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Parâmetros genéticos_parte_I_

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ESTIMATIVA DE PARÂMETROS GENÉTICOS
Parte 1
Doutoranda: Tuane Araldi da Silva
Supervisor: Dr.º Antônio Costa de Oliveira;
Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Disciplina de Melhoramento Genético de Plantas
1 - Introdução
VARIAÇÃO 
FENOTÍPICA =
VARIAÇÃO 
GENOTÍPICA
+
VARIAÇÃO DO 
AMBIENTE
“Variação genética é pré-requisito para o melhoramento de plantas.”
“Existe variação fenotípica?”
“Quanto da variação fenotípica é proveniente do genótipo?”
2
Figura. Clones de eucalipto.
1 - Introdução
3
 “O melhorista deve quantificar a proporção da VARIAÇÃO FENOTÍPICA que
corresponde ao AMBIENTE e a proporção da VARIAÇÃO FENOTÍPICA que
corresponde ao GENÓTIPO.”
 “O conhecimento da natureza e magnitude dos efeitos gênicos que controlam o caráter é
primordial para o processo de seleção.”
 “A estimativa de parâmetros genéticos – HERDABILIDADE – possibilita escolher os
métodos de seleção e determinar quais caracteres devem ser selecionados em etapas
iniciais e avançadas de um programa de melhoramento.”
Roteiro
2 - Conceitos e princípios:
2.1 - Segunda Lei de Mendel
2.2 - Ligação gênica
2.3 - Recombinação gênica
2.4 - Pleiotropia
2.5 - Linhas puras
2.6 - Caracteres qualitativos e quantitativos
2.7 - Ação gênica (dominância completa, dominância parcial,
sobredominância, aditividade e epistasia)
2.8 - Penetrância e Expressividade
2.9 - Herança monogênica
2.10 - Heterose
3 - Estimativa de parâmetros – Parte 2 4
2.1 - 2ª Lei de Mendel - Segregação Independente
9:3:3:1
5
2.1 - 2ª Lei de Mendel - Segregação Independente
“Na formação de gametas, o par de alelos
responsável por um caráter é independente
dos alelos que condicionam outro caráter –
distribuição independente durante a
formação de gametas”.
Figura. Segregação independente dos pares
de alelos localizados em cromossomos não
homólogos na formação dos gametas.
6
Cruzamento Teste para verificar Segregação Independente
• “O testador, sendo recessivo, permite a manifestação dos alelos vindos do heterozigoto,
e a frequência dos indivíduos formados refletem a frequência de seus gametas.”
F1 x Homozigoto recessivo
VvRr x vvrr
2.1 - 2ª Lei de Mendel - Segregação Independente
vr
VR VvRr Amarela e lisa
Vr Vvrr Amarela e rugosa
vR vvRr Verde e lisa
vr vvrr Verde e rugosa
1:1:1:1
7
Desvio da Segunda Lei de Mendel
• “Bateson e Punnett estavam estudando a herança de outros dois genes em ervilha (cor da
flor e formato do grão de pólen).”
• “Em autofecundação padrão de um di-híbrido F1, a F2 não mostrou a proporção 9:3:3:1
prevista por Mendel.”
• “Certas combinações de alelos apresentavam-se com mais frequência que a esperada, como
se fossem fisicamente ligados, mas não tinham explicação – não conseguiram formular
uma hipótese consistente.”
2.2 - Ligação gênica
8
2.2 - Ligação gênica
9
Na proporção de Mendel seriam:
214:72:72:23 (9:3:3:1)
Resultado obtido:
284:21:21:55
Desvio da Segunda Lei de Mendel
Cruzamento de duas plantas homozigotas para dois
caracteres diferentes
Resultados
Desvio da Segunda Lei de Mendel
 “Mais tarde, Thomas Morgan, encontrou um desvio similar da Segunda
Lei de Mendel quando estudava dois genes autossômicos de Drosophila.”
2.2 - Ligação gênica
10
-> “Morgan cruzou moscas de olhos vermelhos e asas normais (pr+ pr+ vg+ vg+)
com moscas de olhos purpura e asas vestigiais (pr pr vg vg).”
