Buscar

Apostila Contabilidade Basica - 2018 Edu

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UniSUAM 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
2013/1 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Básica 
 
Francisco Lorentz, Msc.
 
 
 
 
 
9 Com as alterações das leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 (MP nº 449/08) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
2
Introdução 
 
Objetivos do Curso 
 
Ao final dessa disciplina, o aluno deve estar apto a: 
 
9 Interpretar melhor a situação econômico-financeira das empresas; 
9 Obter informações da Contabilidade para a tomada de decisões, tanto por parte dos 
administradores ou proprietários, como também por parte daqueles que pretendem investir na 
empresa; 
9 Manter controle do patrimônio de uma empresa. 
 
Referências para estudo 
 
● RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. São Paulo: Saraiva, 2008. 
● Equipe de professores da FEA – USP. Contabilidade Introdutória. 10ª ed. São Paulo: Atlas. 
● MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 2004. 
● FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica: Teoria e questões comentadas conforme a Lei 
11.941/09. 7ª. Ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2009. 
● Seus apontamentos de sala de aula 
● Exercícios e exemplos trabalhados durante o Curso
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
3
INTRODUÇÃO 
A contabilidade tem evoluído ao longo dos anos em função de diversos estudos que 
possibilitam o surgimento de novas e melhores formas de controlar o patrimônio através de um sistema 
informações que possibilitam a tomada de decisões mais racionais no intuito de garantir a 
continuidade e o sucesso das organizações. 
Para isso, o estudo da contabilidade como o de qualquer outra ciência, necessita estar 
centrado num foco, visando conhecer intimamente o mesmo. Também é necessário identificar o 
objetivo, ou seja, o alvo, a meta, a finalidade do que se pretende atingir com o estudo do objeto, bem 
como as funções que são as ações naturais da contabilidade, as atribuições que são desencadeadas 
para garantir o atendimento dos objetivos. 
O estudo da contabilidade é bastante antigo, pois desde tempos remotos o homem já se 
preocupava em controlar sua riqueza. Afinal, à medida que o homem desenvolvia um patrimônio, era 
necessário que ele procurasse desenvolver procedimentos para determinar as suas posses e avaliar as 
mesmas. Segundo SÁ (1998:19) “há mais de 6.000 anos o comércio já era intenso, o controle religioso 
sobre o estado já era grande e poderoso, daí derivando grande quantidade de fatos a registrar, 
ensejando, também o desenvolvimento da escrita contábil”. No início, esses registros eram realizados 
através de pequenas peças de argila. SÁ (1998:19) também registra que no Egito, há milhares de anos, 
“o papiro deu origem aos livros contábeis e já se faziam registros sofisticados, inclusive utilizando-se o 
sistema das matrizes (como na lógica matemática)”. 
HENDRIKSEN & BREDA (1999:39) cita que “o primeiro registro de um sistema completo de 
escrituração por partidas dobradas é encontrado nos arquivos municipais da cidade de Gênova, 
Itália, cobrindo o ano de 1340. Fragmentos anteriores são encontrados nas contas de Giovanni Farolfi 
& Companhia, uma empresa de mercadores de Florença em 1299-1300, e nas de Rinieri Fini & Irmãos, 
que negociavam em feiras e eram famosos em sua época na região de Champagne, na França”. 
Segundo CAMPIGLIA (1966:10) “a palavra contabilidade, originária do francês contabilité 
empregava-se para designar a arte de escriturar as contas revelando, pois, o aspecto meramente 
instrumental da disciplina. Os autores italianos a utilizavam apenas para indicar as aplicações 
especializadas aos diferentes setores da atividade econômica como contabilidade mercantil, 
bancária, agrícola, contabilidade pública. 
 Na verdade, poderíamos afirmar que de um conceito inicialmente instrumental, a 
contabilidade avançou através dos estudos de inúmeros pesquisadores, constituindo-se numa ciência 
em função do cumprimento dos requisitos lógicos necessários a tal categoria, dentro das convenções 
filosóficas pertinentes. 
A obra do frade franciscano Luca Pacioli1 “Summa de arithmetica, geometrica, 
proportioni et proportionalita”, em l494 que continha o “ Tractatus de Computis et 
Scripturis et Proporcionalita” foi, segundo CAMPIGLIA (l966:12), “o primeiro estudo sobre 
método de contabilidade”. Na verdade a “Summa” era fundamentalmente um 
tratado de matemática, mas incluía uma seção sobre o sistema de escrituração por 
partidas dobradas, denominada Particularis de Computis et Scripturis. 
A partir da obra pioneira de Luca Pacioli, estudos sobre a matéria foram sendo realizados, 
ensejando a conceituação científica da contabilidade nos séculos seguintes. 
 
1 Frade, matemático e professor de aritmética comercial italiano nascido em Sansepolcro, que escreveu (1487) e publicou 
(1494) a sua obra, considerada a primeira e revolucionária obra sobre álgebra publicada na Europa, uma notável compilação 
sobre aritmética, álgebra, geometria euclidiana elementar e contabilidade, com cerca de 600 páginas e escrita em italiano. 
Ainda jovem empregou-se em Veneza no comércio e tornou-se tutor dos filhos do patrão, enquanto ampliava seus 
conhecimentos de matemática. Assim, ao mesmo tempo, ganhou experiência como comerciante, professor, tutor e 
matemático e escreveu seu primeiro trabalho em matemática, que dedicou ao seu patrão, em agradecimento ao apoio deste 
em suas atividades de estudante e pesquisador (1470). Depois de escrever sua principal obra, Summa de arithmetica, 
geometria, proportioni et proportionalita, manteve contatos com Leonardo da Vinci e foi nomeado professor de geometria 
na Universidade de Pisa, em Florença (1500-1506). Pacioli trabalhou em diversas cidades da Europa no decorrer dos anos. 
Com a saúde abalada, retornou para Sansepolcro, onde morreu (1517) deixando pronto, mas não publicado, o que seria seu 
maior trabalho: De viribus amanuensis. No qual contou com a participação de Leonardo da Vinci. 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
4
A contabilidade visa predominantemente estudar as transformações da riqueza patrimonial, 
observando como essa se comporta, mas também deve observar como ocorrem os demais 
fenômenos que favorecem para as essas transformações, pois só assim ela é capaz de proporcionar 
ricos resultados da sua ação mediante múltiplas possibilidades de intervenção, principalmente no 
campo da decisão gerencial, propiciando as organizações alavancarem seus projetos institucionais 
através do bom conhecimento de sua estrutura patrimonial. 
A contabilidade se desenvolveu notoriamente nos EUA, após a depressão de 1929, com 
inúmeras pesquisas na área, crescimento do mercado de capitais e conseqüentemente a auditoria. A 
Escola Contábil Americana, voltada para a tomada de decisão, domina nosso cenário contábil atual. 
 
CONCEITO E APLICAÇÃO 
A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio de uma azienda. Azienda é toda 
entidade econômico-administrativa, como por exemplo: a empresa, instituições sem fins lucrativos, 
órgãos governamentais, cooperativas etc. 
A contabilidade, como todas as ciências, tem um objeto de estudo. Como a física estuda os 
fenômenos da natureza, a química estuda a interação entres as diversas substâncias etc, a 
contabilidade estuda o patrimônio de uma entidade, sua composição, sua formação e mutação. 
A ciência contábil possui uma metodologia própria para estudar o Patrimônio, captando, 
registrando, acumulando, resumindo e interpretando os fenômenos que afetam as situações 
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade. 
 
OBJETO 
 
O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, sobre ele se exercemas funções contábeis 
para alcance de suas finalidades. 
 
FINALIDADE 
 
Controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma entidade, através de registro, da 
análise e interpretação dos fatos nele ocorridos, objetivando fornecer informações e orientação de 
ordem social e econômica, sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado 
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial que são necessárias à tomada de decisões, 
por parte dos administradores e de quem deseje investir na empresa. 
 
OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE 
Os usuários da Contabilidade são todas as pessoas físicas ou jurídicas interessadas em 
conhecer e analisar a posição patrimonial de uma entidade. Como exemplos, temos: 
 
- Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias: Estes têm como principal interesse o 
retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da aplicação; querem saber se a 
empresa está dando lucro ou prejuízo. 
Estes usuários são responsáveis pelas decisões na empresa. Deste modo, a quantidade e a qualidade 
das informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da organização, traçando 
planos e metas. 
 
