Buscar

apostila-direito-civil-parte-especial-3ed

Prévia do material em texto

APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
 
1. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 5 
a) Elementos 6 
b) Obrigação de dar Coisa Certa e Coisa Incerta 6 
c) Obrigação de Fazer e Não Fazer 7 
d) Obrigações Alternativas 7 
e) Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 8 
f) Obrigações Solidárias 8 
g) Transmissão das Obrigações 9 
h) Do Adimplemento e Extinção das Obrigações 10 
● Adimplemento 10 
● Pagamento em Consignação 11 
● Pagamento com Sub-rogação 11 
● Imputação do Pagamento 12 
● Dação em Pagamento 13 
● Novação 13 
● Compensação 13 
● Confusão 14 
● Remissão de Dívida 14 
● Transação 14 
i)​ ​Do Inadimplemento das Obrigações 14 
j)​ ​Mora 14 
● Modalidades da Mora: 15 
k)​ ​Cláusula Penal - Arts. 408 A 416 Do Cc 15 
l) ​ ​Juros Moratórios 16 
m)​ ​Arras ou Sinal 16 
2. DOS CONTRATOS EM GERAL 17 
a) Formação dos Contratos 17 
b) Promessa de Fato de Terceiro 18 
c) Estipulação em Favor de Terceiro 18 
d) Contrato com Pessoa a Declarar 18 
e) Vícios Redibitórios 19 
f) Evicção 19 
g) Extinção do Contrato 20 
h) Das Várias Espécies de Contrato 20 
● Da Compra e Venda 20 
● Cláusulas Especiais à Compra e Venda 21 
● Troca ou Permuta 21 
● Contrato Estimatório 21 
● Doação 22 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
2 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
● Locação 22 
● Do Empréstimo 22 
● Da Prestação De Serviço 23 
● Da Empreitada 23 
● Do Depósito 23 
● Do Mandato 24 
● Da Corretagem 24 
● Do Seguro 24 
● Da Fiança 25 
● Do Transporte 25 
i)​ ​Dos Atos Unilaterais 26 
3. RESPONSABILIDADE CIVIL 26 
a) Responsabilidade Contratual e Extracontratual 27 
b) Elementos da Responsabilidade Civil 27 
c) Responsabilidade Subjetiva e Objetiva 28 
d) Excludentes de Responsabilidade Civil 28 
e) Quantificação e Liquidação do Dano 29 
4. DIREITO DAS COISAS 29 
a) Características 29 
b) Direito Real X Direito Obrigacional 30 
5. DIREITO DE FAMÍLIA 31 
a) Casamento 32 
b) Regime de Bens Entre os Cônjuges 37 
● Princípios 37 
● Regimes Previstos no Código Civil 38 
c)​ ​União Estável 40 
d) ​ ​Parentesco 41 
● Filiação 43 
e)​ ​Poder Familiar 44 
f) ​ ​Guarda Compartilhada 45 
g)​ ​Alienação Parental 45 
h)​ ​Bem de Família 46 
i)​ ​Alimentos 47 
j) ​ ​Tutela e Curatela 48 
k)​ ​Da Tomada de Decisão Apoiada 49 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
3 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
6. DIREITO DAS SUCESSÕES 50 
a) Espécies de Sucessão 50 
b) Aceitação e Renúncia da Herança 52 
c) Da Vocação Hereditária 52 
d) Testamento 53 
e) Inventário 57 
BIBLIOGRAFIA 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
4 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
1. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
O Direito Obrigacional também é chamado de Direito Pessoal, uma vez que a sua satisfação 
depende de um comportamento da pessoa (o devedor). 
Uma obrigação é uma relação jurídica estabelecida entre duas partes em que o seu 
descumprimento resultará em mora. 
Segundo Sílvio de Salvo Venosa, “obrigação é uma relação jurídica transitória de cunho 
pecuniário unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação à 
outra (o credor)”. 
 
 
ELEMENTOS 
Elementos das Obrigações são itens necessários à sua formação: 
a) Sujeitos:​ Credor(es) e devedor(es); 
b) Objeto: ​obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Devendo ter natureza 
patrimonial lícita, possível e determinada o determinável; e 
c) Vínculo jurídico:​ contratos, declarações unilaterais de vontade etc. 
O que são obrigações naturais? 
São aquelas que não são exigíveis judicialmente, embora lícitas. Tais como: dívidas de apostas. 
 
 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA E COISA INCERTA 
Obrigação de dar é aquela em que o devedor se compromete a providenciar, em favor do credor, 
a tradição (entrega) de um bem móvel ou imóvel. 
Dar Coisa Certa 
É a coisa individualizada, determinada, em que o credor da coisa certa não está obrigado a 
receber outra, ainda que de maior valor, e não pode exigir do devedor outra coisa, mesmo que de 
menor valor. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
5 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
Dar Coisa Incerta 
É a coisa certa pela sua quantidade de unidades de determinado gênero, não de uma coisa 
específica. Assim, na forma do art. 243 do CC, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo 
gênero e pela quantidade. Neste caso, a escolha da coisa incerta caberá ao devedor, no entanto, 
na forma do art. 244 do CC, este deverá escolher a “qualidade média”, ou seja, nem o credor 
poderá exigir o que há de melhor, tampouco o devedor será obrigado a aceitar o pior. 
 
 
OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER 
 
Obrigação de Fazer 
Obrigação de fazer consiste em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Trata-se, 
portanto, de obrigação que engloba a prestação do serviço humano em geral que tenham 
utilidade para o credor. 
 
Espécies de Obrigações de fazer 
a) Fungível ou pessoal: Neste caso, a prestação do serviço não exige uma qualidade pessoal 
do devedor, podendo ser realizada por terceiros. 
b) Infungível ou personalíssima: Nesta espécie de obrigação a prestação está relacionada a 
pessoalidade, ou seja, o devedor deve cumprir pessoalmente a obrigação. 
 
Obrigação de Não Fazer 
A obrigação de não fazer é necessariamente pessoal, em que o devedor se abstém de fazer algo. 
Na hipótese de o devedor realizar o ato, o credor poderá exigir que seja desfeito, além de 
possível indenização em razão de perdas e danos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
6 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS 
Nesta espécie de obrigação, o devedor terá a possibilidade de adimplir a obrigação de duas ou 
mais formas. As hipóteses de adimplemento devem ser pactuadas entre as partes e, no caso de 
silêncio, a escolha cabe ao devedor – conforme determina o art. 252 do CC. 
 
Art. 252, §1º do CC – O devedor não pode obrigar o credor a receber parte de uma 
prestação e parte de outra, devendo ela ser total por uma das formas pactuadas. 
Exceção​: Art. 252, §2º do CC – No caso de se tratar de prestações periódicas, nas 
quais se admite a renovação da opção para cada período correspondente, é possível 
alternar entre as formas de prestação pactuadas. 
 
 
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
A obrigação será divisível ou indivisível na medida em que possam ou não ser fracionadas em 
prestações parciais homogêneas. 
 
Obrigação Indivisível 
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetível 
de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante de 
negócio jurídico. 
 
Obrigação Divisível 
Bens divisíveis são os que se podem fracionarsem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei 
ou por vontade das partes – art. 258 do CC. 
 
Na hipótese de pluralidade de credores ou devedores, conforme preceitua o art. 257 
do CC, a lei presume a divisão da obrigação, desde que o objeto seja divisível, em 
tantas obrigações, iguais e distintas, quantos forem os credores ou devedores. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
7 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
Podem ser definidas como aquelas em que há pluralidade de credores ou devedores, em que 
cada um possui direito ou obrigação total, como se houvesse um só credor ou devedor. 
 
