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Problema 02 AINES, GLICOCOCORTICÓIDES, DOR E ACUPUNTURA Descrever os anti-inflamatórios não esteroidais • Farmacocinética Absorção: -É rapidamente absorvida após ingestão oral → pico geralmente são atingidas em 2-3h; -A ingestão de alimentos pode retardar a absorção e às vezes ↓ a biodisponibilidade sistêmica; -Antiácidos variavelmente atrasam, mas raramente ↓ a absorção; Distribuição: -A maioria dos AINES esta extensamente ligada à proteínas plasmáticas, geralmente a albumina.; -A ligação às proteínas depende da concentração e saturável em ↑ concentrações; - Condições que alteram a [ ] da proteína plasmática pode resultar em uma fração livre do fármaco com potenciais efeitos tóxicos; - A maioria dos AINES é amplamente distribuída por todo corpo e penetra imediatamente nas articulações artríticas, produzindo concentrações no líquido sinovial; - -A maioria dos AINES atinge concentrações suficientes no SNC para ter um efeito analgésico central; o Celecoxibe: é particularmente lipofílico → acumula na gordura e é facilmente transportado para o SNC. Lumiracoxibe: é mais acido do que outros AINES seletivos para COX-2 → acúmulo em locais de inflamação; Eliminação -A ½ vida plasmática varia consideravelmente entre os AINES; - Ibuprofeno, Diclofenaco e Paracetamol tem eliminação relativamente rápida (1-4h); - Piroxicam tem ½ vida de aproximadamente 50h, que pode aumentar para 75h em idosos. - A biotransformação hepática e excreção renal são as principais vias de eliminação da maioria dos AINES. - Vários AINES ou seus metabolitos são glicuronidados ou conjugados de outro modo → metabólitos glicuronídeos podem hidrolisar de volta formando o fármaco precursor ativo quando o metabolito não é removido eficientemente, devido à insuficiência renal ou competição por excreção renal com outros fármacos. Isso pode prolongar a eliminação dos AINES de maneira significativa. • Farmacodinâmica -O mecanismo de ação principal da maioria dos AINEs é a inibição da COX, que apresenta 3 formas conhecidas: -COX-1: expressa em plaquetas, células endoteliais e na mucosa gastrointestinal. Função manter a homeostase: Viabiliza uma adequada hemostasia primária → formação do tampão plaquetário; - Estimula mecanismos de defesa contra a ação corrosiva do ácido gástrico → produção de muco via estímulo das PGs; -COX-2: possui expressão constitutiva e indutiva: Constitutiva: expressa no cérebro, rim e endotélio vascular, possuindo efeitos homeostáticos → gera mediadores anti-inflamatórios, vasodilatadores e antitrombóticos de ação local, mantendo o epitélio “saudável”; Indutiva: responsável pelo processo inflamatório em si → deve ser o alvo terapêutico da maioria dos AINEs; -COX-3: variante da COX-1 expressa de maneira constitutiva no SNC, com função pouco compreendida. Ação dos AINES • Analgésica: -Citocinas do processo inflamatório (IL-1 e IL-8) induzem a produção de COX (principalmente a COX-2) por meio do aumento da transcrição gênica; - ↑COX promove a síntese de PGE2, que sensibiliza os nociceptores; 3. Os nociceptores são sensibilizados, e o limiar da dor diminui. - Outros componentes relacionados à nocicepção: bradicinina, H+ , serotonina, ATP, substância P, LT. • Antipirética -IL-1β, IL-6, TNFα e interferonas funcionam como pirógenos endógenos. -Citocinas pirogênicas endógenas (principalmente IL-1 e IL-6) e exógenas (p.ex.: LPS) estimulam a produção de PGs pelo endotélio especializado dos vasos sanguíneos do hipotálamo; -As PGs (especialmente a PGE2) cruzam a barreira hematoencefálica e estimulam os centros de termorregulação, produzindo a febre; - IL-6 estimula a maior produção de COS no SNC (especialmente a COX- 3 no centro termorregulador). • Anti-inflamatória