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Relatório 3 - Identificação de Staphylococcus

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Universidade Federal de Goiás
 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Departamento de biociências e tecnologia (debiotec) 
 ________________________________________________________
RELATÓRIO 3
AULA: Identificação de Staphylococcus
DISCIPLINA: Bacteriologia Humana
DATA: 17/09/2020 Turma: B01
ACADÊMICA: Vitória Carreiro de França Teixeira - 201801439
1. INTRODUÇÃO
As bactérias do gênero Staphylococcus se apresentam como células esféricas (cocos) gram-positivas com tamanhos entre 0,5 a 1,5 um. São identificadas 44 espécies e 24 subespécies, tendo 17 espécies isoladas e identificadas de amostras biológicas humanas. Podem ser encontradas isoladas, aos pares, em tétrades, cadeias curtas ou principalmente em cachos irregulares (estafilococos). Além disso, são imóveis, não formam esporos e têm como características serem anaeróbios facultativos e mesófilos (MURRAY, 2013).
Os estafilococos são capazes de colonizar praticamente todas os sítios humanos, o que lhe confere grande importância clínica e sanitária. Se destaca em seus mecanismos de virulência, que podem envolver diversas substâncias (toxinas e enzimas) e estruturas próprias. São espécies produtoras de catalase e coagulase, além de possuírem capacidade de hemólise, sendo a maioria do tipo beta-hemólise (MURRAY, 2013).
2. OBJETIVOS
Entender o procedimento de cultura e provas de identificação do gênero Staphylococcus, assim como seus possíveis resultados e desfechos diagnósticos.
3. METODOLOGIA 
O isolamento do gênero é feito pelo meio ágar manitol salgado (7,5% NaCl), um meio seletivo, pelas suas altas concentrações de sal, e diferencial, pois essas bactérias são capazes de fermentar o manitol. Permitindo, assim, a sua distinção nesse contexto pela presença da bactéria (indicando se conseguiu se reproduzir nessas condições) e coloração assumida (a depender se houve fermentação de manitol) (BARBOSA et al., 2020).
Dentre as provas bioquímicas, temos a prova da catalase, que consiste na verificação da capacidade de decomposição do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio pela bactéria. Sua realização é feita pingando uma gota de peróxido de hidrogênio sobre uma lâmina contendo amostra bacteriológica retirada da cultura prévia, observando-se em questão de segundos a formação ou não de bolhas esbranquiçadas na superfície da lâmina (BARBOSA et al., 2020).
Já a prova da coagulase avalia a presença da enzima e pode ser realizada de duas formas. Na verificação de coagulase conjugada, mistura-se a amostra em uma gota de soro fisiológico na superfície de uma lâmina, e em seguida é adicionada amostra de plasma, podendo ser observados grumos visíveis a olho nu. Já no caso da verificação de coagulase livre, é inserida amostra bacteriana em um tubo de vidro contendo cerca de 0,5 mL de plasma, realizada incubação a 37ºC por 4 horas e verificação da formação de coágulo. Nessa etapa, caso dê negativo (sem formação de coágulo), segue-se para o teste de resistência à novobiocina (tipo de antibiograma), que diferencia entre S. saprophyticus e S. epidermidis (BARBOSA et al., 2020).
Por fim, pode ser realizada a prova de DNAse, para fins comprobatórios, que consiste na inoculação da bactéria em um meio enriquecido com DNA, e após incubação, a verificação é feita pela administração de ácido clorídrico a 37%, revelando a presença ou não de halo hialino (BARBOSA et al., 2020).
4. RESULTADOS
O meio utilizado é seletivo e diferencial. Dessa forma, apenas bactérias com capacidade crescimento em alta pressão osmótica poderão ser observadas na cultura, como é o caso dos estafilococos. Além disso, é observada mudança de coloração do meio de avermelhado ou rosado para amarelo, isso porque a fermentação do manitol resulta em diminuição do pH do meio (acidificação), que é evidenciado pelo marcador de pH indicando cor amarelada e aspecto brilhante ou metálico (BARBOSA et al., 2020).
Na prova da catalase o que se observa é a formação de bolhas ou não na superfície da lâmina, evidenciando se há a conversão de peróxido de hidrogênio em água e oxigênio (conteúdo das bolhas). Caso haja a formação de bolhas, a bactéria é catalase positiva, e segue o processo com os demais testes para confirmação da espécie (BARBOSA et al., 2020).
Na prova de coagulase conjugada caso sejam observados grumos visíveis a olho nu, se trata de uma bactéria coagulase positiva. Assim como na prova de coagulase livre, se observado que o plasma sofreu coagulação ao verter levemente o tubo, se considera que a bactéria avaliada é coagulase positiva. Nessa etapa, se for positivo o diagnóstico é dado como Staphylococcus aureus, mas podem ser realizados mais testes comprobatórios. Se for negativo, é feito o teste de susceptibilidade à novobiocina, se for resistente, o diagnóstico é de Staphylococcus saprophyticus, se for sensível, se trata de Staphylococcus epidermidis (BARBOSA et al., 2020).
Na prova de DNAse, se houver formação de halo transparente ao redor de alguma das colônias cultivadas, é evidência de que a bactéria em questão foi capaz de degradar o DNA presente ao seu redor, se tratando de Staphylococcus aureus (capaz de produzir DNAse). Dessa forma, quando inserido o HCl, não haveria DNA ao seu redor para ser degradado. O restante do meio assume coloração esbranquiçada, em decorrência da degradação do ácido nucléico presente no meio pelo HCl (BARBOSA et al., 2020).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os métodos de diagnóstico para Staphylococcus sp atendem às principais necessidades de identificação de espécies do gênero de maior relevância sanitária e epidemiológica. Entretanto, o tempo necessário para cultura, principalmente, geralmente é extenso, podendo levar cerca de 2 dias para liberação do resultado, o que muitas vezes pode ser uma janela de agravação do quadro clínico do paciente sem início do tratamento adequado. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BARBOSA, Mônica Santiago Barbosa et al. Aulas práticas de Bacteriologia Humana. [e-book]. Goiânia : Gráfica UFG, 2020. 16 p. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/index.html. Acesso em 21 set. 2020.
2. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1694 p. ISBN 978‑85‑352‑7106‑5.

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