco- nômica nacional, poderão determinar em que garantirão os direitos econômicos reconhecidos no presente Pacto àqueles que não sejam seus nacionais. ARTIGO 3º Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de todos os direitos econômicos, sociais e culturais enumera- dos no presente Pacto. ARTIGO 4º Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que, no exercício dos direitos assegurados em conformidade com presente Pacto pelo Estado, este poderá submeter tais direitos unicamente às limitações estabelecidas em lei, somente na medida compatível com a natureza desses direitos e exclusivamente com o objetivo de favorecer o bem-estar geral em uma sociedade democrática. ARTIGO 5º 1. Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a quais- quer atividades ou de praticar quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor-lhe limitações mais amplas do que aquelas nele previstas. 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer país em virtude de leis, convenções, regula- mentos ou costumes, sob pretexto de que o presente Pac- to não os reconheça ou os reconheça em menor grau. PARTE III ARTIGO 6º 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito ao trabalho, que compreende o direito de toda pes- soa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão medi- das apropriadas para salvaguardar esse direito. 2. As medidas que cada Estado Parte do presente Pac- to tomará a fim de assegurar o pleno exercício desse direi- to deverão incluir a orientação e a formação técnica e pro- fissional, a elaboração de programas, normas e técnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento econô- mico, social e cultural constante e o pleno emprego produ- tivo em condições que salvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades políticas e econômicas fundamentais. ARTIGO 7º Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o di- reito de toda pessoa de gozar de condições de trabalho justas e favoráveis, que assegurem especialmente: a) Uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores: i) Um salário eqüitativo e uma remuneração igual por um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condi- ções de trabalho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles por trabalho igual; ii) Uma existência decente para eles e suas famílias, em conformidade com as disposições do presente Pacto; b) À segurança e a higiene no trabalho; c) Igual oportunidade para todos de serem promovidos, em seu trabalho, à categoria superior que lhes correspon- da, sem outras considerações que as de tempo de traba- lho e capacidade; d) O descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim como a remuneração dos feridos. ARTIGO 8º 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprome- tem-se a garantir: a) O direito de toda pessoa de fundar com outras, sin- dicatos e de filiar-se ao sindicato de escolha, sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização interessada, com o objetivo de promover e de proteger seus interesses econômicos e sociais. O exercício desse direito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para pro- teger os direitos e as liberdades alheias; b) O direito dos sindicatos de formar federações ou confederações nacionais e o direito destas de formar or- ganizações sindicais internacionais ou de filiar-se às mesmas. PÁG.8 c) O direito dos sindicatos de exercer livremente suas atividades, sem quaisquer limitações além daquelas pre- vistas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as liberdades das demais pessoas: d) O direito de greve, exercido de conformidade com as leis de cada país. 2. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desses direitos pelos mem- bros das forças armadas, da política ou da administração pública. 3. Nenhuma das disposições do presente artigo permiti- rá que os Estados Partes da Convenção de 1948 da Or- ganização Internacional do Trabalho, relativa à liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham a adotar medidas legislativas que restrinjam - ou a aplicar a lei de maneira a restringir as garantias previstas na referida Convenção. ARTIGO 9º Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o di- reito de toda pessoa à previdência social, inclusive ao seguro social. ARTIGO 10 Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que: 1. Deve-se conceder à família, que é o elemento natu- ral e fundamental da sociedade, as mais amplas proteção e assistência possíveis, especialmente para a sua consti- tuição e enquanto ele for responsável pela criação e edu- cação dos filhos. O matrimonio deve ser contraído com o livre consentimento dos futuros cônjuges. 2. Deve-se conceder proteção especial às mães por um período de tempo razoável antes e depois do parto. Du- rante esse período, deve-se conceder às mães que traba- lham licença remunerada ou licença acompanhada de benefícios previdenciários adequados. 