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atividade de campo II IED

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Aluna Amanda Rosa Silveira 
Matrícula: 202001213198
Professor : Douglas de Freitas Cardoso- IED
ATIVIDADE DE CAMPO II
AULAS 5 A 8
AULA 5
TEORIA DA NORMA JURÍDICA
A NORMA JURÍDICA
A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos e das pessoas jurídicas e demais entes. É uma regra de conduta social; sua finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais . A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário.
Ao se dirigir ao destinatário, a norma jurídica proíbe e abriga, onde aquele que deve cumprir estará diante de uma proibição ( É proibido fumar neste estabelecimento ) ou de uma obrigação ( É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor ).
2. Características substanciais da norma jurídica 
-Generalidade. Temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da norma deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. 
- Abstratividade- As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como ocorrem, geralmente, no seu denominador comum. Se abandonassem a abstratividade para regular os fatos em sua casuística, os códigos seriam muito mais extensos e o legislador não lograria seu objetivo, já que a vida em sociedade é mais rica que a imaginação do homem. 
- Pela bilateralidade-temos que o direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, conferindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade expressa o fato da norma possuir dois lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico, de tal modo que um não pode existir sem o outro, pois regula a conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s)(relação de alteridade). Sujeito ativo (portador do Direito Subjetivo) Sujeito passivo (possuidor do dever jurídico)
- A imperatividade- revela a missão de disciplinar as maneiras de agir em sociedade, pois o direito deve representar o mínimo de exigências, de determinações necessárias. Assim, para garantir efetivamente a ordem social, o direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Tal caráter significa imposição de vontade e não simples aconselhamento. 
- A Coercibilidade - Quer dizer possibilidade de uso de coação. Essa possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. As noções de coação e sanção não se confundem. Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a sanção é considerada, geralmente, medida punitiva para a hipótese de violação de normas.
 - A Atributividade (ou autorizamento) - Esse é, aliás, o elemento distintivo por excelência entre a norma jurídica e as demais normas de conduta: a aptidão para atribuir ao lesado a faculdade de exigir o seu cumprimento forçado. Então, a essência especifica da norma jurídica é faculdades humanas. Assim, a norma jurídica é atributiva por atribuir às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos. Ou seja, atribui à outra parte o Direito de exigir o seu cumprimento.
 Já Miguel Reale defende o que chamou de bilateralidade atributiva.: existe bilateralidade atributiva escreve Reale quando duas ou mais pessoas estão numa relação segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente alguma coisa. Quando um fato social apresenta esse gênero de relação, dizemos que é jurídico.? (Miguel Reale, Lições Preliminares de Direito, 23a. ed., São Paulo, Saraiva, 1996, p. 51.) Segundo Reale, a diferença entre os fenômenos jurídicos e os não jurídicos "econômicos, psicológicos etc." é que nestes a bilateralidade não é atributiva, isto é, a correspondência não está assegurada, não obedece a um padrão uniforme ou obrigatório.
Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: 
a) Normas codificadas são aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do direito, como o Código Civil.
 b) Normas consolidadas são as que formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria; a consolidação distingue-se da codificação porque sua principal função é a de reunir as leis existentes e não a de criar leis novas, como num Código. Ex: CLT.
 c)Normas extravagantes ou esparsas na terminologia canônica, diziam extravagantes as constituições pontifícias, posteriores às Clementinas, incluídas no mesmo direito. Daí dizer-se hoje extravagantes todas as leis que não estão incorporadas às Codificações ou Consolidações: são as leis que vagam fora; são as editadas isoladamente para tratar de temas específicos. Ex: Lei de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei do Inquilinato etc.
Critério da Destinação - normas de organização (normas de sobredireito) ou estrutura e normas de conduta ( normas de direito )
Normas de conduta (norma de direito) - normas que disciplinam o comportamento dos indivíduos, as atividades dos grupos e entidades sociais em geral => Destinatário: o corpo social (pessoas físicas, jurídicas ou autoridades que estiverem na situação nela prevista). Todavia, quando surge o eventual conflito levado ao Poder Judiciário, este passa a ser seu destinatário.
- Normas de organização (norma de sobredireito) - normas instrumentais que visam a estrutura e funcionamento dos órgãos, ou a disciplina de processos técnicos de identificação e aplicação de normas, para assegurar uma convivência juridicamente ordenada => Destinatário: o próprio Estado.
 Critério da Existência - norma explícita e norma implícita:
 - A norma explícita é a norma tal qual está escrita nos códigos e nas leis.
 - A normas implícita é aquela subentendida a partir da norma explícita.
 Critério da extensão territorial - normas federais, estaduais e municipais: As normas jurídicas são classificadas desta forma em razão da esfera do Poder Público de que emanam, pois todo território de um Estado acha-se sob a proteção e garantia e um sistema de Direito. Assim, as normas jurídicas são federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e pelos Municípios.
