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Microbiologia 3 - VÍRUS

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MICROBIOLOGIA 
VÍRUS 
Resumo da Aula 
 
ENTENDENDO O VÍRUS 
 
Vírus é ser vivo? Parte da comunidade científica diz que NÃO, porque é o único 
ser ACELULAR existente na face da Terra, ou seja, NÃO É FORMADO POR 
CÉLULA. A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou 
toxina É um PARASITA, um OPORTUNISTA, algo que só consegue viver “se 
apossando” de outra forma de vida. 
Vírus conseguem infectar de TODAS AS FORMAS DE VIDA, ou seja, podem 
invadir células animais, vegetais e até mesmo bactérias. 
 
 
 
A ESTRUTURA DO VÍRUS 
 
São seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados 
basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, e que, 
dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos 
(citomegalovírus). 
 
 
 
 
O DESPERTAR E O ATAQUE DO VÍRUS 
 
Um vírus só desperta quando infecta uma estrutura viva (animal, vegetal 
ou bactéria), por isso, tão logo consegue entrar no organismo, inicia seu “plano 
de dominação”. 
Imagine uma guerra, onde os soldados se reúnem para atacar um alvo 
específico, uma determinada base militar, um centro importante para 
conquistar o inimigo. Exatamente assim agem os vírus: formam uma “tropa” 
que marcha em direção ao alvo. 
Esse movimento dos vírus em direção a um órgão ou tecido específico chama-
se TROPISMO. 
 
 
Exemplo: O Vírus do HIV vai direto para as células do sistema imunológico 
(linfócitos), alterando seu funcionamento e reduzindo sua contagem. Da mesma 
forma, o vírus da Hepatite vai direto procurar as células do fígado. 
 
 
 
 
 
 
REPLICAÇÃO DO VÍRUS 
 
Uma vez encontrado o seu alvo, ele inicia o ataque: 
 
1 – CAMUFLAGEM - Aproxima-se de uma célula, pega uma amostra da 
membrana plasmática e cria seu disfarce, uma nova “capa”, chamada de 
ENVELOPE. 
 
2 – INVASÃO E REPLICAÇÃO - Em seguida, disfarçado e já escondido do 
Sistema Imunológico, invade e reprograma o DNA da célula, mudando 
completamente a sua estrutura genética a fim de criar inúmeros “filhotes”. 
Em questão de horas, esta célula “explode”, liberando inúmeros vírus 
replicados, que continuarão a “saga da possessão”. 
 
 
CICLOS VIRAIS 
 
Como foi dito no início desta apostila, os vírus são PARASITAS e 
OPORTUNISTAS. São extremamente rápidos na reprodução e, como se 
envelopam (camuflam), podem ser absolutamente silenciosos – quando menos 
se espera, já “dominaram tudo”. 
Por conta destas características, dividem-se em DOIS CICLOS: LISOGÊNICO E 
LÍTICO. 
 
CICLO LISOGÊNICO - inativo 
 
No ciclo lisogênico, o vírus que invadiu a célula hospedeira agrega seu material 
genético ao genoma da mesma, silenciosamente. A célula continua 
desempenhando todas as suas funções desde o metabolismo até a reprodução. 
Quando a célula hospedeira passa por divisões mitóticas, ela transmite às 
células-filhas não só o seu genoma, como também, o material genético do vírus 
que a infectou. Dessa forma, o vírus “se vale” do processo reprodutivo da célula 
para se multiplicar e contaminar novas células. 
 
É exatamente por causa desse tipo de reprodução que algumas doenças 
demoram tanto tempo para se manifestarem no organismo. AIDS e herpes são 
bons exemplos disso: como a célula continua desempenhando suas funções 
enquanto o vírus está no ciclo lisogênico, o surgimento de qualquer sinal ou 
sintoma da doença se torna dificílimo. 
 
 
CICLO LÍTICO - ativo 
 
No ciclo lítico, o vírus insere o seu material genético no da célula hospedeira, e, 
ao contrário do ciclo Lisogênico, passa a dominar o metabolismo da mesma, 
destruindo-a por final, replicando em milhares de novos vírus prontos para 
reiniciar todo o processo inicial. 
Quando o vírus apresenta ciclo lítico, ele recebe o nome de vírus lítico ou 
virulento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIV e a Transcriptase Reversa 
 
Como já dito anteriormente, os vírus podem ter em seu material genético DNA, 
RNA ou os dois, como é o caso do Citomegalovírus. Quando um vírus entra em 
uma célula saudável, invade e muda o material genético da mesma e depois se 
replica. 
Mas existe um tipo que é extremamente PERVERSO: o RETROVÍRUS, assim 
chamado por conta de uma ação chamada TRANSCRIPTASE REVERSA. 
A transcriptase reversa permite a transcrição da informação no sentido RNA 
para DNA e, posteriormente, nova transcrição em RNA diferente, ficando 
praticamente impossível a identificação para a produção de uma vacina. 
O maior exemplo de um retrovírus é o HIV. 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES 
 
 
 A capacidade de VIRULÊNCIA de um vírus depende do seu material 
genético. 
 Por serem bem menores que a menor das células vivas, só podem ser 
visualizados ao microscópio eletrônico. 
 Os vírus são altamente virulentos e difíceis de tratar, pois sofrem 
mutações rápidas e muito eficazes. 
 Tratar vírus é extremamente difícil. Como não estão vivos, drogas como 
antibióticos não são eficazes. 
 A VACINA é a melhor cura para um vírus, porque produz anticorpos que 
impedem a colonização, ensinando o sistema imunológico a atacar as 
partículas virais. 
 
 
 O HPV (Human Papillomavirus) é um vírus ONCOGÊNICO, ou seja, leva 
ao CÂNCER. Existem mais de 70 tipos de HPV, mas pelo menos 13 são 
considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de 
provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. 
Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão 
presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. 
 A prática do sexo oral tem aumentado consideravelmente os casos de 
câncer por HPV na orofaringe. 
 Câncer na orofaringe causado por HPV deve ser tratado com 
quimioterapia. 
 O vírus só morre quando a célula é destruída. 
 Antibióticos não funcionam com vírus porque eles paralisam e 
bloqueiam as funções das bactérias, que são organismos vivos. Vírus não 
tem funções próprias, logo os antibióticos nada lhes causam. 
 Repouso e muito líquido são essenciais para fortalecer o sistema 
imunológico e combater boa parte de gripes e resfriados. 
 Milhares de pessoas no mundo tem o HIV no corpo, mas não 
desenvolveram a AIDS, pois o vírus está no estado lisogênico. 
 O vírus do Herpes também se comporta de maneira cíclica. Pode ficar no 
estado LISOGÊNICO por anos e um dia, por uma baixa da imunidade ou 
até mesmo excesso de sol, entra no estado LITICO, ou seja, em atividade 
 É possível detectar indícios das enfermidades somente quanto o vírus 
atinge o ciclo lítico, que é a fase em que o vírus se liberta do 
cromossomo, levando à morte da célula hospedeira, também conhecida 
como lise celular. 
 Vírus que infectam bactérias chamam-se BACTERIÓFAGOS. 
 Quando “soltos” na natureza, ficam paralisados, inertes, cristalizados. Mas 
quando se apossam de uma célula... o estrago é rápido e monstruoso. 
 Esta partícula viral fora da célula hospedeira chama-se VÍRION. 
 Existem mais de 12 mil tipo de vírus conhecidos no planeta Terra.

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