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ÉDIPO GONÇALVES MENDES O APORTE DA ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DO PPCGM COM VISTAS A ALCANÇAR A MANUTENÇÃO CLASSE MUNDIAL ESTUDO DE CASO EM UMA INDUSTRIA DE ALIMENTOS Monografia apresentada como requisito final para a conclusão do MBA em Engenharia de Manutenção da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientador: Carlos de Souza Almeida, D.Sc. Rio de Janeiro 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO MBA-ENGEMAN ! 1 ÉDIPO GONÇALVES MENDES O APORTE DA ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DO PPCGM COM VISTAS A ALCANÇAR A MANUTENÇÃO CLASSE MUNDIAL ESTUDO DE CASO EM UMA INDUSTRIA DE ALIMENTOS Monografia apresentada como requisito final para a conclusão do MBA em Engenharia de Manutenção da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aprovada em 03 de agosto de 2019. CONCEITO FINAL: A EXAMINADOR: _______________________________ Carlos de Souza Almeida, D.Sc. ! 1 AGRADECIMENTOS Primeiramente gratidão a Deus, por me conceder o dom da vida, por colocar pessoas maravilhosas em meu caminho, por me dar as provações necessárias para que possa evoluir o intelecto, o físico e espiritual. E por me guiar ao longo desta jornada que é a vida, concedendo-me a sabedoria necessária para dar os passos certos ao longo dela. Agradeço à minha família, ao meu pai, por seu esforço e dedicação a nossa família, por fazer todo o necessário para nos dar o melhor conforto possível, pelo seu caráter e seriedade, que me serve como exemplo e inspiração. À minha mãe, também pela sua dedicação, por seu carinho e preocupação. Ao meu irmão, pela prestabilidade e parceria. A vocês família, deixo o registro da minha profunda gratidão, respeito, admiração e amor. Agradeço aos meus amigos da vida, amigos do Engeman e aos vários amigos que fiz nos locais onde trabalhei. Pelo incentivo e suporte que ofereceram. Seja por uma cobertura ou liberação no trabalho, pelas ajudas com estudos e tarefas ou por palavras de incentivo para que seguisse em frente. Em especial, aos amigos Carlos e Jefferson, pelas caronas solidárias que tornaram esta tarefa muito mais fácil, pelas conversas e parceria que formamos ao longo de todos estes sábados. E também aos amigos Augusto, Felipe, Marcos, Nathalia e Paulo pelo suporte, amizade e bons momentos vividos no Grupo Cinco. E por último, nesta ordem cronológica, meus agradecimentos a todos os Mestres e funcionários da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aos funcionários - atendimento, seguranças e coordenação - por estarem sempre dispostos a prestar a ajuda e orientação necessária quando os solicitava. Aos mestres que tive dentro desta Escola de Engenharia, em especial, ao Professor José Haim Benzecry pela compreensão e suporte oferecido, e Professor Carlos Almeida, pela sua orientação, apoio e disponibilidade sem o qual não conseguiria concluir esta tarefa. Enfim, agradeço a todos pelos ensinamentos, cobranças e orientação. Com certeza saio desta Escola não apenas com o conhecimento e título de Engenheiro de Manutenção, mas também muito mais maduro e consciente, das minhas possibilidades e de minhas responsabilidades. ! 1 EPÍGRAFE “O todo é o um. O um é o todo.” Autor desconhecido ! 1 RESUMO Possuir um setor de manutenção bem estruturado e organizado é de suma importância para que uma organização industrial possa alcançar seus objetivos estratégicos. Pois ativos físicos com altos índices de disponibilidade e confiabilidade permitem a operação extrair o máximo de produtividade dos mesmos. E assim, tornar-se competitivas no mercado, possuindo preços acessíveis e produto de qualidade. Dentro deste contexto a Engenharia de Manutenção torna- se fundamental, pois é através dela que serão alcançados esses índices e somente com um setor de PPCGM bem estruturado e consolidado é possível oferecer o aporte necessário para se obter uma manutenção classe mundial. Deste modo, este estudo de caso visa apresentar como este trabalho de desenvolvimento do PPCGM foi realizado pela Engenharia de Manutenção dentro de uma indústria do setor de alimentos e os resultados obtidos a partir do mesmo. Palavras chaves: Manutenção, Engenharia de Manutenção, PPCGM, Industria, Alimentos. ! 1 ABSTRACT Having a well-structured and organized maintenance sector is of a matter of importance for an industrial organization to achieve its strategic objectives. For physical assets with high availability and reliability, indexes allow the operation to extract maximum productivity of them. Thus, to make itself competitive in the market, having accessible prices and quality products. In this context, Maintenance Engineering becomes fundamental, because it is through it that these indexes are reached, and with a well-structured and consolidated PPCMM sector, it is possible to offer the necessary contribution to obtain worldwide maintenance. This way, this case study aims to present as the Maintenance Engineering within a food industry carried out this development of the PPCMM and the results obtained from the same. Keywords: Maintenance, Maintenance Engineering, PPCMM, industry, food. ! 1 LISTA DE FIGURAS Figura 2. 1 – Ciclo PDCA de melhoria. 16 ................................................................................... Figura 3. 1 – Fases da estratégia de manutenção. 20 .................................................................... Figura 3. 2 – Nomenclatura do código de cadastramento de equipamentos. 22 ......................... Figura 3. 3 – Nomenclatura do código de cadastramento de sobressalentes. 22 ......................... Figura 3. 4 – Guia para cadastro dos equipamentos e sobressalentes. 24 .................................... Figura 3. 5 – Matriz de criticidade. 25 ......................................................................................... Figura 3. 6 – Ficha técnica de equipamento. 27 ........................................................................... Figura 3. 7 – Planilha FMEA. 28 ................................................................................................. Figura 3. 8 – Plano de manutenção e check-list de inspeção. 30 ................................................. Figura 3. 9 – Plano de 52 semanas. 31 ......................................................................................... Figura 3. 10 – Modelo de instrução de serviço (folha de orientações). 32 ................................... Figura 3. 11 – Modelo de instrução de serviço (folha de instruções). 33 ..................................... Figura 3. 12 – Modelo de ordem de serviço otimizada. 35 .......................................................... Figura 3. 13 – Fluxograma funcional das ordens de serviço. 36 .................................................. Figura 3. 14 – Tela do sistema de controle de ordem de serviço (visão geral). 38 ....................... Figura 3. 15 – Tela do sistema de controle de ordem de serviço filtrada. 39 ............................... Figura 3. 16 – Fluxograma da metodologia de revisão das ordens de serviço. 40 ....................... Figura 3. 17 – Modelo de relatório de RCA. 41 ........................................................................... Figura 3. 18 – Gráfico de Pareto. 42 ............................................................................................ Figura 3. 19 – Planilha FMEA revisada. 43 ................................................................................. Figura 3. 20 – Fluxograma da sequência estruturada dos processos de manutenção. 44 ............. Figura 3. 21 – Indicadores de desempenho a nível estratégico. 45 .............................................. Figura 3. 22 – Indicadores de desempenho a nível tático. 46 ....................................................... Figura 3. 23 – Indicadores de desempenho a nível operacional.46 ............................................. Figura 4. 1 – Despesas com manutenção. 48 ................................................................................ Figura 4. 2 – Ordens de Serviços emitidas em 2019. 48 .............................................................. ! 1 LISTA DE QUADROS Quadro 2. 1 – Evolução cronológica da manutenção. 5 ............................................................... ! 1 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRAMAN Associação Brasileira de Normas Técnicas AC/RA Análise da Confiabilidade ACCA/LCCA Análise do Custo do Ciclo de Vida ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária AROC Análise de Risco de Otimização de Custos BSC Indicadores Balanceados de Desempenho CLT Consolidação das Leis do Trabalho ERP Planejamento de Recursos Empresariais EUA Estados Unidos da América FMEA Analise de modo e Efeito de Falhas FMECA Análise de Modo, Efeito e Criticidade de Falhas HH Homem Hora JIPM Japan Institute of Plant Maintenance KPI Indicadores Chave de Desempenho MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MASP Método de Análise e Solução de Problemas MCC/COM Análise do Caminho Crítico MCC Manutenção Centrada em Confiabilidade MTBF Tempo Médio Entre Falhas MTTR Tempo Médio Para Reparo NBR Norma Brasileira NPR Número de Prioridade de Risco OS Ordem de Serviço PCM Planejamento e Controle da Manutenção PDCA Plan, Do, Check, Act PPCGM Planejamento, Programação, Controle e Gestão da Manutenção RCA Análise de Causa Raiz RCFA Analise de Causa Raiz de Falhas RCM Manutenção Centrada e m Confiabilidade ROA Return of Asset ROI Return of Investiment SIPOC Supply, Input, Product, Output, Client TPM Manutenção Produtiva Total TQM Manutenção da Qualidade Total ! 