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O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL II 
 
 
 
Barbacena/MG 
2 
 
 
Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 
Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro 
 secretaria@nucleoeadbrasil.com.br 
 
Índice 
 
 
 
 
1. DO LITISCONSÓRCIO ........................................................................................... 3 
2. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ..................................................................... 8 
3. DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE ............................................................................... 10 
4. DO CHAMAMENTO AO PROCESSO ................................................................... 12 
5. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ... 13 
6. DO AMICUS CURIAE ........................................................................................... 18 
7. DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA ........................................................ 24 
7.1 Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz ............................ 24 
7.2 Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça ........................... 30 
7.3 Do Perito .......................................................................................................... 33 
7.4 Do Depositário, do Administrador, do Intérprete e do Tradutor ....................... 34 
7.5 Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais ...................................................... 35 
7.6 Do Ministério Público ....................................................................................... 43 
7.7 Da Advocacia Pública e da Defensoria Pública ............................................... 45 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. DO LITISCONSÓRCIO 
 
 
Litisconsórcio, do latim (litis + cum + sors), etimologicamente significa "os 
que têm a mesma sorte na lide". No Direito Processual moderno, dizemos que há 
litisconsórcio quando, em uma relação jurídica processual, um ou dois polos 
possuem mais de um sujeito. Ex.: dois autores e um réu; um autor e dois réus, ou 
duas ou mais pessoas no polo ativo e duas ou mais pessoas no polo passivo. 
Litisconsórcio significa pluralidade de partes (consórcio) na instauração da 
lide, e ocorre quando duas ou mais pessoas litigam, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente (NCPC, art. 113, caput). Trata-se de cumulação 
subjetiva (de partes) no processo. A matéria é disciplinada no Novo CPC, art. 113 a 
118. Existe litisconsórcio quando duas ou mais pessoas figuram como autoras ou 
rés no mesmo processo. Se forem autoras, o litisconsórcio será ativo; se forem rés, 
o litisconsórcio será passivo; se ambas, ocorrerá litisconsórcio bilateral ou misto. 
A propósito, há litisconsórcio quando houver mais de um autor ou mais de 
um réu, por exemplo. Mas o litisconsórcio não se restringe à principal relação jurídica 
processual. Pode haver litisconsórcio em incidentes processuais - mais de um sujeito 
requer a instauração de um conflito de competência; pode haver litisconsórcio em 
um recurso - autor e réu se consorciam para opor embargos de declaração contra 
uma sentença homologatória de transação judicial. Por isso, é melhor dizer que o 
litisconsórcio é uma pluralidade de sujeitos em um polo de uma relação jurídica 
processual. 
Litisconsórcio é o vínculo que, nos casos previstos em lei, prende vários 
autores ou réus num só processo, pela comunhão de interesses, para discutirem 
uma só relação jurídica material. É a pluralidade de partes num mesmo processo. 
No litisconsórcio não existe multiplicidade de processos, mas um só processo, com 
multiplicidade de sujeitos ativos, passivos, ou ambos. Ocorre litisconsórcio quando 
houver entre as partes comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide, 
ou entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir, ou mesmo 
quando ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
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O que justifica a formação do litisconsórcio é a existência de uma inter-
relação entre as situações jurídicas de direito material dos litisconsortes. Por isso, é 
melhor que elas sejam decididas em um único julgamento, garantindo-se destarte a 
harmonia dos julgados. Essa relação entre as pretensões pode variar de 
intensidade, e o tipo de litisconsórcio dependerá do grau de inter-relação e 
conexidade que exista entre as diversas pretensões”. 
Cumpre também destacar que o litisconsórcio rompe o esquema 
tradicional do processo como actus trium personarum; por isso, a sua formação 
decorre estritamente da lei. Somente no sentido de que a norma pode autorizar a 
formação do litisconsórcio em face da alteração procedimental que acarreta, por 
vezes tão enérgica, que se admite possa o juiz separar as ações cumuladas. 
Ademais, a tendência moderna é substituir o fenômeno do litisconsórcio, quando se 
trata de interesses pertencentes a uma multiplicidade de pessoas, pela legitimação 
de órgãos formais que cumprem finalidades institucionais em prol dessa coletividade 
de sujeitos de direito. É por essa ratio que hodiernamente legitima-se a Ordem dos 
Advogados, a Curadoria de Defesa do Consumidor em prol de um determinado 
segmento de consumidores ou "ainda e sempre" o Ministério Público, todos 
considerados órgãos intermediários entre o Estado e o cidadão, experiência haurida 
no sistema anglo-americano das class actions. 
No que concerne à formação de litisconsórcio, três circunstâncias podem 
ou devem autorizá-la: algumas vezes, as pessoas, embora não estejam obrigadas a 
tanto, optam por promover em conjunto um ação contra adversário(s) comum(ns); 
outras vezes, a lei impõe que haja litisconsórcio; outras, ainda, a própria natureza da 
relação jurídica que é trazida a juízo impõe a presença de mais de um sujeito o vale 
dizer que o litisconsórcio é necessário. Na primeira hipótese, tem-se o 
litisconsórcio facultativo, nas duas últimas hipóteses, tem-se o 
litisconsórcio necessário. 
Quanto à decisão a ser proferida no processo, o litisconsórcio pode 
ser: simples – as partes que estão litisconsorciadas em certo polo podem receber 
diferentes decisões, sem que isso ofenda a lógica do Direito; unitário – nessa 
modalidade, o magistrado, pela natureza da relação jurídica controvertida, deve dar 
uma decisão de mesmo teor para as partes que estejam litisconsorciadas. Em outras 
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palavras, a parte vai receber a mesma decisão que for proferida em relação àquela 
com a qual esteja em posição de litisconsórcio. 
Assim estabelece o art. 113 do CPC: 
 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em 
conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à 
lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de 
litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na 
execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar 
a defesa ou o cumprimentoda sentença. 
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou 
resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
Se há afinidade de questão jurídica ou de fato, o litisconsórcio é chamado 
facultativo impróprio. Tem de estabelecer-se por acordo expresso ou tácito dos 
litigantes. É um litisconsórcio convencional sem que se pré-exclua a possibilidade de 
se começar o processo somente por uma parte, ou por mais litisconsortes, a que os 
outros se juntem por adesão, segundo os princípios da declaração unilateral de 
vontade aplicáveis ao chamamento explícito ou implícito do proponente ou dos 
proponentes em ação. Observe-se que esse litisconsórcio, à diferença dos demais, 
não traz determinação de competência. É preciso que a competência do Juízo exista 
por si mesma, para a cumulação subjetiva. (PONTES DE MIRANDA, 1973). 
O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela 
natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da 
citação de todos que devam ser litisconsortes. 
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, 
será: nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter 
integrado o processo ou ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram 
citados. 
Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao 
autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo 
que assinar, sob pena de extinção do processo. 
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O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o 
juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. Os 
litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como 
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as 
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. Cada 
litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser 
intimados dos respectivos atos. 
 
