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Contrato de Seguro

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DIREITO CIVIL III
MATERIAL DE APOIO PARA ELABORAÇÃO TRABALHO AV1
SEGURO
SEGURO
Conceito e características
Arts. 757 a 802, CC - fixa a estrutura fundamental desse contrato.
· Compete privativamente à União legislar sobre seguros - art. 22, VII, CC.
Era contrato desconhecido dos romanos. O contrato de seguro teve origem o seguro marítimo, ainda no período medieval, quando se limitava a cobrir navios e cargas. Aos poucos foi penetrando nas práticas civis e, já no século XVIII era admitido contra incêndio e sobre a vida. O seu maior incremento ocorreu no século XIX embora ainda não fosse contrato típico em códigos como o francês e o BGB. No século XX alcançou seu apogeu.
o Teve grande desenvolvimento na Inglaterra do século XVII (Lloyd's Coffee), sendo que sua difusão e generalização ocorreu no século XVIII.
· Foi implementado no Brasil em 1808 com a vinda da família real - Companhia de Seguros Boa-Fé (Bahia).
o Foi disciplinado no Código Comercial de 1850.
o Em 1880 a Alemanha destaca-se como o primeiro país a desenvolver um sistema de seguro social.
Pelo seguro, um dos contratantes (segurador) se obriga a garantir, mediante o recebimento de uma determinada importância, denominada prêmio, interesse legítimo de uma pessoa (segurado), relativamente ao que vier a mesma a sofrer, ou aos prejuízos que decorrerem a uma coisa, resultantes de riscos futuros,incertos e especificamente previstos - art. 757, CC. (Arnaldo Rizzardo,
p. 841). Na concepção tradicional o contrato de seguro é negócio jurídico pelo qual o segurado, mediante o pagamento de um prêmio, transfere à seguradora os riscos de determinada atividade. No entanto, há, na prática, transferência dos riscos, o segurado continua com a eventualidade de sofrer o sinistro e não a segurador.
O seu principal elemento é o risco, que se transfere para outra pessoa. Nele intervêm o segurado e o segurado, sendo este, necessariamente, uma sociedade anônima, uma sociedade mútua ou uma cooperativa, com autorização governamental (art. 757, parágrafo único, CC), que assume o risco, mediante recebimento do prêmio, que é pago geralmente em prestações, obrigando-se a pagar ao primeiro a quantia estipulada como indenização para a hipótese de se concretizar o fato aleatório, denominado sinistro.
o O risco é objeto do contrato e está sempre presente, mas o sinistro é eventual: pode ou não ocorrer. Falta-lhe objeto se o interesse segurado não estiver exposto a risco.
· O resseguro consiste na transferência de parte ou de toda responsabilidade do segurador para o ressegurador. A finalidade é distribuir entre mais de um segurador a responsabilidade pela contraprestação.
· Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) - Decreto-Lei nº 1.186/39. teve por finalidade nacionalizar o mercado securitário que até então era dominado por empresas estrangeiras.
- O IRB é uma sociedade de economia mista com finalidade de regular o co-seguro, o resseguro e a retrocessão, bem como de promover o desenvolvimento das operações de seguro conforme as normas fixadas	pelo	CNSP. Funciona como litisconsorte necessário nas lides judiciais, sempre que tiver responsabilidade nas importâncias reclamadas, por se comprometer a cobrir o valor do seguro até certa proporção. O CC/02 revogou as regras do Decreto-Lei nº 1.186/39 que com ele são incompatíveis.
· O Decreto-Lei nº 73/66 trata do sistema nacional de seguros privados. Constitui o estatuto que disciplina a atividade das seguradoras que são fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
o Para a constituição de seguradoras é necessária a autorização pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e inscrição na SUSEP.
Classificação
· Bilateral ou sinalagmático:
o O segurado deve pagar o prêmio, não agravar o risco e cumprir as obrigações convencionadas.
o O segurados devem efetuar o pagamento da indenização prevista no contrato.
· Oneroso - ambos obtém proveito.
· Aleatório para o segurador porque a sua prestação depende de fato eventual: a ocorrência ou não do sinistro.
· 	Formal - porque só obriga após documentado por meio da apólice ou do bilhete ou da prova de pagamento do prêmio -art. 758, CC.
· No entanto, há quem defenda a consensualidade. Dizem ser a forma escrita exigida unicamente ad probationem, suscetível de suprimento por outros meios.
· A doutrina diverge sobre a natureza consensual desse contrato. Afirmam com base no art. 758, CC que o contrato não se aperfeiçoa com a convenção, mas somente após a emissão da apólice. Seria, portanto, um contrato solene.