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1 ..................................................................................................................................................... 1.1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVAS 1 ........................................................................................................... 1.2 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 2 ........................................................................................................... 1.2.1 Objetivos Gerais 2 ................................................................................................................ 1.2.2 Objetivos Específicos 2 ........................................................................................................ 1.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO 3 ............................................................................................................................. 1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA 3 ..................................................................................................................... 1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO. 4 ....................................................................................................................... 2 REFERENCIAL TEÓRICO 5 .................................................................................................................................. 2.1 ESTRUTURA DO QUADRO TEÓRICO 5 .......................................................................................................... 2.2 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO 5 .................................................................................................................. 2.2.1 Primeira geração 6 ................................................................................................................ 2.2.2 Segunda geração 7 ................................................................................................................ 2.2.3 Terceira geração 7 ................................................................................................................. 2.2.4 Quarta geração 7 ................................................................................................................... 2.2.5 Quinta geração 8 ................................................................................................................... 2.3 CONCEITOS DE MANUTENÇÃO E TERMINOLOGIAS 8 ............................................................................. 2.3.1 Manutenção 8 ....................................................................................................................... 2.3.2 Função requerida 9 ............................................................................................................... 2.3.3 Falha 9 .................................................................................................................................. 2.3.4 Defeito 9 ............................................................................................................................... 2.3.5 Sistema operacional 9 ........................................................................................................... 2.3.6 Manutenabilidade 9 .............................................................................................................. 2.3.7 Mantenabilidade 10 .............................................................................................................. 2.3.8 Disponibilidade 10 ................................................................................................................ 2.3.9 Plano de manutenção 10 ....................................................................................................... 2.3.10 Classe do equipamento 10 .................................................................................................. 2.3.11 Matriz de criticidade 11 ...................................................................................................... 2.4 TIPOS DE MANUTENÇÃO 11 ............................................................................................................................ 2.4.1 Manutenção corretiva 11 ...................................................................................................... 2.4.2 Manutenção preventiva 12 .................................................................................................... 2.4.3 Manutenção preditiva 12 ...................................................................................................... 2.4.4 Manutenção detectiva 13 ...................................................................................................... 2.5 CONFIABILIDADE 13 ......................................................................................................................................... 2.5.1 Taxa de falhas 14 .................................................................................................................. 2.5.2 Indicadores de desempenho 14 ............................................................................................. 2.6. ANÁLISE DE FALHAS 16 .................................................................................................................................. ! 2 2.6.1 Análise de Modo e Efeito de Falha (FMEA) 16 ................................................................... 2.6.2 Análise de Causa Raiz (RCA) 17 ......................................................................................... 2.7 FERRAMENTAS DE QUALIDADE 17 .............................................................................................................. 2.7.1 Ciclo PDCA 17 ..................................................................................................................... 2.7.2 Diagrama SIPOC 18 ............................................................................................................. 2.7.3 Fluxograma funcional 19 ...................................................................................................... 2.7.4 Gráfico de Pareto 19 .............................................................................................................2.8 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 20 ............................................................................................................. 3 ESTUDO DE CASO 20 ............................................................................................................................................ 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 20 ................................................................................................................................ 3.2 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA 22 ..................................................................................................................... 3.2.1 Identificação dos equipamentos 24 ....................................................................................... 3.2.2 Cadastro técnico dos equipamentos 26 ................................................................................. 3.2.3 Estabelecimento dos programas de manutenção 29 ............................................................. 3.3.4 Rotinas de trabalho e treinamentos 34 .................................................................................. 3.3.5 Sistema de gestão da manutenção 40 ................................................................................... 3.3.6 Análise de falhas 43 .............................................................................................................. 3.3.7 Definição dos indicadores de desempenho da manutenção 47 ............................................. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 50 .............................................................................................................................. 4.1 RESULTADOS OBTIDOS 50 ............................................................................................................................... 5 CONCLUSÃO 53 ..................................................................................................................................................... 5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 54 ................................................................................ 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55................................................................................................................ ! 1 1 INTRODUÇÃO De acordo com documento nacional da ABRAMAN de 2011, o setor de manutenção dentro das industrias brasileiras tem um custo médio de 3,95%. Um número que não representa em termos de percentual a importância deste setor dentro da estratégia de negócio de uma organização. Pois a disponibilidade e confiabilidade dos seus equipamentos são de suma importância para a sua produtividade, logo, a lucratividade. Visto este cenário, é importante destacar que a manutenção não é só um centro de custos, mas sim um centro de lucro, que mantém em bom estado de conservação e operação os ativos físicos da empresa. Permitindo sua atuação dentro dos padrões de segurança, meio ambiente, qualidade e produtividade exigidos pelo mercado. Visando desta forma, diminuir ao máximo o tempo de paradas não planejadas, reduzir tempos de intervenções planejadas, melhorar o aproveitamento de consumíveis e sobressalentes, otimizar o desempenho dos equipamentos e entre outros desafios encarados dentro do dia a dia do setor. De modo que, para alcançar bons resultados, é preciso se utilizar de muito mais do que a velha manutenção reativa. Sendo necessário a utilização de inúmeros meios, ferramentas técnicas e organizacionais para estruturar o setor. Executar os serviços de forma planejada e organizada, possuir planos de manutenção efetivos, manter o histórico dos equipamentos, realizar as análises das falhas para trabalhar em suas causas evitando a recorrência e controlar bem os suprimentos são de vital importância para uma manutenção bem sucedida. 