 Critério do Conteúdo - direito público, direito privado e direito social: 
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando falamos sobre as divisões do Direito. Contudo, é bom ressaltar que a teoria que prevalece atualmente para a distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica.
 Normas de Direito Privado: regulam o vínculo entre particulares => Plano de igualdade => Relação jurídica de coordenação Ex.: As normas que regulam os contratos. 
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, quando investido de seu imperium, impondo a sua vontade => Relação jurídica de subordinação. Ex.: As normas de Direito Administrativo.
 Normas de Direito Misto: Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado. Ex.: Normas de Direito Família
Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas) e proibitivas Imperativas - ordenam, impõem.
 Normas impositivas (ou cogentes) Proibitivas - vedam, proibem. 
Interpretativas - esclarecem a vontade do indivíduo manifestada de forma duvidosa. 
Normas dispositivas (supletivas ou permissivas)
 Integrativas - preenchem lacunas deixadas por ocasião da manifestação da vontade. 
Critério da Sanção - normas perfeitas, mais que perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas
 Normas perfeitas - estabelecem a sanção na exata proporção do ato praticado. Invalidam quaisquer atos quando resultantes de transgressões a dispositivos legais. 
Normas mais que perfeitas - estabelecem sanções em proporções maiores do que os atos praticados mediante transgressão de
normas jurídicas. A sanção é mais intensa do que a transgressão. 
Normas menos que perfeitas - não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. 
Normas imperfeitas - Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. 
 Validade das Normas Jurídicas. 
Um contrato, no qual uma das partes é incapaz, é válido? Não, porque lhe falta um dos elementos. Vemos assim que válido é aquilo que é feito com todos os seus elementos essenciais. Por elementos essenciais entendem-se aqueles requisitos que constituem a própria essência ou substância da coisa, sem os quais ela não existiria; é parte do todo. Para que o ato ou negócio sejam válidos, terão que estar revestidos de todos os seus elementos essenciais. Faltando um deles, o negócio é inválido, nulo não alcançando os seus objetivos. Podemos dizer que a validade decorre, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais. Uma norma jurídica, para que seja obrigatória, não deve estar apenas estruturada logicamente segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é indispensável que apresente certos requisitos de validade.
 Na lição de Miguel Reale, a validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos:
 1) técnico-formal = vigência
 2) social = eficácia 
3) ético = fundamento a) Validade formal - vigência Vigência vem a ser "a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração" 
 Desta forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais exigidos:
 1) emanada de órgão competente
2) com obediência aos trâmites legais
 3) e cuja matéria seja da competência do órgão elaborador
Validade formal – vigência
 Vigência vem a ser "a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração" (Miguel Reale). 
Desta forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais exigidos:
 1) emanada de órgão competente,
 2) com obediência aos trâmites legais,
 3) e cuja matéria seja da competência do órgão elaborador
Validade Social ou Eficácia
Sob o prisma técnico-formal, uma norma jurídica pode ter validade e vigência, ainda que seu conteúdo não seja cumprido; mesmo descumprida, ela vale formalmente. Porém, o Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Assim, a regra do Direito deve ser não só formalmente válida, mas também socialmente eficaz.
Validade Ética ou Fundamento
Toda a norma jurídica além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento. O fundamento é na verdade o valor ou o fim visado pela norma jurídica. De fato, toda a norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores necessários ao homem e a sociedade. Se ela visa atingir um valor ou afastar um desvalor, ela é um meio de realização desse fim valioso, encontrando nele a sua razão de ser ou o seu fundamento.
 As regras que protegem, por exemplo, as liberdades, são consideradas como tendo fundamento, porque buscam um valor considerado essencial ao ser humano.
CONCLUSÃO
Realmente,é o valor que legitima uma norma Juridica que lhe dá uma legitimidade.
Daí a distinção entre legal ( que possui validade formal) e legitimo( que possui validade ética).
Aplicação Prática Teórica 
A norma jurídica é a célula do ordenamento jurídico (corpo sistematizado de regras de conduta, caracterizadas pela coercitividade e imperatividade). É um imperativo de conduta, que coage os sujeitos a se comportarem da forma por ela esperada e desejada. No referente às normas jurídicas, é correto afirmar que: 
A) em relação a sua forma, as normas jurídicas são cogentes ou dispositivas. 
B) em relação a sua obrigatoriedade são rígidas e elásticas. 
C) as normas supletivas são espécie de normas dispositivas. 
D) as normas do CDC são consideradas normas gerais. 
E) em relação à sanção pelo seu descumprimento, as chamadas normas mais que-perfeitas são aquelas que punem exemplarmente os seus infratores.