Classificação do Litisconsórcio: 
 
a) O litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto: 
· Litisconsórcio ativo: quando acontece no polo ativo, ou seja, mais de 
um autor. 
· Litisconsórcio passivo: quando acontece no polo passivo, ou seja, mais 
de um réu. 
· Litisconsórcio misto: quando acontece em ambos os polos. 
 
b) Litisconsórcio inicial, ulterior ou superveniente: 
· Litisconsórcio inicial: instaura-se o processo com um litisconsórcio. 
· Litisconsórcio superveniente: o processo é instaurado sem litisconsórcio 
e no seu decorrer surge o litisconsórcio. É excepcional, pois gera um tumulto 
processual. O litisconsórcio superveniente pode ocorrer em 3 situações: 1) Em razão 
da conexão: a conexão gera a reunião de processos e, portanto, pode gerar o 
litisconsórcio. 2) Sucessão processual: o réu falece, seus herdeiros poderão assumir 
a posição e onde havia um sujeito, surgirão tantos sujeitos passivos quanto forem 
os herdeiros. 3) Intervenção de terceiros: algumas intervenções de terceiros podem 
redundar em litisconsórcio superveniente. Ex. Denunciação da lide, chamamento ao 
processo, geram litisconsórcio superveniente. Estudaremos detalhadamente cada 
forma de intervenção de terceiros em momento oportuno. 
 
c) Litisconsórcio simples ou comum, e litisconsórcio unitário (Essa 
classificação do litisconsórcio leva em consideração o direito discutido. Assim, é 
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necessário saber o que os litisconsortes estão discutindo, para depois saber se é 
unitário ou simples). 
· Litisconsórcio Unitário (Art. 116 CPC): O litisconsórcio será unitário 
quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de 
modo uniforme para todos os litisconsortes. Quando a decisão de mérito tiver que 
ser a mesma para todos, esse litisconsórcio é unitário. Há um impedimento para 
decisões diversas para cada litisconsorte. Os litisconsortes são tratados com o se 
fossem uma única pessoa, ou seja, em bloco. 
· Litisconsórcio simples: quando a decisão de mérito puder 
ser diferente para cada um dos litisconsortes. 
 
O Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) apresenta alguns 
enunciados sobre Litisconsórcio: 
 
a) Enunciado nº 10. (Arts. 113, §§ 1º e 2º, art. 240, § 1º). Em caso de 
desmembramento do litisconsórcio multitudinário, a interrupção da 
prescrição retroagirá à data de propositura da demanda original. 
b) Enunciado nº 11. (Arts. 116 e 124). O litisconsorte unitário, integrado ao 
processo a partir da fase instrutória, tem direito de especificar, pedir e 
produzir provas, sempre juízo daquelas já produzidas, sobre as quais o 
interveniente tem o ônus de se manifestar na primeira oportunidade em que 
falar no processo. 
c) Enunciado nº 116. (Arts. 113, §1º, e 139, VI). Quando a formação do 
litisconsórcio multitudinário for prejudicial à defesa, o juiz poderá substituir a 
sua limitação pela ampliação de prazos, sem prejuízo da possibilidade de 
desmembramento na fase de cumprimento de sentença. 
d) Enunciado nº 117. (arts. 113 e 312) Em caso de desmembramento do 
litisconsórcio multitudinário ativo, os efeitos mencionados no art. 240 são 
considerados produzidos desde o protocolo originário da petição inicial. 
e) Enunciado nº 118. (art.116) O litisconsorte unitário ativo, uma vez 
convocado, pode optar por ingressar no processo na condição de 
litisconsorte do autor ou de assistente do réu. 
f) Enunciado nº 119. (arts. 116, 139, X, 259, III, 333), Em caso de relação 
jurídica plurilateral que envolva diversos titulares do mesmo direito, o juiz 
deve convocar, por edital, os litisconsortes unitários ativos incertos e 
indeterminados (art. 259, III), cabendo-lhe, na hipótese de dificuldade de 
formação do litisconsórcio, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública 
ou outro legitimado para que possa requerera conversão da ação individual 
em coletiva (art. 333). 
g) Enunciado nº 386. (art. 113, §1º; art. 4º). A limitação do litisconsórcio 
facultativo multitudinário acarreta o desmembramento do processo. 
h) Enunciado nº 387. (art. 113, §1º; art. 4º). A limitação do litisconsórcio 
multitudinário não é causa de extinção do processo. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728815/artigo-116-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
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2. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
Segundo Câmara, 2016, chama-se intervenção de terceiro o ingresso de 
um terceiro em um processo em curso. Terceiro – frise-se – é todo aquele que não é 
sujeito de um processo. Assim, sempre que alguém que não participa de um 
processo nele ingressa e dele começa a participar tem-se uma intervenção de 
terceiro. É importante ter claro que o terceiro só é terceiro antes da intervenção. A 
partir do momento em que ingressa no processo ele passa a ser um de seus sujeitos 
e, portanto, adquire a qualidade de parte. Afinal, é parte do processo todo aquele 
que se apresenta como um sujeito do contraditório, podendo atuar de forma a 
exercer influência na formação do resultado do processo. E é exatamente assim que 
atua o terceiro interveniente, qualquer que seja a modalidade de intervenção. O 
terceiro, pois, ao intervir, torna-se parte do processo. Nem sempre, porém, será ele 
parte da demanda. É queem algumas modalidades de intervenção de terceiro o 
interveniente não assume nem a posição de demandante nem a de demandado 
(como se dá, por exemplo, nas assistências). Em outros casos, porém, o terceiro 
interveniente se torna parte da demanda, como acontece no chamamento ao 
processo, em que o chamado vira réu, assumindo uma posição passiva na demanda 
que deu origem ao processo (e, assim, se litisconsorciando ao demandado original). 
A intervenção do terceiro pode ser voluntária ou forçada. É voluntária naqueles 
casos em que o terceiro, espontaneamente, vai ao processo e postula sua 
intervenção. De outro lado, é forçada quando o terceiro ingressa no processo 
independentemente de sua vontade (e até mesmo contra ela), sendo citado. São 
intervenções voluntárias a assistência e o recurso de terceiro. São intervenções 
forçadas a denunciação da lide, o chamamento ao processo, a intervenção 
resultante do incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
Estabelece o art. 119 do CPC que pendendo causa entre duas ou mais 
pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a 
uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
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A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os 
graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se 
encontre. 
Não havendo impugnação no prazo de quinze dias, o pedido do 
assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Se qualquer parte 
alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o 
incidente, sem suspensão do processo. 
Assistência Simples - O assistente simples atuará como auxiliar da parte 
principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus 
processuais que o assistido. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o 
assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 
A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a 
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a 
ação ou transija sobre direitos controvertidos. 
Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o 
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, 
salvo se alegar e provar que pelo estado em que recebeu o processo ou pelas 
declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de 
influir na sentença; ou, que desconhecia a existência de alegações ou de provas das 
quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. 
Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a 
sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
 