· No entanto, tem-se entendido que a forma escrita é exigida apenas ad probationem, ou seja, como prova preconstituída, não sendo, porém, essencial, uma vez que o art. 758, CC considera perfeito o contrato desde que o segurado tenha efetuado o pagamento do prêmio.
· Contrato de adesão (arts. 423 e 424, CC e art. 47, CDC) - aperfeiçoa-se com a simples aceitação do segurado de cláusulas previamente estipuladas pelo segurador e impressas na apólice. O segurado adere em bloco ao modelo contratual.
· Contrato de execução continuada eis que destinado a subsistir durante período determinado de tempo, por	menor	que	seja.
Apólice e bilhete de seguro
· A apólice constitui, em regra, o instrumento do contrato de seguro e pode ser (art. 760, CC):
o Nominativa: consta obrigatoriamente o nome do segurador, do segurado (e seu representante) ou do beneficiário. Pode ser transferida mediante cessão civil. Alienada a coisa que se ache no seguro, transfere-se ao adquirente o contrato pelo prazo que ainda faltar. O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até o limite do previsto no contrato de seguro (Súmula 188, STF). Vide arts. 800 e 786, §1º, CC.
· À ordem: pode ser transferida por endosso, pois equivale à simples convenção de que a pessoa a quem é entregue pode transferi-la de acordo com sua livre escolha.
o Ao portador (exceto as de seguro de vida): não figura a indicação do segurado,
o que possibilita a transferência por simples entrega, importando esta numa cessão de crédito. Não pode ser utilizado em seguros de pessoas.
· As apólices ainda se classificam em:
o Simples: determina-se com precisão o objeto do seguro e os riscos dos quais se protege o contratante, não se autorizando a substituição.
· Flutuantes: consigna-se a faculdade da substituição, abrangendo os riscos de coisa fungíveis, como a mercadoria armazenada de uma sociedade comercial.
· Determinados seguros, quando houver autorização legal, podem ser efetivados de plano por meio de bilhetes, como o seguro obrigatório de veículos automotores, conforme permissão do art. 10, do Decreto-Lei nº 73/66, que dispensa a remessa da apólice ao segurado.
· A apólice ou o bilhete mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário - art. 760, CC.
· Os riscos cobertos pelo segurados são exclusivamente os constantes da apólice, dentro dos limites que ela fixar - não se admite interpretação extensiva nem analógica, embora a interpretação deva ser sempre feita em benefício do aderente.
· O prêmio corresponderá à soma a que está obrigado o segurado a satisfazer. Compõe-no a percentagem destinada aos encargos da administração e às quantias exigidas a título de taxas e outras	decorrências,	bem	como	ao	lucro	da	companhia.
O risco
· É elemento essencial do contrato de seguro.
· A noção de risco é a mesma de uma acontecimento ou evento, algo que ocorre por fato da natureza ou do próprio homem.
· Para boa parte dos autores a noção de risco se confunde com a noção de perigo que provoca um dano, mas tal concepção só se justifica para os seguros de dano.
· O risco segurável é o acontecimento possível, futuro e incerto, ou de data incerta, que não depende somente da vontade das partes.
· Art. 757, CC - pelo contrato de seguro o segurador se obriga a garantir interesse legítimo do segurado. Assim, o contrato pode abranger todointeresse segurável relativo a pessoa ou a coisa, sem discriminação.
· O risco pode incidir sobre todo bem jurídico, mas a maioria das legislações, inclusive o CC, veda certas modalidades de seguro - ex.: seguro por mais do que valha a coisa assegurada; a pluralidade de seguros sobre o mesmo bem (seguro cumulativo), com exceção do seguro de vida.
· As cláusulas não podem contrariar normas de ordem pública. Assim,:
o Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário ou de representante de um ou de outro - art. 762, CC. A lei não exclui a possibilidade de se convencionar o pagamento de indenizações resultantes de culpa leve do segurado, como nos acidentes de trânsito.
· A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do sinistro, e , em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador - art. 781, CC. Impede que o segurado tente lucrar com o sacrifício do objeto segurado. Exceções: admite-
se o resseguro, desde que o total da garantia prometida não ultrapasse o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato - art. 782, CC; bem como no seguro de vida - art. 789, CC.
· A boa-fé é mais energicamente exigida nesses contratos - arts. 765 e 766, CC.
o Se não houve má-fé do segurado no fornecimento inexato ou na omissão das declarações o segurado terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
o Pagará em dobro a indenização o segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o segurado se pretende cobrir; em não obstante, expede a apólice - art. 773, CC (ex.: aceita seguro contra naufrágio sabendo que o navio já afundou).
· O mecanismo do contrato de seguro assenta-se no princípio da mutualidade dos segurados.
· O prêmio é fixado de antemão com base em cálculos atuariais que se apóiam em uma análise de probabilidades.
