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Ciências Políticas - Fake News

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Etapa 1 – Fake News e suas implicações na produção de “verdades” 
1.1 – No documentário assistido expõe-se o tema evidenciando a problemática da responsabilidade na esfera social, além disso , trata-se da disseminação desenfreada e irresponsável de conteúdos falsos através de meios de comunicação mais acessados das redes sociais, influenciando a população em uma leitura rápida, sem critérios, na inaptidão crítica à divulgar e proliferar o mal contemporâneo nessa geração.
1.2 – É evidente e louvável no documentário, o reconhecimento da concientização das redações jornalísticas, na sociedade, dos formadores de opinião e no meio jurídico, com o uso da tecnologia da informação e de dados inseridos em programas de inteligência para detectar notícias falsas ou fake news, Leis que criminaliza indivíduos que se esconde em um território livre da internet. Com tudo isso, é possível perceber a importância do jornalismo, tida como a profissão principal ou suplementar das pessoas que reúnem, detectam, avaliam e difundem as notícias, ou que comentam fatos do momento de acordo com a verdade.
1.3 - Hoje em dia, com a internet e as redes sociais, as fake news ganharam um impulso assustador. Um boato, que geralmente não sabe de onde vem, pode se espalhar em poucos minutos. Foi o que aconteceu no dia 3 de maio de 2014, no Guarujá. Dois dias antes, um administrador de uma página de Facebook havia feito uma postagem alertando a população local sobre uma suposta mulher que sequestrava crianças para fazer rituais de feitiçaria. A postagem ainda incluía uma retrato falado da suposta criminosa.
Tudo fake news. Segundo a polícia, não havia nenhum caso de sequestro de crianças na cidade. Uma mulher de 33 anos, casada e mãe de dois filhos, foi identificada como a suposta sequestradora quando se dirigia à casa de suas primas no bairro de Mortinhos. O linchamento reuniu dezenas de pessoas e foi filmado por câmeras de celular. A mulher morreu dois dias depois. Cinco pessoas foram acusadas do crime e condenadas à pena máxima de 30 ano. O administrador da página de Facebook, responsável pela criação da notícia falsa, passou ileso, já que a legislação da época ainda não previa punição a quem incitasse a violência por meio da internet. Hoje, a Lei 7.544/14, que alterou o Projeto de Lei 2.848/40, criada após o assassinato do Guarujá, prevê multa e detenção para pessoas que incitem a violência via internet.
Etapa 2 – Fake News: compreendendo o fenômeno, por meio dos teóricos da Ciência Política.
2.1 – A) Para John Locke ( 1632 – 1704) no estado de natureza os seres humanos não nasceram nem bons e nem maus, mas com direitos inalienáveis, como à vida, à liberdade e à propriedade. Segundo a teoria a qual a sociedade surge apartir de um pacto, um contrato estabelecido entre homens, que faz com que estes abandonem o estado de natureza e se organizem em sociedade. Por isso não há razão para Locke dizer que o que levou os homens a necessidade de criar um acordo, um pacto entre si, foi a necessidade de garantir a sobrevivência da espécie e evitar as consequencias do estado de natureza. Para Locke o contrato social de duas características fundamentais: a confiança e o consentimento. A partir do momento em que uma determinada comunidade sente a necessidade de administrar as relações sociais, centralizando esta administração em uma figura comum, os membros de tal comunidade chegam a um consenso (consentimento) delegando poderes a um governante que tem por obrigação garantir os direitos individuais já existentes no estado natural como a liberdade, além de assegurar segurança jurídica e o direito à propriedade privada.
 Além disso, o livre consentimento dos indivíduos para o estabelecimento da sociedade, o livre consentimento da comunidade para formação do governo, a proteção dos direitos de propriedade pelo governo, o controle de Executivo pelo Legislativo e o controle do Governo pela sociedade, são para Locke, os principais fundamentos do estado civil. 
B) Contrato social (ou contratualismo) indica uma classe de teorias que tentam explicar os caminhos que levam as pessoas a formarem Estados ou manterem a ordem social. Essa noção de contrato traz implícito que as pessoas abrem mão de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de obter as vantagens da ordem social. Nesse prisma, o contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante.
 O ponto inicial da maior parte dessas teorias é o exame da condição humana na ausência de qualquer ordem social estruturada, normalmente chamada de "estado de natureza". Nesse estado, as ações dos indivíduos estariam limitadas apenas por seu poder e sua consciência.
