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2
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
 Bacharel em Engenharia de Petróleo
EDUARDO DA SILVA CERQUEIRA
ESTUDO DIRIGIDO
TÓPICOS ESPECIAIS 1 EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Impactos Ambientas: Conceitos Básicos, Donwstream e Upstream 
RIO DE JANEIRO
2020
Sumário
2	Conceitos Básicos	3
2.1	Poluição	3
2.2	Impactos ambientais	3
2.3	Passivo ambiental	4
2.4	Leis Ambientais quanto a poluidor-pagador e quanto a poluição por hidrocarbonetos	4
2.5	Poluição por hidrocarbonetos	7
3	Upstream	8
3.1	Impactos pela investigação	8
3.2	Impactos pela perfuração	11
3.3	Impactos pela produção	12
3.4	Contenção de passivos	13
3.5	Medidas SMS	14
3.5.1	Proteção ao Meio Ambiente	14
3.5.2	Equipamentos de Proteção Individual (EPI)	14
3.5.3	Nas atividades a bordo das unidades marítimas e embarcações:	15
3.5.4	Emissões atmosféricas	16
4	Downstream	16
4.1	Impacto pelo Transporte	16
4.2	Impacto pelo Refino	17
4.3	Impacto pela Petroquímica	30
4.4	Contenção de passivos	33
4.5	Medidas SMS	35
4.5.1	Proteção ao Meio Ambiente	35
4.5.2	Equipamentos de Proteção Individual (EPI)	35
4.5.3	Resolução CONAMA nº 001-a, de 23 de janeiro de 1986)	36
5	Conclusão	38
6	Bibliografia	39
Conceitos Básicos
Poluição
É a introdução de substâncias ou energia de forma acidental ou intencional no meio ambiente, com consequências negativas para os seres vivos. A poluição passou a ser mais intensa a partir da Revolução Industrial que culminou no aumento da industrialização e urbanização. Atualmente, é considerada um grave problema ambiental. No Brasil, a poluição é enquadrada como crime, através da Lei n.º 6.938/81 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), o qual se ocupa da Política Nacional do Meio Ambiente.
 Impactos ambientais
Segundo a resolução Conama Nº001 de janeiro de 1986, o impacto ambiental é definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. Analisando essa resolução, percebemos que qualquer atividade que o homem exerça no meio ambiente provocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, pode ser positivo ou não. Infelizmente, na grande maioria das vezes, os impactos são negativos, acarretando degradação e poluição do ambiente. Os impactos negativos no meio ambiente estão diretamente relacionados com o aumento crescente das áreas urbanas, o aumento de veículos automotivos, o uso irresponsável dos recursos, o consumo exagerado de bens materiais e a produção constante de lixo. Percebemos, portanto, que não apenas as grandes empresas afetam o meio, nós, com pequenas atitudes, provocamos impactos ambientais diariamente. Dentre os principais impactos ambientais negativos causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões, poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e destruição de habitats. Isso acarreta, consequentemente, o aumento do número de doenças na população e em outros seres vivos e afeta a qualidade de vida. Vale destacar que os impactos ambientais positivos, apesar de ocorrerem em menor quantidade, também acontecem. Ao construirmos uma área de proteção ambiental, recuperarmos áreas degradadas, limparmos lagos e promovermos campanhas de plantio de mudas, estamos também causando impacto no meio ambiente. Essas medidas, no entanto, provocam modificações e alteram a qualidade de vida dos humanos e de outros seres de uma maneira positiva.
1. 
 Passivo ambiental
É o conjunto de todas as obrigações que as empresas têm com a natureza e com a sociedade, destinado exclusivamente a promover investimentos em benefícios ao meio ambiente... Quando as empresas ou indústrias geram algum tipo de passivo ambiental, elas têm que gerar também investimentos para compensar os impactos causados à natureza, e esses investimentos têm que ser de iguais valores. Os passivos ambientais ficaram amplamente conhecidos pela conotação mais negativa, ou seja, as empresas que o possuem agrediram significativamente o meio ambiente e, dessa forma, pagaram vultosas quantias a título de indenização de terceiros, de multas e para a recuperação de áreas danificadas, embora possam também ser originários de atitudes ambientalmente responsáveis e provoquem a execução de medidas preventivas para evitar impactos ao meio ambiente, sendo que os consequentes efeitos econômico-financeiros dessas medidas é que geram o passivo ambiental.
Leis Ambientais quanto a poluidor-pagador e quanto a poluição por hidrocarbonetos
Os principais órgãos ambientais do Ministério do Meio Ambiente responsáveis pela proteção do meio ambiente são: Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Ambos fazem parte do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e são responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, conforme estatuído na Lei 6.938/81. Dentro da estrutura do SISNAMA, O CONAMA é um órgão consultivo e deliberativo e o IBAMA é um órgão executor. De acordo com o Inciso IV do art. 3º da Lei nº 6.938/81, o poluidor é toda “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.” Assim, todos que, através de uma ação ou omissão, direta ou indiretamente, permitam ou ocasionem dano ambiental estão sujeitos a serem responsabilizados. A responsabilidade civil por dano ambiental é objetiva, prescindindo, para sua aplicação, da prova de eventual culpa ou dolo do agente poluidor.
A citada Lei nº 6.938/81 assim prescreve no § 1º do seu art. 14:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.
Observa-se que a escolha pelo legislador da responsabilidade civil objetiva se justifica diante da natureza do direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A ver:
 “O meio ambiente, ecologicamente equilibrado, é direito de todos, protegido pela própria Constituição Federal, cujo art. 225 o considera "bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida". (...) Além das medidas protetivas e preservativas previstas no § 1º, incs. I-VII do art. 225 da Constituição Federal, em seu § 3º ela trata da responsabilidade penal, administrativa e civil dos causadores de dano ao meio ambiente, ao dispor:
 "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados". Neste ponto a Constituição recepcionou o já citado art. 14, § 1º da Lei n. 6.938/81, que estabeleceu responsabilidade objetiva para os causadores de dano ao meio ambiente, nos seguintes termos: "sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade." " [grifos nossos] (Sergio Cavalieri Filho, in "Programa de Responsabilidade Civil")”
Além de objetiva e calcada na teoria do risco integral, a responsabilidade civil na esfera ambiental é também solidária, ou seja, todos os poluidores – responsáveis diretos ou indiretos pelo dano causado ao meio ambiente – responderão solidariamente, de forma que a obrigação de reparar/indenizar o dano ambiental pode ser reclamada de qualquer dos poluidores, como ensina a doutrina:
“Ressalte-se que, mesmo na existência de múltiplos agentes responsáveis pelo dano ambiental, não é obrigatória a formação do litisconsórcio(pluralidade de partes no processo judicial). Isso porque a responsabilidade entre eles pela reparação integral do dano causado ao meio ambiente é solidária, o que possibilita que se acione qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto.” 
Assim, sempre que uma ação ou omissão implicar dano ao meio ambiente, os agentes poluidores serão responsáveis por reparar e/ou indenizar o dano gerado, ainda que não tenham agido com culpa ou dolo, sendo necessário para tanto que a prova do nexo causal entre o ato ou omissão e o dano ocorrido.
O poluidor também poderá ser responsabilizado administrativamente pelos danos causados ao meio ambiente. Tal responsabilidade decorre sempre do descumprimento de uma norma e a sua consequência é a aplicação de uma sanção ou multa administrativa pelos órgãos ambientais, nos termos do art. 70 da Lei nº 9.605/98:
· Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
A finalidade da responsabilidade administrativa não se limita a recuperação do dano ocorrido tal como a responsabilidade civil, mas almeja especialmente coibir condutas potencialmente danosas ao meio ambiente. As modalidades das sanções administrativas estão previstas no art. 72 da citada Lei nº 9.605/98 e o agente autuante lavrará o auto de infração, indicando as sanções aplicáveis de acordo com a gravidade dos fatos, os antecedentes do infrator e a sua situação econômica. Acrescente-se que, no ordenamento jurídico brasileiro, o poder de polícia ambiental é dever dos órgãos públicos conforme dispõe o art. 225 da CF/88, de modo que qualquer um deles, seja da esfera municipal, estadual ou federal, tomando ciência da infração, podem autuar o agente poluidor. Desse modo, quem desobedece a normas legais e regulamentares de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente incorre em infração ambiental, estando sujeito às sanções administrativas previstas na legislação. Ao lado da responsabilidade civil e administrativa, o agente poluidor também está sujeito à responsabilidade penal pelas condutas lesivas ao meio ambiente previstas como crime.
A Lei nº 9.605/98, que trata dos crimes ambientais, prescreve como responsável penal não apenas aquele como comete a conduta prevista no tipo penal, mas todo aquele que concorre para a prática da citada conduta, verbais:
· Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Observa-se da leitura do dispositivo legal que, ao contrário da responsabilidade civil, para a responsabilização penal é imprescindível a comprovação da culpa ou do dolo. Em relação aos diretores, gerentes, administradores e membros do conselho, a lei também exige, para que sejam pessoalmente responsabilizados, que tenham tido ciência da existência da conduta criminosa e nada fizeram para impedir a sua prática. Importante destacar que o ordenamento jurídico brasileiro, bem como os Tribunais pátrios admitem a responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais, na esteira do art. 3º da Lei nº 9.605/98:
· Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Contudo, tal responsabilização somente é admitida quando a pessoa física que atua em seu nome também tenha sido implicada na denúncia com a comprovação do nexo causal entre a sua condição de dirigente e as imputações a ele atribuídas. Caso não haja a comprovação do nexo, a denúncia é inepta tanto com relação ao dirigente como à pessoa jurídica. Segundo a doutrina, trata-se da teoria da dupla imputação. Diante do exposto, concluiu-se que um único dano ambiental pode implicar na responsabilidade do poluidor nas esferas civil, administrativa e penal. Já na poluição por hidrocarbonetos o Art. 1º A Lei nº 10.636, de 30 de dezembro, de 2002, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo 4º-A: (....)
· Art. 4o Os projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás a serem contemplados com recursos da Cide, conforme estabelece a alínea "b" do inciso II do § 4o do art. 177 da Constituição Federal, serão administrados pelo Ministério do Meio Ambiente e abrangerão:
o monitoramento, controle e fiscalização de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
o desenvolvimento de planos de contingência locais e regionais para situações de emergência;
o desenvolvimento de estudos de avaliação e diagnóstico e de ações de educação ambiental em áreas ecologicamente sensíveis ou passíveis de impacto ambiental;
O apoio ao desenvolvimento de instrumentos de planejamento e proteção de unidades de conservação costeiras, marinhas e de águas interiores;
O fomento a projetos voltados para a preservação, revitalização e recuperação ambiental em áreas degradadas pelas atividades relacionadas à indústria de petróleo e de seus derivados e do gás e seus derivados;
O fomento a projetos voltados à gestão, preservação e recuperação das florestas e dos recursos genéticos em áreas de influência de atividades relacionadas à indústria de petróleo e de seus derivados e do gás e seus derivados.
O fomento a projetos voltados à produção de biocombustíveis, com foco na redução dos poluentes relacionados com a indústria de petróleo, gás natural e seus derivados.
Para o cumprimento do disposto no inciso II do art. 4º, fica criado o Fundo para a Reparação de Danos Ambientais Causados por Poluição por Hidrocarbonetos, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, destinado a implementar ações urgentes para a recuperação de danos ambientais causados por poluição por hidrocarbonetos.
 § 1º O Fundo para a Reparação de Danos Ambientais Causados por Poluição por Hidrocarbonetos é um fundo contábil, de natureza financeira, ao qual se aplica a norma contida no art. 73 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, e que observará, em suas programações orçamentárias, diretrizes aprovadas pelo Ministério do Meio Ambiente.
Poluição por hidrocarbonetos
O petróleo pode ser liberado no ambiente como resultado de uma série de eventos, tais como acidentes com navios-petroleiros, acidentes nas plataformas de petróleo e lançamento de água utilizada para lavagem de tanques onde o petróleo é armazenado. Ao ser derramado no meio ambiente, o petróleo desencadeia uma série de prejuízos para o ecossistema, causando alterações químicas e físicas no ambiente, além, é claro, de prejudicar a vida existente naquele local. Ao cair no ambiente marinho, por exemplo, o petróleo impede a passagem de luz. Isso afeta de maneira imediata o fitoplâncton, organismos fotossintetizantes e que, portanto, necessitam de luminosidade. Com a redução do fitoplâncton, o zooplâncton, que se alimenta desses organismos, acaba tendo sua reserva de alimento reduzida. Desse modo, o petróleo afeta de maneira negativa toda a cadeia alimentar. Não somente o ambiente aquático é atingido pelo petróleo, as áreas de manguezais também podem sofrer com essa poluição. Nesses ecossistemas, o óleo impregna no sistema radicular das plantas que ali vivem, impedindo, desse modo, a absorção de nutrientes e oxigênio. Além disso, como a região é amplamente utilizada para a reprodução de algumas espécies, essas podem também ser afetadas. Esse é o caso de uma grande variedade de espécies de caranguejos. Os animais aquáticos, tais como peixes e tartarugas, podem também morrer em consequência do derramamento de petróleo. Eles podem intoxicar-se com o petróleo, morrer por asfixia ou até mesmo ficarem presos no óleo. As intoxicaçõessão responsáveis por comprometer, por exemplo, o sistema nervoso e o sistema excretor desses animais. Não podemos esquecer as aves marinhas, as quais retiram seu alimento desses ambientes. Quando cobertas de óleo, essas aves simplesmente não conseguem voar ou nadar. Além disso, a presença de óleo em seus corpos pode desencadear um desequilíbrio térmico, matando esses animais de frio ou calor a depender do clima da região. A poluição do ambiente por petróleo prejudica também o homem, já que o turismo pode diminuir, além de a atividade pesqueira também ser afetada. Desse modo, a poluição por petróleo causa prejuízos diretos à população dessas regiões.
As principais consequências da poluição por petróleo lhe dão através de: 
· Formação de uma barreira que impede a passagem de luz e a consequente realização de fotossíntese;
· Animais podem intoxicar-se, morrer por asfixia, ter seu equilíbrio térmico alterado ou ficarem presos no óleo;
· O óleo, quando atinge os manguezais, afeta as plantas que ali vivem, bem como os animais que ali se reproduzem;
· A poluição por petróleo causa problemas financeiros para população da região atingida, pois prejudica o turismo e atividades econômicos;
Upstream
Impactos pela investigação
A pesquisa sísmica marítima é uma etapa fundamental na exploração de jazidas de óleo e gás natural. No entanto, existe muita polêmica sobre os impactos ambientais que a tecnologia pode gerar no ambiente marinho, em uma discussão pouco embasada cientificamente. A conclusão sugere que, embora grande parte dos impactos ainda não esteja completamente dimensionada, há um consenso em relação à ausência de impactos agudos – como morte ou incapacitação – na macrofauna. Os impactos de caráter comportamental, como evasão ou fuga, são de difícil mensuração e, portanto, não permitem o estabelecimento da significância biológica para os indivíduos e populações afetadas. A interferência com a atividade pesqueira é significativa em águas rasas e próximas da costa, em áreas onde predomina a pesca artesanal de baixa mobilidade, por conta da restrição de acesso aos pesqueiros tradicionais. O Brasil encontra-se em posição privilegiada para a produção de conhecimento sobre o assunto, contando com alguns grupos de pesquisa devidamente capacitados para a condução de experimentos com espécies e ecossistemas brasileiros. Bem, alguns impactos vêm através do navio sísmico, como todo navio de grande porte, produz diversos ruídos no ambiente marinho em seu navegar. O principal ruído produzido nesse caso é gerado pelo funcionamento das enormes hélices que fornecem a propulsão da embarcação. Trata-se de um ruído de baixa freqüência, alcançando 50 Hz em seu limite superior de emissão (Gordon et al., op.cit.). 
Gausland (2003) afirma que os superpetroleiros podem produzir ruídos de até 180 dB re 1μPa/Hz a 1 metro da fonte. 
Existem também possiveis impactos gerados pela emissão sonora da navegação de navios que são de difícil aferição, embora seja possível imaginar que animais com boa capacidade de natação se afastem da proximidade de um grande e barulhento objeto em mar aberto. A exceção se faz por conta de algumas espécies de cetáceos que se aproximam de embarcações em movimento para executar o chamado bowriding – pequenos saltos sucessivos junto à proa. Não se sabe ao certo o motivo deste comportamento, bastante comum em certos grupos de golfinhos, mas existem diversos relatos de bowriding durante a operação de sísmica. Isto sugere que, de alguma forma, os benefícios advindos do bowriding são maiores que os impactos negativos associados à presença do navio na área (Gordon et al., op.cit.). Os navios sísmicos emitem também sons relacionados ao sistema de posicionamento acústico dos elementos do arranjo de canhões de ar e de cabos sismográficos. Nesse caso, são emitidos sons de alta freqüência, entre 50 e 100 kHz (Gulland e Walker, 1998), em geral fora da capacidade auditiva presumida para mamíferos marinhos.
De toda forma, não parece ser um aspecto relevante isoladamente em operações de sísmica. Talvez em áreas de grande atividade petrolífera, onde o ambiente marinho já possui bastante poluição sonora, este impacto ganhe relevância, mas teríamos que abordar todo o tráfego de embarcações na área. Neste processe, existe a emissão sonora dos canhões de ar, sendo que o arrano de canhão de ar tem a função produzir som. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), a definição técnica para som é: vibração que se propaga num meio elástico com uma freqüência que compreende a região entre 20 e 20.000 hertz, capaz de ser percebida pelo sistema auditivo humano. Esse tipo de propagação de energia envolve a movimentação de partículas para frente e para trás, gerando variações de pressão no meio e produzindo zonas de compressão e rarefação da matéria (figura 1). Essas variações de pressão implicam numa freqüência – a taxa com que a pressão varia no tempo - e numa amplitude – qual o tamanho do deslocamento das partículas.
 Figura 1 – Exemplo de geração de energia sonora: um alto falante (site fisica.net)
A energia sonora liberada pelos canhões de ar pode interagir com os animais marinhos de diversas formas, dependendo do nível de energia sonora (amplitude) recebida e de outras características do pulso sonoro, como tempo de subida e descida do sinal (rise/decay time). A utilização de explosivos para a chamada “pesca com bomba” no Brasil é um exemplo de como a propagação da frente de onda acústica pode ser letal. Nesta prática predatória, a detonação de dinamite gera um pulso acústico de alta amplitude e que possui um tempo de subida do sinal muito rápido. Em outras palavras, isto quer dizer que as moléculas do meio de propagação são submetidas a um deslocamento de grande amplitude em um curto espaço de tempo. Quando essa onda de choque encontra os animais, provoca danos irreversíveis nos tecidos mais sensíveis, levando à morte. Além disso, possui metódos de lançamentos de substância no mar, que também é um grande causador para o impacto ambiental se não houver um correto gerênciamento de sua destinação. Grande parte dos efluentes e resíduos gerados em um navio sísmico são rigorosamente os mesmos de qualquer outro navio de mesmo porte, como por exemplo, efluentes sanitários domésticos e resíduos provenientes da oficina mecânica de manutenção das engrenagens do navio. Esse aspectos potencializa sim a poluição ambiental. Outro aspecto que devemos observar é a possibilidade de rompimento do invólucro de cabos sísmicos e conseqüente vazamento de fluido de flutuação. Outro fator a ser considerado nesta discussão é a possibilidade de vazamento de óleo combustível (geralmente Diesel) durante operações de abastecimento em alto-mar. Relativamente comuns, as transferências de combustível em alto-mar são mais arriscadas do que as operações portuárias de transferência por uma série de motivos, mas principalmente pelo movimento constante de ambas embarcações – o navio sísmico e o barco de apoio que fornecerá o combustível (MMS, 2004).
Impactos pela perfuração
A poluição está quase sempre relacionada às atividades de exploração, principalmente associada a vazamentos de óleo com alteração nos ecossistemas, costeiros e terrestres. Estes impactos ambientais são gerados devido ao processo de industrialização e urbanização.
A exploração de petróleo é uma atividade que pode ocasionar danos graves ao meio ambiente, tanto nas instalações de operação normal, quanto será causa de acidentes e falhas, ocasionando impactos ambientais sobre os meios físicos, bióticos e socioeconômicos. 
De acordo com a definição legal brasileira impacto é:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria e energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
 