1.1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVAS Mesmo com os níveis de globalização atuais e com a facilidade de se alcançar a informação, muitos dos gestores das várias empresas espalhadas por este nosso vasto país e diria do mundo, desconhecem as melhores práticas e ferramentas disponíveis para atuar no setor de manutenção. Podendo isso se justificar pela falta da existência de disciplinas que contemplem esta área do conhecimento nas organizações de ensino superior ou simplesmente por esses profissionais não buscarem embasamento científico/teórico para realizar suas atividades. O ! 2 fato é que, a maioria dos que atuam hoje com manutenção desconhecem as boas práticas, ferramentas e sistemas de gestão do setor. Devido a este cenário, este trabalho se justifica pela demonstração, passo a passo, de um trabalho realizado satisfatoriamente na implantação e consolidação de ferramentas, métodos e sistema de gestão da manutenção. E como o aporte da Engenharia de Manutenção numa indústria pode contribuir para que se possa alcançar uma manutenção de classe mundial. Com vistas a estruturar o setor e contribuir para que a organização possa extrair os mais altos índices de disponibilidade de seu ativos e alcançar o máximo de competitividade em um mercado cada vez mais competitivo. 1.2 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 1.2.1 Objetivos Gerais O presente estudo trata de demonstrar uma estrutura de trabalho para consolidação do planejamento, controle e gestão da manutenção numa indústria. Através da atuação da Engenharia de Manutenção fazendo uso de métodos e ferramentas altamente utilizadas e já consolidados dentro do setor de Manutenção das organizações mais bem sucedidas do mercado. 1.2.2 Objetivos Específicos O objetivo principal deste trabalho é demonstrar quais as principais ferramentas necessárias que devem ser utilizadas, e como devem ser utilizadas, a fim de estruturar um setor de manutenção em uma indústria através da Engenharia de Manutenção. A fim de se alcançar um nível mínimo de organização e efetividade condizentes com as práticas atuais. Caminhando na evolução em busca de uma Manutenção Classe Mundial. Aplicando e consolidando ferramentas e processos com uma estratégia de gestão com o intuito de alcançar os objetivos listados a seguir: ➢ Identificação dos equipamentos; ➢ Relação dos equipamentos e controle de seus respectivos sobressalentes; ➢ Estabelecimentos dos programas de manutenção; ! 3 ➢ Rotinas de trabalho e treinamentos; ➢ Geração de O. S. e Registro de dados (via Microsoft Excel); ➢ Análise de falhas; ➢ Definição dos indicadores; 1.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO Este estudo limita-se a utilizar ferramentas básicas e mais bem consolidadas em termos de efetividade na implantação e utilização no setor de manutenção. Sabendo-se que existem outras mais avançadas, porém também mais custosas. Em um primeiro momento, na estruturação do setor, as técnicas aqui apresentadas são mais recomendadas, podendo servir de alguma forma como referência para aqueles que venham a buscar embasamento teórico para fazer a mesma estruturação em suas organizações ou apenas a título de conhecimento. Contudo, para que se queira alcançar índices mais altos, conforme apresentado na figura 3.1, outras técnicas poderão ser utilizadas. 1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica. Um método de pesquisa constitui-se de um conjunto de etapas ordenadas, que aliadas ao conhecimento, propiciam a investigação de um fenômeno científico. Suas etapas abrangem desde a escolha do tema, o planejamento da investigação, o desenvolvimento metodológico, a coleta e a tabulação de dados, a análise dos resultados, a elaboração das conclusões e finalizando a divulgação de resultados, SILVA e MENEZES, (2005). ! 4 Desta forma, neste trabalhooptou-se por uma pesquisa qualitativa, pois segundo GOLDENBERG (1997), pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Por ser um estudo que visa expor conhecimentos de aplicação prática dirigido à solução de problemas específicos, se trata de uma pesquisa de natureza aplicada, de objetivo descritivo com pesquisa ex-post-facto. Pois conforme TRIVIÑOS (1987), a pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade. Quanto aos procedimentos, foi utilizada a modalidade de estudo de caso, seguindo as etapas de elaboração de (i) ruptura das impressões iniciais, definição da questão principal, o porquê do estudo, verificação do cenário atual da empresa e dos ganhos que poderiam ser alcançados; (ii) construção da base lógica do estudo, leituras, pesquisas e embasamento teórico para interpretação dos dados coletados e verificação das ferramentas, métodos e conceitos utilizados na gestão atual em comparação com as melhores práticas existentes de acordo com autores renomados dentro da área da pesquisa; (iii) Constatação dos fatos, conclusões e sugestões de trabalhos futuros para seguir no caminho da melhoria continua. 1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO. O presente trabalho está organizado em cinco partes. O capitulo 1 apresenta a introdução, os objetivos gerais e específicos e a metodologia de pesquisa que foi utilizada para realizar este estudo de caso. O capitulo 2 vem trazendo toda a base da fundamentação teórica que é preciso possuir para compreender o conteúdo e estudos apresentados, tais como evolução da manutenção, terminologias, conceitos e ferramentas de qualidade que foram utilizadas. O capítulo 3 é onde está apresentado o estudo de caso em suma. Começando pela contextualização, a definição da estratégia utilizada e exploração dos conceitos e ferramentas de manutenção de modo geral. ! 5 O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos a partir da realização deste trabalho bem como as projeções futuras de ganhos e tendências de acordo com os indicadores de desempenho. O capítulo 5 traz as conclusões a que se pode chegar a partir da realização deste trabalho, além de expor algumas sugestões de trabalhos futuros para dar seguimento no mesmo. E por fim, o capítulo 6 traz as referências bibliográficas que foram utilizadas ao longo deste estudo de caso. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ESTRUTURA DO QUADRO TEÓRICO Neste capítulo será abordado a construção da base teórica e lógica do estudo, em que estará exposto a evolução histórica da manutenção, principais conceitos, ferramentas e métodos empregados nesta área e por consequência utilizados ao longo desta pesquisa. Todo o conteúdo aqui apresentado é de fundamental importância, pois serão citados aos longo do estudo de caso e servirão de base científica para o mesmo. 2.2 EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO Segue no quadro 2.1 evolução histórica da manutenção proposta por TAVARES (1999). ! 6 ! Quadro 2. 1 – Evolução cronológica da manutenção. Fonte: Tavares (1999). Segundo KARDEC, NASCIF (2017), a evolução da manutenção pode ser dividida em cinco gerações como veem a seguir: 2.2.1 Primeira geração A primeira geração abrange o período antes da Segunda Guerra Mundial, quando a indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua grande maioria, superdimensionados. Aliado a tudo isto devido à conjuntura econômica da época, e questão da produtividade não era prioritária. Consequentemente, não era necessária uma manutenção sistematizada; apenas serviços de limpeza e lubrificação eram sistematizados e os reparos ocorriam após a quebra, ou seja, a manutenção era, fundamentalmente, corretiva não planejada. A visão em relação as falhas dos equipamentos era a de que “todos os equipamentos se desgastavam com o passar dos anos, vindo a sofrerem falhas ou quebras”. A 1970 Terotecnologia – Inglaterra – início dos anos 70 1980 Manutenção Produtiva Total – TPM – Japão meados da década de 70. Análise e Diagnóstico da Manutenção – EUA – meados da década de 80 Após 1960 Utilização dos computadores, acrescida do fortalecimento das Associações Nacionais de Manutenção. Inovações tecnológicas em instrumentos de proteção e medição (instrumentação), provocando o desenvolvimento dos Após 1980 Desenvolvimento dos microcomputadores com custos reduzidos e linguagem simples – desenvolvimento dos próprios programas de controle de manutenção – criação de banco de dados de manutenção, e assim, a implementação do 1960 Escola Latina – França meados dos anos 60 Investigações Russas – final da década de 60 EVOLUÇÃO CIENTÍFICA EVOLUÇÃO TÉCNICA Até 1914 Importância secundária; executada pelo efetivo de operação; atividades de manutenção corretiva apenas; início da preocupação em prevenção de falhas por volta de 1930. 1950 Desenvolvimento da indústria eletrônica e da aviação comercial – criação da Engenharia de Manutenção – planejar e controlar a manutenção preventiva e análise de causas e efeitos das avarias. ! 7 competência que se buscava era basicamente a habilidade do executante em realizar o reparo necessário. 