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Direito Internacional | 5ª ed. 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 3 
2. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 3 
a) Fundamentos do Direito Internacional Público 3 
b) Princípios do Direito Internacional Público 4 
c) Sujeitos de Direito Internacional Público 4 
d) Direito Internacional Público e Direito Interno 6 
3. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 7 
a) Competência Internacional Exclusiva 7 
b) Competência Concorrente (Relativa) 7 
c) Competência Exclusiva (Absoluta) 8 
4. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL 8 
a) Convenções Internacionais 9 
b) Costume Internacional 10 
c) Princípios 10 
d) Doutrina 10 
e) Jurisprudência 10 
f) Resoluções ou Decisões das Organizações Internacionais 11 
g) Atos Jurídicos Unilaterais dos Estados 11 
5. TRATADO 11 
a) Capacidade para Celebrar Tratados 12 
b) Classificação dos Tratados 12 
c) Fases para Internacionalização de um Tratado 14 
d) Estrutura do Tratado 16 
e) Anulabilidade e Nulidade dos Tratados 16 
f) Requisitos de Validade dos Tratados 17 
6. NACIONALIDADE 17 
a) Conflito de Nacionalidade 18 
● Brasileiro Nato 20 
● Brasileiro Naturalizado 20 
b) ​Condição Jurídica de Estrangeiros 21 
 
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c) ​Medidas de Retirada Compulsória 27 
d) ​Direitos dos Estrangeiros no Brasil 31 
7. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL 31 
a) Proteção Diplomática 32 
b) Elementos da Responsabilidade Internacional 33 
8. MERCOSUL 33 
a) Solução de Controvérsias do Mercosul 35 
9. TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 36 
a) Competência do Tribunal Penal Internacional 36 
b) Composição do Tribunal Penal Internacional 36 
10. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) 37 
a) Composição da Onu 37 
b) Corte Internacional de Justiça (Corte de Haia) 38 
11. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 39 
a) Cartas Rogatórias 41 
b) Exequatur 41 
REFERÊNCIAS 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
Existem dois ramos de Direito Internacional, o Direito Internacional Público (relação entre os 
Estados soberanos e organizações internacionais) e o Direito Internacional Privado (relação entre 
particulares que se encontram em países diferentes). 
Direito Internacional Público: é um conjunto de regras, costumes e princípios internacionais que 
rege as relações entre os sujeitos de Direito Internacional dentro da sociedade internacional. Os 
sujeitos de DI Público são os Estados e as Organizações Internacionais. O DI Público cuida das 
relações públicas e da aplicação de normas internacionais. 
Direito Internacional Privado: cria regras e normas para solucionar o conflito de leis no espaço 
entre os sujeitos de DI Privado (pessoas físicas e jurídicas). No DI Privado é necessário analisar 
cada situação específica e verificar a possibilidade de se aplicar a legislação estrangeira e/ou a 
norma nacional à solução do caso concreto. 
 
2. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
O ramo do Direito Internacional Público ou Direito das Gentes (​jus gentium​) é um sistema de 
normas jurídicas, composto por princípios e regras, que busca disciplinar e regulamentar as 
atividades exteriores dos Estados, das Organizações Internacionais e dos próprios indivíduos. 
Seu principal objetivo é estabelecer direitos e deveres para todos os que se enquadrem como 
sujeitos de direito internacional. 
FUNDAMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
Há debate doutrinário sobre quais seriam os fundamentos do Direito Internacional Público, 
resultando em duas teorias: 
Teoria Voluntarista: o Direito Internacional apenas existe porque os Estados assim desejam. É a 
vontade dos Estados que determina a existência do Direito Internacional Público. 
 
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Teoria Objetivista: o Direito Internacional Público existirá independente da vontade dos Estados, 
pois apresenta princípios, regras e costumes próprios. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
Dentre os princípios norteadores do Direito Internacional Público destacam-se: 
a) Autodeterminação dos povos (art. 4º, III, da CF/88): os Estados possuem igualdade em sua 
soberania, não havendo subordinação entre eles, podendo cada um deles criar suas 
próprias normas internas; 
b) Pacta Sunt Servanda (vinculado ao princípio da boa fé): os Estados e/ou Organizações 
Internacionais consentem em cumprir as promessas firmadas e os tratados que ratificarem. 
SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
A personalidade jurídica de direito internacional está ligada a quem pode ser parte em uma 
relação internacional. O Direito Internacional disciplina as relações dos seguintes sujeitos/pessoas 
internacionais: 
Estados Soberanos (personalidade jurídica ​originária​): possuem uma comunidade humana 
(nacionais e estrangeiros) estabelecida permanentemente numa base territorial (espaço terrestre, 
aéreo e marítimo) e sob a orientação de um governo independente (soberano); 
Organizações Internacionais (personalidade ​derivada​): ​as organizações internacionais podem ser 
interestatais ou não estatais: 
a) Coletividades interestatais: são entidades criadas por acordos e tratados, compostas por 
vários Estados, sendo que sua personalidade jurídica passa a existir e é considerada plena 
após o seu funcionamento. As coletividades interestatais podem celebrar tratados 
independentemente da aceitação dos seus Estados-Membros. São exemplos, a ONU 
(Organização das Nações Unidas), a OMS (Organização Mundial de Saúde), a OIT 
(Organização Internacional do Trabalho), etc. 
 
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b) Coletividades não estatais: são as entidades beligerantes (grupos armados politicamente 
organizados com objetivos revolucionários), insurgentes (movimentos armados com 
características de guerra civil, mas com efeitos mais brandos que os da beligerância) e os 
movimentos de libertação nacional (como a Organização para a Libertação da Palestina), 
os quais só terão personalidade jurídica de Direito Internacional se forem reconhecidos. A 
Santa Sé (cúpula do governo da Igreja Católica) e o Comitê Internacional da Cruz 
Vermelha (organização humanitária independente e neutra) também são coletividades não 
estatais. 
Indivíduos: são os nacionais e os estrangeiros em um Estado. Sua capacidade, enquanto sujeitos 
de Direito Internacional é limitada. A doutrina não é pacífica quanto a conferir personalidade de 
Direito Internacional aos indivíduos. 
As ONGs (Organizações Não Governamentais) e as empresas privadas transnacionais não 
possuem ​status de pessoa jurídica internacional (exceto o Comitê Internacional da Cruz 
Vermelha), sendo constituídas por leis internas e caracterizando-se como pessoas jurídicas de 
direito privado. 
Em sentido contrário, Portela (2017, p. 164), entende que as ONGs e as Empresas Privadas são 
sujeitos dedireito internacional público de forma fragmentária, assim sendo, têm possibilidades de 
acesso a mecanismos internacionais de solução de controvérsias, embora mais restritas que as 
dos sujeitos tradicionais. 
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNO 
Levando-se em consideração que no Direito Internacional Público os Estados são soberanos (art. 
1º, inc. I, da CF/88), estando todos em uma posição horizontal, para que prevaleça a coordenação 
(descentralização das decisões) e não haja subordinação entre eles, duas teorias objetivam 
adequar a eficácia e a aplicabilidade do Direito Internacional Público: 
Teoria Dualista (ou Pluralista): para essa teoria, existem duas ordens jurídicas diversas, portanto, 
dois direitos autônomos: o Direito Interno e o Direito Internacional Público; 
Teoria Monista: ​de acordo com essa teoria existe uma única ordem jurídica, então, o Direito 
Interno e o Direito Público Internacional representam um mesmo sistema jurídico. De acordo com 
o art. 27 da Convenção de Viena de 1969, quando houver conflito, o Direito Internacional Público 
irá prevalecer. Todavia, quando não houver conflito, prevalecerá a norma determinada pelo 
Direito Interno. 
 