Art. 265 do CC – A solidariedade nunca se presume, resultando da lei ou da vontade 
das partes. 
 
 
Solidariedade Ativa 
Caracteriza-se quando há vários credores. Neste caso, cada um dos credores solidários tem o 
direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro, independentemente de 
autorização dos outros credores ou de caução, podendo promover as medias assecuratórias do 
seu direito, constituir o devedor em mora e interromper a prescrição. Ou seja, caso o devedor 
pague o total do débito a um dos credores, extingue-se a obrigação. 
 
Solidariedade Passiva 
Significa multiplicidade de devedores. Neste caso, o credor poderá exigir de qualquer um dos 
devedores o adimplemento total da obrigação. Havendo o pagamento parcial, todos os demais 
continuam obrigados solidariamente pelo saldo remanescente – conforme art. 275 do CC. 
Caso haja o perdão do débito de um dos codevedores, a obrigação se extingue em relação a sua 
quota. Outrossim, no caso de um dos codevedores adimplir a integralidade do débito, poderá 
exigir dos demais a sua quota, conforme art. 283 do CC. 
 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
Formas de transmissão das obrigações: 
a) Ativa​ - cessão de crédito 
b) Passiva​ - assunção de dívida ou cessão de débito 
c) Entre pessoas vivas​ - inter vivos 
d) Em virtude de falecimento​ - causa mortis 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
8 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
e) A título universal - abrange todos os bens ou uma fração da totalidade dos bens do 
cedente 
f) A título singular​ - quando se refere apenas a um crédito específico. 
 
Cessão de Crédito 
Trata-se de um negócio jurídico bilateral, por meio do qual alguém transfere a outrem os seus 
direitos de credor numa determinada relação obrigacional. Ou seja, um terceiro passa a figurar 
como credor no lugar da parte anterior. 
 
Assunção de Dívida 
Ao contrário do item anterior, a assunção de dívida trata-se da transferência da posição de 
devedor em uma relação jurídica. Hipótese em que deverá haver o consentimento expresso do 
credor. 
 
Cessão da Posição Contratual 
Diferentemente do que ocorre na cessão de crédito ou de débito, neste caso, o cedente transfere 
a sua própria posição contratual (compreendendo créditos e débitos) a um terceiro (cessionário), 
que passará a substituí-lo na relação jurídica originária. 
 
 
DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
ADIMPLEMENTO 
Qualquer pessoa poderá adimplir a obrigação, interessado ou não. Quando um terceiro não 
interessado realizar o adimplemento do crédito em nome próprio, este poderá buscar o 
ressarcimento do valor pago, mas, todavia, não se sub-roga nos direitos do credor, conforme art. 
305 do CC. 
Na forma do art. 308 do CC, o débito poderá ser pago ao credor, aos seus sucessores, ou ao seu 
representante legal, judicial ou convencional. 
Em relação ao objeto de pagamento, este será feito da forma como for estabelecida pela lei ou 
pelo pacto entre as partes. Nas obrigações pecuniárias, deverá ser feito o pagamento é feito na 
forma estabelecida pela lei ou pelo negócio jurídico e, tratando-se de obrigações pecuniárias, 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
9 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
far-se-á em moeda corrente no lugar do cumprimento da obrigação – conforme estabelece o art. 
315 do CC. 
Além disso, vale destacar que o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que é 
devida, ainda que mais valiosa - art. 313 do CC. 
Em relação ao local de pagamento, salvo se as partes tiverem convencionado de forma diferente, 
deverá ser feito no domicílio do devedor. Havendo mais de um domicílio ou local pactuado para o 
pagamento, a escolha caberá ao credor – conforme estabelece o art. 327 do CC. 
 
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO 
O pagamento em consignação consiste no depósito judicial da coisa devida ou depósito em 
estabelecimento bancário, se for débito em dinheiro,para liberar o devedor, nos casos e forma 
legais. 
Hipóteses de cabimento do pagamento em consignação – art. 335 do CC: 
a) se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação 
na devida forma; 
b) se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
c) se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em 
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
d) se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
e) se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO 
Trata-se da substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra pessoa ou coisa, numa 
relação jurídica. 
Ele pode ser: 
a) Sub-rogação pessoal​ - Substituição de uma pessoa por outra pessoa. 
b) Sub-rogação real​ - Substituição de uma coisa por outra coisa. 
 
Sub-rogação pessoal 
O pagamento efetuado apenas promove uma alteração subjetiva na obrigação, passando a 
figurar um novo credor na mesma relação jurídica, ainda existente. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
10 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
Modalidades de sub-rogação pessoal 
● Sub-rogação legal 
Nesta modalidade de sub-rogação opera-se, de pleno direito, na forma do art. 346 do CC), em 
favor: 
a) do credor que paga a dívida do devedor comum; 
b) do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro 
que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; 
c) do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou 
em parte. 
 
● Sub-rogação convencional 
Conforme estabelece o art. 347 do CC, a sub-rogação será convencional: 
a) quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os 
seus direitos; 
b) quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a 
condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos docredor satisfeito. 
 
● Principais efeitos da sub-rogação: 
a) A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do 
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores - art. 349 do CC; 
b) Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, 
senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor - art. 350 do CC; e 
c) O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança 
da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a 
um e outro dever - art. 351 do CC. 
 
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO 
Conforme se depreende do art. 352 do CC, trata-se da escolha da dívida a ser quitada perante 
um mesmo credor, quando o devedor possuir dois ou mais débitos e não possui condições de 
saldar todas as dívidas. 
 
A imputação pode decorrer: 
a) de acordo entre os interessados: devedor ou credor fazem a indicação; e 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
11 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
b) por determinação legal: se o devedor não fizer a indicação e a quitação for omissa quanto 
à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas 
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa – 
conforme determina o art. 355 do CC. 
 
DAÇÃO EM PAGAMENTO 
A dação em pagamento ocorre quando o credor consente em receber coisa diversa da que lhe é 
devida. 
 
Elementos da Dação em Pagamento 
a) a existência de uma dívida; e 
b) o pagamento desta pela entrega de uma coisa diferente da pactuada, com a concordância 
do credor e visando à extinção da obrigação. 
 
NOVAÇÃO 
Este instituto é hipótese de extinção de uma obrigação mediante a constituição de uma outra, 
desde que diferente da original em razão do seu valor, natureza da prestação ou outra 
modificação em relação ao credor ou devedor. 
Ela pode ser: 
a) Objetiva​ - quando há modificação da prestação. 
b) Subjetiva​ - quando ocorre mudança do credor ou do devedor. 
 
É indispensável para a Novação o ​Animus novandi​, a intenção inequívoca de novar. 
Ou seja, a novação não se presume, deve ser é fundamental para que se configure a 
novação, a intenção de novar. Assim, a novação não se presume, ela deve ser 
evidente. 
 
COMPENSAÇÃO 
Trata-se do meio de extinguir as dívidas de pessoas que, ao mesmo tempo, são credora e 
devedora uma da outra até o limite da existência do crédito recíproco. Ex. Roberto deve R$ 
10.000,00 a Fernando, que, por sua vez, tem uma dívida com Roberto no valor de R$ 5.000,00. 
Dessa forma, se Roberto pagar R$ 5.000,00, se resolvem as obrigações. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
12 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
 
CONFUSÃO 
Trata-se da extinção da obrigação em razão da identificação numa mesma pessoa das 
qualidades de credor e devedor. 
 
