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CONTRATOS Administrativos.

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Inicialmente devemos ter em mente que a legislação, por diversas vezes, confunde 
contratos administrativos com contratos da Administração, onde este é gênero do qual 
aquele é espécie, pois a expressão “contratos da administração” (sentido amplo) engloba 
os contratos administrativos e os contratos de direito privado celebrados pelo Poder 
Público. 
Saliente-se que, mesmo nos contratos administrativos, a aplicação subsidiária do direito 
privado se faz necessária, pois é na teoria geral dos contratos que os contratos 
administrativos vão buscar seus elementos essenciais, aos quais vão agregar suas 
prerrogativas. 
Em resumo: a Administração Pública pode celebrar contratos regidos pelo Direito Público 
(ex: concessão de uso de bens públicos, permissão de serviços públicos) bem como pelo 
Direito Privado (ex: contratos de locação, de compra e venda). 
ATENÇÃO! Os contratos da administração, ainda que privados, estão sujeitos ao 
controle do Tribunal de Contas, por se tratar de avenças travadas com o dinheiro público, 
além de dependerem da realização de procedimento licitatório regular e obediência a 
todas as restrições impostas à Administração, como o prazo determinado e a previsão 
orçamentária. 
A primeira grande característica, utilizada para definição dos contratos administrativos é 
o fato de que estas avenças, regidas pelo direito público, apresentam-se com uma 
característica singular, qual seja, a possibilidade de haver tratamento desigual entre a 
Administração (que atua com prerrogativas públicas) e o contratado, a exemplo de haver 
a possibilidade de a Administração extinguir o contrato unilateralmente. 
Com efeito, os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas ou 
mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participação do Poder 
Público, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse 
público, visando sempre à persecução de um fim coletivo. Este contrato é regido pelo 
direito público, sendo inerentes a ele todas as prerrogativas e limitações de Estado. 
Essas prerrogativas ensejam a existência das chamadas cláusulas exorbitantes, previstas 
no art. 58, da lei 8.666/93, e presentes, implicitamente, em todos os contratos 
administrativos. Estas cláusulas só excepcionalmente se aplicam aos contratos privados 
celebrados pelo Poder Público, devendo estar expressamente definidas no instrumento do 
acordo. 
Sendo assim, pode-se apontar a verticalidade como característica inerente aos contratos 
administrativos, haja vista a atuação do Poder Público com supremacia em face do 
particular contratado. 
Quanto à competência legislativa, a União deve proceder à legislação acerca das normas 
gerais aplicáveis à matéria (art. 22, XXVII, da CF/88). 
Cabe aos estados e municípios a edição de normas suplementares, em obediência às regras 
estipuladas na legislação federal. 
Não havendo lei local ou estadual acerca do tema, a legislação federal será aplicada 
integralmente a todos os contratos administrativos celebrados por aquele ente. 
No que tange às características dos contratos administrativos, além da busca incessante 
pelo interesse público, outras características estão presentes. Vejamos no quadro abaixo: 
Comutativo Gera direitos e deveres previamente estabelecidos para ambas 
as partes. 
ATENÇÃO! A indefinição de obrigações para uma das partes 
do acordo é característica que não pode estar presente nos 
contratos públicos. 
Consensual 
Não se faz necessária a transferência do bem para ele se tornar 
perfeito. 
ATENÇÃO! No Direito Administrativo, o consenso do 
particular manifestar-se-á no momento da abertura dos 
envelopes de documentação. Por sua vez, o consenso da 
Administração depende da celebração do contrato. 
De Adesão 
As cláusulas são impostas por uma das partes (poder público) 
e à outra parte (particular) cabe apenas aderir ou não à avença. 
Oneroso 
Como regra, não são admitidos contratos gratuitos firmados 
com o poder público. 
Sinalagmático 
As obrigações das partes são recíprocas, ou seja, a execução 
da atividade de uma das partes enseja o adimplemento 
contratual pela outra. 
Personalíssimo 
Nesse sentido, o contrato tem natureza intuito personae e a 
possibilidade de subcontratação do objeto do acordo fica 
limitada às hipóteses legalmente admitidas. 
ATENÇÃO! O art. 72, da Lei n. 8.666/93 traz que só ocorrerá 
subcontratação se houver previsão no edital ou no contrato e 
desde que haja a concordância da Administração, sob pena de 
haver a rescisão contratual. 
Formal 
Todo contrato administrativo tem uma forma definida na lei, 
indispensável à sua regularidade. 
 A Lei 8666, em seu artigo 55, prevê todas as cláusulas 
necessárias à validade do contrato administrativo e a sua 
ausência gera o vício de forma. 
Formalismo – A primeira exigência é a realização de procedimento licitatório, conforme 
determinação do art. 26, da lei 8.666/93. 
Como regra geral, o contrato deve ser escrito, sendo que o termo de contrato ou 
instrumento de contrato é o meio para a sua formalização, respeitando o art. 55, da Lei n. 
8.666/93, que traz as cláusulas obrigatórias. 
A lei permite a celebração de contrato, em determinadas situações, por meio de 
cartacontrato, nota de empenho, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
ATENÇÃO! Valores que tornam obrigatória licitação na modalidade tomada de preço 
ou na modalidade concorrência e, consequentemente, exigem a realização de contrato, 
por meio de instrumento apropriado. 
Obras, acima de R$330.000,00, e Bens e serviços, acima de R$ 176.000,00, exigem a 
realização de contrato por meio de instrumento apropriado. 
É importante entender que o que define a exigência do instrumento de contrato não é a 
realização de licitação nas modalidade supracitadas, mas sim o valor do contrato, 
inclusive, sendo indispensável, nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam 
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação. 
É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição a critério da Administração 
e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral 
dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência 
técnica. 
ATENÇÃO! A legislação estabelece como regra que NÃO é possível contrato verbal 
celebrado pela administração, dispondo ser nulo e de nenhum efeito qualquer contrato 
verbal realizado pelo ente estatal. 
Contudo, excepcionalmente se admite contrato verbal, nas compras que não ultrapassam 
5% do valor máximo definido para a licitação na modalidade convite – ou seja, 8 mil e 
oitocentos reais (R$ 8.800,00) – desde que se trate de compra de pronta entrega e pronto 
pagamento, feitas em regime de adiantamento. Isso significa que este contrato não gera 
nenhuma espécie de obrigação futura (art. 60, parágrafo único da lei 8.666/93). 
Nestas hipóteses, também não há necessidade de realização de procedimento licitatório, 
em conformidade com o disposto no art. 24, I e II da lei 8.666/93. 
Não obstante a ausência de previsão legal, a doutrina admite a celebração de contratos 
verbalmente, para posterior formalização por escrito, em casos emergenciais. Neste caso, 
a formalização poderá ser realizada posteriormente à existência de contrato e início da 
prestação do serviço pelo contratado. 
A administração pública deve providenciar a publicação do contrato até o quinto dia útil 
do mês seguinte ao da sua celebração, sendo que essa publicação deve acontecer, após as 
providências, no prazo máximo de vinte dias corridos. Ou seja, o prazo de vinte dias só 
terá início após o quinto dia útil do mês seguinte ao que o contrato foi celebrado. 
Sem a publicação, o contrato é válido e perfeito, só não sendo eficaz 
Por fim, vale destacar que o administrador público deve publicaro ato que autoriza a 
contratação direta, não sendo exigida nova publicação quando da celebração do contrato 
(o art. 26 da lei 8.666/93) 
 
