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Direito Civil V Flavia Emilia Silva de Oliveira Direitos Reais e Direitos Pessoais Natureza Jurídica da Posse Conceito de Posse Direito das coisas Detenção Propriedade Objetivos Teorias da Posse Detenção Função Social da Posse Teoria Geral da Posse Profª Flávia Emilia Silva de Oliveira Teorias da Posse Profª Flávia Emilia Silva de Oliveira TEORIAS DA POSSE TEORIA SUBJETIVA TEORIA OBJETIVA Friedrich Carl von Savigny Rudolf Von Ihering Profª Flávia Emilia Silva de Oliveira Teoria Subjetiva Savigny A teoria subjetiva (livro “Tratado da Posse”), é aquela em que, para restar caracterizada a posse, é necessário estar presente um elemento subjetivo consistente na vontade de ser dono da coisa. A posse, então, seria a união de dois elementos: corpus + animus domini. O animus domini consiste na vontade de ter a coisa como sua (ser proprietário). Sem essa intenção não há o que se falar em posse, havendo somente detenção. Profª Flávia Emilia Silva de Oliveira Ihering Teoria Objetiva CC, 1.196 Para a teoria objetiva, posse é o exercício de fato de um dos poderes da propriedade com uma finalidade econômica ou social Profª Flávia Emilia Silva de Oliveira Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Função Social da Posse CC, 1210, (...) § 2 o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. CF, 5º, XXII e XXIII APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ESBULHO. ABANDONO DO IMÓVEL. FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE. MELHOR POSSE. 1.Autor alegou que imóvel de sua propriedade sofreu esbulho praticado pelos réus, há menos de ano e dia. 2.Não ficou demonstrado nos autos a ocorrência do esbulho, apesar da parte autora demonstrar a propriedade do bem em seu nome e o pagamento dos referidos impostos, no curso do feito. 3. Sentença julgou improcedente o pedido autoral. Apelação do autor. Sentença mantida. 4. Em ação possessória, discute-se apenas a situação jurídica de posse relativa às partes em litígio, sendo, por isso, vedada qualquer discussão que remeta à propriedade, o que é possível apenas quando ambos os litigantes discutem a posse com base na propriedade. 5.O autor admitiu que não reside no imóvel e que nele não erigiu qualquer construção. Abandono do bem está configurado, já que o autor não se manteve como possuidor do referido bem ao longo dos anos. Ausência de destinação econômica do imóvel, descumprindo o bem a sua função social. 6.A prova oral produzida demonstrou que os requeridos têm permanecido na posse do imóvel, ao menos por 10 anos, desde antes da data da propositura da presente ação. Descaracterizada a hipótese de esbulho possessório. 7. Honorários sucumbenciais fixados em 12% sobre o valor atribuído à causa, a teor dos §§ 2º e 11, do art. 85, do CPC. 8. Recurso conhecido e não provido. (TJ-RJ - APL: 00019879320048190077, Relator: Des(a). JDS RICARDO ALBERTO PEREIRA, Data de Julgamento: 15/05/2019, VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL) • ADMINISTRATIVO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. A OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO NÃO CARACTERIZA POSSE, E SIM DETENÇÃO. A ALEGAÇÃO DE FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE É DESPROVIDA DE QUALQUER SENTIDO QUANDO NEM POSSE HÁ. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. ACÓRDÃO EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 83/STJ. 1. Trata-se de ação em que busca os recorrentes desconstituir acórdão que reconheceu o imóvel ocupado como bem público, declarando a posse como irregular. 2. A instância de origem entendeu que a União juntou aos autos prova de que o imóvel é de sua propriedade; assim, decidiu a questão com fundamento no suporte fático- probatório dos autos, cujo reexame é inviável no Superior Tribunal de Justiça, ante o óbice da Súmula 7/STJ: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial". 3. Dessume-se que o acórdão recorrido está em sintonia com o atual entendimento do STJ, razão pela qual não merece prosperar a irresignação. Incide, in casu, o princípio estabelecido na Súmula 83/STJ: "Não se conhece do Recurso Especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida". 4. Recurso Especial não provido. • (STJ - REsp: 1710604 RJ 2017/0272877-5, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 06/03/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/04/2019) Detenção Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Detentor Fâmulo da Posse • DIREITO CIVIL - USUCAPIÃO - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA - SUA REFORMA - INCOMPROVAÇÃO DA ALEGADA POSSE COM ANIMUS DOMINI - REQUISITO INDISPENSÁVEL À CARACTERIZAÇÃO DA USUCAPIÃO - PARTE AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DA PROVA RELAÇÃO DE MERA DETENÇÃO CONFIGURADA - OCUPAÇÃO DO IMÓVEL QUE EM RAZÃO DE MERA PERMISSÃO DO PROPRIETÁRIO, PARA QUEM A FALECIDA AUTORA PRESTAVA SERVIÇOS - PRECARIEDADE DA POSSE, CUJA NATUREZA SE TRANSMITE AOS HERDEIROS - PRESCRIÇÃO AQUISITIVA NÃO CARACTERIZADA - PLEITO AUTORA QUE NÃO PROSPERA SENTENÇA QUE SE REFORMA - 1. Trata-se de apelações contra sentença de procedência em demanda de usucapião. 