REMISSÃO DE DÍVIDA 
Nesta hipótese de extinção da obrigação, há renúncia do credor ao crédito que existe em seu 
favor. Trata-se do perdão da dívida. 
 
TRANSAÇÃO 
Pela transação, as partes extinguem obrigações por comum acordo. 
 
 
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
O Inadimplemento nada mais é do que o não cumprimento da obrigação na maneira estipulada. 
a) Inadimplemento absoluto: ​conforme se depreende do art. 389 do CC, não cumprida a 
obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária 
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
b) Caso fortuito ou força maior: ​na forma do art. 393 do CC, o devedor só não responde pelos 
prejuízos, se foram resultantes de caso fortuito ou força maior e, ainda, se expressamente 
não se houver por eles responsabilizado. 
 
 
MORA 
A mora pode ser definida como o retardamento culposo no cumprimento da obrigação. 
No entanto, ela difere do Inadimplemento absoluto: 
Inadimplemento absoluto​ - A obrigação foi descumprida e tornou-se inútil ao credor. 
Mora - A obrigação não foi cumprida no tempo, lugar ou forma convencionados, mas ainda é útil 
ao credor. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
13 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
MODALIDADES DA MORA: 
a) a mora pode ser dar por parte do devedor (​mora debitoris​ ou ​mora solvendi​) 
b) por falta do credor (​mora creditoris​ ou ​mora accipiendi​). 
A constituição em Mora, conforme estabelece o art. 397 do CC, se estabelece pelo simples 
advento do termo ou decurso do prazo, sem necessidade de qualquer interpelação judicial. Caso 
não exista termo (pacto), então se dará pela via judicial. 
Libera-se a pessoa (purga-se) da responsabilidade da Mora nas hipóteses previstas no art. 401 
do CC, quais sejam: 
a) por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos 
decorrentes do dia da oferta; 
b) por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos 
da mora até a mesma data. 
 
 
CLÁUSULA PENAL - arts. 408 a 416 do CC 
Cláusula Penal trata-se de um pacto acessório, por meio do qual as partes, por pacto expresso, 
submetem o devedor que descumprir a obrigação a uma pena ou multa. 
 
Espécies de Cláusula Penal 
a) Cláusula Penal Moratória - Esta espécie de cláusula penal se caracteriza quando é 
estipulada hipótese de mora. Portanto, em caso de mora, o credor tem a possibilidade de 
exigir a satisfação da multa, mais o cumprimento da obrigação principal – nos termos do 
art. 411 do CC. 
b) Cláusula Penal Compensatória – Verifica-se a Cláusula Penal Compensatória quando é 
pactuada uma pena em caso de inadimplemento absoluto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
14 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
JUROS MORATÓRIOS 
São juros devidos em razão do inadimplemento de uma obrigação. Caso não haja pacto 
estipulando o ​quantum de juros moratórios, será utilizada a taxa que estiver em vigor para a mora 
do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. 
Independentemente de prejuízo, em caso de mora, os juros serão devidos. 
 
 
ARRAS OU SINAL 
Na celebração de um contrato, principalmente na compra e venda de imóveis, é muito comum a 
presença de uma cláusula que estabelece as arras. Trata-se de uma garantia, geralmente em 
dinheiro ou bens móveis, que tem como finalidade de firmar o negócio e obrigar que o contrato 
seja cumprido. 
Quando o contrato é cumprido corretamente, as arras podem ser devolvidas, ou abatidas do valor 
que ainda falta para quitação do contrato, o que costuma ocorrer com mais frequência. 
No caso de descumprimento do contrato, se quem deu as arras, ou pagou o sinal, desiste do 
negócio, ele perde o valor das arras em favorda parte contrária. No caso de quem recebeu as 
arras desistir do contrato, terá que devolvê-las em dobro a quem as pagou. (ACS, 2015) 
Eles podem ser: 
a) Confirmatórias: Confirmam o contrato, que se torna obrigatório após sua entrega. Prova o 
acordo de vontades, não podendo mais quaisquer das partes rescindi-lo unilateralmente, 
conforme preceituam os arts. 418 e 419 do CC. 
b) Penitenciais: Atuam como penalidade, quando houver estipulação de cláusula de 
arrependimento e uma das partes utiliza esse direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
15 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
2. DOS CONTRATOS EM GERAL 
 
Conceito: O contrato nada mais é do que um negócio jurídico bilateral, visandoa criar, modificar 
ou extinguir obrigações. 
Pacta sunt servanda: do latim, significa “os pactos devem ser cumpridos”. É um brocardo latino 
que significa "os pactos assumidos devem ser respeitados" ou mesmo "os contratos assinados 
devem ser cumpridos". 
Função social: Nos termos do art. 421 do CC, a liberdade de contratar será exercida em razão e 
nos limites da função social do contrato. Dessa forma, é possível afirmar que o contrato passa a 
ser um instrumento a serviço do bem comum, de promoção do interesse social. 
Boa-fé objetiva: Conforme preceitua o art. 422 do CC, os contratantes são obrigados a guardar, 
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Contrato de adesão: nos contratos de adesão, cláusulas ambíguas ou contraditórias deverão ser 
interpretadas de forma mais favorável ao aderente - art. 423 do CC. 
 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
Um contrato é fruto da declaração de vontade de duas partes, essa intenção declarada de uma 
delas é conhecida como Proposta, e que objetiva a adesão de quem ela se dirige. É o início da 
formação do contrato. 
A proposta deixa de ser obrigatória quando: 
I. se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se 
também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação 
semelhante; 
II. se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a 
resposta ao conhecimento do proponente; 
III. se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 
IV. se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação 
do proponente. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
16 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
Aquele que faz a proposta está, a partir de então, está obrigado, como toda declaração unilateral 
de vontade, se o contrário não resultar dos seus termos, da natureza do negócio ou das 
circunstâncias do caso, conforme determina o art. 427 do CC. 
 
 
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
A promessa de fato de terceiro nada mais é do que a obrigação a ser cumprida pelo terceiro, com 
ou sem conhecimento ou consentimento deste. 
 
 
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
Segundo Pablo Stolze Gagliano, o normal é a convenção contratual produzir seus efeitos apenas 
perante às partes nela envolvidas. Sem embargo, no direito, muitas regras comportam exceção, e 
com essa não é diferente. 
Por meio da estipulação em favor de terceiro, ato de natureza essencialmente contratual, uma 
parte convenciona com o devedor que deverá realizar determinada prestação em benefício de 
outrem, alheio à relação jurídica-base. 
É de se atentar, ainda, que a estipulação acontece sempre em favor do terceiro, nunca contra. 
Portanto, a prestação terá o fim de trazer uma benesse a um sujeito não pertencente à relação 
contratual originária, sem nenhuma obrigação para ele, ou seja, a título gratuito. (Gagliano, 2012) 
E a lei aponta duas pessoas que podem exigir o cumprimento do quanto fora acordado: o 
estipulante e o beneficiário – Art. 436 do CC. 
 