No processo de formação sociocultural do Brasil, diversas conquistas sociais representaram diferentes resultados na sociedade. Dentro dessas conquistas, o direito à liberdade de expressão foi o avanço que mais obteve diferenças no modo de ser entendido pelos cidadãos. Nesse contexto, pode-se afirmar que os discursos de ódio no Brasil estão baseados na errônea interpretação do que realmente é liberdade de expressão dos indivíduos e no enraizando preconceito contra as minorias sociais. Além disso, o conceito equivocado de liberdade de expressão é revelado quando os discursos de ódio são justificados como atos de opiniões pessoais. Inquestionavelmente, erro em interpretar o direito em expressar é cada vez mais comum, visto que o aumento de casos dos discursos de ódio é notório, gerando graves consequências nos ataques nas redes sociais contra as mais diversas minorias, mulheres negras, deficientes, negros, gays e refugiados. É um equivo a prática baseada no preconceito secular advindo da formação sociocultural brasileira que nega diferenças e as combate ao longo do tempo, uma vez que, os discursos de ódio no Brasil são maneiras novas de expressar um antigo pensamento preconceituoso enraizado nas opiniões pessoais e fundamentado no direito à liberdade de expressão. Portanto, se deduz que o preconceito está enraizado nos brasileiros é fruto da sociedade, segundo John Locker, o homem nasce como se fosse uma folha em branco. Logo assim, o preconceito é imposto aos dos cidadãos brasileiros através de conceitos sociais que depreciam as minorias e criam idéias a serem propagadas, como os negros são inferiores, porque alguém o rotulou ao “macaco” inferiorizando, as mulheres são burras, tem menos “neurônio, célula responsável pela condução do impulso nervoso” como que ser nervoso é excepcional, os gays praticam atos reprováveis, mas à liberdade está latante em todos os campos dos costumes e mais especificamente na área sexual, em contrapartida, com o aumento desta liberdade, cada indivíduo passou a sumir a responsabilidade da escolha de suas opções sexuais, tendo cada um o direito de escolhas. Assim estamos preenchendo de forma análoga a folha em branco das crianças, adolescentes e jovens, brasileiros que por preconceitos enraizado, vão expressar e praticar ações no discurso de ódio contra a minoria nas redes sociais, alegando o direito à liberdade de expressão. Assim, à educação moral e digital, informação e o diálogo são os métodos de rescrever uma nova folha em branco nessa geração de internautas.
2.2. Na teoria de Jean Jacques Rousseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito a particular, e a vontade do cidadão (daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um interesse no bem comum. O Contrato Social inicia um debate políticoe social que ainda não terminou, legítima o poder e funda a sociedade civil. Elabora os princípios do direito político, cuja autoridade não deve repousar sobre a autoridade paterna, no poder teocrático, nem na tirania, mas exclusivamente no governo formado através de um pacto social, com cujos princípios deveriam cada cidadão se comprometer individualmente, mediante renúncia de sua liberdade individual em prol de todos os individuos que garantirão dignidade, igualdade jurídica e moral e a tão sonhada liberdade civil e o respeito as leis. 
Como pode imaginar hoje o mundo sem internet? Nos dias atuais, seria extremamente, difícil imaginar o cotidiano sem as redes sociais. Os e-mails e os sites de buscas e os relacionamentos eletrônicos, o comércio eletrônico, as transações bancarias, enfim a internet e seus efeitos estão em tudo que nos rodeia e traz sem sombra de dúvidas efeitos jurídicos.  Ao longo desses mais de cinquenta anos a internet se desenvolveu, se popularizou e adentrou a vida dos seres humanos em todo planeta e inegavelmente a internet proporciona inúmeras formas de acesso à comunicação e facilidades sociais em todo o mundo.É possível, com apenas um clique, interagir com pessoas de todo o planeta, a qualquer momento. A distância, no mundo da internet, não existe, as pessoas ficaram próximas e realizam a comunicação por meio de redes sociais.
Atualmente, com a popularização e a democratização ao acesso nas redes sociais, toda a sociedade, de diversos países, organiza-se por meio da internet, são praticidades existentes em todos os níveis. Isso porque as redes sociais que antes eram apenas meios de entretenimento e diversão, hoje ganham força para protestos, coberturas de conflitos, guerras, política, assuntos polêmicos, conflitos étnicos, manifestações, encontros sociais e amorosos, relacionamento e informação de todo tipo, incluindo as Fake News. Além disso, está presente nas atividades laborais, educacionais, na área hospitalar, no comércio e na área econômica. A inclusão digital seja considerada um direito fundamental, como o direito à água, à luz, à informação, à saúde, à privacidade, etc. O direito à internet e às novas tecnologias digitais deve estar acima de todos os outros pois, nos dias atuais, é cada vez mais comum que seja por meio dele que os outros direitos funcionem adequadamente. É indubitavelmente, um espaço aberto e democrático para pobres e ricos, sem distinção, sem olhos a cor da pele, credo, sexo ou origem é um território global de livre transito e sem fronteiras.
É extremamente importante ressaltar que ainda hoje, em que pese a relevância da internet e seu papel mundial, cerca de 3,5 bilhões de pessoas estão conectadas à Internet e surpreendentemente, 5 bilhões estão sem acesso e excluídas do mundo digital. A internet é o portal de acesso à informação, o combustível da democracia, entretanto para tal é necessário o acesso à informação, e essa informação pura, digna de confiança, essa mesma internet vem desenvolvendo métodos de controle às plataformas digitais com avanços jurídicos e tecnológicos para interceptar notícias de procedência sensacionalista e duvidosa na contenção das Fake News. Mesmo assim, no cenário que Rousseau viveu ,acreditava que seria possível se pensar numa sociedade ideal. A questão que se colocava era a seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Segundo Jean Jacques Rousseau, isso seria possível através de um pacto social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva, e assim a liberdade civil.

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