Espécies de seguro
· O contrato de seguro é unitário, embora integrado por espécies diferentes. Caracteriza-se, quaisquer que sejam os riscos segurados, pela ideia de ressarcimento dos danos, de cunho material ou moral.
· Segundo o objeto que visam assegurar:
· Primeira divisão: seguros pessoais e seguros de coisas materiais.
· Segunda divisão: seguros de responsabilidade e os de obrigações. O primeiro abrange toda gama de responsabilidade civil contratual, extracontratual ou legal. Nos seguros de obrigações enquadram-se principalmente os de empreitada e destinguem-se daqueles porque o inadimplemento acontece independente da vontade do segurado.
o Terceira divisão: seguro a prêmio fixo e o seguro mútuo ou variável: No seguro a prêmio fixo desenvolve-se uma relação entre segurado e segurador que são pessoas distintas. A contribuição daquele é invariável, desde que fixada contratualmente. A sociedade de seguros se obriga por um risco mediante a paga de um prêmio prefixado no contrato. O contrato mútuo se ajusta entre várias pessoas que assumem mutuamente a responsabilidade pelo prejuízo que qualquer delas venha a sofrer. Cada segurado é segurador dos outros. Não é mais contemplado pelo NCC como seguro, mas como montepio ou um contrato em que as pessoas se unem em um objetivo comum, para a formação de um capital, que servirá para posterior distribuição em parcelas depois de certo tempo de contribuição.
o Quarta divisão: sob o aspecto do número de pessoas que integram um só contrato e são protegidas pela mesma apólice, dividem-se em individuais e coletivos ou em grupo.
· Quinta divisão: seguro contra acidentes envolvendo pessoas: acidentes de trabalho e acidentes pessoais. São regidos por leis próprias.
· O prêmio pago de uma só vez ou em prestações é considerado indivisível. Por essa razão, o segurado faz jus à percepção do valor do seguro, mesmo que ocorra o sinistro no início do período, fazendo- se a sua complementação se for o caso.
· Distinguem-se:
· Seguros sociais: esses tem cunho obrigatório e tutelam determinada classe de pessoas.
· Seguros privados: esses, em regra, são facultativos e dizem respeito a coisas e pessoas. Dividem-se em: terrestres (de coisas e de pessoas), marítimos e aéreos. Podem ser: Seguros individuais e Seguros coletivos ou em grupos.
· Os seguros terrestres podem se especializar em: operações de seguro de vida, de seguros mútuos, de seguro agrário, dos ramos elementares (riscos de fogo, transporte, acidente e outros eventos danosos) e de capitalização.
· No seguro mútuo, várias pessoas unem-se para assumir riscos interentes às suas vidas ou aos seus bens, partilhando entre si os eventuais prejuízos. O conjunto de segurados constitui a pessoa jurídica, a que pertencem as funções de segurador. Não tem fim lucrativo. Os segurados são exclusivamente os próprios associados. Decreto-Lei nº 73/66 ? proibiu a constituição de novas entidades, ressalvando a possibilidade de cooperativas se dedicarem aos seguros agrícolas, de saúde e de acidentes do trabalho (posteriormente absorvido pelo Estado).
· Em lugar do prêmio os segurados contribuem com quotas necessárias para socorrer às despesas da administração e prejuízos verificados. As quotas variam conforme o valor do respectivo seguro e dos diferentes riscos.
· SEGURO DE DANO: nessa modalidade (art. 778, CC) a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse do segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, CC, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber. O vocábulo garantia é empregado como sinônimo de cobertura de riscos assumidos por um segurador.
· O contrato de seguro não se destina à obtenção de um lucro. O CC considera locupletamento ilícito o segurado receber pelo sinistro valor indenizatório superior ao do interesse segurado ou da coisa sinistrada. A infração à proibição acarreta como consequência a perda do direito de garantia e a obrigação ao pagamento do prêmio vencido, além de responder o segurado por eventual ação penal se houver feito falsa declaração com o fim de obter vantagem patrimonial.
· Compete ao segurador o ônus de provar que o valor da garantia ultrapassa o da coisa segurada e que o segurado agiu dolosamente ao apresentar a sua proposta.
· O segurador não pode segurar o bem por valor superior recebendo o prêmio sobre esse montante - art. 781, CC. A indenização a ser paga ao segurado em caso de consumação do risco provocador do sinistro deve corresponder ao real prejuízo do interesse segurado. O limite máximo é o fixado na apólice.
o Se os prejuízos forem menores do que o limite máximo o segurador só está obrigado a pagar o que realmente aconteceu.