 
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR 
Nesta espécie de contrato, uma das partes tem a faculdade de, conforme fora pactuado no 
contrato ou na lei, indicar outra pessoa que irá adquirir direitos ou assumir obrigações nele 
previstas, desde o momento em que foi celebrado – art. 467 do CC. 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
17 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
O vício redibitório trata-se de um defeito oculto que desvaloriza ou torna a coisa imprópria ao uso. 
Este vício é ignorado pelo adquirente, mas que acaba impedindo o uso convencional da coisa e 
existente no momento da execução do contrato. 
Diante desta situação, o adquirente pode: 
a) Ingressar com uma ação redibitória, visando a rescisão do contrato e pleiteando a 
devolução dos valores pagos – art. 441 do CC; 
b) Ajuizar uma Ação estimatória ou ​quantiminoris​, visando conservar a coisa, mesmo 
considerando o defeito, mas objetivando o abatimento no preço – art. 442 do CC. 
 
PRAZOS PARA RECLAMAÇÃO 
Bem móvel Bem Imóvel 
 
Fácil constatação: 30 dias 
Difícil constatação: 180 dias 
 
 
Fácil constatação: 1 (um) ano 
Difícil constatação: 1 (um) ano 
 
 
EVICÇÃO 
A evicção é a perda pelo adquirente (evicto) de determinada coisa em virtude de sentença 
judicial, que a atribui a outrem (evictor) por causa jurídica preexistente ao contrato, reconhecendo 
que o alienante não era titular legítimo do direito que transferiu. 
Salvo disposição contrária, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das 
quantias que pagou (art. 450 do CC): 
a) à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
b) à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem 
da evicção; 
c) às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
18 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO 
O contrato, via de regra, se extingue com o cumprimento da obrigação. 
No entanto, existem outras formas de extinção, quais sejam: 
a) resilição; 
b) resolução; 
c) invalidade (nulidade e anulabilidade). 
 
a) ​Resilição: ​quando não mais interessa às partes. Pode ser bilateral, a qual é conhecida como 
distrato, ou unilateral, chamada de denúncia, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente 
o permita. 
b) ​Resolução:​ decorrente do inadimplemento. 
c) ​Da resolução por onerosidade excessiva: nos contratos de execução continuada ou diferida, se 
a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a 
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. 
d) ​Da exceção de contrato não cumprido: nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, 
antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento dado outro. 
 
 
DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO 
 
DA COMPRA E VENDA 
É o contrato pelo qual um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o 
outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro - art. 481 do CC. 
 
Venda ad mensuram: faz-se o preço por medida de extensão do imóvel, situação em que esta 
passa a ser condição essencial ao contrato efetivado - art. 500 do CC. 
Venda ad corpus: é a alienação de imóvel, como coisa certa e discriminada, sendo apenas 
enunciativa ou descritiva a referência às dimensões. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
19 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
CLÁUSULAS ESPECIAIS À COMPRA E VENDA 
 
Retro venda: consiste na faculdade que se reserva o vendedor de reaver o imóvel vendido, em 
certo prazo, devolvendo ao comprador o preço, as despesas feitas pelo adquirente (custas de 
escritura e impostos), incluindo aquelas efetuadas com a sua autorização escrita no período de 
resgate ou para a realização de benfeitorias necessárias - art. 505 do CC. 
Venda a contento: é a alienação que depende de aprovação do comprador, funcionando esta 
como condição suspensiva para a efetivação do negócio, ainda que a coisa já tenha sido 
entregue - art. 509 do CC. Nesta espécie de venda, se classifica a dos gêneros que se costumam 
provar, medir, pesar, ou experimentar antes de aceitos. 
Preferência ou preempção: é uma faculdade pessoal que se assegura ao vendedor para 
readquirir a coisa vendida em igualdade de condições com um terceiro comprador, na hipótese de 
revenda do bem - art. 513 do CC. 
Da venda com reserva de domínio: trata-se de uma modalidade especial, na qual o vendedor tem 
a própria coisa vendida dada como garantia pelo comprador para o recebimento do preço. Só a 
posse é transferida ao adquirente. A propriedade permanece com o alienante e só passa àquele 
após o recebimento integral do preço. 
Venda sobre documentos: ​a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título 
representativo - art. 529 do CC. 
 
TROCA OU PERMUTA 
É o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra coisa, que não seja 
dinheiro - art. 533 do CC. 
 
CONTRATO ESTIMATÓRIO 
Nesta espécie de contrato, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica 
autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo 
estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada - art. 534 do CC. São as conhecidas impropriamente 
por “vendas em consignação”. 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
20 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
DOAÇÃO 
Doação é um negócio jurídico pelo qual alguém se obriga a transferir, por liberalidade, bens ou 
vantagens do seu patrimônio para outra pessoa. A doação far-se-á por escritura pública ou 
instrumento particular - art. 541 do CC. 
 
Adiantamento de legítima: a doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, 
importa adiantamento do que lhes cabe por herança - art. 544 do CC. 
Subsistência do doador: é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda 
suficiente para a subsistência do doador. Visa o legislador a impedir que alguém se desfaça dos 
seus bens, sem garantir o mínimo à sua manutenção e dignidade - art. 548 do CC. 
Respeito à legítima: nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no 
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Ou seja, o doador não pode doar mais 
da metade dos seus bens, sob pena de invadir a parte patrimonial reservada aos seus herdeiros - 
art. 549 do CC. 
Revogação: ​a revogação da doação ocorre na hipótese de ingratidão do donatário, constituindo 
faculdade que o doador poderá exercer na forma dos arts. 557 a 564 do CC. 
 
LOCAÇÃO 
Trata-se do contrato em que uma das partes se obriga a ceder à outra o uso e gozo de coisa 
infungível, mediante remuneração - art. 565 do CC. 
Objeto:​ podem ser locadas coisas móveis e imóveis, infungíveis e não consumíveis. 
Locação predial urbana: a Lei 8.245/1991 (Lei de Locações) dispõe sobre as locações dos 
imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. 
 
DO EMPRÉSTIMO 
Trata-se de uma convenção pela qual uma das partes recebe coisa alheia para utilizá-la e, em 
seguida, devolvê-la ao legítimo proprietário. Há duas modalidades de empréstimo: a) o comodato 
e b) o mútuo. 
a) ​Comodato: cessão gratuita e temporária da utilização de coisa infungível. Ao término do 
contrato, o comodatário deve devolver ao comodante o mesmo bem que recebeu em empréstimo. 
É conhecido, portanto, como empréstimo para uso apenas - art. 579 do CC; e 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
21 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
b) ​Mútuo: transferência da propriedade da coisa mutuada, obrigando-o a restituir ao mutuante o 
que dele recebeu, em coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade (coisa fungível, portanto), 
podendo ser gratuito ou oneroso. É conhecido, portanto, como empréstimo para consumo. 
 
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
Trata-se do contrato pelo qual uma pessoa estipula uma atividade lícita, em caráter eventual e 
autônomo, sem subordinação do prestador e mediante remuneração. 
 
DA EMPREITADA 
Trata-sedo contrato pelo qual alguém se obriga a fazer determinada obra para outrem, mediante 
retribuição a ser paga pela outra (o dono da obra), de acordo com as instruções desta e sem 
relação de subordinação. 
 
Modalidades: 
Empreitada de mão de obra ou de lavor: ​O empreiteiro de uma obra contribui para ela só com seu 
trabalho. 
Empreitada mista:​ O empreiteiro de uma obra com seu trabalho e fornece os materiais. 
 
DO DEPÓSITO 
Trata-se do contrato de depósito importa na guarda temporária de um bem móvel pelo depositário 
até o momento em que o depositante o reclame - art. 627 do CC. 
 
Modalidades: 
Voluntário:​ É o decorrente da vontade das partes. 
Necessário:​ É o que independe da vontade das partes. 
 