GARANTIA 
A exigência de garantia é uma cláusula necessária dos contratos administrativos (art. 55, 
VI, da Lei n. 8.666/93). 
A Lei prevê a caução que poderá ser prestada em dinheiro, títulos da dívida pública, a 
fiança bancária ou seguro garantia, a critério do contratado privado. 
ATENÇÃO! Embora a lei não mencione expressamente no artigo 58 e a doutrina se 
omita, algumas bancas examinadoras de concursos públicos incluem a Garantia dentre as 
cláusulas exorbitantes presentes no contrato administrativo. 
O valor dessa garantia é definido, no bojo do contrato, e determinado pela administração 
pública. A lei estabelece o limite máximo de 5% do valor do contrato, sendo que, em 
observância a este limite, o poder público deve, discricionariamente, dispor acerca do 
valor a ser cobrado em cada contratação específica. 
Ocorre que, nos contratos de grande vulto, que envolvam alta complexidade técnica ou 
riscos financeiros consideráveis, definido por meio de parecer tecnicamente aprovado 
pela autoridade competente, a garantia pode chegar a 10% do valor inicial do contrato, 
sempre mantida a regra que o ente estatal é quem define o valor da caução. 
Os contratos de grande vulto são os que ultrapassam 25 × R$ 3.300,000,00, (art. 6., V da 
lei 8.666/93). 
Em relação ao valor da garantia contratual, a legislação ainda dispõe que, em caso de 
contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado 
ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. 
Em caso de cumprimento do contrato e adimplemento de todos os seus termos pelo 
particular, a garantia deverá ser devolvida e, se foi prestada em dinheiro, deve haver a 
correção do valor, no momento da devolução. 
Em caso de descumprimento contratual, a garantia pode ser utilizada pelo Estado como 
mínimo indenizatório, ou seja, o ente público pode executar a garantia e cobrar 
indenização excedente em caso de o prejuízo ultrapassar o valor da caução. 
 