· Antes da entrada em vigor do NCC o seguro de veículos era feito com valo fixo e a indenização podia ser paga com valores superiores ao de mercado, modalidade que a lei vigente não aceita mais, uma vez que permite o enriquecimento indevido do segurado e desnatura a finalidade do contrato de seguro.
· Pode ocorrer variação do valor do interesse segurado, mas, a rigor o montante do prêmio é fixado com base na indenização estimada em função do valor do interesse segurado. Se a coisa se desvaloriza, a indenização não pode ultrapassar o valor que possuía no momento do sinistro. Neste caso, porém, o excesso de prêmio recebido com base em valor superior fixado na apólice deve ser restituído, para manter o equilíbrio do contrato.
o Sendo o valor da indenização menor do que aquele mensurado ao tempo do ajuste e fixado na apólice, o prêmio pago será superior ao aqui estabelecido pelo valor do interesse segurado no momento do sinistro, caso em que terá de ser reduzido com a diferença acrescida ao pagamento indenizatório. É o princípio da eticidade.
· Algumas seguradoras celebram contratos anuais, para o pagamento do prêmio em doze prestações e calculam o seu valor mensalmente, de acordo com a oscilação do preço do mercado, evitando com isso qualquer prejuízo para o segurado.
· Em caso de mora do segurador poderá a indenização ultrapassar o limite máximo de garantia fixado naapólice - arts. 781 e 395, CC.
· Art. 782, CC - se o segurado pretender obter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende segurar-se, para que se possa averiguar se não está sendo ultrapassado, no total, o valor do interesse segurado.
· Art. 779, CC - o risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes ou conseqüentes, como sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa. No CC/02 essa regra tornou-se cogente e não pode ser afastada pela vontade das partes.
o O dispositivo não define a extensão da responsabilidade pelo segurador, caberá à jurisprudência definir e especificar no exame de cada caso concreto a aplicação da regra.
o Quando o contrato fizer alusão a prejuízos resultantes ou conseqüentes do sinistro, somente as conseqüências imediatas e necessárias devem ser abrangidas pela obrigação de indenizar atribuída ao segurador e não as mediatas e indiretas como as perdas resultantes da paralisação da atividade profissional ou comercial.
· Art. 780, CC - a vigência da garantia no seguro de coisas transportadas, começa no momento em que são pelo transportador recebidas e cessa com a sua entrega ao destinatário.
o A vigência de garantia é o período de tempo durante o qual perdura a validade da cobertura securitária.
· A responsabilidade do transportador de mercadorias é objetiva.
· Em caso de avaria e de pagamento de indenização pela seguradora, sub-rogar- se-á esta nos direitos do proprietário segurado para o exercício de ação regressiva contra o transportador responsável pelos prejuízos.
· Art. 783, CC - o seguro de um interesse por menos do que efetivamente valha acarretará a redução proporcional da indenização, na hipótese de sinistro parcial, em não havendo ali disposição expressa em contrário.
· Trata-se da cláusula de rateio que não costuma ser bem recebida pelos segurados por ocasião do sinistro.
· Aplica-se a referida cláusula quando a cobertura contratada for inferior ao valor da coisa e dos danos. A diferença será suportada pelo segurado que assumiu os riscos. O pagamento da contraprestação será rateado proporcionalmente ao prêmio.
o Embora o CC tenha admitido o rateio no caso de sinistro parcial, deve ele ser aplicado também em caso de perda total.
o Como essa regra de proporcionalidade acarreta redução da indenização a cláusula deve ficar bem clara com fixação de valores máximos e mínimos.
o É lógico que é pacto que só será aceito se não causar enriquecimento ilícito do segurado. Deve obedecer limites de razoabilidade.
· Art. 784, CC - não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício da coisa segurada, não declarado pelo segurado.
· Trata de causa excludente de responsabilidade pela garantia.
o No entanto, o seguro pode ser contratado para proteger coisa portadora de vício intrínseco, desde que este seja declarado ao segurador. Neste caso a avença é celebrada com conhecimento do grau de risco que incide sobre o interesse protegido.
o Vício intrínseco é defeito próprio da coisa que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie.
· Art. 785, CC - é válida a transferência do contrato de seguro a terceiro, por alienação ou cessão do interesse segurado, especificando os modos como pode ser feita, salvo disposição em contrário.
o Se o instrumento de contrato é nominativo, a transferência só produz efeitos em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
o A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatário.
o A transferência não por agravar por qualquer modo a situação do segurador.
· Art. 786, CC - prevê a sub-rogação do segurador nos direitos do segurado - paga a indenização o segurador sub-roga-se nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano. Assim, sub-roga-se apenas no valor que tiver efetivamente pago, não sendo o segurado obrigado a transferir-lhe direito sobre o crédito remanescente.