Teoria Dualista Teoria Monista 
Existem duas ordens jurídicas distintas (ordem 
jurídica autônoma e ordem jurídica interna) 
Existe uma só ordem jurídica, sendo aplicadas 
normas internas e internacionais. 
Necessita do diploma legal de incorporação Não precisa de diploma legal de incorporação 
 
A Teoria Dualista é a adotada no Brasil, tendo em vista que os compromissos internacionalmente 
assumidos devem ser recepcionados em forma de uma espécie normativa do direito interno para 
ingressar no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
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3. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
As normas de Direito Internacional estabelecem, tendo por base o Direito Interno, a quem cabe 
analisar o conflito quando dois ou mais ordenamentos jurídicos se consideram competentes para 
solucioná-lo. 
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL EXCLUSIVA 
É aquela em que houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional. Não se aplica em casos de competência internacional exclusiva. 
Art. 25 do Código de Processo Civil. ​Não compete à autoridade judiciária brasileira o 
processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo 
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1º ​Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de ​competência internacional 
exclusiva ​previstas neste Capítulo. 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE (RELATIVA) 
O Código de Processo Civil específica, em seu Título II (Dos Limites da Jurisdição Nacional e da 
Cooperação Internacional) a competência internacional exclusiva do direito interno brasileiro e 
aquela que pode ser exercida por juiz ou tribunal estrangeiro, as quais são elencadas a seguir: 
I. Quando o ​réu (brasileiro ou estrangeiro) estiver ​domiciliado no Brasil (para pessoa 
jurídica, é suficiente ter agência, sucursal ou filial no Brasil); 
II. Quando a ​obrigação​ tiver de ser cumprida no Brasil; 
III. Quando a ação se originar de ​fato ocorrido​ ou de ​ato praticado no Brasil​; 
IV. Julgar as ações de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
V. Ações decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
 
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VI. Ações em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 
Vale lembrar que, segundo o art. 24 do NCPC, não haverá litispendência internacional se a ação 
for ajuizada simultaneamente no Brasil e no estrangeiro, mas caso haja trânsito em julgado 
primeiro no juízo brasileiro, a sentença proferida no exterior não poderá ser homologada. 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (ABSOLUTA) 
Entende-se por competência exclusiva internacional aquela reservada a apenas um Estado. No 
Brasil, cabe apenas ao seu Poder Judiciário analisar as seguintes questões (art. 23 do NCPC): 
I. Ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II. Inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
estrangeiro e tenha residido fora do território nacional; 
III. Ações trabalhistas referentes a serviços prestados no Brasil, mesmo que a celebração do 
contrato tenha ocorrido no estrangeiro. 
 
 
 
4. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL 
De acordo com o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (a CIJ é o único órgão que 
está fora do EUA, localizado na Holanda), promulgado pelo Decreto nº 19.841/1945, serão 
utilizadas como fontes do Direito Internacional: 
Fontes Primárias 
● convenções internacionais; 
● costume internacional; 
● princípios gerais do direito; 
 
 
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Fontes Secundárias 
● jurisprudência e doutrina. 
As fontes primárias criam os direitos, já as fontes secundárias não criam direito, todavia, elas 
interpretam as regras jurídicas. O parágrafo único do mencionado artigo 38 da CIJ afirma que a 
Corte poderá utilizar como base de decisão a equidade, se as partes assim concordarem. Vale 
ressaltar que a equidade apenas poderá ser utilizada desde que não exista um tratado 
regulamentando determinada situação. 
Art. 38. ​A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe 
forem submetidas, aplicará: 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente 
reconhecidas pelos Estados litigantes; 
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais 
qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
Parágrafo Único: ​A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ​ex 
aequo et bono​, se as partes com isto concordarem.​ 
 
Existem ainda as seguintes fontes de Direito Internacional Público que não estão elencadas no 
art. 38 da Corte: 
● Resoluções ou decisões das Organizações Internacionais; 
● Atos jurídicos unilaterais dos Estados. 
 
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 
As convenções internacionais, para questão de prova, são sinônimo de tratado e ata. Tratados 
sempre são acordos concluídos e firmados entre as partes de forma escrita. Poderáhaver 
tratados entre países (por exemplo, Brasil e Argentina), tratados entre um país e uma 
Organização, e, por fim, também poderá haver tratados entre Organizações Internacionais. 
 
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COSTUME INTERNACIONAL 
Podem-se conceituar costumes como as práticas aceitas pelos Estados, como direito 
aplicável/válido, durante um período de tempo. O costume é importante devido ao seu baixo nível 
de codificação, mas para ser caracterizado como costume internacional os seguintes critérios 
devem ser observados: 
a) Objetivo / Material:​ os costumes devem ser tradicionais (praticados de forma reiterada); 
b) Subjetivo: o costume deve decorrer da aceitação dos Estados (deve haver aceitação do 
costume como se fosse uma regra no plano internacional); 
c) Espacial: o costume tem que ser utilizado por alguns ou vários povos, precisa ser uma 
prática aceita pelo Direito de cada país. 
PRINCÍPIOS 
São regras amplamente aceitas pela Comunidade Internacional, sendo utilizadas para 
complementar lacunas no Direito Internacional Público. Os Tribunais Nacionais ou Internacionais 
também já utilizaram os princípios, tais como a boa-fé, o respeito ao direito adquirido, o ​pacta sunt 
servanda​ e a vedação ao abuso de direito, para interpretar situações específicas. 
DOUTRINA 
A doutrina compreende os estudos de juristas e juízes internacionais. É utilizada como auxílio na 
determinação das regras de Direito Internacional, pois não produz norma concreta. 
JURISPRUDÊNCIA 
Para o Direito Internacional, jurisprudência é o conjunto de sentenças e decisões arbitrais 
proferidas por tribunais internacionais permanentes e pelas cortes arbitrais internacionais, 
respectivamente. 
 
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RESOLUÇÕES OU DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
São atos institucionais emanados das Organizações, enquanto sujeitos de Direito Internacional, 
dos quais os Estados somente participam indiretamente, diante de manifestação de voto nas 
assembleias gerais ou nos órgãos decisórios dessas Organizações. 
ATOS JURÍDICOS UNILATERAIS DOS ESTADOS 
Considera-se ato unilateral do Estado a manifestação de vontade inequívoca (tácita ou expressa) 
de um único Estado, formulada com a intenção de produzir efeitos jurídicos nas suas relações 
com outros sujeitos de Direito Internacional (Estados e organizações internacionais). São 
exemplos de atos unilaterais expressos a ​notificação​, o ​reconhecimento de uma obrigação 
internacional, o ​protesto​, a ​promessa​, etc. 
 
5. TRATADO 
De acordo com o art. 2, § 1.º, “a”, da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 
(CVDT), “’tratado’ significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido 
pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais 
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. 
É necessário tomar cuidado quando houver menção à palavra “Concordata” no Direito 
Internacional. Diferentemente do que ocorre no direito empresarial, a concordata no Direito 
Internacional está ligada a um acordo internacional firmado entre a Santa Sé e os Estados que 
têm cidadãos católicos, geralmente tratando de organizações de cultos religiosos e administração 
eclesiástica. 
A Convenção de Viena de 1969, também chamada de “lei dos tratados”, “código dos tratados ou 
ainda “tratado dos tratados”, é considerada o diploma legal que regulamenta o direito dos tratados 
e traz alguns conceitos importantes, principalmente no que diz respeito à diferença entre Tratado 
e Convenção. 
 