- Administradores, diretores e executivos: Estes são os agentes responsáveis pelas tomadas de 
decisões da empresa. Tais decisões visam principalmente ao futuro, conhecendo 
detalhadamente o ocorreu no passado e o que está ocorrendo no momento. As informações 
para a tomada de decisões são fornecidas pelas demonstrações contábeis e pelo fluxo 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
5
contínuo de informações sobre os mais variados aspectos da gestão financeira e econômica 
da empresa. 
 
- Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro: Estes avaliam o patrimônio da entidade para 
saber se lhe concedem ou não um empréstimo. Sua única finalidade é a rentabilidade e a 
segurança de retorno de seus investimentos. 
 
- Fornecedores: Estes têm como principal objetivo o retorno dos recursos investidos pela entrega 
das mercadorias. Em operações de elevado valor, os fornecedores avaliam as demonstrações 
financeiras de seus clientes para constatar se estes têm condições de honrar seus compromissos 
 
- Governo e economistas governamentais: O governo, baseado nas informações contábeis, 
exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições. 
Os economistas são encarregados das análises globais ou setoriais de nossa economia e a eles 
interessam os dados contábeis das diversas unidades microeconômicas, os quais, convenientemente 
agregados e tratados estatisticamente, podem fornecer bases adequadas para as análises 
econômicas. 
 
 
 
 
 
 
CAMPO DE APLICAÇÃO 
 
Estudar o campo de aplicação da contabilidade significa saber em que a contabilidade é 
utilizada. 
Assim, o campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico-
administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as 
Autarquias etc. 
A entidade é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio 
 
Entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos: 
patrimônio, pessoas, titular, ação administrativa e fim determinado. Considerando-se o fim a que se 
destinam, podem ser classificadas em instituições e empresas. 
 
Instituições – são entidades econômico-administrativas com finalidades sociais ou com 
finalidades sócio-econômicas. 
 
Sociais – bem estar social da coletividade (associações recreativas e 
desportivas, asilos, hospitais beneficentes etc). 
 
 
 
INSTITUIÇÕES Sócio-econômicas – interesse no aspecto econômico da entidade, mas o 
benefício é revertido à coletividade a que pertencem (institutos de 
aposentadorias, pensões, previdência etc). 
 
Empresas – são entidades econômico-administrativas que tem finalidade econômica, ou seja, 
o lucro. Podem ser de diversos ramos como comércio, indústria, agricultura, transportes, pecuária, 
turismo, telecomunicações, prestadoras de serviços etc. A empresa é uma unidade de produção 
resultante dos três fatores da produção (natureza, trabalho e capital) e constituída para o 
desenvolvimento de uma atividade econômica. 
 
Coleta os 
dados 
Registra e 
processa 
Relatórios 
Contábeis 
Usuários da 
Contabilidade 
Área de atuação da contabilidade 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
6
Públicas – capital do Governo (CEF, ECT etc) 
Privadas (particulares) – capital de particulares (Casas Bahia, Ponto Frio etc). 
 
EMPRESAS 
(Quanto à 
natureza do 
capital) Mistas – capital do Governo e particulares (Banco do Brasil, Petrobrás etc). 
 
 
Pessoas Físicas e Jurídicas 
 
Pessoa física (ou natural): é o ser humano (homem ou mulher) considerado singularmente 
como sujeito de direitos e obrigações. 
Pessoa jurídica (ser de existência abstrata): é a unidade jurídica resultante de um agrupamento 
humano organizado, estável, objetivando fins de utilidade pública ou privada, inteiramente distinta 
dos indivíduos que a compõem, capaz de possuir e exercitar direitos e contrair obrigações. 
Exemplos: Empresas civis, comerciais ou industriais, entidades (com ou sem fins lucrativos), 
associações, fundações, Governo (Municipal, Estadual ou Federal) etc. 
 
Nascimento das pessoas físicas ou jurídicas: 
 
 de fato através do parto; 
pessoa física 
legal através do registro no Cartório Civil de Pessoas Físicas 
 
 de fato pelos atos praticados pelo comerciante de bens e/ou 
serviços; 
pessoa jurídica 
 legal através do registro no órgão competente (*). 
(*) Órgão competente para o registro: 
Empresa: - comercial e/ou industrial - Junta Comercial; 
 - civil (prestadora de serviços) - Cartório Civil de Pessoas Jurídicas, anexo ao Cartório 
de Títulos e Documentos; 
Alteração Contratual - requer prévio registro da alteração do Contrato Social ou Estatuto Social 
na Junta Comercial ou no Cartório de Títulos e Documentos. 
Motivo do Registro - para que a alteração provoque efeitos legais (tenha existência no campo 
jurídico). 
 
PILARES DA CONTABILIDADE 
 
Em contabilidade, temos três categorias para evidenciar as regras fundamentais que regem a 
ciência contábil: Os Postulados, Os Princípios e as Convenções. Os Postulados são chamados de Pilares 
da Contabilidade, pois sem um deles, não haveria contabilidade aplicada. São eles: 
Entidade - O Postulado da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da contabilidade, e 
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no 
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade. Por conseqüência dessa 
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles de seus sócios ou proprietários, no caso de 
sociedade ou instituição. 
Continuidade - Esse postulado é baseado no pressuposto de que a empresa ou entidade é 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
7
algo em andamento, em continuidade, que funcionará por prazo indeterminado. Uma empresa em 
processo de extinção (descontinuidade) ou liquidação, será contabilizada por outras regras, pois a 
continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimentos 
dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou 
previsível. 
Os Postulados, Princípios e Convenções são disciplinados pelas Resoluções nºs 750/93 e 774/94, 
ambas do Conselho Federal de Contabilidade. 
TÉCNICAS CONTÁBEIS 
 
 Partindo-se do conceito de que a contabilidade estudao patrimônio, em suas variações 
quantitativas e qualitativas, em decorrência dos fatos administrativos, podemos inferir de imediato que 
a função da contabilidade é o registro e controle desses fatos. 
As técnicas de que se utiliza a contabilidade para atingir sua finalidade são os métodos utilizados para 
o registro dos fatos administrativos (escrituração), a elaboração posterior das demonstrações 
contábeis, a análise da consistência e qualidade dos lançamentos e das demonstrações (auditoria) e 
o estudo comparativo das demonstrações financeiras para diagnosticar a saúde econômico-
financeira da empresa (análise de balanços): 
 
Escrituração Contábil - E o registro dos fatos administrativos que modificam o patrimônio. Esse 
registro é feito em ordem cronológica em livros próprios. A escrituração inicia-se pelo livro DIARIO, 
mediante documentos idôneos que comprovem a existência do fato, como contas, recibos de 
aluguel, notas fiscais etc. 
A escrituração é um, meio utilizado para possibilitar, pela agregação de diversos fatos 
ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial. 
 
Demonstrações Contábeis – O simples registro e classificação dos fatos, dados seu volume e 
heterogeneidade, não são elementos suficientes para permitir que a contabilidade atinja sua 
finalidade informativa e orientadora. Daí serem esses fatos condensados em demonstrações 
expositivas, que recebem a denominação genérica de Demonstrações Contábeis. 
As Demonstrações Contábeis são extratos gráficos de situações estáticas do patrimônio ou 
parte específica do patrimônio relativo a determinado período administrativo. 
 
Auditoria - Técnica especializada da contabilidade que consiste em verificar através de 
métodos próprios, a confiabilidade das informações pela verificação da lisura, idoneidade e 
veracidade dos registros. 
A auditoria é a confirmação, através do exame dos documentos geradores da transformação 
patrimonial e a estrutura dos demonstrativos contábeis, de que estes refletem adequadamente a 
situação patrimonial da entidade e o resultado do período examinado, de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as normas contábeis vigentes, aplicados uniformemente em 
períodos sucessivos. 
 
Análise de Balanços – Como algumas Demonstrações Contábeis são sintéticas e nem sempre 
fornecem informações e orientação esclarecedoras sobre a composição analítica do patrimônio e de 
suas variações, a contabilidade dispõe desta técnica especializada. 
A Análise de Balanços permite decompor, comparar e interpretar essas demonstrações, 
oferecendo aos interessados na riqueza patrimonial dados analíticos e interpretação sobre os 
componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela 
entidade, através de índices de análise em Demonstrações Contábeis de períodos consecutivos, 
verificando o desempenho operacional e situação de solvência da empresa. 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
8
O PATRIMÔNIO (Iudícibus e Marion, pág. 32-37) 
 
O Patrimônio de uma entidade é formado pelos seus bens, direitos e obrigações. 
BENS 
Coisas que uma entidade possui para uso, consumo ou troca. Exemplos: 
 
Bens de Uso Bens de Consumo Bens de troca 
Máquinas Material de limpeza Dinheiro 
Móveis Material de escritório Mercadorias 
Imóveis Alimentos para funcionários 
 
Os bens podem ser classificados quanto a sua materialidade em: 
 
� Tangíveis ou Materiais, quando têm corpo, matéria. Exemplos: Prédios, máquinas, móveis, 
veículos; 
Dividem-se em: 
a) Bens móveis: os que podem ser removidos do seu lugar. Exemplos: mesas, veículos, 
máquinas, dinheiro, mercadorias etc. 
b) Bens imóveis: os que não podem ser deslocados do seu lugar natural. Exemplos: casas, 
terrenos, edifícios etc. 
 