Segundo Neves, 2016, a lei não prevê expressamente o conceito de 
denunciação da lide, dando início ao seu tratamento no art. 125 do novo CPC, já por 
suas hipóteses de cabimento. Partindo dessas hipóteses de cabimento, a doutrina 
ficou encarregada de conceituar o instituto. Serve a denunciação da lide para que 
uma das partes traga ao processo um terceiro que tem responsabilidade de ressarci-
la pelos eventuais danos advindos do resultado desse processo. O direito regressivo 
da parte contra terceiros (ou excepcionalmente contra a própria parte contrária), 
portanto, é o fator principal que legitima a denunciação da lide. A denunciação da 
lide é uma espécie de intervenção coercitiva, estando vinculado o denunciado à 
demanda em razão de sua citação, pedida tempestivamente por autor ou réu. 
Diferente da nomeação à autoria, não existe a possibilidade de esse terceiro negar 
sua qualidade de parte; pode até não participar, restando omisso durante todo o 
trâmite procedimental, mas para todos os efeitos jurídicos será considerado 
vinculado à relação jurídica processual com a sua citação regular. Ainda que se 
aponte para a denunciação como uma espécie de intervenção-ação, em aplicação 
do princípio da instrumentalidade das formas, admite-se o seu pedido por meio de 
mero tópico da petição inicial ou contestação, dispensando-se as formalidades de 
uma petição inicial. A única exigência é a narração da causa de pedir, ou seja, a 
indicação expressa de uma das hipóteses de denunciação da lide prevista em lei. 
Nos termos do art. 125 do CPC é admissível a denunciação da lide, 
promovida por qualquer das partes, cabendo ao alienante imediato, no processo 
relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa 
exercer os direitos que da evicção lhe resultam; ou, àquele que estiver obrigado, por 
lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido 
no processo. 
O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a 
denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. 
Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo 
denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja 
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responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova 
denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação 
autônoma. 
A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o 
denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser 
realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131 do CPC: 
 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo 
será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 
30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou 
subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. 
 
Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição 
de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, 
procedendo-se em seguida à citação do réu. 
Feita a denunciação pelo réu: 
a) se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo 
prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
b) se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir 
com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua 
atuação à ação regressiva; 
c) se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação 
principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal 
reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, 
requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da 
condenação deste na ação regressiva. 
Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao 
julgamento da denunciação da lide. Se o denunciante for vencedor, a ação de 
denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do 
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art131
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4. DOCHAMAMENTO AO PROCESSO 
 
O chamamento ao processo é a intervenção de terceiros pela qual o réu 
(chamante) convoca terceiro (chamado), que passará a ser litisconsorte passivo, 
com o objetivo de ser responsabilizado conjunta e imediatamente em face do autor. 
O CPC de 2015 não inovou em relação ao assunto. O chamamento ao processo 
somente é admitido nos casos de fiança e de solidariedade passiva. No primeiro 
caso, o réu que, no plano material, é fiador pode chamar ao processo o afiançado, 
isto é, o devedor principal (art. 130, I). Também é cabível o chamamento ao 
processo dos demais fiadores quando apenas um ou alguns forem réus (art. 130, II). 
No segundo, qualquer um dos devedores solidários que seja réu pode chamar os 
demais (art. 130, III). 
É inegável o caráter facultativo do chamamento ao processo em suas três 
hipóteses. Assim, se o réu, a despeito de estar diante de uma das hipóteses do art. 
130, não chamar o codevedor ao processo, poderá, oportunamente, demandá-lo. De 
outra parte, nada há que impeça que o devedor intervenha espontaneamente, 
quando assumirá a posição de assistente litisconsorcial. (SCAPINELLA, 2016). 
 
CPC 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de 
alguns o pagamento da dívida comum. 
 
A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será 
requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de trinta dias, sob 
pena de ficar sem efeito o chamamento. Se o chamado residir em outra comarca, 
seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de dois meses. 
A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu 
que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, 
ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 
 
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5. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Segundo Donizetti, 2016, a teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica desenvolveu-se com o fim precípuo de prevenir o desvio de finalidade de um 
ente empresarial, seja através da fraude à lei, aos credores ou ao contrato social, 
isto é, visando, única e exclusivamente, responsabilizar a má fé dos sócios 
administradores. Nessa hipótese, o juiz, ignorando a existência da pessoa jurídica 
no caso concreto, supera a autonomia da sociedade, para alcançar o patrimônio dos 
sócios. Como se vê, tal teoria tem por objetivo desvendar os sócios, através da 
pessoa jurídica, e considerá-los como dominantes da sociedade, uma entidade 
ostensiva por eles constituída. Ressalte-se que a desconsideração não objetiva 
invalidar os atos constitutivos de uma sociedade, muito menos dissolvê-la. O que se 
pretende é tornar ineficazes os atos realizados pela sociedade (e imputáveis aos 
sócios), quando eles forem praticados em descumprimento à função social da 
empresa. 
Na Idade Média, a Igreja Católica era uma das instituições de maior 
prestígio na sociedade estamental. Esta pode ser representada por uma pirâmide 
onde o rei ocupa o ápice, seguido do clero, nobreza e, por fim, dos plebeus. Como 
forma de assegurar o seu patrimônio, a igreja determinou que as suas terras fossem 
consideradas como bens da própria instituição religiosa e não como herdade dos 
membros que a compunha. Dessa forma, nascia-se a denominada personalidade 
jurídica. Pessoa Jurídica é uma entidade revestida de personalidade jurídica e, por 
conseguinte, detentora de direito e obrigações. 
De acordo com o Código Civil brasileiro, as pessoas jurídicas são de 
direito público, interno ou externo, e de direito privado. São pessoas de direito 
público interno a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, 
as autarquias, as associações públicas e as demais entidades de caráter público 
criadas por lei. As pessoas jurídicas de direito público externo são os Estados 
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
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As pessoas jurídicas de direito privado são as associações, as 
sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as 
empresas individuais de responsabilidade limitada. 
A desconsideração da pessoa jurídica visa proteger terceiros do uso ilícito 
do princípio da autonomia patrimonial entre as esferas da pessoa jurídica e de seus 
sócios. Obrigações patrimoniais da empresa podem ser adimplidas através do 
atingimento de patrimônio dos sócios ou administradores, isso quando demonstrado 
desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
É o que preceitua o art. 50 do Código Civil: 
 
Código Civil 
Art. 50 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa 
jurídica. 
 