Se subdivide em: 
a) Legal:​ quando se faz em desempenho de obrigação legal. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
22 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
b) Miserável: o que se efetua por ocasião de alguma calamidade pública, como o incêndio, a 
inundação, o naufrágio ou o saque. 
 
DO MANDATO 
A teor do disposto no art. 653 do CC, é o contrato pelo qual alguém recebe de poderes de outrem 
para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do 
mandato. 
Relativamente incapaz: pode figurar como mandatário, mas neste caso o mandante não terá ação 
contra ele, salvo em decorrência das regras gerais e princípios aplicáveis às obrigações 
contraídas pelos menores - art. 666 do CC. 
Analfabeto: só podeoutorgar procuração por instrumento público, uma vez que não pode assinar 
o instrumento particular, como exige o art. 654 do CC. 
Mandato em causa própria: é outorgado no interesse do mandatário, com poderes amplos, 
inclusive para transferir para si bens móveis e imóveis objeto do mandato, ficando isento de 
prestar contas. 
Mandato judicial: é concedido a advogado devidamente registrado na Ordem dos Advogados 
(OAB) para patrocinar uma causa. O mandato deve ser escrito, salvo nos processos criminais e 
trabalhistas, em que a simples indicação do advogado em audiência pode ser suficiente. 
 
DA CORRETAGEM 
Trata-se do contrato pelo qual uma parte se obriga para com outra a aproximar interessados e 
obter a conclusão de negócios, sem subordinação e mediante remuneração. É também chamado 
de mediação - art. 722 do CC. 
 
DO SEGURO 
Esta espécie de contrato é concebida como promessa condicional de indenização na hipótese de 
ocorrência do sinistro (acontecimento futuro e incerto causador de prejuízo), tendo como 
contraprestação o pagamento do prêmio pelo segurado - art. 757 do CC. O seu principal 
elemento é o risco, que se transfere para outra pessoa. 
a) Sinistro:​ Acontecimento futuro e incerto causador de prejuízo; 
b) Prêmio:​ Remuneração paga pelo segurado ao segurador, pelo contrato de seguro; 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
23 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
c) Indenização: Valor a ser pago pelo segurador ao segurado, na hipótese de ocorrência do 
sinistro; 
d) Beneficiário:​ Pessoa que receberá o pagamento da indenização. 
 
Modalidades: 
a) Seguro de dano (arts. 778 a 788 do CC): para a hipótese de sinistros ao patrimônio do 
segurado; 
b) Seguro de pessoa (arts. 789 a 802 do CC): para a hipótese de sinistros à própria pessoa. 
Por sua vez, subdivide-se em seguro de saúde e seguro de vida. É possível contratar mais 
de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. 
 
DA FIANÇA 
Ocorre fiança quando alguém se obriga a pagar dívida alheia (art. 818 do CC). Pode ser de valor 
inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o 
valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação 
afiançada (art. 823 do CC. 
Não podem prestar fiança: os analfabetos, salvo tendo dado poderes especiais para tanto por 
instrumento público (art.819 do CC), os leiloeiros (art. 30 do Dec. 21.981/1932), as pessoas 
jurídicas cujos estatutos proíbem a concessão de fiança e os mandatários que não tenham 
competência explícita para esse fim, salvo se a procuração contiver poderes expressos. 
Benefício de ordem: consiste na possibilidade dada ao fiador de, até a contestação da lide, indicar 
bens do devedor livres e desembaraçados existentes no município suficientes para solver o 
débito, a fim de evitar a execução dos seus próprios bens. 
 
DO TRANSPORTE 
Trata-se do contrato pelo qual alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar 
para outro, pessoas ou coisas - art. 730 do CC. 
a) Transporte de pessoas: mediante o pagamento do valor da passagem pelo usuário, o 
transportador obriga-se a cumprir o contrato, deslocando a pessoa e a sua bagagem, com 
segurança, sem danos, até o lugar previsto, obedecendo aos horários e aos itinerários (art. 
734 do CC); e 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
24 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
b) Transporte de coisas: o transportador tem a obrigação de levar o bem que lhe foi entregue 
ao destino solicitado,dentro do prazo contratado ou previsto, devendo tomar todas as 
providências e os cuidados para manter o seu bom estado - art. 749 do CC. 
 
 
DOS ATOS UNILATERAIS 
 
Promessa de Recompensa 
Trata-se de uma declaração unilateral pela qual alguém por anúncios públicos, se compromete “a 
recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço” - art. 
854 do CC. 
 
Gestão de Negócios 
Trata-se de uma declaração unilateral pela qual alguém que “sem autorização do interessado, 
intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de 
seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar” - art. 861 do CC. 
 
Enriquecimento sem Causa 
No enriquecimento sem causa há a atribuição de uma vantagem de cunho econômico por 
alguém, sem justa causa e em seu detrimento. A tutela processual do enriquecimento sem causa 
é feita por meio da ação in rem verso, a qual tem caráter subsidiário - art. 886 do CC. 
 
 
3. RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
A responsabilidade civil é definida como a situação de quem sofre as consequências da violação 
de uma norma; ou como a obrigação que incumbe a alguém de reparar o prejuízo causado a 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
25 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
outrem, pela sua atuação ou em virtude de danos provocados por pessoas ou coisas dele 
dependentes. 
 
 
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL 
 
Responsabilidade contratual: é aquela derivada de um prejuízo causado a outrem em função do 
descumprimento de uma obrigação contratual (inadimplemento absoluto ou mora). O Código Civil 
de 2002 disciplinou genericamente esta espécie de responsabilidade nos arts. 389 e ss. e 395 e 
ss. 
Responsabilidade extracontratual: é aquela derivada de ilícito extracontratual, também chamada 
aquiliana - art. 186 do CC. Nela o agente infringe um dever legal. Não há nenhum vínculo jurídico 
existente entre a vítima e o causador do dano. 
 
 
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Ação ou omissão do agente (o fato): a responsabilidade pode derivar de uma conduta própria, de 
terceiro que esteja sob a guarda do agente, e ainda de danos causados por coisas e animais que 
lhe pertençam. Via de regra, a conduta deve ser ilícita. 
Dano: consiste no prejuízo sofrido pelo agente. Pode ser individual ou coletivo, patrimonial ou 
extrapatrimonial. 
Relação de Causalidade: é a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o 
dano verificado. Ou seja, o dano deve decorrer da ação ou omissão do agente. 
Culpa ou dolo do agente: agir com culpa significa atuar o agente em termos de, pessoalmente, 
merecer censura ou reprovação do direito - primeira parte do art. 927 do CC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
26 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA 
 
Responsabilidade subjetiva: nesta concepção a culpa é pressuposto da responsabilidade civil, ou 
seja, em não havendo culpa não há responsabilidade. 
Responsabilidade objetiva: Nesta hipótese a lei impõe a reparaçãode um dano causado mesmo 
sem a concorrência do elemento culpa. A vítima deverá provar apenas o fato, o dano e o nexo de 
causalidade. Esta modalidade funda-se na teoria do risco. 
Principais hipóteses de responsabilidade objetiva no Código Civil de 2002: 
a) ​Responsabilidade por atos de terceiros: a lei indica responsáveis pelos atos praticados por 
outrem - arts. 932 e 933 do CC. 
Serão responsáveis pela reparação civil: 
I. os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II. o tutor e o curador,pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III. o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,no exercício do trabalho 
que lhes competir, ou em razão dele; 
IV. os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo 
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V. os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
(art. 932) 
b) ​Responsabilidade por fato de animal: ​o dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este 
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior - art. 936 do CC; 
c) ​Responsabilidade pela ruína de prédio: o dono de edifício ou construção responde pelos danos 
que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse 
manifesta - art. 937 do CC; e 
d) ​Responsabilidade pela queda de objetos: aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde 
pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido (art. 938 
do CC. 
 
