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MICROBIOLOGIA VÍRUS Resumo da Aula ENTENDENDO O VÍRUS Vírus é ser vivo? Parte da comunidade científica diz que NÃO, porque é o único ser ACELULAR existente na face da Terra, ou seja, NÃO É FORMADO POR CÉLULA. A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou toxina É um PARASITA, um OPORTUNISTA, algo que só consegue viver “se apossando” de outra forma de vida. Vírus conseguem infectar de TODAS AS FORMAS DE VIDA, ou seja, podem invadir células animais, vegetais e até mesmo bactérias. A ESTRUTURA DO VÍRUS São seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, e que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). O DESPERTAR E O ATAQUE DO VÍRUS Um vírus só desperta quando infecta uma estrutura viva (animal, vegetal ou bactéria), por isso, tão logo consegue entrar no organismo, inicia seu “plano de dominação”. Imagine uma guerra, onde os soldados se reúnem para atacar um alvo específico, uma determinada base militar, um centro importante para conquistar o inimigo. Exatamente assim agem os vírus: formam uma “tropa” que marcha em direção ao alvo. Esse movimento dos vírus em direção a um órgão ou tecido específico chama- se TROPISMO. Exemplo: O Vírus do HIV vai direto para as células do sistema imunológico (linfócitos), alterando seu funcionamento e reduzindo sua contagem. Da mesma forma, o vírus da Hepatite vai direto procurar as células do fígado. REPLICAÇÃO DO VÍRUS Uma vez encontrado o seu alvo, ele inicia o ataque: 1 – CAMUFLAGEM - Aproxima-se de uma célula, pega uma amostra da membrana plasmática e cria seu disfarce, uma nova “capa”, chamada de ENVELOPE. 2 – INVASÃO E REPLICAÇÃO - Em seguida, disfarçado e já escondido do Sistema Imunológico, invade e reprograma o DNA da célula, mudando completamente a sua estrutura genética a fim de criar inúmeros “filhotes”. Em questão de horas, esta célula “explode”, liberando inúmeros vírus replicados, que continuarão a “saga da possessão”. CICLOS VIRAIS Como foi dito no início desta apostila, os vírus são PARASITAS e OPORTUNISTAS. São extremamente rápidos na reprodução e, como se envelopam (camuflam), podem ser absolutamente silenciosos – quando menos se espera, já “dominaram tudo”. Por conta destas características, dividem-se em DOIS CICLOS: LISOGÊNICO E LÍTICO. CICLO LISOGÊNICO - inativo No ciclo lisogênico, o vírus que invadiu a célula hospedeira agrega seu material genético ao genoma da mesma, silenciosamente. A célula continua desempenhando todas as suas funções desde o metabolismo até a reprodução. Quando a célula hospedeira passa por divisões mitóticas, ela transmite às células-filhas não só o seu genoma, como também, o material genético do vírus que a infectou. Dessa forma, o vírus “se vale” do processo reprodutivo da célula para se multiplicar e contaminar novas células. É exatamente por causa desse tipo de reprodução que algumas doenças demoram tanto tempo para se manifestarem no organismo. AIDS e herpes são bons exemplos disso: como a célula continua desempenhando suas funções enquanto o vírus está no ciclo lisogênico, o surgimento de qualquer sinal ou sintoma da doença se torna dificílimo. CICLO LÍTICO - ativo No ciclo lítico, o vírus insere o seu material genético no da célula hospedeira, e, ao contrário do ciclo Lisogênico, passa a dominar o metabolismo da mesma, destruindo-a por final, replicando em milhares de novos vírus prontos para reiniciar todo o processo inicial. Quando o vírus apresenta ciclo lítico, ele recebe o nome de vírus lítico ou virulento. HIV e a Transcriptase Reversa Como já dito anteriormente, os vírus podem ter em seu material genético DNA, RNA ou os dois, como é o caso do Citomegalovírus. Quando um vírus entra em uma célula saudável, invade e muda o material genético da mesma e depois se replica. Mas existe um tipo que é extremamente PERVERSO: o RETROVÍRUS, assim chamado por conta de uma ação chamada TRANSCRIPTASE REVERSA. A transcriptase reversa permite a transcrição da informação no sentido RNA para DNA e, posteriormente, nova transcrição em RNA diferente, ficando praticamente impossível a identificação para a produção de uma vacina. O maior exemplo de um retrovírus é o HIV. INFORMAÇÕES IMPORTANTES A capacidade de VIRULÊNCIA de um vírus depende do seu material genético. Por serem bem menores que a menor das células vivas, só podem ser visualizados ao microscópio eletrônico. Os vírus são altamente virulentos e difíceis de tratar, pois sofrem mutações rápidas e muito eficazes. Tratar vírus é extremamente difícil. Como não estão vivos, drogas como antibióticos não são eficazes. A VACINA é a melhor cura para um vírus, porque produz anticorpos que impedem a colonização, ensinando o sistema imunológico a atacar as partículas virais. O HPV (Human Papillomavirus) é um vírus ONCOGÊNICO, ou seja, leva ao CÂNCER. Existem mais de 70 tipos de HPV, mas pelo menos 13 são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. A prática do sexo oral tem aumentado consideravelmente os casos de câncer por HPV na orofaringe. Câncer na orofaringe causado por HPV deve ser tratado com quimioterapia. O vírus só morre quando a célula é destruída. Antibióticos não funcionam com vírus porque eles paralisam e bloqueiam as funções das bactérias, que são organismos vivos. Vírus não tem funções próprias, logo os antibióticos nada lhes causam. Repouso e muito líquido são essenciais para fortalecer o sistema imunológico e combater boa parte de gripes e resfriados. Milhares de pessoas no mundo tem o HIV no corpo, mas não desenvolveram a AIDS, pois o vírus está no estado lisogênico. O vírus do Herpes também se comporta de maneira cíclica. Pode ficar no estado LISOGÊNICO por anos e um dia, por uma baixa da imunidade ou até mesmo excesso de sol, entra no estado LITICO, ou seja, em atividade É possível detectar indícios das enfermidades somente quanto o vírus atinge o ciclo lítico, que é a fase em que o vírus se liberta do cromossomo, levando à morte da célula hospedeira, também conhecida como lise celular. Vírus que infectam bactérias chamam-se BACTERIÓFAGOS. Quando “soltos” na natureza, ficam paralisados, inertes, cristalizados. Mas quando se apossam de uma célula... o estrago é rápido e monstruoso. Esta partícula viral fora da célula hospedeira chama-se VÍRION. Existem mais de 12 mil tipo de vírus conhecidos no planeta Terra.