2.2.2 Segunda geração Essa geração ocorre entre os anos 50 e 70 do século passado, portanto após a Segunda Grande Guerra. As pressões do período da guerra aumentaram a demanda por todo tipo de produtos ao mesmo tempo que o contingente de mão de obra industrial diminui sensivelmente, como consequência, naquele período houve um forte aumento da mecanização, bem como o início da complexidade das instalações industriais. Começa a evidenciar-se a necessidade de maior disponibilidade, na busca da maior produtividade; a indústria estava bastante dependente do bom funcionamento das maquinas. Isto levou à ideia de que falhas dos equipamentos poderiam e deveriam ser evitadas, o que resultou no conceito de manutenção preventiva. 2.2.3 Terceira geração A partir da década de 70 acelerou-se o processo de mudança nas indústrias. A paralização da produção, que diminuía o volume produzido, aumentava os custos e afetava a qualidade dos produtos, era uma preocupação generalizada. Na manufatura, os efeitos dos períodos de paralização foram se agravando pela tendência mundial em utilizar sistemas just in time, ode estoques reduzidos para produções em andamento significavam que pequenas pausas na produção/entrega naquele momento poderiam paralisar a fábrica. O crescimento da automação e da mecanização passou a indicar que confiabilidade e disponibilidade se tornaram pontos chave em setores tão distintos quanto saúde, processamento de dados, telecomunicações e gerenciamento de edificações. 2.2.4 Quarta geração Algumas expectativas em relação a Manutenção existentes na Terceira Geração continuam a existir na Quarta Geração. A disponibilidade é uma das medidas de desempenho mais importantes da manutenção, se não a mais importante. A confiabilidade dos equipamentos é um fator de constante busca pela Manutenção. A consolidação das atividades em Engenharia de Manutenção, dentro da estrutura organizacional da Manutenção, tem na ! 8 garantia da disponibilidade, da Confiabilidade e da Manutenabilidade as três maiores justificativas de sua existência. A Manutenção tem como justificativa a minimização das falhas prematuras ou falhas de mortalidade infantil que ocorrem em pelo menos dois padrões de falhas definidos no estudo da United Airlines e divulgados por Moubray no seu livro de RCM. A prática da análise de falhas é uma metodologia consagrada como uma prática capaz de melhorar o desempenho dos equipamentos e da empresa, por consequência. 2.2.5 Quinta geração As práticas adotadas na Quarta Geração dão mantidas, mas o enfoque nos resultados empresariais, razãoprincipal para a obtenção da competitividade, necessária à sobrevivência da empresa, é obtido através do esforço conjunto através de todas as áreas coordenadas pela sistemática da Gestão de Ativos. Pela Gestão de Ativos (Asset Management) os ativos devem produzir na sua capacidade máxima, sem falhas não previstas, de modo que seja obtido o melhor Retorno obre os Ativos (ROA – Return of Assets) ou Retorno sobre os Investimentos (ROI – Return on Investiment). 2.3 CONCEITOS DE MANUTENÇÃO E TERMINOLOGIAS 2.3.1 Manutenção Conforme TAVARES (2019), manutenção são todas as ações necessárias para que um item seja conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com uma condição especificada. Para ALMEIDA (2017), manutenção é cuidar para que os sistemas apresentem disponibilidades e performance quando solicitados a operar e fazer com que as equipes de manutenção venham trabalhar visando transformar positivamente as situações de trabalho, num processo de melhoria contínua, quebrando paradigmas e inovando a cada projeto. No entanto, KARDEC, NASCIF (2017), preferem referir-se à missão da manutenção, dizendo ser “garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a ! 9 atender a um processo de produção ou de serviço com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo adequado”. 2.3.2 Função requerida Para KARDEC, NASCIF (2017), função requerida é o limite de admissibilidade abaixo do qual a função não é mais satisfatória. É o mesmo que cumprir a missão, realizar o serviço esperado. 2.3.3 Falha Segundo NORMA ABNT NBR 5462 – 1994, falha é o termino da habilidade de um item para desempenhar função requerida. Já para ALMEIDA (2017), conforme terminologia do Comitê Pan-americano de Engenharia de Manutenção, falha é toda vez que existir ocorrências em um item, impedindo o seu funcionamento requerido. SIQUEIRA (2009), afirma que as falhas funcionais podem ser diferenciadas em: • Falhas evidentes: quando detectadas durante trabalho normal da equipe; • Falhas ocultas: uma falha não detectada pela equipe durante trabalho normal; • Falhas múltiplas: quando uma falha oculta combinada a uma segunda falha torna-se evidente. 2.3.4 Defeito ALMEIDA (2017), defeito é quando uma ocorrência em um item não impede o seu funcionamento, todavia podendo, a curto ou em longo prazo, acarretar sua indisponibilidade. 2.3.5 Sistema operacional Conforme TAVARES (2019), sistema operacional é um conjunto de equipamentos necessários para realizar uma função em uma instalação. 2.3.6 Manutenabilidade Para TAVARES (2018), manutenabilidade seria facilidade de um item em ser mantido. ! 10 Já para BRANCO FILHO (1996), manutenabilidade é a probabilidade de concluir reparos em uma máquina que falhou, dentro de um tempo previsto, quando determinados recursos são fornecidos e garantidos. 2.3.7 Mantenabilidade Conforme NORMA ABNT NBR 5462 – 1994, é a capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condições de executar as suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas e mediante procedimentos e meios prescritos. 2.3.8 Disponibilidade Na visão de KARDEC, NASCIF (2017), disponibilidade, do inglês availability, é a capacidade de um item estar em condições de executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados. O termo “disponibilidade” é usado como uma medida do desempenho da disponibilidade (NBR 5462 – 1994). 2.3.9 Plano de manutenção Para XENOS (1998), plano de manutenção é um conjunto de ações preventivas datas para sua execução. Em outras palavras um plano de manutenção, é simplesmente um calendário de ações preventivas. No entanto, para KARDEC, ESMERALDO, LAFRAIA, NASCIF (2014), plano de inspeção e de manutenção definem a política de manutenção para cada tipo de ativo a partir da matriz de criticidade. Para um equipamento classe A, por exemplo, serão aplicadas técnicas preditivas que estarão detalhadas no plano de manutenção correspondente e servirá de base tanto para o planejamento e controle da manutenção programar quanto para a operação liberar e a execução realizar os serviços. 2.3.10 Classe do equipamento Segundo TAVARES (2019), a classe do equipamento geralmente é designado com as letras A, B e C ou com uma numeração do um (1) ao três (3), sendo o um o menos crítico e o ! 11 três o mais crítico e se gera através de uma análise de importância operativa pela Matriz de Criticidade. Entretanto podem haver variações desta metodologia segundo cada empresa e suas políticas. Classe A - Fundamental ao processo (ou serviço); Classe B - Participa do processo (ou serviço) porém pode ficar desligado por algum tempo sem prejudica-lo; Classe C - Não participa do processo (ou serviço). 2.3.11 Matriz de criticidade Conforme KARDEC, ESMERALDO, LAFRAIA, NASCIF (2014), a matriz de criticidade é um documento que, elaborado por diversos segmentos da planta, contém as definições de criticidade dos ativos e, portanto, serve de guia para ações de planejamento e programação pelo Planejamento e Controle da Manutenção, classificação de sobressalentes pela área de Suprimentos, definição das políticas de manutenção dos ativos pela Execução, análises e estudos pela Engenharia de Manutenção, dentre outros. A matriz de criticidade baliza as ações da Organização, permitindo a aplicação de recursos com maior ou menor intensidade onde eles sejam mais ou menos necessários. 2.4 TIPOS DE MANUTENÇÃO 2.4.1 Manutenção corretiva Segundo XENOS (1998), a manutenção corretiva sempre é feita depois que a falha ocorreu. Em princípio, a opção por este método de manutenção deve levar em conta fatores econômicos: é mais barato consertar uma falha do que tomar ações preventivas? Se for, a manutenção corretiva é uma boa opção. Logicamente, não podemos nos esquecer de levar em conta também as perdas por paradas na produção, pois a manutenção corretiva pode acabar saindo muito mais cara do que imaginávamos em princípio. Já para ALMEIDA (2017), pela terminologia da COPIMAN, manutenção corretiva é quando há uma ocorrência em um item ou quando da execução de serviço de reparo que está correndo com o item em falha. ! 12 No entanto, para TAVARES (2019), seria simplesmente serviços executados em itens com falha. 2.4.1.1 Manutenção corretiva planejada Na visão de KARDEC, NASCIF (2017), manutenção corretiva planejada é a ação de correção do desempenho menor do que o esperado baseado no acompanhamento dos parâmetros de condição e diagnóstico levados a efeito pela preditiva, detectiva ou inspeção. 2.4.1.2 Manutenção corretiva não planejada Ainda com C manutenção corretiva não planejada é a correção da falha de maneira aleatória. 2.4.2 Manutenção preventiva Segundo NORMA ABNT NBR 5462 – 1994, manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou degradação do funcionamento de um item. 2.4.3 Manutenção preditiva Para KARDEC, NASCIF (2017), manutenção preditiva é a atuação realizada com base na modificação de parâmetros de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. O autor ainda complementa que, através de técnicas preditivas é feito o monitoramento da condição e a ação de correção, quando necessária, é realizada através de uma manutenção corretiva planejada. Já a NORMA ABNT NBR 5462 – 1994, define manutenção preditiva (que também chama de manutenção controlada) como a manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-sede meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e reduzir a manutenção corretiva. ! 