-> Gametas: pr+ vg+ e prvg
F1 prvg
pr+vg+ pr+pr vg+vg Olhos vermelhos e asas normais.
 Thomas Hunt Morgan
 Cruzamento Teste para verificar Segregação Independente
F1 (pr+pr vg+vg) x homozigoto recessivo (pr pr vg vg)
Gametas: pr+vg+, pr+vg, prvg+, prvg (F1); prvg (homozigoto recessivo)
Resultado esperado: 1:1:1:1
2.2 - Ligação gênica
11
prvg
pr+vg+ pr+vg+ prvg
pr+vg pr+vg prvg
prvg+ prvg+ prvg
prvg prvg prvg
 Olho vermelho e asa normal.
 Olho vermelho e asa vestigial.
 Olho púrpura e asa normal.
 Olho púrpura e asa vestigial.
50% de 
RECOMBINANTES
 Thomas Hunt Morgan
Resultado observado:
pr+pr vg+vg (olho vermelho e asa normal) – 1339
Pr+pr vgvg (olho vermelho e asas vestigial) – 151
Prpr vg+vg (olho púrpura e asa normal) – 154
Prpr vgvg (olho púrpura e asa vestigial) – 1195
2.2 - Ligação gênica
12
prvg
pr+vg+ (P) pr+vg+ prvg
pr+vg pr+vg prvg
prvg+ prvg+ prvg
Prvg (P) prvg prvg
Desvio drástico da proporção Mendeliana 1:1:1:1 !!!!
Duas combinação estão em maioria, indicando que esses genes são ligados.
 Cálculo da % de recombinação
 % de recombinação = número de recombinantes / número total * 100
 % de recombinação = 305 / 2839 * 100
 % de recombinação = 10,7%
 “Quando a frequência de recombinação é menor que 50% - GENES LIGADOS!”
2.2 - Ligação gênica
13
 Resumo:
 “Genes localizados em cromossomos diferentes – segregação independente – Mendel.”
 “Genes localizados próximos no mesmo cromossomo – genes ligados – segregam juntos
– Morgan.”
2.2 - Ligação gênica
14
2.2 - Ligação gênica
15
2.2 - Ligação gênica
16
Fase de ligação
“Fase de acoplamento ou cis – ambos os alelos recessivos ou dominantes estão no 
mesmo cromossomo homologo.”
 “Fase de repulsão ou trans – associação do alelo dominante com o alelo recessivo 
no mesmo cromossomo homólogo.” 
2.2 - Ligação gênica
17
Implicações para o melhoramento de plantas:
 “Ligações positivas (entre genes favoráveis) podem ser facilmente mantidas nas
progênies.”
 “Ao contrário, ligações desfavoráveis serão tanto mais difíceis de serem quebradas
quanto mais fortemente ligados forem os genes. Poderão ser necessários vários
cruzamentos para atingir o objetivo desejado.”
 “Quanto mais fortemente ligados os genes, maiores deverão ser as populações
(progênies) para quebrar blocos de ligação desfavoráveis.”
2.2 - Ligação gênica
18
“Mas se estão ligados (próximos no mesmo cromossomo),
como ocorrem os recombinantes?”
“Crossing over (recombinação gênica) que ocorre durante a meiose!!!!”
 “Capacidade do DNA se rearranjar e formar novas combinações de genes –
recombinantes.”
 “Recombinação homóloga – troca genética que envolve sequências de DNA
homólogas, localizadas nas cópias de um mesmo cromossomo.”
 “Ocorre no estádio de quatro cromátides.”
2.3 Recombinação gênica
19
2.3 Recombinação gênica
20
 “Pode ocorrer em qualquer lugar ao longo de duas
moléculas complementares de DNA – essas moléculas
se sobrepõem e trocam partes.”
 “As hélices duplas das moléculas de DNA
homólogas se quebram, e as duas extremidades
quebradas se unem com suas opostas.”
 Recombinantes.