3. Devem-se adotar medidas especiais de proteção e de assistência em prol de todas as crianças e adolescen- tes, sem distinção alguma por motivo de filiação ou qual- quer outra condição. Devem-se proteger as crianças e adolescentes contra a exploração econômica e social. O emprego de crianças e adolescentes em trabalhos que lhes sejam nocivos à moral e à saúde ou que lhes façam correr perigo de vida, ou ainda que lhes venham a prejudi- car o desenvolvimento norma, será punido por lei. Os Estados devem também estabelecer limites de ida- de sob os quais fique proibido e punido por lei o emprego assalariado da mão-de-obra infantil. ARTIGO 11 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa a um nível de vida adequando para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimen- ta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria continua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecu- ção desse direito, reconhecendo, nesse sentido, a impor- tância essencial da cooperaçãointernacional fundada no livre consentimento. 2. Os Estados Partes do presente Pacto, reconhecendo o direito fundamental de toda pessoa de estar protegida contra a fome, adotarão, individualmente e mediante coo- peração internacional, as medidas, inclusive programas concretos, que se façam necessárias para: a) Melhorar os métodos de produção, conservação e distribuição de gêneros alimentícios pela plena utilização dos conhecimentos técnicos e científicos, pela difusão de princípios de educação nutricional e pelo aperfeiçoamento ou reforma dos regimes agrários, de maneira que se as- segurem a exploração e a utilização mais eficazes dos recursos naturais; b) Assegurar uma repartição eqüitativa dos recursos alimentícios mundiais em relação às necessidades, levan- do-se em conta os problemas tanto dos países importado- res quanto dos exportadores de gêneros alimentícios. ARTIGO 12 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de desfrutar o mais elevado nível possível de saúde física e mental. 2. As medidas que os Estados Partes do presente Pac- to deverão adotar com o fim de assegurar o pleno exercí- cio desse direito incluirão as medidas que se façam ne- cessárias para assegurar: a) A diminuição da mortinatalidade e da mortalidade in- fantil, bem como o desenvolvimento é das crianças; b) A melhoria de todos os aspectos de higiene do tra- balho e do meio ambiente; c) A prevenção e o tratamento das doenças epidêmi- cas, endêmicas, profissionais e outras, bem como a luta contra essas doenças; d) A criação de condições que assegurem a todos as- sistência médica e serviços médicos em caso de enfermi- dade. ARTIGO 13 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação. Concordam em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimento da per- sonalidade humana e do sentido de sua dignidade e forta- lecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fun- damentais. Concordam ainda em que a educação deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerân- cia e a amizade entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as ativi- dades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 2. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem que, com o objetivo de assegurar o pleno exercício desse direito: PÁG.9 a) A educação primaria deverá ser obrigatória e aces- sível gratuitamente a todos; b) A educação secundária em suas diferentes formas, inclusive a educação secundária técnica e profissional, deverá ser generalizada e torna-se acessível a todos, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela imple- mentação progressiva do ensino gratuito; c) A educação de nível superior deverá igualmente tor- na-se acessível a todos, com base na capacidade de cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito; d) Dever-se-á fomentar e intensificar, na medida do possível, a educação de base para aquelas pessoas que não receberam educação primaria ou não concluíram o ciclo completo de educação primária; e) Será preciso prosseguir ativamente o desenvolvi- mento de uma rede escolar em todos os níveis de ensino, implementar-se um sistema adequado de bolsas de estu- do e melhorar continuamente as condições materiais do corpo docente. 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprome- tem-se a respeitar a liberdade dos pais e, quando for o caso, dos tutores legais de escolher para seus filhos esco- las distintas daquelas criadas pelas autoridades públicas, sempre que atendam aos padrões mínimos de ensino prescritos ou aprovados pelo Estado, e de fazer com que seus filhos venham a receber educação religiosa ou moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. 2.Nenhuma das disposições do presente artigo poderá ser interpretada no sentido de restringir a liberdade de indivíduos e de entidades de criar e dirigir instituições de ensino, desde que respeitados os princípios enunciados no parágrafo 1 do presente artigo e que essas instituições observem os padrões mínimos prescritos pelo Estado. ARTIGO 14 Todo Estado Parte do presente pacto que, no momento em que se tornar Parte, ainda não tenha garantido em seu próprio território ou territórios sob sua jurisdição a obriga- toriedade e a gratuidade da educação primária, se com- promete a elaborar e a adotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano de ação detalhado destinado à implemen- tação progressiva, dentro de um número razoável de anos estabelecidos no próprio plano, do princípio da educação primária obrigatória e gratuita para todos. ARTIGO 15 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem a cada indivíduo o direito de: a) Participar da vida cultural; b) Desfrutar o processo cientifico e suas aplicações; c) Beneficiar-se da proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de toda a produção cientifica, literá- ria ou artística de que seja autor. 