	
AULA 6
TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
1. O Ordenamento Jurídico e seus elementos constitutivos
Em geral, um sistema é um conjunto com estruturas e organização determinados, com características básicas, tais como:
Pluralidade de elementos: todo sistema tem como pressuposto a existência de mais de um elemento. Sendo um elemento não há que falar de sistema.
Interação entre os elementos: Para que exista um sistema, não basta a existência de diferentes elementos, é indispensável que exista uma correlação entre eles, para que se integrem de algum modo.
Harmonia entre os elementos: Além de se relacionarem, os elementos de um sistema devem fazê-lo de modo harmônico. O atrito entre os componentes do sistema compromete a sua própria estabilidade, podendo levar até ao seu perecimento.
Sistema Jurídico= Ordenamento Jurídico
O Ordenamento Jurídico é formado por diversas normas, que vigoram em um mesmo Estado, com interdependência entre elas, sendo que uma serve de fundamento de validade para outra.
Sistema Estático: ordem moral não relacional. A norma é validada, se justa ou de acordo com a concepção de Direito natural.
Sistema Dinâmico: A validade da norma é determinada por critérios formais, não pelo seu conteúdo e sim pelo grau de autoridade de quem a elabora.
MODELO DO SISTEMA JURÍDICO NA ATUALIDADE
Dentro da ótica culturalista ,que predomina no pensamento jurídico contemporâneo, pode-se dizer que a visão sistemática do ordenamento jurídico se apresenta com uma estrutura dinâmica no que tange à hierarquização normativa e à interdependência entre as normas, com traços estáticos.
 O Ordenamento Jurídico à luz da Constituição brasileira
O Direito objetivo/positivo, como conjunto de normas jurídicas constitui no seu todo um sistema global que se denomina ordenamento jurídico. De fato, o Direito se apresenta concretamente, em qualquer país, sobre a estrutura de um ordenamento: as normas jurídicas não existem isoladas, não atuam deforma solitária, porém se correlacionam e se implicam, formando um todo uniforme e harmônico.
Normas, regras e princípios.
 Conceitos e distinções 
O professor Canotilho (2000, p. 1123), fornece-nos a explicitação da ideia de que o sistema jurídico deve ser visto como um sistema normativo aberto de regras e princípios:
 (1) é um sistema jurídico porque é um sistema dinâmico de normas;
 (2) é um sistema aberto porque tem uma estrutura dialógica {Caliess} traduzida na disponibilidade e capacidade de aprendizagem das normas constitucionais para captarem a mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da ?verdade? e da ?justiça?;
 (3) é um sistema normativo, porque a estruturação das expectativas referentes a valores, programas, funções e pessoas, é feita através de normas;
 (4) é um sistema de regras e de princípios, pois as normas do sistema tanto podem revelar-se sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras. Por sua vez, Dworkin (1982, p. 90) mostra que, nos chamados casos-limites ou hard cases, quando os juristas debatem e decidem em termos de direitos e obrigações jurídicas, eles utilizam standards que não funcionam como regras, mas, trabalham com princípios, política e outros gêneros de standards. Princípios (principles) são, segundo este autor, exigências de justiça, de equidade ou de qualquer outra dimensão da moral, e que junto com as regras compõem o sistema jurídico. Assim, ao afirmar que os juristas empregam, em determinados casos, princípios e não regras o autor reconhece serem duas espécies de distintas do gênero norma, habitando o sistema jurídico, cuja diferença, trataremos de esboçar adiante.
O prof.
Luiz Flávio Gomes , a partir do pressuposto pelo qual o Direito se expressa por meio de normas, assim se manifesta: As normas se exprimem por meio de regras ou princípios. As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin).
Principio= COLIDEM (bate de frente)
Regras= CONFLITAM (apostam corrida)
 Quando duas regras colidem, fala-se em "conflito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc.. 
Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como "mandados de otimização" que são (Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente dois ou mais deles). A diferença marcante entre as regras e os princípios, portanto, reside no seguinte: a regra cuida de casos concretos. Exemplo: o inquérito policial destina-se a apurar a infração penal e sua autoria? CPP, art. 4º. Os princípios norteiam uma multiplicidade de situações. O princípio da presunção de inocência, por exemplo, cuida da forma de tratamento do acusado bem como de uma série de regras probatórias (o ônus da prova cabe a quem faz a alegação, a responsabilidade do acusado só pode ser comprovada constitucional, legal e judicialmente etc.). Os princípios desempenham funções estratégicas, a saber: fundamentadora, interpretativa e supletiva ou integradora: por força da função fundamentadora dos princípios, é certo que outras normas jurídicas neles encontram o seu fundamento de validade. O artigo 261 do CPP (que assegura a necessidade de defensor ao acusado) tem por fundamento os princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório, da igualdade etc.. Os princípios, ademais, não só orientam a interpretação de todo o ordenamento jurídico, senão também cumprem o papel de suprir eventual lacuna do sistema (função supletiva ou integradora). No momento da decisão o juiz pode valer-se da interpretação extensiva, da aplicação analógica bem como do suplemento dos princípios gerais de direito (CPP, art. 3º). Considerando-se que a lei processual penal admite "interpretação extensiva, aplicação analógica bem como o suplemento dos princípios gerais de direito" (CPP, art. 3º), não havendo regra específica regente do caso torna-se possível solucioná-lo só com a invocação de um princípio.