� Intangíveis ou Imateriais, quando são incorpóreos. Embora considerados bens, não possuem 
corpo, não têm matéria. São determinados gastos que a empresa faz, os quais, por sua 
natureza, devem ser considerados parte do seu Patrimônio Exemplos: marcas, patentes, ponto 
comercial, benfeitorias em imóveis de terceiros. 
 
• Benfeitorias em Imóveis de Terceiros: Suponhamos que a nossa empresa tenha construído 
um depósito de 80m2 de área, nas dependências da empresa, ligado à loja. Como o 
imóvel onde nossa empresa está instalada é alugado, o valor do gasto na construção do 
depósito será contabilizado no Patrimônio de nossa empresa como bem imaterial, com o 
título de Benfeitorias em Imóveis de Terceiros, já que o referido gasto constitui uma 
benfeitoria em imóvel que não é de propriedade da nossa empresa. 
• Ponto comercial: Suponhamos, por exemplo, que José tenha uma loja. Todos os moradores 
da região estão acostumados a comprar na sua loja, já que existe há vários anos. 
Reinaldo, também interessado em comércio, pretende comprar a loja de José. José faz um 
levantamento de tudo o que possui e chega à conclusão, que somando os valores dos seus 
Bens, Direitos e Obrigações, o Patrimônio da sua empresa vale R$50.000. 
Porém, José cobra de Reinaldo R$70.000. A diferença de R$20.000, cobrada a mais, 
corresponde ao preço pelo qual José avaliou o seu ponto (local de trabalho, clientela, fama 
da sua loja, o tempo em que trabalhou ali). Na contabilidade de Reinaldo, que está 
comprando, esse valor de R$20.000 será registrado como Bem imaterial, com o título de Fundo 
de Comércio. 
• Patentes: Se, porventura, uma empresa inventa algum produto, deve registrar a patente 
desse invento. A importância gasta com esse registro, somada a todas as despesas de 
pesquisas necessárias à obtenção do invento, será registrada, na Contabilidade, como 
Bem imaterial. 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
9
DIREITOS 
Os direitos representam bens cuja propriedade é da entidade, mas a posse está confiada a 
terceiros. Sendo assim, a entidade proprietária tem o direito de receber do possuidor o bem de volta 
em algum momento no futuro. 
É comum as empresas efetuarem vendas a prazo. Quando isso ocorre, a empresa não recebe 
no ato o dinheiro correspondente à venda; receberá futuramente, porque a venda foi a prazo, não é 
mesmo? Sendo assim, a empresa fica com direito de receber o valor da venda no prazo determinado. 
Constituem Direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros 
(Terceiros, no caso, são os clientes, os fregueses da empresa). 
Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a 
Receber. 
Exemplos: 
Outros exemplos: O dinheiro depositado em conta bancária, valores a receber de clientes, aplicações 
em ações. 
 
OBRIGAÇÕES 
Entende-se por obrigações, todas as dívidas e valores a pagar a terceiros. 
É comum, também, as empresas efetuarem compras a prazo. Quando isso ocorre, a empresa 
não paga a compra no ato; deverá pagar futuramente, porque a compra foi a prazo, não é mesmo? 
Nesse caso, a empresa fica com a obrigação de pagar o valor da compra no prazo determinado. 
Essas Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão 
a Pagar. 
Outros Exemplos: Empréstimos obtidos, impostos a recolher. 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os 
Direitos e as Obrigações, completará a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimonial. 
O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da empresa. Assim, se a 
situação Líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente positivo; se, por outro 
lado, a Situação Líquida da empresa for negativa, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente 
negativo; e,ainda, se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa 
situação. 
Elementos Expressão
Duplicatas 
Promissórias 
Aluguéis 
 
a Receber 
a Receber 
a Receber 
 Elementos Expressão 
Duplicatas 
Promissórias 
Aluguéis 
Salários 
Impostos 
a Pagar 
a Pagar 
a Pagar 
a Pagar 
a Pagar 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
10
Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma empresa, aparece sempre do lado direito, juntamente 
com as Obrigações: 
 
O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos: 
• Capital 
• Reservas de capital 
• Ajustes de avaliação patrimonial 
• Reservas de lucros 
• Ações em tesouraria 
• Prejuízos Acumulados 
 
Quanto ao Capital, já o estudamos anteriormente. Na fase de constituição da empresa, o Capital 
é a principal fonte do grupo do Patrimônio Líquido, pois representa a soma dos valores que o 
proprietário investiu (colocou) na empresa. 
Quanto ao lucro, repetimos que é o principal objetivo das empresas. No final do exercício 
(período em que a empresa opera – geralmente um ano), a empresa poderá obter lucro ou prejuízo. 
No caso de lucro, ele terá vários destinos, como Imposto de Renda, distribuição aos sócios, formação 
de Reservas etc. 
Havendo prejuízo, este poderá ser dividido entre os sócios, ou permanecer no Patrimônio com o 
título de Prejuízos Acumulados. 
Quanto às Reservas, correspondem a partes dos lucros que são retiradas (reservadas) para 
determinados fins, como, por exemplo, a Reserva Legal, que pode ser utilizada para aumentar o 
Capital da empresa. 
 
NOTAS: 
• A partir deste ponto, em que já foi definido o Patrimônio Líquido e mostrado o seu 
posicionamento no gráfico representativo do Patrimônio, você não deverá escrever, ao 
representar graficamente uma Situação Patrimonial, Bens , Direitos, Obrigações e Situação 
Líquida. Deverá, sim, especificar esses elementos (aspectos qualitativo). Terá que ter sempre 
em mente que no lado do Ativo são colocados os elementos que representam os Bens e os 
Direitos, e no lado do Passivo, os elementos que representam as Obrigações e o Patrimônio 
Líquido. 
 
REPRESENTACÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO 
 
A fim de facilitar a aprendizagem, utilizamos o “T” para representar graficamente o patrimônio. 
Do lado esquerdo do “T” colocamos os bens e direitos (elementos positivos - ativo) e do lado direito as 
obrigações (elementos negativos do patrimônio - passivo). 
 
PATRIMÔNIO 
 
ATIVO PASSIVO 
ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS 
BENS OBRIGAÇÕES 
Caixa (dinheiro) Salários a pagar 
Estoque de Mercadorias Duplicatas a pagar 
Móveis e Utensílios Impostos a Pagar 
 
Direitos 
Duplicatas a Receber 
Promissórias a Receber 
 
Grupo que juntamente com os bens, direitos e obrigações iguala/completa a equação 
patrimonial. É a parte do patrimônio que pertence aos sócios. É o capital próprio do (s) titular (es), 
formado pelo capital inicial (nominal) subscrito e integralizado mais reservas e mais ou menos, 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
11
respectivamente, lucro ou prejuízo. No gráfico (Balanço Patrimonial – Lei 6.404/76) é colocado sempre 
do lado direito, devendo ser somado (ou subtraído) das obrigações de modo a igualar os elementos 
positivos (ativo), com os elementos negativos (passivo). 
 
PATRIMÔNIO 
 ATIVO PASSIVO 
 
 Bens Obrigações 
 Salários a Pagar 100 
 Caixa (dinheiro) 50 Duplicatas a Pagar 30 
 Estoque de Mercadorias 100 Impostos a Pagar 10 
 Móveis e Utensílios 200 
 
 Direitos Patrimônio Líquido 
 Duplicatas a Receber 50 Capital 300 
 Promissórias a Receber 100 Lucros Acumulados 60 
 TOTAL 500 TOTAL 500 
 
 
EQUAÇÃO PATRIMONIAL 
 
ATIVO - PASSIVO = SITUAÇÃO LIQUIDA (PL) 
 Bens + Direitos Obrigações Capital Próprio 
 
 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Segundo a Lei n.º 6.404./76, alterada pelas leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 (MP nº 449/08). 
 