a resposta inflamatória é caracterizada por vasodilatação local transitória e aumento da permeabilidade capilar, infiltração de leucócitos e células fagocitárias, degeneração tecidual e fibrose. -Fase aguda:Ocorre vasoconstrição reflexa seguida de vasodilatação local e aumento da permeabilidade do vaso-> aumenta o fluxo sanguíneo-> rubor, edema e calor na região inflamada; -Fase subaguda tardia: ocorre quimiotaxia e infiltração de leucócitos e macrófagos (em resposta ao LTB4) no foco inflamatório; -Fase proliferativa crônica: ocorre necrose e fibrose por incapacidade do organismo de reverter o quadro inflamatório. Trata-se de uma fase indesejada, sendo necessário, portanto, a interferência de um medicamento AINE ainda na fase subaguda para evitar o desenvolvimento desta 3ª fase. Diferença entre seletivos e não seletivos • INIBIDORES NÃO SELETIVOS TRADICIONAIS: -Propriedades anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas combinadas; - A maioria consiste em derivados de ácido carboxílico policíclico; - Com exceção da aspirina, todos os AINE atuam como inibidores competitivos e reversíveis da ciclooxigenase; - Os AINE podem ser divididos em duas classes: De meia-vida curta (10 horas): incluem o naproxeno, os salicilatos, o piroxicam e a fenilbutazona. • CLASSIFICAÇÃO DOS AINES NÃO SELETIVOS: -SALICILATOS: -A aspirina (AAS) e seus derivados; -Farmacodinâmica: ao contrário de outros AINE, a aspirina atua de modo irreversível: A aspirina acetila o resíduo serina do sítio ativo da COX-1 e da COX-2 → COX-1 destrói a atividade de ciclooxigenase da enzima → impede a formação de PGs, TXs e prostaciclinas derivados da COX-1. - Farmacocinética: Absorvidos principalmente no duodeno; Níveis plasmáticos máximos em 1-2h; Absorvido inalterado; Rapidamente hidrolisado → meia vida sérica 15’. - Indicação clínica: a aspirina, em baixas doses, diariamente é utilizada como agente antitrombogênico para profilaxia -Antiplaquetário: quando utilizado em ↓doses → profilaxia e manejo do IAM e AVE pós-evento; -Analgésico: para dor leve e moderada, mas ineficaz na dor visceral → sítio subcortical; - Antipirético: inibição da COX e IL-1 → ↓eficácia e pouco utilizado; - Seu mecanismo de ação varia com a dose: - o 500mg 4x dia → Ação analgésica - o 1000mg, 6x ao dia → ação anti-inflamatória e antitérmica; - o 100 a 200mg dia → antiagretante. • DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO - Representantes: ibuprofeno - Analgésico relativamente potente, utilizado no tratamento da artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite anquilosante, gota e dismenorreia primária; - Posologia: - 400-800 mg - 3 x ao dia - Dose máxima de 2,4 gramas por dia • DERIVADOS DO OXICAM • - Representantes: piroxicam (feldene®); • - Farmacocinética: exerce efeitos adicionais na modulação da função dos neutrófilos, inibindo a colagenase, a proteoglicanase e o surto oxidativo: Possuem meia-vida extremamente longa → administrado uma vez ao dia. • ACETAMINOFENO -- Representantes: paracetamol (Tylenol®); - Farmacocinética: apesar de ser algumas vezes classificado com os AINE, NÃO É TECNICAMENTE UM AINE: embora o exerça efeitos analgésicos e antipiréticos semelhantes aos da aspirina, o efeito anti- inflamatório do acetaminofeno é insignificante, devido à inibição fraca das COX. - É inativado ao ligar-se a moléculas de peróxidos (H2O2) liberadas pelos leucócitos, impedindo ligação com COX-2. - - Indicação clínica: - Principal fármaco no tratamento da dor leve ou moderada e na febre, quando não há necessidade antiinflamatória; - Principal medicamento utilizado para combater febre em caso de suspeita de dengue; Seu uso pode ser valioso em certos pacientes, como as crianças, que correm