A desconsideração também é possível na modalidade inversa, isto 
quando se persegue o patrimônio da empresa para a satisfação de obrigação de um 
dos seus sócios, evidentemente quando constatado que a pessoa jurídica foi 
utilizada como escudo de pretensões legítimas de terceiros em face de um ou mais 
de seus membros. Um campo comum onde podemos visualizar esse tipo de 
desconsideração inversa é no das prestações alimentícias no âmbito do Direito de 
Família. 
Além do Código Civil, há previsões normativas sobre o instituto em outros 
diplomas legais. O art. 28, §5º, do Código de Defesa do Consumidor (lei 8.078/90) 
preceitua: 
 
CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. 
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade 
quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de 
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou 
contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver 
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa 
jurídica provocados por má administração. 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados aos consumidores. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/cdc-lei-n-8-078-de-11-de-setembro-de-1990#par-5_art-28
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Percebe-se uma diferença normativa entre o que previsto no art. 50 do 
Código Civil e as normas do CDC e da lei 9.605/98. O art. 50 do Código Civil alberga 
o que a doutrina nomeou de teoria maior ou subjetiva da desconsideração, exigindo-
se para o afastamento da personalidade jurídica dois requisitos: abuso da 
personalidade e prejuízo a terceiro. Já o art. 4º da Lei 9.605/98 e o art. 28, §5º, do 
CDC, estabelecem a chamada teoria menor ou objetiva, onde para a concretização 
da desconsideração da pessoa jurídica seria suficiente a ocorrência do prejuízo ao 
credor. 
O novo Código de Processo Civil trouxe relevante inovação para 
regulamentar o procedimento da desconsideraçãoda personalidade jurídica, o qual 
possui seus, afastando a dúvida doutrinária, até então existente, quanto à forma 
processual adequada. 
Para melhor compreensão do tema em análise, é necessário se fazer, 
brevemente, a distinção entre processo incidente e incidente do processo, pois de 
acordo com as primeiras discussões a respeito do Novo CPC, o Incidente de 
Desconsideração da Personalidade Jurídica tem sido apontado como uma espécie 
de incidente do processo a depender do momento em que for requerido. 
Para Fredie Didier Jr. (p. 476, 2015), o processo incidente é um processo 
novo, instaurado em razão de um processo existente, que dele se desgarra, mas 
nele produz efeitos. É processo que nasce, que se origina de um processo existente, 
mas que dele se aparta para adquirir vida própria. O processo incidente gera a 
constituição de uma nova relação jurídica processual, visa provimento jurisdicional 
que de alguma forma influa sobre esse ou seu objeto. São exemplos de processo 
incidente previsto no CPC/2015: a) embargos de terceiro (arts. 674 e segs.); b) a 
oposição, que a partir da nova lei instrumental, deixou de ser uma das espécies de 
intervenção de terceiros, como ocorria com o CPC/73, convertendo-se, a partir de 
agora em uma das espécies dos procedimentos especiais, com acento nos arts. 682 
a 686. 
Ainda em Didier Jr. (p.476-477, 2015), incidente do processo é processo 
novo, que de modo não necessário surge de um processo já existente, e a ele se 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
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incorpora, tornando-o mais complexo. São exemplos de incidente do processo 
previsto na Lei 13.105 de 16 de março de 2015: a) alegação de suspeição ou 
impedimento do juiz; b) incidente de resolução de demandas repetitivas (arts. 976 a 
987) e, c) o conflito de competências (arts. 951 a 959). 
Com relação ao Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 
previsto nos arts. 133 a 137 do Novo CPC há de se fazer um alerta. Se esta nova 
forma de Intervenção de Terceiros for requerida na petição inicial, será dispensada a 
instauração do incidente, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica, 
conforme o § 2.°, do art. 134, do CPC/2015, fato que não gerará a formação de um 
incidente de processo. Contudo, se tal incidente for requerido pela parte quando o 
processo em que se deseja pleitear a desconsideração da personalidade jurídica já 
estiver em andamento, aí sim, ocorrerá um incidente do processo. 
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado 
a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo 
de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título 
executivo extrajudicial. 
A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao 
distribuidor para as anotações devidas. 
Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da 
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o 
sócio ou a pessoa jurídica. A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo 
se for requerida na inicial. 
O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos 
legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. 
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para 
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de quinze dias. 
Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por 
decisão interlocutória. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de 
bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
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A norma deixa clara a necessidade de um ônus de argumentação por 
parte do requerente, não bastando alegações genéricas para embasar o pedido de 
desconsideração, até mesmo para permitir um completo contraditório e o respeito à 
ampla defesa. A consequência processual da não especificação dos pressupostos 
legais no requerimento é o reconhecimento da inépcia da petição (art. 330, §1º, I, do 
CPC). 
Se o juiz considerar suficientes as provas trazidas aos autos, julgará o 
incidente por decisão interlocutória. Caso contrário deverá aguardar a conclusão da 
instrução para decidir sobre a desconsideração. Vale lembrar que quando o pedido 
de desconsideração for pleiteado na petição inicial, o juiz poderá se manifestar tanto 
por meio de decisão interlocutória (concessão de medida liminar, por exemplo) 
quanto na sentença. Neste caso, se o pedido de desconsideração for apreciado 
somente no dispositivo da sentença, o recurso cabível será a apelação. 
Vale salientar que, de acordo com o recente entendimento do STJ, a 
pessoa jurídica tem legitimidade para impugnar decisão interlocutória que 
desconsidera a sua personalidade para alcançar o patrimônio de seus sócios ou 
administradores, desde que o faça com o intuito de defender a sua regular 
administração e autonomia, isto é, a proteção da sua personalidade, sem se imiscuir 
indevidamente na esfera de direitos dos sócios ou administradores incluídos no polo 
passivo por força da desconsideração. Do mesmo modo, a contrario sensu, no caso 
de desconsideração inversa pode o sócio ter interesse em impugnar a decisão que 
eventualmente atinja os bens da pessoa jurídica da qual pertença. 
Contra a decisão que acolher (ou não) o pedido de desconsideração, 
caberá agravo de instrumento (art. 136, parte final; art. 1.015, IV). Se a decisão for 
proferida pelo relator, o recurso cabível será o agravo interno (art. 136, parágrafo 
único; art. 1.021). Da decisão do órgão colegiado, nos Tribunais de Justiça ou nos 
TRF’s, caberá recurso especial. 
 