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Tratado: como já fora mencionado anteriormente, é a declaração de vontade escrita indicando 
convergência entres as partes; 
Convenção: é um tratado multilateral solene que estabelece normas gerais e obrigatórias para os 
signatários dos tratados. 
 
 
CAPACIDADE PARA CELEBRAR TRATADOS 
Segundo a CVDT (art. 7º, § 2º, “a”), algumas pessoas possuem ​capacidade originária para 
celebrar tratados (competência para assinar e discutir tratados), sendo que, em regra, serão os 
Chefes de Governo e os Chefes de Estados os detentores desta capacidade. É possível que 
terceiros assinem tratados (​capacidade derivada​), desde que sejam ​Plenipotenciários (recebem 
plenos poderes pela “Carta de Plenos Poderes”), como os Ministros de Relações Exteriores e os 
Chefes de Missões Diplomáticas. 
Como o tratado é considerado um acordo de vontades, é necessário mencionar que este apenas 
será aceito se houver o consentimento de todos os Estados participantes (art. 9º, § 1º, da CVDT). 
Vale ressaltar também que, em caso de conferência internacional, a adoção do texto de um 
tratado ocorre com o consentimento de 2/3 (dois terços) dos Estados presentes e votantes, salvo 
se este ​quorum decidir pela aplicação de regra diversa, conforme possibilita o § 2º do art. 9º da 
CVDT. 
O art. 11 da CVDT, por sua vez, afirma que o consentimento de um Estado poderá se dar por 
assinatura, troca de instrumentos constitutivos de um tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou 
adesão, ou qualquer outro meio desde que acordado. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
Os tratados internacionais podem ser classificados da seguinte maneira: 
Classificação Formal​: 
a) Quanto às​ ​partes​: 
● Bilateral​:​ quando houver apenas duas partes. 
 
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● Multilateral​:​ quando houver mais de duas partes. 
 
 b)​ Quanto ao ​procedimento​: 
● Solene (ou tratado ​stricto sensu​): passa pelas fases de negociação, assinatura e 
ratificação. 
● Acordos de forma simplificada (unifásicos)​: as partes se obrigam definitivamente desde a 
assinatura do acordo, não necessitando de ratificação. 
 
Classificação Material: 
a) Quanto à ​matéria: 
● Tratados-contratos​: as partes regulam os interesses recíprocos dos Estados, de maneira 
bilateral. 
● Tratados-normativos (​tratados-lei​)​: possuem como objetivo criar normas gerais de Direito 
Internacional Público. 
 
 b)​ Quanto à ​execução​ no Espaço: 
● De acordo com o art. 29 da Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados, “um tratado 
obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território”, entretanto, é possível 
formular uma reserva neste sentido, limitando as obrigações em determinado âmbito 
federal. 
 
 ​c)​ Quanto à ​possibilidade de adesão​: 
● Aberto​:​ permite a adesão de novos signatários. 
● Fechado​: não possibilita a adesão ao tratado de outros Estados que não os signatários 
originais. 
 
 
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FASES PARA INTERNACIONALIZAÇÃO DE UM TRATADO 
 
Fases Objetivos 
Negociação 
(Fase internacional) 
Nessa fase ocorrerão os debates e elaboração do 
texto do tratado, podendo participar o Chefe do 
Executivo, o Ministro de Relações Exteriores, o 
Agente Diplomático creditado em país estrangeiro 
e o Chefe de Missão Diplomática (art. 84, inc. VII 
e VIII da CF/88). 
Assinatura 
(Fase internacional) 
Pode-se afirmar que é o ato que encerra uma 
negociação (fase inicial do processo de formação 
dos tratados). Os mesmos sujeitos acima 
mencionados poderão participar desta fase. A 
assinatura é um aceite provisório e formal, não se 
atrelando à ratificação. 
Referendo Parlamentar 
(Fase interna) 
É necessária aprovação do Congresso Nacional 
do texto do tratado, por meio de Decreto 
Legislativo (art. 49, I, CF), autorizando o Chefe do 
Executivo a ratificá-lo. 
Ratificação 
(Fase internacional) 
É um ato unilateral expresso e discricionário pelo 
qual o Estado se vincula ao tratado. É a ​troca ou o 
depósito da carta ou dos instrumentos de 
ratificação no organismo internacional que dá 
efeito ao tratado. A ratificação será feita por 
depósito quando houver muitos países 
participando do acordo e pela troca de cartas de 
ratificação quando se tratar de ato bilateral (art. 16 
 
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da CVDT). A Ratificação no Brasil ocorre com a 
assinatura do Presidente da República. 
Promulgação 
(Fase interna) 
A partir da ratificação, o tratado passa a vigorar 
entre as partes no plano internacional. Caberá ao 
Presidente da República, ao final, promulgar o 
texto através de um Decreto Executivo. 
Publicação 
(Fase interna) 
Somente após a publicação no ​Diário Oficial da 
União o tratado passará a ser conhecido pela 
população e suas regras terão efeito obrigatório. 
 
Embora não esteja contido na tabela anterior, é necessário mencionar sobre a ​reserva​, que é um 
ato pelo qual se verifica uma condição do consentimento em aderir ao tratado. O Estado fará uma 
declaração de forma unilateral aceitando o tratado, porém afirmará que algumas disposições não 
valerão para ele. Tal reserva poderá ser manifestada no momento da assinatura ou da ratificação. 
Os tratados internacionais quando promulgados serão incorporados ao ordenamento jurídico 
interno de cada Estado. Todavia, vale mencionar que esse tratado não poderá contrariar a Lei 
Maior do Estado signatário, ficando sujeito ao controle de constitucionalidade. 
Se o STF aprovar tratado com matéria geral, este terá ​status de Lei Ordinária Federal. Caso o 
tratado seja de natureza tributária, prevalecerá sobre o direito brasileiro (art. 98 da Lei nº 
5.172/1966 – Código Tributário Nacional). 
Por fim, se o tratado versar sobre direitos humanos e for aprovado em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por 3/5 (três quintos) dos votos, terá força de Emenda Constitucional 
(art. 5º, § 3º, da CF/88). Importante salientar que os tratados sobre direitos humanos que não 
observam este ​quorum especial ingressam no ordenamento jurídico brasileiro como normas 
supralegais​ (inferiores à Constituição, mas superiores às leis ordinárias). 
 