CLÁUSULAS EXORBITANTES 
As cláusulas exorbitantes decorrem da supremacia do interesse público sobre o interesse 
privado e coloca o Estado em posição de superioridade jurídica na avença. 
São implícitas em todos os contratos administrativos, não dependendo de previsão 
expressa no acordo, pois decorrem diretamente da Lei (art. 58, da Lei n. 8.666/93). 
Vejamos abaixo cada uma destas cláusulas, sob a ótica da supremacia do interesse público 
sobre o privado. 
a) Alteração unilateral do contrato - É possível quando houver modificação do projeto 
ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos e quando 
necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou 
diminuição quantitativa de seu objeto. 
A administração NÃO pode alterar o OBJETO do contrato, porque seria burla à licitação. 
Alteração de projeto - Alteração qualitativa (o projeto originalmente apresentado pelo 
Estado não atende mais aos fins desejados pela Administração). 
Alteração atinente ao valor da contração - Alteração quantitativa e, por sua vez, tem 
limites definidos na lei, que prevê que o particular deve aceitar as modificações feitas 
unilateralmente pela Administração Pública em até 25%, do valor original do contrato, 
para acréscimos ou supressões. Nesses casos, a alteração não depende de concordância 
do particular contratado. 
ATENÇÃO! A Regra determina que a alteração unilateral é de até 25% – acréscimos ou 
supressões. Contudo, se o contrato for celebrado para reforma de equipamentos ou de 
edifícios, a alteração unilateral, para ACRÉSCIMOS contratuais, pode chegar a 50% do 
valor original do contrato. As supressões contratuais continuam respeitando o limite de 
25%. 
A margem de lucro inicialmente contratada jamais poderá ser alterada pela Administração 
Pública de forma unilateral. 
A alteração deve decorrer de interesse público superveniente devidamente justificado, ou 
seja, o contratante deverá demonstrar a ocorrência de fato posterior à contratação que dá 
ensejo à necessidade de modificação das cláusulas contratuais, para que se evite um 
prejuízo maior ao interesse da coletividade, que é a finalidade maior dos contratos 
administrativos. 
b) rescisão unilateral do contrato é prerrogativa dada ao ente público contratante de 
por fim à avença, independentemente, de consentimento do particular e sem 
depender de decisão judicial (art. 77 e seguintes da lei 8666/93). 
Pode se dar em razão do inadimplemento do particular ou pelo interesse público 
devidamente justificado. 
No caso de Interesse público devidamente justificado, a administração deve indenizar o 
particular se houver dano, bem como indenizar os investimentos não amortizados do 
contratado em razão da extinção antecipada do acordo. 
O particular contratado terá direito à devolução da garantia prestada, aos pagamentos 
devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e ao pagamento do custo da 
desmobilização. 
ATENÇÃO! O entendimento majoritário é de que também devem ser pagos lucros 
cessantes. 
Por outro lado, inadimplente o particular contratado, o Poder Público deverá assumir 
imediatamente o objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, ocupar e 
utilizar o local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução 
do contrato, necessários à sua continuidade, executar a garantia contratual, para 
ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos e 
reter os créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à 
Administração. Todas essas medidas independem da aplicação das penalidades cabíveis 
em virtude do descumprimento contratual. 
Nos contratos de concessão de serviços públicos (regulamentados pela Lei 8.987/95), a 
rescisão por inadimplemento do particular é chamada de caducidade, já por motivo de 
interesse público chama-se encampação. 
Se o ente estatal for inadimplente, por mais de 90 dias, o particular pode SUSPENDER 
A EXECUÇÃO do contrato (exceção de contrato não cumprido), conforme disposição 
do art. 78, XV, da Lei 8666/93. Para haver rescisão do contrato, por iniciativa do 
particular, em virtude do inadimplemento do estado, necessária decisão judicial. 
Nesse sentido, resta claro que o particular não pode determinar a rescisão unilateral, no 
entanto, poderá suspender a execução do contrato pela exceção de contrato não cumprido 
ou exceptio non adimplenti contractus. 
c) Fiscalização da execução do contrato - A Administração Pública deve designar um 
agente público que ficará responsável pela fiscalização na execução contratual, 
aplicando penalidades e exigindo o cumprimento das obrigações pela parte 
contratada (art. 67, da Lei n. 8.666/93). 
Poder-dever da Administração, que não exclui a responsabilidade do particular contratado 
que continua sendo responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a 
terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não havendo redução 
ou exclusão da responsabilidade em virtude da fiscalização ou o acompanhamento pelo 
órgão interessado. 
O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou 
serviço, para representá-lo na execução do contrato. 
ATENÇÃO! Se o não pagamento aos empregados não for fiscalizado pelo ente público, 
daí surge a responsabilidade por omissão (súmula 331 do TST). 
d) Ocupação temporária de bens; 
Nos casos de serviços essenciais, a Administração Pública poderá ocupar provisoriamente 
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese 
da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, 
bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. 
ATENÇÃO! Aocupação temporária deve ser precedida de processo administrativo. 
e) Aplicação de penalidades – aos particulares contratados em decorrência de 
descumprimento do acordo, ainda que se trate de inexecução parcial. 
As penalidades a serem aplicadas estão previstas na legislação e se dividem em quatro 
hipóteses, de acordo com a gravidade da infração cometida, quais sejam: a) advertência; 
b) multa; c) suspensão de contratar com o Poder Público e participar de procedimentos 
licitatórios; d) declaração de inidoneidade. 
A aplicação de quaisquer uma das sanções previstas na lei 8.666/93 deve ser precedida 
de processo administrativo em que se garantam ao particular a ser sancionado o 
contraditório e a ampla defesa. O particular terá prazo de 5 dias úteis para apresentação 
de defesa, salvo nas hipóteses de aplicação de declaração de inidoneidade, cujo prazo será 
de 10 dias. As punições serão aplicadas em consonância ao princípio da 
proporcionalidade, não sendo admitida a aplicação de penalidade mais intensa ou mais 
extensa do que o necessário a sancionar a infração praticada. 
ATENÇÃO! Todos os agentes públicos que praticarem atos que possam prejudicar a 
licitação ou frustrar seu caráter competitivo ficarão sujeitos às sanções administrativas, 
penais e civis cabíveis, nos moldes das legislações pertinentes. 
Se ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da 
Administração, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público, 
a pena imposta será acrescida da terça parte, haja vista a quebra da relação de confiança 
estabelecida. 
 
ALTERAÇÃO CONTATUAL POR VONTADE DAS PARTES 
Em determinadas situações, o contrato administrativo poderá ser alterado de forma 
bilateral, nas quatro hipóteses a seguir: 
a) Quando o particular julgar conveniente a substituição da garantia de execução do 
contrato e desde que essa modificação não enseje prejuízos ao ente público. 
b) Quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem 
como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos 
termos contratuais originários. 
c) Quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação 
do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente 
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço. 
d) Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos 
do contratado e a retribuição da Administração (manutenção do equilíbrio 
econômicofinanceiro). São as hipóteses de teoria da imprevisão, que ensejam a 
necessidade de revisão contratual, como forma de se evitar prejuízos ao particular 
contratado. 
 