· a saúde;
· a segurança e o bem-estar da população; 
· as atividades sociais e econômicas; 
· a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
· a qualidade dos recursosnaturais (RESOLUÇÃO CONAMA nº 01/86, art. 1º)
Os efeitos ambientais causados pela perfuração offshore são basicamente relacionados à poluição gerada por equipamentos com material sem qualidade e com falhas de manutenção. Os derramamentos de petróleo em torno de plataformas são comuns, especialmente no fundo do mar, onde a perfuração pode estimular o escoamento de metais pesados com consequente poluição ambiental. Algumas entidades não governamentais e ambientalistas acreditam que a perfuração offshore de petróleo perturba e compromete a vida marinha, embora, ironicamente, as plataformas também forneçam abrigo para aves marinhas e peixes como, por exemplo: golfinhos, tubarões, peixes de espécie rara de ser encontrada, entre outros tipos de espécies. Contudo a degradação do meio ambiente marinho pode resultar de várias fontes, tais como as de origem terrestre, que contribuem com 70% da poluição marinha e as atividades de transporte marítimo e descarga no mar que contribuem com 10% cada uma. Entretanto, a magnitude dessas interações, é viável de acordo com a maior ou menor extensão das bacias hidrográficas, coletoras de sedimentos e de resíduos poluentes das vastas áreas. Os efeitos causados por uma unidade de exploração de petróleo é de grande extensão como, por exemplo: mudanças ecológicas resultantes de um derramamento com mudanças físicas e químicas no habitat, no crescimento fisiológico e comportamento de organismos individuais ou espécies e destruição ou modificação de comunidades inteiras de organismos através de efeitos combinados de toxicidade e sufocamento. 
Impactos pela perfuração – Derramamento de Óleo no ambiente.
As atividades de exploração, perfuração e produção são inerentemente invasivas ao meio ambiente, podendo afetar negativamente os ecossistemas, a cultura local e a saúde humana, e as alterações físicas do meio ambiente podem, muitas vezes, ser maiores do que aquelas decorrentes de um grande derramamento de óleo. Os principais impactos potenciais são a destruição de ecossistemas, a contaminação química da atmosfera e da água, os danos de longo prazo a populações animais (particularmente a pássaros migratórios e mamíferos marinhos), os riscos para a saúde e para a segurança de trabalhadores e o deslocamento de comunidades locais e/ou indígenas. Os resultados dos derramamentos de petróleo emitem danos imediatos e de longo prazo ambiental. Muitos desses danos causam ao meio ambiente consequências drásticas, pois o vazamento e óleo podem durar décadas após o derramamento. A gravidade dos danos ambientais causados por um derrame de óleo em particular depende de muitos fatores, incluindo a quantidade do petróleo derramado, o tipo e peso do óleo, a localização do vazamento, as espécies de animais selvagens na área, a temporização ou ciclos de reprodução e as migrações sazonais, e até mesmo o clima no mar durante e imediatamente após o derramamento de óleo.
Impactos pela produção
A produção de petróleo é uma etapa da indústria petrolífera composta pela união de fases, as quais compreendem desde os estudos e testes necessários para a obtenção do óleo bruto, até a transformação do mesmo em seus produtos finais, como querosene, óleo diesel e gasolina.
Os impactos causados pela produção vão desencadear processos que geram gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global.
Da mesma forma, com o uso de seus derivados (como a gasolina), também contribui para a poluição, pois, com sua combustão, são gerados gases nocivos, como dióxido de carbono, óxido de nitrogênio e monóxido de carbono. 
Isso também acontece com o diesel, também conhecido como diesel. Um relatório do Instituto Paul Scherrer (Suíça) revelou que os carros que usam esse derivado como fonte de energia emitem mais óxido de nitrogênio – causando chuva e fumaça ácidas – do que aqueles consumidores de gasolina.
Além de causar danos ao solo Agroquímicos derivados de petróleo incluem fertilizantes inorgânicos e pesticidas. O uso excessivo desses produtos químicos tem efeitos sérios no ambiente que podem ser imediatos ou a longo prazo (Bhandari, 2014). Apenas 0,1% dos inseticidas aplicados atingem as pragas, enquanto o restante é disperso no ambiente, contaminando o solo, a água e afetando os seres vivos. (Torres e Capote, 2004).
Atualmente, considera-se que dos 6 milhões de agroquímicos potencialmente tóxicos para o ser humano, aproximadamente 100 mil têm efeitos carcinogênicos e apenas 10% deles conhecem seus efeitos a médio prazo na saúde (Riccioppo, 2011).
A poluição da terra também ocorre nos processos de extração de petróleo. 
O Canadá é um dos países com mais reservas no mundo, mas o problema é que essas reservas não são convencionais, pois o petróleo é dissolvido nas areias petrolíferas.
O processo canadense de extração e refino requer a implementação de mineração a céu aberto e grandes quantidades de água para separar o óleo da areia, o que implica a remoção da vegetação, o uso de quantidades significativas de água e a poluição muito alta. alta das bacias hidrológicas.
Contenção de passivos 
Quando ocorre um derramamento de óleo no mar, o vento, as ondas e o movimento das águas podem espalhar essa substância em minutos. Por isso, a primeira ação a ser tomada é a contenção física da mancha, tanto perto do vazamento quanto ao longo da sua trajetória estimada, protegendo áreas vulneráveis e evitando que ela seja levada para outros lugares, o que poderia tornar o desastre ainda maior.
Tipos de contenção
Atualmente existe uma grande variedade de modelos, formas, tamanhos e materiais para essas barreiras. Elas podem ser feitas sob medida para a empresa, considerando os cálculos feitos para o seu plano de ação de emergência. Vamos conhecer algumas das maneiras de utilizar as barreiras de contenção:
· Contenção e concentração
Esse tipo de barreira pode ser feito na configuração mais adequada ao tamanho e localização da mancha, sendo comum serem feitas em U, V ou em J. Contam com a ajuda de uma ou mais embarcações com o intuito de conter e concentrar em apenas um ponto o óleo a ser recolhido ou absorvido.
· Desvio de manchas
As barreiras de desvio geralmente são utilizadas em locais de preservação ou próximos ao convívio de pessoas como rios ou linhas de praia. Elas são utilizadas para conduzir a mancha de petróleo ou derivados, para locais mais adequados para a absorção.
· Proteção
As barreiras de proteção podem ser ao mesmo tempo de contenção e de absorção e são posicionadas estrategicamente para defender áreas que não podem ser afetadas por contaminação e possuem importância ambiental, social ou econômica prioritárias, como pontos de captação de água para abastecimentos, tanques de aquicultura, marinas, portos e áreas de concentração de animais silvestres.
· Prevenção
As barreiras de prevenção são colocadas preventivamente em locais de alto risco, como ao redor de embarcações e plataformas em atividade de carga, descarga e manutenção e em ambientes portuários.
Medidas SMS 
Proteção ao Meio Ambiente
I. Nenhuma substância sólida, semi-sólida, líquida, gasosa ou de vapor deve ser descartada, sem prévia análise de suas consequências e impactos ao Meio Ambiente e sem autorização da Fiscalização. 
II. Correrá por conta da EMPRESA ARREMATANTE o transporte e disposição final dos resíduos oleosos, bem como, indenização de todos os custos e serviços necessários para recuperação do meio ambiente, decorrente de impactos indesejados causados pela EMPRESA ARREMATANTE, devido a dolo ou culpa desta ou de seus empregados ou subempresa arrematante(s). 
III. No caso de transporte e coleta Óleos Lubrificantes Exaustos, deverão ser atendidos o Decreto 96.044/88, a Portaria do Ministério dos Transportes 204/97, alterada pelas Portarias 409/97 e 101/98, Portaria DPC 17/98 - NORMAN 01 e Portaria ANP 127/99 e seus anexos. 
IV. No caso de transporte de carga ou pessoal através de veículos movidos a óleo diesel, a EMPRESA ARREMATANTE deverá observar o disposto nas Portarias IBAMA Nº. 85, de 17/10/1996 e MINTER Nº.100, de 14/07/1980.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
I. A EMPRESA ARREMATANTE tem a responsabilidade e obrigação pelo fornecimento de EPI gratuitamente aos seus empregados, em conformidade com a NR-6. 
II. A seleção e especificação técnica dos EPI devem ser definidas pela PETROBRAS em função da avaliação dos riscos inerentes aos serviços contratados, devendo ser eficaz e eficiente para garantir a preservação da saúde dos trabalhadores dos riscos do ambiente de trabalho em que os mesmos serão desenvolvidos e dos níveis a que poderão estar expostos. 
III. Para os capacetes não será permitido o uso e fornecimento de carneiras fabricadas em plástico rígido; 
IV. As máscaras de fuga deverão possuir filtros contra vapores de amônia. 4.1.2.1. Constatada a falta ou o uso inadequado de EPI, cabe à EMPRESA ARREMATANTE corrigir tal não conformidade imediatamente ou retirar o empregado da exposição aos agentes agressivos, até que seja suprida a falta ou adotada a prática de uso adequado. 
V. A EMPRESA ARREMATANTE deve sinalizar, quando aplicável e em conformidade com a legislação, os locais e áreas de risco onde serão executados os serviços contratados, indicando a obrigatoriedade de uso e o ANEXO IV (LEILÃO Nº. 1123.004/2015) PETROBRAS/FAFEN-SE - Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe Rodovia SE 211 km 1 – Pedra Branca CEP 49170-000 – Laranjeiras – Sergipe. tipo adequado de EPI a ser utilizado. 4.1.2.3. A PETROBRAS somente fornecerá EPI nos casos especificados no contrato. Os EPI fornecidos pela PETROBRAS devem ser devolvidos em bom estado desconservação e higienizados. Em caso de não devolução ou de danos, a EMPRESA ARREMATANTE deve ressarcir à PETROBRAS pelo valor atualizado de um equipamento novo, acrescido da taxa de 20% (vinte por cento) a título de custos administrativos.
Nas atividades a bordo das unidades marítimas e embarcações:
· III.1.1 – Equipamentos 
As embarcações e unidades marítimas devem ter os equipamentos necessários ao cumprimento das diretrizes presentes nesta Nota Técnica, conforme as exigências para cada uma das categorias estabelecidas no item II.1. (NOTA TÉCNICA CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/11)
· III.1.2 - Acondicionamento e armazenamento a bordo de resíduos sólidos e efluentes líquidos 
Durante o armazenamento a bordo, os efluentes líquidos e resíduos sólidos perigosos devem ser acondicionados em recipientes que resistam ao material poluente. Deve-se primar para que os recipientes estejam posicionados de forma que seu conteúdo não venha a constituir riscos à tripulação e visitantes, bem como ao ambiente marinho. Deve-se cuidar, também, para que os resíduos recicláveis não sejam contaminados por óleo e/ou produtos químicos. Para os resíduos sólidos, devem ser instalados coletores para promover e facilitar a separação desses resíduos pela tripulação. Os coletores devem ser posicionados em locais de fácil acesso e distribuídos de forma a contemplar os diversos pontos de geração. Cada coletor deve apresentar a cor correspondente ao tipo de resíduo que nele deve estar contido, de acordo com o código de cores preconizado na Resolução CONAMA no 275/2001. Além da cor, cada coletor deve ter a identificação do tipo de resíduo, escrito em língua portuguesa. Quando couber, deve ser usada, nessa identificação, além da língua portuguesa, língua estrangeira condizente com a compreensão dos estrangeiros. Caso o coletor contenha saco plástico, onde o resíduo é colocado para o futuro transporte e desembarque, o saco plástico a ser utilizado deve ser, ou transparente, ou da cor correspondente ao respectivo coletor.
Emissões atmosféricas 
Deve ser realizado, para cada unidade marítima de Perfuração e para cada unidade marítima de Produção & Escoamento, o inventário semestral de emissões atmosféricas, com base nos diversos tipos de consumo e na geração dos diferentes tipos de gases, obtendo-se os resultados via aplicação de modelos matemáticos reconhecidos. Os valores obtidos desses modelos, portanto, são estimados.
Todas as unidades e embarcações devem proceder à segregação de resíduos, independentemente da existência de metas de redução de geração e de disposição final. O acondicionamento de resíduos infecto-contagiosos perfuro-cortantes deve ser realizado em embalagens específicas para este fim (ex: caixas descarpak). O acondicionamento de lâmpadas fluorescentes usadas, para posterior descarte, deve se dar em recipientes que proporcionem segurança para quem manuseia e que não representem risco de contaminação ao meio ambiente. (NOTA TÉCNICA CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/11).
Downstream 
Impacto pelo Transporte
O risco potencial de uma atividade pode ser definido como uma resultante da combinação entre o evento, a probabilidade de ocorrência e as possíveis consequências. Por mais que seja feito todo um esforço na tentativa de exclusão dos riscos de determinada atividade, há sempre uma parcela que não é eliminada, caracterizando, assim, um resíduo do risco. A quantificação dos níveis de risco do transporte marítimo pode ser estimada com base nas estatísticas de acidentes que permitem a identificação da evolução dos níveis de segurança na atividade global, da diferenciação da segurança nos diversos tipos de navios, tamanho dos navios, idade etc (ARAÚJO, 2002).
Dentre os riscos inerentes ao transporte de petróleo e derivados via navegação marítima encontram-se os acidentes com derrame para o mar. As consequências advindas dos riscos desta atividade são maiores em decorrência do volume e tipos de cargas transportadas. As rotas as quais os navios percorrem apresentam trechos que são considerados de maior risco, tais como o canal de entrada de um porto, os canais de navegação, os fundeadouros, as áreas de exploração de petróleo, etc. Acidentes podem ocorrer durante a navegação (zonas exteriores) e/ou nas áreas internas dos terminais (zonas interiores). 
O grau de probabilidade de um derrame pode ser determinado conhecendo-se, para tal, variantes que fazem com que o mesmo esteja alternando entre reduzido e elevado. Alguns agentes influenciadores podem ser listados: tipo e propriedade dos hidrocarbonetos, quantidade, periodicidade e meios de movimentação dos hidrocarbonetos, medidas regulamentares relativas à proteção e combate a derrames acidentais, manutenção e estado de conservação das embarcações e equipamentos e graus de formação e treino do pessoal dos navios (FRONAPE, 2002). As consequências dos derrames variam de muito reduzidas a muito graves em função dos danos à fauna e flora marinhas, do perigo à saúde humana e da utilização das águas e suas margens nas atividades industriais e de lazer (BRASIL MARíTIMO, 2002).
Impacto pelo Refino
No entanto os poluentes gerados nas unidades de processo das refinarias, são modestos frente à poluição total gerada pelo consumo dos produtos derivados do petróleo, seja pelo consumo para o transporte, para a manufatura de produtos químicos, para a geração de energia elétrica ou para usos comerciais. Entretanto, não é objetivo deste trabalho a discussão da poluição que é gerada pelo consumo dos derivados de petróleo, independente dos usos a que serão destinados. Objetiva-se, apenas, a caracterização de todas as consequências que a atividade de refinar petróleo traz para o meio ambiente. As emissões atmosféricas provenientes das refinarias incluem emissões fugitivas dos compostos voláteis presentes no óleo cru e nas suas frações, as emissões geradas pela queima de combustíveis nos aquecedores de processo e nas caldeiras, e as emissões das unidades de processo propriamente ditas. As emissões fugitivas ocorrem em toda a refinaria e escapam das centenas de fontes potenciais dessas emissões, que compreendem válvulas, bombas, tanques, válvulas de alívio, flanges e etc. Ainda que os vazamentos sejam normalmente pequenos, o somatório de todas as emissões fugitivas de uma refinaria pode ser uma das maiores fontes de emissões da mesma. Os numerosos aquecedores de processo usados nas refinarias de petróleo para aquecer as correntes de processo ou gerarvapor (caldeiras) para aquecimento ou retificação com vapor, podem ser fontes potenciais de emissões de CO, SOx, NOx, material particulado e de hidrocarbonetos. Quando operadas apropriadamente e quando queimam combustíveis limpos, tais como gás de refinaria, óleo combustível ou gás natural, tais emissões são relativamente baixas. Se, no entanto, a combustão não for completa ou se os aquecedores estiverem sujos com piche ou outros resíduos, tais emissões podem se tornar significativas. Outras fontes de emissão provêm da regeneração periódica dos catalisadores de processo. A regeneração dos catalisadores gera correntes gasosas que podem conter monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos voláteis. Muitas refinarias liberam, não intencionalmente, hidrocarbonetos líquidos no solo ou mesmo em águas superficiais. Em algumas refinarias, a contaminação do solo migra, escoando para águas superficiais próximas. Tal problema, dependendo dos volumes liberados, é grave e representa um substancial risco para o meio ambiente e para a saúde humana.
De um modo geral, pode-se dizer que os principais poluentes atmosféricos emitidos pelas refinarias são os óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido de carbono, os materiais particulados, e os hidrocarbonetos (que geralmente constituem as emissões fugitivas de compostos orgânicos voláteis, os VOC’s). Tais poluentes são liberados nas áreas de armazenamento (tancagem), nas unidades de processo, nos eventuais vazamentos e nas unidades de queima de combustíveis fósseis (fornos e caldeiras) que geram calor e energia para consumo da própria refinaria. Os poluentes atmosféricos, além dos efeitos específicos relativos à sua natureza química, também possuem efeitos de caráter geral. Claro que, é muito difícil estabelecer em que níveis a emissão de um determinado poluente afeta o meio ambiente em geral e a saúde humana em particular, dado o grande número de fatores que confundem a correta avaliação da extensão dos efeitos. Para o caso do meio ambiente, essas variáveis de confusão incluem o clima, as variedades das espécies encontradas na região, a adaptabilidade dessas espécies a condições de stress, entre outras. Para a saúde humana, tais fatores incluem o gênero, raça, status socioeconômico, se o indivíduo é fumante, qual o seu estilo de vida e ocupação. Essa avaliação também pode ser prejudicada pela interação entre dois ou mais poluentes, assim como entre os poluentes e variáveis meteorológicas como temperatura e umidade relativa do ar, e entre poluentes e doenças infecciosas, bem como pelo efeito de sinergia que existe entre alguns desses poluentes. Esses efeitos de interação ajudam a explicar algumas das grandes diferenças observadas em estudos toxicológicos e epidemiológicos. Neste item, serão genericamente abordados os efeitos da poluição que o refino causa sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente.
· SOx – Elemento Enxofre
 