Para fins de atendimento dos usuários da informação contábil, a entidade deverá apresentar 
suas demonstrações contábeis (também usualmente denominada "demonstrações financeiras") de 
acordo com as normas regulamentares dos órgãos normativos. 
Segundo o IBRACON (NPC 27), "as demonstrações contábeis são uma representação 
monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações 
realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis 
de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo 
financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de 
decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela 
Administração, dos recursos que lhe são confiados." 
Tais informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às demonstrações 
contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da 
entidade. 
Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil 
da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação 
do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
• Balanço patrimonial (BP); 
• Demonstração do resultado do exercício (DRE); 
• Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA); 
• Demonstração de fluxo de caixa (DFC)- para exercícios encerrados a partir de 01.01.2008; 
• Demonstração do valor adicionado (DVA), se divulgada pela entidade - para exercícios 
encerrados a partir de 01.01.2008; e 
• Notas explicativas, incluindo a descrição das práticas contábeis. 
 
De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício 
serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício 
anterior. 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
12
Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos 
poderão ser agregados, desde que indicado a sua natureza e não ultrapassem um décimo do valor 
do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas 
contas “ou “contas correntes 
As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos 
órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral. 
As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou 
demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados 
do exercício. 
As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e serão obrigatoriamente auditadas por 
auditores independentes registrados na mesma Comissão. 
Após ter efetuado todos os lançamentos de encerramento do exercício, no livro diário, devem 
ser transcritos também o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, além da 
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, com a data e assinatura dos administradores e do 
responsável pela contabilidade, com respectivo CRC. 
Resumidamente, os principais aspectos de cada demonstração financeira: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e 
qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio e o patrimônio líquido da entidade. 
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e 
demais organizações. Mostraa posição numa determinada data, normalmente 31 de dezembro, 
como se fosse uma fotografia. Está dividido em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei nº 6.404-76, e 
segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é 
constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. 
O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela 
entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. 
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com 
terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. 
O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença 
positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do 
Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve 
ser substituída por Passivo a Descoberto. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações) 
instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício. 
A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado 
em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze 
meses. 
A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a 
formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes 
custos e despesas. 
A DRE apresenta de que forma o lucro ou prejuízo foi apurado, ordenando as receitas 
diminuídas das despesas. Primeiro, as receitas de vendas ou serviços (deduzidas dos impostos sobre 
vendas e das devoluções). Depois, os custos do período (gastos de fábrica ou produção), as despesas 
(administrativas, comerciais e financeiras - líquidas das receitas financeiras) e, por último, a 
participação de terceiros antes do Lucro Líquido ("fatia do lucro" entregue ao imposto de renda, 
participação dos administradores e gratificações aos empregados). 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
13
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, num determinado período, as mutações nos resultados acumulados da entidade. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
 
A DVA evidencia o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os 
elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, 
acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
 
NOTAS EXPLICATIVAS 
 
As NE esclarecem pontos que a linguagem contábil não consegue retratar, tais como 
transações ou fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada. Também 
são utilizadas para informar as práticas contábeis e detalhar algumas contas do Balanço Patrimonial 
ou de outra demonstração. O Parecer do Auditor também pode fazer referência a uma Nota 
Explicativa. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL – UMA INTRODUÇÃO 
 
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e 
demais organizações. Mostra a posição numa determinada data, normalmente 31 de dezembro, 
como se fosse uma fotografia. Está dividido em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
O Ativo é a parte do Balanço que demonstra onde foram aplicados os recursos da empresa. 
O Ativo está representado pelos bens e direitos. Inclui, por exemplo, o dinheiro em caixa e em 
bancos, estoques de mercadorias, equipamentos, imóveis, duplicatas a receber, entre outros. 
O Passivo são recursos de terceiros colocados na empresa através de obrigações ou dívidas. 
É tudo aquilo que ela deve na data do balanço. 
O Patrimônio Líquido é a outra parte dos recursos da empresa chamados de próprios, 
porque pertencem verdadeiramente aos donos. É a diferença entre o Ativo e o Passivo. Uma 
empresa pode ter muitos bens, mas se ela tiver muitas dívidas também, o patrimônio dos donos 
poderá ser nulo ou até negativo. 
 
ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS 
 
�Origens de Recursos – O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exigível) como Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. 
�Aplicações de Recursos – O lado do Ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos originados 
no Passivo e no Patrimônio Líquido. 
ATIVO PASSIVO 
 
Aplicação de Origem de 
Recursos Recursos 
 
 
Vimos que o Capital Nominal representa um elemento do grupo do Patrimônio Líquido e que, 
quando da constituição da empresa, representa os bens e/ou os direitos com os quais o proprietário 
inicia suas atividades. 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
14
O Capital Total à disposição da empresa representa os recursos totais que a empresa dispõe, e 
está composto pelos capitais próprios e os capitais de terceiros. Observamos que o passivo mostra a 
origem dos capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui. 
Os capitais de terceiros são obrigações que correspondem à parte que a empresa deve a 
terceiros. 
Dessa forma podemos resumir: 
As origens dos recursos são: 
 Capitais de Terceiros = Obrigações 
Capitais Próprios = Patrimônio Líquido (Capital Nominal + Reservas + Lucros) 
Esses recursos são aplicados na empresa em bens e direitos, ou seja, no Ativo. Todos os 
elementos do Ativo são positivos do patrimônio, portanto elencados no lado esquerdo do “T” na sua 
representação gráfica. Sua soma (bens + direitos) representa o capital total à disposição da empresa, 
o que implica em que Ativo = Aplicação dos Recursos. Observe o seguinte exemplo: 
Origem de recursos: Capital Inicial = 100; Empréstimos de Terceiros = 50 
Aplicação dos Recursos: Caixa = 20; Banco c/ movimento = 80; Mercadorias = 50 
 
Representação gráfica: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 ATIVO PASSIVO 
 
 Caixa 20 Empréstimos 50 
 Banco c/movimento 80 
 Mercadorias 50 Capital 100 
 Total 150 Total 150 
 
 ORIGEM = APLICAÇÃO DE RECURSOS / ATIVO - PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
(capital + empréstimo) = (caixa + banco + mercadorias) / (bens + direitos) - (obrigações) = (capital) 
 
ASPÉCTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO DO PATRIMÔNIO 
 
Vimos que o Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações. 
Mas, se eu disser que o Patrimônio da minha empresa é: 
 
 PATRIMÔNIO 
Somente com essas informações será possível avaliar o tamanho desse Patrimônio? 
É evidente que não. 
Então, há necessidade de ressaltar dois aspectos que a Contabilidade leva em conta para 
representar adequadamente os elementos que compõem o Patrimônio: o qualitativo e o quantitativo. 
 BENS 
 
 DIREITOS 
 
BRIGAÇÕES
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
15
O aspecto qualitativo consiste em qualificar os bens, direitos e obrigações, isto é, o tipo do 
patrimônio. 
Com esse aspecto, já melhorou a idéia que se pode ter do Patrimônio da empresa. Mas ainda 
não basta, pois: 
Quanto de dinheiro possuo? 
Quanto de veículos tenho? 
Daí a necessidade do segundo aspecto. O aspecto quantitativo. 
 
O aspecto quantitativo refere-se a quantidade ou expressão em valores monetários do 
patrimônio, isto é, dar a esses bens, direitos e obrigações seusrespectivos valores. Ex: Bens (Caixa 
R$1.000,00: Mercadorias = R$ 15.000,00); Direitos (Duplicatas a Receber R$ 5.000,00); Obrigações 
(Duplicatas a Pagar R$3.500.00). 
 
Agora, com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do Patrimônio da minha 
empresa, pois ficou esclarecido o que e quanto a empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações. 
 
COMPOSIÇÃO PATRIMONIAL 
 
Como vimos, o patrimônio é dividido em três partes: 
PATRIMÔNIO = 
Bens: 
 Caixa 
 Veículos 
 Máquinas 
Direitos: 
 Duplicatas a Receber 
 Promissórias a Receber 
 Obrigações: 
 Duplicatas a Pagar 
Impostos a Pagar
PATRIMÔNIO = 
 
Bens: 
 Caixa................... .. R$ 5.000 
 Veículos ................ R$ 50.000 
 Máquinas .............. R$ 10.000 
Direitos: 
 Duplicatas a Receber ....R$ 3.000 
 Promissórias a Receber.R$ 2.000 
 Obrigações: 
 Duplicatas a Pagar ......R$ 8.000 
 Impostos a Pagar .........R$ 500 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
16
 
1a. Ativo (A) – compreende os bens e os direitos de propriedade da entidade, avaliáveis 
monetariamente, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. É a parte positiva, 
também denominada Patrimônio Bruto. 
2a. Passivo - Evidencia todas as obrigações ou dívida que a empresa tem com terceiros ou 
com os sócios. 
 