 
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
a) a legítima defesa (art. 188, I, do CC); 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
27 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
b) o exercício regular do direito (art. 188, I, do CC); 
c) o estado de necessidade (art. 188, II, do CC); 
d) o caso fortuito e a força maior (art. 393 do CC); 
e) a culpa exclusiva da vítima ou de terceiro (construção da doutrina, jurisprudência e 
legislação extravagante. Ex.: art.12, § 3.º, III, do CDC); e 
f) f) cláusula de não indenizar (sem previsão legal no Código Civil de 2002 e de validade 
contestada por parte da doutrina e jurisprudência). 
 
 
QUANTIFICAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DO DANO 
 
Indenização: indenizar é, na realidade, restabelecer a situação anterior ao dano. Nesse sentido, o 
art. 944 do CC especifica que “a indenização mede-se pela extensão do dano”, tendo, assim, o 
lesado o direito de receber perdas e danos (dano emergente e lucro cessante). 
Redução do montante: ao magistrado é dado excepcionalmente o poder de reduzir o montante da 
indenização, se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado - 
art. 944, parágrafo único, do CC. 
 
 
4. DIREITO DAS COISAS 
 
O direito das coisas é o complexo das normas reguladoras das relações jurídicas entre os 
homens, em face dos bens corpóreos suscetíveis de apropriação. Regula o poder do homem 
sobre certos bens suscetíveis de valor e os modos de sua utilização econômica. 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
a) Taxatividade: O número dos direitos reais é limitado, taxativo. Direitos reais são somente 
os enumerados na lei (numerus clausus). 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
28 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
b) Absolutismo ou Eficácia Absoluta: Os direitos reais exercem-se erga omnes, ou seja, 
contra todos que devem abster-se de molestar o titular. 
c) Direito de sequela: O titular do direito real pode perseguir a coisa em poder de terceiros 
onde quer que se encontre. 
d) Aderência ou Especialização:​ Aderência do direito ao bem, sujeitando-o ao titular. 
e) Publicidade ou Visibilidade: Os direitos reais sobre imóveis só se adquirem depois da 
transcrição, no registro de imóveis, do respectivo título - art.1.227 do CC; sobre móveis, só 
depois da tradição - arts. 1.226 e 1.267 do CC. 
 
 
DIREITO REAL X DIREITO OBRIGACIONAL 
 
Real 
● Sujeito:​ Um único sujeito; 
● Ação:​ Ação real contra quem indistintamente detiver a coisa; 
● Objeto: ​A coisa; 
● Abandono:​ O direito real pode ser abandonado; 
● Sequela:​ O direito real segue seu objeto onde quer que se encontre (jus persequendi); 
● Usucapião:​ Modo de aquisição do direito. 
 
Obrigacional 
● Sujeito:​ (dualidade) sujeito ativo e passivo (credor e devedor); 
● Ação:​ Ação pessoal que se dirige apenas contra o indivíduo que figura na relação jurídica; 
● Objeto:​ A prestação; 
● Abandono:​ A obrigação não pode ser abandonada; 
● Sequela:​ Não incide. 
● Usucapião: ​Não incide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
29 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
5. DIREITO DE FAMÍLIA 
 
A lei não conceitua “família”. As definições estão presentes na doutrina e jurisprudência, e variam 
conforme a amplitude que se busca dar ao termo. 
No tocante às Entidades familiares na Constituição Federal de 1988, apesar de não haver um 
conceito definido em lei, a Constituição Federal (art. 226), reconhece 3 (três) modalidades de 
entidades familiares: 
a) Entidade familiar decorrente do casamento (art. 226, §§ 1.º e 2.º, da CF):O tema é 
disciplinado dos arts. 1.511 ao 1.570 do CC. 
b) Entidade familiar decorrente da união estável (art. 226, § 3.º, da CF):O tema é disciplinado 
dos arts. 1.723 ao 1.727 do CC. 
c) Família monoparental ​(art. 226, § 4.º, da CF):Formada por um genitor (o pai ou a mãe) com 
seus filhos. Nesta espécie familiar somente um dos pais exerce a titularidade familiar. 
 
Outras entidades familiares: ​o rol da Constituição Federal de 1988 não é taxativo, daí porque a 
doutrina e a jurisprudência têm reconhecido a existência de outras entidades não previstas 
expressamente no texto constitucional: 
a) Família anaparental: ​Formada por pessoas que não estão na posição de descendência e 
ascendência umas das outras. Ex.: formada pela união de irmãos órfãos (ausência dos 
pais). 
b) Família mosaico: ​Formada por homem e mulher que já foram casados anteriormente e se 
unem, trazendo, cada um, filhos do casamento anterior. 
 
O STF, por meio da ADIn 4.277/DF, reconhece a união homoafetiva formada por 
pessoas do mesmo sexo, aplicando-lhes as regras da União Estável. 
A Resolução CNJ 175/2013, aprovada durante a 169ª Sessão Plenária do Conselho 
Nacional de Justiça, proíbe as autoridades competentes de se recusarem a habilitar ou celebrar 
casamento civil ou converter união estável em sacramento, entre pessoas do mesmo sexo. 
O STJ, por ocasião do julgamento do REsp 1.183.378/RS, em outubro de 2011, reconheceu e 
autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
30 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
CASAMENTO 
Trata-se do vínculo jurídico entre duaspessoas que se unem material e espiritualmente para 
constituírem uma família. O tema é disciplinado do art. 1.511 ao art. 1.570 do CC. 
 
Habilitação para o casamento: processo que corre perante o oficial de Registro Civil para 
demonstrar que os nubentes estão legalmente habilitados para o ato nupcial. O requerimento de 
habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu 
pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos - art. 1.525,CC: 
I. certidão de nascimento ou documento equivalente; 
II. autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial 
que a supra; 
III. declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e 
afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; 
IV. declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus 
pais, se forem conhecidos; 
V. certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação 
de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. 
 
Proclamas: É o edital fixado na parede do cartório e publicado na imprensa local (se houver), com 
prazo de 15 dias para oposições. Em caso de urgência (exemplos: grave enfermidade, viagem 
inadiável etc.), poderá ser dispensada a publicação pelo juiz (art. 1.527 do CC). 
 
Certidão de habilitação: Cumpridas as formalidades e verificada a inexistência de fato obstativo, o 
oficial do registro extrairá o certificado de habilitação (art. 1.531 do CC). A eficácia da habilitação 
será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado (art. 1.532 do CC). 
 
Casamento por procuração: admitido, desde que por instrumento público, com poderes especiais 
(art. 1.542 do CC). A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. (art. 1.542, § 3.º, do 
CC). 
 
Casamento nuncupativo: também denominada ​in extremis vitae momentis​. Envolve o iminente 
risco de vida. Exige a presença de 6 testemunhas que com os nubentes não tenham parentesco 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
31 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau(art. 1.540 do CC). Necessidade de habilitação a 
posteriori, no prazo de 10 dias, com o comparecimento perante o judiciário de todas as 
testemunhas para afirmarem que ouviram os nubentes declararem sua intenção e que um deles 
corria risco de morte. O juiz verificará se poderiam os nubentes se habilitar (art. 1.541 do CC). 
 
