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FILOSOFIA, ÉTICA E CIDADANIA: Aula 05

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Aula 1
Não me venha dar lição de moral! 
Fale-me de Ética!
Fale-me de Ética!
O que vamos estudar? Concepções filosóficas da Ética!
O sentido reflexivo da ética = estudo das concepções filosóficas da ética. Por que precisamos conhecê-las? Porque nos permitem organizar a ética como uma ciência que investiga a moral (SROUR, 2008).
Fale-me de Ética!
A ética de Aristóteles!
Representa o paradigma da ética dos antigos: “ética das virtudes” ou “ética finalista”.
Fale-me de Ética!
Aristóteles (384 - 322 a. C.) 
Patrono das ciências naturais; 
Rompeu com as ideias de Platão por defender uma visão realista. 
Elaborou uma teoria ética finalista, em que Felicidade (eudaimonia) é o bem último do ser humano;
Fale-me de Ética!
O homem é bio politikós, por natureza, sendo a comunidade o seu lugar natural. 
A sociedade é o locus da ética. 
Destacou o valor do hábito na educação ética: Ética - ethos – hábito (reiteração da prática virtuosa). 
Ser justo significa praticar reiteradamente atos voluntários de justiça. 
Fale-me de Ética!
As obras Ética a Nicômaco (EN) e Política (Pol.) podem ser analisadas a partir de 4 aspectos, a saber:
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a ética é considerada como algo natural - sociedade é um dado natural;
as nossas escolhas e decisões visam alcançar um fim, alcançar um bem (EN, 1, 1);
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3. a ética é racional. Tudo deve estar subordinado à razão (EN, 10, 7);
4. a ética vem da natureza. A natureza nos dá a virtude moral que se aperfeiçoa com o hábito (EN, II, 1). 
Fale-me de Ética!
A felicidade (eudaimonia) = o maior bem, a finalidade (telos) da vida humana. 
Essa felicidade seria o florescimento de uma vida boa, ou seja, bem-sucedida e afortunada (DUPRÉ, 2015, p. 102).
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Em sua teoria ética, a felicidade está vinculada:
ao exercício intelectual; 
a prática das virtudes; 
ter amigos; 
ter boa saúde; 
suficiência de bens materiais; 
viver numa sociedade justa; 
praticar a meditação filosófica. 
(PEGORARO, 2006).
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A ética de Aristóteles observa o tipo de pessoas que devemos ser e orienta sobre o cultivo de um bom caráter. 
“Qual o melhor modo de se viver? ”
O melhor modo de se viver é praticar a virtude, viver na excelência moral.
Fale-me de Ética!
Para se alcançar a condição de pessoa virtuosa devemos cultivar bons hábitos. 
Para sermos justos, precisamos praticar a justiça, para sermos pessoas corajosas, precisamos agir de maneira corajosa. 
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Como preleciona Michael Sandel (2011, p. 244), 
“a virtude moral exige a prática, pois “ninguém se torna um violinista sem tocar violino”. Atualizando o tema, a leitura de um código de ética não nos toma pessoas virtuosas”.
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Será que apenas pelo hábito podemos fazer a coisa certa, para pessoa certa, no momento certo, 
pelo motivo certo? 
O hábito é importante, mas precisa ser acompanhado do conhecimento e não se trata de um conhecimento qualquer, mas um tipo que o filósofo denominou de sabedoria prática (EN, II, 9) .
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O que significa sabedoria prática? 
Um conhecimento que permite discernir, julgar e que o filósofo definiu como “um estado racional e verdadeiro de capacidade de agir em relação ao bem humano” (EN, VI, 5; SANDEL, 2011, p. 246). 
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A virtude não é apenas um conceito, mas liga-se a uma postura diante da vida. 
Trata-se de uma pessoa que realiza atos moderados pela razão, atos que devem revelar sabedoria e prudência. Vemos assim a relação entre o hábito e o conhecimento para o bem.
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Neste ponto observa Olinto Pegoraro (2006, p. 50), 
“A via prudencial nada mais é do que a busca do equilíbrio da vida pessoal e social. Porém o meio termo não é igual para todos, mas será proporcional a cada pessoa e em cada circunstância”.
Fale-me de Ética!
A política, assim como a ética, configura atividade essencial para o equilíbrio da cidade, da pólis. 
Não será possível uma sociedade justa, sem passar pela excelência moral que interliga hábito e conhecimento. 
Pessoas virtuosas Cidadãos Justos = Sociedade justa
Fale-me de Ética!
Uma pessoa prudente sabe escolher entre um comportamento que poderia ser definido como excessivo ou aquele que poderia ser visto como muito aquém das expectativas, por isso que o hábito precisa do conhecimento. 
E é capaz de definir os meios adequados para uma boa conduta (EN, II, 2-4). Uma conduta que tem como ponto de partida a ideia de fazer o bem.
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A ética da decisão prudencial, em Aristóteles, nos recomenda aplicar a “régua de Lesbos” que nos ajuda a verificar a equidistância entre o excesso e a falta em cada caso particular.
O que significa régua de Lesbos?
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O que significa régua de Lesbos?
Em cada situação particular teremos um meio termo ou justo meio e isso decorre de uma avaliação ponderada, segundo as circunstâncias. Aplicar a referida régua, em alusão aos arquitetos da ilha de Lesbos que usavam uma régua flexível para medir pedras, significa realizar uma ponderação de valores para um bom julgamento. Agir com sabedoria.
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Referências:
ARANHA, M.L. A; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2014.
DUPRÉ, Ben. 50 ideias de filosofia que você precisa conhecer. São Paulo: Planeta, 2015.
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MARCONDES, D.; FRANCO, I. A filosofia: O que é? Para que serve? Rio de Janeiro: Zahar/PUC-Rio, 2011.
 
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial. O ciclo virtuoso dos negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
 
OLIVEIRA, Clara Maria C. B. de; MACHADO, Marcelo L. Filosofia, ética e cidadania. Rio de Janeiro: SESES, 2016.
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Clara Maria Cavalcante Brum de Oliveira
Doutoranda em Direito - PPGD/UNESA (Capes 5). Mestre em Filosofia pela UERJ (1998). Especialista em Filosofia Contemporânea pela UERJ. Especialista em Mediação Pedagógica em EAD - PUC-Rio. Bacharel em Direito - UNESA (2005). Bacharel em Filosofia pela UERJ (2000), Licenciada em Filosofia pela UERJ (2000) e Bacharel em Comunicação Social FACHA (1990). Atualmente é professora universitária e pesquisadora na área de Direitos Fundamentais e Novos Direitos. 
http://lattes.cnpq.br/2000062113086870

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