risco relacionado aos efeitos adversos da aspirina. - Efeitos adversos: a hepatotoxicidade constitui o efeito adverso mais importante: A modificação do acetaminofeno por enzimas hepáticas do citocromo P450 produz uma molécula reativa, que normalmente é destoxificada por conjugação com glutationa; - Uma overdose de acetaminofeno pode sobrepujar as reservas de glutationa, resultando em lesão celular e oxidativa e, nos casos graves, em necrose hepática aguda -Posologia:500-750-1000 mg -4-6 x por dia -Máximo de 4 gramas por dia. • Dipirona -A dipirona possui ação anti-COX periférica, mas seu efeito antitérmico parece ser mediado pela inibição de IL-8, em uma via pirogênica intermediada pelo fator liberador de ACTH e independente das prostaglandinas; - É bastante provável, entretanto, que a dipirona também bloqueie a COX -2 ou 3 na síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central e, notadamente, no hipotálamo, dada a sua extrema eficiência como antitérmico; - - Indicações: Dor leve a moderada e para tratamento da febre. É um fraco anti-inflamatório em doses terapêuticas. - - Efeitos adversos: A dipirona é muito imunogênica -Posologia: 500-1000 mg - Até 4 x ao dia - Máximo de 4 gramas por dia , porém seguro máximo de 2 g por dia de 12 em 12 horas ou de 8 em 8 horas. • INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 - Em comparação com a COX-1, a COX-2 possui um canal hidrofóbico maior através do qual o substrato (AA) penetra no sítio ativo → permite o desenvolvimento de fármacos que atuam preferencialmente sobre a COX-2; - Representantes: são derivados do ácido sulfônico: Inibidores preferencialmente seletivos da COX-2: Meloxicam, Nimesulida; - Inibidores altamente seletivos da COX-2 (“Coxibs”): Celecoxibe ; - Farmacocinética: Possuem propriedades anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas semelhantes aos AINE tradicionais; - NÃO COMPARTILHAM AS AÇÕES ANTIPLAQUETÁRIAS DOS INIBIDORES DA COX-1; - Pouco efeito sobre PG gástrica. - Indicação clínica: Celecoxibe: osteoartrite, artrite reumatoide, dor aguda em adultos e dismenorreia primária. - Efeitos adversos: ↑Risco cardiovascular: pelo aumento da trombogenicidade devido à inibição prolongada da COX-2 vascular no interior das células endoteliais → ↓PGI2 (inibe a agregação plaquetária); Efeitos adversos dos AINES • - TGI: anorexia, dispepsia, dor abdominal e diarreia, podendo estar relacionados com a indução de ulceras gástricas ou intestinais: - Ulcerações podem variar desde pequenas erosões superficiais até perfurações de toda espessura da muscular da mucosa → a perda de sangue pode ser gradual, ocasionando anemia com o tempo, ou aguda ou fatal; • A inibição da COX-1 nas células epiteliais gástricas leva à diminuição de PGs citoprotetoras da mucosa, especialmente PGI2 e a PGE2 → pode tornar o estomago mais suscetível à lesões e ocorrer com administração oral, parenteral ou transdérmica de AAS ou AINES. • ↑PA, eventos adversos renais e renovasculares: os AINES tem pouco efeito sobre a função renal ou sobre a PA. Entretanto, na vigência de ICC, cirrose hepática, doença renal crônica, hipovolemia e outros estados de ativação dos sistemas simpático-adrenal e renina- angiotensina, a formação de PG torna-se crucial: • Hipofluxo renal: a PG que deveria causar vasodilatação da arteríola aferente e manter a TFG constante; o AINES bloqueiam PG → isquemia → IRA; • Reabsorção de Na+ : PG inibe a reabsorção de Cl- → ↓PG → retenção de NaCl; • ↑Retenção de H2O: PG inibe retenção de água pelo ADH → ↓PG → ↑ADH → edema; • ↑PA: supressão dos receptores de PGI2 e PGE2 elevam a PA→ predisposição à trombose; • - Gravidez e lactação: nas horas que antecedem o parto há indução da expressão de COX-2 no miométrio e os