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Biodiversidade Campus Sorocaba

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Prévia do material em texto

BIODIVERSIDADE NO CAMPUS 
UNIP SOROCABA 
 
Organizador 
Welber Senteio Smith 
 
1ª Edição 
 
Universidade Paulista 
Ciências Biológicas/Sorocaba 
Grupo de Pesquisa: Ecologia Estrutural e 
Funcional de Ecossistemas 
Sorocaba 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B615 Biodiversidade no Campus UNIP Sorocaba / Welber Senteio 
Smith (org.). – Sorocaba, SP : Universidade Paulista, Grupo 
de Pesquisa Ecologia Estrutural e Funcional de Ecossistemas, 
2020. 
192 p. il. 
ISBN: 978-65-00-06543-5 
1. Biodiversidade. 2. Conservação. 3. Universidade Paulista - 
Sorocaba (SP), Brasil. I. Smith, Welber Senteio (org.). 
II. Titulo. 
CDD-577.1 
CDU-502.7 
Ficha Catalográfica Elaborada pela Bibliotecária Ana Caroline Mendonça de Barros, 
CRB8/2098. 
 
 
Ficha técnica 
Este livro foi organizado pelo Grupo de Pesquisa e Laboratório “Ecologia 
Estrutural e Funcional de Ecossistemas”, UNIP Ciências Biológicas Sorocaba. 
CRÉDITOS 
Editor 
Welber Senteio Smith 
Revisão Técnica 
Daiane Elen Cavallari 
Ednilse Leme 
Julia Fernanda de Camargo 
Lúcio Antonio Stefani Pinheiro 
Marta Severino Stefani 
Renata Cassemiro Biagioni 
Thais Aparecida Soinski 
Diagramação 
Lúcio Antonio Stefani Pinheiro 
Digitalização da capa 
Felipe Ferrari 
Capa 
Driely Mayara Moraes Alves 
 
 
 
Apresentação 
No prefácio do livro Biodiversidade de Sorocaba (2014) escrevi 
que “a pesquisa e o monitoramento da biodiversidade representam 
fontes de informações vitais para garantir a sua proteção”. E a partir da 
edição desse livro tenho dedicado a geração de informações sobre o 
tema, a promover debates e a incentivar que mais estudantes de 
Ciências Biológicas atuem e contribuam em nível local ao 
conhecimento do tema. A biodiversidade urbana não deve ser ignorada, 
ela nos fornece inúmeros serviços e como consequência amplia a 
qualidade de vida nas cidades tão castigadas pelos impactos da 
urbanização. O presente livro apresenta através de seus capítulos 
informações relevantes sobre a biologia e ecologia da flora e da fauna 
de um fragmento florestal urbano, que além de contribuir com o 
conhecimento possibilitou a todos os alunos envolvidos, o contato e a 
experiência da pesquisa, e entender o verdadeiro papel da ciência. 
 
Prof. Dr. Welber Senteio Smith 
 
 
 
 
 