· Origem
O enxofre é um elemento químico naturalmente presente no petróleo, entretanto, seu percentual varia de acordo com a origem do mesmo. A quantidade das emissões de óxidos de enxofre durante o processamento do cru é função do teor de enxofre. 
As unidades de processo requerem grandes quantidades de vapor à alta pressão, assim como cargas aquecidas. Deste modo muitos tipos de caldeiras e aquecedores são utilizados pelas refinarias. Os óxidos de enxofre são produzidos durante a queima dos combustíveis utilizados para a geração de tal calor e energia. De um modo geral, é política das refinarias a queima das frações menos valiosas nessas unidades. Os óxidos de enxofre são também produzidos durante a regeneração do catalisador utilizado no processo de craqueamento catalítico e nos processos de dessulfurização, assim como no processo de reforma.
· Efeitos sobre a Saúde Humana
 
Os óxidos de enxofre são gases irritantes e seus efeitos são decorrentes da formação de ácido sulfúrico e ácido sulfuroso quando estes entram em contato com as mucosas umedecidas, combinando-se rapidamente com a água. A intoxicação aguda resulta da inalação de concentrações elevadas dos óxidos. A absorção pela mucosa nasal é bastante rápida, e aproximadamente 90 % de todo o óxido inalado é absorvido nas vias aéreas superiores, onde a maioria dos efeitos ocorre. Logo após a absorção, ele é distribuído prontamente pelo organismo, atingindo os tecidos e o cérebro. Observa-se irritação intensa da conjuntiva e das mucosas das vias aéreas superiores, ocasionando dificuldade para respirar (dispnéia), desconforto, extremidades arroxeadas (cianose), rapidamente seguidas por distúrbio da consciência. A morte pode resultar do espasmo reflexo da laringe, que provoca um edema de glote com consequente privação do fluxo de ar para os pulmões e congestão da pequena circulação (pulmões), surgindo edema pulmonar e choque. A pneumonia pode ser uma complicação após exposições agudas à substância. Broncoconstrição e sibilos (chiados no peito) podem surgir. Pacientes asmáticos podem apresentar broncoespasmo ao serem expostos a baixas concentrações da substância. Em baixas concentrações, a tosse é o sintoma mais comum. Estudos realizados com seres humanos sadios demonstraram alterações da função pulmonar com aumento da resistência à respiração e diminuição do volume expiratório de reserva, secundários à constrição brônquica. Na pele, o contato com o líquido pressurizado provoca queimadura, devido à baixa temperatura. Ao entrarem em contato com o suor, os óxidos reagem com a água e formam os ácidos sulfúrico e sulfuroso, que provocam irritações ou mesmo queimaduras. Além disso, reações alérgicas por hipersensibilidade podem ocorrer. Os óxidos de enxofre penetram no tubo digestivo, diluindo-se na saliva e formando os ácidos sulfúrico e sulfuroso. Os dentes perdem o brilho, e surgem o amarelamento do esmalte, erosões dentárias e distúrbios das gengivas. Após serem deglutidos, os óxidos de enxofre são absorvidos, provocando alterações metabólicas como acidose, diminuição da reserva alcalina e aumento da excreção urinária de amônia. Outros distúrbios metabólicos também têm sido encontrados: desordens no metabolismo das proteínas, dos carboidratos e deficiências de vitaminas B e C.
 