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO 
É garantia do particular contratado a manutenção da margem de lucro inicialmente 
pactuada. A manutenção deste equilíbrio deve se dar mediante a alteração de valores a 
serem pagos ou modificação e ampliação de prazos de execução, sempre que a situação 
previamente estabelecida for alterada no bojo da execução do contrato. 
O particular contratado não pode sofrer prejuízos de situações não causados por ele, 
durante a relação contratual, sob pena de se frustrar a garantia da proposta apresentada. 
Pagamentos feitos ao particular – O art. 55, III, da lei 8.666/93, define que é cláusula 
necessária do contrato administrativo a regulamentação acerca do preço e das formas de 
pagamento. Assim, além do pagamento da fatura, propriamente dita, como forma de 
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, alguns pagamentos são feitos ao 
particular contratado pela Administração Pública. Analisemos, no quadro abaixo, cada 
uma dessas formas de pagamento. 
PAGAMENTOS 
FEITOS AO 
PARTICULAR 
Correção 
monetária 
Atualização da margem de lucro 
inicialmente acordada, mantendo o valor 
real do contrato. 
Reajustamento 
de preços 
Reajuste em face do aumento ordinário e 
regular do custo dos insumos necessários ao 
cumprimento do acordo. 
Recomposição 
de preços ou 
revisão 
de preços 
Quando o reajustamento de preços não 
consegue fazer face ao real aumento do 
preço dos insumos, em virtude de uma 
situação excepcional (não prevista no 
contrato), a Administração Pública, como 
forma de reequilibrar o contrato, precisa 
fazer a recomposição de preços. Isso ocorre 
porque a previsão contratual de reajuste não 
foi suficiente para suprir a efetiva 
modificação nos custos do contrato 
celebrado. 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
Ocorre nos casos em que há uma situação fática não prevista quando da celebração do 
contrato, portanto imprevisível, que venha a alterar o equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato, com reflexos em sua execução. Em virtude desta situação, se faz necessária a 
recomposição dos preços. 
Decorre da denominada Cláusula rebus sic stantibus: situações nas quais há desequilíbrio 
contratual e a administração precisa, a fim de manter o equilíbrio do contrato, proceder à 
revisão dos preços e prazos previamente pactuados. 
As hipóteses de teoria da imprevisão são: 
Caso fortuito e força maior 
Pode decorrer de fatos humanos, desde que não sejam provocados por nenhuma das partes 
do acordo, ou podem ser causados por fatos da natureza, em relação aos quais nenhuma 
medida pode ser tomada para obstar sua precipitação 
Interferências imprevistas (sujeições imprevistas) 
São situações preexistentes à celebração do contrato, mas que só vêm à tona durante sua 
execução. 
Fato da administração 
O desequilíbrio contratual é causado por uma atuação específica da Administração 
(enquanto parte no contrato) que incide sobre o contrato e impede a sua execução. 
Fato do príncipe 
O desequilíbrio contratual também é causado pelo poder público e, por esta atuação, 
haverá necessidade de recomposição do preço. Ocorre que, neste caso, há uma atuação 
extracontratual (geral e abstrata) do ente estatal que termina por atingir diretamente a 
relação contratual (art. 65, § 5°, da Lei n. 8.666/93). 
ATENÇÃO! Para que seja configurado o fato do príncipe relevante que o agente que 
pratica a conduta onerosa seja da mesma esfera de governo daquele que celebrou o 
contrato administrativo atingido. Ente federativo diverso caracteriza caso fortuito. 
ATENÇÃO! Em algumas situações, a teoria da imprevisão gera a impossibilidade de 
manter o contrato. Nestes casos, a situação imprevista enseja a rescisão contratual 
(rescisão de pleno direito), ocorrida por situação alheia à vontade das partes. 
 
SUBCONTRATAÇÃO NOS CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO 
A princípio, se houver a subcontratação do objeto integral do contrato, resta clara a fraude 
ao procedimento licitatório e pode ser considerado inadimplemento contratual (art. 78 da 
Lei n. 8.666/93). 
Entretanto, com base nos art. 72 e art. 78, VI, ambos da Lei 8.666/93, pode-se concluir 
que, para que a subcontratação seja lícita, deve haver previsão no edital e no contrato 
administrativo celebrado e, além disso, a subcontratação deve-se restringir a partes do 
contrato, não sendo, a princípio, lícito transferir todo o objeto do contrato a terceiro que 
não foi vencedor no procedimento licitatório. 
Ademais, em casos de subcontratação permitida por lei, a Administração Pública poderá 
exigir do subcontratado a demonstração de que cumpre todos os requisitos exigidos na 
fase de habilitação dos licitantes que demonstram que ele estará apto a cumprir fielmente 
os termos do objeto transferido do contrato. 
 
DURAÇÃO 
Com base no disposto no art. 55, IV, da Lei 8.666/93, todo contrato deve ter prazo de 
vigência predefinido no Edital e no próprio instrumento de contrato, estabelecendo a lei, 
expressamente, que são vedados contratos administrativos por prazo indeterminado. 
Como regra, a duração dos contratos regidos pelaLei 8.666/93 ficará adstrita à vigência 
dos respectivos créditos orçamentários que, no direito brasileiro, são definidos pela lei 
orçamentária anual, à qual cabe prever todas as despesas e receitas da entidade no período 
de um exercício (prazo de um ano). 
Ocorre que o art. 57, da lei 8.666/93, define algumas situações excepcionais, nas quais se 
admite a contratação além do prazo de um exercício. Vejamos no quadro abaixo as 
exceções à vigência máxima de um ano. 
Projetos 
contemplados 
na lei do Plano 
Plurianual 
A avença terá duração de até quatro anos, 
para cumprimento das metas e execução de 
seu objeto. 
Prestação 
 de 
serviços a 
serem 
executados de 
forma contínua 
Há possibilidade de prorrogação 
contratual por iguais e sucessivos períodos 
com vistas à obtenção de preços e condições 
mais vantajosas para a Administração 
Pública, desde que estas prorrogações se 
limitem ao prazo final máximo de sessenta 
meses. Ademais, excepcionalmente, é 
possível que o acordo atinja o prazo máximo 
de setenta e dois meses após todas as 
prorrogações cabíveis. 
Aluguel 
 de 
equipamentos 
e utilização de 
programas de 
informática 
Pode a duração do contrato se estender pelo 
prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após 
o início da sua vigência. 
Contratações 
previstas 
 nos 
incisos IX, 
XIX, XXVIII e 
XXXI do art. 
24, da lei 
8.666/93 
Os contratos poderão ter vigência por até 
cento e vinte meses, caso haja interesse da 
administração. 
ATENÇÃO! Contratos que não geram despesas à Administração Pública não precisam 
estar previstos na lei orçamentária, logo, não precisam respeitar o limite de vigência 
definido, no art. 57, da lei 8.666/93 
Além disso, no que tange à possibilidade de prorrogação, a legislação determina que o 
contrato administrativo pode ser prorrogado, desde que seja feito dentro do prazo de 
vigência do contrato e decorra, cumulativamente, de previsão no edital e no contrato e 
autorização do poder público, mantidas as demais disposições contratuais. 
Por fim, vale esclarecer que toda prorrogação de prazo contratual deverá ser justificada 
por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. 
Importante salientar, ainda, que, para que haja prorrogação, é indispensável que haja 
previsão orçamentária e que a empresa mantenha todas as condições necessárias à sua 
habilitação para contratar com o poder público, além do respeito ao disposto no art. 7º, 
XXXIII, da Constituição Federal. 
 