O passivo que representa obrigações com terceiros pode ser chamado de Passivo Exigível ou 
ainda de Capital de Terceiros: Exemplos: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima, impostos a 
pagar, financiamentos, empréstimos etc. 
 
3a. Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL) – é a parte diferencial (diferença) entre o 
Ativo e o Passivo Exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os 
sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (Ativo) e o 
valor das obrigações com terceiros (Passivo Exigível). 
 
O PL registra os recursos dos proprietários aplicados no empreendimento e os auferidos durante 
sua atividade. Pode ser chamado de Capital Próprio. 
 
Esta parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou condição da entidade 
sendo, portanto, considerado como Passivo Não Exigível. 
 
Os valores do Ativo e do Passivo Exigível serão, necessariamente, iguais ou maiores que zero. 
O valor do PL/SL, por representar a situação líquida em que a entidade se encontra, poderá ser 
igual, maior ou menor que zero. 
 
Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
 
Bens Obrigações com Terceiros 
Direitos 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 Obrigações com Sócios 
 
 
Equação do Patrimônio Ö Ativo = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL – Grupo de Contas 
 
Com a edição da Lei nº 11.941/09 (MP nº 449/08), a composição dos grupos e subgrupos do 
ativo e do passivo sofreu significativas modificações. 
A Lei nº 11.941/09, entre outras coisas, alterou a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) 
em seus aspectos contábeis. 
 
ATIVO 
 
No ativo, as contas continuam a ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
elementos nelas registrados. 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
17
Grau de liquidez é o maior ou menor prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados 
em dinheiro. Por exemplo, os Estoques de Mercadorias serão transformados em dinheiro quando forem 
vendidos à vista; as Duplicatas a Receber quando forem recebidas, e assim por diante. 
A conta Caixa e a conta Bancos Conta Movimento são as que possuem maior grau de liquidez, 
pois representam disponibilidades imediatas. Por isso, são as primeiras contas que aparecem no Plano 
de Contas. 
 
Em conformidade com o artigo 179 da lei nº 6.404/76, alterada pela lei nº 11.638/07 e Lei nº 
11.941/09, as contas do ativo serão classificadas do seguinte modo: 
 
1 - ativo circulante; 
2 - ativo não-circulante, composto por: 
a) ativo realizável a longo prazo; 
b) investimentos; 
c) imobilizado; e 
d) intangível. 
 
– no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social 
subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; 
Neste grupo você encontra todas as contas que representam os Bens e os Direitos que, devido 
a sua finalidade, e em sua maioria, estão em constante circulação. Correspondem aos recursos 
aplicados em elementos que estão em franco movimento, como, por exemplo, a conta Caixa, que a 
todo instante está sendo movimentada (entra e sai dinheiro); o mesmo ocorre com as contas de 
Estoque, Bancos Conta Movimento etc. 
 
– no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, 
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou 
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não 
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 
 
– em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de 
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da companhia ou da empresa; 
 
– no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à 
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle 
desses bens; 
 
– no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da 
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
 
O grupo ativo não-circulante é composto pelos antigos grupos ativo realizável a longo 
prazo e ativo permanente. O realizável a longo prazo passou a ser um subgrupo do ativo não-
circulante, enquanto o ativo permanente foi extinto, e seus subgrupos, incorporados ao ativo não-
circulante, com exceção do ativo diferido, que também foi extinto. 
O ativo diferido foi extinto pela Lei nº 11.941/09, a qual, todavia, admite que seu saldo existente 
em 31de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser alocado a outro grupo de contas, 
possa permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise 
sobre a recuperação. 
 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
18
PASSIVO 
 
Em conformidade com os artigos 180 e 182 da lei nº 6.404/76, alterada pela lei nº 11.638/07 e 
Lei nº 11.941/09, as contas do passivo serão classificadas do seguinte modo: 
 
1 - passivo circulante; 
2 - passivo não-circulante; e 
3 – patrimônio líquido 
 
A disposição das contas desse grupo é a ordem decrescente do grau de exigibilidade dos 
elementos registrados. 
 
– no passivo circulante: as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de 
direitos do ativo permanente; 
– no passivo não-circulante:,as obrigações que tiverem vencimento posterior ao término do 
exercício seguinte (> 1 ano). 
– no patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação 
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
 
A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda 
não realizada. 
Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem a contribuição do 
subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem 
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos 
casos de conversãoem ações de debêntures ou partes beneficiárias. 
Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no 
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou 
diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a 
valor justo, nos casos previstos na Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07, em normas expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários, 
 
Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros 
da companhia. 
As ações em tesouraria são a aquisição de ações de própria emissão da companhia, não 
representando investimento, configurando-se melhor como um retorno do capital investido. As ações 
em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido 
que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 
 
O antigo grupo passivo exigível a longo prazo foi extinto, e seus valores passam integrar o 
passivo não-circulante. Enquanto o ativo não-circulante apresenta todas as contas não classificadas 
no ativo circulante, o passivo não-circulante exibe as contas que não integram: 1) o passivo 
circulante; e 2) o patrimônio líquido. 
 
Com a Lei nº 11.941/09, as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição 
de direitos do ativo não-circulante, são classificadas no passivo circulante, quando se vencem no 
exercício seguinte, e no passivo não-circulante, se têm vencimento em prazo maior. Todavia, na 
companhia em que o ciclo operacional da empresa tem duração maior que o exercício social, a 
classificação no circulante ou não-circulante, tanto do ativo quanto do passivo, deve ter por base o 
prazo desse ciclo, o que já ocorria, de forma semelhante, na legislação anterior. 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
19
Balanço Patrimonial (Lei 6404/76 e Lei 11638/07 após Lei nº 11.941/09) 
 Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
 
Ativo Não circulante Passivo Não Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo 
Investimentos Resultados de Exercícios Futuros 
Imobilizado 
Intangível Patrimônio Líquido 
 Capital Social 
 
Reservas de Capital 
 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 
Reservas de Lucros 
Prejuízos Acumulados 
 
 
FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO 
 
Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a 
empresa está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos 
que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo: Maria vai abrir uma 
butique. Ela possui, para esse fim, R$ 60.000 em dinheiro. Logo, esses R$ 60.000 em dinheiro constituem 
o seu Capital Inicial. 
O Capital Inicial pode ser composto por: dinheiro, móveis, veículos, imóveis, promissórias a 
receber etc. 
Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$ 5.000 
em dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$ 65.000, sendo: 
 
 • em Dinheiro R$ 5.000 
 • em Veículos R$ 60.000 
 Total do Capital R$ 65.000 
 
Exemplo de formação do Patrimônio e suas variações 
 
Vamos acompanhar a formação do Patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos 
de sua movimentação, representando, a cada acontecimento, a Situação Patrimonial respectiva: 
 
1. Felisberto Jorge constitui uma empresa para explorar o comércio de tintas, com um Capital 
Inicial, em dinheiro, de R$ 50.000. 
 
Vamos representar o patrimônio de Felisberto Jorge nesse momento. Veja que ele está 
iniciando suas atividades com R$ 50.000 em dinheiro. Evidentemente, dinheiro é um bem; portanto, ele 
terá esta importância no Ativo representada pelo elemento Caixa. 
 
Como estamos constituindo o Patrimônio de Felisberto Jorge com um Capital Inicial de R$ 
50.000 em dinheiro, essa importância representará, no Balanço Patrimonial, a Situação Líquida Positiva, 
com o nome de Capital. Assim, representando os elementos componentes do Patrimônio apenas com 
essa ocorrência, isto é, investimento inicial em dinheiro, através do Balanço Patrimonial temos: 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
20
Balanço Patrimonial 
 
ATIVO PASSIVO 
 Caixa 50.000 Capital 50.000 
 
Raciocinando em termos da equação fundamental do Patrimônio, onde Ativo é igual a Passivo 
mais Patrimônio Líquido (A = P + PL), sendo o Ativo composto por Bens mais Direitos, o Passivo 
composto pelas Obrigações e o Patrimônio Líquido composto por Capital, Reservas e Lucros ou 
Prejuízos Acumulados, temos: 
• no Ativo, o elemento Caixa correspondendo ao grupo dos Bens; 
• no Passivo, o elemento Capital correspondendo ao grupo do Patrimônio Líquido. 
Assim, uma vez que a Situação Líquida da empresa é positiva de R$ 50.000, essa situação está 
coincidindo com o grupo Patrimônio Líquido (Capital = R$ 50.000). 
 