Casamento religioso com efeitos civis: equipara-se ao civil. O legislador, no art. 1.515 do CC, 
explicita os modos pelos quais se alcançam os efeitos civis: 
● Habilitação Prévia: ​Os nubentes apresentam-se previamente ao oficial do registro civil e 
habilitam-se para o ato posterior. Dentro de 90 dias da expedição da habilitação, devem 
retornar e registrar o casamento religioso realizado. 
● Habilitação Posterior: ​Nesse caso, primeiro é realizada a cerimônia religiosa com posterior 
competente habilitação, e, por fim, a inscrição do casamento no registro público. O registro 
funciona como uma espécie de convalidação. 
 
Provas do casamento: para casamentos celebrados no Brasil, prova-se pela Certidão de Registro 
expedida pelo Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais (art. 1.543 do CC). Para 
casamentos celebrados no exterior, também pela certidão de registro, que deve ser providenciada 
em 180 dias a contar da volta de um ou ambos os cônjuges ao Brasil (art. 1.544 do CC). 
 
Esponsais: também denominado “noivado”, é promessa de casamento entre duas pessoas 
desimpedidas para o matrimônio. 
 
Capacidade para o casamento: adquirida aos 16 anos (idade núbil). Mas entre 16 e 18 anos 
necessitarão de autorização de ambos os pais ou seus representantes legais (se houver 
divergência entre os pais, deverão recorrer ao Judiciário para que decida – art. 1.517 do CC). 
 
Exceção: O art. 1.520 do CC autoriza o casamento de menores de 16 anos na hipótese de 
gravidez. 
 
Impedimentos matrimoniais: é a ausência de requisitos para o casamento. Impede a validade do 
casamento, implicando na sua nulidade. Não podem casar (art. 1.521 do CC): 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
32 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
a) os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil: Abrange filhos 
biológicos e adotivos. 
b) os afins em linha reta: Parentesco por afinidade é aquele que se estabelece com os 
parentes do cônjuge. Neste caso – linha reta – são os sogros e sogras, genros e noras, 
enteados e enteadas.Cunhados estão fora (podem, portanto, se casar). 
c) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante: Por 
óbvio, o adotante não se casará com a sua nora; e o adotado não se casará com a mulher 
de seu pai. 
d) os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive: 
Irmãos bilaterais:​ mesmo pai E mesma mãe. 
Irmão unilaterais:​ mesmo pai OU mesma mãe (também conhecido como “meio irmão”). 
Colaterais em terceiro grau:​ tios e sobrinhos não podem se casar entre si. 
Exceção: ​Dec.-lei 3.200/1941, norma especial, admite casamento entre tios e 
sobrinhos,desde que dois médicos atestem não haver inconveniente para a prole. Exige-se 
autorização judicial. 
Primos são colaterais em quarto grau:​ podem se casar. 
e) o adotado com o filho do adotante: Pois é seu irmão aos olhos da sociedade. 
f) as pessoas casadas: Proibição à bigamia. 
g) o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o 
seu consorte: É o chamado impedimento de crime. 
 
Invalidade do casamento: o termo “invalidade” abrange a nulidade e a anulabilidade do 
matrimônio, assim como ocorre com o capítulo da invalidade do negócio jurídico. 
a) Nulidade do Casamento – Arts. 1.548 e 1.549 do CC: Se contraído por infringência de 
impedimento. Pelo atual sistema, esta passou a ser a única hipótese de nulidade do 
matrimônio (art. 1.548 do CC/2002, com redação dada pela Lei 13.146/2015). A ação 
cabível será a Ação Declaratória de Nulidade de Casamento. Podem ser promovidas a 
qualquer tempo e por qualquer interessado ou, até mesmo, pelo Ministério Público. 
b) Anulabilidade do casamento – Art. 1.550 do CC: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558 do CC; 
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação 
do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade celebrante. 
Para estes casos, é cabível Ação Anulatória de Casamento: A infração se revela mais 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
33 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
branda, não atentando contra a ordem pública, mas ferindo apenas o interesse de pessoasque a lei visa proteger. Somente pode ser arguida pelos interessados, havendo prazo 
decadencial para tanto - art. 1.560 do CC. 
Ambas as ações seguirão o Rito Ordinário 
A pessoa com deficiência intelectual ou mental em idade núbia poderá contrair 
matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável 
ou curador (art. 1.550, §2º, do CC). 
 
Vícios da vontade no casamento: 
Causa de anulabilidade: 
ERRO ESSENCIAL (Art. 1.557 do CC) 
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu 
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida 
conjugal; 
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize 
deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em 
risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; 
 
COAÇÃO (Art. 1.558 do CC) 
Ocorrerá coação quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado 
mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou 
de seus familiares. 
Doença mental grave não é mais hipótese de erro essencial, conforme redação dada 
pela Lei 13.146/2015. 
 
Casamento putativo: é o casamento que, embora nulo ou anulável, foi contraído, por um só ou 
por ambos os cônjuges,de boa-fé. Basta apurar a boa-fé dos cônjuges ou de um deles para o juiz 
declarar o casamento como sendo putativo (art.1.561 do CC). A lei atribui ao casamento nulo ou 
anulável, os efeitos do casamento válido, até a data da sentença que o invalidou. 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
34 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
Causas suspensivas do casamento: é um fato que suspende o processo de celebração do 
casamento a ser realizado, a fim de evitar confusões patrimoniais ou de filiação. São eles (art. 
1.523 do CC): 
a) o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos 
bens do casal e der partilha aos herdeiros. Ou seja, se o casal teve filhos, somente após a 
partilha; 
b) a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez 
meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Por uma 
questão de paternidade. Para que não haja confusão da paternidade; 
c) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do 
casal; e 
d) o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, 
e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
Se o casamento for celebrado, será plenamente válido. Haverá apenas a imposição 
de uma sanção: o casal não poderá escolher livremente o regime de bens. O regime 
será obrigatoriamente o da separação de bens (art. 1.641, I, do CC). Mas o juiz 
poderá deixar de aplicar a sanção, desde que provada a inexistência ou 
impossibilidade de confusão patrimonial ou de filiação. 
 
Dos deveres da ambos os cônjuges: consoante o art. 1.566 do CC, são deveres de ambos os 
cônjuges: 
a) fidelidade recíproca; 
b) vida em comum, no domicílio conjugal; 
c) mútua assistência; 
d) sustento, guarda e educação dos filhos; 
e) respeito e consideração mútuos. 
 
Dissolução judicial do casamento: segundo o disposto no art. 1.571 do CC, a sociedade conjugal 
termina: pela morte de um dos cônjuges, pela nulidade ou anulação do casamento, pela 
separação judicial ou pelo divórcio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
35 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES 
É o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos cônjuges durante o matrimônio; é o 
complexo de normas que disciplina as relações econômicas, quer entre marido e mulher, quer 
perante terceiros, durante o casamento. 
Início do regime de bens:​ com a celebração do casamento. 
 
PRINCÍPIOS 
 
Princípio da Livre Estipulação: ​O art. 1.639 do CC estabelece ser lícito aos nubentes, antes de 
celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. A regra, portanto, 
é a liberdade de escolha do regime de bens. Isso significa que o casal poderá: 
a) escolher um dentre os quatro regimes previstos no Código Civil; 
b) mesclar regras desses quatro regimes, criando um regime; 
c) criar um regime novo, com regras próprias, desde que haja expressa proibição legal. 
 