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ESTRUTURA DO TRATADO 
O tratado é formado por preâmbulo, parte dispositiva e anexos. No preâmbulo estão contidas as 
partes participantes, os motivos, as circunstâncias e os objetivos do tratado. Na parte dispositiva 
estão contidas as normas jurídicas do tratado. Por fim, os anexos estão ligados à técnica 
utilizada. 
ANULABILIDADE E NULIDADE DOS TRATADOS 
Os arts. 46 a 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969 (Promulgada pelo 
Decreto nº 7.030/2009), estabelecem as seguintes hipóteses de vícios de consentimento que 
podem afetar a validade dos tratados internacionais: 
I. Ratificação Imperfeita​: quando o Executivo ratifica o tratado internacional, mas 
desrespeita norma constitucional sobre competência para celebrar tratados (art. 46 da 
CVDT); 
II. Erro​: se aplica aos erros de fato, no caso de o Estado acreditar existir determinada 
situação ao tempo do consentimento sem a qual não se obrigaria ao tratado (art. 48 da 
CVDT); 
 
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III. Dolo​: ocorre quando um Estado é levado a concluir um tratado pela conduta fraudulenta 
de outro Estado negociador (art. 49 da CVDT); 
IV. Corrupção de Representante de um Estado​: ocorre quando a manifestação do 
consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado for obtida por meio da 
corrupção de seu representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador 
(art. 50 da CVDT); 
V. Coação​: segundo a Convenção de Viena de 1969, a coação torna o tratado nulo, 
diferentes das demais hipóteses de vício (consideradas como anulabilidades ou nulidades 
relativas), pois o consentimento é obtido mediante atos ou ameaças dirigidas ao 
representante do Estado (art. 51) ou sobre o próprio Estado soberano (art. 52); 
Observação​: não é considerada coação a celebração de tratados de paz. 
 
REQUISITOS DE VALIDADE DOS TRATADOS 
I. Capacidade das Partes​: a capacidade jurídica de celebrar tratados é prerrogativa dos 
sujeitos de Direito Internacional Público (Estados, Organizações Internacionais); 
II. Habilitação dos agentes signatários:​ é a concessão de poderes para celebrar tratados; 
III. Consentimento Mútuo: é a manifestação dos signatários sem que haja vícios de 
consentimento; 
IV. Objeto Lícito e Possível​: o objeto do tratado deve estar de acordo com as normas de 
Direito Internacional e deve ser possível de ser executado. 
 
 
6. NACIONALIDADE 
Pode-se considerar como nacionalidade o vínculo político-jurídico existente entre o Estado 
soberano e o indivíduo. O art. 20 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969 
(Pacto de São José da Costa Rica) afirma que toda pessoa possui direito a uma nacionalidade no 
Estado em que nasceu se não tiver direito a outra nacionalidade. 
 
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Artigo 20 - Direito à nacionalidade 
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver 
direito a outra. 
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, nem do direito de mudá-la. 
 
Existem dois tipos de nacionalidades: 
Nacionalidade originária (​primária ou ​atribuída​): resulta do nascimento(​jus solis​), da 
nacionalidade dos pais na época do nascimento (​jus sanguinis​) ou de ambos; 
Nacionalidade adquirida (​secundária​, ​derivada ou ​de eleição​): obtida mediante naturalização, 
quando houver alteração da nacionalidade. 
 
CONFLITO DE NACIONALIDADE 
Haverá conflito de nacionalidade quando o indivíduo tiver mais de uma ou nenhuma 
nacionalidade: 
Conflito Positivo de Nacionalidade: aquele que possui mais de uma nacionalidade é chamado de 
polipátrida​. 
Conflito Negativo de Nacionalidade: aquele que não possui nacionalidade é chamado de apátrida 
(​heimatlos​). Segundo o art. 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), todo ser 
humano tem direito a uma nacionalidade, sendo que ninguém dela será arbitrariamente privado 
ou impedido do direito de mudá-la. 
 
O art. 12 da Constituição Federal diferencia e regulamenta as duas modalidades de brasileiros. 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não 
estejam a serviço de seu país; 
 
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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em 
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de 
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos 
previstos nesta Constituição. 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, 
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
 
 
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BRASILEIRO NATO 
Serão brasileiros natos aqueles nascidos no Brasil, mesmo que os pais sejam estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço do seu país. Também serão considerados brasileiros natos os 
nascidos no estrangeiro caso algum dos pais seja brasileiro e esteja a serviço da República 
Federativa do Brasil. Por fim, serão brasileiros natos aqueles nascidos no estrangeiro de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira ou que 
venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira. 
A expressão “estar a serviço de seu país”, segundo o STF, é interpretada de forma ampla, 
portanto, estará a serviço de seu país, por exemplo, a pessoa que esteja prestando serviço à 
Administração indireta. 
 
BRASILEIRO NATURALIZADO 
O brasileiro naturalizado sempre será estrangeiro que adquire a nacionalidade brasileira. 
A naturalização pode ser Ordinária, Extraordinária, Especial e Provisória. 
X Ordinária Extraordinária Especial Provisória 
Tempo de 
residência em 
território 
nacional 
Regra Geral​ :​ prazo mínimo de 
4 (quatro) anos 
 
Exceção​: O prazo de residência 
será reduzido para, no mínimo, ​1 
(um) ano​ se o naturalizando 
preencher quaisquer das 
seguintes condições: 
a) Ter filho brasileiro; 
b) Ter cônjuge ou companheiro 
brasileiro e não estar dele 
separado legalmente ou de fato 
no momento de concessão da 
naturalização; 
15 (quinze) anos 
ininterruptos 
 
Não conta pelo tempo de 
residência no Brasil, mas 
sim pelo tempo de 
serviços prestados ao 
Brasil no Exterior ou pelo 
tempo de união estável ou 
casamento com integrante 
do Serviço Exterior 
Brasileiro. 
Assim sendo: 
a) tempo de serviços 
prestados ao Brasil no 
exterior​: 
10 (dez) anos sem 
 Poderá ser concedida ao 
migrante ​criança ou 
adolescente​ que tenha 
fixado residência em 
território nacional antes 
de completar ​10 (dez) 
anos de idade​. 
Pode ser convertida em 
definitiva?​ ​será 
convertida em definitiva 
se o naturalizando 
expressamente assim o 
requerer no prazo de 2 
(dois) anos após atingir a 
maioridade. 
 
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c) Haver prestado ou poder 
prestar serviço relevante ao 
Brasil; 
d) Recomendar-se por sua 
capacidade profissional, científica 
ou artística. 
 
interrupção 
b) Tempo de União estável 
ou casamento com 
integrante do Serviço 
Exterior Brasileiro: 
5 (cinco) anos 
 
 
Língua 
Portuguesa 
É necessário a comunicação em 
Língua Portuguesa 
 
 
Não é necessário a 
comunicação em Língua 
Portuguesa 
 
É necessário a 
comunicação em Língua 
Portuguesa 
 
 
Não é necessário a 
comunicação em Língua 
Portuguesa 
 
Demais 
Requisitos 
ter capacidade civil, segundo a lei 
brasileira 
+ 
não possuir condenação penal ou 
estiver reabilitado, nos termos da 
lei. 
 
sem condenação penal 
+ 
requerimento pela 
nacionalidade brasileira. 
 
ter capacidade civil, 
segundo a lei brasileira 
+ 
não possuir condenação 
penal ou estiver 
reabilitado, nos termos da 
lei. 
 
deverá ser requerida por 
intermédio do 
representante legal da 
criança ou adolescente. 
 