2. Parte autora que alegou ter exercido a posse do bem objeto de litígio há cerca de 30 (trinta anos), mansa e pacificamente. 3. Sentença de procedência, que se pautou na comprovação das alegações da parte demandante, máxime por conta do material probatório coligido na ação de manutenção de posse em apenso, ajuizada por uma das aqui rés (CAPETTE), assim também pela ausência de oposição por parte das Fazendas Públicas respectivas. 4. Não obstante, tal realidade não verbera nos presentes autos, pois, muito embora comprovado que a posse se prolonga por mais de 20 (vinte) anos, tal fato se deu por conta de permissão e subordinação da finada proprietária em relação a também falecida autora. 5. então há qualquer comprovação de que o contrato de locação, inquinado pelos recorrentes, tenha sido celebrado sob o pálio da suscitada coação. Improsperável, pois, a alegada exceção de usucapião. 6. Evidente exercício da posse por parte da detentora com o nítido animus tenendi, inservível para a caracterização da aquisição originária da propriedade por usucapião. 7. Demais disso, há de se ressaltar que, em momento algum, a parte autora não trouxe aos autos elementos objetivos e precisos quanto à eventual de interversão de posse. 8. Parecer Ministerial expressamente lançado no sentido de que: ".sendo assim, à falta do elemento animo domini, essencial à posse ad usucapionem, não faz jus o autor à pretensão inicial, merecendo reforma a douta sentença impugnada.". 9. Assim, forçoso reconhecer que a parte autora não se desincumbiu do ônus da prova, restando claro que a posse, nascida de forma precária, ainda que mantida por longos anos, não altera sua natureza, senão quando caracterizada a interversio possessionis, o que inocorre na espécie. 10. Reforma da sentença que se impõe, julgando-se improcedente o pleito autoral, tornando prejudicado o recurso autoral. PROVIMENTO AO RECURSO DA RÉ. IMPROCEDÊNCIA DOS PLEITOS AUTORAIS. RECURSO AUTORAL PREJUDICADO • (TJ-RJ - APL: 00035550819988190061 RJ 0003555-08.1998.8.19.0061, Relator: DES. MARCELO LIMA BUHATEM, Data de Julgamento: 25/03/2014, VIGÉSIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 09/04/2014 13:22) DIREITO CIVIL - USUCAPIÃO - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA - SUA REFORMA - INCOMPROVAÇÃO DA ALEGADA POSSE COM ANIMUS DOMINI - REQUISITO INDISPENSÁVEL À CARACTERIZAÇÃO DA USUCAPIÃO - PARTE AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DA PROVA RELAÇÃO DE MERA DETENÇÃO CONFIGURADA - OCUPAÇÃO DO IMÓVEL QUE EM RAZÃO DE MERA PERMISSÃO DO PROPRIETÁRIO, PARA QUEM A FALECIDA AUTORA PRESTAVA SERVIÇOS - PRECARIEDADEDA POSSE, CUJA NATUREZA SE TRANSMITE AOS HERDEIROS - PRESCRIÇÃO AQUISITIVA NÃO CARACTERIZADA - PLEITO AUTORA QUE NÃO PROSPERA SENTENÇA QUE SE REFORMA PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. TERRACAP. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO. MERA DETENÇÃO. DIREITO DE POSSE NÃO CONFIGURADO. DIREITO À RETENÇÃO. 1. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, configurada a ocupação indevida de bem público, não há falar em posse, mas em mera detenção, de natureza precária, o que afasta direitos típicos de posseiro. 2. Recurso Especial não provido. (STJ - REsp: 1762597 DF 2018/0185702-8, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 16/10/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 16/11/2018) • ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. INTERDITO PROIBITÓRIO. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE ÁREA PÚBLICA. MERA DETENÇÃO. POSSE NÃO CONFIGURADA. PROTEÇÃO POSSESSÓRIA INADMISSÍVEL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. "'A ocupação de bem público, ainda que dominical, não passa de mera detenção, caso em que se afigura inadmissível o pleito de proteção possessória contra o órgão público. Não induzem posse os atos de mera tolerância (art. 497 do CC/1916). Recurso especial não conhecido." (REsp 146.367/DF, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 14/12/2004, DJ 14/03/2005, p. 338). (AgRg no REsp 799.765/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 04/02/2010). • (TJ-SC - AC: 00171355520098240005 Balneário Camboriú 0017135- 55.2009.8.24.0005, Relator: Francisco Oliveira Neto, Data de Julgamento: 10/10/2017, Segunda Câmara de Direito Público) Subjetiva e Objetiva Posse e Possuidor Detenção e Detentor Teorias Justificadoras da Posse Função Social da Posse
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