· Art. 346, III, CC - a sub-rogação opera-se de pleno direito. Trata-se de norma cogente.
· Súmula 188, STF.
o Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge ou companheiro do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consangüíneos ou afins. Evita-se, com isso, que o exercício da sub-rogação afete o patrimônio da família do segurado.
o É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere esse artigo.
· Já nos seguros de pessoas, essa sub-rogação é expressamente proibida e de interpretação restritiva.
· Art. 787, CC - o segurador garante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro. Seguro de responsabilidade civil. Compreende a cobertura ao segurado pelas indenizações que ele eventualmente seja obrigado a pagar por danos causados a terceiros, resultantes de atos ilícitos, independente de ter ou não agido culposamente.
o Tão logo o segurado saiba das conseqüências de ato seu, suscetível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato ao
segurador. Razão da exigência: tão logo o segurador tenha conhecimento ele pode agir tentando minimizar as suas conseqüências.
o A omissão do segurado, salvo impedimento comprovado e desde que demonstrada a aludida possibilidade, exime o segurador de responsabilidade.
o O segurado não pode reconhecer a sua responsabilidade, não pode confessar a ação ou transigir com o terceiro ou ainda, indenizar diretamente, sem anuência expressa do segurador.
· O segurado, quando demandado pelo terceiro prejudicado, dará ciência da lide ao segurador -denunciação da lide - art. 70, III, CPC. A falência ou insolvência do segurador mantém o segurado responsável pela reparação dos danos, uma vez que a finalidade do seguro é apenas ressarcir o prejuízo do segurado.
· CDC - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).
· Art. 788, CC - nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios a indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado. A simples ocorrência do dano, independente de aferição de culpa, implica o imediato pagamento.
· Regulamentação: Decreto-Lei nº 73/66 - o pagamento deve ser feito em 15 dias mediante simples apresentação dos documentos que comprovem o acidente e a condição de beneficiário.
o O seguro obrigatório tem como objetivo garantir qualquer dano, seja em caso de morte, de invalidez permanente, de despesas de assistência médica e suplementar. A cobertura abrange todas as pessoas que se encontrem no veículo ou fora dele e que tenham lesões com o acidente.
o Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segurador não poderá opor exceção de contrato não cumprido pelo segurador, sem promover a citação deste para integrar o contraditório.
· SEGURO DE PESSOA: tem por finalidade beneficiar a vida e as faculdades humanas. Diferente do seguro de dano, não tem caráter indenitário, seu valor não depende de qualquer limitação e varia de acordo com a vontade e as condições financeiras do segurado, que pode fazer quantos seguros quantos desejar. Arts. 789 a 802, CC.
· O seguro de vida compreende o seguro de vida, de acidentes pessoais, de natalidade, de pensão, de aposentadoria, de invalidez e seguro-saúde.
· O seguro-saúde é excluído expressamente da disciplina do CC/02, pois conta com legislação especial (Lei nº 9656/98 e MP nº 2.177-44/01).
· Essa modalidade de seguro é chamada seguro de valores futuros, por não prever uma indenização em razão de prejuízos materiais, ou de danos causados à coisa, porém uma segurança financeira para o amanhã com entrega de valores. O seu principal objetivo é o de prevenir dificuldades para a própria pessoa.
· O seguro de acidentespessoais destina-se a garantir ao segurado, quando vitimado por um acidente coberto, indenização em dinheiro por invalidez permanente, total ou parcial, diárias de incapacidade temporária, prestação de assistência médica ou reembolso das despesas com essa assistência, bem como indenização pecuniária aos beneficiários do segurado no caso de sua morte, também por acidente.
· Seguro de vida: a duração da vida humana atua como parâmetro para o cálculo do prêmio devido ao segurador, que se obriga a pagar ao beneficiário um capital ou uma renda, por morte do segurado ou para a hipótese de sobreviver por um prazo determinado.
· Algumas modalidades de seguro de vida encontram-se previstas no art. 796, CC.
· Tem por objeto garantir, mediante o prêmio ajustado, o pagamento de certa soma a determinada(s) pessoa(s) por morte do segurado - neste caso é denominado seguro de vida propriamente dito.
o É ordinário quando se convenciona que o pagamento será feito aos herdeiros ou a pessoa designada por morte do segurado.
o Trata-se de negócio de previdência, em que o segurado, desejando assegurar a sobrevivência e o bem-estar de sua família ou de outras pessoas queridas, estipula por ocasião de sua morte uma soma em dinheiro.
o O prêmio devido pode ser pago anualmente, durante a duração da vida, ou por prazo determinado.