A Hierarquia normativa
As normas de Direito encontram sempre seu fundamento em outras normas Jurídicas. As normas inferiores encontram seu fundamento de validade em outras normas de escalão superior.
Desde a norma mais simples até a própria Constituição ocorre o fenômeno da ‘’Pirâmide Jurídica’’. Representa-se esta estrutura hierárquica de um ordenamento por meio de uma pirâmide. O vértice é ocupado pela norma fundamental e a base pelos atos executivos.
Veja uma das mais citadas concepções de hierarquia das normas do ordenamento jurídico brasileiro:
 1 . Normas constitucionais: ocupam o grau mais elevado da hierarquia das normas jurídicas. Todas as demais devem subordinar-se às normas presentes na Constituição Federal, isto é, não podem contrariar os preceitos constitucionais. Quando contrariam, costuma-se dizer que a norma inferior é inconstitucional.
 2. Normas complementares: são as leis que complementam o texto constitucional. A lei complementar deve estar devidamente prevista na Constituição. Isso quer dizer que a Constituição declara, expressamente, que tal ou qual matéria será regulada por lei complementar.
 3. Normas ordinárias: são as normas elaboradas pelo Poder Legislativo em sua função típica de legislar. Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Tributário etc.
 4. Normas regulamentares: são os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas em desenvolvimento da lei. Exemplo: decretos e portarias.
 5. Normas individuais: são as normas que representam a aplicação concreta das demais normas do Direito à conduta social das pessoas. Exemplo: sentenças, contratos etc.
Aplicação Prática Teórica 
EXERCÍCIO DO ROTEIRO DE ESTUDOS
 Um postulado fundamental à teoria do ordenamento jurídico propõe que o direito seja considerado como um conjunto que forma entidade distinta dos elementos que o compõem, em razão de sua unidade, coerência e completude. Com base nessa ordem de ideias, assinale a opção correta. 
A) A ideia de que o direito se organiza em um ordenamento jurídico e tem uma norma fundamental remonta à época justiniana do direito romano, que, no corpus juris civilis, propôs um sistema completo de direito formado pelas Constituitiones, Digesto, Institutas e Codex. 
B) É essencial, para que o direito seja coerente e completo, que suas normas decorram de uma única fonte ou origem primária, capaz de solucionar definitivamente questões sobre a identificação de todas as normas jurídicas, não havendo qualquer lacuna.
 C) A unidade é uma característica exclusiva do positivismo jurídico, já que este propõe uma igualdade mínima quanto ao conteúdo substancial das normas, por compartilharem valores que assim as unificam como sistema onde todas tem o mesmo peso. 
D) A norma fundamental é a fonte comum da validade de todas as normas pertencentes a uma e mesma ordem normativa, o seu fundamento de validade comum. O fato de uma norma pertencer a uma determinada ordem normativa baseia-se em que o seu último fundamento de validade é a norma fundamental desta ordem. 
E) O ordenamento jurídico é completo porque, ainda que se verifiquem lacunas normativas, ele oferece um conjunto de fontes primárias e secundárias de direito capazes de produzir novas normas necessárias para preenchê-las, sem necessidade de participação do legislador
Aula 7
TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA
RELAÇÃO JURÍDICA
 
Afirma-se que o estudo das relações jurídicas teve início a partir dos trabalhos formulados por Savigny, no Sec XIX ,que definu a relação jurídica como um vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada
As relações jurídicas são as ligadas às normas jurídicas, onde a relação jurídica é um vínculo que une duas ou mais pessoas, cuja relação se estabelece por fato jurídico, cuja amplitude relacional é regulada por normas jurídicas, que operam e permitem uma série de efeitos.
Conteúdo da Relação Jurídica.
É o poder conferido ao titular do Direito subjetivo. Os homens, ao estabelecerem uma relação jurídica, criam entre si direitos e obrigações. Tais direitos e obrigações compõem o conteúdo da relação jurídica.
Ex. Em uma compra e venda, o conteúdo da relação jurídica é a obrigação da entrega do objeto e o poder de exigir o preço, por um lado, e o dever do pagamento do preço e direito de exigir a entrega da coisa, de outro.
 Ex. Em um contrato de locação, o conteúdo seria os direitos e obrigações do locador (o poder de exigir o preço e o dever da entrega da coisa para o uso manso e pacífico do locatário) e do locatário (o poder de exigir a entrega da coisa para seu uso e fruição sem ser perturbado e o dever de pagar o preço), sintetizado na expressão "locação".