2.3 Recombinação gênica
21
2.3 Recombinação gênica
“Vai ocorrer eventos de 
crossing over.”
Ligados Não Ligados
Não Ligados
“Pode ocorrer algum 
evento de crossing over.”
2.4 - Pleiotropia
23
 “Múltiplos efeitos de um gene.”
 “A expressão de um único gene é responsável pela expressão de dois ou
mais caracteres fenotípicos através da ativação de outros genes ou na
atuação em uma reação bioquímica que produz mais que um produto.”
Exemplo: “Cebolas vermelhas e brancas. As
vermelhas são resistentes a ação de determinado
fungo parasita, já as brancas não. Sabe-se então
que o alelo recessivo é responsável pela cor
vermelha e ao mesmo tempo pela produção de uma
substância fungicida. Portanto, as cebolas
vermelhas são resistentes a ação desse fungo.”
2.4 - Pleiotropia
24
 “Para diferenciar de genes ligados deve-se proceder cruzamentos entre
indivíduos contrastantes, seguido de autofecundação de F1, com análise de
um grande número de plantas em F2:
Se em F2 se observa indivíduos recombinantes – caracteres controlados
por genes ligados.
Se em F2 NÃO se observa indivíduos recombinantes – forte tendência
de pleiotropia.”
 “É a linha resultante da autofecundação de uma única planta homozigota.”
 “A maioria das variedades de plantas autógamas são linhas puras.”
 “Teoria proposta por Wilhelm Johannsen.”
 “Base científica para a seleção de plantasautógamas.”
 “ Estudo feito com um lote de feijão da variedade Princess.”
Seleção para o caráter peso de sementes.
2.5 - Linhas Puras
25
Wilhelm Johannsen
 “ Seleção de 19 sementes de acordo com o tamanho.”
 “As progênies das sementes mais pesadas caracterizavam-se por peso médio
maior, enquanto que as progênies das sementes mais leves tinham peso médio
menor – 19 linhas.”
2.5 - Linhas Puras
26
“Johannsen fez seleção dentro de cada uma das 19 linhas – as diferentes classes de uma
mesma linha produziam progênie cujo peso médio era igual.”
 “Johannsen concluiu que o lote comercial era constituído de uma mistura de linhas puras.”
 “Variabilidade dentro de cada linha não era de natureza genética, e sim devido a fatores
ambientais.”
2.5 - Linhas Puras
27
Bases genéticas 
“O ponto mais importante a considerar no componente hereditário da variação é a
homozigose devido a autofecundação contínua.”
“Variação genética se manifesta novamente em linhas puras, as vezes com intensidade
suficiente para ser considerada em programas de melhoramento de plantas – variações
genéticas espontâneas longo prazo – mutações seguido de hibridação natural e
consequências Mendelianas.”
“Partindo-se de um heterozigoto (Aa), a autofecundação contínua causa a diminuição de 50%
da heterozigose por geração – somente algumas gerações são necessárias para se chegar a
uma população com igual número de indivíduos AA e aa, e uma proporção desprezível de
Aa.”
2.5 - Linhas Puras
28
Bases genéticas 
Cruzamento entre dois indivíduos homozigotos contrastantes.
F1 – 100% Aa.
Efeito da autofecundação por geração.
F2 – 25% AA, 50% Aa, 25% aa.
F3 – 25% AA, 25% aa
F3 – 25% AA, 50% Aa, 25% aa (x 50%) = 12,5% AA; 25% Aa; 12,5% aa
F3 – (25% AA + 12,5%) = 37,5% AA
F3 – 25% Aa
F3 – (25% aa + 12,5% aa) = 37,5% aa
2.5 - Linhas Puras
29
2.5 - Linhas Puras
30
Bases genéticas
Modelo genético com um loco e dois alelos 
2.5 - Linhas Puras
31
Bases genéticas 
‘’Número de linhas puras possíveis depende do número de locos em heterozigose.’’
Nº de linhas puras = 2n (n= número de genes inicialmente em heterozigose na F1).