· Exposição Crônica
A exposição prolongada a concentrações elevadas de SOx provoca nasofaringite com sensação de ardência, dor e secreção nasal sanguinolenta, dor na garganta, tosse seca, eritema ou edema (inflamação) da mucosa nasal, das amígdalas, da faringe e da laringe. Em estágios mais avançados, ocorre atrofia dessas mucosas com ulceração do septo nasal, que leva a sangramentos profundos. A perda do olfato também pode ocorrer. Nas vias aéreas inferiores, o SO2 ocasiona bronquite crônica, enfisema pulmonar e infecções respiratórias freqüentes. Nos seres humanos, a exposição prolongada aos óxidos de enxofre pode provocar bronquite crônica, assim como potencializar crises cardíacas e respiratórias em indivíduos sensíveis. Estes óxidos também provocam irritação nas mucosas dos olhos, nariz e garganta e alterações nas defesas pulmonares, bem como levam ao desenvolvimento de danos no sistema imunitário primário. Os extremos etários da população e as pessoas doentes ou debilitadas são, normalmente, os mais atingidos quando expostos a picos de concentração muito elevados de SOx. Estudos em regiões muito poluídas demonstram que ocorre uma diminuição da função respiratória das pessoas, isto é, do volume máximo expirado por segundo. Os óxidos de enxofre têm um efeito sinérgico com os materiais particulados. Assim, na sua presença simultânea, os efeitos das doenças respiratórias crônicas e agudas são agravados, podendo também causar danos irreversíveis aos pulmões. Este fato torna-se relevante na medida que as refinarias também emitem material particulado.
· Sobre o Meio Ambiente
 
A toxicidade dos óxidos de enxofre sobre as plantas é bem conhecida, e pode ser observada nos danos que provoca sobre plantas cultivadas e selvagens, bem como na redução de colheitas. Os danos agudos incluem necrose dostecidos, usualmente como resposta a uma curta exposição a altas concentrações do gás, podendo ocorrer a morte. Os danos crônicos aparecem como clorose (amarelamento das folhas), manchas esbranquiçadas, áreas descoloridas entre as veias, e queda prematura das folhagens em resposta a exposições prolongadas a pequenas concentrações dos óxidos. Ocorrem, também, os chamados danos ocultos, onde acontecem perdas de colheita na ausência de sintomas visíveis de danos. Estudos concluíram que é difícil generalizar os efeitos fitotóxicos dos óxidos de enxofre no ar, pois estes dependem de vários fatores que diferenciam a suscetibilidade das plantas, tais como: variedades de espécies, variedades dentro de uma mesma espécie, e outras condições de stress às quais a planta possa estar submetida, como estiagem, suprimento de nutrientes e exposição a outros poluentes. Tratando – se das chuvas ácidas, tem como principais efeitos: a diminuição do pH das águas superficiais e subterrâneas, com consequentes prejuízos para o abastecimento humano e outros usos; declínio da população de peixes e de outros organismos aquáticos, com reflexos nas atividades recreativas (pesca), econômicas e turísticas. A redução do pH também aumenta a solubilidade do alumínio e dos metais pesados, como o cádmio, zinco e mercúrio, sendo muitos deles extremamente tóxicos. Deste modo, podem ocorrer danos na saúde das pessoas que se alimentarem de peixes contendo elevadas concentrações de metais em sua carne. Também promove danos às tubulações de chumbo e de cobre; redução de certos grupos do zooplâncton, algas e plantas aquáticas, provocando sérios desequilíbrios ecológicos. As chuvas ácidas causam danos à vegetação, tais como: amarelamento das folhas; desfolhamento prematuro; diminuição do crescimento e da produtividade e até a morte. Promove alterações na química do solo; a elevação da acidez do solo libera alguns metais pesados e alumínio, tornando-os mais solúveis; também pode torná-lo estéril, com consequências para a vegetação; pode impedir a atividade dos micro-organismos, influindo nos processos de decomposição e nitrificação. Ocasiona também a corrosão de monumentos históricos, estátuas, edificações, obras de arte e outros materiais.
 
· Óxidos de Nitrogênio (NOx)
Onde quer que um combustível fóssil de qualquer tipo for queimado em uma refinaria, os óxidos de nitrogênio serão formados. Tal fato se dá a partir de duas formas distintas: pela combinação do nitrogênio e do oxigênio que compõem o ar utilizado nas reações de combustão, quando este é submetido a elevadas temperaturas; e pela oxidação do nitrogênio que está naturalmente presente no combustível, sob forma de compostos orgânicos nitrogenados.
 
