Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UniSUAM CIÊNCIAS CONTÁBEIS 2013/1 Contabilidade Básica Francisco Lorentz, Msc. 9 Com as alterações das leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 (MP nº 449/08) Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 2 Introdução Objetivos do Curso Ao final dessa disciplina, o aluno deve estar apto a: 9 Interpretar melhor a situação econômico-financeira das empresas; 9 Obter informações da Contabilidade para a tomada de decisões, tanto por parte dos administradores ou proprietários, como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa; 9 Manter controle do patrimônio de uma empresa. Referências para estudo ● RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. São Paulo: Saraiva, 2008. ● Equipe de professores da FEA – USP. Contabilidade Introdutória. 10ª ed. São Paulo: Atlas. ● MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 2004. ● FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica: Teoria e questões comentadas conforme a Lei 11.941/09. 7ª. Ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2009. ● Seus apontamentos de sala de aula ● Exercícios e exemplos trabalhados durante o Curso Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 3 INTRODUÇÃO A contabilidade tem evoluído ao longo dos anos em função de diversos estudos que possibilitam o surgimento de novas e melhores formas de controlar o patrimônio através de um sistema informações que possibilitam a tomada de decisões mais racionais no intuito de garantir a continuidade e o sucesso das organizações. Para isso, o estudo da contabilidade como o de qualquer outra ciência, necessita estar centrado num foco, visando conhecer intimamente o mesmo. Também é necessário identificar o objetivo, ou seja, o alvo, a meta, a finalidade do que se pretende atingir com o estudo do objeto, bem como as funções que são as ações naturais da contabilidade, as atribuições que são desencadeadas para garantir o atendimento dos objetivos. O estudo da contabilidade é bastante antigo, pois desde tempos remotos o homem já se preocupava em controlar sua riqueza. Afinal, à medida que o homem desenvolvia um patrimônio, era necessário que ele procurasse desenvolver procedimentos para determinar as suas posses e avaliar as mesmas. Segundo SÁ (1998:19) “há mais de 6.000 anos o comércio já era intenso, o controle religioso sobre o estado já era grande e poderoso, daí derivando grande quantidade de fatos a registrar, ensejando, também o desenvolvimento da escrita contábil”. No início, esses registros eram realizados através de pequenas peças de argila. SÁ (1998:19) também registra que no Egito, há milhares de anos, “o papiro deu origem aos livros contábeis e já se faziam registros sofisticados, inclusive utilizando-se o sistema das matrizes (como na lógica matemática)”. HENDRIKSEN & BREDA (1999:39) cita que “o primeiro registro de um sistema completo de escrituração por partidas dobradas é encontrado nos arquivos municipais da cidade de Gênova, Itália, cobrindo o ano de 1340. Fragmentos anteriores são encontrados nas contas de Giovanni Farolfi & Companhia, uma empresa de mercadores de Florença em 1299-1300, e nas de Rinieri Fini & Irmãos, que negociavam em feiras e eram famosos em sua época na região de Champagne, na França”. Segundo CAMPIGLIA (1966:10) “a palavra contabilidade, originária do francês contabilité empregava-se para designar a arte de escriturar as contas revelando, pois, o aspecto meramente instrumental da disciplina. Os autores italianos a utilizavam apenas para indicar as aplicações especializadas aos diferentes setores da atividade econômica como contabilidade mercantil, bancária, agrícola, contabilidade pública. Na verdade, poderíamos afirmar que de um conceito inicialmente instrumental, a contabilidade avançou através dos estudos de inúmeros pesquisadores, constituindo-se numa ciência em função do cumprimento dos requisitos lógicos necessários a tal categoria, dentro das convenções filosóficas pertinentes. A obra do frade franciscano Luca Pacioli1 “Summa de arithmetica, geometrica, proportioni et proportionalita”, em l494 que continha o “ Tractatus de Computis et Scripturis et Proporcionalita” foi, segundo CAMPIGLIA (l966:12), “o primeiro estudo sobre método de contabilidade”. Na verdade a “Summa” era fundamentalmente um tratado de matemática, mas incluía uma seção sobre o sistema de escrituração por partidas dobradas, denominada Particularis de Computis et Scripturis. A partir da obra pioneira de Luca Pacioli, estudos sobre a matéria foram sendo realizados, ensejando a conceituação científica da contabilidade nos séculos seguintes. 1 Frade, matemático e professor de aritmética comercial italiano nascido em Sansepolcro, que escreveu (1487) e publicou (1494) a sua obra, considerada a primeira e revolucionária obra sobre álgebra publicada na Europa, uma notável compilação sobre aritmética, álgebra, geometria euclidiana elementar e contabilidade, com cerca de 600 páginas e escrita em italiano. Ainda jovem empregou-se em Veneza no comércio e tornou-se tutor dos filhos do patrão, enquanto ampliava seus conhecimentos de matemática. Assim, ao mesmo tempo, ganhou experiência como comerciante, professor, tutor e matemático e escreveu seu primeiro trabalho em matemática, que dedicou ao seu patrão, em agradecimento ao apoio deste em suas atividades de estudante e pesquisador (1470). Depois de escrever sua principal obra, Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, manteve contatos com Leonardo da Vinci e foi nomeado professor de geometria na Universidade de Pisa, em Florença (1500-1506). Pacioli trabalhou em diversas cidades da Europa no decorrer dos anos. Com a saúde abalada, retornou para Sansepolcro, onde morreu (1517) deixando pronto, mas não publicado, o que seria seu maior trabalho: De viribus amanuensis. No qual contou com a participação de Leonardo da Vinci. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 4 A contabilidade visa predominantemente estudar as transformações da riqueza patrimonial, observando como essa se comporta, mas também deve observar como ocorrem os demais fenômenos que favorecem para as essas transformações, pois só assim ela é capaz de proporcionar ricos resultados da sua ação mediante múltiplas possibilidades de intervenção, principalmente no campo da decisão gerencial, propiciando as organizações alavancarem seus projetos institucionais através do bom conhecimento de sua estrutura patrimonial. A contabilidade se desenvolveu notoriamente nos EUA, após a depressão de 1929, com inúmeras pesquisas na área, crescimento do mercado de capitais e conseqüentemente a auditoria. A Escola Contábil Americana, voltada para a tomada de decisão, domina nosso cenário contábil atual. CONCEITO E APLICAÇÃO A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio de uma azienda. Azienda é toda entidade econômico-administrativa, como por exemplo: a empresa, instituições sem fins lucrativos, órgãos governamentais, cooperativas etc. A contabilidade, como todas as ciências, tem um objeto de estudo. Como a física estuda os fenômenos da natureza, a química estuda a interação entres as diversas substâncias etc, a contabilidade estuda o patrimônio de uma entidade, sua composição, sua formação e mutação. A ciência contábil possui uma metodologia própria para estudar o Patrimônio, captando, registrando, acumulando, resumindo e interpretando os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade. OBJETO O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, sobre ele se exercemas funções contábeis para alcance de suas finalidades. FINALIDADE Controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma entidade, através de registro, da análise e interpretação dos fatos nele ocorridos, objetivando fornecer informações e orientação de ordem social e econômica, sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial que são necessárias à tomada de decisões, por parte dos administradores e de quem deseje investir na empresa. OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE Os usuários da Contabilidade são todas as pessoas físicas ou jurídicas interessadas em conhecer e analisar a posição patrimonial de uma entidade. Como exemplos, temos: - Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias: Estes têm como