· Pode se estipular o pagamento dessa soma ao próprio segurado ou a terceiro se aquele sobreviver ao prazo de seu contrato - seguro de sobrevivência, dotal ou misto. Também se configura essa modalidade quando o segurado só tiver direito a ele se chegar a certa idade, ou for vivo por certo tempo.
o Diz-se que o seguro é dotal quando os contratantes ajustam o pagamento do capital ao próprio segurado, após determinado prazo estipulado no contrato.
· O mais comum hoje é que o segurador se compromete, mediante um prêmio fixo e anual devido pelo segurado, a pagar-lhe ao fim de certo prazo (vinte, trinta anos), determinada importância. Em caso de morte do segurado antes do prazo, a importância será paga às pessoas designadas na apólice, sem que sejam devidos os prêmios ainda não pagos.
o Pode ainda consistir o seguro na formação de capital para ser usufruído pelo segurado após certo tempo ou quando atingir determinada idade.
o O seguro de vida misto constitui-se por uma combinação do seguro de vida inteira com o de formação de capital, bem como o de duas vidas, geralmente marido e mulher, em que a indenização é paga ao sobrevivente.
· O seguro de vida tem natureza aleatória e nítido caráter de uma estipulação em favor de terceiro.
· Não se confunde com a herança que pressupõe a existência de bem no patrimônio do de cujus e sua transmissão ao sucessor por causa da morte. Por isso mesmo, a soma não está sujeita às dívidas do segurado, à partilha se o beneficiário for herdeiro necessário (não se leva à colação, nem se computa na meação do cônjuge supérstite - art. 794, CC) e à imposto de transmissão causa mortis.
· O seguro de pessoa regula-se, no geral, pelas disposições concernentes ao seguro de dano e:
o O segurado deve se abster de qualquer ato que possa aumentar o risco - art.
768, CC.
· O segurado deve agir com a mais estrita boa-fé e veracidade, fazendo declarações exatas e completas - arts. 765 e 766, CC.
· Nos seguros de pessoas a apólice não pode ser ao portador - art. 760, parágrafo único, CC.
· Art. 789, CC - nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.
o Pode-se fazer o seguro sobre a própria vida ou sobre a de outrem. No último caso, deverá justificar o seu interesse pela preservação daquela que segura, salvo se for cônjuge ou companheiro, ascendente ou descendente do proponente. Art. 790, parágrafo único, CC.
· O seguro de vida pode ser individual ou em grupo.
· O art. 796, CC - permite a comercialização de seguros na modalidade denominada vida interia, pouco importando que sejam individuais ou coletivos.
· O CC/16 dizia que o prêmio do seguro de vida era pago anualmente ou por toda a vida. No CC/02 as partes podem convencionar a seu critério o prazo para pagamento do prêmio.
· É vedado ao segurador cobrar os prêmios nos seguros de vida individual, pois a conseqüência, havendo atraso, é o cumprimento do previsto nas cláusulas contratuais, no sentido de que o não- pagamento do prêmio acarretará a rescisão do contrato, com a restituição da reserva já formada ou a redução do capital garantido proporcionalmente ao prêmio que tenha sido efetivamente liquidado.
· O seguro de vida é de natureza privada e tem cunho alimentar, não se confundindo com o denominado seguro social - art. 795, CC.
· O art. 795, CC ao prever hipótese de ineficácia de certas transações que reduzam o capital segurado, tem por finalidade assegurar que o capital ajustado não sofra reduções por transações estranhas à finalidade do seguro.
o É vedação que se caracteriza por ser direito indisponível do segurado.
· É lícita a estipulação de um prazo de carência, no seguro de vida para o caso de morte, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro - art. 797, CC. Neste caso, o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.
· Art. 791, CC - é lícita a substituição da pessoa originalmente designada como beneficiário, no curso do contrato, por ato inter vivos ou testamento, se o segurado, expressamente, não renunciar à faculdade ou se o seguro não tiver como causa declarada a garantia de outra obrigação.
o Quando não cientificado oportunamente da substituição, o segurador poderá desobrigar-se pagando o capital segurado ao antigo beneficiário.
· O segurado pode omitir a indicação do beneficiário. Nesse caso, a sua vontade será suprida por lei que determina, em observância ao princípio do benefício subsidiário, seja o montante segurado:
o Pago por metade ao cônjuge (ou companheiro - art. 793, CC) não separado judicialmente, independente do regime do casamento.
· O restante seja pago aos herdeiros, obedecida a ordem de vocação hereditária
- art. 792, CC. Destaque-se que o capital estipulado não se considera herança para todos os efeitos de direito - art. 794, CC.
o Estando o cônjuge falecido separado ou viúvo, e não havendo herdeiros necessários, beneficiar-se-ão aqueles que necessitem do segurado para sua própria subsistência, desde que efetivamente provem essa condição.