níveis de PGE2 e PGF2α ↑ notavelmente durante o trabalho de parto. • AINES causam prolongamento da gestação → usado para interromper trabalho de parto prematuro; • Seu uso associa-se ao fechamento do canal arterial e ao comprometimento da circulação fetal; • AINES e AAS no final da gestação podem ↑ o risco de hemorragia pós- parto • Síndrome de Reye: AAS e outros salicilatos são contraindicados em crianças e adultos jovens com < 20 anos com febre associada à doença viral: É uma doença grave e muitas vezes fatal; • Caracterizada por inicio agudo de encefalopatia, disfunção hepática e infiltração de gordura no fígado e em outras vísceras; • O paracetamol não tem sido implicado na síndrome, sendo o fármaco de escolha para antipirexia. Glicocorticóides • FARMACOCINÉTICA • - ABSORÇÃO: Sua absorção ocorre na parte proximal do jejuno, com pico plasmático 30 a 90 minutos após a ingestão → alimentos podem retardar, mas não diminuem a sua absorção; • Também são absorvidos sistematicamente a partir de locais de administração, como espaços sinoviais, saco conjuntival, pele e o trato respiratório: • Quando a administração é prolongada a absorção pode ser suficiente para produzir efeitos sistêmicos. • Podem ser administrados por via oral, IV, IM, inalada, cutânea etc. - TRANSPORTE / DISTRIBUIÇÃO - ~90% do cortisol no plasma se ligam de modo reversível às proteínas em circunstâncias normais; Apenas a fração não ligada é ativa e pode entrar nas células → apenas a fração livre é biodisponível; - proteínas plasmáticas são responsáveis por quase toda a capacidade de ligação dos esteroides: - CBG – globulina de ligação do cortisol: (transcortina ou α2-globulina de ligação dos glicocorticoides) é secretada pelo fígado que possui ↑ afinidade pelos esteroides. Possui afinidade relativamente ↑ pelo cortisol e alguns de seus congêneres sintéticos e exibe ↓ afinidade pela aldosterona e pelos metabólitos esteroides conjugados com glicuronídeos; - Albumina: também produzida pelo fígado. Exibe ↑ capacidade de ligação (global), porém com ↓ afinidade pelo cortisol -Os corticosteroides competem entre si pelos sítios de ligação na CBG → em concentrações mais elevadas, a capacidade de ligação às proteínas é ultrapassada e uma maior fração de esteroide encontra-se no estado livre. Os GC sintéticos ligam-se à CBG com ↓afinidade (2/ circula ligado à albumina) → maior fração livre → tendência a efeitos adversos com doses menores. - METABOLISMO e EXCREÇÃO -O fígado e os rins constituem os principais locais de metabolismo periférico do cortisol; Metabolismo residual local: é feito pelas isoformas da enzima 11β- hidroxiesteroide-desidrogenase (11βHSD): TIPO I - 11βHSC1: expressa no fígado, tecido adiposo, pulmão, músculo esquelético e liso e vascular, gônadas e SNC; converte cortisona em cortisol; TIPO II - 11βHSC2: expresso nos rins (TCD e ductos coletores). Converte o cortisol em cortisona (inativo) → PREVINE A ATIVIDADE MINERALOCORTICOIDE EXCESSIVA. • Inativação e eliminação: • fígado é responsável pela inativação do cortisol no plasma: o O cortisol é oxidado, hidroxilado e conjugado por meio das reações de biotransformação das fases I e II → mais hidrossolúvel e é excretado pelos rins; • O cortisol é inativado em cortisona, tetra-hidrocortisol e tetra- hidrocortisona e depois é ecretado. Nem a excreção biliar, nem a fecal tem importância quantitativa nos seres humanos. FARMACODINÂNIMA – RECEPTOR E MECANISMO DE AÇÃO • RECEPTOR: o cortisol, em sua forma não ligada, difunde-se através da membrana plasmática para o citosol das célulasalvo, onde o hormônio liga-se a um receptor citosólico. • Existem dois tipos de receptores de glicocorticóides: • Receptores Tipo I (mineralocorticóides): expresso nos órgãos de