principal interesse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da aplicação; querem saber se a empresa está dando lucro ou prejuízo. Estes usuários são responsáveis pelas decisões na empresa. Deste modo, a quantidade e a qualidade das informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da organização, traçando planos e metas. - Administradores, diretores e executivos: Estes são os agentes responsáveis pelas tomadas de decisões da empresa. Tais decisões visam principalmente ao futuro, conhecendo detalhadamente o ocorreu no passado e o que está ocorrendo no momento. As informações para a tomada de decisões são fornecidas pelas demonstrações contábeis e pelo fluxo Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 5 contínuo de informações sobre os mais variados aspectos da gestão financeira e econômica da empresa. - Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro: Estes avaliam o patrimônio da entidade para saber se lhe concedem ou não um empréstimo. Sua única finalidade é a rentabilidade e a segurança de retorno de seus investimentos. - Fornecedores: Estes têm como principal objetivo o retorno dos recursos investidos pela entrega das mercadorias. Em operações de elevado valor, os fornecedores avaliam as demonstrações financeiras de seus clientes para constatar se estes têm condições de honrar seus compromissos - Governo e economistas governamentais: O governo, baseado nas informações contábeis, exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições. Os economistas são encarregados das análises globais ou setoriais de nossa economia e a eles interessam os dados contábeis das diversas unidades microeconômicas, os quais, convenientemente agregados e tratados estatisticamente, podem fornecer bases adequadas para as análises econômicas. CAMPO DE APLICAÇÃO Estudar o campo de aplicação da contabilidade significa saber em que a contabilidade é utilizada. Assim, o campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico- administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias etc. A entidade é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um patrimônio Entidades econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos: patrimônio, pessoas, titular, ação administrativa e fim determinado. Considerando-se o fim a que se destinam, podem ser classificadas em instituições e empresas. Instituições – são entidades econômico-administrativas com finalidades sociais ou com finalidades sócio-econômicas. Sociais – bem estar social da coletividade (associações recreativas e desportivas, asilos, hospitais beneficentes etc). INSTITUIÇÕES Sócio-econômicas – interesse no aspecto econômico da entidade, mas o benefício é revertido à coletividade a que pertencem (institutos de aposentadorias, pensões, previdência etc). Empresas – são entidades econômico-administrativas que tem finalidade econômica, ou seja, o lucro. Podem ser de diversos ramos como comércio, indústria, agricultura, transportes, pecuária, turismo, telecomunicações, prestadoras de serviços etc. A empresa é uma unidade de produção resultante dos três fatores da produção (natureza, trabalho e capital) e constituída para o desenvolvimento de uma atividade econômica. Coleta os dados Registra e processa Relatórios Contábeis Usuários da Contabilidade Área de atuação da contabilidade Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 6 Públicas – capital do Governo (CEF, ECT etc) Privadas (particulares) – capital de particulares (Casas Bahia, Ponto Frio etc). EMPRESAS (Quanto à natureza do capital) Mistas – capital do Governo e particulares (Banco do Brasil, Petrobrás etc). Pessoas Físicas e Jurídicas Pessoa física (ou natural): é o ser humano (homem ou mulher) considerado singularmente como sujeito de direitos e obrigações. Pessoa jurídica (ser de existência abstrata): é a unidade jurídica resultante de um agrupamento humano organizado, estável, objetivando fins de utilidade pública ou privada, inteiramente distinta dos indivíduos que a compõem, capaz de possuir e exercitar direitos e contrair obrigações. Exemplos: Empresas civis, comerciais ou industriais, entidades (com ou sem fins lucrativos), associações, fundações, Governo (Municipal, Estadual ou Federal) etc. Nascimento das pessoas físicas ou jurídicas: de fato através do parto; pessoa física legal através do registro no Cartório Civil de Pessoas Físicas de fato pelos atos praticados pelo comerciante de bens e/ou serviços; pessoa jurídica legal através do registro no órgão competente (*). (*) Órgão competente para o registro: Empresa: - comercial e/ou industrial - Junta Comercial; - civil (prestadora de serviços) - Cartório Civil de Pessoas Jurídicas, anexo ao Cartório de Títulos e Documentos; Alteração Contratual - requer prévio registro da alteração do Contrato Social ou Estatuto Social na Junta Comercial ou no Cartório de Títulos e Documentos. Motivo do Registro - para que a alteração provoque efeitos legais (tenha existência no campo jurídico). PILARES DA CONTABILIDADE Em contabilidade, temos três categorias para evidenciar as regras fundamentais que regem a ciência contábil: Os Postulados, Os Princípios e as Convenções. Os Postulados são chamados de Pilares da Contabilidade, pois sem um deles, não haveria contabilidade aplicada. São eles: Entidade - O Postulado da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da contabilidade, e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade. Por conseqüência dessa acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles de seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Continuidade - Esse postulado é baseado no pressuposto de que a empresa ou entidade é Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 7 algo em andamento, em continuidade, que funcionará por prazo indeterminado. Uma empresa em processo de extinção (descontinuidade) ou liquidação, será contabilizada por outras regras, pois a continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimentos dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível. Os Postulados, Princípios e Convenções são disciplinados pelas Resoluções nºs 750/93 e 774/94, ambas do Conselho Federal de Contabilidade. TÉCNICAS CONTÁBEIS Partindo-se do conceito de que a contabilidade estudao patrimônio, em suas variações quantitativas e qualitativas, em decorrência dos fatos administrativos, podemos inferir de imediato que a função da contabilidade é o registro e controle desses fatos. As técnicas de que se utiliza a contabilidade para atingir sua finalidade são os métodos utilizados para o registro dos fatos administrativos (escrituração), a elaboração posterior das demonstrações contábeis, a análise da consistência e qualidade dos lançamentos e das demonstrações (auditoria) e o estudo comparativo das demonstrações financeiras para diagnosticar a saúde econômico- financeira da empresa (análise de balanços): Escrituração Contábil - E o registro dos fatos administrativos que modificam o patrimônio. Esse registro é feito em ordem cronológica em livros próprios. A escrituração inicia-se pelo livro DIARIO, mediante documentos idôneos que comprovem a existência do fato, como contas, recibos de aluguel, notas fiscais etc. A escrituração é um, meio utilizado para possibilitar, pela agregação de diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial. Demonstrações Contábeis – O simples registro e classificação dos fatos, dados seu volume e heterogeneidade, não são elementos suficientes para permitir que a contabilidade atinja sua finalidade informativa e orientadora. Daí serem esses fatos condensados em demonstrações expositivas, que recebem a denominação genérica de Demonstrações Contábeis. As Demonstrações Contábeis são extratos gráficos de situações estáticas do patrimônio ou parte específica do patrimônio relativo a determinado período administrativo. Auditoria - Técnica especializada da contabilidade que consiste em verificar através de métodos próprios, a confiabilidade das informações pela verificação da lisura, idoneidade e veracidade dos registros. A auditoria é a confirmação, através do exame dos documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos demonstrativos contábeis, de que estes refletem adequadamente a situação patrimonial da entidade e o resultado do período examinado, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as normas contábeis vigentes, aplicados uniformemente em períodos sucessivos. Análise de Balanços – Como algumas Demonstrações Contábeis são sintéticas e nem sempre fornecem informações e orientação esclarecedoras sobre a composição analítica do patrimônio e de suas variações, a contabilidade dispõe desta técnica especializada. A Análise de Balanços permite decompor, comparar e interpretar essas demonstrações, oferecendo aos interessados na riqueza patrimonial dados analíticos e interpretação sobre os componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade, através de índices de análise em Demonstrações Contábeis de períodos consecutivos, verificando o desempenho operacional e situação de solvência da empresa. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 8 O PATRIMÔNIO (Iudícibus e Marion, pág. 32-37) O Patrimônio de uma entidade é formado pelos seus bens, direitos e obrigações. BENS Coisas que uma entidade possui para uso, consumo ou troca. Exemplos: Bens de Uso Bens de Consumo Bens de troca Máquinas Material de limpeza Dinheiro Móveis Material de escritório Mercadorias Imóveis Alimentos para funcionários Os bens podem ser classificados quanto a sua materialidade em: � Tangíveis ou Materiais, quando têm corpo, matéria. Exemplos: Prédios, máquinas, móveis, veículos; Dividem-se em: a) Bens móveis: os que podem ser removidos do seu lugar. Exemplos: mesas, veículos, máquinas, dinheiro, mercadorias etc. b) Bens imóveis: os que não podem ser deslocados do seu lugar natural. Exemplos: casas, terrenos, edifícios etc. � Intangíveis ou Imateriais, quando são incorpóreos. Embora considerados bens, não possuem corpo, não têm matéria. São determinados gastos que a empresa faz, os quais, por sua natureza, devem ser considerados parte do seu Patrimônio Exemplos: marcas, patentes, ponto comercial, benfeitorias em imóveis de terceiros. • Benfeitorias em Imóveis de Terceiros: Suponhamos que a nossa empresa tenha construído um depósito de 80m2 de área, nas dependências da empresa, ligado à loja. Como o imóvel onde nossa empresa está instalada é alugado, o valor do gasto na construção do depósito será contabilizado no Patrimônio de nossa empresa como bem imaterial, com o título de Benfeitorias em Imóveis de Terceiros, já que o referido gasto constitui uma benfeitoria em imóvel que não é de propriedade da nossa empresa. • Ponto comercial: Suponhamos, por exemplo, que José tenha uma loja. Todos os moradores da região estão acostumados a comprar na sua loja, já que existe há vários anos. Reinaldo, também interessado em comércio, pretende comprar a loja de José. José faz um levantamento de tudo o que possui e chega à conclusão, que somando os valores dos seus Bens, Direitos e Obrigações, o Patrimônio da sua empresa vale R$50.000. Porém, José cobra de Reinaldo R$70.000. A diferença de R$20.000, cobrada a mais, corresponde ao preço pelo qual José avaliou o seu ponto (local de trabalho, clientela, fama da sua loja, o tempo em que trabalhou ali). Na contabilidade de Reinaldo, que está comprando, esse valor de R$20.000 será registrado como Bem imaterial, com o título de Fundo de Comércio. • Patentes: Se, porventura, uma empresa inventa algum produto, deve registrar a patente desse invento. A importância gasta com esse registro, somada a todas as despesas de pesquisas necessárias à obtenção do invento, será registrada, na Contabilidade, como Bem imaterial. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 9 DIREITOS Os direitos representam bens cuja propriedade é da entidade, mas a posse está confiada a terceiros. Sendo assim, a entidade proprietária tem o direito de receber do possuidor o bem de volta em algum momento no futuro. É comum as empresas efetuarem vendas a prazo. Quando isso ocorre, a empresa não recebe no ato o dinheiro correspondente à venda; receberá futuramente, porque a venda foi a prazo, não é mesmo? Sendo assim, a empresa fica com direito de receber o valor da venda no prazo determinado. Constituem Direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros (Terceiros, no caso, são os clientes, os fregueses da empresa). Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber. Exemplos: Outros exemplos: O dinheiro depositado em conta bancária, valores a receber de clientes, aplicações em ações. OBRIGAÇÕES Entende-se por obrigações, todas as dívidas e valores a pagar a terceiros. É comum, também, as empresas efetuarem compras a prazo. Quando isso ocorre, a empresa não paga a compra no ato; deverá pagar futuramente, porque a compra foi a prazo, não é mesmo? Nesse caso, a empresa fica com a obrigação de pagar o valor da compra no prazo determinado. Essas Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar. Outros Exemplos: Empréstimos obtidos, impostos a recolher. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os Direitos e as Obrigações, completará a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimonial. O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da empresa. Assim, se a situação Líquida for positiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente positivo; se, por outro lado, a Situação Líquida da empresa for negativa, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente negativo; e,ainda, se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa situação. Elementos Expressão Duplicatas Promissórias Aluguéis a Receber a Receber a Receber Elementos Expressão Duplicatas Promissórias Aluguéis Salários Impostos a Pagar a Pagar a Pagar a Pagar a Pagar Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 10 Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma empresa, aparece sempre do lado direito, juntamente com as Obrigações: O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos: • Capital • Reservas de capital • Ajustes de avaliação patrimonial • Reservas de lucros • Ações em tesouraria • Prejuízos Acumulados Quanto ao Capital, já o estudamos anteriormente. Na fase de constituição da empresa, o Capital é a principal fonte do grupo do Patrimônio Líquido, pois representa a soma dos valores que o proprietário investiu (colocou) na empresa. Quanto ao lucro, repetimos que é o principal objetivo das empresas. No final do exercício (período em que a empresa opera – geralmente um ano), a empresa poderá obter lucro ou prejuízo. No caso de lucro, ele terá vários destinos, como Imposto de Renda, distribuição aos sócios, formação de Reservas etc. Havendo prejuízo, este poderá ser dividido entre os sócios, ou permanecer no Patrimônio com o título de Prejuízos Acumulados. Quanto às Reservas, correspondem a partes dos lucros que são retiradas (reservadas) para determinados fins, como, por exemplo, a Reserva Legal, que pode ser utilizada para aumentar o Capital da empresa. NOTAS: • A partir deste ponto, em que já foi definido o Patrimônio Líquido e mostrado o seu posicionamento no gráfico representativo do Patrimônio, você não deverá escrever, ao representar graficamente uma Situação Patrimonial, Bens , Direitos, Obrigações e Situação Líquida. Deverá, sim, especificar esses elementos (aspectos qualitativo). Terá que ter sempre em mente que no lado do Ativo são colocados os elementos que representam os Bens e os Direitos, e no lado do Passivo, os elementos que representam as Obrigações e o Patrimônio Líquido. REPRESENTACÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO A fim de facilitar a aprendizagem, utilizamos o “T” para representar graficamente o patrimônio. Do lado esquerdo do “T” colocamos os bens e direitos (elementos positivos - ativo) e do lado direito as obrigações (elementos negativos do patrimônio - passivo). PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS BENS OBRIGAÇÕES Caixa (dinheiro) Salários a pagar Estoque de Mercadorias Duplicatas a pagar Móveis e Utensílios Impostos a Pagar Direitos Duplicatas a Receber Promissórias a Receber Grupo que juntamente com os bens, direitos e obrigações iguala/completa a equação patrimonial. É a parte do patrimônio que pertence aos sócios. É o capital próprio do (s) titular (es), formado pelo capital inicial (nominal) subscrito e integralizado mais reservas e mais ou menos, Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 11 respectivamente, lucro ou prejuízo. No gráfico (Balanço Patrimonial – Lei 6.404/76) é colocado sempre do lado direito, devendo ser somado (ou subtraído) das obrigações de modo a igualar os elementos positivos (ativo), com os elementos negativos (passivo). PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Salários a Pagar 100 Caixa (dinheiro) 50 Duplicatas a Pagar 30 Estoque de Mercadorias 100 Impostos a Pagar 10 Móveis e Utensílios 200 Direitos Patrimônio Líquido Duplicatas a Receber 50 Capital 300 Promissórias a Receber 100 Lucros Acumulados 60 TOTAL 500 TOTAL 500 EQUAÇÃO PATRIMONIAL ATIVO - PASSIVO = SITUAÇÃO LIQUIDA (PL) Bens + Direitos Obrigações Capital Próprio DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Segundo a Lei n.