RESPONSABILIDADES DECORRENTES DO CONTRATO 
Uma vez celebrado o contrato, as partes que firmaram o pacto têm o dever de cumprir 
fielmente as obrigações assumidas, em consonância com a legislação vigente e com as 
cláusulas previstas no acordo, sendo que cada uma das partes será responsabilizada por 
qualquer descumprimento contratual. 
O particular responde diretamente pelo serviço prestado ou bem entregue à 
Administração, ou ainda pela obra por ele executada. 
Além disso, quaisquer prejuízos causados pelo particular, seja à Administração Pública 
ou a terceiros, na execução da obra, ou prestação do serviço ensejam sua 
responsabilização e, conforme já previamente estipulado, não excluem ou reduzem essa 
responsabilidade à fiscalização ou ao acompanhamento pelo órgão interessado. 
Por fim, vale destacar que para fins de provas de concurso, a aplicação da nova redação 
da súmula 331 é plenamente cabível, diante do dispositivo exposto na lei 8.666/93. 
Tratando do tema, o STF se manifestou no sentido de que é válida a aplicação da nova 
redação da Súmula 331 do TST, no entanto, deixando claro que o empregado terá o ônus 
de provar que houve a má fiscalização do gestor público. 
De fato, no julgamento do RE 760931/DF, em 2017, o plenário da Suprema Corte, por 6 
votos a 5 “Anotou que a imputação da culpa “in vigilando” ou “in elegendo” à 
Administração Pública, por suposta deficiência na fiscalização da fiel observância das 
normas trabalhistas pela empresa contratada, somente pode acontecer nos casos em que 
se tenha a efetiva comprovação da ausência de fiscalização. Nesse ponto, asseverou que 
a alegada ausência de comprovação em juízo da efetiva fiscalização do contrato não 
substitui a necessidade de prova taxativa do nexo de causalidade entre a conduta da 
Administração e o dano sofrido”. 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO 
As hipóteses de extinção decorrem de lei ou da própria execução do contrato e são 
situações que dão fim à avença celebrada entre o poder público e o particular contratado. 
Vejamos abaixo estas formas de extinção. 
• Extinção natural - Conclusão do objeto ou advento do termo do contrato 
ATENÇÃO! Em casos de irregularidade na celebração do contrato, a extinção pode 
decorrer de anulação. Vale destacar que mesmo que o contrato seja nulo, o particular 
contratado deve ser remunerado pelos serviços prestados de boa-fé ou de má-fé, caso 
contrário, estaria se admitindo o enriquecimento sem causa do ente público (art. 59, da 
Lei n. 8.666/93). 
• Desaparecimento da pessoa contratada - Pela falência da empresa contratada ou 
por falecimento, caso o contrato tenha sido celebrado com pessoa física ou firma 
individual. Afinal, os contratos administrativos são celebrados intuito personae. 
Ademais, a legislação prevê as possibilidades de rescisão contratual em decorrência de 
algumas situações, quais sejam: 
a) por vontade unilateral do poder público (rescisão unilateral); ocorre por razões de 
interesse público ou por inadimplemento total ou parcial do contrato pelo particular. 
b) por acordo das partes (rescisão bilateral - distrato); trata-se de rescisão amigável, 
realizada por ambas as partes, estas hipóteses estão regulamentadas no art. 78, XIII a XVI 
e dependem de prévia autorização escrita e fundamentada da autoridade competente. 
c) mediante decisão judicial (rescisão judicial); se dá por provocação do particular, 
quando o ente público é inadimplente (art. 78, XIII a XVI, da lei 8.666/93). 
d) por situação alheia à vontade das partes contratantes (rescisão de pleno direito); 
por situações alheias à vontade das partes, em casos excepcionais que impedem a 
manutenção do contrato e nas quais não seja possível a revisão de preços. 
 