Elementos da relação Jurídica.
 Sujeito Ativo - Titular do Direito 
Sujeito Passivo - responsável pelo cumprimento da obrigação.
Objeto –
 Objeto da relação jurídica é o próprio objeto do direito subjetivo, são as coisas ou utilidades sobre que incide o interesse legítimo do sujeito ativo a que se refere o dever do sujeito passivo. 
Pode ser uma coisa (um imóvel, um carro, etc..), como pode ser uma pessoa (um moral etc..), podendo ainda constituir-se numa prestação.
Fato jurígeno- É um fato a que a lei atribui um especial efeito (fato gerador ou fato jurídico). Os fatos jurígenos são os fatos que dão origem
À constituição duma relação jurídica (fatos constitutivos),
À modificação duma relação jurídica (fatos modificativos) 
À extinção de uma relação jurídica (fatos extintivos).
Garantia 
O direito caracteriza-se pela coercibilidade que acompanha os seus preceitos. À infração dos deveres que as normas jurídicas impõem, segue-se um procedimento sancionatório, a aplicação de sanções jurídicas. 
A sanção em matéria de direito privado não atua geralmente por iniciativa direta do Estado, mas a solicitação dos titulares dos correspondentes direitos subjetivos.
E toma sobretudo a forma de uma reparação, da garantia de obter coativamente à realização do interesse reconhecido por lei, ou indenização equivalente. 
Vínculo - Ele surge com a ocorrência do Fato gerador, que funciona como iniciador da relação jurídica. Desta forma, a relação jurídica colocada na lei abstratamente, materializa-se com a ocorrência do fato jurídico (fato gerador), ligando os sujeitos em torno de um objeto e respaldando (garantia) o direito subjetivo como uma garantia para a efetivação daquele dever jurídico descrito na Lei. 
Ex. Na batida entre dois veículos o título legitimador é a lei, em razão do ato ilícito praticado (art. 186 e 927 NCC).
- Espécies de Relações Jurídicas 
Abstratas: São aquelas em que não se individualizam os titulares dos direitos e obrigações. São relações jurídicas tal como colocadas na lei. OBSERVAÇÃO: antes do fato ocorrer é abstrato. É o que está na lei. Quando ocorre, o fato se concretiza.
Concretas: Os sujeitos são individualizados. Relação jurídica existente na realidade, entre pessoas determinadas, sobre um objeto determinado, e procedendo a um fato jurídico determinado. 
Ex: A bateu no carro de B. Sua conduta amoldou-se à regra do art.186 CC, uma vez que causou prejuízo a outrem. Agora, está ele obrigado a reparar o dano a B.
A LEI APLICADA AO CASO CONCRETO. É O ABSTRATO TORNANDO-SE CONCRETO PELA OCORRÊNCIA DE UM FATO.
Simples – quando os direitos são conferidos a uma das partes e somente deveres a outra parte. 
Exemplo: no testamento o sujeito ativo é aquele que faz o testamento e o passivo é o testamento (aquele que vai abrir o testamento e dizer quem é o beneficiário, e pode ser herdeiro- depende do tipo de testamento).
Complexas – são aquelas em que os direitos e as obrigações recaem sobre ambos os sujeitos das relações.
Exemplo: o contrato de compra e venda é uma relação jurídica, mas não dá para saber quem é a pessoa ativa e quem é a passiva, pois todos os dois são possuem direitos e obrigações. Só poderá ser realmente definido quando existir algum problema no contrato, como uma das partes não cumprir uma cláusula.
Principais - quando é autônoma. Não dependem de nenhuma outra relação jurídica para sobreviver.
Acessórias - quando depende de uma outra relação jurídica, não tem autononomia. 
Absolutas - quando vinculam aos seus efeitos todas e quaisquer pessoas e não apenas as pessoas diretamente envolvidas; operam erga omnes (para com todos). Compreendem as relações de direitos personalíssimos e as de direitos reais. Relativas - quando vinculam aos seus efeitos apenas as pessoas diretamente envolvidas. Somente envolvem as partes relacionadas entre si. São também chamadas: relações pessoais. 
Reais - quando os seus efeitos incidem sobre bens. Existindo um poder de utilização direta das coisas. 
Obrigacionais - quando visa prestações específicas e geralmente economicamente apreciáveis. Aqui o objeto denomina-se prestação o que pode ser um dar, um fazer ou um não fazer. 
Públicas - aquela em que participa o Estado com predomínio de seu interesse ou com poder de autoridade.
 Privadas - quando as pessoas, inclusive o Estado, participam em condições de igualdade.
Abstratas - São aquelas onde não se individualizam os titulares dos direitos e obrigações. São as relações jurídicas tal como colocadas na lei. Obs: *antes do fato ocorrer é abstrato. É o que está na lei. Quando ocorre o fato se concretiza. 