· Efeitos sobre a Saúde Humana
 
· Exposição Aguda
 
O NO2 é relativamente insolúvel em água. Em consequência, quando inalado, atinge os alvéolos pulmonares, onde se transforma em ácido nitroso (HNO2) e ácido nítrico (HNO3), que são altamente irritantes para o tecido pulmonar, provocando tosse e dificuldade para respirar. Ao se dissociar, o ácido nítrico forma nitratos e nitritos, e estes provocam lesões locais nos tecidos e distúrbios sistêmicos. A concentração do gás entre 100 e 500 ppm pode ocasionar morte súbita devido à constrição brônquica, edema pulmonar e insuficiência respiratória. Outras causas possíveis de morte, só que tardia (semanas após a exposição), podem ser a infecção pulmonar, a bronquite ou a pneumonia. Nos olhos, o NO2 provoca conjuntivite. No sangue, óxido nítrico liga-se à hemoglobina no mesmo sítio do oxigênio, sendo que com uma afinidade 1400 vezes maior, o que resulta numa redução no transporte deste. No aparelho cardiocirculatório, pode ocorrer insuficiência, surgindo pulso fraco e taquicardia, dilatação do coração e congestão torácica. No sistema nervoso central, o NO2 provoca inquietação, letargia, perda da consciência, ansiedade e confusão mental. No aparelho digestivo surgem náuseas e dor abdominal.
· Exposição Crônica
 
Alguns autores têm relatado sonolência, tontura e vômitos, que podem estar associados às alterações sanguíneas. O NO2 é suspeito de carcinogenicidade. Experimentos com animais de laboratório mostraram testes positivos para genotoxicidade (danos ao DNA), mutagenicidade e aberrações cromossômicas. Ao contrário do SO2, que é rapidamente absorvido nos fluidos das vias aéreas superiores, o NO2 é menos solúvel e, portanto, pode penetrar fundo nos pulmões, onde ocorrem, então, danos nos tecidos. Naqueles ocupacionalmente expostos a altos níveis de NO2, os efeitos adversos, como o edema pulmonar normalmente não aparecem até muitas horas depois de a exposição ter cessado. Em estudos toxicológicos com animais mudanças fisiológicas ou patológicas anormais somente foram observadas sob concentrações maiores do que aquelas encontradas nas condições ambientais “normais”. Nos níveis mínimos de exposição nos quais os efeitos adversos foram detectados, as mudanças patológicas incluíram o rompimento dos tecidos alveolares e a obstrução dos bronquíolos. Exposições a níveis mais altos causaram danos mais severos aos tecidos, que em ratos e coelhos pareciam tratar-se de enfisema. Esses estudos também indicaram que o NO2 pode ser um agente causador ou agravante de infecções respiratórias. Também existem evidências de que o NO2 pode danificar os mecanismos de defesa do sistema respiratório, permitindo a proliferação de bactérias e a invasão dos tecidos pulmonares por microrganismos. Uma variedade de estudos epidemiológicos foi efetuada para se determinar se a exposição ao NO2 nos níveis ambientais é suficiente para causar doenças ou sintomas respiratórios. Tais estudos não demonstraram nenhuma relação significativa. 
· Efeitos sobre o Meio Ambiente 
Os NOx são gases capazes de causar danos à vegetação. Entretanto as concentrações necessárias para provocar esse efeito são consideravelmente altas, passíveis de ocorrer em ambientes muito poluídos, como aqueles próximos a fontes poluidoras como as indústrias. Esses danos se traduzem em lesões irregulares, brancas ou marrons, nos tecidos próximos à margem das folhas. Também contribuem para aumentar a acidez das águas, formando as chuvas ácidas, cujos efeitos foram detalhados no item anterior. Além disso, há também uma sinergia de efeitos entre o NO2 e o SO2, que em baixas concentrações e juntos provocam alterações na vegetação, sendo esse fato frequentemente observado em áreas urbanas e industriais. Os óxidos de nitrogênio também são os principais componentes requeridos para a formação do smog fotoquímico. A contaminação fotoquímica acontece como consequência da aparição na atmosfera de agentes oxidantes, originados pela reação química entre os óxidos de nitrogênio, os hidrocarbonetos e o oxigênio em presença da radiação ultravioleta dos raios solares. A formação destes oxidantes é favorecida em situações de altas pressões associadas a uma forte insolação e poucos ventos, que dificultam a dispersão dos contaminantes primários. A mistura resultante de todas essas substâncias dá origem ao smog fotoquímico, cujo aspecto é o de uma névoa acinzentada que recobre as regiões contaminadas. A contaminação fotoquímica também produz danos à vegetação em concentrações que já estão sendo alcançadas em algumas cidades.
· Monóxido de Carbono (CO) 
· Origem 
As unidades de combustão, tais como os aquecedores, caldeiras e flares emitem monóxido de carbono para a atmosfera, ainda que em quantidades que geralmente não são consideradas como sendo significativas. Por outro lado, no regenerador do catalisador da unidade de craqueamento catalítico são produzidas grandes quantidades de CO. 
· Efeitos sobre a Saúde Humana 
· Exposição Aguda
A mais importante via de penetração é a respiratória, e o CO se difunde rapidamente através da membrana alveolar, chegando à corrente sanguínea, onde se une à hemoglobina das hemácias, formando carboxihemoglobina. Tal fato tem interferência imediata no suprimento de oxigênio para a atividade celular dos tecidos, pela impossibilidade de acarboxihemoglobina transportar o oxigênio. A hemoglobina tem uma grande afinidade pelo CO, cerca de 200 – 300 vezes maior do que o oxigênio; em consequência, pequenas quantidades da substância no ar são suficientes para que os seus efeitos tóxicos se manifestem. Os efeitos clínicos da intoxicação pelo CO dependem da concentração à qual o indivíduo foi exposto, variando desde a dor de cabeça leve e tontura, até náuseas, vômitos, coma e até mesmo a morte. Pode ocorrer também a redução da acuidade visual e da destreza manual. Os efeitos no homem variam de acordo com o nível de concentração sanguínea da carboxihemoglobina e tal fato foi verificado tanto em estudos experimentais como epidemiológicos. A tabela III.5. relaciona os diferentes níveis de concentração do ar com o percentual de carboxihemoglobina no sangue.
· Exposição Crônica 
Os efeitos adversos sobre a saúde são consequência da baixa concentração de oxigênio no sangue, que ocasiona o aparecimento de sintomas como dores de cabeça, fadiga, vertigens, dores no peito, dificuldade para respirar e taquicardia. Estudos também demonstraram que pode haver degeneração do músculo do miocárdio nos indivíduos expostos. As concentrações de carboxihemoglobina no sangue necessárias para a ocorrência de tais sintomas já foram comentadas no parágrafo anterior. A exposição ao CO também provoca efeitos teratogênicos nos fetos de mulheres grávidas.
· Efeitos sobre o Meio Ambiente
 
Na verdade, o CO não pode ser considerado como um contaminante atmosférico no sentido estrito, pois é encontrado em atmosferas puras de modo natural e, além disso, ao entrar na atmosfera é oxidado e transforma-se em CO2. Entretanto, o acúmulo deste último na atmosfera oferece alguns riscos, entre eles uma possível modificação no clima da Terra decorrente do efeito estufa.
· Gás Sulfídrico
· Origem
O gás sulfídrico é gerado nas unidades de polimerização, na etapa de lavagem cáustica, assim como nas unidades de tratamento de gás ácido e recuperação de enxofre.
 
· Efeitos sobre a Saúde Humana 
O gás sulfídrico é um gás altamente tóxico e irritante, que atua sobre o sistema nervoso, os olhos e as vias respiratórias. A intoxicação pela substância pode ser aguda, subaguda ou crônica, dependendo da concentração do gás no ar, da duração, da freqüência da exposição e da suscetibilidade individual.
· Exposição Aguda
 
O H2S é um gás volátil, e a principal via de penetração é a respiratória, sendo a absorção cutânea por parte do homem ainda discutida. A partir do momento em que o H2S atinge a corrente sangüínea, ele se distribui por todo o organismo, produzindo efeitos sistêmicos. No sistema nervoso central: excitação seguida de depressão, fraqueza, dor de cabeça, náuseas, vômito, hiperexcitabilidade, alucinações, amnésia, irritabilidade, delírios, sonolência, fraqueza, chegando até as convulsões e a morte. No sistema respiratório: tosse, às vezes expectoração sanguinolenta, respiração acelerada, espasmo brônquico, às vezes edema agudo de pulmão, rinite com perda de olfato, broncopneumonia e traqueobronquite. O odor do H2S não é um parâmetro seguro para se avaliar concentrações perigosas, pois ocorre fadiga olfatória em cerca de 2 – 15 minutos em concentrações acima de 100 ppm, isto é, o odor deixa de poder ser percebido. A ação irritante do H2S sobre a pele e as mucosas gastrintestinais provoca prurido e vermelhidão. Nos olhos surgem conjuntivite, fotofobia, lacrimejamento e opacificação da córnea.
· Exposição Crônica 
Ainda não existe concordância na literatura quanto aos efeitos da exposição crônica ao H2S pelo homem. Contudo, estudos mostram a possível ocorrência de efeitos sistêmicos, tais como: alterações neurológicas, distúrbios neurovegetativos, vertigens, dores de cabeça, nervosismo, paralisia, fraqueza e polineurites. Taxas elevadas de abortamento foram encontradas em mulheres grávidas expostas ao H2S; distúrbios digestivos, como perda de apetite, perda de peso e náuseas também foram observados, bem como conjuntivite, inflamação das vias aéreas superiores e bronquite crônica.
 