2. As Medidas que os Estados Partes do Presente Pac- to deverão adotar com a finalidade de assegurar o pleno exercício desse direito incluirão aquelas necessárias à convenção, ao desenvolvimento e à difusão da ciência e da cultura. 3.Os Estados Partes do presente Pacto comprometem- se a respeitar a liberdade indispensável à pesquisa cienti- fica e à atividade criadora. 4. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem os benefícios que derivam do fomento e do desenvolvi- mento da cooperação e das relações internacionais no domínio da ciência e da cultura. PARTE IV ARTIGO 16 1. Os Estados Partes do presente Pacto comprome- tem-se a apresentar, de acordo com as disposições da presente parte do Pacto, relatórios sobre as medidas que tenham adotado e sobre o progresso realizado com o ob- jetivo de assegurar a observância dos direitos reconheci- dos no Pacto. 2. a) Todos os relatórios deverão ser encaminhados ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, o qual enviará cópias dos mesmos ao Conselho Econômico e Social, para exame, de acordo com as disposições do presente Pacto. b) O Secretário-Geral da Organização das Nações Uni- das encaminhará também às agências especializadas cópias dos relatórios - ou de todas as partes pertinentes dos mesmos enviados pelos Estados Partes do presente Pacto que sejam igualmente membros das referidas agên- cias especializadas, na medida em que os relatórios, ou partes deles, guardem relação com questão que sejam da competência de tais agências, nos termos de seus respec- tivos instrumentos constitutivos. ARTIGO 17 1. Os Estados Partes do presente Pacto apresentarão seus relatórios por etapas, segundo um programa a ser estabelecido pelo Conselho Econômico e Social no prazo de um ano a contar da data da entrada em vigor do pre- sente Pacto, após consulta aos Estados Partes e às agên- cias especializadas interessadas. 2. Os relatórios poderão indicar os fatores e as dificul- dades que prejudiquem o pleno cumprimento das obriga- ções previstas no presente Pacto. 3. Caso as informações pertinentes já tenham sido en- caminhadas à Organização das Nações Unidas ou a uma agência especializada por um Estado Parte, não será ne- cessário reproduzir as referidas informações, sendo sufici- ente uma referência precisa às mesmas. ARTIGO 18 Em virtude das responsabilidades que lhe são conferi- das pela Carta das Nações Unidas no domínio dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, o Conselho Eco- nômico e Social poderá concluir acordos com as agências especializadas sobre a apresentação, por estas, de relató- rios relativos aos progressos realizados quanto ao cum- primento das disposições do presente Pacto que corres- pondam ao seu campo de atividades. Os relatórios pode- rão, incluir dados sobre as decisões e recomendaçõesPÁG.10 referentes ao cumprimento das disposições do presente Pacto adotadas pelos órgãos competentes das agências especializadas. ARTIGO 19 O Conselho Econômico e Social poderá encaminhar à Comissão de Direitos Humanos, para fins de estudo e de recomendação de ordem geral, ou para informação, caso julgue apropriado, os relatórios concernentes aos direitos humanos que apresentarem os Estados nos termos dos artigos 16 e 17 e aqueles concernentes aos direitos hu- manos que apresentarem as agências especializadas nos termos do artigo 18. ARTIGO 20 Os Estados Partes do presente Pacto e as agências especializadas interessadas poderão encaminhar ao Con- selho Econômico e Social comentários sobre qualquer recomendação de ordem geral feita em virtude do artigo 19 ou sobre qualquer referencia a uma recomendação de ordem geral que venha a constar de relatório da Comissão de Direitos Humanos ou de qualquer documento mencio- nado no referido relatório. ARTIGO 21 O Conselho Econômico e Social poderá apresentar ocasionalmente à Assembléia-Geral relatórios que conte- nham recomendações de caráter geral bem como resumo das informações recebidas dos Estados Partes do presen- te Pacto e das agências especializadas sobre as medidas adotadas e o progresso realizado com a finalidade de as- segurar a observância geral dos direitos reconhecidos no presente Pacto. ARTIGO 22 O Conselho Econômico e Social poderá levar ao co- nhecimento de outros órgãos da Organização das Nações Unidas, de seus órgãos subsidiários e das agências espe- cializadas interessadas, às quais incumba a prestação de assistência técnica, quaisquer questões suscitadas nos relatórios mencionados nesta parte do presente Pacto que possam ajudar essas entidades a pronunciar-se, cada uma dentro de sua esfera de competência, sobre a conve- niência de medidas internacionais que possam contribuir para a implementação efetiva e progressiva do presente Pacto. ARTIGO 23 Os Estados Partes do presente Pacto concordam em que as medidas de ordem internacional destinada a tornar efetivos os direitos reconhecidos no referido Pacto inclu- em, sobretudo, a conclusão de convenções, a adoção de recomendações, a prestação de assistência técnica e a organização, em conjunto com os governos