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DEMOCRACIA DEMOCRACIA DEMOCRACIA DEMOCRACIA –––– CONCEPÇÕES CLÁSSICAS E CONCEPÇÕES CLÁSSICAS E CONCEPÇÕES CLÁSSICAS E CONCEPÇÕES CLÁSSICAS E CONTEMPORÂNEASCONTEMPORÂNEASCONTEMPORÂNEASCONTEMPORÂNEAS - O que é democraciademocraciademocraciademocracia? - Cotidianamente, no estudo de disciplinas jurídicas, é exigido do intérprete que delimite o sentido e alcance dessa expressão para melhor aplicar a norma ao caso concreto. PREÂMBULO DA CF/88:PREÂMBULO DA CF/88:PREÂMBULO DA CF/88:PREÂMBULO DA CF/88: - PREÂMBULO - Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para INSTITUIRINSTITUIRINSTITUIRINSTITUIR UMUMUMUM ESTADOESTADOESTADOESTADO DEMOCRÁTICODEMOCRÁTICODEMOCRÁTICODEMOCRÁTICO, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. - Art. 1º da CF/88: - Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) - Art. 17 da CF/88: - Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (...) - Art. 23, I da CF/88: - Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: - I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; (...) - Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: - (...) - VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: - a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; - (...) - Seção I - DO MINISTÉRIO PÚBLICO - Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. - Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do REGIME DEMOCRÁTICO e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. - Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do REGIME DEMOCRÁTICO, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. - Em momento algum a Constituição definiu, de forma explícita, o que seria “democracia”, devendo a construção do conceito pelo intérprete recorrer a categorias de outras ciências sociais de modo a aplicar corretamente as normas constitucionais. - Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos no debate, estudaremos três concepções teóricas de democracia: - A) Democracia formal; - B) Democracia substancial ou material; - C) Democracia deliberativa. - OBS: Como veremos, essas classificações não excluem as visões comuns de democracia direta, representativa, semidireta, etc. - A) Democracia formal. - As ideias tradicionais de democracia tendem a uma concepção formal. Ou seja, o governo da maioria. � Para NorbertoNorbertoNorbertoNorberto BobbioBobbioBobbioBobbio, seria a forma de governo na qual o poder é exercido por todo o povo, ou pelo maior número, distinguindo-se da monarquia ou da aristocracia, onde o poder é exercido por um ou por poucos, respectivamente. (BOBBIO, Norberto. Estado Governo e Sociedade. 6ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1997) - KelsenKelsenKelsenKelsen: democráticas são as formas de governo em que as leis são feitas por aqueles aos quais elas se aplicam, autocráticas as formas de governo em que os que fazem as leis são diferentes dos que a que a elas se submetem. Princípio da autodeterminação (KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1990). - De forma bastante sintética, percebe-se que as concepções tradicionais de democracia tendem a considerar legítimo o exercício do poder pela maioria, ou por quem represente a vontade da maioria. - Dentro dessa tradição formal de democracia, fazem sentido as classificações tradicionais de democracia direta, representativa e semidireta/participativa, já discutida. LembrandoLembrandoLembrandoLembrando:::: DemocraciaDemocraciaDemocraciaDemocracia BrasileiraBrasileiraBrasileiraBrasileira atualatualatualatual:::: - Modelo semidireto ou participativo. Misto de democracia direta e democracia representativa. - Art. 14 da CF/88: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.” B)B)B)B) DemocraciaDemocraciaDemocraciaDemocracia substantivasubstantivasubstantivasubstantiva ouououou materialmaterialmaterialmaterial Contudo, entende-se que o modelo formal (“vontade da maioria”) já não é suficiente para tornar legítimo o exercício do poder no Estado contemporâneo.... - Não basta que as decisões políticas reflitam a vontade das maiorias, mas que tais decisões políticas preservem também os direitos das minorias, assim entendidas como grupos de menor expressão política ou vulneráveis socialmente. - Mesmo os autores mais formalistas já começavam a refletir sobre essa concepção. - Kelsen, por exemplo, afirma que mesmo que a minoria não seja vitoriosa politicamente, ela NÃO PODE ser excluída do processo democrático, MESMO PELA VONTADE DAS MAIORIAS. Afinal, se a minoria não foi eliminada pelo procedimento de criação da ordem social, sempre existe a possibilidade da minoria influenciar a vontade da maioria. - Hoje a tradição constitucional brasileira tem construído uma ideia de democracia material ou substancial de forma mais intensa, em especial a partir da atuação dodododo PoderPoderPoderPoder JudiciárioJudiciárioJudiciárioJudiciário. - Isso passa a ser possível em razão do fenômeno da ConstitucionalizaçãoConstitucionalizaçãoConstitucionalizaçãoConstitucionalização dodododo DireitoDireitoDireitoDireito. - “Constitucionalizar um tema” significa, na prática, retirar o tema do alcance da vontade das maiorias eleitas de 4 em 4 anos, na medida em que os três poderes estão submetidos aos limites estabelecidos na Constituição. - Cabendo ao Judiciário dar a última palavra sobre o sentido e alcance das normas constitucionais, a interpretação da Constituição impõe limites à vontade da maioria. - Luís Roberto Barroso menciona que: “A Constituição institui os órgãos do poder constituído e impõe limites de forma e conteúdo à sua atuação. O poder constituinte, como intuitivo, é superior ao poder constituído, assim como a Constituição desfruta de supremacia em relação à legislação ordinária. Os valores permanentes inscritos na Constituição têm primazia sobre as circunstâncias da política ordinária.” (BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. 1ª edição. 4ª Tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 119). - . - Casos interessantes: - A) União estável e casamento homoafetivo; - B) Controle de políticas públicas envolvendo direitos como saúde e educação (art. 6º da CF/88); - C) Interrupção da gestação de fetos anencefálico; - Por fim, discute-se também a ideia de democraciademocraciademocraciademocracia deliberativadeliberativadeliberativadeliberativa. Parteda premissa de que há uma crise de legitimidade na democracia representativa, na medida em que os governados não se identificam ou não se sentem representados pelos governantes. A partir desse problema, as diversas correntes e autores de democracia deliberativa propõem soluções (exemplo: procedimentalistas, substancialistas).
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