2. Em seguida, surgem as aplicações desse Capital na compra de bens: 
• Compra de móveis e utensílios, à vista: R$ 5.000; 
• Compra de um automóvel, à vista: R$ 30.000. 
 
Com essas compras, veja o que aconteceu no Patrimônio: 
O Caixa, que tinha R$ 50.000, ficou reduzido a R$ 15.000, pois R$ 35.000 foram gastos nas 
aquisições citadas. Em compensação, apareceram no Ativo mais dois elementos (Bens): 
• • Móveis e Utensílios, no valor de R$ 5.000; 
• • Veículos, no valor de R$ 30.000. 
 
O Patrimônio passou a ser representado do seguinte modo: 
 
 Balanço Patrimonial 
 ATIVO PASSIVO 
Caixa 15.000 Capital 50.000 
Móveis e Utensílios 5.000 
Veículos 30.000 
TOTAL 50.000 TOTAL 50.000 
 
 Note que, embora tenha havido movimento no Patrimônio, o seu valor total não se alterou. 
Apenas houve troca de valores no Ativo: o Caixa diminuiu em R$ 35.000, mas esse valor apareceu 
novamente em Móveis e Utensílios e Veículos. No lado do Passivo não houve alteração; o Patrimônio 
Líquido permanece. Por isso, repete-se, no lado do Passivo, o elemento Capital. 
 
3. Sentindo necessidade de adquirir outros Bens para se expandir, e sendo o seu Capital 
insuficiente, a empresa compra a prazo: 
 Compra a prazo de mercadorias (tintas), para revenda, da Casa de Tintas Taubaté, conforme 
aceite de Duplicatas no valor de R$ 20.000, para vencimentos em 30 e 60 dias. 
Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com Capital de outras pessoas. 
Cria, assim, Obrigações para futuros pagamentos. Nesse caso, tanto o Ativo quanto o Passivo serão 
aumentados. O Ativo, pela entrada das mercadorias (Bens); e o Passivo, pela obrigação contraída 
através do aceite das Duplicatas. 
 Após essa operação de compra de mercadorias a prazo, o Patrimônio será representado da 
seguinte maneira: 
 Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 15.000 Duplicatas a Pagar 20.000 
 Móveis e Utensílios 5.000 Capital 50.000 
Veículos 30.000 
Estoque de Mercadorias 20.000 
 TOTAL 70.000 TOTAL 70.000 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
21
Note que os elementos Caixa, Móveis e Utensílios, Veículos e Capital permanecem os mesmos, 
pois não sofreram nenhuma alteração. 
 
4. Suponhamos, agora, que a empresa de Felisberto Jorge efetue o pagamento, em dinheiro, 
de uma Duplicata, no valor de R$ 5.000. 
Esse pagamento acarretará uma diminuição no Ativo, pois o Caixa será diminuído deR$ 5.000, 
e uma diminuição também no Passivo, pela extinção de parte das Obrigações em R$ 5.000. O 
Patrimônio da empresa de Felisberto Jorge, após esta operação, será representado assim: 
 
Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 10.000 Duplicatas a Pagar 15.000 
Móveis e Utensílios 5.000 Capital 50.000 
Veículos 30.000 
Estoque de Mercadorias 20.000 
TOTAL 65.000 TOTAL 65.000 
 
Observe que, cada fato que ocorre na empresa modifica o seu Patrimônio, apresentando uma 
nova Situação Patrimonial. 
 
CONTAS 
 
Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e 
Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado (Despesa e Receita). 
 Em geral, as operações relacionadas às variações do patrimônio (compras, vendas, 
pagamentos e recebimentos) ocasionam aumentos ou diminuições no Ativo, Passivo e no Patrimônio 
Líquido. Esses aumentos e diminuições são registrados em CONTAS. 
 
Elementos de uma Conta 
 
 Os elementos fundamentais (mínimos) de uma conta são: 
 
TÍTULO - É o nome da conta onde se identifica o elemento que ela representa. 
DÉBITO - São registros efetuados na coluna de débito da conta; representa a situação de divida da 
conta. 
CRÉDITO - São os registros efetuados na coluna de crédito da conta; representa o que a conta tem a 
haver. 
HISTÓRICO - Relata o fato acontecido em relação ao patrimônio. 
SALDO - É a diferença existente entre o débito e crédito de uma conta. 
 
Função e Funcionamento das Contas 
 
Função: registrar as operações que ocorrem com o patrimônio. 
Exemplos: 
Conta ...............Função 
Caixa ...............Registrar as operações de recebimentos e pagamentos em dinheiro. 
Capital .............Registrar os valores que constituem o Capital Social registrado pela entidade. 
Veículos ..........Registrar as aquisições e baixas de veículos pertencentes à empresa. 
Salários ...........Registrar o valor dos salários pagos a funcionários da empresa. 
 
Funcionamento: é a forma pela qual a conta é movimentada. Relaciona-se com os registros a 
débito ou a crédito das contas. As contas são debitadas ou creditadas conforme o acontecimento 
que irá registrar. 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
22
Classificação das Contas 
 
As contas podem ser classificadas em: 
 
Contas Patrimoniais: são as contas que representam os elementos ativos e passivos (bens, 
direitos, obrigações e situação líquida-PL) que compõem o complexo patrimonial. 
 
Contas de Resultado: são as que registram as variações patrimoniais quantitativas (receitas e 
despesas). A diferença destas duas contas determina o resultado do exercício. Este resultado será 
registrado mais tarde no patrimônio líquido da empresa como lucro ou prejuízo. 
As contas de resultado aparecem durante o Exercício Social, encerrando-se no final do 
mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial. 
 
 Resultado= Receitas - Despesas 
 
�Receitas 
É a maneira pela qual a empresa ‘ganha dinheiro’, decorrente da venda de mercadorias, 
prestação de serviços, cobrança de aluguéis, cobrança de juros de um empréstimo, etc. 
Exemplo de receitas: Receitas de vendas, Receita de serviços prestados, Receita de aluguéis. 
 
�Despesa 
É o sacrifício que a empresa realiza para a obtenção de receita, decorrente do consumo de 
bens e da utilização de serviços. 
Exemplo de despesas: Despesa de manutenção, Despesa com alimentação dos funcionários; 
Despesa com energia elétrica. 
 
Didaticamente, classificamos as Contas de Resultado em cinco grupos: 
• Despesas (Operacionais e Não-operacionais) 
• Receitas (Operacionais e Não-operacionais) 
• Custos, Deduções e Prejuízo Bruto 
• Receita Bruta, Deduções e Lucro Bruto 
• Contas de Despesas e Receitas já foram comentadas no item 2.2. 
 
NOTA: 
• O resultado do exercício, lucro ou prejuízo, bem como todas as contas utilizadas para 
sua apuração, devem ser demonstrados através da Demonstração do Resultado do 
Exercício, que você estudará adiante. 
 
Exemplos de contas 
 
Contas que representam bens: Caixa (dinheiro), Veículos (automóveis), Estoque de 
Mercadorias (mercadoria para revenda), etc; 
Contas que representam direitos: Bancos (dinheiro depositado numa conta bancária), 
Duplicatas a receber (valores a receber de clientes mediante a emissão de duplicatas), etc. 
Contas que representam obrigações com terceiros: Fornecedores (dívidas pela compra a 
prazo), Salários a pagar (líquido da folha de pagamento ainda não pagos aos funcionários), etc. 
Contas que representam obrigações com os sócios: Capital Social (dinheiro aplicado pelos 
sócios), Lucros Acumulados (lucros auferidos durante o período em que a empresa este em atividade), 
etc. 
 