excreção (rins, cólon, glândulas salivares, glândulas sudoríparas) e no hipocampo → sinônimo de receptor mineralocorticoide; • Receptores Tipo II: possui uma distribuição tecidual mais ampla. • O cortisol, então, liga-se a seu receptor citosólico e forma um complexo hormônio-receptor; • Isso promove 2 vias: a transativação e/ou a transrepressão gênica. - - TRANSATIVAÇÃO: Consiste na ativação do fator de transcrição da anexina (lipocortina), que tem um efeito inibitório na FLA2; • Inibindo a produção de mediadores lipídios, como leucotrienos, prostaglandinas e fator ativador de plaquetas. • - TRANSREPRESSÃO: Os monômeros de moléculas de GC e receptores de GC inibem ativadora 1 (AP-1) e o fator nuclear kB (NF-kB) → ocorre a redução da síntese de citocinas próinflamatórias, como IL-6 e IL-2, TNF-α e prostaglandinas; fatores de transcrição, como a proteína • A resposta anti-inflamatóriaocorre por ação local, tanto na fase precoce quanto na fase tardia do processo inflamatório; • os glicocorticóides inibem o acúmulo de neutrófilos nos sítios da inflamação • Eosinófilos e macrófagos diminuem em número e ação: A diminuição dos eosinófilos deve-se a sua saída da medula para a corrente sanguínea e apoptose célula; • Os GC produzem linfopenia devido à redistribuição aos órgãos linfáticos, alterações nas moléculas de adesão e eventualmente apoptose celular: • São afetados predominantemente os LT, e dentro destes, principalmente os LT CD4+, ocorrendo uma inibição das respostas Th1 e Th2; Ações farmacológicas dos glicocorticoides • METABOLISMO DA GLICOSE: • os glicocorticoides recebem esse nome por serem capazes de aumentar os níveis de glicose no sangue (hiperglicemiantes) por meio de 2 mecanismos: • Dimininuem a captação de glicose por inibirem a expressão do GLUT4 (glucose transporter), presente no múculo esquelético e tecido adiposo → o açúcar se acumula no sangue, podendo causar DM; • Aumenta a gliconeogênese por meio da maior expressão de enzimas que promovem esse evento → açúcar em larga escala. - A prescrição de corticoides para diabéticos é de extremo risco. • - METABOLISMO DE PROTEÍNAS: • estimula o catabolismo proteico: Diminui a síntese de proteínas e estimula a proteólise; ↓Massa magra, ↑aminoácidos séricos. • METABOLISMO DOS LIPÍDEOS: • facilita a função da lípase hormônio sensível → gliconeogênese: Intensifica a ação de catecolaminas endógenas que atuam sobre receptores β3 do tecido adiposo → ↑AMPs → ↑PKA → fosforila a lipase hormônio sensível, que é responsável pela hidrólise do trianilglicerol dos adipócitos → ↑ácidos graxos livres → ↑AceƟl-CoA hepática → gliconeogênese; • Os ácidos gracos livres se depositam em regiões não tão comuns, com redistribuição anormal da gordura; p.ex.: síndrome de Cushing: MMSS e MMII emagrecidos (↓músculo) + depósito de gordura no tronco, pescoço, costas e face (fáceis de “lua cheia”). • METABOLISMO ÓSSEO: pode gerar osteoporose: Inibe osteoblastos e a síntese de colágeno; Diminui a absorção intestinal e a reabsorção renal de Ca2+ → ↓[Ca2+] sérico; Estimula a secreção de PTH → hiperparaƟreoidismo secundário. DESMAME • - Insuficiência suprarrenal aguda: é a complicação mais grave da retirada súbita dos GC após terapia prolongada, quando o eixo hipotálamo- pituitária-adrenal (HPA) é suprimido: • Usuários de doses ≥ 7,5 mg de prednisona (ou equivalente) por dia, por mais de 3 semanas, têm chance aumentada de apresentar insuficiência suprarrenal secundária significativa em caso de supressão abrupta; • São sintomas da supressão: o Redução dos mineralocorticoides → hipovolemia; hipotensão; hiponatremia; hipercalemia; acidose metabólica; o Redução dos glicocorticoides → hipoglicemia; eosinofilia; linfocitose; o Redução dos androgênios → redução