2.5 - Linhas Puras
32
Bases genéticas 
“Uma cultivar comercial de espécie autógama é por definição uma população fenotipicamente
uniforme de plantas. A cultivar ideal deveria ser formada de uma única linha pura.
Porém é comum ainda ocorrer algum nível de heterozigose residual quando a linha avançada
(F5, F6, F7 ou maior) é cortada em bulk (todas as plantas juntas) para dar inicio aos testes de
rendimento.
Essas plantas com alguns locos em heterozigose (heterozigose residual) irão segregar e
formar novas linhas puras com pequenas diferenças genéticas entre si.
As linhas puras de uma mesma cultivar podem ou não diferir fenotipicamente entre si,
depende se os locos que ainda estavam em heterozigose tem um efeito fenotípico visual
perceptível ou não.”
• QUALITATIVOS – “variação fenotípica discreta (não contínua), podendo facilmente
ser separada em classes fenotípicas distintas.
 Herança simples, controlada por um ou poucos genes (monogênicas).
 Genes de grande efeito no caráter.
 Pequena influência do ambiente sobre o fenótipo.
 Apresentam padrão de herança Mendeliana.
 Herdabilidade * elevada.”
2.6 - Caracteres qualitativos e quantitativos
33
• QUALITATIVOS
“Há um grande número de características de importância agronômica que
são herdadas qualitativamente:
Cor e forma de fruto ou semente;
Deiscência e indeiscência de cereais;
Resistência a determinadas doenças;
Tolerância a Al tóxico em cereais.”
2.6 - Caracteres qualitativos e quantitativos
34
• QUANTITATIVOS – “Variáveis contínuas, com grande contribuição da estatística.
Indivíduos diferem um do outro através de pequenos incrementos no fenótipo.
2.6 - Caracteres qualitativos e quantitativos
35
 Carácteres de herança complexa.
 São controlados por muitos genes – herança poligênica.
 Cada gene contribui para uma pequena mudança no fenótipo.
 Cada gene individual apresenta padrão de herança Mendeliana.
 O ambiente exerce uma forte influência sobre o fenótipo.
 Estudo em nível de população e descrito através 
de parâmetros como média e variância.
 Herdabilidade média a baixa.”
• QUANTITATIVOS
 “Possuem as mesmas propriedade gerais dos caracteres qualitativos e seguem as
mesmas leis básicas da genética, podendo exibir os vários tipos de ação gênica.”
 “Características de importância agronômica que são herdadas quantitativamente:
 Rendimento;
 Estatura de planta;
 Diâmetro de planta;
 Número de frutos;
 Tamanho de frutos.”
2.6 - Caracteres qualitativos e quantitativos
36
“O tipo de ação gênica tem grande influência sobre o efeito de seleção sobre o caráter.”
Ação Gênica – interação entre alelos e entre genes.
 Intra-loco (alélica)
 Inter-loco (gênica)
“Para identificação da interação alélica deve-se 
comparar o fenótipo do heterozigoto com os fenótipos 
dos homozigotos”.
2.7 - Ação Gênica
37
Ação de dominância 
 DOMINÂNCIA COMPLETA – “o valor do heterozigoto é igual ao valor de um dos 
homozigotos”.
 “Capacidade de um alelo mascarar fenotipicamente o efeito do outro alelo no individuo 
heterozigoto”. 
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres qualitativos
38
“Caráter quantitativo é determinado por muito genes – determinação do tipo de interação
alélica predominante - não é possível conhecer o tipo de interação alélica de cada gene
individualmente.”
 “Utilização de médias ou variâncias.”
“Utilização de desvios:
a = desvio do homozigoto em relação a média (µ).
d = desvio do heterozigoto em relação a média (µ).”
d = 0  ausência de dominância (aditividade)
d = a  dominância completa
0 < d < a  dominância incompleta/parcial
d > a  sobredominância
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres quantitativos
39
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres quantitativos
40
Ação de dominância 
 DOMINÂNCIA COMPLETA
- representa o grau de aditividade
Ação de dominância 
 DOMINÂNCIA INCOMPLETA ou DOMINÂNCIA PARCIAL – “o valor do 
heterozigoto esta entre a média dos homozigotos e o valor do homozigoto que é mais 
semelhante.”