interessados, e no intuito de efetuar consultas e realizar estudos, de reuniões regionais e de reuniões técnicas. ARTIGO 24 Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento das disposições da Carta das Nações Unidas ou das constituições das agências especializadas, as quais definem as responsabilidades respectivas dos diversos órgãos da Organização das Na- ções Unidas e agências especializadas relativamente às matérias tratadas no presente Pacto. ARTIGO 25 Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada em detrimento do direito inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena e livremente suas riquezas e seus recursos naturais. PARTE V ARTIGO 26 1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos os Estados membros da Organização das Nações Unidas ou membros de qualquer de suas agências especializa- das, de todo Estado Parte do Estatuto da Corte internacio- nal de Justiça, bem como de qualquer outro Estado convi- dado pela Assembléia-Geral das Nações Unidas a torna- se Parte do presente Pacto. 2. O presente Pacto está sujeito à ratificação. Os ins- trumentos de ratificação serão depositados junto ao Secre- tário-Geral da Organização das Nações Unidas. 3. O presente Pacto está aberto à adesão de qualquer dos Estados mencionados no parágrafo 1 do presente artigo. 4. Far-se-á a adesão mediante depósito do instrumento de adesão junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. 5. O Secretário-Geral da Organização das Nações Uni- das informará todos os Estados que hajam assinado o presente Pacto ou a ele aderido, do depósito de cada ins- trumento de ratificação ou de adesão. ARTIGO 27 1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, junto ao Secretário-Geral da Organiza- ção das Nações Unidas, do trigésimo-quinto instrumento de ratificação ou de adesão. 2. Para os Estados que vierem a ratificar o presente Pacto ou a ele aderir após o depósito do trigésimo-quinto instrumento de ratificação ou de adesão, o presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito, pelo Estado em questão, de seu instrumento de ratificação ou de adesão. ARTIGO 28 Aplicar-se-ão as disposições do presente Pacto, sem qualquer limitação ou exceção, a todas as unidades cons- titutivas dos Estados Federativos. PÁG.11 ARTIGO 29 1. Qualquer Estado Parte do presente Pacto poderá propor emendas e depositá-las junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. O Secretário-Geral comunicará todas as propostas de emenda aos Estados Partes do presente Pacto, pedindo-lhes que o notifiquem se desejam que se convoque uma conferência dos Esta- dos Partes destinada a examinar as propostas e submetê- las à votação. Se pelo menos um terço dos Estados Par- tes se manifestar a favor da referida convocação, o Secre- tário-Geral convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Qualquer emenda ado- tada pela maioria dos Estados Partes presentes e votantes na conferência será submetida à aprovação da Assem- bléia-Geral das Nações Unidas. 2. Tais emendas entrarão em vigor quando aprovadas pela Assembléia-Geral das Nações Unidas e aceitas, em conformidade com seus respectivos procedimentos consti- tucionais, por uma maioria de dois terços dos Estados Partes no presente Pacto. 3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão obrigató- rias para os Estados Partes que as aceitaram, ao passo que os demais Estados Partes permanecem obrigatórios pelas disposições do presente Pacto e pelas emendas anteriores por eles aceitas. ARTIGO 30 Independentemente das notificações previstas no pa- rágrafo 5 do artigo 26, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas comunicará a todos os Estados men- cionados no parágrafo 1 do referido artigo: a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em conformidade com o artigo 26; b) a data de entrada em vigor do Pacto, nos termos do artigo 27, e a data de entrada em vigor de quaisquer emendas, nos termos do artigo 29. ARTIGO 31 1. O presente Pacto, cujos textos em chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será depositado nos arquivos da Organização das Nações Uni- das. 2. O Secretário-Geral da Organização das Nações Uni- das encaminhará cópias autenticadas do presente Pacto a todos os Estados mencionados no artigo 26. Em fé do quê, os abaixo-assinados, devidamente auto- rizados por seus respectivos Governos, assinaram o pre- sente Pacto, aberto à assinatura em Nova York, aos 19 dias no mês de dezembro do ano de mil novecentos e sessenta e seis. DECRETO Nº 592, DE 6 DE JULHO DE 1992. Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Considerando que o pacto ora promulgado entrou em vigor, para o Brasil, em 24 de abril de 1992, na forma de seu art. 49, § 2°, referido decreto aprovou o Pacto Interna- cional sobre Direitos Civis e Políticos em 1966. Conforme já exposto anteriormente, o pacto foi aprovado na mesma data que o Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Cul- turais. Trata-se de uma forma encontrada pela ONU que introduzir direitos previstos na DUDH (Declaração Univer- sal dos Direitos do Homem) nas legislações de cada País. A explicação para não mantê-los no mesmo pacto é o fato de que os direitos civis e políticos são de aplicabilida- de IMEDIATA, enquanto os sociais, econômicos e cultu- rais de aplicabilidade MEDIATA. A primeira parte do documento é constituída por ape- nas um artigo e é igual à do PIDESC. Refere-seao Direito à Autodeterminação. Na segunda parte fala-se de como os Estados aplica- rão o Pacto. Na terceira parte encontra-se o elenco dos direitos. Es- tes são os chamados "direitos de primeira geração", ou seja, as liberdades individuais e garantias procedimentais de acesso à justiça e participação política. Na quarta parte se prevê a instituição do Comité dos Direitos do Homem. Este foi formado no seio das Nações Unidas e faz uma avaliação periódica da aplicação do PIDCP a todos os estados membros do mesmo. Por último, na quinta parte, dispõe-se regras de inter- pretação e na sexta parte regras sobre a entrada em vigor e vinculação dos Estados. DECRETA: Art. 1° O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Po- líticos, apenso por cópia ao presente decreto, será execu- tado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua pu- blicação. Brasília, 06 de julho de 1992; 171° da Independência e 104° da República. FERNANDO COLLOR Celso Lafer PÁG.12 ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA O PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS/MRE PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS PARTE I ARTIGO 1 1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. 2. Para a consecução de seus objetivos, todos os po- vos podem dispor livremente se suas riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorren- tes da cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito Internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus meios de subsistência. 3. Os Estados Partes do presente Pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e res- peitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas. PARTE II ARTIGO 2 1. Os Estados Partes do presente pacto comprometem- se a respeitar e garantir a todos os indivíduos que se achem em seu território e que estejam sujeitos a sua juris- dição os direitos reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo. lín- gua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer condição. 2. Na ausência de medidas legislativas ou de outra na- tureza destinadas a tornar efetivos os direitos reconheci- dos no presente Pacto, os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a tomar as providências necessá- rias com vistas a adotá-las, levando em consideração seus respectivos procedimentos constitucionais e as disposi- ções do presente Pacto. 3. Os Estados Partes do presente Pacto comprome- tem-se a: a) Garantir que toda pessoa, cujos direitos e liberdades reconhecidos no presente Pacto tenham sido violados, possa de um recurso efetivo, mesmo que a violência tenha sido perpetra por pessoas que agiam no exercício de fun- ções oficiais; b) Garantir que toda pessoa que interpuser tal recurso terá seu direito determinado pela competente autoridade judicial, administrativa ou legislativa ou por qualquer outra autoridade competente prevista no ordenamento jurídico do Estado em questão; e a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; c) Garantir o cumprimento, pelas autoridades compe- tentes, de qualquer decisão que julgar procedente tal re- curso. ARTIGO 3 Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de todos os direitos civis e políticos enunciados no presente Pacto. ARTIGO 4 1. Quando situações excepcionais ameacem a existên- cia da nação e sejam proclamadas oficialmente, os Esta- dos Partes do presente Pacto podem adotar, na estrita medida exigida pela situação, medidas que suspendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas não sejam incompatíveis com as demais obriga- ções que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não acarretem discriminação alguma apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social. 2. A disposição precedente não autoriza qualquer sus- pensão dos artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 e 2) 11, 15, 16, e 18. 3. Os Estados Partes do presente Pacto que fizerem uso do direito de suspensão devem comunicar imediata- mente aos outros Estados Partes do presente Pacto, por intermédio do Secretário-Geral da Organização das Na- ções Unidas, as disposições que tenham suspendido, bem como os motivos de tal suspensão. Os Estados partes deverão fazer uma nova comunicação, igualmente por intermédio do Secretário-Geral da Organização das Na- ções Unidas, na data em que terminar tal suspensão. ARTIGO 5 1. Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar-se a quaisquer atividades ou praticar quaisquer atos que tenham por obje- tivo destruir os direitos ou liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor-lhe limitações mais amplas do que aquelas nele previstas. 2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer Estado Parte do presente Pacto em virtude de leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob pre- texto de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em menor grau. PARTE III ARTIGO 6 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Esse direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida. PÁG.13 2. Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta apenas nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vi- gente na época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições do presente Pacto, nem com a Convenção sobra a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio. Poder-se-á aplicar essa pena apenas em decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por tribunal competente. 3. Quando a privação da vida constituir crime de geno- cídio, entende-se que nenhuma disposição do presente artigo autorizará qualquer Estado Parte do presente Pacto a eximir-se, de modo algum, do cumprimento de qualquer das obrigações que tenham assumido em virtude das dis- posições da Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio. 4. Qualquer condenado à morte terá o direito de pedir indulto ou comutação da pena. A anistia, o indulto ou a comutação da pena poderá ser concedido em todos os casos. 5. A pena de morte não deverá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicada a mulheres em estado de gravidez. 6. Não se poderá invocar disposição alguma do presen- te artigo para retardar ou impedir a abolição da pena de morte por um Estado Parte do presente Pacto. ARTIGO 7 Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a experiências médias ou cientificas. ARTIGO 8 1. Ninguém poderá ser submetido á escravidão; a es- cravidão e o tráfico de escravos, em todos as suas formas, ficam proibidos. 2. Ninguém poderá ser submetido à servidão. 3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar traba- lhos forçados ou obrigatórios; b) A alínea a) do presente parágrafo não poderá ser in- terpretada no sentido de proibir, nos países em que certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos forçados, o cumprimento de uma pena de trabalhos forçados, imposta por um tribunal competente; c) Para os efeitosdo presente parágrafo, não serão considerados "trabalhos forçados ou obrigatórios": i) qualquer trabalho ou serviço, não previsto na alínea b) normalmente exigido de um individuo que tenha sido encarcerado em cumprimento de decisão judicial ou que, tendo sido objeto de tal decisão, ache-se em liberdade condicional; ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consciência, qual- quer serviço nacional que a lei venha a exigir daqueles que se oponham ao serviço militar por motivo de consci- ência; iii) qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que ameacem o bem-estar da comuni- dade; iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. ARTIGO 9 1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. Ninguém poderá ser preso ou encarcerado arbi- trariamente. Ninguém poderá ser privado de liberdade, salvo pelos motivos previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela estabelecidos. 2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informa- da das razões da prisão e notificada, sem demora, das acusações formuladas contra ela. 3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não deverá constituir a regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que assegurem o compareci- mento da pessoa em questão à audiência, a todos os atos do processo e, se necessário for, para a execução da sen- tença. 4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade por prisão ou encarceramento terá o direito de recorrer a um tribunal para que este decida sobre a legislação de seu encarceramento e ordene sua soltura, caso a prisão tenha sido ilegal. 5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramen- to ilegais terá direito à repartição. ARTIGO 10 1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa humana. 2. a) As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstâncias excepcionais, das pessoas con- denadas e receber tratamento distinto, condizente com sua condição de pessoa não-condenada. b) As pessoas processadas, jovens, deverão ser sepa- radas das adultas e julgadas o mais rápido possível. 3. O regime penitenciário consistirá num tratamento cu- jo objetivo principal seja a reforma e a reabilitação normal dos prisioneiros. Os delinqüentes juvenis deverão ser se- parados dos adultos e receber tratamento condizente com sua idade e condição jurídica. PÁG.14 ARTIGO 11 Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cum- prir com uma obrigação contratual. ARTIGO 12 1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado terá o direito de nele livremente circular e esco- lher sua residência. 2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive de seu próprio país. 3. os direitos supracitados não poderão em lei e no in- tuito de restrições, a menos que estejam previstas em lei e no intuito de proteger a segurança nacional e a ordem, a saúde ou a moral pública, bem como os direitos e liberda- des das demais pessoas, e que sejam compatíveis com os outros direitos reconhecidos no presente Pacto. 