 
 
 
 
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6. DO AMICUS CURIAE 
 
 
Assim estabelece o art. 18 do CPC: 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento 
das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a 
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, 
com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua 
intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de 
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a 
oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a 
intervenção, definir os poderes do amicus curiae. 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de 
resolução de demandas repetitivas. 
 
O amicus curiae, expressão latina que significa “amigo da corte” ou 
“amigo do tribunal”, é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o 
tribunal, provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre questões 
essenciais ao processo. Deve demonstrar interesse na causa, em virtude da 
relevância da matéria e de sua representatividade quanto à questão discutida, 
requerendo ao tribunal permissão para ingressar no feito. 
O objetivo dessa figura processual é proteger direitos sociais lato sensu, 
sustentando teses fáticasou jurídicas em defesa de interesses públicos ou privados, 
que serão reflexamente atingidos com o desfecho do processo. 
De acordo com a lição de Elisabetta Silvestri, 2006, sobre o tema, a 
origem do amicus curiae estaria no direito penal inglês da época medieval. Esse 
sujeito tinha papel meramente informativo no processo, trazendo à Corte matérias 
de fato desconhecidas. Tratava-se um sujeito imparcial e desinteressado, e a 
discricionariedade do juiz em aceitá-lo, assemelhava-se, de certa forma, ao atual 
poder instrutório do juiz. 
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Posteriormente, o direito norte-americano importou do direito inglês essa 
figura processual, e implantou-a no ambiente do common law, onde o instituto virou 
símbolo de referência. O amicus curiae hoje é frequentemente (utilizado) no 
cotidiano dos tribunais americanos, havendo circunstâncias de mais de uma centena 
de amici num mesmo processo. 
Por fim, pode-se afirmar que o direito brasileiro “importou” também o 
amicus curiae do sistema norte-americano, e várias leis passaram a regular essa 
figura em diversas situações. A título de ilustração: o art. 7º, § 2º, da Lei 9.868/99, 
que regula a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e a Ação Declaratória de 
Constitucionalidade (ADC) no processo de controle de constitucionalidade; o art. 14, 
§ 7º, da Lei 10.259/2001 (Lei dos Juizados Especiais Federais), no que concerne ao 
incidente de uniformização de Jurisprudência; e, o art. 3º, § 2º, da Lei 11.417/2006, 
que trata da edição, revisão e cancelamento das súmulas vinculantes do Supremo 
Tribunal Federal. 
O amicus curiae (art. 138 do CPC/2015) é terceiro admitido no processo 
para fornecer subsídios instrutórios (probatórios ou jurídicos) à solução de causa 
revestida de especial relevância ou complexidade, sem, no entanto, passar a 
titularizar posições subjetivas relativas às partes – nem mesmo limitada e 
subsidiariamente, como o assistente simples. Auxilia o órgão jurisdicional no sentido 
de que lhe traz mais elementos para decidir. Daí o nome de “amigo da corte”. 
O amicus curiae não assume a condição de parte. E sua intervenção não 
se fundamenta no interesse jurídico na vitória de uma das partes, diferenciando-se, 
sob esse aspecto inclusive da assistência. Por isso, ele não assume poderes 
processuais sequer para auxiliar qualquer das partes. Ainda que os seus poderes 
sejam definidos em cada caso concreto pelo juiz (art. 138, § 2º, do CPC/2015), na 
essência serão limitados à prestação de subsídios para a decisão. 
A participação do amicus curiae, com o fornecimento de subsídios ao 
julgador, contribui para o incremento de qualidade das decisões judiciais. Amplia-se 
a possibilidade de obtenção de decisões mais justas – e, portanto, mais 
consentâneas com a garantia da plenitude da tutela jurisdicional (art. 5º, XXXV, 
da CF/1988). Por outro lado, sobretudo nos processos de cunho precipuamente 
objetivo (ações diretas de controle de constitucionalidade; mecanismos de resolução 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI234923,71043-Amicus+curiae+no+CPC15
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de questões repetitivas etc.), a admissão do amicus é um dos modos de ampliação e 
qualificação do contraditório (art. 5º, LV, da CF/1988). 
O ingresso do amicus curiae no processo pode derivar de pedido de uma 
das partes ou do próprio terceiro. Pode também ser requisitado de ofício pelo juiz. 
Portanto, essa é uma modalidade de intervenção que tanto pode ser espontânea 
(voluntária) quanto provocada (coata). 
A atuação do amicus curiae, dada sua limitada esfera de poderes (e, 
consequentemente, sua restrita interferência procedimental), é cabível inclusive em 
procedimentos especiais regulados por leis esparsas em que se veda 
genericamente a intervenção de terceiros. Tal proibição deve ser interpretada como 
aplicável apenas às formas de intervenção em que o terceiro torna-se parte ou 
assume subsidiariamente os poderes da parte. Assim, cabe ingresso de amicus em 
processo do juizado especial, bem como no mandado de segurança. 
Em tese, admite-se a intervenção em qualquer fase processual ou grau 
de jurisdição. A lei não fixa limite temporal para a participação do amicus curiae. A 
sua admissão no processo é pautada na sua aptidão em contribuir. Assim, apenas 
reflexamente a fase processual é relevante: será descartada a intervenção se, 
naquele momento, a apresentação de subsídios instrutórios fáticos ou jurídicos já 
não tiver mais nenhuma relevância. 
A intervenção do amicus curiae cabe quando houver “relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia” (art. 138, caput, do CPC/2015). As regras especiais dessa intervenção, 
acima enumeradas, não exaurem as hipóteses objetivas de cabimento, mas servem 
para ilustrá-las. 
São duas as balizas: por um lado a especialidade da matéria, o seu grau 
de complexidade; por outro, a importância da causa, que deve ir além do interesse 
das partes, sua transcendência, repercussão transindividual ou institucional. São 
requisitos alternativos (“ou”), não necessariamente cumulativos: tanto a sofisticação 
da causa quanto sua importância ultra partes (que vá além das partes) pode 
autorizar, por si só, a intervenção. De todo modo, os dois aspectos, em casos em 
que não se põem isoladamente de modo tão intenso, podem ser somados, 
considerados conjuntamente, a fim de viabilizar a admissão do amicus. 