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres qualitativos
41
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres quantitativos
42
Ação de dominância 
 DOMINÂNCIA INCOMPLETA ou DOMINÂNCIA PARCIAL
- representa o grau de aditividade
Ação de dominância 
 SOBREDOMINÂNCIA – “valor do heterozigoto é maior (ou menor) que
o valor dos homozigotos”.
Ex.: Resistência a doenças em plantas..
Cada proteína codificada por cada alelo pode conferir resistência a uma raça de fungo –
complementariedade.
As proteínas codificadas por cada alelo atuam sinergicamente.
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres qualitativos
43
CC cc Cc
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres quantitativos
44
Ação de dominância 
 SOBREDOMINÂNCIA
- representa o grau de aditividade
Ausência de dominância
 CODOMINÂNCIA – “Cada alelo tem um efeito aditivo (incremento) na formação do caráter.
Média F1 é igual a média dos pais. Expressão integral de ambos os alelos no heterozigoto”.
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres qualitativos
45
Codominância = aditividade
Codominância: caracteres qualitativos
Aditividade: caracteres quantitativos
“Não confundir dominância incompleta/parcial com codominância.”
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres qualitativos
46
 “Na dominância incompleta, no
heterozigoto, um alelo produz uma proteína
não funcional, ou não produz a proteína ou
produz proteína com função reduzida.”
 “Na codominância, no heterozigoto, cada
alelo produz uma proteína funcional, porém
com função diferenciada.”
2.7 - Ação Gênica INTRA LOCO – INTERAÇÃO ALÉLICA - caracteres quantitativos
47
Ausênciade dominância 
 ADITIVIDADE – “Cada alelo tem um efeito aditivo (incremento) na formação do caráter. 
Média F1 é igual a média dos pais. Expressão integral de ambos os alelos no heterozigoto”. 
- representa o grau de aditividade
48
“ADITIVIDADE – efeito acumulativo entre genes.”
“Cor da semente em trigo, descrita por Herman Nilsson-Ehle.”
2.7 - Ação Gênica INTER LOCO – INTERAÇÃO ENTRE GENES
2.7 - Ação Gênica INTER LOCO – INTERAÇÃO ENTRE GENES
49
EPISTASIA
“Interação entre alelos de diferentes locos, podendo estes, estar ou não no mesmo cromossomo.
O efeito dos genes é diferente do que a soma dos seus efeitos individuais. Resultado não linear,
sem padrão esperado.”
Epistasia recessiva (ação massacradora)
 Quando um gene homozigoto recessivo controla a expressão
de outro gene.
Pelagem de camundongos
AA ou Aa – cor aguti
aa - cor preta
PP ou Pp – apresentará fenótipo definido por AA, Aa ou aa
pp – albino, independente de AA, Aa ou aa
A – responsável pela cor (gene hipostático)
P – controla A (gene epistático)
2.7 - Ação Gênica INTER LOCO – INTERAÇÃO ENTRE GENES
50
EPISTASIA
Epistasia dominante (ação mascaradora)
 “Quando um gene dominante controla a expressão de outro gene”.
Cor em abóbora
YY ou Yy – pigmento alaranjado
yy – pigmento verde.
WW ou Ww inibe a ação dos alelos YY, Yy e yy.
Se o alelo W estiver presente, a abóbora será amarela.
Para ser alaranjada a abóbora tem de ser Yyww ou YYww e para ser verde yyww.
Y – responsável pela cor (gene hipostático).
W – controla Y (gene epistático).
2.7 - Ação Gênica INTER LOCO – INTERAÇÃO ENTRE GENES
51
EPISTASIA
Ação duplicadora
“Quando dois genes produzem um efeito similar ou o efeito é produzido pelos dois genes juntos”.