 Relações Jurídicas Públicas - Onde o estado sempre atua em posição de superioridade. Ex: os contratos administrativos onde o Estado goza de certos privilégios frente ao particular. *em uma concessão tipo prefeitura c/particular, o Estado tem privilégios. Como, p.ex., poder rescindir o contrato sem nenhuma pena. O interesse público supera o particular. *Ex: empresa de ônibus. *em caso de ações o Estado tem prazos maiores. *jus imperium- direito de império. 
Relações Jurídicas Privadas - As partes se encontram em posição de igualdade. *só entre particulares. Ex: compra e venda. 
Relações Jurídicas Pessoais - Vinculam o titular do direito a um número determinado de pessoas. 
Relações Jurídicas Obrigacionais- Vinculam pessoas determinadas, sabendo-se quem são os sujeitos da relação[1]. A relação obrigacional é composta por três elementos fundamentais:
 a) subjetivo ou pessoal: -sujeito ativo (credor) -sujeito passivo (devedor)
b) objetivo ou material: a prestação 
c) ideal, imaterial ou espiritual: o vínculo jurídico. 
Relações Jurídicas Reais – Vinculam o titular do direito a um número indeterminado de pessoas. Uma parte da relação é determinada e a outra indeterminada. 
Titular do Direito Real ------------relação jurídica real------------ Bem/Coisa *direitos reais- ligado a bens materiais. 
Relação Jurídica Absoluta - São aquelas que vinculam aos seus efeitos todas e quaisquer pessoas e não apenas as pessoas diretamente envolvidas (operam erga omnes).
 Ex: direitos personalíssimos e direitos reais (uso, habitação, propriedade). *direitos personalíssimos- honra, liberdade. Ex: se eu mudo meu nome vale p/todos, todos terão que aceitar meu novo nome não apenas eu. 
Relações Jurídicas Relativas - quando dizem respeito e vinculam aos seus efeitos apenas as pessoas diretamente envolvidas. As pessoas estranhas à relação não são abrangidas. São também chamadas relações pessoais e obrigacionais. (inter partes)
 Ex: direito de família, relações contratuais, relações sucessórias. *direito de família, sucessão- pessoal. Obrigacional seria a contratual. *pode ser só uma relação ou até as duas. Ex: em uma separação posso ter relação pessoal ou obrigacional c/relação aos alimentos. Posso pedir ou não, mas se pedir passo a ser obrigado a dar.
 Relações Jurídicas de Direito Material 
Relações Jurídicas Civis - Estabelecem-se entre pessoas consideradas em pé de igualdade. São as relativa à pessoa em si mesma ou no seio da família, bem como as decorrentes da sucessão mortis causa (casamento, nascimento, óbito, inventário, adoção etc), além daquelas estabelecidas entre particulares de caráter patrimonial (contratos, propriedade etc) art. 1533 CC- Casamento, Contrato 481 CC. 
Relação Jurídica Penal - É aquela onde o Estado (titular do direito de punir) trava contra o autor de uma conduta definida como crime na Lei. 
Relação Jurídica Processual - Havida entre o Estado e as partes envolvidas no processo, na qual são exigidos comportamentos atinentes ao bom andamento do processo, visando a uma decisão sobre um direito material questionado. 
Relação Jurídica Tributária - Estabelece-se entre o estado e o particular, com a finalidade de criar e cobrar tributos, visando prover recursos que se voltarão para benefício de toda sociedade.
 Aplicação Prática Teórica
 ATIVIDADE DE CAMPO 
As relações jurídicas são aquelas ligadas às normas jurídicas, onde a relação jurídica é um vínculo que une duas ou mais pessoas, cuja relação se estabelece por fato jurídico, cuja amplitude relacional é regulada por normas jurídicas, que operam e permitem uma série de efeitos. Tendo em conta esse conceito de relação jurídica, considere o caso concreto a seguir exposto: Virgínia Ambiciosa, administradora hospitalar e sócia da Clinica Por Aqui se Chega ao Paraíso LTDA., com o objetivo de reduzir a folha de pagamento, e com isso auferir maior lucro, promove a dispensa de uma técnica em enfermagem com dez anos de experiência e, em seu lugar, admite uma auxiliar, recém formada e sem nenhuma experiência. Após um mês de trabalho contínuo a auxiliar se equivoca e aplica, em um paciente, uma injeção letal. A família da vítima
revoltada com o ocorrido resolve mover uma ação de perdas e danos morais. 