4. Ninguém poderá ser privado arbitrariamente do direi- to de entrar em seu próprio país. ARTIGO 13 Um estrangeiro que se ache legalmente no território de um Estado Parte do presente Pacto só poderá dele ser expulso em decorrência de decisão adotada em conformi- dade com a lei e, a menos que razões imperativas de se- gurança nacional a isso se oponham, terá a possibilidade de expor as razões que militem contra sua expulsão e de ter seu caso reexaminado pelas autoridades competentes, ou por uma ou varias pessoas especialmente designadas pelas referidas autoridades, e de fazer-se representar com esse objetivo. ARTIGO 14 1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as cortes de justiça. Toda pessoa terá o direito de ser ou- vida publicamente e com devidas garantias por um tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido por lei, na apuração de qualquer acusação de caráter penal formulada contra ela ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil. A imprensa e o público pode- rão ser excluídos de parte da totalidade de um julgamento, quer por motivo de moral pública, de ordem pública ou de segurança nacional em uma sociedade democrática, quer quando o interesse da vida privada das Partes o exija, que na medida em que isso seja estritamente necessário na opinião da justiça, em circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha a prejudicar os interesses da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida em matéria penal ou civil deverá torna-se pública, a menos que o inte- resse de menores exija procedimento oposto, ou processo diga respeito à controvérsia matrimoniais ou à tutela de menores. 2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. 3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualmente, a, pelo menos, as seguintes garantias: a) De ser informado, sem demora, numa língua que compreenda e de forma minuciosa, da natureza e dos motivos da acusação contra ela formulada; b) De dispor do tempo e dos meios necessários à pre- paração de sua defesa e a comunicar-se com defensor de sua escolha; c) De ser julgado sem dilações indevidas; d) De estar presente no julgamento e de defender-se pessoalmente ou por intermédio de defensor de sua esco- lha; de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que lhe assiste de tê-lo e, sempre que o interesse da justi- ça assim exija, de ter um defensor designado ex-offício gratuitamente, se não tiver meios para remunerá-lo; e) De interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e de obter o comparecimento eo interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas condições de que dispõem as de acusação; f) De ser assistida gratuitamente por um intérprete, ca- so não compreenda ou não fale a língua empregada du- rante o julgamento; g) De não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada. 4. O processo aplicável a jovens que não sejam maio- res nos termos da legislação penal em conta a idade dos menos e a importância de promover sua reintegração so- cial. 5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá di- reito de recorrer da sentença condenatória e da pena a uma instância superior, em conformidade com a lei. 6. Se uma sentença condenatória passada em julgado for posteriormente anulada ou se um indulto for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos que provem cabalmente a existência de erro judicial, a pessoa que sofreu a pena decorrente desse condenação deverá ser indenizada, de acordo com a lei, a menos que fique pro- vado que se lhe pode imputar, total ou parcialmente, a não revelação dos fatos desconhecidos em tempo útil. 7. Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absorvido ou condenado por senten- ça passada em julgado, em conformidade com a lei e os procedimentos penais de cada país. ARTIGO 15 1. ninguém poderá ser condenado por atos omissões que não constituam delito de acordo com o direito nacional ou internacional, no momento em que foram cometidos. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinqüente deverá dela beneficiar-se. PÁG.15 2. Nenhumadisposição do presente Pacto impedirá o julgamento ou a condenação de qualquer individuo por atos ou omissões que, momento em que forma cometidos, eram considerados delituosos de acordo com os princípios gerais de direito reconhecidos pela comunidade das na- ções. ARTIGO 16 Toda pessoa terá direito, em qualquer lugar, ao reco- nhecimento de sua personalidade jurídica. ARTIGO 17 1. Ninguém poderá ser objetivo de ingerências arbitrá- rias ou ilegais em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais às suas honra e reputação. 2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra es- sas ingerências ou ofensas. ARTIGO 18 1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito implicará a liber- dade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privada- mente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práti- cas e do ensino. 2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coerciti- vas que possam restringir sua liberdade de ter ou de ado- tar uma religião ou crença de sua escolha. 3. A liberdade de manifestar a própria religião ou cren- ça estará sujeita apenas à limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas. 4. Os Estados Partes do presente Pacto comprome- tem-se a respeitar a liberdade dos pais e, quando for o caso, dos tutores legais - de assegurar a educação religio- sa e moral dos filhos que esteja de acordo com suas pró- prias convicções. ARTIGO 19 1. ninguém poderá ser molestado por suas opiniões. 2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza, inde- pendentemente de considerações de fronteiras, verbal- mente ou por escrito, em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro meio de sua escolha. 