13 2.4.4 Manutenção detectiva Pela definição de KARDEC, NASCIF (2017), manutenção detectiva é a atuação efetuada em sistemas de proteção, comando e controle, buscando detectar falhas ocultas, ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção. 2.5 CONFIABILIDADE Para SMITH (2001), a confiabilidade é a probabilidade de um item executar uma função exigida, sob condições estabelecidas, por um período de tempo determinado, ou seja, a probabilidade de um item executar sua função sem apresentar falha em um dado período de tempo. Segundo KARDEC, NASCIF (2017), a confiabilidade, do inglês reliability, teve origem nas análises de falhas em equipamentos eletrônicos para uso militar durante a década de 50, nos Estados Unidos. Em 1960 a Federal Aviation Administration, criou um grupo para estudar e desenvolver um programa de confiabilidade para a indústria aeronáutica. Pela NORMA ABNT NBR 5462 – 1994, Confiabilidade, do inglês Reliability, é a capacidade de um item desempenhar uma função requerida, sob condições especificadas, durante um intervalo de tempo. O termo confiabilidade R(t) é usado como medida de desempenho de confiabilidade, conforme segue abaixo na equação 01 Onde: R(t) = Confiabilidade a qualquer tempo t. e = base dos logaritmos neperianos (e= 2,718). λ = taxa de falhas (número total de falhas por período de operação). t = tempo previsto de operação. (01)!R(t) = e−λt ! 14 2.5.1 Taxa de falhas Pela definição de KARDEC, NASCIF (2017), a taxa de falhas é definida como número de falhas por unidade de tempo. Usualmente é expressa em unidades de falhas por milhão de horas (106 horas). A taxa de falhas é representada pela equação 02 que segue. Onde: λ = taxa de falhas (número total de falhas por período de operação). 2.5.2 Indicadores de desempenho Conforme KARDEC, ESMERALDO, LAFRAIA, NASCIF (2014), indicadores são dados numéricos estabelecidos sobre os processos que queremos controlar. Na evolução dos indicadores, desde a máxima de Juran que recomendava ter poucos indicadores vitais, foram denominados KPI (key performance indicators) – indicadores chaves da performance ou do desempenho, aqueles que melhor representam os negócios ou os processos. 2.5.2.1 Tempo médio Entre Falhas (MTBF) Segundo BRAIDOTTI (2016), o indicador de Tempo Médio Entre Falhas (MTBF), representa a relação direta entre o tempo total de operação de um equipamento, dentro de um período programado e o número total de falhas funcionais ocorridas durante este período programado de operação. Pela definição da NORMA ABNT NBR 5462 – 1994, Tempo Médio entre Falhas é o valor esperado do tempo entre falhas de um item ou componente, e adota a sigla originária do inglês MTBF (Mean Time Between Failures). Conforme equação 03, a expressão matemática do MTBF é: O MTBF também é representado como o inverso da taxa de falhas, no caso da distribuição exponencial, em que a taxa de falhas é constante, e sua expressão matemática é (02)!λ = Número de falhas Número de horas de operação (03)!MTBF = Horas de operação Número de falhas ! 15 aplicada a componentes reparáveis, onde neste caso o componente poderá ser reparado e voltar a operar, LAFRAIA (2001). Onde: MTBF = Tempo médio entre falhas. λ = Taxa de Falhas. 2.5.2.2 Tempo médio para reparo (MTTR) O indicador do Tempo Médio para Reparo (MTTR) representa a relação direta entre a quantidade de reparos realizados dentro de um período analisado com o tempo total utilizado para realização dos reparos realizados no mesmo período. É uma métrica que diz respeito à média de tempo utilizado para realização dos reparos, BRAIDOTTI (2016). A equação 05 representa a expressão do cálculo do MTTR. 2.5.2.3 Backlog O indicador de Backlog mede a capacidade de realização de serviço pela equipe de manutenção, por especialidade, considerando a quantidade de serviço aprovado, ou seja, planejado, programado, em execução ou pendente, quando comparado com a quantidade de homem-hora (HH) disponível da equipe analisada, BRAIDOTTI (2016). A equação 06 representa a expressão do cálculo do Backlog. 2.5.2.4 Disponibilidade Disponibilidade, do inglês Availability, é a capacidade de um item estar em condição de executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo (04)!MTBF = 1 λ (05)!MT TR = Σ do número de horas de falhas Número de falhas ocorr idas (06)!Backlog = HH das OS′�s em aber to (horas) HH disponível diár ia (horas) ! 16 determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados. O termo “Disponibilidade” é usado como uma medida de desempenho de disponibilidade, NORMA ABNT NBR 5462 – 1994. A Disponibilidade pode ser obtida através da equação 07. Onde: MTBF = Tempo Médio entre Falhas. MTTR = Tempo Médio para Reparo. Ou pode ser obtido também através da equação 08. 2.6. ANÁLISE DE FALHAS Segundo a definição de KARDEC, ESMERALDO, LAFRAIA, NASCIF (2014), a Análise de Falhas é um procedimento sistematizado que, através do estudo (análise) de problemas, busca o bloqueio das causas de falhas (causas básicas ou causa raiz da falha). Existem diversas metodologias para análise de falhas, sendo aplicadas tanto em produtos como em processos e também na Manutenção. No caso da Manutenção, especificamente, busca-se melhorar a Confiabilidade dos ativos. Ativos mais confiáveis oferecem maior disponibilidade. Dentre as metodologias de Análise de Falhas mais utilizadas estão as duas que seguem: 2.6.1 Análise de Modo e Efeito de Falha (FMEA) Segundo KARDEC, NASCIF (2017), mais conhecida pela sigla em inglês FMEA (Failure Mode and Effect Analisys), é uma abordagem que ajuda a identificar e priorizar (07)!Disponibilidade = MTBF MTBF + MT TR x 100 (08)!Disponibilidade = Tempo total disponível − Tempo total em falha Número de falhas ! 17 falhas potenciais em equipamentos, sistemas ou processos. FMEA é um sistema lógico que hierarquiza as falhas potenciais e fornece as recomendações para ações preventivas. É um processo formal que utiliza especialistas dedicados a analisar as falhas e solucioná-las. 2.6.2 Análise de Causa Raiz (RCA) Ainda na visão de KARDEC, NASCIF (2017), a Análise de Causa Raiz de Falha (Root Cause Failure Analisys) é um método ordenado de buscar as causas de problemas e determinar as ações apropriadas para evitar sua reincidência. É originário dos “5 Porquês” associado ao TPM/TQM. 2.7 FERRAMENTAS DE QUALIDADE 2.7.1 Ciclo PDCA As primeiras atividades desenvolvidas com a metodologia do Ciclo PDCA ocorreram na década de 20 por Walter Shewhart. Apesar da elaboração do método ter sido feita por Shewhart, quem realmente aplicou e disseminou o conceito foi Edwards Deming, o que fez com que o ciclo ficasse conhecido também por Ciclo de Deming. O conceito nasceu no escopo do TQM (Total Quality Managemente) como uma ferramenta que melhor representava o ciclo de gerenciamento de uma atividade, AGOSTINETTO (2006). O Ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização, WERKEMA (2006). AGOSTINETTO (2006), descreve as atividades de cada etapa do PDCA da seguinte maneira: ➢ Plan (planejar) – Estabelece-se o plano de acordo com as diretrizes de cada empresa, identifica-se o problema, estabelece-se os objetivos e as metas, define-se o método a ser utilizado e analisa-se os riscos, custos, prazos e recursos disponíveis; ➢ Do (executar) – Coloca-se o plano em prática, estabelecem-se treinamentos no método a ser utilizado e objetivos sobre os itens de controle, coleta-se dados para !18 verificação do processo e finalmente, se educa, treina, motiva e obtém comprometimento de todas as pessoas; ➢ Check (Checar) – Verifica se o trabalho está sendo executado conforme o planejado, se os valores medidos variaram e comparam estes com o padrão estabelecido e, finalmente, se os itens de controle correspondem com valores dos objetivos; ➢ Act (agir) – Realiza-se ações para corrigir trabalhos que possam ter desviado do padrão, investiga-se causas e toma-se ações para não repeti-los e melhora-se o sistema de trabalho e o método. Caso não sejam identificados desvios são passíveis de ocorrer no futuro, suas causas, soluções etc. A figura 2.1 representa o fluxo de ações do PDCA: ! Figura 2. 1 – Ciclo PDCA de melhoria. Fonte: CAMPOS, (1994). 2.7.2 Diagrama SIPOC Segundo MARTINHÃO FILHO, SOUZA (2006), a ferramenta SIPOC é utilizada para demonstrar claramente as entradas e saídas do processo, seus fornecedores e clientes. De acordo com MELLO (2002), fornecedor é aquele que propicia as entradas necessárias, podendo ser interno ou externo; entrada é o que será transformado na execução do processo; processo é a representação esquemática da sequência das atividades que levam a ! 19 um resultado esperado; saída é o produto ou serviço como solicitado pelo cliente; cliente é quem recebe o produto ou serviço. 2.7.3 Fluxograma funcional Conforme artigo apresentado por GONÇALVES (2019), no instituto Voitto de Ensino Profissional no seu blog em www.voitto.com.br, pela Neurolinguística existem três formas de aprender: visual, auditivo e cinestésico. Cada pessoa tem um modo que assimila melhor, porém conciliar as três formas de aprender otimiza ainda mais seu aprendizado. Ainda com o referido artigo, o fluxograma é uma representação gráfica da sequência das etapas do processo, que permite uma análise de limites e fronteiras, fornecendo uma visão global por onde se passa o produto. É estruturado por símbolos geométricos que simbolizam quais materiais, serviços ou recursos envolvidos no processos e quais são as direções a serem seguidas para que o resultado seja atingido. Assim, um fluxograma funcional é um tipo de fluxograma que determina que faz o que em um processo. Utilizando a metáfora de raias de uma piscina (swimlanes, em inglês), um fluxograma funcional oferece clareza e responsabilidades ao posicionar etapas do processo dentro das “raias” horizontais ou verticais de um determinado funcionário, grupo de trabalho ou departamento. O diagrama mostra as conexões, comunicações e entregas entre raias, e pode servir para destacar desperdício, redundância e ineficiência em um processo. É o que apresenta o site www.lucidchart.com em seu explicativo a respeito de fluxogramas. 