 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
23
Podemos dispor o balanço patrimonial da seguinte forma: 
Ativo Passivo 
Bens: Obrigações com terceiros: 
Caixa Fornecedores 
Estoque de mercadorias Salários a pagar 
 
Direitos: Obrigações com os sócios: 
Bancos Capital social 
Duplicatas a receber Lucros acumulados 
 
Exemplo de Contas de Ativo e Passivo 
�Contas de Ativo: 
9 Caixa: representa os bens ‘dinheiros’ guardados na empresa; 
9 Bancos: representa o dinheiro guardado no banco que a empresa tem o direito de receber mais 
tarde; 
9 Contas a receber: representa o direito que a empresa tem de receber de seus clientes pela venda 
a prazo de suas mercadorias; 
9 Estoques de mercadorias: representa os bens ‘ mercadorias’ estocados na empresa e que serão 
vendidos mais tarde; 
9 Terrenos: representa os bens ‘terrenos’ de propriedade da empresa; 
9 Máquinas: representa os bens ‘máquinas’ de propriedade da empresa; 
9 Móveis e Utensílios: representa os bens ‘móveis e utensílios’ de propriedade da empresa. Exemplo: 
mesas, armários, cadeiras, estantes, arquivos etc; 
 
�Contas de Passivo: 
9 Títulos a pagar: registra as obrigações que a empresa tem a pagar devido a aquisição de bens por 
meio de compra a prazo mediante títulos; 
9 Salários a pagar: registra a obrigação que a empresa tem de pagar salários de funcionários; 
9 Fornecedores: registra as obrigações que a empresa tem a pagar devido à aquisição de 
mercadorias por meio de compra a prazo. 
 �Contas de PL: 
9 Capital Social: registra a obrigação que a empresa tem de devolver aos sócios ou acionistas o 
capital investido por eles na empresa; 
9 Reservas: registra as retenções de parte dos lucros do exercício por força de lei ou estatutária; 
9 Prejuízos acumulados: registra os prejuízos acumulados no exercício. 
 
PLANO DE CONTAS 
 
O plano de contas é um instrumento de auxílio aos profissionais de Contabilidade, devendo ser 
utilizado para definir a função e o funcionamento das contas cadastradas na empresa. Sua consulta 
faz-se necessária sempre que houver dúvida quanto à correta classificação de um evento contábil. 
Plano de Contas é um elenco de todas as contas utilizadas pela empresa, necessárias aos seus 
registros contábeis. São agrupadas de acordo com a esquematização do Balanço Patrimonial. 
O Plano de Contas é um dos aspectos mais importantes da organização contábil, orientando o 
registro de todas as operações. 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
24
Elaboração 
 
O Plano de Contas não deve ser rígido e inflexível, ele deve ser organizado, permitindo que seja 
possível fazer tantas alterações quantas sejam necessárias e será elaborado de acordo com a 
estrutura e tamanho da empresa, obedecendo ao que determina a Lei n0 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976, quanto agrupamento das contas. 
A elaboração do plano de contasdeve obedecer ao critério da utilidade, da identificação e 
da movimentação das contas que serão cadastradas, procurando-se sempre transformá-lo em uma 
fonte de informações para a contabilidade, para os administradores e para o fisco. Em função disso, o 
plano de contas deve ser elaborado observando-se os seguintes aspectos: 
ƒ Padronização: deve haver uniformidade das contas cadastradas, em função da 
necessidade de elaboração e publicação das demonstrações contábeis, com o objetivo 
de atender aos interesses do público que necessita de informações da empresa; 
ƒ Legislação fiscal: o plano de contas deve ajudar a identificar as contas que a empresa 
movimenta, para facilitar o atendimento de informações fiscais; 
ƒ Lançamentos contábeis: o plano deve facilitar a classificação contábil e, 
conseqüentemente, os lançamentos, permitindo uma interpretação correta dos eventos ou 
transações praticados pela empresa; 
ƒ Nomenclatura das contas: deve haver clareza, a fim de possibilitar uma pesquisa de 
lançamento. 
 
 A estrutura de um plano de contas varia de empresa para empresa, em função do ramo de 
atividade de cada uma delas e da movimentação ou número de transações praticadas. Não existe 
um plano de contas padrão que possa servir para todas as empresas. 
No plano, cada conta deve ser classificada com um código numérico ou alfanumérico para 
distinguir das demais como, por exemplo: 
 
NÚMERO CONTAS SALDOS 
 1 Ativo devedores 
 2 Passivo credores 
 3 Despesas devedores 
 4 Receitas credores 
 5 Contas de Custos, Deduções e Prejuízo Bruto devedores 
6 Contas de Receita, Deduções e Lucro Bruto credores 
7 Contas de Apuração do Resultado devedores ou credores 
 
As principais partes de um plano de contas são: 
 
a) Elenco de Contas - relação lógica e ordenada dos títulos das contas que compõem um 
plano; 
b) Função das Contas - definição da conta, seu comportamento e seu objetivo. 
Exemplo: TÍTULO: Caixa 
FUNÇÃO: registrar os recebimentos e pagamentos efetuados 
pela empresa em dinheiro; 
c) Funcionamento - mostra o movimento da conta e a forma de se debitar e creditar. 
 Exemplo: Caixa 
Debitada - pelos recebimentos de numerários 
Creditada - pelos pagamentos efetuados em 
dinheiro 
 
Função e funcionamento de contas de ativo 
 
As contas de ativo registram as operações da empresa que representam valores positivos ou 
direitos, tais como: disponibilidades, créditos a receber, adiantamentos concedidos, investimentos, 
imobilizações etc. 
Essas contas devem receber o lançamento inicial a débito (exceção para as retificadoras 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
25
como provisões, depreciações etc.) e não se encerram com a apuração do resultado do exercício. 
Veja a seguir suas principais características: 
• Função: registrar a movimentação a débito e crédito das transações realizadas pela 
empresa referentes aos recebimentos e pagamentos em cheque ou espécie, aquisições de 
mercadorias, materiais de uso e consumo, imobilizações, antecipações ou adiantamentos a 
fornecedores e empregados, créditos da empresa etc. 
• Funcionamento: são debitadas pelas entradas ou recebimentos e creditadas pelas saídas 
ou pagamentos; 
• Natureza do saldo: devedor, quando se tratar de conta normal. As contas de bancos 
podem eventualmente apresentar saldo credor, quando a empresa operar com limites de 
crédito e fizer uso desse limite. Também as contas retificadoras de ativo apresentam saldo 
credor (provisões e depreciações); 
• Lançamento inicial: deve ser sempre a débito, no caso de contas que não sejam 
retificadoras; 
• Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a cada mês, independente do 
saldo existente, comparando-se os registros da contabilidade com os existentes nos 
controles auxiliares; 
• Encerramento: não se encerram com a apuração do resultado do exercício. 
 
Função e funcionamento de contas de passivo 
 
As contas de passivo registram as operações da empresa que representam valores negativos 
ou obrigações, tais como: débitos com os fornecedores, obrigações sociais, tributárias e trabalhistas, 
adiantamentos recebidos de clientes, retenções de impostos e consignações efetuadas pela 
empresa, empréstimos recebidos etc. 
Essas contas devem receber o lançamento inicial a crédito e não se encerram com a 
apuração do resultado do exercício. 
Veja a seguir suas principais características: 
 
• Função: registrar a movimentação a débito e a crédito das transações realizadas pela 
empresa referentes às operações que se caracterizem como obrigação ou dívida; 
• Funcionamento: são creditadas pelas entradas ou recebimentos e debitadas pelas saídas 
ou pagamentos; 
• Natureza do saldo: credor; 
• Lançamento inicial: deve ser a crédito; 
• Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a cada mês, independente do 
saldo existente, comparando-se os registros da contabilidade com os existentes nos 
controles auxiliares; 
• Encerramento: não se encerram com a apuração do resultado do exercício. 
 
Função e funcionamento de contas de despesas 
 
As contas de despesas devem registrar as operações da empresa que representam os gastos 
ou custos, tais como: ordenados, vantagens, previdência social patronal, despesas administrativas 
gerais, despesas financeiras e bancárias, despesas com vendas, com produção, com depreciações 
etc. Devem ser destacadas as operacionais e as não operacionais, assim como os grupos 
(administrativas, financeiras, comerciais, de produção etc.), sempre em função da atividade da 
empresa. 
Veja a seguir suas principais características: 
• Função: registrar a movimentação a débito e a crédito das transações realizadas pela 
empresa referentes a pagamentos ou provisionamentos de despesas gerais. 
• Funcionamento: são debitadas pelo reconhecimento ou efetivo pagamento das despesas 
ou custos, e creditadas pela apuração do resultado do exercício e por eventual ajuste ou 
estorno de lançamento; 
• Natureza do saldo: devedor; 
• Lançamento inicial: deve ser a débito; 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
26
• Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a partir do mês em que receber 
o primeiro lançamento; 
• Encerramento: encerram-se com a apuração do resultado do exercício, sendo creditadas 
pelo valor do saldo existente na data da apuração do balanço. 
 
