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AS MISÉRIAS DO PROCESSO PENAL Carnelutti buscou trazer nesse livro o que se passa dentre todas as formalidades e ditames no processo penal, mostrando o que há de mais ruim e devastador. Essa obra é de substância importância na vida do acadêmico de direito e até aqueles que são amantes da leitura. Em seu primeiro capítulo, Carnelutti passa ao seu leitor a ideia que é transmitida às pessoas no momento em que um operador do direito está atuando, o qual está vestido de uma forma solene, que simboliza toda a formalidade do momento. Carnelutti inicia uma discussão sobre a toga usada pelos magistrados e advogados, da veste que é usado pelos militares, que eles chamam de divisa, pois ambos são considerados uniformes, mas o contexto das palavras não se empregam como união, mas como algo que os separa, os distinguem dos demais. Uma coisa marcante no desenvolver do seu livro, Carnelutti fala que “enquanto o juiz está lá para impor a paz, o ministério público e advogados estão lá para fazer a guerra”, esse pensamento e escrito de carnelutti se torna algo marcante, mas real, pois o juiz ele busca apaziguar a situação, olhando os dois lados, ao passo que as partes que estão controvérsias geram um caos para terem a sua parte valorada pelo magistrado. Em seguida ele ainda fala sobre a questão das algemas, que são um reflexo e simbologia do direito, pois ela é aplicada e usada naquele que delinque. No segundo capítulo de seu livro, que é denominado o preso, carnelutti, traz a diferença entre e a solenidade que se encontra nos operadores do direito e a pessoa do réu, o qual é, na maioria das vezes, algemado e escoltado, no qual passa para as pessoas um sentimento de desgosto. Isso traz uma reflexão tão forte sobre o estado ter uma parcela na culpa a respeito dos atos criminosos que são praticados, além disso a pessoa que está presa não pode ser tratado como se fosse um animal selvagem e nem como se fosse uma autoridade, mas deve ser tratado como um ser humano simplesmente em sua plena natureza, ser tratado como um ser humano de direitos e responsabilidades Carnelutti afirma que todas as pessoas são estão em pé de igualdade, não devendo o mal ser combatido com o mal, pois apenas o amor vence. Além disso, em virtude de suas próprias imperfeições, as pessoas não são capazes de discernir aqueles os homens bons daqueles que são maus. Cada pessoa dentro de si tem uma raiz boa, mesmo que cometa crimes. Em seu terceiro capítulo, denominado o Advogado, Carnelutti no traz a reflexão de que o trabalho realizado pelo advogado é algo importante, e não um simples trabalho. Pois o advogado está ali para com o preso, que muita das vezes está só, tendo apenas um advogado em seu lado. Carnelutti lembra os seus tempos na área criminalista, que fazia amizades com pessoas presas, mas por conta da sua vasta experiência. Relembra também que mesmo o maior advogado, acaba tendo medo o juízo dado pelo juiz, pois pode haver valoração pessoal na causa. O seu quarto capítulo, muito marcante inclusive, traz sobre O juiz e as partes, no qual carnelutti busca diferenciar e mostrar a distância que há entre o juiz e as partes. Mostrando que o juiz em uma hierarquia se torna superior, pois ele está ali para julgar e impor algo sobre alguém, além disso ele é a figura principal pois dá um certo destino para a vida de uma pessoa, que o faz ter que ser alguém imparcial, não podendo valorar para o lado que se sentir conveniente. As partes de submeter ao que o juiz profere e acabam sendo as partes mais fracas da relação. O capítulo cinco que é denominado a parcialidade do defensor, nos traz que a figura do defensor é um tanto que parcial, pois busca a imparcialidade por parte do magistrado. Fazendo com que isso a parte que acusa e o defenso entrem em choque e provoque o magistrado em sua decisão, mostrando assim que o processo penal, nada mais é do que uma máquina cheia de conflitos. Há também um grande levantamento por parte de carnelutti, que está calcado no problema que se é enfrentado na aplicação da pena e sua consequência, pois o estado em sua concepção, usa a pena como a última reprimenda, mas para que tal reprimenda seja aplicada precisa de legislação, ficando assim na mão do legislador, que acaba se tornando o grande limitador ou divisor de águas do juiz, que fica sobre a égide do Estado. Em seus últimos capítulos, carnelutti traz a grande discussão sobre o processo penal em si e a sua aplicação e o juízo de valor da sociedade sobre o indivíduo que está sobre a espada da justiça. Carnelutti nos traz a reflexão de que para aquele que está sobre uma acusação só resta duas chances, a de ser condenado e a de ser absolvido, mas isso só acontece em vias de fato, quando ocorre o evento da condenação ou absolvição com o trânsito em julgado da sentença penal. Só que apenas acaba o processo penal sobre o indivíduo, sobrevindo ainda os olhares de uma sociedade sobre aquele que delinquiu ou não, mas foi submetido a um processo. Carnelutti ainda fala que a sentença se torna uma mentira, em tais hipóteses de absolvição ou condenação, pois há um grande problema e rompimento na justiça, devido o processo penal se tornar uma ferramenta de humilhação daquele que está sobre a sua mira.
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