da pilificação. • - A supressão do eixo HPA é maior quando, além da dose da manhã, o paciente faz uso de uma dose à noite, que exerce ação supressora do ACTH; - Com doses < 7,5 mg/dia de prednisona a grande maioria dos pacientes mantém o eixo HPA responsivo; • - A maioria dos pacientes que recebem GC por < 3 semanas recupera o eixo em 7-10 dias: • - Após a retirada do GC em pacientes que usaram a droga por muitos meses ou anos, o tempo de restauração do eixo HPA pode ser dividido em: • No 1˚ mês → os níveis de ACTH e cortisol estão diminuídos em relação aos valores normais. • No 2˚ mês → o ACTH retorna ao normal, mas o cortisol permanece baixo. • Do 2˚ ao 4˚ mês → o nível de ACTH se torna supranormal, em esforço para aumentar o cortisol, que ainda permanece baixo. • Do 5˚ ao 9˚ mês → o cortisol normaliza, mas os níveis de ACTH permanecem elevados. • Após o 9˚ mês → o cortisol e o ACTH normalizam-se. • - Qualquer plano de retirada deve-se basear em dois objetivos principais: • 1) Uso da menor dose possível capaz de controlar a doenças em questão; e • 2) Uso da menor dose possível que não resulte em insuficiência adrenal secundária. PULSOTERAPIA • Refere-se à utilização de GC pela via IV por ↓períodos (3-5 dias) a fim de induzir a rápida remissão da atividade de uma doença que apresente manifestações graves, ameaçadoras à vida: • P.ex.: administração IV de metilprednisolona na dose de 15- 20mg/kg/dose (dose máx. de 1 g/dose) por 3 dias → deve ser adicionada a soro glicosado e administrada em tempo não inferior a 120 minutos; • A via intra-articular pode ser utilizada em pacientes com artrite crônica. Dá-se preferência ao uso de GC de duração intermediária ou longa como o hexacetonido de triancinolona para o controle da inflamação articular. • Possui efeito por curto espaço de tempo (inferior a 30 dias); • Indicada a pacientes com doença grave e risco de vida ou com lesão de órgão-alvo nobre, pacientes que apresentem intensa atividade inflamatória não controlada com uso de doses baixas orais de GC associadas a imunossupressores ou quando o aumento da dose oral do GC não for desejado; • Não sendo isenta de eventos adversos que possam ocorrer durante a infusão, como distúrbios hidroeletrolíticos (em especial hipopotassemia), arritmias cardíacas, HAS, ICC, distúrbios de comportamento e mais tardiamente predisposição a infecções; • O principal cuidado que devemos ter durante o procedimento é com relação ao aumento da pressão arterial. FORMAS DE APRESENTAÇÃO • FORMAS DE APRESENTAÇÃO • - Glicocorticóides tópicos: podem ser encontrados em diferentes formulações, são elas: inaláveis, pomadas, cremes, colírios, loções, soluções, géis, suspensões e injetáveis • Glicocorticoides inalados → tratamento crônico da asma • Glicocorticoides cutâneos → distúrbios inflamatórios da pele • Glicocorticoides de depósito: IM e intra-articular • - Glicocorticoides sistêmicos: os mais empregados são a hidrocortisona, prednisolona, metilprednisolona e dexametasona. Todos apresentam boa biodisponibilidade oral, são metabolizados no fígado e tem seus metabólitos excretados pelo rim. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A AÇÃO • - AÇÃO CURTA: • A cortisona e a hidrocortisona; Suprimem o ACTH por oito a 12 horas. • - AÇÃO INTERMEDIÁRIA: A prednisona, a prednisolona, a metilprednisolona e a triamcinolona; Suprimem o ACTH por 12 a 36 horas. • - AÇÃO LONGA: A dexametasona e a betametasona; • Suprimem o ACTH por 36 a 72 horas. • - A potência dos GC é avaliada pela sua afinidade aos receptores citoplasmáticos e pela duração de sua ação. • ESTRUTURA E POTÊNCIA • - Os glicocorticóides podem ser divididos em 2 classes, com base no componente estrutural presente na posição do carbono 11: • 