DOS CONSTRATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 
A Lei 8.666/93 regulamenta três espécies de contratos administrativos, quais sejam os 
contratos de execução de obras, os de prestação de serviços, bem como os contratos de 
fornecimento de bens. Além destes contratos regulamentados pela lei geral de licitações 
e contratos, a legislação pertinente e a doutrina costumam apontar a existência ainda de 
contratos de concessão, contratos de permissão de serviços públicos e os contratos de 
gestão. 
 Contratos de execução de obras; são contratos celebrados pela administração 
pública para que o particular, em um prazo máximo, fixado na avença, execute 
obra pública para utilização do próprio ente estatal ou da coletividade em geral. 
Nos termos da legislação, pode ser conceituada como obra toda construção, 
reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou 
indireta. 
Sendo assim, caso a obra não seja executada diretamente pelo poder público, 
poderá ser contratada para execução por instrumentos definidos na lei, quais 
sejam: a) empreitada por preço global; b) empreitada por preço unitário; c) tarefa; 
d) empreitada integral 
 
ATENÇÃO! Deve haver a elaboração do projeto básico (art. 6°, da Lei n. 8.666/93), bem 
como do projeto executivo. 
A contratação de obra deve ser realizada, seguindo o cronograma de elaboração do projeto 
básico, primeiramente, para posterior contratação do projeto executivo e, por fim, a 
celebração do ajuste para execução da obra. 
A lei autoriza que seja contratado, pela Administração, somente o projeto básico, 
deixando a elaboração do projeto executivoa cargo do vencedor da licitação para 
execução da obra, desde que isso esteja previamente estipulado no edital. 
O autor do projeto básico ou executivo estará impedido de participar, direta ou 
indiretamente, do procedimento licitatório, para execução da obra, podendo, no entanto, 
ser contratado pela Administração Pública para atuar como fiscal, gerente ou supervisor, 
mediante contrato de consultoria, auxiliando os agentes públicos responsáveis por esta 
fiscalização. 
• Contratos de prestação de serviços; trata-se de contratação de atividade destinada 
a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: 
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, 
adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou 
trabalhos técnico-profissionais. 
Não se confundem com os contratos de concessão de serviços públicos, já que 
neste há a cobrança de tarifas dos usuários do serviço prestado. 
• Contratos de fornecimento de bens; contratação para aquisição de bens 
necessários à execução das atividades do órgão público, seja mediante pagamento 
à vista ou parcelado, nos moldes definidos na proposta vencedora da licitação. 
• Contrato de concessão de serviços públicos; trata-se de contratação 
regulamentada pela lei 8.987/95, por meio da qual a Administração transfere, 
mediante procedimento licitatório na modalidade concorrência, a prestação de um 
determinado serviço público ao particular que deverá prestá-lo por sua conta e 
risco, por prazo determinado, mediante a remuneração por meio de cobrança de 
tarifas dos usuários do serviço. Assim, a remuneração é verificada por meio da 
exploração do próprio serviço concedido a empresa concessionária. 
A concessão de serviço público poderá ser simples ou precedida de obra. 
Precedida de obra (mediante concorrência) - A concessionária executa a obra, por sua 
conta e risco, sendo-lhe transferida, posteriormente, a possibilidade de explorar o serviço 
decorrente da obra executada, como forma de remuneração. 
Ademais, a lei 11.079/04 criou duas novas espécies de concessões de serviços públicos, 
designadas, pela própria lei, como Parceria Público-Privada. Tais parcerias se dividem 
em duas novas espécies de ajustes, quais sejam a concessão patrocinada e a concessão 
administrativa. 
Concessão patrocinada - Tarifas pagas pelos usuários + contraprestação pecuniária do 
poder público = remuneração 
Concessão administrativa - Administração Pública a usuária, direta ou indireta, do serviço 
público prestado, sendo a responsável pelo pagamento das tarifas. 
• Permissão de serviços públicos – o art. 175 da Constituição Federal trata a 
permissão de serviço público como contrato administrativo e, seguindo esta 
orientação, a lei 8.987/95, em seu art. 40, conceitua a permissão de serviços 
públicos como contrato de adesão (característica comum a todos os contratos 
administrativos) por meio do qual se transfere a particular a prestação de serviços 
públicos, por sua conta e risco, mediante remuneração por tarifas dos usuários, a 
título precário. Por óbvio, a precariedade é afastada pela natureza contratual do 
instituto. 
• Contrato de concessão de uso de bens públicos - consentimento da utilização de 
um determinado bem público, de forma especial, anormal ou privativa, com 
finalidade específica, mediante pagamento de remuneração ou gratuitamente. 
• Contrato de gestão - Tradicionalmente, tratava-se de avença firmada entre 
entidades públicas, com a intenção de conferir maior eficiência na execução das 
atividades, não sendo possível a assinatura do acordo com pessoas privadas. Com 
a Reforma Administrativa ocorrida, no Brasil, a partir de 1995, culminando com 
a edição da Emenda Constitucional n. 19/98, os contratos de gestão passaram a 
ter ampla previsão legal e constitucional, abarcando, sob o mesmo título jurídico, 
várias espécies de ajustes, de naturezas jurídicas diversas. 
Sendo assim, a lei 9649/98 regulamenta o contrato de gestão firmado entre entes 
da Administração Direta e suas autarquias ou fundações públicas, ao mesmo 
tempo que a lei 9637/98 designa com o mesmo título, o acordo celebrado entre o 
Estado e entidades privadas sem fins lucrativos que atuam na execução de 
serviços de utilidade pública, em um rol definido na própria lei. Por sua vez, o art. 
37, §8º, da Constituição Federal, por meio de regulamentação muito criticada pela 
doutrina brasileira, admite a celebração de contratos de gestão entre órgãos e, até 
mesmo, entre órgãos públicos e seus administradores, pessoas físicas, 
configurando verdadeira aberração jurídica, de impossível realização prática em 
sua totalidade. 
 