Função e funcionamento de contas de receitas 
 
As contas de receitas devem registrar as operações da empresa que representem o 
faturamento ou ingressos de recursos tais como: 
1. vendas de mercadorias, produtos ou serviços; 
2. aplicações financeiras; 
3. ganhos de capital; 
4. eventuais. 
 
Veja a seguir suas principais características: 
• Função: registrar a movimentação a crédito ou débito das transações realizadas pela 
empresa referentes a receitas de faturamento, aplicações financeiras, eventuais etc. 
• Funcionamento: são creditadas pelas vendas ou realização das receitas e debitadas por 
eventuais ajustes ou estornos de lançamentos; 
• Natureza do saldo: credor; 
• Lançamento inicial: deve ser a crédito; 
• Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas mês a mês, a partir do 
lançamento inicial. 
• Encerramento: encerram-se com a apuração do resultado do exercício. 
 
Antes que apresentássemos o Plano de Contas simplificado, você havia aprendido que Contas 
Patrimoniais são aquelas que apresentam, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio 
da empresa, dividindo-se em Ativo e Passivo. Você ficou sabendo, também, que o lado do Ativo é 
composto pelos Bens e pelos Direitos e que o lado do Passivo é composto pelas Obrigações e pelo 
Patrimônio Líquido. Porém, essas ContasPatrimoniais são agrupadas no Balanço Patrimonial em grupos 
e subgrupos. Para facilitar, conforme nosso propósito elaboramos o Plano de Contas utilizando apenas 
os grupos principais. Veja: 
 
NOTA: 
• Contas Retificadoras do Ativo: você deve ter percebido que no Ativo apareceram três 
contas precedidas do sinal menos (-). São elas: 
α. no Ativo Circulante: 
( - ) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 
β. no Ativo Não-circulante/Imobilizado: 
( - ) Depreciação Acumulada 
( -) Amortização Acumulada 
 
As contas do Ativo são de natureza devedora (Débito). Entretanto, por força da lei, existem 
contas que, embora de natureza credora (crédito), devem figurar no Ativo, retificando seus valores. 
Daí a permanência das referidas contas no Ativo, porém com sinal menos ( - ). 
Vamos ficar, por enquanto, apenas com essas informações, pois no momento oportuno esse 
assunto será abordado com mais propriedade. 
 
• Contas Retificadoras do Passivo:Também no lado do Passivo, no grupo do Patrimônio 
Líquido, você encontra Contas Retificadoras: 
( - ) Titular Conta Capital a Realizar 
( - ) Lucros ou Prejuízos Acumulados (quando o saldo for devedor, representando 
prejuízos). 
São contas que, embora de natureza devedora, figuram no Passivo pelas mesmas razões 
já expostas em relação às do Ativo. 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
27
CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS 
 
Você encontra no Plano de Contas, tanto no lado do Ativo como no lado do Passivo, um 
grupo de Contas de Compensação. 
A Lei n.º6.404/76, das Sociedades por Ações, não contempla essas contas, porém dispões que 
os ônus reais constituídos sobre elementos do Ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras 
responsabilidades eventuais ou contingentes seja indicados, na apresentação do Balanço, em Notas 
Explicativas. 
O Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 2.5, 
através da Resolução CFC 612, de 17.12.1985, que torna obrigatória a escrituração das Contas de 
Compensação. 
A finalidade dessas contas é controlar os atos administrativos relevantes que possam efetuar 
futuramente a Situação Patrimonial da empresa. 
Quando, por exemplo, a empresa assina contrato com uma companhia seguradora, o valor 
segurado deverá ser registrado através das Contas de Compensação. 
Maiores detalhes sobre a utilização dessas contas você encontrará à medida que tais atos 
surgirem para serem contabilizados. 
 
 
DÉBITO, CREDITO E SALDO 
 
O lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito, o lado direito é chamado o lado 
do crédito. Um lançamento no lado esquerdo de uma conta é denominado lançamento a débito ou 
débito; um lançamento no lado direito de uma conta é chamado lançamento a crédito ou, 
simplesmente, crédito. Utilizam-se também os verbos creditar e debitar. Quando se faz o lançamento à 
esquerda da conta, dizemos que estamos debitando essa conta. 
 
(Título da Conta) 
(lado do débito) (lado do crédito) 
 
 
Os leigos em Contabilidade, geralmente, são levados a pensar que débito significa algo 
desfavorável, e crédito algo favorável. Na realidade isto não ocorre, pois tais denominações são, hoje 
em dia, simplesmente convenções contábeis, com uma função específica em cada conta, como 
veremos adiante. 
 
Débito de uma Conta – situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que 
representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. 
DEBITAR uma conta é registrar um valor na coluna do débito. 
 
Crédito de uma conta – situação de direito de haver da conta. As contas que representam 
obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas têm saldo credor. 
CREDITAR uma conta é registrar um valor na coluna do crédito. 
 
Ex.: Caixa Capital Social 
 D C D C 
 300,00 300,00 
 
A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta, em determinado 
período, é denominado SALDO. Os saldos das contas podem ocorrer da seguinte forma: 
a) Saldo Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C); 
b) Saldo Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C); 
c) Saldo Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). 
 
 
 
 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
28
Exemplos: 
 Nome da Conta Nome da Conta 
 2.000,00 1.200,00 2.500,00 3.200,00 
 800,00 700,00 
 ↓ ↓ 
 Saldo Devedor Saldo Credor 
 
 
JUSTIFICATIVA DOS SALDOS DAS CONTAS 
 
Embora pareça difícil, é simples e fácil justificar as definições dos saldos. Observe o quadro 
abaixo: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens..........................................800,00 
(D) 
 
Direitos .................................1.200,00 
(D) 
EXIGÍVEL 
 Fornecedores ........................ 400,00 
(C) 
 
PL/SL ... 1.600,00 
(C) 
 + Receitas (C) 
 (-) Despesas (D) 
Total .....................................2.000,00 
(D) 
Total ..........................................2.000,00 
(C) 
 (D) – saldo devedor; 
 (C) – saldo credor 
 
Observando o patrimônio acima, podemos chegar as seguintes conclusões: 
 1ª) Os fornecedores (credores da empresa) têm $ 400,00 a receber, portanto, seu saldo é 
credor; 
 2ª) Os sócios ou acionistas (credores da empresa) têm $ 1.600,00 a receber (valor do PL), 
portanto, seu saldo é credor; 
 3ª) Os recursos necessários aos pagamentos dos valores acima estão no Ativo que, nessa 
hipótese, deve $ 2.000,00, ou seja, $ 400,00 para as obrigações com terceiros (PE) e $ 1.600,00 para os 
sócios ou acionistas (PL). 
Portanto: 
a) As contas do Ativo têm saldo devedor; 
b) As contas do Passivo Exigível têm saldo credor; 
c) As contas do Patrimônio Líquido têm saldo credor. 
 Existem contas retificadoras do Ativo e do Patrimônio Líquido que apresentam, respectivamente, 
saldos credores e devedores, ou seja, o inverso das contas normais. Este assunto será estudado 
posteriormente. 
 
 Quanto às Receitas e Despesas, poderíamos comentar que: 
 4ª) As receitas provocam aumento no valor do PL que, normalmente, possui saldo credor, logo 
as receitas somente podem ter saldo credor; 
5ª) As despesas, por sua vez, diminuem o valor do PL que, normalmente, possui saldo credor, 
logo as despesas somente podem ter saldo devedor. 
 
 
DÉBITO E CREDITO DAS CONTAS 
 
Como já vimos, as operações ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo e do 
Patrimônio Líquido. 
Contabilidade Básica 
Profº Francisco Lorentz 
Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 
29
As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); desta forma, os aumentos podem ser 
registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar o lado a 
ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições, como veremos a seguir. 
 
CONTAS DE ATIVO 
 
Os elementos que compõem o Ativo figuram no lado esquerdo do balanço. Em coerência, as 
contas de Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo. 
Convém notar que uma empresa possui ou não bens e direitos, não existem bens negativos e 
tampouco direitos; portanto, as contas de Ativo possuem saldo devedor ou nulo. Para que uma conta 
de Ativo (Bens ou Direitos) tenha saldo devedor, é necessário que os aumentos e as diminuições nela 
ocorridos sejam assim registrados: 
 
Qualquer Conta de Ativo 
Débito Crédito 
$ Aumentos $ Diminuições 
 
CONTAS DE PASSIVO E DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Contas

Outros materiais