2.7.4 Gráfico de Pareto Gráfico de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nos problemas que devem ser sanados e sua maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas importantes. Através de sua utilização, é possível compreender a relação entre as causas e efeitos de um processo, permitindo a localização dos problemas vitais. De maneira prática, ao serem listadas diversas causas raiz, ou causas profundas, é necessário identificar aquelas de maior impacto sobre a eficiência e eficácia do todo, SILVEIRA (2014). CAMPOS (2004), cita que o Princípio de Pareto no qual várias causas influenciam em um efeito, mas apenas poucas o afetam de forma vital. Para estas, podem ser 10 estabelecidos itens de verificação, que são índices numéricos que afetam determinados itens de controle. ! 20 Quando se monitora as causas de um processo que resulta em produto ou serviço, os itens de verificação são designados como fatores da qualidade. Os itens de controle de um processo podem ser itens de verificação de outro devido à hierarquia dos processos em uma organização. Seguindo este raciocínio é preciso entender o princípio de Pareto, se origina da regra 80/20. Onde se afirma que 80% das ocorrências advém de 20% das causas. 2.8 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO A Engenharia de manutenção atua na busca do desenvolvimento e implementação de soluções para manutenção, na logística correspondente, no desempenho da manutenção de classe mundial e no desenvolvimento de serviços globais e de satisfação da empresa, BRAIDOTTI (2016). Ainda segundo o autor, a engenharia de manutenção opera também como suporte à área de Gestão da Manutenção, desenvolvendo auditorias, redesenho de processos, implantações e processos de engenharia de melhorias. Segundo TELES (2017), a Engenharia de Manutenção projeta modificações e melhorias em equipamentos, processos e sistemas, com o objetivo de otimizar três itens: confiabilidade, disponibilidade e mantenabilidade. A função do Engenheiro de Manutenção é conduzir projetos em que se eleve alguns dos três pilares. Dessa forma, é possível ter um processo de produção mais seguro, confiável e produtivo. 3 ESTUDO DE CASO 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO A empresa a que se refere o estudo de caso é uma indústria do ramo de alimentos, a qual por questões de sigilo não será citado o nome. Atua especificamente no mercado de suplementos nutricionais e fármacos direcionados à prática esportiva. ! 21 No mercado a mais de 30 anos, a empresa possui várias linhas de produtos para suplementação nutricional de atletas e demais praticantes de atividades físicas, desde praticantes amadores a grandes profissionais do esporte nacional e internacional. Possuindo uma variada gama de produtos como barras de proteína, suplemento rico em colágeno, proteína em pó, energético em pó, isotônico em pó, cápsula de energético, cápsula de minerais, bebida energética, gel energético, chá e biscoito de fibra. A empresa, apesar de não possuir um porte tão expressivo em termos de espaço físico, tem em seu site uma gama bastante variada de equipamentos, tais como: empilhadeiras, balanças, tanques de mistura de líquidos, tanques de mistura de sólidos, tanques reatores, extrusoras, banhadoras de chocolate, túneis de refrigeração, envasadoras de sacos, envasadoras de potes, envasadoras de garrafas, envasadoras de sachê, fornos e etc. Por se tratar de uma indústria de alimentos para seres humanos, todos os processos são altamente normatizados e fiscalizados por órgãos como vigilância sanitária, ANVISA e MAPA. Além do que, muitos dos equipamentos são de grande porte, capazes de atingir grandes volumes de produção. Isso implica em uma grande exigência em todos os níveis, desde a gerência até a operação, pois a planta deve operar nos mais altos padrões de segurança, higiene e qualidade. De modo a garantir suas certificações, produtividade, qualidade e satisfação do cliente final. Em função deste cenário de desenvolver produtos atraentes ao público consumidor, obrigações legais para com órgãos reguladores e os desafios de produtividade, a empresa investiu durante muito tempo em desenvolvimento de novos produtos, processos de boas práticas de fabricação, procedimentos operacionais na fabricação e controle de qualidade. Ressalta-se porém que, durante este período, a empresa não deu a devida atenção ao seu setor de manutenção. Onde este, concentrava-se apenas nas manutenções reativas, não possuindo cadastro dos equipamentos, cadastro de sobressalentes, planos de manutenção preventiva bem elaborados e nem tão pouco o histórico das intervenções realizadas dentro de um sistema de gestão, mesmo que simples planilhas. Outrossim essa condição acabava por gerar um alto custo, em particular, nos momentos de falha dos ativos, infelizmente, não contabilizada em seu custo real, pois além do custo de reposição do ativo, mão de obra e sobressalente, a produção parada gerava faturamento cessante. ! 22 Estes fatores levaram a uma depreciação acelerada dos ativos, alto índice de falhas, consequentemente baixa confiabilidadee baixo índice de satisfação de seu principal cliente, a operação. Por falta de um setor de planejamento atuante e a total ausência do planejamento, programação, controle e gestão da manutenção - (PPCGM), as solicitações não eram programadas e nem classificadas de acordo com prioridades. O que ocasionava uma grande demora para sua realização, retrabalhos, custos elevados e algumas vezes se perdendo ao longo do tempo. Afetando diretamente o desempenho da operação e gerando custos tangíveis e intangíveis. É neste contexto que inicia-se este estudo de caso, com vistas na lucratividade e otimização de custos, estabelecer uma estratégia de estruturação do setor de manutenção, de modo a alcançar altos índices em disponibilidade, confiabilidade e elevados padrões de manutenabilidade. De acordo com os padrões de manutenção classe mundial. 3.2 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA Para alcançar os objetivos citados acima foi estabelecida uma estratégia de estruturação do setor de manutenção com o foco na efetividade, visando alcançar a terceira fase de acordo com o exposto na figura 3.1. ! Figura 3. 1 – Fases da estratégia de manutenção. Fonte: Lourival Tavares, 2018. ! 23 De modo que, alinhado à essas estratégias, foi seguido o seguinte escopo: 1. Identificação dos equipamentos 2. Relação dos equipamentos e controle de seus respectivos sobressalentes 3. Estabelecimentos dos programas de manutenção 4. Rotinas de trabalho e treinamentos 5. Geração de O. S. e Registro de dados (via Microsoft Excel) 6. Análise de falhas 7. Definição dos indicadores Após a definição do escopo da implantação do PPCGM, foi estabelecido os pontos de melhoria que seriam trabalhados dentro de cada item. 1. Identificação dos equipamentos: a) Definição das listas para o tagueamento do ativos; b) Estabelecimento de matriz de criticidade para cadastro dos equipamentos; c) Tagueamento dos ativos e cadastro no sistema; 2. Relação dos equipamentos e controle de seus respectivos sobressalentes: a) Criação das fichas técnicas dos equipamentos; b) Definição dos estoques de sobressalentes dos equipamentos de acordo com sua criticidade; c) Cadastro e etiquetagem dos sobressalentes; d) Organização do almoxarifado da manutenção 3. Estabelecimentos dos programas de manutenção: a) Consulta aos manuais e definição dos modos de falha b) Criação e padronização dos planos de manutenção preventiva e de inspeção dos equipamentos; c) Definição do plano mestre de manutenção de 52 semanas; 4. Rotinas de trabalho e treinamentos a) Criação e padronização das instruções de serviço; b) Otimização do documento de Ordem de Serviço; c) Definição das prioridades na abertura das ordens de serviço; d) Treinamento do pessoal de manutenção 5. Geração de O. S. e Registro de dados (via Microsoft Excel): ! 24 a) Desenvolvimento de banco de dados para gestão do histórico dos equipamentos; 6. Análise de falhas: a) Definição de métricas para se iniciar uma análise de falha; b) Desenvolvimento de relatório padrão para análise de falhas; 7. Definição dos indicadores: a) Desenvolvimento e padronização dos métodos para extrair do sistema os principais KPI’s; b) Definição, a partir da gerência, dos principais indicadores; c) Gerar os relatórios de acordo com as estratégias de gestão da empresa; 3.2.1 Identificação dos equipamentos Não havendo uma norma padrão para cadastramento de equipamentos, como existe na indústria de energia elétrica ou na área de instrumentação, foi desenvolvido um padrão interno para realizar este trabalho, como demonstrado na figura 3.2 a seguir. ! Figura 3. 2 – Nomenclatura do código de cadastramento de equipamentos. Fonte: Próprio autor. Tal como para os equipamentos, foi desenvolvido um sistema de tagueamento para seus sobressalentes, figura 3.3. Desta forma, os sobressalentes recebem uma identificação dentro do sistema e fisicamente no almoxarifado, com um código que indica em quais equipamentos este possa ser utilizado. Assim, um mesmo sobressalente pode acumular mais de um código de identificação, desde que possa pertencer a mais de um tipo de equipamento. ! 