· Efeitos sobre o Meio Ambiente
 
A exposição ao gás sulfídrico provoca o chamuscamento das folhas dos vegetais, e ele, ao combinar-se com as águas das chuvas dá origem ao ácido sulfídrico, que, por sua vez, provoca necrose nas partes superiores das folhas, similares a outras lesões provocadas por outros compostos ácidos ou básicos. Há também o problema do odor desagradável que fica no ambiente, semelhante ao de ovos podres.
· Benzeno, Tolueno e Xileno (BTX)
 
· Origem
O benzeno, o tolueno e os xilenos são componentes do petróleo, portanto estão presentes em muitas operações de refino. Além disso, tais compostos também são produzidos durante o processo de reforma catalítica. A volatilidade natural dos mesmos faz com que as emissões fugitivas sejam a maior fonte de liberação dos mesmos. Fontes pontuais de emissão incluem o processo de separação desses compostos.
· Efeitos sobre a Saúde Humana
 
· Exposição Aguda
 
O benzeno é um líquido incolor, com odor aromático característico, altamente volátil. Sendo muito lipossolúvel, ele é rapidamente absorvido pela via respiratória quando inalado, e devido à sua grande afinidade por gordura é distribuído e armazenado em tecidos ricos em gorduras, tais como o sistema nervoso central e a medula óssea. Cerca de 50 % do total de benzeno inalado são absorvidos pelo organismo. Do total absorvido, 10 a 50% são eliminados pela urina, após serem metabolizados no fígado. O efeito agudo na via respiratória é de irritação dos brônquios e da laringe, surgindo tosse, rouquidão e edema pulmonar. Porém, o benzeno atua predominantemente sobre o sistema nervoso central, agindo como depressor do mesmo, levando ao aparecimento de fadiga, dores de cabeça, tonturas, convulsão, coma e morte em conseqüência de parada respiratória. O benzeno predispõe a arritmias cardíacas graves, devido à sensibilização do músculo do miocárdio. A exposição a altas concentrações (mais de 20000 ppm) é rapidamente fatal. O benzeno na forma líquida pode ser absorvido através da pele, onde pode provocar efeitos irritantes como dermatite de contato, eritema (áreas avermelhadas) e bolhas, por causa de seu efeito desengordurante. O contato com os olhos provoca sensação de queimação, com lesão das células epiteliais. A ingestão de benzeno provoca sensação de queimação na mucosa oral, na faringe e no esôfago, tosse e dor. A ingestão da substância na dosagem de 15 a 20 mL pode provocar a morte no adulto. 
· Exposição Crônica
A exposição crônica ao benzeno pode produzir um ataque à medula óssea, o que pode traduzir-se em anemia aplástica e leucemia aguda. Aberrações nos cromossomos têm sido observadas em animais e homens expostos ao benzeno, tanto em células da medula óssea como em linfócitos da corrente sangüínea. O benzeno também é classificado como cancerígeno e imunodepressor, pois promove um decréscimo na quantidade de leucócitos, hemácias e plaquetas do sangue. A exposição prolongada ao benzeno também pode produzir fadiga, náuseas, perda do apetite, vertigem, dor de cabeça, irritabilidade e nervosismo. O contato prolongado com a pele causa secura, fissura e dermatite. O benzeno também provoca danos ao fígado, quando da sua exposição prolongada. O problema do benzeno nas refinarias parece inserir-se muito melhor no contexto ocupacional do que tratar-se apenas de uma questão da poluição do ar. O benzeno tem grau de insalubridade máximo e seu grau de risco à saúde é considerado moderado à exposição aguda, e alto à exposição crônica excessiva (API), tendo sido, também, confirmado como carcinogênico para o homem e para os animais. 
OBS: Os xilenos e o tolueno podem ser considerados como tendo efeitos tóxicos iguais aos do benzeno. Entretanto, o benzeno é único na maioria desses efeitos, comprovando que os primeiros registros de toxidez de tolueno e xilenos não levaram em conta o fato de o benzeno estar presente nesses compostos.
· Efeitos sobre o Meio Ambiente
 
Um modo comum através do qual substânciasquímicas promovem intoxicações agudas, particularmente em organismos aquáticos, é a narcose. A narcose ocorre quando uma substância química se acumula, de maneira não específica, nas membranas celulares e interfere com o funcionamento normal dessas membranas. A resposta típica a este fenômeno é um decréscimo de atividade, redução da reação a estímulos externos e maior pigmentação, no caso dos peixes. Os efeitos são reversíveis, e os organismos normalmente retornam à condição inicial quando a substância é removida do meio ambiente no qual eles vivem. Entretanto, a narcose prolongada pode resultar em morte. O benzeno é uma das substâncias químicas que provocam a narcose [30]. O tolueno pode ser degradado por microorganismos. O xileno possui uma mobilidade moderada através do solo, onde pode persistir por muitos anos, ainda que uma parte possa também ser biodegradada. O benzeno também pode ser biodegradado, mas somente na presença de oxigênio. Os três compostos, ao evaporarem, reagem com outras substâncias nas camadas mais baixas da atmosfera, contribuindo, deste modo, para a formação de ozônio, e conseqüentemente, para a formação do smog fotoquímico.
· Material Particulado
· Origem
A maior fonte potencial de emissões de material particulado para a atmosfera é a unidade de regeneração do catalisador de craqueamento catalítico. Os gases de exaustão dos aquecedores e das caldeiras também podem conter partículas, porém em quantidades muito menores.
· Efeitos sobre a Saúde Humana 
A intensidade do dano causado pelas partículas varia de acordo com as suas propriedades químicas e físicas, principalmente o seu diâmetro médio. Os efeitos das partículas sobre a saúde concentram-se no aparelho respiratório, e estão associados à concentração das partículas, ao tempo de exposição e à capacidade do sistema respiratório em remover as partículas do ar inalado. Levando-se em consideração as partículas não tóxicas, alguns dos efeitos sobre a saúde humana podem ser: aumento do número de mortes devidas à bronquite, aumento da mortalidade devida a doenças respiratórias e cardíacas, aumento da gravidade e freqüência das doenças do trato respiratório e aumento da incidência de bronquites. As partículas, mesmo maiores, podem aumentar os efeitos fisiológicos dos gases irritantes presentes no ar. Exemplo típico desse sinergismo é o acentuado efeito da mistura entre partículas e dióxido de enxofre. Elas também podem funcionar como catalisadores e transformar quimicamente os poluentes iniciais, criando substâncias ainda mais nocivas. Agem como veículos para microorganismos (fungos, bactérias e vírus) e outras substâncias orgânicas ou, para minerais adsorvidos como os hidrocarbonetos policíclicos, reconhecidamente cancerígenos, que se alojam em seus poros. Dentre as partículas inaláveis, as mais grossas ficam retidas na parte superior do sistema respiratório. Quanto mais finas, as partículas penetram mais profundamente, atingindo inclusive os alvéolos pulmonares.
· Efeitos sobre o Meio Ambiente
Várias espécies de vegetação e variedades dentro das espécies diferem na sua suscetibilidade aos poluentes particulados. De um modo geral, como os outros poluentes do ar, a poluição por material particulado prejudica a agricultura, através da diminuição do valor do produto (a quantidade e/ou a qualidade podem ser afetadas e a época de venda pode ser adiantada ou atrasada) ou do aumento do custo de produção (necessidade do uso de fertilizantes, irrigação, etc.). As poeiras podem causar danos tanto diretos quanto indiretos à vegetação. Uma variedade de efeitos já foi observada, entre eles: redução das colheitas, mas sem se observarem danos visíveis, aumento na incidência de doenças, danos severos às células das folhas, supressão da fotossíntese e morte de árvores. Os danos podem resultar da formação de uma crosta espessa sobre as folhas, que suprime a fotossíntese e/ou intoxicação alcalina/ácida quando se produzem tais soluções com a água das chuvas. Este último fator provoca alterações no pH do solo, muitas vezes danosas para as plantas. A contaminação do solo e da vegetação por aerossóis metálicos também é outro fator relevante. Aerossóis com níveis significantemente elevados de chumbo e/ou outros metais pesados elevam a concentração desses metais no solo e conseqüentemente na vegetação das vizinhanças das fontes emissoras. A presença desses metais pode resultar em severa devastação da vegetação e em desnudação da paisagem, como resultado da contaminação do solo e subseqüente acúmulo de níveis metálicos fitotóxicos pelas plantas. Este problema é mascarado pela presença, também, de altas concentrações de SOx que geralmente com as emissões de aerossóis com metais. Entretanto, observações de vegetações ao redor de fontes emissoras indicam que o crescimento da vegetação continua a ser suprimido mesmo quando as emissões de SOx não estão ocorrendo. A causa dessa supressão do crescimento das plantas é, aparentemente, o solo contaminado por metais pesados. Esse tipo de emissão também pode reduzir a visibilidade e criar danos para o transporte ocasionando acidentes. A diminuição da visibilidade reduz o alcance visual dos objetos e promove a desfiguração das paisagens, ao sujar roupas, prédios e monumentos. A maioria dos particulados de pequeno tamanho também serve como um excelente núcleo na formação de nuvens de gotas. Consequentemente, isto pode causar o aumento da precipitação a jusante de grandes fontes de emissão de material particulado.
Acetileno, Butano, Etano, Eteno, GLP, Metano, Propano e Propeno (VOC´s) 
· Origem
Dentro das refinarias existem muitas fontes de emissões gasosas que são predominantemente constituídas por hidrocarbonetos voláteis. As principais fontes incluem:
· Tanques de Armazenamento;
· Terminais de Carga e Descarga de Cru e Derivados;
· Separadores de Água e Óleo; 
· Unidades de Regeneração de Catalisadores; 
· Bombas, Válvulas, Flanges e Compressores; 
· Sistemas de Vácuo; 
· Torres de Resfriamento;
· Flares. 
· Efeitos sobre a Saúde Humana 
Essas substâncias são classificadas como asfixiantes simples e quando presentes em altas concentrações reduzem a pressão parcial do oxigênio no sangue provocando hipóxia (baixa oxigenação). Todos são incolores e, além disso, o metano, etano e o CO2 não têm cheiro. O acetileno tem odor fraco semelhante a alho e o propeno, propano, butano e o GLP (que é uma mistura não especificada de propano, propeno e butano) têm um leve odor de petróleo.
· Exposição Aguda
Num ambiente com baixas concentrações de oxigênio surgem efeitos no organismo. A concentração de oxigênio no ar para que não ocorram sintomas de asfixia não deve ser inferior a 18 % por volume. Concentrações de oxigênio inferiores a 11% provocam perda de consciência. Concentrações abaixo de 6% causam parada respiratória e morte. Dependendo da saturação de oxigênio no sangue arterial, os efeitos da exposição aos asfixiantes simples podem ser classificados em quatro estágios.
· Estágio Indiferente 
A porcentagem de oxigênio saturado é de 90 – 98 %, e o único distúrbio é uma diminuição de visão noturna.
 