· Súmula 61, STJ - o seguro de vida cobre morte por suicídio não premeditado, como por ex., a recusa em se submeter a tratamento cirúrgico, a prática de esportes arriscados, alistamento militar obrigatório,... porque falta a essas hipóteses o propósito deliberado de auto-extermínio.
· Art. 798, CC - o beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência do contrato, ou de sua recondução depois de suspenso.
· Ressalvada a hipótese do caput do art. 797, CC - é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
o Portanto, com o prazo adotado no NCC é irrelevante tenha sido o suicídio premeditado ou não.
· O dispositivo recepcionou a doutrina italiana, onde o prazo de carência especial é referido como spatio deliberandi. Esse prazo de inseguração protege o caráter aleatório do contrato, diante de eventual propósito do segurado em se matar.
o É preceito que veio em abono à pessoa do beneficiário, em detrimento das companhias seguradoras.
o Assim, se o suicídio ocorrer antes de findo o prazo de dois anos, caberá à segurado provar que foi premeditado. Prova que é imprescindível sob pena do segurador obter enriquecimento sem causa.
o O segurador não pode se eximir ao pagamento ainda que da apólice conste a restrição, se a morte do segurado provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte ou de atos de humanidade (estado de necessidade, legítima defesa de terceiro, doação deórgãos...) em auxílio de outrem - art. 799, CC.
o O beneficiário que seja autor do homicídio do segurado não tem direito ao seguro não apenas por falta de causa moral para a obrigação como, também, porque a morte é condição do seu vencimento e reputa-se não verificada a condição maliciosamente provocada por aquele a quem aproveita.
· Seguro de vida em grupo ou coletivo ou seguro à conta de outrem: art. 801, CC. Partes:
· Estipulante: pode ser pessoa natural ou jurídica e não representa o segurador perante o grupo segurado, mas é o único responsável para com o segurador pelo cumprimento de todas as obrigações contratuais. Tem a responsabilidade perante a seguradora de fiscalizar o cumprimento de todas as obrigações pelo grupo contraídas.
· Segurador.
o Segurados: grupo segurável. Se o grupo tiver alguma pretensão contra a seguradora deverão deduzi-la diretamente e não por meio do estipulante.
· Define Silvio Rodrigues: é negócio que se estabelece entre um estipulante e a seguradora através do qual aquele se obriga ao pagamento de um prêmio global e aquela se obriga a indenizar pessoas pertencentes a um grupo determinado, denominado grupo segurável, pessoas essas ligadas por um interesse comum e cuja relação, variável de momento a momento, é confiada à seguradora.
· Art. 801, CC - a modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa dos segurados que representem ¾ do grupo.
· Uma importante característica é que, embora o estipulante e o segurador sejam fixos, ficando jungidos ao contrato até o final de sua execução, o grupo segurado está em permanente mutação, havendo constante fluxo de ingressos e saídas de segurados. Em razão disso, o estipulante tem a obrigação de remeter ao segurador relação mensal dos atuais segurados e das mutações ocorridas, variando o prêmio conforme o maior ou menor número de beneficiários.
o O exame médico prévio é normalmente substituído por uma declaração de estado de saúde do beneficiário.
o Se a seguradora dispensa o exame médico para admissão do segurado e não exige a aludida declaração sobre seu estado de saúde, não se pode negar ao pagamento da indenização alegando doença preexistente.
· Art. 767, CC - no seguro à conta de outrem o segurador pode opor ao segurado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do contrato ou de pagamento do prêmio.
· É o seguro que alguém realiza por conta de outra pessoa.
· SEGURO IMOBILIÁRIO ou seguro habitacional: incluem-se no ramo dos seguros privados, mas não com o significado de se dirigir aos bens imóveis em geral, e sim, de se destinar aos imóveis par fins de habitação.
· Destina-se a cobrir riscos da atividade de conceder financiamentos habitacionais, de construir, de desenvolver uma incorporação. Distingue-se em quatro grandes grupos:
· Seguros habitacionais que envolvem o SFH, dirigido para a cobertura de danos físicos dos imóveis, morte e invalidez permanente do adquirente do imóvel.
· Seguros para cobrir riscos habitacionais comuns de imóveis não financiados pelo SFH.
· Seguros previstos na Lei do Condomínio - Lei nº 4.591/64 que se exteriorizam no seguro da construção do edifício, ou do conjunto de edificações e discriminadamente atingindo todas as unidades autônomas e partes comuns. A proteção é contra incêndios e sinistros que causem danos à construção. Art. 1346, CC
· Seguro de fiança locatícia - art. 37, LI. Tem por finalidade cobrir a totalidade das obrigações decorrentes de contrato de aluguel.