25 Desta forma, foi possível agilizar o planejamento de manutenções programadas, a assertividade no momento de requisições e a rápida verificação no almoxarifado. ! Figura 3. 3 – Nomenclatura do código de cadastramento de sobressalentes. Fonte: Próprio autor. Afim de padronizar a identificação dos equipamentos e sobressalentes ao longo do trabalho de cadastramento dos ativos e demonstrar de forma lógica o entendimento dos códigos de identificação, foi criado uma tabela como guia para cadastramento dos ativos e seus respectivos sobressalentes, figura 3.4. Onde foi inserido todas as linhas de produção e serviços da planta, incluindo as linhas do setor de utilidades como vapor, ar comprimido, refrigeração transporte e etc. Além das “linhas de serviços” dentro do setor de manutenção como maquinários de usinagem, ferramentas de trabalho e instrumentos. Para o cadastramento dos equipamentos é de primeira importância identificar a criticidade dos mesmos. Segundo TAVARES (2010), o número que classifica o equipamento se determina pela avaliação de fatores como capacidade, eficiência ou criticidade do equipamento. Geralmente designado com as letras A, B e C ou com uma numeração do um ao três, sendo o um o menos crítico e o três o mais crítico, se gera através de uma análise de importância operativa. Entretanto podem haver variações desta metodologia segundo cada empresa e suas políticas. Desta forma, juntamente com tabela mostrada na figura 3.4, foi desenvolvido uma matriz de criticidade para a definição da classe dos equipamentos. Adaptada do JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance (1995), este recomenda a utilização da classificação ABC, como uma ferramenta para avaliar a criticidade de uma máquina ou equipamento, para isso faz-se uso da utilização de um fluxograma do tipo decisório. ! 26 Este trabalho foi realizado em conjunto com os setores de operação, controle de qualidade, almoxarifado e manutenção, pois para a utilização do fluxograma decisório faz-se uso de uma tabela de critérios. Desta forma, a matriz da figura 3.5, leva em consideração padrões de segurança na operação/meio ambiente, qualidade do produto, taxa de utilização, condições de operação, confiabilidade e manutenabilidade. 3.2.2 Cadastro técnico dos equipamentos Após a fase de elaboração dos códigos de identificação e classificação dos equipamentos, obedecendo prioridades de acordo com sua criticidade dentro dos processos e sistemas, foi realizado um trabalho de cadastramento técnico dos equipamentos. Qual seja, fazendo o levantamento de manuais, condições armazenamento, requisitos operacionais, capabilidade, definição do estoque de sobressalentes, estratégia de manutenção adotada e definição do local do acervo técnico. ! 27 ! Figura 3. 4 – Guia para cadastro dos equipamentos e sobressalentes. Fonte: Próprio autor. 01 Barra tradicional Extrusora 01 A,B,C BAR 01 EXT 01-A 000238 ELE 00 BAR 01 EXT 01-A ELE 00 02 Barra criespe MEC 00 BAR 01 EXT 01-A MEC 00 03 Barra de fruta PNM 00 BAR 01 EXT 01-A PNM 00 HID 00 BAR 01 EXT 01-A HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C BBC 01 ENV 01-A 000926 ELE 00 BBC 01 ENV 01-A ELE 00 MEC 00 BBC 01 ENV 01-A MEC 00 PNM 00 BBC 01 ENV 01-A PNM 00 HID 00 BBC 01 ENV 01-A HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C BBG 01 ENV 01-A 000655 ELE 00 BBG 01 ENV 01-A ELE 00 MEC 00 BBG 01 ENV 01-A MEC 00 PNM 00 BBG 01 ENV 01-A PNM 00 HID 00 BBG 01 ENV 01-A HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C BBS 01 ENV 01-A 001156 ELE 00 BBS 01 ENV 01-A ELE 00 Tanque de cozimento 01 A,B,C BBS 01 TNQ 01-A 000635 MEC 00 BBS 01 ENV 01-A MEC 00 PNM 00 BBS 01 ENV 01-A PNM 00 HID 00 BBS 01 ENV 01-A HID 00 01 Masseira 01 A,B,C BIS 01 MAS 01-A 000477 ELE 00 BIS 01 MAS 01-A ELE 00 MEC 00 BIS 01 MAS 01-A MEC 00 PNM 00 BIS01 MAS 01-A PNM 00 HID 00 BIS 01 MAS 01-A HID 00 01 Enchedora 01 A,B,C CPS 01 ENC 01-B 000235 ELE 00 CPS 01 ENC 01-B ELE 00 MEC 00 CPS 01 ENC 01-B MEC 00 PNM 00 CPS 01 ENC 01-B PNM 00 HID 00 CPS 01 ENC 01-B HID 00 01 Máquinas Torno mecânico 01 A,B,C MAN 01 TOR 01-B 000370 ELE 00 MAN 01 TOR 01-B ELE 00 02 Ferramentas MEC 00 MAN 01 TOR 01-B MEC 00 03 Instrumentos PNM 00 MAN 01 TOR 01-B PNM 00 HID 00 MAN 01 TOR 01-B HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C GEL 01 ENV 01 - A 000622 ELE 00 GEL 01 ENV 01 - A ELE 00 MEC 00 GEL 01 ENV 01 - A MEC 00 PNM 00 GEL 01 ENV 01 - A PNM 00 HID 00 GEL 01 ENV 01 - A HID 00 01 Gerador 01 A,B,C INS 01 GER 01-A 000893 ELE 00 INS 01 GER 01-A ELE 00 MEC 00 INS 01 GER 01-A MEC 00 PNM 00 INS 01 GER 01-A PNM 00 HID 00 INS 01 GER 01-A HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C PPT 01 ENV 01-A ELE 00 PPT 01 ENV 01-A ELE 00 MEC 00 PPT 01 ENV 01-A MEC 00 PNM 00 PPT 01 ENV 01-A PNM 00 HID 00 PPT 01 ENV 01-A HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C PSE 01 ENV 01-A 000749 ELE 00 PSE 01 ENV 01-A ELE 00 MEC 00 PSE 01 ENV 01-A MEC 00 PNM 00 PSE 01 ENV 01-A PNM 00 HID 00 PSE 01 ENV 01-A HID 00 01 Envasadora 01 A,B,C PSO 01 ENV 01-A 000730 ELE 00 PSO 01 ENV 01-A ELE 00 MEC 00 PSO 01 ENV 01-A MEC 00 PNM 00 PSO 01 ENV 01-A PNM 00 HID 00 PSO 01 ENV 01-A HID 00 01 Vapor Caldeira 01 A,B,C UTL 01 CAL 01-A 000386 ELE 00 UTL 01 CAL 01-A ELE 00 02 Ar comprimido Compressor 01 A,B,C UTL 02 COM 01-A 000357 MEC 00 UTL 01 CAL 01-A MEC 00 03 Refrigeração Câmara fria 01 A,B,C UTL 03 RES 01-A 000426 PNM 00 UTL 01 CAL 01-A PNM 00 04 Transporte Empilhadeira 01 A,B,C UTL 04 BOE 01-A 000433 HID 00 UTL 01 CAL 01-A HID 00 05 Águas e efluentes Reservatório de água 01 A,B,C UTL 05 RES 01-A 001842 REF 00 UTL 01 CAL 01-A REF 00 06 Incêndio Motobomba jokey 01 A,B,C UTL 06 BOE 01-A 000382 GUIA PARA CADASTRO DE EQUIPAMENTOS, SOBRESSALENTES E CONSUMÍVEIS Utilidades UTL Pó em Saco PS0 Pó em Pote PPT Pó em Sachê PSE Instalações INS BBS Biscoito BIS Cápsulas CPS Gel GEL Barras BAR Bebida em Copo BBC Bebida em Garrafa BBG Bebida em Sachê Manutenção MAN ClasseSetor Nomeclatura EQUIPAMENTO N° PatrimônioLinha Equipamento N° Sequencial Natureza SOBRESSALENTE E CONSUMÍVEIS N° Sequencial Nomeclatura ! 28 ! Figura 3. 5 – Matriz de criticidade. Fonte: Adaptada do JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance (1995). ! 29 Este trabalho tem o intuito de gerar um documento de identificação do equipamento em todos os seus aspectos e documentar individualmente a estratégia de manutenção definida para eles de forma clara e objetiva, conforme pode ser verificado na figura 3.6. Afim de auxiliar as equipes de operação, manutenção e almoxarifado, a ficha técnica fica disponível junto ao equipamento na área de produção para eventuais consultas das equipes no que diz respeito a condições de operação, tensão, potência, pressão de ar, etc. Fica, também, disponível na capa dos seus documentos técnicos no PCM, para consulta de código de peças, fornecedores, localização de documentação, etc. Além de ser encontrada, também no setor de almoxarifado, junto à prateleira do seu respectivo equipamento, para uma orientação visual dos usuários para rápida localização de códigos e peças. Gerando uma maior assertividade nas solicitações de materiais. Para o desenvolvimento das fichas técnicas, é necessário definir quais peças devem ser mantidas em estoque e sua respectiva quantidade. De modo que, não havia um sistema de manutenção onde fosse possível verificar o histórico de falhas e consumo de materiais/sobressalentes. Então, para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada consulta ao pessoal de manutenção que possui mais experiência, aos operadores que estão em contato diariamente com a máquina e acrescido da análise crítica dos equipamentos e seus documentos técnicos, como manuais, desenhos, etc. Compondo um interessante e real cenário da situação da manutenção dos ativos físicos mantidos pela equipe de manutenção. Desta forma, o trabalho de cadastro técnico dos equipamentos, finaliza-se com a organização do almoxarifado da manutenção. Deixando preestabelecido o local de armazenagem das peças de cada equipamento, identificando todo o material já existente com sua etiqueta e organizando-os criteriosamente junto às suas prateleiras. Seguindo o modelo apresentado no guia para cadastramento de equipamentos e sobressalentes da figura 3.4. 3.2.3 Estabelecimento dos programas de manutenção O estabelecimento de um programa de manutenção tem por objetivo manter a função a qual um equipamento ou sistema é requerido, de modo a antecipar as possíveis causas de falhas através de inspeções, coleta de dados ou substituição de componentes. O planejamento e a programação da manutenção fazem isso com o mínimo de custos e o menor impacto na disponibilidade dos equipamentos. Para tanto, é necessário principalmente definir em quais ativos serão realizadas as intervenções. ! 30 ! Figura 3. 6 – Ficha técnica de equipamento. Fonte: Adaptado de TAVARES (2018) . ! 31 Isso ocorre pelo estabelecimento de uma estratégia de manutenção através da análise de suas criticidades como foi demonstrado anteriormente. Além da análise de documentos, recomendações do fabricante sobre as periodicidades, as possíveis falhas, suas causas, assim como, a construção do histórico de falhas do equipamento. Desta forma, para estabelecimento dos programas de manutenção, após definido em quais equipamentos atuar, se faz necessário primeiramente uma consulta aos documentos e aos manuais do fabricante do equipamento para revisar o plano de manutenção preventivo existente, revisando as principais intervenções e suas periodicidades. Após essa primeira análise, deverá ser realizada reuniões entre setores responsáveis visando a verificação dos arquivos de histórico de falhas existente na empresa, para definição dos modos e efeitos de falhas, FMEA. O resultado deste trabalho inicial é apresentado na figura 3.7, através do qual será possível constatar falhas ou possíveis falhas que vão além das recomendações do fabricante e manuais. Provando a importância da realização deste trabalho no momento da montagem de um plano de manutenção. ! Figura 3. 