Agora responda ao que se pede, sob orientação de seu(a) professor(a), e fundamentado doutrinariamente: A partir da Identificação das relações jurídicas existentes no caso narrado, classifique-as em relação aos sujeitos, ao objeto e ao quanto ao efeito jurídico.
 a) 1º Relação Clínica e o paciente: trata-se de relação jurídica de natureza civil, privada, material e contratual, porque a paciente contratou os serviços da clínica.
b) 2ª Relação: Clínica e auxiliar de enfermagem: trata-se de relação civil privada, em razão da existência de contrato de trabalho estabelecido entre aquelas.
 c) 3ª Relação: auxiliar de enfermagem e o Estado: trata-se de relação jurídica pública, tendo em vista que o estado poderá responsabilizar criminalmente a auxiliar de enfermagem pela morte da paciente.
AULA 8
DIREITOS E DEVERES NAS RELAÇÕES JURÍDICAS
Posições Jurídicas dos Indivíduos 
É a situação jurídica do sujeito em uma relação, por força da qual é chamado a agir na esfera jurídica do outro. A Posição Jurídica é acidental, exterior e temporal. 
Situação subjetiva :
 É a possibilidade de ser, pretender ou fazer algo, de maneira garantida, nos limites atributivos da regra de direito.
DIREITO SUBJETIVO, OBJETIVO E POTESTATIVO.
DIREITO SUBJETIVO
 É o poder de exigir determinada conduta de alguém, que, por lei, ato ou negócio jurídico, está obrigado a observá-la, não se confundindo com as posições jurídicas que os indivíduos ocupam.
O Direito subjetivo pode ser analisado sob dois aspectos:
- Como poder da vontade
 -Como interesse protegido.
A fim de conciliar as duas correntes, Pietro Perlingieri (2007) afirma que o direito subjetivo é o poder reconhecido pelo ordenamento jurídico a um sujeito para a realização de um interesse do próprio sujeito.
DIREITO POTESTATIVO 
O Direito potestativo representa uma situação subjetiva em que o titular do Direito subjetivo pode unilateralmente constituir, modificar ou extinguir uma situação subjetiva, interferindo diretamente na esfera jurídica de outro sujeito que a esse poder formativo não poderá se opor.
É o caso de, por exemplo:
-Aceitação de herança
-Divórcio
-Renúncia no contrato de mandato
-Comunhão forçada de muro
-Direito do sócio de retirar-se da sociedade por ações.
DIREITO POTESTATIVO ( Discricionário ou poder formativo)
É o poder de praticar certo ato em conformidade com o direito que vai resultar certos efeitos na esfera jurídica de outras pessoas, cabendo a ela somente a possibilidade de sujeitar-se ao interesse do titular independente de sua vontade.
CONSTITUTIVOS.
MODIFICATIVOS.
EXTINTIVOS.
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS
-Quanto ao Sujeito ativo
Direitos próprios aos indivíduos:
São aqueles que decorrem da própria natureza humana como as liberdades individuais, os direitos sociais.
Direitos Próprios às instituições:
São aqueles exclusivos de órgãos estatais como o poder de legislar, o poder de julgar, o poder de polícia.
Direitos comuns a indivíduos e instituições:
São aqueles que podem ter como titular tanto pessoas jurídicas, como por exemplo os direitos reais, os direito de personalidade, os direitos de crédito, os direitos autorais.
-Quanto ao Objeto
Direitos de personalidade: São aqueles que tem por objetivo a pessoa na sua mais ampla concepção, conforme previstos no art. 11 e ss.,(direito ao nome,à honra, à imagem).
Direitos reais: São os direitos sobre as coisas, sejam elas materiais (corpóreas) ou imateriais (incorpóreas) conforme previstos no art.1.228 e ss.,CC (posse, propriedade, uso).
Direitos obrigacionais: São os direitos sobre uma ação ou prestação (dar, fazer ou não fazer),também chamados de direito de crédito ou direitos pessoais, conforme previstos no art.233 e ss.,CC.
-Quanto à finalidade do Direito
Direito-interesse: É aquele que tem por finalidade o benefício ou interesse do próprio titular, como o direito à saúde.
Direito-função: É aquele que tem por finalidade o benefício ou interesse de outras pessoas, como os deveres dos pais em relação aos filhos.
-Quanto à valoração econômica do sujeito
Direitos patrimoniais: São os que possuem valoração material, ou seja são passíveis de aferição econômica como direitos obrigacionais e reais. São por exemplo, os direitos reais (propriedade, posse, uso) e direitos obrigacionais (direito de crédito). São direitos alienáveis e transmissíveis (em regra) e transmitem-se aos herdeiros do titular.
Direitos não patrimoniais: São os que não podem ser aferidos economicamente, uma vez que possuem natureza moral como os direitos personalíssimos (ou inatos) e os direitos familiais. São direitos conhecidos como personalíssimos: (nome, integridade corporal), pessoais: ( deveres decorrente do casamento e da filiação) e subjetivos públicos( saúde, educação, moradia). São direitos inalienáveis e intransmissíveis e extinguem-se com a morte de seu titular.