· Seguro de crédito - destina-se à garantia contra os prejuízos decorrentes do inadimplemento dos adquirentes mutuários. Figuram como segurador os construtores, os incorporadores, os agentes financeiros, as cooperativas habitacionais e as empresas de consórcios. Durante o período em que o devedor não paga, a seguradora ressarce o valor das prestações aos credores. Sub-roga-se a seguradora nos direitos do credor. A cobertura restringe-se a determinado período.
o Seguro de riscos possíveis de ocorrerem na obra. Tem por objeto o próprio imóvel.
· Seguro de responsabilidade civil do construtor, proprietário, ou incorporador para cobrir os danos que porventura forem causados a terceiros, durante a construção da obra. Envolve danos materiais e pessoais. Normalmente tem vigência com o início das obras até a sua conclusão.
Obrigações do segurado
· A principal obrigação do segurado é pagar o prêmio estipulado no contrato e não poderá se exonerar alegando que o risco não se verificou - art. 764, CC.
· A diminuição do risco no curso do contrato, salvo disposição em contrário, não acarreta a redução do prêmio estipulado; mas se a redução do risco for considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio ou a resolução do contrato ? art. 770, CC.
· O segurado deve comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé - art. 769, CC.
o Só caberá a sanção se a mudança tiver sido de tal modo significativa, que o segurador não teria aceito a oferta, ou teria exigido prêmio maior, se o risco agravado já existisse ao tempo da aceitação da proposta.
o Se houver agravamento do risco, sem culpa do segurado, poderá o segurador, desde que o faça nos 15 dias seguintes ao recebimento do aviso, dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato. A redução só será eficaz 30 dias após a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
· O segurado deve abster-se, por outro lado, de tudo quanto possa aumentar os riscos, porque se é ele próprio que o agrava, por sua conta, perde o direito ao seguro - art. 768, CC.
o A perda só ocorrerá se o segurado agravar intencionalmente o risco do objeto do contrato: ingestão de álcool, autorizar pessoa não habilitada a dirigir o veículo, arrumação da carga transportada em altura excessiva....
o O STJ tem reiteradamente decidido que a culpa ou dolo do preposto não é causa da perda do direito ao seguro. A culpa deve ser imputável diretamente ao	segurado	para	que	haja	perda	do direito.
· É obrigação do segurado comunicar o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomar as providências imediatas para minorar-lhe as conseqüências - art. 771, CC.
· Em princípio, estando o segurado inadimplente, não é devida a indenização.
o Pode haver reabilitação do segurado quando convencionada.
o Art. 763, CC - não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.
o No entanto, o atraso no pagamento do prêmio não deve resolver ipso iure o contrato. Se o sinistro ocorrer antes de proferida a sentença de rescisão, fica o segurador obrigado a indenizar, descontando a importância a pagar do valor
dos prêmios em atraso. Assim, se a seguradora reiteradamente recebe as prestações com atraso, não poderá resolver o contrato. Além disso, o art. 51, CDC, considera abusiva a resolução do contrato de seguro em face da mora no pagamento do prêmio.
Obrigações do segurador
· A principal obrigação do segurador é pagar em dinheiro, se outra forma não foi convencionada, o prejuízo resultante do risco assumido. Art. 776, CC.
· Nos seguros pessoais, a indenização será sempre paga pela importância constante na apólice.
· Nos seguros de bens materiais, a indenização nem sempre corresponde exatamente à quantia declarada, porque o seguro não tem finalidade lucrativa e exige, por isso, a apuração do real prejuízo - art. 781, CC.
· O segurador poderá exonerar-se provando:
· Dolo do segurado;
o Que o valor dado à coisa é superior ao real;
· Que se trata de segundo seguro sobre a coisa, pelo mesmo risco e no seu valor integral;
o Caducidade da apólice pelo não-pagamento do prêmio;
· Inexistência de cobertura para o sinistro ocorrido;
· Descumprimento de obrigações, especialmente no tocante ao agravamento dos riscos e à falta de comunicação do sinistro.
· O não-pagamento do sinistro no prazo avençado pelosegurador implicará a responsabilidade pelos efeitos da sua mora -art. 772, CC.
· Boa-fé - arts. 763 e 765, CC.
o Má-fé - sanção: pagamento em dobro do valor estipulado e cobrado como prêmio.
· Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos os atos relativos ao contrato que agenciarem - art. 775, CC.
· Assim, os agentes são seus prepostos ou representantes (corretores de seguros).
· As companhias seguradoras agem através deles, ficando responsáveis pelo pagamento do seguro, mesmo que não seja repassada a elas a parcela do
prêmio	a	qual	fica	retida	por	seus	agentes.
Prazos prescricionais
-	Art. 206, §1º, II, a - b, CC.

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