7 – Planilha FMEA. Fonte: Adaptado de KARDEC, NASCIF, (2017). Revisão Pág. 00 1/1ANÁLISE DOS MODOS E EFEITOS DE FALHA 7 10 10 10 RPN Fator 200 70 7 10 10 10 10 10 10 Detecção Chance de detecção: 10 7 7 10 10 10 7 5 5 5 10 10 3 Severidade Gravidade do efeito: 10 10 10 10 10 5 Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum Parada Correia do motoredutor solta Inspeção Frequência Número de ocorrências: 2 1 140 100 0 Plano de inspeção visualEsteira transportadora de saída não funciona Nº do FMEA: Objetivo: 01/2019 GEL 01 ENV 01-AEquipamento /Linha: Ação recomendada Membros da equipe: Plano de inspeção visual Modos de falha Efeitos Causas Controle atual Controle utilizado atualmente? 2 Funções Controle recomendado Falha elétrica/eletrônica do expansor Inspeção Filme de embalagem não desbubina Envase de gel Quais são as causas dos modos de falha? 1 50 100Perda de qualidade Ferramenta de corte sem afiação Inspeção Plano de inspeção visual Inspeção Nenhum2 70 0 Corte com rebarbas Inspeção Plano de inspeção visualResistência queimada Plano de inspeção elétrica Nenhum3 210 0 Plano de inspeção visualContato das portas danificado Inspeção2 10 200 Plano de inspeção visual O que pode ser feito? Reduzir número de paradas não planejadas através da otimização do plano de manutenção preventivo do equipamento. Édipo Mendes, João Silva, José Santos, Marcos Fernandez. Quais são as entradas? O que pode dar errado com as entradas? Qual é o impacto? Como ser detectado? Inspeção 0 50 70 210 Parada Portas de acesso aberta Furação/picote não funciona Parada Falha nas soldas da embalgem Parada Perda de qualidade 1 1Lubrificação Inspeção Plano de inspeção elétrica Plano de inspeção visualInspeção Inspeção Plano de inspeção visual Plano de inspeção elétrica Tensão abaixo do requerido 0 0 0 Válvula do bico de ar desregulada Inspeção Plano de inspeção visual2 7 Participantes Plano de inspeção visual Plano de inspeção visual Plano de inspeção visual Rsponsável 1 produção: Responsável 2 produção: Área Nome Data Corte torto Inspeção Plano de inspeção visualNenhum Nenhum0 5 Parada Falta de lubrificação Plano de inspeção visual Inspeção 1 3 Inspeção Inspeção 100 300 Responsável 1 manutenção: Responsável 2 manutenção: Resistencias desabilitada Picotador desabilitado no IHM Nenhum Nenhum 5 10 5 10 Perda de qualidade Perda de qualidade Perda de qualidade Parada Parada Pistão ou ferramenta de corte travada Perda de qualidade Perda de qualidade Parada Inspeção Plano de inspeção visual Inspeção Assinatura Corte lateral do sachê fora de padrão Sachê não abrem para dosagem Ferramenta de corte travada Equipamento não liga Equipamento não liga Perda de qualidade Resistência com temperatura baixa 1 Pressão de ar abaixo do requerido Parada Chave lig/des desligada na esquerda Parada Expansores desabilitado no IHM ! 32 Após uma breve análise de alguns modos e efeitos de falha, foi constatado que algumas ações não reativas poderiam ser implantadas para antecipar falhas que afetavam o bom funcionamento do equipamento e sua função requerida. E inicialmente, pela falta de um histórico de manutenção, os intervalos de intervenções foram determinado através de consulta aos operadores mais experientes, estimando um MTBF aproximado, de acordo com seus relatos. Desta forma, utilizando um fator de 0,7 x MTBF foi estabelecido que 30 dias seria um período entre as tarefas de inspeções suficientemente segura para realizar as inspeções elétrica e mecânica, bem como as ações de lubrificação. Depois de definido os modos e efeitos de falha e revisão da documentação existente, será possível desenvolver o plano de inspeção e manutenção preventiva do equipamento, figura 3.8. No entanto, a principal preocupação no momento da montagem do mesmo foram as definições de qual atividade realizar (inspeção, medição ou substituição), otimizando ao máximo os períodos entre as intervenções e quem seria o responsável por cada atividade. Desta forma, alcançar o máximo de efetividade nas atividades preventivas com o mínimo de impacto financeiro. Por isso, a estratégia adotada foi a de manutenção baseada na condição. Onde toda e qualquer anomalia detectada é relatada e posteriormente aberta uma ordem de serviço programada. Tendo em mãos os planos de manutenção dos equipamentos foi possível realizar um planejamento e uma previsão orçamentária anual muito mais assertiva, para gastos com manutenção preventiva e possíveis melhorias. Por fim, para alinhar todo este planejamento é de fundamental importância possuir uma ferramenta em que seja possível organizar todas as intervenções planejadas pelo setor. Na inexistência de um sistema ERP para tanto, se fez a utilização de um plano mestre de manutenção ou plano de 52 semanas. Onde, como apresentado na figura 3.9, são inseridos os equipamentos e as intervenções programadas para os mesmos ao longo do ano. De modo que, no modelo desenvolvido é possível expandir as colunas das semanas e visualizar a programação por dias ou expandir as linhas sob os equipamentos e visualizar qual plano será executado e o tempo previsto de execução para o mesmo. Este sistema facilita o trabalho de programação e gera maior assertividade no momento da geração das ordens de serviço programadas ou no momento de se reagendar uma programação por ocorrência de algum tipo de imprevisto, como falhas, ausência de colaboradores ou demanda da produção. ! 33 ! Figura 3. 8 – Plano de manutenção e check-list de inspeção. Fonte: Próprio autor. ! 34 ! Figura 3. 9 – Plano de 52 semanas. Fonte: Próprio autor. 3.3.4 Rotinas de trabalho e treinamentos Segundo TELES (2017), os procedimentos de manutenção são listas detalhadas de etapas que descrevem como executar uma tarefa de manutenção e também é o padrão documentado para as tarefas que serão executadas. Todas as tarefas de manutenção repetitiva devem ser cobertas por procedimentos de manutenção, independentemente de quem executa essas tarefas, sejam eles profissionais experientes, iniciantes ou terceirizados. A fim de otimizar as tarefas em termos de segurança, qualidade, consumo de materiais e tempo de realização é de fundamental importância a criação destes procedimentos instruções de serviço. Com isso, profissionais de diferentes níveis de conhecimento terão condições de realizar as tarefas dentro dos mesmos padrões estabelecidos. Para atendimento a esta necessidade, primeiramente foi elaborado um documento padrão para montagem das instruções de serviço e em seguida uma verificação nas atividades realizadas pela equipe de manutenção para se definir quais envolviam mais riscos, padrões de qualidade, requeriam mais consumíveis, geravam retrabalho ou demoravam mais tempo. Para assim tratarmos as atividades mais críticas. Na modelo apresentado nas figuras 3.10 e 3.11 é possível verificar a instrução de serviço criada para a realização da troca de matriz de corte de um equipamento de envase de liquido em sachês. Como comentado anteriormente na contextualização do estudo de caso, um dos maiores problemas encontrados no início deste trabalho foi o volume de serviços realizados sem planejamento e muitos outros que se perdiam ao longo do tempo. Isso ocorria, principalmente, pela não documentação das solicitações de serviços de terceiros e pela execução de algumas. ! 35 ! Figura 3. 10 – Modelo de instrução de serviço (folha de orientações). Fonte: Próprio autor. ! 36 ! Figura 3. 11 – Modelo de instrução de serviço (folha de instruções). Fonte: Próprio autor. ! 37 tarefas de melhoria ou atividade preventiva que não eram feitas com prévia abertura de ordem de serviço. Onde os colaboradores identificando uma necessidade realizavam as atividades de manutenção por conta própria, sem geração de nenhum histórico, solicitação de material nem mesmo agendamento dos trabalhos. O que inevitavelmente fazia com que não fosse obedecida nenhuma prioridade e que muitos serviços não eram concluídos com êxito. Pois muitas vezes ocorria de durante uma atividade se fazia necessário alguma ferramenta, material ou mão de obra que não existia na planta e o serviço era executado sem os recursos adequados ocorrendo em uma baixa qualidade, retrabalho ou simplesmente o serviço era paralisado. O que gerava altos custos ao setor de manutenção e a organização como um todo. A ordem de serviço é de fundamental importância, pois ela formaliza a solicitação do trabalho a ser realizado, possui informações indispensáveis quanto ao serviço, quanto ao material utilizado e é o documento onde se registra quem e por quanto tempo o pessoal esteve envolvido naquela atividade. Por isso, toda e qualquer atividade realizada pelo pessoal de manutenção deve ser orientada por uma ordem de serviço, figura 3.12. No entanto, é preciso sistematizar o caminho a ser percorrido por este documento, desde a sua solicitação, a emissão, preenchimento e a previsão de todos os recursos que serão necessários para a realização do mesmo. Além da programação com os setores envolvidos prevendo qual setor, equipamento, tempo, impactos e atividades pós serviço de manutenção, tais como: limpeza, setup e entrega nas melhores condições de operação. Entre outras ações que podem ser necessárias. Para evitar que os colaboradores se desviem da sistemática do processo ou percam tempo buscando saber o que fazer, primeiramente, foi realizado um levantamento de informações para montagem de um diagrama SIPOC,
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