Princípio da Mutabilidade Justificada: ​O regime de bens poderá ser alterado, mesmo após início 
do casamento, desde que cumpridos 4 requisitos (art. 1.639, § 2.º,do CC): 
a) pedido formulado por ambos os cônjuges. 
b) autorização judicial (procedimento de jurisdição voluntária). 
c) razões relevantes. 
d) ressalva dos direitos de terceiros. 
Conforme o art. 1.641 do CC, existem algumas exceções ao princípio da livre 
estipulação, estabelecendo os casos em que o regime será obrigatoriamente o da 
separação de bens: I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas 
suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
 
No silêncio das partes: não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto 
aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial. Portanto, no silêncio das partes, 
vigorará o regime da comunhão parcial, também denominado “regime legal”. 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
36 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
Pacto Antenupcial:​ é o instrumento pelo qual se escolhe o regime de bens. 
 
É nulo o pacto antenupcial se não for feito por meio de escritura pública, e ineficaz se 
não lhe seguir o casamento (art. 1.653 do CC). 
 
 
REGIMES PREVISTOS NO CÓDIGO CIVIL 
 
a) ​Regime de Comunhão Parcial (art. 1.658 a 1.666): tem por característica a separação quanto 
aos bens anteriores ao casamento e a comunhão quanto aos bens posteriores ao casamento, 
com as exceções previstas na lei. O regime pode ser resumido pelo seguinte quadro sinótico: 
ANTES DO CASAMENTO DEPOIS DO CASAMENTO 
Todos os bens são particulares: 
 
Não entram na comunhão. Pouco importa a 
origem (título oneroso, gratuito, eventual etc.), 
pertencerão exclusivamente ao cônjuge que o 
adquiriu. 
 
 
Bens Comuns (50% para cada): 
 
(1) adquiridos a título oneroso (ex.: compra e 
venda); 
(2) adquiridos por fato eventual (ex.: prêmios 
de loteria, sorteios, jogos, apostas etc.); 
(3) benfeitorias e frutos (Presume-se que, 
embora feitas em bens particulares, o foram 
com o produto do esforço comum). 
 
Bens Particulares (não entram na 
comunhão): 
 
(1) adquiridos a título gratuito (doação; 
herança); 
(2) bens deuso pessoal, livros, instrumentos 
de profissão; 
(3) o direito aos proventos do trabalho; 
(4) bens em sub-rogação real. 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
1. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao 
casamento (art. 1.661 do CC). 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
37 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
2. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os 
bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior (art. 1.662 do CC). 
● Administração dos bens no regime da comunhão parcial: 
1. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges (art. 1.663 do CC). 
Mas, Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos 
cônjuges (art. 1.663, § 3.º, do CC). 
2. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao 
cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial (art. 1.665 do CC). 
 
b) ​Regime de Comunhão Universal (arts. 1.667 a 1.671 do CC) 
Aquele em que se comunicam todos os bens (atuais e futuros), salvo os expressamente excluídos 
pela lei ou pela vontade dos nubentes no pacto antenupcial. 
São excluídos da comunhão​: I – os bens doados ou herdados com a cláusula de 
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II – os bens gravados de fideicomisso e o 
direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III – as dívidas 
anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em 
proveito comum; IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a 
cláusula de incomunicabilidade; V – os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (art. 1.668 
do CC). São eles bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; os proventos do 
trabalho pessoal de cada cônjuge; as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas 
semelhantes. 
● Administração dos bens no regime da comunhão universal: 
Aplica-se ao regime da comunhão universal as mesmas regras incidentes sobre a comunhão 
parcial, quanto à administração dos bens (art. 1.670 do CC). 
 
c) ​Regime de Participação Final nos Aquestos (arts. 1.672 a 1.686 do CC) 
“Aquestos” são os bens adquiridos pelo esforço comum do casal. 
No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio. Integram o 
patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer 
título, na constância do casamento (art. 1.673 do CC). No caso de bens adquiridos pelo trabalho 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
38 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele 
modo estabelecido (art. 1.679 do CC). 
Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos, 
excluindo-se da soma dos patrimônios próprios: I – os bens anteriores ao casamento e os que em 
seu lugar se sub-rogaram; II – os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; 
III – as dívidas relativas a esses bens (art. 1.674 do CC). Se não for possível nem conveniente a 
divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição 
em dinheiro ao cônjuge não proprietário (art. 1.684 do CC). 
● Administração dos bens no regime da participação final dos aquestos: 
A administração do patrimônio é exclusiva de cada cônjuge, seja dos bens adquiridos antes do 
casamento, seja dos bens obtidos onerosamente, por doação ou herança durante o casamento. A 
alienação dos bens móveis é livre (art. 1.673 do CC). Mas a alienação dos bens imóveis 
dependerá de anuência, salvo se houver o pacto antenupcial neste sentido (art.1.656 do CC). 
 
d)​ Regime de Separação de Bens (arts. 1.687 e 1.688 do CC) 
Cada cônjuge conserva a plena propriedade, a integral administração e a fruição de seus próprios 
bens, podendo aliená-lo se gravá-los de ônus real livremente, sejam móveis ou imóveis (art. 
1.687 do CC). 
 
 
UNIÃO ESTÁVEL 
Definição: é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, 
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de 
constituição de família (art. 1.723 do CC). 
Não há prazo mínimo para configuração da União Estável. 
 
Regime de bens: a lei permite aos companheiros a escolha do regime, por meio de documento 
escrito, conhecido na doutrina como contrato de convivência (art. 1.725 do CC). Na ausência 
desse contrato, a regra geral do regime de bens é o da comunhão parcial. 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
39 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
PARENTESCO 
 
Parentesco natural:​ é o que se origina da consanguinidade. 
Parentesco civil: ​é o não decorre da consanguinidade. Ex.: decorrente da adoção (o vínculo legal 
que se estabelece à semelhança da filiação consanguínea, mas independente dos laços de 
sangue) e o parentesco por afinidade. 
Parentesco por afinidade: é o vínculo que os cônjuges ou os companheiros estabelecem com os 
parentes do outro (sogro, sogra, genro, nora, enteado, enteada etc.). O parentesco por afinidade 
limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro (art. 
1.595, § 1.º, do CC). Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento 
ou da união estável (art. 1.595, § 2.º, do CC). 
Parentesco em linha reta: quando as pessoas descendem umas das outras; relação de 
descendente e ascendente. Não há limite de graus. 
Parentesco em linha colateral: ​quando as pessoas, entre si, não descendem uma das outras, 
embora procedendo de um tronco ancestral comum. Limite: somente até o 4.º grau. 
 
Efeitos: 
a) ​Linha reta 
● dever de assistir, criar e educar os filhos menores; 
● dever de ajudar e amparar os pais na velhice; 
● pedir alimentos uns aos outros; 
● sucessão legítima e herdeiros necessários; 
● impedimento para o casamento. 
b)​ Linha colateral 
● impedimento para o casamento até o terceiro grau; 
● alimentos até o segundo grau (irmãos); 
● direito de sucessão até o quarto grau, com exclusão dos mais remotos (art.1.840). 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
40 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
 
Fonte da imagem:​ Arquivos públicos da internet. 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Lauro Linhares, 2055, sala 707, Bloco Flora, Trindade, Fpolis/SC, CEP 88036-002 
e-mail: ​atendimento@provadaordem.com.br 
41 
 
 
mailto:atendimento@provadaordem.com.br
 
 
APOSTILA 
 
Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed. 
 
FILIAÇÃO 
É a relação de parentesco, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que a

Continue navegando