3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do pre- sente artigo implicará deveres e responsabilidades espe- ciais. Consequentemente, poderá estar sujeito a certas restrições, que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para: a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas; b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral públicas. ARTIGO 20 1. Será proibida por lei qualquer propaganda em favor da guerra.0707 2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio naci- onal, racial ou religioso que constitua incitamento à discri- minação, à hostilidade ou a violência. ARTIGO 21 O direito de reunião pacifica será reconhecido. O exer- cício desse direito estará sujeito apenas às restrições pre- vistas em lei e que se façam necessárias, em uma socie- dade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem pública, ou para proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos e as liberdades das de- mais pessoas. ARTIGO 22 1. Toda pessoa terá o direito de associar-se livremente a outras, inclusive o direito de construir sindicatos e de a eles filiar-se, para a proteção de seus interesses. 2. O exercício desse direito estará sujeito apenas ás restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da seguran- ça nacional, da segurança e da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e li- berdades das demais pessoas. O presente artigo não im- pedirá que se submeta a restrições legais o exercício des- se direito por membros das forças armadas e da polícia. 3. Nenhuma das disposições do presente artigo permiti- rá que Estados Partes da Convenção de 1948 da Organi- zação Internacional do Trabalho, relativa à liberdade sindi- cal e à proteção do direito sindical, venham a adotar medi- das legislativas que restrinjam ou aplicar a lei de maneira a restringir as garantias previstas na referida Convenção. ARTIGO 23 1. A família é o elemento natural e fundamental da so- ciedade e terá o direito de ser protegida pela sociedade e pelo Estado. 2. Será reconhecido o direito do homem e da mulher de, em idade núbil, contrair casamento e constituir família. 3. Casamento algum será celebrado sem o consenti- mento livre e pleno dos futuros esposos. 4. Os Estados Partes do presente Pacto deverão ado- tar as medidas apropriadas para assegurar a igualdade de direitos e responsabilidades dos esposos quanto ao ca- samento, durante o mesmo e por ocasião de sua dissolu- ção. Em caso de dissolução, deverão adotar-se disposi- ções que assegurem a proteção necessária para os filhos. PÁG.16 ARTIGO 24 1. Toda criança terá direito, sem discriminação alguma por motivo de cor, sexo, língua, religião, origem nacional ou social, situação econômica ou nascimento, às medidas de proteção que a sua condição de menor requerer por parte de sua família, da sociedade e do Estado. 2. Toda criança deverá ser registrada imediatamente após seu nascimento e deverá receber um nome. 3. Toda criança terá o direito de adquirir uma nacionali- dade. ARTIGO 25 Todo cidadão terá o direito e a possibilidade, sem qual- quer das formas de discriminação mencionadas no artigo 2 e sem restrições infundadas: a) de participar da condução dos assuntos públicos, di- retamente ou por meio de representantes livremente esco- lhidos; b) de votar e de ser eleito em eleições periódicas, au- tênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a manifestação da vontade dos eleitores; c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país. ARTIGO 26 Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação alguma, a igual proteção da Lei. A este respeito, a lei deverá proibir qualquer forma de discrimina- ção e garantir a todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimen- to ou qualquer outra situação. ARTIGO 27 Nos Estados em que haja minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as pessoas pertencentes a essas minorias não poderão ser privadas do direito de ter, conjuntamente com outros membros de seu grupo, sua própria vida cultu- ral, de professar e praticar sua própria religião e usar sua própria língua. PARTE IV ARTIGO 28 1. Constituir-se-á um Comitê de Diretores Humanos (doravante denominado o "Comitê" no presente Pacto). O Comitê será composto de dezoito membros e desempe- nhará as funções descritas adiante. 2. O Comitê será integrado por nacionais dos Estados Partes do presente Pacto, os quais deverão ser pessoas de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direito humanos, levando-se em considera- ção a utilidade da participação de algumas pessoas com experiências jurídicas. 3. Os membros do Comitê serão eleitos e exercerão suas funções a título pessoal. ARTIGO 29 1. Os membros do Comitê serão eleitos em votação secreta dentre uma lista de pessoas que preencham os requisitos previstos no artigo 28 e indicados, com esse objetivo, pelos Estados Partes do presente Pacto. 2. Cada Estado Parte no presente Pacto poderá indicar duas pessoas. Essas pessoas deverão ser nacionais do Estado que as indicou. 3. A mesma pessoa poderá ser indicada mais de uma vez. ARTIGO 30 1. A primeira eleição realizar-se-á no máximo seis me- ses após a data de entrada em vigor do presente Pacto. 2. Ao menos quatro meses antes da data de cada elei- ção do Comitê, e desde que seja uma eleição para preen- cher
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