Formato da capsula das sementes da bolsa de pastor
AABB; AABb; AsBb; aaBB; aaBb; Aabb – triangular
aabb - ovóide
A ou B – triangular
a e b - ovóide
2.7 - Ação Gênica INTER LOCO – INTERAÇÃO ENTRE GENES
52
EPISTASIA
Efeito aditivo
“Dois genes produzem o mesmo efeito, mas seus efeitos são aditivos quando ambos
genes estão presentes”.
Presença de arista em cevada
aabb – sem arista
AAbb; Aabb; aaBB; aaBb – arista média (1 alelo A OU 1 alelo B)
AABB; AABb; AaBB; AaBb – arista longa (1 alelo A E 1 alelo B)
“Efeito do ambiente no genótipo” 
 Penetrância: “mede a porcentagem de indivíduos com determinado alelo
(dominante ou recessivo) que exibem o fenótipo associado a ele.”
Expressividade: “mede o quanto determinado alelo é expresso em um
fenótipo.”
✓ Um determinado genótipo pode não expressar o fenótipo correspondente
devido a genes epistáticos ou devido ao efeito do ambiente.
2.8 - Penetrância e expressividade
53
“Efeito do ambiente no genótipo” 
 Penetrância
 Completa: “quando o gene produz o fenótipo correspondente sempre que estiver presente
em condições de se expressar”.
 Incompleta: “apenas uma parcela dos indivíduos com o mesmo genótipo expressa o
fenótipo correspondente”.
Expressividade
 Uniforme: “quando um alelo expressa sempre um único tipo de fenótipo, de fácil
reconhecimento”.
 Variável: quando “a expressão do alelo resulta no aparecimento de vários padrões de
fenótipos ou vários graus de expressão”.
2.8 - Penetrância e expressividade
54
55
2.8 - Penetrância e expressividade
“Efeito do ambiente no genótipo” 
“Como saber se uma característica é controlada por um ou mais genes?”
 X2 quantifica se os desvios esperados e observados são estatisticamente iguais ou diferentes.
X2 = ∑ (O-E)2/E
O= Frequência observada
E=Frequência esperada
2.9 - Herança Monogênica 
56
H0 = os desvios não são significativos – igualdade estatística entre os números esperados e 
observados.
H1 = os desvios são significativos – os números esperados e observados são estatisticamente 
diferentes.
2.9 - Herança Monogênica 
57
➢ “Teste de hipóteses considerando DOMINÂNCIA COMPLETA”.
✓ Hipótese = caráter é regulado por um gene – hipótese a ser testada é segregação 3:1. 
✓ AA (roxa) x aa (branca). 
✓ Cruzamento seguido de autofecundação de F1.
• Exemplo 1:
 AA (roxa) x aa (branca)
 Cruzamento seguido de autofecundação de F1.
2.9 - Herança Monogênica 
58
Graus de liberdade = número de classes fenotípicas possíveis - 1 
GL = 2 – 1 = 1.
Probabilidade de erro = 5%.
2.9 - Herança Monogênica 
59
Se X2 calculado > ou = X2 tabelado: Rejeita-se H0
Se X2 calculado < X2 tabelado: Aceita-se H0
X2 calculado = 1,10 < X
2 tabelado = 3,84
Aceita-se H0 = os desvios não são significativos, e a herança é monogênica.
2.9 - Herança Monogênica 
60
• Exemplo 2:
 AA (roxa) x aa (branca)
 Cruzamento seguido de autofecundação de F1.
2.9 - Herança Monogênica 
61
Graus de liberdade = número de classes - 1 
GL = 2 – 1 = 1.
Probabilidade de erro = 5%.
2.9 - Herança Monogênica 
62
Se X2 calculado > ou = X2 tabelado: Rejeita-se H0
Se X2 calculado < X2 tabelado: Aceita-se H0
X2 calculado = 23,4 < X
2 tabelado = 3,84
Aceita-se H0 – os desvios são significativos, e a herança NÃO é monogênica.
2.9 - Herança Monogênica 
63
“Teste de hipóteses considerando DOMINÂNCIA PARCIAL”.
✓ Hipótese = caráter é regulado por um gene – hipótese a ser testada é segregação 1:2:1. 
✓ AA (vermelha) x aa (branca). 