 
Lembrando que o art. 12, inc. II, alínea “a”, da CF/88, exige daqueles originários de ​países de 
língua portuguesa​ a residência no Brasil de, pelo menos, ​um ano​ e idoneidade moral. 
O brasileiro naturalizado poderá perder sua nacionalidade por sentença judicial caso pratique 
atividade nociva ao interesse nacional ou caso adquira outra nacionalidade. Não haverá perda da 
nacionalidade brasileira, mas ​acumulação de nacionalidades​, nos casos de: 
a) Reconhecimento de nacionalidade originária; 
b) De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado 
estrangeiro, comocondição de permanência em território. 
CONDIÇÃO JURÍDICA DE ESTRANGEIROS 
Considerações Gerais 
 
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A condição jurídica de estrangeiro será estudada através da Lei de Migração (13.445/2017) que 
substituiu o antigo Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/80). 
Em que pese o tema ser tratado na doutrina como “condição jurídica de estrangeiro”, como se 
cada pessoa estrangeira tivesse a mesma condição jurídica, a Lei de Migração faz importantes 
distinções, nesse sentido: 
 
 
 
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Admissão do Estrangeiro no Brasil 
Regra Geral: No Brasil, em tempo de paz, desde que satisfeitas as condições previstas na Lei nº 
13.445/2017, qualquer estrangeiro pode entrar e permanecer no território nacional ou dele sair. 
A quem cabe o controle de entrada e saída do território nacional? As funções de polícia marítima, 
aeroportuária e de fronteira serão realizadas pela Polícia Federal nos pontos de entrada e de 
saída do território nacional (Art. 38 da Lei de Migração). 
Qual é o documento que permite aos Estados controlar o ingresso de estrangeiros em seu 
território? ​Passaporte, expedido pela polícia de cada país (no Brasil, seu emitente é a Polícia 
Federal), com o fim de garantir aos nacionais de um Estado o ingresso em território de outro, 
além de servir como meio de identificação pessoal. A natureza jurídica do passaporte é de 
documento policial. 
 
Títulos de Ingresso no Estrangeiro no Brasil 
Qual o documento que confere a expectativa de ingresso do Estrangeiro no Brasil? O visto é o 
documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em território nacional (Art. 6º da Lei de 
Migração). 
OBSERVAÇÃO: O visto nunca dará garantia ​de ingresso em território nacional, mas 
sim mera expectativa. 
 
 
Quem pode conceder visto? O visto será concedido por embaixadas, consulados-gerais, 
consulados, vice-consulados e, quando habilitados pelo órgão competente do Poder Executivo, 
por escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior (Art. 7º da Lei de Migração). 
 
 
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A quem não se pode conceder visto?​ - (Art. 10 da Lei de Migração) 
 
Quais são os tipos de Visto? ​ - (Art. 12 da Lei de Migração) 
 
a) Visto de Visita​ ​- (Art. 13 da Lei de Migração) 
● Cabimento: O visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para 
estada de curta duração, sem intenção de estabelecer residência. 
● Hipóteses: 
I. turismo; 
II. negócios; 
 
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III. trânsito; 
IV. atividades artísticas ou desportivas; 
V. outras hipóteses definidas em regulamento. 
 
O visitante poderá exercer atividade remunerada no Brasil? 
REGRA:​ ​É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer atividade remunerada no Brasil. 
EXCEÇÃO: ​poderá receber pagamento do governo, de empregador brasileiro ou de entidade 
privada a título de diária, ajuda de custo, cachê, pró-labore ou outras despesas com a viagem, 
bem como concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, em competições desportivas ou em 
concursos artísticos ou culturais. 
Passageiros em Escala e Conexões ​- O visto de visita não será exigido em caso de escala ou 
conexão em território nacional, desde que o visitante não deixe a área de trânsito internacional. 
 
b) ​Visto Temporário​ ​- (Art. 14 da Lei de Migração) 
● Cabimento​: O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com 
o intuito de estabelecer residência por tempo determinado + finalidade de: 
I. pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; 
II. tratamento de saúde; 
III. acolhida humanitária; 
IV. estudo; 
V. trabalho; 
VI. férias-trabalho; 
VII. prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; 
VIII. realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social, científica, 
tecnológica ou cultural; 
IX. reunião familiar; 
X. atividades artísticas ou desportivas com contrato por prazo determinado; 
ou [..] o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria de vistos; outras hipóteses 
definidas em regulamento. 
 
 
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b.1) ​Visto temporário para pesquisa - ensino ou extensão acadêmica poderá ser 
concedido ao imigrante ​com ou sem vínculo empregatício com a instituição de pesquisa ou 
de ensino brasileira, exigida, na hipótese de vínculo, ​a comprovação de formação superior 
compatível ou equivalente reconhecimento científico​. 
b.2) ​Visto temporário para tratamento de saúde - poderá ser concedido ao imigrante e a 
seu acompanhante, ​desde que o imigrante comprove possuir meios de subsistência 
suficientes​. 
b.3) ​Visto temporário para estudo - poderá ser concedido ao imigrante que pretenda vir ao 
Brasil para ​frequentar curso regular ou ​realizar estágio ou ​intercâmbio de estudo ou de 
pesquisa. 
b.4) ​Visto temporário para trabalho - poderá ser concedido ao imigrante que venha 
exercer atividade laboral, ​com ou sem vínculo empregatício no Brasil, ​desde que comprove 
oferta de trabalho formalizada por pessoa jurídica em atividade no País​, ​dispensada esta 
exigência se o imigrante comprovar titulação em curso de ensino superior ou equivalente​. 
b.5) ​Visto temporário para férias-trabalho ​- poderá ser concedido ao imigrante maior de 
16 (dezesseis) anos que seja nacional de país que conceda ​idêntico benefício ao nacional 
brasileiro​, em termos definidos por ​comunicação diplomática​. 
b.6) ​Visto temporário para realização de investimento - poderá ser concedido ao 
imigrante que aporte recursos em projeto com potencial para geração de empregos ou de 
renda no País. 
c) ​Diplomático e Oficial​ - (Art. 15 da Lei de Migração) 
● Cabimento​: poderão ser concedidos a autoridades e funcionários estrangeiros que viajem 
ao Brasil em missão oficial de caráter transitório ou permanente, representando Estado 
estrangeiro ou organismo internacional reconhecido. 
OBSERVAÇÃO: ​Não se aplica às pessoas acima elencadas o disposto na 
legislação trabalhista brasileira. 
 
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● Transformação em Autorização de Residência​: Os vistos diplomático e oficial poderão ser 
transformados em autorização de residência, o que importará ​cessação de todas as 
prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes do respectivovisto​. 
● Remuneração​: O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por 
Estado estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que 
contenha cláusula específica sobre o assunto. 
d)​ Visto de Cortesia​ ​- (Art. 57 do Regulamento da Lei de Migração) 
● Cabimento 
O visto de cortesia poderá ser concedido: 
I. às personalidades e às autoridades estrangeiras em viagem não oficial ao País; 
II. aos companheiros, aos dependentes e aos familiares em linha direta que não sejam 
beneficiários dos vistos diplomático e oficial; 
III. aos empregados particulares de beneficiário de visto diplomático, oficial ou de cortesia; 
IV. aos trabalhadores domésticos de missão estrangeira sediada no País; 
V. aos artistas e aos desportistas estrangeiros que venham ao País para evento gratuito, 
de caráter eminentemente cultural, sem percepção de honorários no território brasileiro, 
sob requisição formal de missão diplomática estrangeira ou de organização 
internacional de que o País seja parte; 
VI. excepcionalmente, a critério do Ministério das Relações Exteriores, a outras pessoas 
não elencadas nas demais hipóteses previstas neste artigo. 
 
MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA 
a) Repatriação 
A repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa em situação de 
impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade. 
 
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b) ​ ​Deportação 
Deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada 
compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território nacional. 
 