º 6.404./76, alterada pelas leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 (MP nº 449/08). Para fins de atendimento dos usuários da informação contábil, a entidade deverá apresentar suas demonstrações contábeis (também usualmente denominada "demonstrações financeiras") de acordo com as normas regulamentares dos órgãos normativos. Segundo o IBRACON (NPC 27), "as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados." Tais informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da entidade. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: • Balanço patrimonial (BP); • Demonstração do resultado do exercício (DRE); • Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA); • Demonstração de fluxo de caixa (DFC)- para exercícios encerrados a partir de 01.01.2008; • Demonstração do valor adicionado (DVA), se divulgada pela entidade - para exercícios encerrados a partir de 01.01.2008; e • Notas explicativas, incluindo a descrição das práticas contábeis. De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 12 Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicado a sua natureza e não ultrapassem um décimo do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas “ou “contas correntes As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral. As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma Comissão. Após ter efetuado todos os lançamentos de encerramento do exercício, no livro diário, devem ser transcritos também o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, além da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, com a data e assinatura dos administradores e do responsável pela contabilidade, com respectivo CRC. Resumidamente, os principais aspectos de cada demonstração financeira: BALANÇO PATRIMONIAL O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio e o patrimônio líquido da entidade. O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e demais organizações. Mostraa posição numa determinada data, normalmente 31 de dezembro, como se fosse uma fotografia. Está dividido em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei nº 6.404-76, e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações) instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício. A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas. A DRE apresenta de que forma o lucro ou prejuízo foi apurado, ordenando as receitas diminuídas das despesas. Primeiro, as receitas de vendas ou serviços (deduzidas dos impostos sobre vendas e das devoluções). Depois, os custos do período (gastos de fábrica ou produção), as despesas (administrativas, comerciais e financeiras - líquidas das receitas financeiras) e, por último, a participação de terceiros antes do Lucro Líquido ("fatia do lucro" entregue ao imposto de renda, participação dos administradores e gratificações aos empregados). Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 13 DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, as mutações nos resultados acumulados da entidade. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO A DVA evidencia o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. NOTAS EXPLICATIVAS As NE esclarecem pontos que a linguagem contábil não consegue retratar, tais como transações ou fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada. Também são utilizadas para informar as práticas contábeis e detalhar algumas contas do Balanço Patrimonial ou de outra demonstração. O Parecer do Auditor também pode fazer referência a uma Nota Explicativa. BALANÇO PATRIMONIAL – UMA INTRODUÇÃO O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e demais organizações. Mostra a posição numa determinada data, normalmente 31 de dezembro, como se fosse uma fotografia. Está dividido em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. O Ativo é a parte do Balanço que demonstra onde foram aplicados os recursos da empresa. O Ativo está representado pelos bens e direitos. Inclui, por exemplo, o dinheiro em caixa e em bancos, estoques de mercadorias, equipamentos, imóveis, duplicatas a receber, entre outros. O Passivo são recursos de terceiros colocados na empresa através de obrigações ou dívidas. É tudo aquilo que ela deve na data do balanço. O Patrimônio Líquido é a outra parte dos recursos da empresa chamados de próprios, porque pertencem verdadeiramente aos donos. É a diferença entre o Ativo e o Passivo. Uma empresa pode ter muitos bens, mas se ela tiver muitas dívidas também, o patrimônio dos donos poderá ser nulo ou até negativo. ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS �Origens de Recursos – O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exigível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. �Aplicações de Recursos – O lado do Ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos originados no Passivo e no Patrimônio Líquido. ATIVO PASSIVO Aplicação de Origem de Recursos Recursos Vimos que o Capital Nominal representa um elemento do grupo do Patrimônio Líquido e que, quando da constituição da empresa, representa os bens e/ou os direitos com os quais o proprietário inicia suas atividades. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 14 O Capital Total à disposição da empresa representa os recursos totais que a empresa dispõe, e está composto pelos capitais próprios e os capitais de terceiros. Observamos que o passivo mostra a origem dos capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui. Os capitais de terceiros são obrigações que correspondem à parte que a empresa deve a terceiros. Dessa forma podemos resumir: As origens dos recursos são: Capitais de Terceiros = Obrigações Capitais Próprios = Patrimônio Líquido (Capital Nominal + Reservas + Lucros) Esses recursos são aplicados na empresa em bens e direitos, ou seja, no Ativo. Todos os elementos do Ativo são positivos do patrimônio, portanto elencados no lado esquerdo do “T” na sua representação gráfica. Sua soma (bens + direitos) representa o capital total à disposição da empresa, o que implica em que Ativo = Aplicação dos Recursos. Observe o seguinte exemplo: Origem de recursos: Capital Inicial = 100; Empréstimos de Terceiros = 50 Aplicação dos Recursos: Caixa = 20; Banco c/ movimento = 80; Mercadorias = 50 Representação gráfica: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 20 Empréstimos 50 Banco c/movimento 80 Mercadorias 50 Capital 100 Total 150 Total 150 ORIGEM = APLICAÇÃO DE RECURSOS / ATIVO - PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO (capital + empréstimo) = (caixa + banco + mercadorias) / (bens + direitos) - (obrigações) = (capital) ASPÉCTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO DO PATRIMÔNIO Vimos que o Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações. Mas, se eu disser que o Patrimônio da minha empresa é: PATRIMÔNIO Somente com essas informações será possível avaliar o tamanho desse Patrimônio? É evidente que não. Então, há necessidade de ressaltar dois aspectos que a Contabilidade leva em conta para representar adequadamente os elementos que compõem o Patrimônio: o qualitativo e o quantitativo. BENS DIREITOS BRIGAÇÕES Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 15 O aspecto qualitativo consiste em qualificar os bens, direitos e obrigações, isto é, o tipo do patrimônio. Com esse aspecto, já melhorou a idéia que se pode ter do Patrimônio da empresa. Mas ainda não basta, pois: Quanto de dinheiro possuo? Quanto de veículos tenho? Daí a necessidade do segundo aspecto. O aspecto quantitativo. O aspecto quantitativo refere-se a quantidade ou expressão em valores monetários do patrimônio, isto é, dar a esses bens, direitos e obrigações seusrespectivos valores. Ex: Bens (Caixa R$1.000,00: Mercadorias = R$ 15.000,00); Direitos (Duplicatas a Receber R$ 5.000,00); Obrigações (Duplicatas a Pagar R$3.500.00). Agora, com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do Patrimônio da minha empresa, pois ficou esclarecido o que e quanto a empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações. COMPOSIÇÃO PATRIMONIAL Como vimos, o patrimônio é dividido em três partes: PATRIMÔNIO = Bens: Caixa Veículos Máquinas Direitos: Duplicatas a Receber Promissórias a Receber Obrigações: Duplicatas a Pagar Impostos a Pagar PATRIMÔNIO = Bens: Caixa................... .. R$ 5.000 Veículos ................ R$ 50.000 Máquinas .............. R$ 10.000 Direitos: Duplicatas a Receber ....R$ 3.000 Promissórias a Receber.R$ 2.000 Obrigações: Duplicatas a Pagar ......R$ 8.000 Impostos a Pagar .........R$ 500 Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 16 1a. Ativo (A) – compreende os bens e os direitos de propriedade da entidade, avaliáveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. É a parte positiva, também denominada Patrimônio Bruto. 2a. Passivo - Evidencia todas as obrigações ou dívida que a empresa tem com terceiros ou com os sócios. O passivo que representa obrigações com terceiros pode ser chamado de Passivo Exigível ou ainda de Capital de Terceiros: Exemplos: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima, impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc. 3a. Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL) – é a parte diferencial (diferença) entre o Ativo e o Passivo Exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (Ativo) e o valor das obrigações com terceiros (Passivo Exigível). O PL registra os recursos dos proprietários aplicados no empreendimento e os auferidos durante sua atividade. Pode ser chamado de Capital Próprio. Esta parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou condição da entidade sendo, portanto, considerado como Passivo Não Exigível. Os valores do Ativo e do Passivo Exigível serão, necessariamente, iguais ou maiores que zero. O valor do PL/SL, por representar a situação líquida em que a entidade se encontra, poderá ser igual, maior ou menor que zero. Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Bens Obrigações com Terceiros Direitos PATRIMÔNIO LÍQUIDO Obrigações com Sócios Equação do Patrimônio Ö Ativo = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido BALANÇO PATRIMONIAL – Grupo de Contas Com a edição da Lei nº 11.941/09 (MP nº 449/08), a composição dos grupos e subgrupos do ativo e do passivo sofreu significativas modificações. A Lei nº 11.941/09, entre outras coisas, alterou a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) em seus aspectos contábeis. ATIVO No ativo, as contas continuam a ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 17 Grau de liquidez é o maior ou menor prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados em dinheiro. Por exemplo, os Estoques de Mercadorias serão transformados em dinheiro quando forem vendidos à vista; as Duplicatas a Receber quando forem recebidas, e assim por diante. A conta Caixa e a conta Bancos Conta Movimento são as que possuem maior grau de liquidez, pois representam disponibilidades imediatas. Por isso, são as primeiras contas que aparecem no Plano de Contas. Em conformidade com o artigo 179 da lei nº 6.404/76, alterada pela lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, as contas do ativo serão classificadas do seguinte modo: 1 - ativo circulante; 2 - ativo não-circulante, composto por: a) ativo realizável a longo prazo; b) investimentos; c) imobilizado; e d) intangível. – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; Neste grupo você encontra todas as contas que representam os Bens e os Direitos que, devido a sua finalidade, e em sua maioria, estão em constante circulação. Correspondem aos recursos aplicados em elementos que estão em franco movimento, como, por exemplo, a conta Caixa, que a todo instante está sendo movimentada (entra e sai dinheiro); o mesmo ocorre com as contas de Estoque, Bancos Conta Movimento etc. – no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. O grupo ativo não-circulante é composto pelos antigos grupos ativo realizável a longo prazo e ativo permanente. O realizável a longo prazo passou a ser um subgrupo do ativo não- circulante, enquanto o ativo permanente foi extinto, e seus subgrupos, incorporados ao ativo não- circulante, com exceção do ativo diferido, que também foi extinto. O ativo diferido foi extinto pela Lei nº 11.941/09, a qual, todavia, admite que seu saldo existente em 31de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser alocado a outro grupo de contas, possa permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 18 PASSIVO Em conformidade com os artigos 180 e 182 da lei nº 6.404/76, alterada pela lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, as contas do passivo serão classificadas do seguinte modo: 1 - passivo circulante; 2 - passivo não-circulante; e 3 – patrimônio líquido A disposição das contas desse grupo é a ordem decrescente do grau de exigibilidade dos elementos registrados. – no passivo circulante: as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo permanente; – no passivo não-circulante:,as obrigações que tiverem vencimento posterior ao término do exercício seguinte (> 1 ano). – no patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversãoem ações de debêntures ou partes beneficiárias. Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos na Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. As ações em tesouraria são a aquisição de ações de própria emissão da companhia, não representando investimento, configurando-se melhor como um retorno do capital investido. As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. O antigo grupo passivo exigível a longo prazo foi extinto, e seus valores passam integrar o passivo não-circulante. Enquanto o ativo não-circulante apresenta todas as contas não classificadas no ativo circulante, o passivo não-circulante exibe as contas que não integram: 1) o passivo circulante; e 2) o patrimônio líquido. Com a Lei nº 11.941/09, as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, são classificadas no passivo circulante, quando se vencem no exercício seguinte, e no passivo não-circulante, se têm vencimento em prazo maior. Todavia, na companhia em que o ciclo operacional da empresa tem duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou não-circulante, tanto do ativo quanto do passivo, deve ter por base o prazo desse ciclo, o que já ocorria, de forma semelhante, na legislação anterior. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 19 Balanço Patrimonial (Lei 6404/76 e Lei 11638/07 após Lei nº 11.941/09) Ativo Passivo Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Não circulante Passivo Não Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo Investimentos Resultados de Exercícios Futuros Imobilizado Intangível Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Prejuízos Acumulados FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo: Maria vai abrir uma butique. Ela possui, para esse fim, R$ 60.000 em dinheiro. Logo, esses R$ 60.000 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial. O Capital Inicial pode ser composto por: dinheiro, móveis, veículos, imóveis, promissórias a receber etc. Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$ 5.000 em dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$ 65.000, sendo: • em Dinheiro R$ 5.000 • em Veículos R$ 60.000 Total do Capital R$ 65.000 Exemplo de formação do Patrimônio e suas variações Vamos acompanhar a formação do Patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos de sua movimentação, representando, a cada acontecimento, a Situação Patrimonial respectiva: 1. Felisberto Jorge constitui uma empresa para explorar o comércio de tintas, com um Capital Inicial, em dinheiro, de R$ 50.000. Vamos representar o patrimônio de Felisberto Jorge nesse momento. Veja que ele está iniciando suas atividades com R$ 50.000 em dinheiro. Evidentemente, dinheiro é um bem; portanto, ele terá esta importância no Ativo representada pelo elemento Caixa. Como estamos constituindo o Patrimônio de Felisberto Jorge com um Capital Inicial de R$ 50.000 em dinheiro, essa importância representará, no Balanço Patrimonial, a Situação Líquida Positiva, com o nome de Capital. Assim, representando os elementos componentes do Patrimônio apenas com essa ocorrência, isto é, investimento inicial em dinheiro, através do Balanço Patrimonial temos: Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 20 Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 50.000 Capital 50.000 Raciocinando em termos da equação fundamental do Patrimônio, onde Ativo é igual a Passivo mais Patrimônio Líquido (A = P + PL), sendo o Ativo composto por Bens mais Direitos, o Passivo composto pelas Obrigações e o Patrimônio Líquido composto por Capital, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados, temos: • no Ativo, o elemento Caixa correspondendo ao grupo dos Bens; • no Passivo, o elemento Capital correspondendo ao grupo do Patrimônio Líquido. Assim, uma vez que a Situação Líquida da empresa é positiva de R$ 50.000, essa situação está coincidindo com o grupo Patrimônio Líquido (Capital = R$ 50.000). 2. Em seguida, surgem as aplicações desse Capital na compra de bens: • Compra de móveis e utensílios, à vista: R$ 5.000; • Compra de um automóvel, à vista: R$ 30.000. Com essas compras, veja o que aconteceu no Patrimônio: O Caixa, que tinha R$ 50.000, ficou reduzido a R$ 15.000, pois R$ 35.000 foram gastos nas aquisições citadas. Em compensação, apareceram no Ativo mais dois elementos (Bens): • • Móveis e Utensílios, no valor de R$ 5.000; • • Veículos, no valor de R$ 30.000. O Patrimônio passou a ser representado do seguinte modo: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 15.000 Capital 50.000 Móveis e Utensílios 5.000 Veículos 30.000 TOTAL 50.000 TOTAL 50.000 Note que, embora tenha havido movimento no Patrimônio, o seu valor total não se alterou. Apenas houve troca de valores no Ativo: o Caixa diminuiu em R$ 35.000, mas esse valor apareceu novamente em Móveis e Utensílios e Veículos. No lado do Passivo não houve alteração; o Patrimônio Líquido permanece. Por isso, repete-se, no lado do Passivo, o elemento Capital. 3. Sentindo necessidade de adquirir outros Bens para se expandir, e sendo o seu Capital insuficiente, a empresa compra a prazo: Compra a prazo de mercadorias (tintas), para revenda, da Casa de Tintas Taubaté, conforme aceite de Duplicatas no valor de R$ 20.000, para vencimentos em 30 e 60 dias. Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com Capital de outras pessoas. Cria, assim, Obrigações para futuros pagamentos. Nesse caso, tanto o Ativo quanto o Passivo serão aumentados. O Ativo, pela entrada das mercadorias (Bens); e o Passivo, pela obrigação contraída através do aceite das Duplicatas. Após essa operação de compra de mercadorias a prazo, o Patrimônio será representado da seguinte maneira: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 15.000 Duplicatas a Pagar 20.000 Móveis e Utensílios 5.000 Capital 50.000 Veículos 30.000 Estoque de Mercadorias 20.000 TOTAL 70.000 TOTAL 70.000 Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 21 Note que os elementos Caixa, Móveis e Utensílios, Veículos e Capital permanecem os mesmos, pois não sofreram nenhuma alteração. 4. Suponhamos, agora, que a empresa de Felisberto Jorge efetue o pagamento, em dinheiro, de uma Duplicata, no valor de R$ 5.000. Esse pagamento acarretará uma diminuição no Ativo, pois o Caixa será diminuído deR$ 5.000, e uma diminuição também no Passivo, pela extinção de parte das Obrigações em R$ 5.000. O Patrimônio da empresa de Felisberto Jorge, após esta operação, será representado assim: Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO Caixa 10.000 Duplicatas a Pagar 15.000 Móveis e Utensílios 5.000 Capital 50.000 Veículos 30.000 Estoque de Mercadorias 20.000 TOTAL 65.000 TOTAL 65.000 Observe que, cada fato que ocorre na empresa modifica o seu Patrimônio, apresentando uma nova Situação Patrimonial. CONTAS Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado (Despesa e Receita). Em geral, as operações relacionadas às variações do patrimônio (compras, vendas, pagamentos e recebimentos) ocasionam aumentos ou diminuições no Ativo, Passivo e no Patrimônio Líquido. Esses aumentos e diminuições são registrados em CONTAS. Elementos de uma Conta Os elementos fundamentais (mínimos) de uma conta são: TÍTULO - É o nome da conta onde se identifica o elemento que ela representa. DÉBITO - São registros efetuados na coluna de débito da conta; representa a situação de divida da conta. CRÉDITO - São os registros efetuados na coluna de crédito da conta; representa o que a conta tem a haver. HISTÓRICO - Relata o fato acontecido em relação ao patrimônio. SALDO - É a diferença existente entre o débito e crédito de uma conta. Função e Funcionamento das Contas Função: registrar as operações que ocorrem com o patrimônio. Exemplos: Conta ...............Função Caixa ...............Registrar as operações de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Capital .............Registrar os valores que constituem o Capital Social registrado pela entidade. Veículos ..........Registrar as aquisições e baixas de veículos pertencentes à empresa. Salários ...........Registrar o valor dos salários pagos a funcionários da empresa. Funcionamento: é a forma pela qual a conta é movimentada. Relaciona-se com os registros a débito ou a crédito das contas. As contas são debitadas ou creditadas conforme o acontecimento que irá registrar. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 22 Classificação das Contas As contas podem ser classificadas em: Contas Patrimoniais: são as contas que representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e situação líquida-PL) que compõem o complexo patrimonial. Contas de Resultado: são as que registram as variações patrimoniais quantitativas (receitas e despesas). A diferença destas duas contas determina o resultado do exercício. Este resultado será registrado mais tarde no patrimônio líquido da empresa como lucro ou prejuízo. As contas de resultado aparecem durante o Exercício Social, encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial. Resultado= Receitas - Despesas �Receitas É a maneira pela qual a empresa ‘ganha dinheiro’, decorrente da venda de mercadorias, prestação de serviços, cobrança de aluguéis, cobrança de juros de um empréstimo, etc. Exemplo de receitas: Receitas de vendas, Receita de serviços prestados, Receita de aluguéis. �Despesa É o sacrifício que a empresa realiza para a obtenção de receita, decorrente do consumo de bens e da utilização de serviços. Exemplo de despesas: Despesa de manutenção, Despesa com alimentação dos funcionários; Despesa com energia elétrica. Didaticamente, classificamos as Contas de Resultado em cinco grupos: • Despesas (Operacionais e Não-operacionais) • Receitas (Operacionais e Não-operacionais) • Custos, Deduções e Prejuízo Bruto • Receita Bruta, Deduções e Lucro Bruto • Contas de Despesas e Receitas já foram comentadas no item 2.2. NOTA: • O resultado do exercício, lucro ou prejuízo, bem como todas as contas utilizadas para sua apuração, devem ser demonstrados através da Demonstração do Resultado do Exercício, que você estudará adiante. Exemplos de contas Contas que representam bens: Caixa (dinheiro), Veículos (automóveis), Estoque de Mercadorias (mercadoria para revenda), etc; Contas que representam direitos: Bancos (dinheiro depositado numa conta bancária), Duplicatas a receber (valores a receber de clientes mediante a emissão de duplicatas), etc. Contas que representam obrigações com terceiros: Fornecedores (dívidas pela compra a prazo), Salários a pagar (líquido da folha de pagamento ainda não pagos aos funcionários), etc. Contas que representam obrigações com os sócios: Capital Social (dinheiro aplicado pelos sócios), Lucros Acumulados (lucros auferidos durante o período em que a empresa este em atividade), etc. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 23 Podemos dispor o balanço patrimonial da seguinte forma: Ativo Passivo Bens: Obrigações com terceiros: Caixa Fornecedores Estoque de mercadorias Salários a pagar Direitos: Obrigações com os sócios: Bancos Capital social Duplicatas a receber Lucros acumulados Exemplo de Contas de Ativo e Passivo �Contas de Ativo: 9 Caixa: representa os bens ‘dinheiros’ guardados na empresa; 9 Bancos: representa o dinheiro guardado no banco que a empresa tem o direito de receber mais tarde; 9 Contas a receber: representa o direito que a empresa tem de receber de seus clientes pela venda a prazo de suas mercadorias; 9 Estoques de mercadorias: representa os bens ‘ mercadorias’ estocados na empresa e que serão vendidos mais tarde; 9 Terrenos: representa os bens ‘terrenos’ de propriedade da empresa; 9 Máquinas: representa os bens ‘máquinas’ de propriedade da empresa; 9 Móveis e Utensílios: representa os bens ‘móveis e utensílios’ de propriedade da empresa. Exemplo: mesas, armários, cadeiras, estantes, arquivos etc; �Contas de Passivo: 9 Títulos a pagar: registra as obrigações que a empresa tem a pagar devido a aquisição de bens por meio de compra a prazo mediante títulos; 9 Salários a pagar: registra a obrigação que a empresa tem de pagar salários de funcionários; 9 Fornecedores: registra as obrigações que a empresa tem a pagar devido à aquisição de mercadorias por meio de compra a prazo. �Contas de PL: 9 Capital Social: registra a obrigação que a empresa tem de devolver aos sócios ou acionistas o capital investido por eles na empresa; 9 Reservas: registra as retenções de parte dos lucros do exercício por força de lei ou estatutária; 9 Prejuízos acumulados: registra os prejuízos acumulados no exercício. PLANO DE CONTAS O plano de contas é um instrumento de auxílio aos profissionais de Contabilidade, devendo ser utilizado para definir a função e o funcionamento das contas cadastradas na empresa. Sua consulta faz-se necessária sempre que houver dúvida quanto à correta classificação de um evento contábil. Plano de Contas é um elenco de todas as contas utilizadas pela empresa, necessárias aos seus registros contábeis. São agrupadas de acordo com a esquematização do Balanço Patrimonial. O Plano de Contas é um dos aspectos mais importantes da organização contábil, orientando o registro de todas as operações. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 24 Elaboração O Plano de Contas não deve ser rígido e inflexível, ele deve ser organizado, permitindo que seja possível fazer tantas alterações quantas sejam necessárias e será elaborado de acordo com a estrutura e tamanho da empresa, obedecendo ao que determina a Lei n0 6.404, de 15 de dezembro de 1976, quanto agrupamento das contas. A elaboração do plano de contasdeve obedecer ao critério da utilidade, da identificação e da movimentação das contas que serão cadastradas, procurando-se sempre transformá-lo em uma fonte de informações para a contabilidade, para os administradores e para o fisco. Em função disso, o plano de contas deve ser elaborado observando-se os seguintes aspectos: Padronização: deve haver uniformidade das contas cadastradas, em função da necessidade de elaboração e publicação das demonstrações contábeis, com o objetivo de atender aos interesses do público que necessita de informações da empresa; Legislação fiscal: o plano de contas deve ajudar a identificar as contas que a empresa movimenta, para facilitar o atendimento de informações fiscais; Lançamentos contábeis: o plano deve facilitar a classificação contábil e, conseqüentemente, os lançamentos, permitindo uma interpretação correta dos eventos ou transações praticados pela empresa; Nomenclatura das contas: deve haver clareza, a fim de possibilitar uma pesquisa de lançamento. A estrutura de um plano de contas varia de empresa para empresa, em função do ramo de atividade de cada uma delas e da movimentação ou número de transações praticadas. Não existe um plano de contas padrão que possa servir para todas as empresas. No plano, cada conta deve ser classificada com um código numérico ou alfanumérico para distinguir das demais como, por exemplo: NÚMERO CONTAS SALDOS 1 Ativo devedores 2 Passivo credores 3 Despesas devedores 4 Receitas credores 5 Contas de Custos, Deduções e Prejuízo Bruto devedores 6 Contas de Receita, Deduções e Lucro Bruto credores 7 Contas de Apuração do Resultado devedores ou credores As principais partes de um plano de contas são: a) Elenco de Contas - relação lógica e ordenada dos títulos das contas que compõem um plano; b) Função das Contas - definição da conta, seu comportamento e seu objetivo. Exemplo: TÍTULO: Caixa FUNÇÃO: registrar os recebimentos e pagamentos efetuados pela empresa em dinheiro; c) Funcionamento - mostra o movimento da conta e a forma de se debitar e creditar. Exemplo: Caixa Debitada - pelos recebimentos de numerários Creditada - pelos pagamentos efetuados em dinheiro Função e funcionamento de contas de ativo As contas de ativo registram as operações da empresa que representam valores positivos ou direitos, tais como: disponibilidades, créditos a receber, adiantamentos concedidos, investimentos, imobilizações etc. Essas contas devem receber o lançamento inicial a débito (exceção para as retificadoras Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 25 como provisões, depreciações etc.) e não se encerram com a apuração do resultado do exercício. Veja a seguir suas principais características: • Função: registrar a movimentação a débito e crédito das transações realizadas pela empresa referentes aos recebimentos e pagamentos em cheque ou espécie, aquisições de mercadorias, materiais de uso e consumo, imobilizações, antecipações ou adiantamentos a fornecedores e empregados, créditos da empresa etc. • Funcionamento: são debitadas pelas entradas ou recebimentos e creditadas pelas saídas ou pagamentos; • Natureza do saldo: devedor, quando se tratar de conta normal. As contas de bancos podem eventualmente apresentar saldo credor, quando a empresa operar com limites de crédito e fizer uso desse limite. Também as contas retificadoras de ativo apresentam saldo credor (provisões e depreciações); • Lançamento inicial: deve ser sempre a débito, no caso de contas que não sejam retificadoras; • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a cada mês, independente do saldo existente, comparando-se os registros da contabilidade com os existentes nos controles auxiliares; • Encerramento: não se encerram com a apuração do resultado do exercício. Função e funcionamento de contas de passivo As contas de passivo registram as operações da empresa que representam valores negativos ou obrigações, tais como: débitos com os fornecedores, obrigações sociais, tributárias e trabalhistas, adiantamentos recebidos de clientes, retenções de impostos e consignações efetuadas pela empresa, empréstimos recebidos etc. Essas contas devem receber o lançamento inicial a crédito e não se encerram com a apuração do resultado do exercício. Veja a seguir suas principais características: • Função: registrar a movimentação a débito e a crédito das transações realizadas pela empresa referentes às operações que se caracterizem como obrigação ou dívida; • Funcionamento: são creditadas pelas entradas ou recebimentos e debitadas pelas saídas ou pagamentos; • Natureza do saldo: credor; • Lançamento inicial: deve ser a crédito; • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a cada mês, independente do saldo existente, comparando-se os registros da contabilidade com os existentes nos controles auxiliares; • Encerramento: não se encerram com a apuração do resultado do exercício. Função e funcionamento de contas de despesas As contas de despesas devem registrar as operações da empresa que representam os gastos ou custos, tais como: ordenados, vantagens, previdência social patronal, despesas administrativas gerais, despesas financeiras e bancárias, despesas com vendas, com produção, com depreciações etc. Devem ser destacadas as operacionais e as não operacionais, assim como os grupos (administrativas, financeiras, comerciais, de produção etc.), sempre em função da atividade da empresa. Veja a seguir suas principais características: • Função: registrar a movimentação a débito e a crédito das transações realizadas pela empresa referentes a pagamentos ou provisionamentos de despesas gerais. • Funcionamento: são debitadas pelo reconhecimento ou efetivo pagamento das despesas ou custos, e creditadas pela apuração do resultado do exercício e por eventual ajuste ou estorno de lançamento; • Natureza do saldo: devedor; • Lançamento inicial: deve ser a débito; Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 26 • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas a partir do mês em que receber o primeiro lançamento; • Encerramento: encerram-se com a apuração do resultado do exercício, sendo creditadas pelo valor do saldo existente na data da apuração do balanço. Função e funcionamento de contas de receitas As contas de receitas devem registrar as operações da empresa que representem o faturamento ou ingressos de recursos tais como: 1. vendas de mercadorias, produtos ou serviços; 2. aplicações financeiras; 3. ganhos de capital; 4. eventuais. Veja a seguir suas principais características: • Função: registrar a movimentação a crédito ou débito das transações realizadas pela empresa referentes a receitas de faturamento, aplicações financeiras, eventuais etc. • Funcionamento: são creditadas pelas vendas ou realização das receitas e debitadas por eventuais ajustes ou estornos de lançamentos; • Natureza do saldo: credor; • Lançamento inicial: deve ser a crédito; • Análise e conciliação: devem ser analisadas e conciliadas mês a mês, a partir do lançamento inicial. • Encerramento: encerram-se com a apuração do resultado do exercício. Antes que apresentássemos o Plano de Contas simplificado, você havia aprendido que Contas Patrimoniais são aquelas que apresentam, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio da empresa, dividindo-se em Ativo e Passivo. Você ficou sabendo, também, que o lado do Ativo é composto pelos Bens e pelos Direitos e que o lado do Passivo é composto pelas Obrigações e pelo Patrimônio Líquido. Porém, essas ContasPatrimoniais são agrupadas no Balanço Patrimonial em grupos e subgrupos. Para facilitar, conforme nosso propósito elaboramos o Plano de Contas utilizando apenas os grupos principais. Veja: NOTA: • Contas Retificadoras do Ativo: você deve ter percebido que no Ativo apareceram três contas precedidas do sinal menos (-). São elas: α. no Ativo Circulante: ( - ) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa β. no Ativo Não-circulante/Imobilizado: ( - ) Depreciação Acumulada ( -) Amortização Acumulada As contas do Ativo são de natureza devedora (Débito). Entretanto, por força da lei, existem contas que, embora de natureza credora (crédito), devem figurar no Ativo, retificando seus valores. Daí a permanência das referidas contas no Ativo, porém com sinal menos ( - ). Vamos ficar, por enquanto, apenas com essas informações, pois no momento oportuno esse assunto será abordado com mais propriedade. • Contas Retificadoras do Passivo:Também no lado do Passivo, no grupo do Patrimônio Líquido, você encontra Contas Retificadoras: ( - ) Titular Conta Capital a Realizar ( - ) Lucros ou Prejuízos Acumulados (quando o saldo for devedor, representando prejuízos). São contas que, embora de natureza devedora, figuram no Passivo pelas mesmas razões já expostas em relação às do Ativo. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 27 CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS Você encontra no Plano de Contas, tanto no lado do Ativo como no lado do Passivo, um grupo de Contas de Compensação. A Lei n.º6.404/76, das Sociedades por Ações, não contempla essas contas, porém dispões que os ônus reais constituídos sobre elementos do Ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes seja indicados, na apresentação do Balanço, em Notas Explicativas. O Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 2.5, através da Resolução CFC 612, de 17.12.1985, que torna obrigatória a escrituração das Contas de Compensação. A finalidade dessas contas é controlar os atos administrativos relevantes que possam efetuar futuramente a Situação Patrimonial da empresa. Quando, por exemplo, a empresa assina contrato com uma companhia seguradora, o valor segurado deverá ser registrado através das Contas de Compensação. Maiores detalhes sobre a utilização dessas contas você encontrará à medida que tais atos surgirem para serem contabilizados. DÉBITO, CREDITO E SALDO O lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito, o lado direito é chamado o lado do crédito. Um lançamento no lado esquerdo de uma conta é denominado lançamento a débito ou débito; um lançamento no lado direito de uma conta é chamado lançamento a crédito ou, simplesmente, crédito. Utilizam-se também os verbos creditar e debitar. Quando se faz o lançamento à esquerda da conta, dizemos que estamos debitando essa conta. (Título da Conta) (lado do débito) (lado do crédito) Os leigos em Contabilidade, geralmente, são levados a pensar que débito significa algo desfavorável, e crédito algo favorável. Na realidade isto não ocorre, pois tais denominações são, hoje em dia, simplesmente convenções contábeis, com uma função específica em cada conta, como veremos adiante. Débito de uma Conta – situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. DEBITAR uma conta é registrar um valor na coluna do débito. Crédito de uma conta – situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas têm saldo credor. CREDITAR uma conta é registrar um valor na coluna do crédito. Ex.: Caixa Capital Social D C D C 300,00 300,00 A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta, em determinado período, é denominado SALDO. Os saldos das contas podem ocorrer da seguinte forma: a) Saldo Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C); b) Saldo Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C); c) Saldo Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 28 Exemplos: Nome da Conta Nome da Conta 2.000,00 1.200,00 2.500,00 3.200,00 800,00 700,00 ↓ ↓ Saldo Devedor Saldo Credor JUSTIFICATIVA DOS SALDOS DAS CONTAS Embora pareça difícil, é simples e fácil justificar as definições dos saldos. Observe o quadro abaixo: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens..........................................800,00 (D) Direitos .................................1.200,00 (D) EXIGÍVEL Fornecedores ........................ 400,00 (C) PL/SL ... 1.600,00 (C) + Receitas (C) (-) Despesas (D) Total .....................................2.000,00 (D) Total ..........................................2.000,00 (C) (D) – saldo devedor; (C) – saldo credor Observando o patrimônio acima, podemos chegar as seguintes conclusões: 1ª) Os fornecedores (credores da empresa) têm $ 400,00 a receber, portanto, seu saldo é credor; 2ª) Os sócios ou acionistas (credores da empresa) têm $ 1.600,00 a receber (valor do PL), portanto, seu saldo é credor; 3ª) Os recursos necessários aos pagamentos dos valores acima estão no Ativo que, nessa hipótese, deve $ 2.000,00, ou seja, $ 400,00 para as obrigações com terceiros (PE) e $ 1.600,00 para os sócios ou acionistas (PL). Portanto: a) As contas do Ativo têm saldo devedor; b) As contas do Passivo Exigível têm saldo credor; c) As contas do Patrimônio Líquido têm saldo credor. Existem contas retificadoras do Ativo e do Patrimônio Líquido que apresentam, respectivamente, saldos credores e devedores, ou seja, o inverso das contas normais. Este assunto será estudado posteriormente. Quanto às Receitas e Despesas, poderíamos comentar que: 4ª) As receitas provocam aumento no valor do PL que, normalmente, possui saldo credor, logo as receitas somente podem ter saldo credor; 5ª) As despesas, por sua vez, diminuem o valor do PL que, normalmente, possui saldo credor, logo as despesas somente podem ter saldo devedor. DÉBITO E CREDITO DAS CONTAS Como já vimos, as operações ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido. Contabilidade Básica Profº Francisco Lorentz Francisco Lorentz / lorentz@profunisuam.com.br 29 As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); desta forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições, como veremos a seguir. CONTAS DE ATIVO Os elementos que compõem o Ativo figuram no lado esquerdo do balanço. Em coerência, as contas de Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo. Convém notar que uma empresa possui ou não bens e direitos, não existem bens negativos e tampouco direitos; portanto, as contas de Ativo possuem saldo devedor ou nulo. Para que uma conta de Ativo (Bens ou Direitos) tenha saldo devedor, é necessário que os aumentos e as diminuições nela ocorridos sejam assim registrados: Qualquer Conta de Ativo Débito Crédito $ Aumentos $ Diminuições CONTAS DE PASSIVO E DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Contas
Compartilhar