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A complexidade da matéria justificadora a participação do amicus tanto 
pode ser fática quanto técnica, jurídica ou extrajurídica. 
A importância transcendental da causa pode pôr-se tanto sob o aspecto 
qualitativo (“relevância da matéria”) quanto quantitativo (“repercussão social da 
controvérsia”). Por vezes, a solução da causa tem repercussão que vai muito além 
do interesse das partes porque será direta ou indiretamente aplicada a muitas outras 
pessoas (ações de controle direto, processos coletivos, incidentes de julgamento de 
questões repetitivas ou mesmo a simples formação de um precedente relevante 
etc.). Mas em outras ocasiões, a dimensão ultra partes justificadora da intervenção 
do amicus estará presente em questões que, embora sem a tendência de 
reproduzir-se em uma significativa quantidade de litígios, versam sobre temas 
fundamentais para a ordem jurídica. Imagine-se uma ação que versa sobre a 
possibilidade de autorizar-se uma transfusão sanguínea para uma criação mesmo 
contra a vontade dos pais dela. O caso, em si, concerne a pessoas específicas e 
determinadas, mas envolve valores jurídicos fundamentais à ordem constitucional 
(direito à vida, liberdade religiosa, limites do direito à intimidade etc.). Em uma causa 
como essa, é justificável a intervenção de amici curiae, que poderão contribuir sob 
vários aspectos (médicos, filosóficos, religiosos...). 
Podem ser amici curiae tanto pessoas naturais quanto jurídicas – e, nesse 
caso, tanto entes públicos como privados; entidades com ou sem fins lucrativos. 
Mesmos órgãos internos a outros entes públicos podem em tese intervir nessa 
condição. 
O elemento essencial para admitir-se o terceiro como amicus é sua 
potencialidade de aportar elementos úteis para a solução do processo ou incidente. 
Essa demonstração faz-se pela verificação dohistórico e atributos do terceiro, de 
seus procuradores, agentes, prepostos etc. A lei aludiu a “representatividade 
adequada”. Mas não se trata propriamente de uma aptidão do terceiro em 
representar ou defender os interesses de jurisdicionados. Não há na hipótese 
representação nem substituição processual. A expressão refere-se à capacitação 
avaliada a partir da qualidade (técnica, cultural...) do terceiro (e de todos aqueles 
que atuam com ele e por ele) e do conteúdo de sua possível colaboração (petições, 
pareceres, estudos, levantamentos etc.). A “representatividade” não tem aqui o 
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sentido de legitimação, mas de qualificação. Pode-se usar aqui um neologismo, à 
falta de expressão mais adequada para o exato paralelo: trata-se de uma 
contributividade adequada (adequada aptidão em colaborar). 
A existência de interesse jurídico ou extrajurídico do terceiro na solução 
da causa não é um elemento relevante para a definição do cabimento de sua 
intervenção como amicus curiae. O simples fato de o terceiro ter interesse na 
solução da causa não é fundamento para permitir sua intervenção como amicus 
curiae. Mas, por outro lado, o seu eventual interesse no resultado do julgamento 
também não é, em si, óbice a que intervenha em tal condição. O que importa é a sua 
capacidade de contribuir com o Judiciário. E é frequente que a existência de um 
interesse na questão discutida no processo faça do terceiro alguém especialmente 
qualificado para fornecer subsídios úteis. Não é incomum, por exemplo, que 
determinada entidade de classe, precisamente porque seus membros têm interesse 
na definição da interpretação ou validade de certa norma, promova diversos 
simpósios, estudos, levantamentos ou obtenha pareceres de especialistas sobre o 
tema. Todo esse acervo – nitidamente formado a partir de interesses específicos da 
entidade e seus integrantes – tende a ser muito útil à solução do processo. Caberá 
ao julgador aproveitá-lo, filtrando eventuais desvios ou imperfeições. 
A decisão que determina de ofício ou defere ou indefere o pedido de 
intervenção do amicus curiae é irrecorrível (art. 138, caput, do CPC/2015). Trata-se 
de exceção à regra do art. 1.015, IX, do CPC/2015 (segundo a qual cabe agravo de 
instrumento contra decisão sobre intervenção de terceiro). 
Mas a proibição recursal não deve ser aplicada aos embargos de 
declaração, que se destinam meramente a esclarecer ou complementar a decisão. 
O juiz, ao admitir ou solicitar a participação do amicus curiae, determinará 
concretamente os poderes que lhe são conferidos (art. 138, § 2º, do CPC/2015). 
Mas há uma gama mínima de poderes já estabelecida em lei: 
possibilidade de manifestação escrita em quinze dias (art. 138, caput, do 
CPC/2015); legitimidade para opor embargos declaratórios (art. 138, § 1º, do 
CPC/2015); possibilidade de sustentação oral e legitimidade recursal nos 
julgamentos de recursos repetitivos (art. 138, § 3º, do CPC/2015). 
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Há também limites máximos: o amicus curiae não tem poderes para 
recorrer das decisões no processo (art. 138, § 1º, do CPC/2015); ele também não 
detém outros poderes em grau equivalente aos das partes; seus argumentos devem 
ser enfrentados pela decisão judicial (arts. 489, § 1º, IV, 984, § 2º, e 1.038, § 3º, do 
CPC/2015). 
Dentro desses limites mínimo e máximo, cumpre ao juiz concretamente 
definir a intensidade da atuação processual do amicus curiae. 
Como indicado, a lei proíbe expressamente o amicus curiae de interpor 
recursos no processo (exceção feita a embargos declaratórios e à impugnação de 
decisões tomadas no julgamento de causas e recursos repetitivos). Todavia, não é 
de se descartar que se profiram decisões diretamente gravosas à esfera jurídica 
do amicus curiae (p. ex., o juiz o condena em litigância de má-fé ou determina que 
ele arque com verbas de sucumbência no processo). Uma vez que não cabe recurso 
contra eles, o amicus poderá valer-se do mandado de segurança (art. 5º, LXIX, da 
CF/1988; art. 5º, II, da Lei 12.016/2009, a contrario sensu). 
Precisamente porque exerce faculdades limitadas no processo, não 
assumindo a condição de parte, o amicus curiae não se submete à autoridade da 
coisa julgada (art. 506, do CPC/2015). Não se sujeita sequer ao efeito da assistência 
simples (art. 123, do CPC/2015), por não assumir nem mesmo subsidiariamente a 
gama de direitos atribuída às partes. 
A intervenção do amicus curiae não importa alteração de competência 
(art. 138, § 1º, do CPC/2015). Assim, quando uma pessoa de direito público, órgão 
ou empresa pública federal ingressa como amicus em processo em trâmite na 
Justiça estadual, a competência não se deslocará para a Justiça Federal. Dado o 
papel processual restrito do amicus, não se aplicam à hipótese o art. 109, I, da 
CF/1988 e o art. 45 do CPC/2015. 
 