 
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c)​ ​Expulsão 
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do 
território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado. É cabível 
em casos de prática de crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime 
de agressão, bem como nos casos de crime comum doloso passível de pena privativa de 
liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional. 
Não poderá ser expulso,​ o expulsando que: 
● tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva 
ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela; 
● tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido 
judicial ou legalmente; 
● tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no País; 
● for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos, 
considerados a gravidade e o fundamento da expulsão 
d)​ ​Extradição 
Denomina-se extradição a medida de cooperação internacional pela qual um Estado entrega à 
justiça repressiva de outro, a pedido deste, indivíduo nesse último processado ou condenado 
criminalmente e lá refugiado, para que possa aí ser julgado ou cumprir a pena que lhe foi imposta. 
É um mecanismo de Cooperação Internacional - A extradição é a medida de cooperação 
internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega 
de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de 
processo penal em curso. 
Não se concederá a extradição quando: 
I. O indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato; 
II. O fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado 
requerente; 
III. O Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao 
extraditando; 
IV. A lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; 
 
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V. O extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou 
absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; 
VI. A punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado 
requerente; 
VII. O fato constituir crime político ou de opinião; 
VIII. O extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de 
exceção; 
IX. O extraditando for beneficiário de refúgio 
 
e) ​Asilo 
No âmbito jurídico, pode-se afirmar que existem dois tipos de asilo (art. 4º, inc. X, da CF/88), o 
asilo territorial e o asilo diplomático. 
Pode-se conceituar o ​asilo territorial como o acolhimento concedido pelo Estado, em seu território, 
ao estrangeiro perseguido por crimes de natureza política e ideológica. Poderá o Estado que 
concedeu o asilo revogá-lo alegando motivos de segurança nacional. Vale ressaltar que tal asilo 
SEMPRE será concedido pelo Chefe de Estado e mais ninguém. 
O ​asilo diplomático (ou ​extraterritorial​) é aquele no qual o Estado concede asilo, fora de seu 
território, ao indivíduo perseguido que busca proteção. Será concedido asilo diplomático em locais 
situados dentro do Estado em que ocorre a perseguição, mas que são imunes à jurisdição deste 
Estado, como embaixadas, representações diplomáticas e navios de guerra. 
O asilo é concedido mediante perseguição atual e efetiva, diferente do refúgio, o qual exige 
apenas o mero temor de perseguição. 
ATENÇÃO: Repartição Consular pode conceder asilo? Quanto à concessão do 
asilo diplomático em repartições consulares, o entendimento corrente é no sentido da 
sua ​não aceitação​. 
 
f) ​Refúgio 
O refúgio vincula-se a questões de guerra e está disciplinado, no âmbito internacional, pela 
Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, e seu Protocolo, de 1966. Quanto à 
 
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legislação nacional, a Lei nº 9.474/1997, em seu art. 1º, define o refugiado como sendo todo 
indivíduo que: 
I. Devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, 
grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não 
possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; 
II. Não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, 
não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso 
anterior; 
III. Devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país 
de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. 
No Brasil, compete ao CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão colegiado 
vinculado ao Ministério da Justiça, analisar os pedidos de reconhecimento da condição de 
refugiado. 
OBSERVAÇÃO​: tanto o asilo quanto o refúgio podem ou não ser concedidos por um 
Estado soberano, sendo considerados atos discricionários.DIREITOS DOS ESTRANGEIROS NO BRASIL 
Excluindo-se o exercício de voto, a prestação de serviço militar e a ocupação de determinados 
cargos, privativos de brasileiros natos, os estrangeiros recebem tratamento semelhante ao do 
brasileiro por força do disposto no caput do art. 5º da Constituição Federal, o qual lhes assegura a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
 
7. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL 
A responsabilidade internacional é a resposta que o Direito Internacional apresenta aos Estados 
que infringem as suas regras. Todo fato internacionalmente ilícito cometido por um Estado gera a 
 
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sua responsabilidade internacional, sendo necessária a reparação do dano e a imposição de ônus 
jurídico ao Estado infringente. 
Estende-se às Organizações Internacionais intergovernamentais o conceito de responsabilidade 
internacional, portanto, elas também podem ser demandadas quando for verificada a violação de 
normas internacionais e prejuízos a terceiros. 
Uma vez que o Estado é internacionalmente responsável por toda ação ou omissão que lhe seja 
imputável segundo as regras de Direito Internacional Público, deve reparar o prejuízo causado ao 
outro Estado ou, na eventualidade de não ser possível a reparação pecuniária, apresentar 
indenização ou compensação. 
Uma característica da responsabilidade internacional é a sua imputação aos Estados, mesmo que 
o ato ilícito tenha sido praticado por um indivíduo ou que a vítima seja um particular. 
PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA 
É a atividade voltada à proteção dos direitos de um Estado que foram violados por outro sujeito, 
mesmo que a reclamação tenha sido motivada por particular para defender interesse próprio. 
O procedimento para buscar a reparação na esfera internacional se opera mediante pedido de 
indenização pelos prejuízos sofridos, devendo o Estado da vítima ​endossar a reclamação. Por 
meio deste instrumento (​endosso​), será outorgada a ​proteção diplomática de um Estado a um 
particular. 
Para que o endosso seja concedido pelo Estado, há necessidade de serem preenchidas as 
seguintes condições: 
a) A vítima (pessoa física ou jurídica) precisa ser nacional do Estado reclamante ou estar sob 
sua proteção diplomática (como o estrangeiro residente no Estado protetor); 
b) Esgotamento dos recursos internos (administrativos ou judiciais); 
c) A vítima não pode ter agido com culpa (não pode ter contribuído para a criação do dano). 
 
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No caso dos ​apátridas​, não refugiados, será concedida a proteção diplomática pelo Estado no 
qual haja estabelecido o seu domicílio ou, na falta deste, sua residência habitual. 
A proteção diplomática não se confunde com a ​proteção funcional conferida aos funcionários das 
organizações internacionais que se encontram a seu serviço. Entende-se que os agentes de 
determinada organização não necessitam de outra proteção além daquela disponibilizada pela 
organização internacional à qual se vinculam. 
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL 
Para haver responsabilidade internacional são necessários os seguintes elementos: 
a) Ato ilícito internacional:​ deve haver a violação de uma norma de Direito Internacional; 
b) Imputabilidade: é o nexo causal entre a ação (ou omissão) violadora do Direito 
Internacional e o causador do dano, ou seja, o vínculo jurídico estabelecido entre o Estado 
(ou organização internacional) transgressor e o Estado que sofreu a lesão; 
c) Prejuízo ou dano: resultado antijurídico do fato cometido pelo Estado (ou particular em 
nome do Estado) ou organização internacional transgressor da norma internacional. 
Lembrando que os Estados serão sempre responsáveis pelos atos praticados em seu nome pelos 
seus funcionários. 
OBSERVAÇÃO​: Eventos lícitos, mas que causem riscos iminentes e excepcionais, 
podem também acarretar em responsabilidade internacional de um Estado (ex: testes 
nucleares, poluição marítima, etc.). 
 
