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ENTERÓCITOS → Enterócitos ou céls. absortivas – céls. colunares do epitélio de revestimento da mucosa intestinal (rápido transporte de nutrientes). → Apresentam microvilosidades (finos prolongamentos citoplasmáticos) na membrana apical. → Papel crucial no processo final de digestão – responsáveis por grande parte da absorção dos nutrientes ingeridos. → Atua como barreira intestinal – limita/impede a entrada de subst. tóxicas, antígenos ou patógenos p/ o interior do organismo. MORFOLOGIA E ULTRA-ESTRUTURA → Céls. + abundantes no epitélio da mucosa de todo o trato intestinal (no intestino grosso o nº de céls. caliciformes aumenta – muco indispensável p/ a formação do bolo fecal). → Céls. colunares altas. → Núcleo oval localizado próx. ao polo basal; cromatina predominantem. frouxa/descondensada (nucléolos evidentes). → Céls. altamente polarizadas – distribuição assimétrica de organelas e de vesículas de secreção. → Polo apical – apresentam microvilos (projeções digitiformes da MP) que aumentam a área de superfície apical dos enterócitos do intestino delgado em aprox. 20x, melhorando o processo de absorção; membrana dos microvilos rica em colesterol e glicolipídeos (glicocálice bem desenvolvido), c/ alta razão entre proteínas e lipídeos; membrana apresenta enzimas (ex.: dissacaridases e dipeptidases), proteínas envolvidas no processo de reconhecimento molecular (receptores) e transporte de substâncias (proteínas transportadoras, ex.: co-transportadores Na+/glicose e Na+/aa’s). → Cada microvilo – interior c/ feixe de 20 a 30 microfilamentos de actina unidos por ligações mediadas por vilina e fimbrina (intervalos regulares ao longo do feixe). → Vilina – responsável pela formação e estabilização dos longos microvilos. → Complexos juncionais – complexo unitivo composto por desmossomos (cél-cél), junções de oclusão (forma cinturão impermeável) e junções aderentes (cél-cél e cél-matriz). → Polo superior – REL abundante. → Complexo de Golgi – próximo ao núcleo, supra e paranuclear (glicosilação de proteínas e lipídeos da MP, modificação e transp. de subst. sintetizadas pela cél. e destinadas ao meio extracel. ou à incorporação às membranas). → RER bem desenvolvido. → Sistema endossômico-lisossômico – bem desenvolvido (processos de autofagia e mecanismos de internalização e post. eliminação de subst. estranhas). → Muitas mitocôndrias, peroxissomos, ribossomos livres e polissomos. ONTOGÊNESE, RENOVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR → Enterócitos derivam do endoderma do embrião. → Renovação celular – período de 3 a 6 dias. → Novas céls. – formadas a partir da proliferação e diferenciação de CT’s (localizadas na metade inf. das glândulas do intestino delgado e no terço inf. das glândulas do intestino grosso). → Mecanismos de diferenciação – microflora bacteriana intestinal? → Céls. progenitoras da base das criptas originam os 4 tipos principais de céls. do epitélio do ID – enterócitos, céls. caliciformes, céls. enteroendócrinas, céls. de Paneth. → CT’s – gera uma subpopulação que prolifera e se diferencia em uma das 4 linhagens de céls. diferenciadas do epitélio intestinal; outra subpopulação que repõe a própria população de CT’s da base das criptas. → Simultaneam. – processo de migração em direção à base da cripta (céls. de Paneth) ou em direção ao vilo (enterócitos, céls. caliciformes e céls. enteroendócrinas). FUNÇÃO: → Sítio de processamento final dos nutrientes ingeridos (enzimas associadas às microvilosidades) e de sua absorção (maquinaria de transporte de íons e moléculas). → Barreira física - limita a entrada de toxinas e patógenos (baixa permeabilidade da MP e junções intercelulares oclusivas). → Mecanismos imunológicos - defesa imunológica (interação entre enterócitos e células do sistema imune - linfócitos B e T, macrófagos, eosinófilos, neutrófilos). → Enterócitos estimulados por patógenos e toxinas libera citocinas e quimicionas que recrutam e estimulam células do sistema imune. → Barreira intestinal = enterócitos + células do epitélio intestinal. → Células de Paneth secretam lisozimas e defensinas que atuam contra microorganismos, apresentam ação antibacteriana e fagocitam bactérias e protozoários - regulação da flora bacteriana do intestino delgado. → Células caliciformes – secretam muco, um componente físico que reveste o TGI e protege. → Células enteroendócrinas – secretam hormônios que alteram as propriedades de transporte dos enterócitos. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS DIGESTÃO → 50-60% das calorias ingeridas diariamente – carboidratos. → Início da digestão dos carboidratos: ação das amilases salivares e pancreáticas sobre o amido. → Digestão dos produtos de hidrólise do amido (maltose, maltotriose, dextrinas), bem como da sacarose e da lactose: completada no ID pelas dissacaridases (localizadas na membrana das microvilosidades do enterócito). → 5 dissacaridases na superfície dos enterócitos: isomaltase, sacarase (ou invertase), glicoamilase, lactase e trealase – têm a propriedade de converter dissacarídeos em monossacarídeos de glicose, galactose ou frutose; são sintetizadas no RER dos enterócitos (secretadas inativas e ao serem glicosiladas se tornam ativas). → A maioria das enzimas são adaptativas (exceto a lactase) - variam suas concentrações e atividade de acordo com a ingestão do substrato. → Lactase - queda de atividade e de produção após o desmame (sua deficiência causa intolerância à lactose). ABSORÇÃO → Glicose e galactose - transportadas por um processo ativo dependente de Na+ (transportador SGT1 - transportador simporte de glicose e sódio, presente na borda em escova dos enterócitos). → Frutose - absorvida por difusão facilitada (GLUT5, presente nas microvisolidades dos enterócitos). DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS → Início: hidrólise no estômago pela pepsina (produzida pelas células principais) e pelo HCl (produzido pelas células parietais). → No duodeno: hidrolisadas por enzimas pancreáticas que as quebram em pequenos peptídeos (ex.: tripsina, quimiotripsina) e por peptidases presentes nas microvilosidades dos enterócitos. → Produtos finais da digestão - di e tripeptídeos que são absorvidos por um sistema de transporte nas membranas apical e basolateral dos enterócitos. ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS → Enterócitos não participam da digestão de lipídeos. → Lipídeos são transportados do lúmen do intestino p/ a circulação linfática ou sanguínea. → Fisiologia da absorção é complexa; precisa de alterações físico-químicas (emulsificação, hidrólise, formação de micelas). → Emulsificação - quebra de grandes agregados lipídeos em gotículas menores no quimo. → Hidrólise - por lipases gástricas e pancreáticas. → Formação de micelas - pelos sais biliares, solubilizando dos lipídeos (permite o transporte dos lipídeos através da barreira aquosa que reveste as microvilosidades e sua entrada nos enterócitos até o REL). ABSORÇÃO DE VITAMINAS → Há poucas informações. → B12 (cobalamina) - se liga ao fator intrínseco (produzido pelas células parietais), p/ ser absorvida (nos enterócitos do íleo há um receptor específico para o complexo cobalamina-FI). ABSORÇÃO DE ÁGUA → Ocorre de forma passiva, estimulada pelo movimento de nutrientes e eletrólitos, via transcelular (entre uma célula e outra) e via paracelular (através do citoplasma). → 85% - absorvida pelos enterócitos do intestino delgado. → 15% - absorvida pelos enterócitos do cólon. DISFUNÇÕES → Alterações primárias ou secundárias dos enterócitos causam distúrbios no aparelho digestivo (como diarreia). → Alterações primárias são hereditárias e afetam a função dos sistemas de transporte. → Mutações no gene que regula o sistema de transporte de aa’s afetam a absorção destes – cistinúria e doença de hartnup. → Cistinúria: distúrbio do transporte de aa’s nos túbulos renais caracterizado pela formação recorrente de cálculos de cistina nos rins (reabsorção tubular renal afetada). → Doença de Hartnup: doença hereditária rara que causa erupção cutânea e anomalias cerebrais, na qual nem o intestino consegue absorver bem nem os rins conseguem reabsorverbem o triptofano e determinados aa’s e, com isso, há uma qt. Indevida dessas subst. no organismo.
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