CONVÊNIOS 
Ajustes firmados entre a Administração Pública e entidades que possuam vontades 
convergentes, mediante a celebração de acordo para melhor execução das atividades de 
interesse comum dos conveniados (art. 116, da Lei n. 8.666/93). 
A legislação exige prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela 
organização interessada, o qual deverá conter, ao menos, algumas informações definidas 
na lei, quais sejam: identificação e definição do objeto a ser executado, de interesse 
comum entre os entes conveniados; metas a serem atingidas; etapas ou fases de execução; 
plano de aplicação dos recursos financeiros; cronograma de desembolso de valores pela 
entidade conveniada, com definição de prazos e metas; previsão de início e fim da 
execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas; 
comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão 
devidamente assegurados, caso o convênio compreenda execução de obra ou serviço de 
engenharia, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão 
descentralizador. 
Em caso de extinção do convênio, todo o montante remanescente do acordo deve ser 
devolvido ao órgão público que repassou o recurso, em até trinta dias da extinção da 
avença, sob pena de responsabilidade do agente público. 
A doutrina e jurisprudência entendem que celebração de convênios, em decorrência da 
convergência de vontades não devem ser precedidos de procedimento licitatório. 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
Os consórcios públicos foram criados com a edição da lei 11.107/05 e consistem na gestão 
associada de entes federativos para prestação de serviços de interesse comum a todos eles. 
Somente se admite a participação de entes políticos no acordo, ou seja, União Federal, 
estados, municípios e Distrito Federal podem se associar para formação deste ajuste. 
A previsão desta gestão associada tem base constitucional, haja vista a previsão no art. 
241 da Carta Magna e apresenta uma formalização jurídica estável, na qual, entidades 
federativas firmam acordo para prestação de serviços públicos de forma associada, 
garantindo maior eficiência e destinação de recursos mais consistentes para executar a 
atividade pretendida. 
Sendo assim, os entes federativos podem se associar para a formação do Consórcio 
Público, criando, por meio do ajuste uma nova entidade com personalidade jurídica de 
direito público ou de direito privado, consoante disposto no próprio termo do consórcio. 
Na formação do ajuste, o contrato de rateio é firmado para definir com que montante cada 
uma destas entidades participará na formação de manutenção da nova pessoa jurídica 
criada. 
 
REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES 
Em 04 de agosto de 2011, foi editada a lei 12.462/11, com a finalidade de definir 
procedimento específico de licitação e instrumentalização para os contratos necessários 
à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, da Copa das Confederações 
da Federação Internacional de Futebol Associação – Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 
2014, definidos pelo Grupo Executivo – Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para 
definir, aprovar e supervisionar as ações previstasno Plano Estratégico das Ações do 
Governo Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa 2014 – CGCOPA 2014, 
restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz de responsabilidades 
celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como para as 
contratações de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos 
das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinquenta 
quilômetros) das cidades sedes dos mundiais. 
A lei referida já sofreu duas alterações, primeiramente, pela lei 12.688/12 que incluiu 
neste regime as contratações necessárias ao cumprimento das ações integrantes do 
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na mesma esteira, mediante alteração 
efetivada pela lei 12.722/12, o Regime Diferenciado de Contratações – RDC também 
passou a ser aplicável às licitações e contratos necessários à realização de obras e serviços 
de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino. 
Por fim, a Lei 12.745/12, inserindo nova alteração no texto legal, incluiu no RDC, os 
acordos firmados para execução de obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema 
Único de Saúde – SUS, das ações no âmbito da segurança pública, das obras e serviços 
de engenharia, relacionadas a melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de 
infraestrutura logística e nos contratos de locação de bens móveis e imóveis, nos quais o 
locador realiza prévia aquisição, construção ou reforma substancial, com ou sem 
aparelhamento de bens, por si mesmo ou por terceiros, do bem especificado pela 
administração. Por seu turno, a Lei 13.243/16 determina que o Regime Diferenciado de 
Contratações poderá ser utilizado nos contratos necessários á realização das ações em 
órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação. 
É importante frisar que a opção pela utilização do Regime Diferenciado de Contratações 
deverá constar de forma expressa do instrumento convocatório e resultará no afastamento 
das normas contidas na lei 8.666/93, a qual não tem aplicação subsidiária, salvo nas 
hipóteses expressamente determinadas pela lei 12.462/11. 
 
OBJETIVOS 
Objetiva ampliar a eficiência nas contratações públicas e a competitividade entre os 
licitantes, promover a troca de experiências e tecnologias em busca da melhor relação 
entre custos e benefícios para o setor público, incentivar a inovação tecnológica; e 
assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a seleção da proposta mais vantajosa 
para a administração pública. Ressalte-se que as duas últimas finalidades estão presentes 
em todos os procedimentos licitatórios. 
 
PECULIARIDADES DA LEI 12.462/11 
A princípio, a lei repete muitas das definições e institutos regulamentados pela legislação 
geral de licitações e contratos e, desta forma, interessa somente apontar os pontos da lei 
12.462/11 que apresentam as diferenças trazidas pelo novo regramento. Sendo assim, 
apontam-se como peculiaridades da lei, no que tange às licitações e aos contratos a ela 
submetidos: a) indicação de marcas; b) critério de seleção das propostas e critérios de 
desempate; c) procedimento da licitação; d) parcelamento do objeto e contratação 
simultânea; e) possibilidade de pré-qualificação; f) contratação de outra proposta que não 
a vencedora; g) remuneração Variável; h) Contratação integrada; i) penalidade de 
suspensão de contratar com o Poder Público por cinco anos. 
 