Quanto à transmissibilidade 
Direitos transmissíveis: São os direitos subjetivos que admitem que seu titular o transmita a outrem para que essa pessoa passe a exercer a titularidade como os direitos reais. A transmissibilidade pode ocorrer por ato inter vivos ou causa mortis.
Direitos intransmissíveis: São direitos que só podem ser exercidos pelo seu titular, como os dieitos personalíssimos. Exemplo: nome, honra, vida.
Quanto à reciprocidade considerada
Direitos principais: São os direitos subjetivos independentes, ou seja, sua existência e seu exercício, não dependem do exercício de nenhum outro direito. Exemplos: direito de propriedade, poder familiar, direito a alimentos.
Direitos acessórios: São os direitos subjetivos que dependem, para sua existência e exercício de outros direitos. Exemplo: o direito a exigir os juros em contratos de mútuo, a fiança, a cláusula penal, o pacto antenupcial.
DEVER JURÍDICO
É um ônus ou encargo imposto a quem faz parte de uma relação jurídica na qualidade de sujeito passivo.
É o dever de cumprir conduta determinada pelo exercício ( limitado) de um direito subjetivo( seja ele de natureza pessoal ou real); é, portanto, a conduta exigível do sujeito passivo fundada em normas vigentes.
Exemplo: o comprador de um bem tem o dever de pagar o preço acertado; o locador o dever de pagar o aluguel; os cônjuges o dever de fidelidade recíproca.
O dever jurídico pode se apresentar sob as mais diversas espécies:
Dever jurídico contratual e extracontratual (ou aquiliano): O dever jurídico contratual tem por fonte um contrato, o extracontratual tem por fonte a lei (por isso também denominado dever legal).
Dever jurídico positivo e negativo: O dever positivo impõe ao sujeito passivo da relação jurídica uma ação ( dar e fazer) e o negativo uma abstenção ou omissão (não fazer).
Dever jurídico permanente e transitório (ou instantâneo): É permanente o dever jurídico cuja a obrigação não se esgota com o cumprimento da prestação. (exemplo: deveres jurídicos penais). O dever jurídico transitório é aquele que se extingue após o cumprimento da prestação ( exemplo: pagamento de uma dívida).
SUJEIÇÃO
- Entende-se a ação de sujeitar ou de se sujeitar alguma coisa ou pessoa ao domínio ou dependência de outra coisa ou pessoa. Assim como o dever jurídico é uma consequência do direito subjetivo, a sujeição é do direito potestativo.
ÔNUS
Deve discricionariamente o sujeito passivo comportar-se de determinada maneira para realizar interesse próprio e não de interesse de outrem.
O ônus deve ser compreendido como uma situação instrumental para alcançar um resultado útil o interesse do titular (sujeito passivo).
Exemplo: registrar o contrato ou pacto antenupcial no Registro de Títulos e Documentos; realizar um inventário.
RELAÇÃO ENTRE DIREITO SUBJETIVO E DIREITO ADQUIRIDO
Direito adquirido é o direito ( material ou imaterial) que integra o patrimônio jurídico de uma pessoa( art. 6., 2., LINDB), ou seja, a aquisição de um direito decorre da vinculação de seu titular a um direito por um fato determinado em lei já realizado.
Vale lembrar que Direito adquirido não pode ser confundido
com expectativa de direito.
O direito adquirido configura uma situação jurídica já resguardada pelo ordenamento, porque já ingressou no patrimônio de seu titular.
Já a expectativa de Direito é apenas uma potencialidade ( direito em formação, in fieri), ou seja, a aquisição do Direito depende do implemento de um evento futuro e incerto ( denominado condição).
EXERCÍCIO DO ROTEIRO DE ESTUDOS
1. Considerando a teoria do Direito Civil acerca das locuções "direito objetivo" e "direito subjetivo", assinale a alternativa incorreta:
A) O direito subjetivo associa-se à noção de "facultas agendi".
B) Visto como um conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula, temos o "direito subjetivo".
C) Direito subjetivo é a prerrogativa de invocação da norma jurídica, pelo titular, na defesa do seu interesse.
D) Visto sob o ângulo subjetivo, o direito é o interesse juridicamente tutelado (Ihering).
E) 0 direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta humana certa direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e comina sanções pelo comportamento diverso dessa descrição
2. (DPU 2010) No que diz respeito às vítimas do abuso de poder (direito) e da criminalidade e ao uso da força e de armas de fogo pelos Estados, julgue os itens que se seguem.
Consideram-se vítimas de abuso de poder as pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido prejuízos, nomeadamente atentado à integridade física ou mental, sofrimento de ordem moral, perda material ou grave atentado aos seus direitos fundamentais, como consequência de atos ou de omissões que, embora não constituam ainda violação da legislação penal nacional, representam violações das normas internacionalmente reconhecidas em matéria de direitos humanos.
( x) Certo
( ) Errado

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