· Estágio Compensatório 
A porcentagem de oxigênio saturado é de 82 – 90 %, surgindo pequenos distúrbios funcionais, que são mais evidentes em pacientes portadores de doença pulmonar, cardíaca ou hematológica.
 
· Estágio de Distúrbios 
A porcentagem de oxigênio saturado é de 64 – 70 %, surgindo dificuldade respiratória, alteração de sensibilidade nas extremidades, distúrbios no humor, dor de cabeça, confusão mental, diminuição na coordenação e no julgamento e cianose (extremidades corporais arroxeadas).
· Estágio Crítico
A porcentagem de oxigênio saturado é de 60 – 70 % ou menos, surgindo deterioração da coordenação e do julgamento em 3 a 5 minutos de exposição e perda de consciência. A baixa concentração de oxigênio provocada pelos asfixiantes simples leva ao aparecimento de distúrbios em diversos sistemas orgânicos. No sistema cardiovascular surgem arritmias, hipotensão (pressão baixa), isquemia do miocárdioe parada cardíaca. No sistema respiratório surgem hiperventilação e cianose. No sistema nervoso central surge dor de cabeça, sonolência, confusão mental, tontura, perda de memória e inconsciência. No sistema digestivo surgem náuseas e vômitos. A exposição da pele aos asfixiantes em sua forma liquefeita provoca queimaduras por hipotermia.
· Efeitos sobre o Meio ambiente 
Os hidrocarbonetos que contêm até quatro átomos de carbono são gases à temperatura ambiente, e são estes os mais importantes do ponto de vista da contaminação atmosférica, pois favorecem a formação das reações fotoquímicas, contribuindo para o surgimento do smog fotoquímico, como já explicado anteriormente.
· Amônia
· Origem
A amônia é formada a partir dos compostos nitrogenados presentes no petróleo cru e pode ser encontrada em muitas unidades das refinarias de petróleo. Amônia gasosa é freqüentemente liberada nas unidades de destilação, de craqueamento e de tratamento final. Também são geradas emissões de amônia nas plantas de tratamento dos efluentes hídricos das refinarias.
 
· Efeitos sobre a Saúde Humana
 
· Exposição Aguda
 
A amônia produz lesão tissular, agindo de modo semelhante a um álcali corrosivo. É muito solúvel em água e, portanto, atua na mucosa umedecida das vias aéreas superiores e nos olhos. É um gás irritante para o nariz e para a garganta, levando à tosse e a dificuldades para respirar. Nos olhos, leva ao lacrimejamento, edema palpebral, úlcera da córnea, atrofia da íris e cegueira, devido à catarata tardia e atrofia da retina. A amônia é um severo irritante para os olhos, as vias respiratórias e a pele. Nas vias respiratórias seus vapores provocam faringite, laringite, broncoespasmo, dor torácica, dispnéia (dificuldade para respirar) e traqueíte. Em altas concentrações (2400 – 6500 ppm), a amônia atua sobre os pulmões, causando edema agudo, asfixia, devido ao envolvimento do sistema nervoso central, surgindo parada respiratória, alterações no ritmo e nos batimentos do coração. O contato da pele e das mucosas com a amônia líquida provoca queimaduras graves. Na via digestiva, a irritação provoca náuseas, vômitos, sensação de queimação e edema dos lábios, da boca e do nariz. Com a ingestão ocorrem queimaduras da boca, esôfago, podendo inclusive ocorrer perfuração gástrica.
· Exposição Crônica
 
Na exposição em longo prazo, a amônia pode causar bronquite crônica, enfisema pulmonar e asma, segundo alguns autores.
· Efeitos sobre o Meio Ambiente
 
A vegetação atingida adquire coloração verde forte, tornando-se marrom ou verde ao secar. Em algumas espécies pode ocorrer escurecimento geral. Entretanto, os danos em vegetações provocados pela amônia são usualmente observados em vazamentos acidentais de amônia anidra, que é usada em agricultura como fertilizante. Os danos agudos são caracterizados por pontos negros necrosados ao longo das margens das folhas das plantas mais sensíveis.
Impacto pela Petroquímica
A petroquímica é o segmento mais significativo e dinâmico da indústria química nacional em termos de produção e faturamento, que utiliza matérias-primas derivadas de petróleo e do gás natural para a obtenção de intermediários e resinas termoplásticas, principais produtos do setor de uso industrial (GOMES et al., 2005). De acordo com ABIQUIM (2014), a petroquímica possui cerca de 65% do faturamento total de US$ 48,3 bilhões estimado para o conjunto dos produtos químicos de uso industrial, os quais representam quase metade do faturamento total da indústria química brasileira. A indústria petroquímica é caracterizada por necessitar de uma quantidade intensiva de recursos naturais. Além disso, os rejeitos dos processos produtivos lançados no meio ambiente, quando não recebem tratamento adequado, resultam no acúmulo de poluentes acima da sua capacidade de absorção, causando poluição ambiental e alteração na qualidade do ar, do solo e da água (LUSTOSA, 2002; MARTINS & SANTOS, 2002).
Na indústria petroquímica é consumido grande volume de água e, além disso, deve-se considerar que muitos poluentes gerados durante as diferentes atividades de processamento, acabam sendo diluídos nas correntes de efluentes geradas. 
No Quadro 1 são apresentados aspectos e impactos ambientais relativos a diferentes etapas de produção, que afetam a qualidade dos corpos hídricos superficiais e subterrâneos.
Quadro 1- Aspecto relativo a contaminação da água e ar.
	Etapas de Produção
	Aspectos Ambientais (resíduos liberados)
	Impactos Ambientais
	Planta de Etileno
	Efluente contendo fenóis, Benzeno, Óleos e Graxas, Sólidos suspensos, DBO,DQO.
	Alteração da qualidade da água.
	Sulfonação de Oleofinas
	Efluente contendo álcoois, hidrocarbonetos polimerizados, sulfato de sódio, éteres.
	Alteração da qualidade da água.
	Sulfonação de aromáticos
	Efluente contendo soda cáustica.
	Alteração da qualidade da água.
	
Craqueamento
	Efluente contendo ácidos, sulfetos de hidrogênio, hidrocarbonetos solúveis, compostos fenólicos.
	Alteração da qualidade da água.
	Dessulfuração
	Efluente contendo sulfato de hidrogênio, mercaptanas.
	Alteração da qualidade da água.
	Isomerização
	Efluente contendo hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos.
	Alteração da qualidade da água.
	Planta de Aromáticos
	COVs, orgânicos dissolvidos, metais pesados, hidrocarbonetos, particulados, H2S, SOx, NOx, CO, efluentes contendo DBO, DQO, sólidos suspensos, óleos e graxas, tolueno, benzeno, xileno, HCl, cloro, cádmio.
	Alteração da qualidade da água e do ar.
	Produção de Amônia
	Efluente contendo ácidos, bases e amônia.
	Alteração da qualidade da água.
	Fornos e sistema de geração de calor
	Consumo de energia elétrica, água.
	Redução da disponibilidade de recursos naturais e de energia elétrica.
Fonte: Wimmer (2007); Piveli et al. (2006); Chandni & Bhat (2010); os autores.
Na natureza os hidrocarbonetos são potenciais contaminantes, pois podem causar danos que vão desde a inutilização do ponto de captação da água, a destruição da flora e fauna, a inutilização de lavouras, a redução de micro-organismos no solo e até mesmo o risco de explosão devido à volatilidade destes compostos (RESCHKE, 2012). 
No Quadro 2 são apresentados aspectos e impactos ambientais relativos à diferentes atividades da indústria petroquímica que têm potencial de contaminar o solo. 
Deve-se considerar que muitos resíduos sólidos também são gerados pelo setor de utilidades. 
Em particular, as cinzas volantes geradas nas caldeiras, que utilizam carvão como combustível, pois elas apresentam alto risco para o meio ambiente por carregarem consigo uma grande quantidade de poluentes tóxicos, por exemplo, metais pesados. Estas cinzas volantes causam poluição não somente para a atmosfera, mas em outros compartimentos do meio ambiente (SMOLKA-DANIELOWSKA, 2006). 
Quadro 2 – Aspectos e impactos ambientais relativos à contaminação do solo.
	Etapas de Produção
	Aspectos Ambientais (resíduos liberados)
	Impactos Ambientais
	Fornos e sistema de geração de vapor
	Geração de resíduos não perigosos e não inertes (Classe IIA).
	Contaminação do solo, impacto visual.
	Fornos e sistema de geração de vapor
	Consumo de combustível, insumos e matéria-prima.
	Redução de recursos naturais/minerais (água, petróleo e carvão).
	Coleta e transporte de resíduos sólidos
	Geração de resíduos perigosos (Classe I), geração de resíduos não perigosos e inertes (Classe IIB).
	Contaminação do solo, impacto visual
	Coleta e transporte de resíduos sólidos
	
Consumo de combustível
	Redução de recursos naturais/minerais (água, petróleo e carvão).
No Quadro 3 são apresentados aspectos e impactos ambientais relativos à diferentes atividades da indústria petroquímica que apresentam potencial poluidor atmosférico. Dentre os poluentes citados, o dióxido de carbono (CO2), causa maior impacto global por ser o principal gás de efeito estufa na atmosfera (MATOS, 2010). Alguns dos compostos citados, como SOx e NOx, são responsáveis por causar chuva ácida e smog fotoquímico (MARIANO, 2005). 
O dióxido de enxofre (SO2) é o

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