 
8. MERCOSUL 
O Mercosul é um bloco formado por Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai e Venezuela (último país 
a entrar no bloco, em 2006), tendo sido estabelecido no Protocolo de Ouro Preto (1994) e 
promulgado pelo Decreto nº 1.901/1996. Assim como na União Europeia, o Mercosul funciona 
 
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como uma cooperação intergovernamental, tendo personalidade jurídica de Direito Internacional 
(art. 34 do Protocolo de Ouro Preto). 
O objetivo desse bloco era a integralização regional e a construção de um Mercado Comum. De 
acordo com o Protocolo de Ouro Preto, a estrutura institucional do Mercosul conta com: 
Conselho do Mercado Comum: órgão superior do Mercosul ao qual incumbe a condução política 
do processo de integração e a tomada de decisões (art. 3º); 
 
Grupo Mercado Comum: é o órgão executivo do Mercosul (art. 10), sendo integrado por 4 
membros titulares e 4 membros alternos por país e coordenado pelos Ministérios de Relações 
Exteriores de cada país. Manifesta-se mediante Resoluções que são obrigatórias aos 
Estados-Partes; 
 
Comissão de Comércio do Mercosul: é o órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado 
Comum, velando pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos 
Estados-Partes (art. 16). Manifesta-se mediante Diretrizes ou Propostas que são obrigatórias aos 
Estados-Partes; 
 
Parlamento do Mercosul: constituído em 2006, em substituição à Comissão Parlamentar 
Conjunta, é o órgão representativo dos cidadãos dos Estados-Partes, manifestando-se mediante 
Pareceres, Projetos de normas, Anteprojetos de normas, Declarações, Recomendações, 
Relatórios e Disposições; 
 
Foro Consultivo Econômico-Social: é o órgão de representação dos setores econômicos e sociais, 
integrado por igual número de representantes de cada Estado-Parte (art. 28); 
 
Secretaria Administrativa do Mercosul: é o órgão de apoio operacional, responsável pela 
prestação de serviço aos demais órgãos do Mercosul, com sede em Montevidéu. 
 
Cabe salientar que o Conselho do Mercado Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de 
Comércio do Mercosul são os órgãos de capacidade decisória no Mercosul (art. 2º do Protocolo 
de Ouro Preto). 
 
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SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DO MERCOSUL 
O Protocolo de Olivos, promulgado pelo Decreto nº 4.982 de 2004, estabeleceu o sistema de 
Solução de Controvérsias no Mercosul e a criação de um Tribunal Permanente de Revisão (TPR), 
sendo este o principal órgão do sistema, juntamente com os Tribunais Arbitrais ​Ad Hoc​. 
De acordo com o Protocolode Olivos, o sistema de Solução de Controvérsias observará o 
seguinte procedimento: 
Negociações Diretas: os Estados-Partes numa controvérsia procurarão resolvê-la, antes de tudo, 
mediante negociações diretas (art. 4º), as quais não excederão o prazo de 15 dias a partir da 
comunicação do início da controvérsia. 
 
Procedimento Opcional ante o Grupo de Mercado Comum (GMC): se as negociações 
fracassarem, as partes podem buscar o GMC, o qual analisará a controvérsia e formulará 
recomendações. 
 
Tribunal Arbitral ​Ad Hoc​: quando não for possível solucionar a controvérsia mediante a aplicação 
das negociações diretas ou ante o Grupo de Mercado Comum, podem as partes recorrer ao 
procedimento do Tribunal Arbitral ​Ad Hoc​, o qual é formado a partir das Listas de Árbitros 
depositadas pelos Estados-Partes na Secretaria do Mercosul. Compor-se-á por 3 árbitros, sendo 
que cada país designará um titular (e um suplente). Destes 3 árbitros, um será escolhido, em 
comum acordo, como presidente, não podendo ser nacional dos países envolvidos na 
controvérsia. O objeto da controvérsia é delimitado pelas partes, que também informarão sobre 
instâncias cumpridas anteriormente, para, então, o Tribunal emitir o laudo arbitral. 
 
Tribunal Permanente de Revisão​: serve como instância recursal do laudo do Tribunal ​Ad Hoc​, 
mas as partes também podem optar submeter-se diretamente ao TPR, adotando-o como 
instância única (art. 23 e 24). Os laudos do TPR serão obrigatórios para os Estados-Partes na 
controvérsia, tendo força de coisa julgada. 
 
 
 
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9. TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
Foi instituído como Corte Internacional independente durante a Conferência de Roma em 1998, 
na qual se estabeleceu o seu tratado constitutivo, o Estatuto de Roma (promulgado no Brasil pelo 
Decreto nº 4.388/2002). O Tribunal Penal Internacional (TPI) possui caráter permanente, tendo 
por objetivo julgar indivíduos que sejam acusados de praticar crimes de agressão, genocídio, 
guerra e contra a humanidade (art. 5º, § 1º do Estatuto de Roma). 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
Segundo o art. 4º do Estatuto de Roma, o TPI poderá exercer seus poderes e funções no território 
de qualquer Estado-Parte e, por acordo especial, no território de qualquer outro Estado que o 
aceite. Diz-se, portanto, que sua jurisdição é​ internacional​, e não universal. 
É importante mencionar que o TPI apenas atuará quando o sistema jurídico nacional não tenha 
julgado o caso, e se o fez, não tenha sido capaz de solucionar tal situação. Para que o TPI possa 
julgar o caso é necessário que a acusação seja recebida e processada pela Câmara Preliminar. 
O TPI não julga Estados e Organizações Internacionais, apenas indivíduos. Também não julga 
crimes cometidos anteriormente à sua vigência. 
COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
Conforme o disposto no Estatuto de Roma, o TPI será composto por 18 juízes de nacionalidades 
diferentes (art. 36) e pelos seguintes órgãos: 
Presidência (art. 38): administra o Tribunal e atua em coordenação com o Gabinete do 
Procurador; 
Gabinete do Procurador (art. 42): recolhe comunicações e informações sobre os crimes de 
competência do TPI, realiza inquérito e exerce ação penal junto ao Tribunal; 
Secretaria (art. 43): ​responsável pelos aspectos não judiciais da administração e do 
funcionamento do TPI; 
 
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Seção de Instrução (art. 39 e 57): ao menos seis juízes (predominantemente com experiência em 
processo penal) proferem despachos, emitem mandados a pedido do Procurador, asseguram a 
proteção às vítimas, testemunhas e pessoas detidas, adotam medidas cautelares, autorizam 
ações do Procurador, etc.; 
Seção de Julgamento de Primeira Instância (art. 39 e 64): ordena acusações, comparecimento de 
testemunha em audiência, apresentação de provas, procede ao julgamento; 
Seção de Recursos (art. 39 e 82): julga, por maioria, o recurso em audiência pública para anular 
ou modificar a decisão ou a pena; ou, ainda, ordena um novo julgamento perante um outro Juízo 
de Julgamento em Primeira Instância. 
Caso o TPI chegue a condenar o acusado, este terá a pena aplicada respeitando a pena máxima 
de 30 anos (art. 77, § 1º, alínea “a”, do Estatuto de Roma). Se, porventura, o crime cometido for 
de extrema gravidade, a pena aplicada será a de prisão perpétua (art. 77, § 1º, alínea “b”, do 
Estatuto de Roma). Poderá ser aplicada cumulativamente a pena de multa e a de confisco. 
 
10. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) 
 
Trata-se de organização internacional permanente e intergovernamental, cujos propósitos são 
manter a paz e a segurança internacionais, desenvolver relações amistosas entre as nações e 
conseguir uma cooperação internacional para solucionar pacificamente os conflitos. 
A Carta das Nações Unidas, documento que regulamenta a Organização das Nações Unidas 
(ONU), foi assinada em 1945 (juntamente com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça) e 
passou a integrar o ordenamento jurídico brasileiro neste mesmo ano por meio do Decreto nº 
19.841. 
Quando foi formada, a ONU contava com 51 Estados-membros, mas o número de membros, até 
o ano de 2015, chegou a 193. 
COMPOSIÇÃO DA ONU 
São órgãos principais das Nações Unidas (art. 7º da Carta das Nações Unidas): 
 
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Assembleia Geral: composta por até 5 representantes de cada um dos Estados-membros, tendo 
competência para discutir e fazer recomendações relativamente a qualquer matéria que for objeto 
da Carta das Nações Unidas ou se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer dos 
órgãos nela previstos; 
Conselho de Segurança: composto por 15 Estados-membros, dos quais 5 são permanentes 
(China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e 10 são eleitos a cada 2 anos pela Assembleia 
Geral, sendo sua principal responsabilidade a manutenção da paz e segurança internacionais; 
Conselho Econômico e Social: é composto de 54 Membros das Nações Unidas eleitos pela 
Assembleia Geral e é responsável pelos estudos de questões econômicas, sociais, culturais e de 
direitos humanos, bem como a coordenação e o estímulo a programas que os atendam; 
Conselho de tutela: era responsável pela supervisão e acompanhamento do progresso de 
territórios ainda não independentes, tendo suas atividades suspensas em 1994 (independência do 
último território); 
Corte Internacional de Justiça: composta por 15 juízes independentes de nacionalidades diversas, 
eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança, é o principal órgão judiciário das 
Nações Unidas, funcionando de acordo com o Estatuto da Corte Internacional de Justiça, com 
sedeem Haia (Holanda). A decisão da Corte Internacional de Justiça é obrigatória às partes (art. 
94, § 1º da Carta); 
Secretariado: composto pelo Secretário-Geral (indicado pela Assembleia Geral mediante 
recomendação do Conselho de Segurança) e funcionários da ONU, realiza o trabalho 
administrativo e também outras funções que eventualmente sejam atribuídas pelos demais órgãos 
da ONU. 
 
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (CORTE DE HAIA) 
Seu principal objetivo é resolver os litígios entre os Estados, funcionando também como órgão 
consultivo (art. 65 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça e art. 96 da Carta das Nações 
Unidas). A Corte é aberta aos Estados que são membros da ONU, podendo o seu Conselho de 
Segurança ou a sua Assembleia Geral solicitar parecer consultivo sobre qualquer questão de 
ordem jurídica. 
 
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Não é o único foro judiciário internacional, podendo-se citar outros exemplos, como a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos, o Tribunal do Direito do Mar e tribunais administrativos da 
OIT (Organização Internacional do Trabalho). 
 
 
11. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
 
O ​Direito Internacional Privado é composto de princípios e regras que possuem como prioridade a 
resolução de conflitos de leis no espaço. Entende-se como conflito de leis nos espaço a 
existência de duas ou mais leis aplicáveis ao mesmo caso. 
A LINDB (Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro) do art. 7° ao art. 19 informa todas as 
regras de aplicação de lei estrangeira no Brasil. O Direito Internacional Privado regulamenta os 
direitos entre particulares vinculados a sistemas jurídicos distintos, ou seja, diz respeito às 
relações entre os sujeitos privados, das quais o Estado não interage como um ente soberano. 
A principal missão do Direito Internacional Privado é identificar o sistema jurídico que será 
aplicado ao caso concreto que possua como partes sujeitos com nacionalidades diversas ou 
quando o ato ocorrer no exterior. 
 
Teoria de Elementos de Conexão: a aplicação das regras do Direito Internacional Privado 
depende de elementos de conexão definidos pela lei do Estado (​lex fori​). Assim, os elementos de 
conexão são considerados matérias que ensejam a aplicação de determinado direito, podendo 
ser: 
a) Pessoais​ (personalidade, capacidade, direito de família e sucessões): 
A norma do domicílio rege o estatuto pessoal da pessoa natural, como rregime de bens do 
casamento, sucessão, direitos da personalidade etc. – arts. 7º, 8º e 10 da LINDB ​(Lex Loci 
Domicili); 
 
b) Reais: 
● Aplica-se a norma do local onde está situada a coisa (​Lex Rei Sitae), cabendo também ao 
regime de bens – arts. 8º, 10, § 2º e 12, § 1º, da LINDB, e à sucessão, quando há cônjuge 
ou filhos brasileiros – art. 5º, XXXI, da CF; 
 
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● Aplica-se a norma do domicílio do proprietário do bem móvel​ (Mobília Sequntum Persona); 
 
c)​ ​Formais (atos jurídicos): 
● Aplica-se a norma do local do ato da celebração do casamento ​(​Lex Loci Celebrationis​) – 
art. 7º, § 2º, da LINDB; 
● Aplica-se a norma do local de execução do contrato (​Lex Loci Executionis) – art. 12 da 
LINDB e para contratos de trabalho​; 
● Aplica-se a norma do lugar de constituição da pessoa jurídica (​Lex Societatis​) – art. 11 da 
LINDB. 
 
d)​ ​Obrigacionais: 
Aplica-se a norma do local de constituição da obrigação e dos contratos (​Lex Loci 
Contractus​) – art. 9º da LINDB; 
 
e)​ ​Delituais: 
Aplica-se a norma do local do delito (​Lex Loci Delito) – ​art. 5º do Código Penal (Decreto-Lei 
nº 2.848/1940). 
 
Por exemplo, se em uma situação estiverem envolvidos direitos referentes ao estatuto pessoal 
(tais como direitos da personalidade e de família) serão aplicados os direitos do domicílio dessa 
pessoa. Portanto, esse domicílio acompanha a pessoa, independente de onde esteja. Todavia, 
quando o assunto estiver relacionado a um negócio jurídico (por exemplo, um contrato) o direito 
aplicado será o do local da celebração do negócio jurídico ou onde ocorrerão os seus devidos 
efeitos. 
A última situação a ser mencionada refere-se às partes, as quais poderão eleger o foro 
competente para julgar conflitos, inclusive no caso de arbitragem. 
 
 
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CARTAS ROGATÓRIAS 
Principal instrumento de cooperação jurisdicional internacional, as cartas rogatórias são definidas 
como a solicitação de auxílio do Estado rogante ao Estado rogado, com a finalidade de realizar 
um ato processual ou diligência. 
As cartas rogatórias podem ser de dois tipos: 
a) Ativas:​ quando são expedidas por autoridade judiciária brasileira para outro Estado; 
b) Passivas: quando são expedidas por Estado estrangeiro e recebidas pela autoridade 
judiciária brasileira. 
EXEQUATUR 
As cartas rogatórias passivas precisam da concessão do ​exequator (art. 105, I, “i”, da CF/88), 
pelo ​STJ​, para serem cumpridas no Brasil. Trata-se de análise dos requisitos formais da carta 
rogatória, não de seu mérito, devendo estar em conformidade com os requisitos do Regimento 
Interno do STJ (arts. 216-O até 216-X). 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. ​Curso de Direito Internacional Público​. 5.ª ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2011. 
CAPARROZ, Roberto. ​Direito internacional público​. São Paulo: Saraiva, 2012. 
PLETSCH, Anelise Ribeiro. ​Como se preparar para o exame de Ordem​, 1.ª fase: internacional. 6.ª 
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014. 
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: JusPodvm, 
2017. 
 
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