✓ Cruzamento seguido de autofecundação de F1.
2.9 - Herança Monogênica 
64Hipótese válida também para codominância e sobredominância.
2.9 - Herança Monogênica 
65
• Exemplo 2:
 AA (vermelha) x aa (branca)
 Cruzamento seguido de autofecundação de F1.
Graus de liberdade = número de classes - 1 
GL = 3 – 1 = 2.
Probabilidade de erro = 5%.
2.9 - Herança Monogênica 
66
Se X2 calculado > ou = X2 tabelado: Rejeita-se H0
Se X2 calculado < X2 tabelado: Aceita-se H0
X2 calculado = 0,39< X
2 tabelado = 5,99
Aceita-se H0 – os desvios não são significativos, e a herança é monogênica.
2.9 - Herança Monogênica 
67
2.9 - Herança Monogênica 
68
• Exemplo 4:
 AA (vermelha) x aa (branca)
 Cruzamento seguido de autofecundação de F1.
Graus de liberdade = número de classes - 1 
GL = 3 – 1 = 2.
Probabilidade de erro = 5%.
2.9 - Herança Monogênica 
69
Se X2 calculado > ou = X2 tabelado: Rejeita-se H0
Se X2 calculado < X2 tabelado: Aceita-se H0
X2 calculado = 70,4 < X
2 tabelado = 5,99
Aceita-se H0 – os desvios são significativos, e a herança NÃO é monogênica.
2.9 - Herança Monogênica 
70
 “Em caracteres quantitativos pode ocorrer formação de heterose ou vigor híbrido”. 
 “Depende da complementariedade dos alelos presentes nos pais, e é esperada quando se
utilizam genitores divergentes nos cruzamentos”.
 “Heterose: superioridade genética dos filhos em relação à média dos pais, ou ao pai
superior ou à uma testemunha (genótipo comercial)”.
 “Base genética – ação gênica de dominância, sobredominância e epistasia”.
2.10 - Heterose 
71
Heterose  %H = [(F1 – MP) / MP] * 100 ou H = F1 – MP
▪ %H = estimativa da heterose em relação à média dos pais
▪ F1 = média do híbrido
▪ MP = média dos pais
Heterobeltiose  %H = [(F1 – PS) / PS] * 100 ou H = F1 – PS
▪ %H = estimativa da heterose em relação ao pai superior
▪ F1 = média do híbrido
▪ PS = pai superior
Heterose padrão  %H = [(F1 – T) / T] * 100 ou H = F1 – T
▪ %H = estimativa da heterose em relação à testemunha
▪ F1 = média do híbrido
▪ T = testemunha (genótipo comercial)
2.10 - Heterose 
72
 Heterose: “superioridade genética da geração F1 em relação à média dos pais”.
%H = [(F1 – MP) / MP] * 100 H = F1 - MP
%H = [(6 – 4) / 4] * 100 H = 6 – 4
%H = 50 % H = 2 H = 2
Heterosebeltiose: “superioridade genética da geração F1 em relação ao pai superior”.
%H = [(F1 – MP) / MP] * 100 H = F1 - MP
%H = [(6 – 5) / 5] * 100 H = 6 – 5
%H = 20 % H = 1 H = 1
Heterose padrão: “superioridade genética da geração F1 em relação à uma testemunha”.
%H = [(F1 – MP) / MP] * 100 H = F1 - MP
%H = [(6 – 5,5) / 5,5] * 100 H = 6 – 5,5
%H = 9 % H = 1 H = 0,5
2.10 - Heterose 
73
T F1
Média (kg) 5,5 6,0
P1 P2 F1
Média
(kg)
5,0 3,0 6,0
P1 P2 F1Média
(kg)
5,0 3,0 6,0
Estimativa de Parâmetros Genéticos
Doutoranda: Tuane Araldi da Silva (tuanearaldi17@gmail.com)
Supervisor: Dr. Antônio Costa de Oliveira
Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Disciplina de Melhoramento Genético de Plantas
MUITO OBRIGADA
10 de novembro de 2017, Pelotas, RS, Brasil

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