1) Compostos com grupo hidroxila (—OH) na posição 11 → como o cortisol; possuem atividade glicocorticóide intrínseca; • 2) Compostos com um grupo carbonila (=O) no carbono 11 → como a cortisona; são inativos até que a 11β-HSD1 hepática reduza o composto a seu congênere 11-hidroxila: • Assim, a cortisona é um pró-fármaco inativo até ser convertido no fármaco ativo, cortisol, pelo fígado; • Particularmente importante para fármacos de administração tópica, visto que a pele não possui quantidades apreciáveis de 11β-HSD1. Indicações clinicas • Administração: via oral, tópica, aerossol e parenteral. • - Terapia anti-inflamatória e imunossupressora: a resposta anti- inflamatória de um AINE é muito mais rápida que de um corticoide, pois este ainda tem que atuar no núcleo para só então alterar a maquinaria enzimática da célula, interferindo na transcrição gênica. Em contrapartida, o corticoide é muito mais potente, pois além de realizar sua ação antiinflamatória, são medicamentos imunossupressores • Tratamento prolongado da asma: asmáticos apresentam uma broncoconstricção basal continua. GC inibem a produção de IgE pelos LTh2, que é responsável pela ativação de mastócitos → tem apenas um efeito preventivo crônico. As substância usadas para o alívio imediato da asma são substânciassimpatomiméticas, como os agonistas-β2; • Reações alérgicas graves; • Tratamento de doenças autoimunes graves; • Tratamento de inflamações da pele, olhos, ouvidos e nariz: corticoides são drogas muito utilizadas na dermatologia e na oftalmologia uma vez que inflamações nestes locais geralmente só são debeladas por meio do uso de corticoides; DOR • TIPOS DE DOR • - Dor rápida ou epicrítica: • Bem localizada, qualificada e quantificada; Relacionada com o estímulo → dor de uma alfinetada, ou de um beliscão; Pode ser causada por estímulos químicos, térmicos ou mecânicos; Sensação começa e termina abruptamente; Transmitida por fibras do tipo A delta (mielinizadas). • - Dor lenta ou protopática: • Mal localizada, qualificada e quantificada; Estímulos químicos ou mecânicos; Corresponde à sensibilidade visceral e estímulos profundos; Transmitida por fibras do tipo C (amielínicas). • LOCALIZAÇÃO DA DOR • - Dor localizada: se manifesta no próprio local onde está o estímulo; • - Dor irradiada: se manifesta ao longo de um trajeto nervoso onde está ocorrendo o estímulo; • - Dor referida: a dor que se manifesta longe do local onde ocorre o estímulo ou na pele é sobrejacente ao órgão, pois ambas as estruturas são inervadas pelo mesmo segmento da medula espinhal: Portão da dor • Afirma que a transmissão sináptica da informação nociceptiva pode ser regulada, como por uma comporta na ponta dorsal da medula, pela atividade de outras vias; • A atividade de grandes fibras aferentes somatossensoriais (táteis – Aα, Aβ) ativaria um interneurônio inibitório na substância cinzenta da medula espinhal, que por sua vez causaria inibição pré-sináptica das fibras aferentes nociceptivas de menor calibre (dor); • A atividade do neurônio de 2ª ordem da via nociceptiva poderia ser, portanto, modificada pela atividade de outras vias somatossensoriais. • - Explica porque pequena dor cutânea pode ser abolida esfregando-se a área da pele afetada; • - Alguns tentam explicar os efeitos da acupuntura através dessas teorias ACUPUNTURA • Age nas terminações nervosas do nosso corpo -> estímulo de agulha em ponto específico -> melhorando a dor • Tem 4 fundamentos básicos: melhora da oxigenação, circulação sanguínea, melhora de dor nos órgãos e sistema nervoso. • Funcionaria como a explicação do portão da dor ( Estímulo de fibras não mielinizadas -> interneurônios-> inibe as fibras nervosas da dor.
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