 
 
 
 
 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI234923,71043-Amicus+curiae+no+CPC15
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7. DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 
O juiz é o órgão principal da justiça, nele é que se concentra a junção 
jurisdicional, e é dele a competência de dirigir os serventuários a fim de atingir os 
objetivos da justiça. Todo juízo independente de grau de jurisdição tem em sua 
formação o juiz e os órgãos auxiliares que são formados pelos serventuários 
(escrivães, oficiais de justiça, escreventes, técnicos, etc.). 
Auxiliares da justiça é expressão que designa uma categoria de sujeitos 
que ao longo do trâmite processual colabora com o órgão jurisdicional para que este 
conceda a tutela jurisdicional. Podem ser servidores dos quadros do Poder Judiciário 
ou particulares chamados a contribuir com a Jurisdição. Desempenham atividade 
meio, já que a jurisdição é exclusividade daqueles nela investidos. 
São auxiliares da Justiça todas aquelas pessoas que de alguma forma 
participam da movimentação do processo, sob a autoridade do juiz, colaborando 
com este para tornar possível a prestação jurisdicional. A sua razão de ser está na 
impossibilidade de o juiz sozinho desempenhar todas as atividades relacionadas ao 
processo, seja por questões físicas, como no caso do escrivão ou do oficial de 
justiça, seja porque lhe carece o conhecimento técnico-científico, recorrendo ao 
perito. 
Assim estabelece o art. 149 do CPC: 
 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe 
de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o 
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o 
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. 
 
 
7.1 Dos Poderes, dos Deveres e da Responsabilidade do Juiz 
 
Estabelece o art. 139 que ao juiz cabe “dirigir” o processo. O verbo aí 
empregado certamente é um resquício da ideologia do protagonismo judicial, 
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consagrada na (aqui repudiada) teoria da relação processual. Na verdade ao juiz 
não cabe dirigir o processo, como se fosse um seu timoneiro. O juiz não é – e isto 
vem sendo dito insistentemente ao longo deste trabalho – o polo central do 
processo, em tornodo qual orbitam os demais sujeitos. Na verdade, deve-se ver o 
processo como um fenômeno policêntrico, em que juiz e partes têm a mesma 
relevância e juntos constroem, com a necessária observância do princípio 
constitucional do contraditório, seu resultado. Incumbe, pois, ao juiz observar o 
disposto no art. 139 do CPC, o qual é responsável por estabelecer as diretrizes 
gerais de sua atuação. E ao juiz incumbe, antes de tudo, assegurar às partes 
tratamento isonômico, fazendo com que se observe o disposto no art. 5º, caput e 
inciso I, da Constituição da República. Daí resulta, por exemplo, o poder-dever do 
juiz de redistribuir o ônus da prova (art. 373, § 1º). Também é um poder-dever do juiz 
velar pela duração razoável do processo, evitando que este sofra dilações indevidas. 
Cabe também ao juiz prevenir ou reprimir qualquer ato atentatório à dignidade da 
justiça e indeferir postulações meramente protelatórias (o que também se liga à 
garantia de duração razoável do processo). É dever do juiz determinar todas as 
medidas (fala a lei processual em medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias) necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, 
inclusive nos processos que tenham por objeto o cumprimento de prestação 
pecuniária. Estas medidas podem ser aplicadas seja qual for a natureza da 
obrigação, tanto no procedimento destinado ao cumprimento das sentenças como 
na execução fundada em título extrajudicial, mas são subsidiárias às medidas 
executivas típicas, e sua aplicação depende da observância do princípio do 
contraditório (FPPC, enunciado 12). (CÂMARA, 2016). 
Assim estabelece o art. 139 do CPC: 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e 
indeferir postulações meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou 
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem 
judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com 
auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; 
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VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios 
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir 
maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força 
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, 
para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a 
pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento 
de outros vícios processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, 
oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, 
outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho 
de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se 
for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode 
ser determinada antes de encerrado o prazo regular. 
 
O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade 
do ordenamento jurídico. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe 
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da 
parte. 
Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do 
processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá 
decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da 
litigância de má-fé. 
O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando no 
exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude ou recusar, omitir ou 
retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte. Hipóteses esta que somente serão verificadas depois que a 
parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for 
apreciado no prazo de dez dias. 
As causas de impedimento e suspeição do juiz estão previstas nos artigos 
134 a 138, do Código de Processo Civil (CPC) e dizem respeito à imparcialidade do 
juiz no exercício de sua função. É dever do juiz declarar-se impedido ou suspeito, 
podendo alegar motivos de foro íntimo. 
 O impedimento implica proibição absoluta ao exercício da jurisdição, 
cabendo ação rescisória da decisão proferida por juiz impedido. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm#art82
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A suspeição apenas autoriza a recusa do juiz, que pode ser aceito pela 
parte, o que não impede que o juiz de ofício declare a própria suspeição. A sentença 
proferida por juiz suspeito não é nula nem rescindível. 
O impedimento tem caráter objetivo, enquanto que a suspeição tem 
relação com o subjetivismo do juiz. A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos 
processuais subjetivos do processo. 
No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade 
do juiz em determinado processo por ele analisado, enquanto na suspeição há 
apenas presunção relativa (juris tantum). 
Quando um juiz se declara impedido ou em suspeição para julgar 
determinado processo ele está preservando o princípio da imparcialidade do 
julgador. De acordo com o Código de Processo Civil (CPC), um juiz declara-se 
impedido de julgar determinado processo por critérios objetivos. Quando há razões 
subjetivas que possam comprometer a parcialidade do juiz, ele deve declarar-se 
suspeito. 
De acordo com o artigo 134 do CPC, existem motivos para o impedimento 
de um juiz caso ele seja parte ou parente de uma das partes do processo, por 
exemplo. O juiz também deve se considerar impedido de julgar caso tenha dado 
sentença ou decisão quando a ação tramitava na primeira instância; se tiver atuado 
como mandatário de qualquer uma das partes envolvidas na disputa, perito, órgão 
do Ministério Público, ou ainda se tiver prestado depoimento como testemunha do 
caso. 
Os critérios subjetivos que determinam a suspeição do juiz, conforme o 
artigo 135 do CPC, incluem ser “amigo íntimo ou inimigo capital”, “herdeiro 
presuntivo (tido como tal), donatário ou empregador” de uma das partes do 
processo. Também deve ser considerado suspeito o juiz que tiver aconselhado uma 
parte a respeito da causa ou aquele que estiver interessado em julgamento favorável 
a uma das partes. A norma prevê também que o juiz possa alegar “motivo íntimo” 
para declarar-se suspeito. 
De acordo com o artigo 11 do Regimento Interno do Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ), os impedimentos constitucionais e legais assim como as 
suspeições observadas pela magistratura valem para todos os conselheiros. A regra 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5869compilada.htm
http://www.cnj.jus.br/regimento-interno-e-regulamentos
http://www.cnj.jus.br/regimento-interno-e-regulamentos
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também se aplica aos seis conselheiros que não são magistrados: dois dos 15 
conselheiros são indicados pelo Ministério Público, outros dois representam a 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um é indicado pela Câmara dos Deputados 
e outro pelo Senado Federal. 
Um dos deveres dos conselheiros do CNJ é comunicar motivada e 
imediatamente à Presidência impedimentos e suspeições, de acordo com o artigo 18 
do Regimento Interno. A única exceção prevista é quando o julgamento tratar de 
atos normativos, como as resoluções do Conselho. 
Os razões de impedimento estão previstas no art. 144 do CPC: 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções 
no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, 
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o 
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já 
integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de 
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus 
quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, 
mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
 
Os razões de suspeição estão previstas no art. 145 do CPC: 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
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II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes 
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca 
do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do 
litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro 
grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes. 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido. 
 