LICITAÇÕES E CONTRATOS DAS EMPRESAS ESTATAIS 
Neste tópico serão apontados alguns pontos referentes à lei 13.303/16, a qual dispõe sobre 
o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Dispensa e inexigibilidade 
Inicialmente, cumpre ressaltar que a Lei 13.303/16 estabelece situações de contratações 
diretas por meio de dispensa e inexigibilidade de licitação. 
As hipóteses de dispensa estão taxativamente expostas no art. 29 da referida lei. Verifica-
se, desta forma, que as situações de dispensa de licitações tratadas na lei 13.303/16, 
seguindo as regras aplicáveis às licitações públicas em geral, abarcam hipóteses em que 
seria plenamente viável a competição, mas não se faz necessária por expressa dicção 
legal. 
Trata-se, portanto, de rol taxativo ou exaustivo, não podendo ser ampliado por 
entendimento da Administração Pública ou doutrina. 
Por seu turno, a inexigibilidade de licitação estará presente sempre que se demonstrar a 
inviabilidade de competição. Neste sentido, o art. 30 da lei 13.303/16 dispõe acerca de 
algumas hipóteses em que se configura a contratação direta com base neste entendimento. 
Lembrando-se que se trata de um rol meramente exemplificativo. 
Modalidade e regras aplicáveis 
O art. 32, IV, da Lei 13.303/16 prevê que o pregão deverá ser a modalidade licitatória 
preferencialmente utilizada nas contratações realizadas pelas empresas públicas e 
sociedades de economia mista. Saliente-se que a lei deixa claro o caráter preferencial – e 
não exclusivo – desta modalidade licitatória, que somente será escolhida quando for 
cabível, nos moldes da legislação vigente, ou seja, para aquisição de bens e serviços 
comuns. Com efeito, não se pode utilizar o pregão para a execução de obras ou alienação 
de bens pelas empresas estatais. 
Trata-se de uma normatização equivocada e incongruente. O dispositivo legal dispõe que 
o pregão é a modalidade preferencial, no entanto, trata de um procedimento licitatório 
totalmente novo, não se compatibilizando com a sua estrutura. 
Com efeito, mais correto seria imaginar que se trata de nova modalidade licitatória, haja 
vista o procedimento totalmente inovador criado pela lei. Sendo assim, pode-se 
considerar que se trata de NOVO pregão e não aquele apresentado pela lei 10.520/02. 
Ademais, as licitações deverão atentar para a sustentabilidade ambiental e acessibilidade 
para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. 
O procedimento da licitação se desenvolve em 10 fases, quais sejam: 1) preparação; 2) 
divulgação; 3) apresentação de lances ou propostas; 4) julgamento; 5) verificação da 
efetividade dos lances ou propostas; 6) negociação; 7) habilitação; 8) recurso; 9) 
adjudicação do objeto; 10) homologação ou revogação. 
Pré-qualificação permanente 
A Pré-qualificação permanente configura uma decisão administrativa que informa que 
interessados cumprem requisitos genéricos para participação de licitações no órgão 
público que a está realizando. O procedimento para a pré-qualificação é público, 
permanente e aberto para quaisquer interessados (art. 64, da Lei 13.303/16). 
Cadastramento 
A lei ainda prevê a possibilidade de cadastramento de licitantes, sendo que os registros 
cadastrais poderão ser mantidos para efeito de habilitação dos inscritos em procedimentos 
licitatórios e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo, também sendo admitida a 
atualização a qualquer tempo. Da mesma forma que acontece na pré-qualificação, o art. 
65, § 1º, dispõe que “Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e ficarão 
permanentemente abertos para a inscrição de interessados.” 
Não se confunde com a pré-qualificação, uma vez que o cadastro se apresenta como um 
conjunto de informações armazenadas no órgão público, ou seja, não há qualquer 
provimento de caráter decisório proferido pelo órgão. 
Prazos de implementação 
A lei 13.303 entrou em vigor na data de sua publicação, ou seja, no dia 01 de julho de 
2016, no entanto, algumas exigências definidas na legislação tiveram previsão de prazo 
para implementação. 
Contratos firmados com as empresas estatais 
Inicialmente, é importante salientar que, haja vista a natureza jurídica inerente às 
empresas estatais, os seus contratos não ostentam a qualidade de contratos 
administrativos, razão pela qual a lei não prevê cláusulas exorbitantes como a 
possibilidadede alteração unilateral da avença por determinação do contratante. 
Inclusive, nesse sentido, o art. 173, II, da Constituição da República dispõe que essas 
entidades devem se sujeitar ao regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto aos 
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. 
Todavia, a lei estabelece algumas peculiaridades em relação aos contratos a serem 
firmados por essas empresas com particulares, inclusive a possibilidade de aplicação de 
multa e exigência de garantia. 
Sanções 
A lei prevê que o descumprimento do contrato pelo particular, seja ele total ou parcial, 
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: a) 
advertência; b) multa; c) suspensão temporária de participação em licitação e 
impedimento de contratar com a Administração 
Subcontratação 
A subcontratação é admitida, desde que seja parcial e mediante autorização da empresa 
estatal, desde que a empresa subcontratada atenda a todas as exigências de qualificação 
técnica impostas ao contratado no bojo do procedimento licitatório (art. 78, da Lei 
13.303/16). 
 
CONVÊNIOS E CONTRATOS DE REPASSE COM O PODER PÚBLICO 
Além da celebração de contratos administrativos, a legislação prevê a possibilidade de 
serem firmados outros ajustes entre os particulares e a Administração Pública. Neste 
sentido, o art. 116, da lei 8.666/93 estipula que se aplicam as disposições deste, no que 
couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por 
órgãos e entidades da Administração. 
No mesmo sentido, a legislação dispõe que a celebração de convênio, acordo ou ajuste 
pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de 
competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá 
conter, no mínimo, a identificação do objeto a ser executado, as metas a serem atingidas, 
as etapas ou fases de execução, o plano de aplicação dos recursos financeiros, o 
cronograma de desembolso, a previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim 
da conclusão das etapas ou fases programadas e, caso o ajuste compreenda obra ou 
serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a 
execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do 
empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. 
Enfim, pode-se verificar que, diferentemente do que ocorre com os contratos 
administrativos, na celebração de convênios, as partes que firmam o ajuste possuem 
vontades convergentes, não sendo necessária a realização de licitação antes de firmado o 
acordo. 
Dispondo, mas especificamente acerca do tema, o Decreto 6170/07 conceitua e diferencia 
cada um destes ajustes, definindo as regras aplicáveis.

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