No prazo de quinze dias, a contar do conhecimento do fato, a parte 
alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do 
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com 
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz 
ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, 
determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de quinze dias, 
apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, 
se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. 
Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo 
que, se o incidente for recebido sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do 
incidente. 
Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou 
quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida 
ao substituto legal. 
Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é 
improcedente, o tribunal rejeitá-la-á. 
Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta 
suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu 
substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. 
Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento 
a partir do qual o juiz não poderia ter atuado. 
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O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já 
presente o motivo de impedimento ou de suspeição. 
Quando dois ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do 
processo impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, 
remetendo os autos ao seu substituto legal. 
Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição ao membro do 
Ministério Público; aos auxiliares da justiça; aos demais sujeitos imparciais do 
processo. 
A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em 
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe 
couber falar nos autos. 
O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do 
processo, ouvindo o arguido no prazo de quinze dias e facultando a produção de 
prova, quando necessária. Nos tribunais, essa arguição será disciplinada pelo 
regimento interno. 
 
 
7.2 Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça 
 
Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições 
serão determinadas pelas normas de organização judiciária. 
Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, no mínimo, 
tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos. 
 
CPC 
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: 
I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e 
os demais atos que pertençam ao seu ofício; 
II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como 
praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária; 
III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor 
para substituí-lo; 
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que 
saiam do cartório, exceto: 
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; 
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b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à 
Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; 
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da 
competência; 
V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, 
independentemente de despacho, observadas as disposições referentes ao 
segredode justiça; 
VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. 
§ 1º O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista no 
inciso VI. 
§ 2º No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará 
substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
 
As expressões escrivão ou chefe de secretaria designam a mesma 
função, que é a chefia e direção das atividades realizadas pelo cartório ou secretaria 
judicial. O emprego de uma ou de outra denominação varia em função da lei de 
organização judiciária e dos usos do local. O termo escrivão é mais antigo e 
comumente utilizado nas justiças estaduais, enquanto a referência a chefe ou diretor 
de secretaria é mais usual na justiça federal e tende a ser empregada com mais 
frequência nas leis de organização judiciária mais modernas. Na comparação com a 
legislação revogada, as atribuições foram mantidas (incisos I a V), com pequenas 
alterações redacionais, tendo sido especificada, neste rol, apenas a atribuição 
prevista no inciso VI. O inciso I alude à tarefa de redigir ofícios, mandados, cartas 
precatórias e demais atos de seu ofício. O inciso II incumbe ao escrivão ou chefe de 
secretaria a efetivação de ordens judiciais, realização de citações e intimações e a 
prática de todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de 
organização judiciária. O inciso III estabelece o dever de comparecer às audiências 
ou de designar servidor para substituí-lo, em caso de impossibilidade. O inciso IV 
aplica-se ao processo físico e estabelece o dever de o escrivão ou chefe de 
secretaria manter os autos sob sua guarda e responsabilidade, só permitindo que 
saiam de cartório ou secretaria nas hipóteses previstas: remessa à conclusão, vista 
às partes, remessa ao contador ou partidor, ou quando forem remetidos a outro 
juízo. O inciso V alude ao dever de fornecer certidão de qualquer ato ou termo do 
processo, independentemente de despacho, salvo em caso de segredo de justiça, 
para aqueles que não são partes nem advogados. O inciso VI, por fim, contempla o 
dever de praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios, tais como juntadas, 
vista obrigatória, certificações etc., atribuição essa que deverá ser regulamentada 
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pelo juiz (§ 1º). Exceto no que concerne a sua específica incumbência ao escrivão 
ou chefe de secretaria, a atribuição dessa atividade a um servidor já estava prevista 
no art. 162, § 4º, do Código de Processo Civil revogado, reproduzido no art. 203, § 
4º, deste Código. A leitura detalhada do dispositivo, notadamente seu inciso IV, 
indica um desenho voltado para o processo físico e que, certamente, com a 
implantação em massa do processo eletrônico, as funções do escrivão ou chefe de 
secretária serão alteradas. (FIGUEIREDO, 2015). 
O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem 
cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos 
judiciais. Estão excluídos desta regra os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz 
no pronunciamento judicial a ser efetivado e as preferências legais. 
A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma 
permanente, para consulta pública. Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão 
a ordem cronológica de recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais. 
A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá 
reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao 
servidor, a serem prestadas no prazo de dois dias. Constatada a preterição, o juiz 
determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração de processo 
administrativo disciplinar contra o servidor. 
 
CPC 
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: 
I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais 
diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 
(duas) testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao 
lugar, ao dia e à hora; 
II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento; 
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem; 
V - efetuar avaliações, quando for o caso; 
VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por 
qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que 
lhe couber. 
Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no 
inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se, 
no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo, 
entendendo-se o silêncio como recusa. 
 
O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, 
civil e regressivamente, quando sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo 
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os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados ou praticarem ato 
nulo com dolo ou culpa. 
 
 
7.3 Do Perito 
 
O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de 
conhecimento técnico ou científico. 
Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados 
e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo 
tribunal ao qual o juiz está vinculado. 
Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, 
por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande 
circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao 
Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a 
indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. 
Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para 
manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do 
conhecimento e a experiência dos peritos interessados. 
Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos 
termos dos arts. 148 e 467 do CPC, o órgão técnico ou científico nomeado para 
realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos 
profissionais que participarão da atividade. 
Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre 
profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do 
conhecimento necessário à realização da perícia. 
O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, 
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo 
legítimo. A escusa será apresentada no prazo de quinze dias, contado da intimação, 
da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a 
alegá-la. Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art148
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art467
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disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de 
interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas 
a capacidade técnica e a área de conhecimento. 
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas 
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em 
outras perícias no prazo de dois a cinco anos,

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