 
O nosso laboratório natural 
A combinação de professores talentosos e alunos cheios de 
sonhos e vontade de conhecer não poderia resultar em parceria mais 
produtiva. As páginas deste livro representam o verdadeiro sentido da 
Universidade, formar cidadãos e profissionais qualificados e engajados 
nas questões que envolvem a sociedade. Entre os muitos temas que as 
Ciências Biológicas contemplam, a Ecologia, a Zoologia e a Botânica 
representam as maiores paixões dos alunos quando iniciam o curso. E 
a biodiversidade permeia todas essas áreas, e há muitos anos a mata da 
Unip vem sendo cobiçada pelos alunos para desenvolver seus projetos 
de iniciação científica e de conclusão de curso. E não é que após 16 
anos do início dos cursos conseguimos realizar pesquisa nessa área e 
gerar esse livro que motivará ainda mais os alunos e professores. Que 
venham mais pesquisas e publicações que contribuam com a 
biodiversidade e a sua conservação. 
Profa. Dra. Ednilse Leme 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
Antes de agradecer a todos os autores que acreditaram na ideia 
e tornaram esse livro uma realidade, temos que mencionar o total apoio 
da UNIP por meio da coordenadora geral do curso de Ciências 
Biológicas (Profa. Dra. Cristiane Furlanetto), da UNIP campus 
Sorocaba, através da coordenadora auxiliar do Curso de Ciências 
Biológicas (Profa. Dra. Ednilse Leme), da diretoria do campus (Prof. 
Msc. Glaucio Celso Luz) e da Chefia de Campus (Andreia Favarão) e a 
todos os funcionários que ao longo do tempo da pesquisa se mostraram 
dispostos e entenderam a real importância do acesso a mata, em 
horários totalmente fora do andamento do campus. Agradecemos ainda 
a Vice Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa e ao Comitê de Ética que 
sem o apoio para a viabilização das inúmeras iniciações científicas, 
cujas pesquisas culminaram nesse livro, não seriam realizadas. E por 
fim ao Grupo de pesquisa e ao laboratório de Ecologia Estrutural e 
Funcional de Ecossistemas que integrou os pesquisadores (autores) e 
forneceu todo o apoio logístico para a realização das pesquisas que 
resultaram nesses capítulos memoráveis. 
Sumário 
Capítulo 1 – A mata da UNIP: Um laboratório natural.........................................9 
Capítulo 2 – Inventário florístico arbustivo-arbóreo da vegetação remanescente 
do campus da UNIP – Sorocaba – SP.....................................................................19 
Capítulo 3 – Diversidade de macrofungos (Agaricomycetes, Fungi) em um 
fragmento florestal urbano de Sorocaba, São Paulo 
................................................................................................................................... 42 
Capítulo 4 – Invertebrados do fragmento florestal da Universidade Paulista, 
Sorocaba–SP .................................................................................. ......................... 53 
Capítulo 5 – Abelhas solitárias que nidificam em ninhos artificiais 
disponibilizados em um fragmento de vegetação em Sorocaba 
................................................................................................................................... 73 
Capítulo 6 – Macroinvertebrados bentônicos de um riacho urbano em fragmento 
de vegetação na Universidade Paulista UNIP, campus Sorocaba-
SP............................................................................................................... ................91 
Capítulo 7 – Ictiofauna de um córrego urbano no campus da Universidade 
Paulista, Sorocaba/SP.........……………………………….................................. 106 
Capítulo 8 - Herpetofauna de um fragmento florestal urbano, Sorocaba, SP 
................................................................................................................................. 118 
Capítulo 9 – Avifauna de um fragmento florestal no campus da UNIP, Sorocaba 
(SP)......................................................................................................................... 132 
Capítulo 10 – Mastofauna em remanescente florestal urbano 
................................................................................................................................. 155 
Capítulo 11 – Estrutura populacional de quatis: um estudo sobre seu 
comportamento oportunista em ambiente urbanizado 
..................................................................................................................................168 
8
 
A Mata da UNIP: Um refúgio de biodiversidade e um laboratório 
natural para estudantes de Biologia 
Welber Senteio Smith1,2,3 & Fabio Leandro da Silva4,5 
 
1Universidade Paulista, campus Sorocaba-SP, Laboratório de Ecologia Funcional e Estrutural de 
Ecossistemas (L.E.E.F.), Brasil, welber_smith@uol.com.br 
2Universidade de São Paulo – USP, Programa de Pós Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, 
Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais – CRHEA, Brasil 
3Programa de Pós-Graduação em Aquicultura e Pesca, Avenida Francisco Matarazzo, 455 , 
05033-970, Parque da Água Branca, Barra Funda, São Paulo SP, Brasil 
4Laboratorio de Bioensaio e Modelagem Matemática, Departamento de Hidrobiologia, Universidade 
Federal de São Carlos, Rodovia Washington Luiz, km 235, CEP: 13565-905, São Carlos, SP, Brazil 
5Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos, Rodovia 
Washington Luiz, km 235, CEP: 13565-905, São Carlos, SP, Brazil 
 
Resumo 
 Os municípios, apesar dos impactos impostos pela urbanização, o 
que provoca profundas degradações e impactos ambientais, detém uma 
biodiversidadesignificativa em seus ecossistemas remanescentes, como 
fragmentos de mata, córregos e rios. O presente capítulo apresenta um 
pequeno fragmento de mata situado no campus da Universidade Paulista, 
Sorocaba foco de um importante inventário de biodiversidade e utilização 
para a formação de estudantes de Biologia. É um dos inúmeros fragmentos 
menores que 10 hectares do município de Sorocaba e que comporta 
importante biodiversidade. Ressalta-se a importância da conservação do 
fragmento, efetivar a sua conexão com outros fragmentos e a ampliação dos 
estudos da sua biodiversidade. 
Introdução 
Na atualidade, o processo de urbanização tem recebido destaque 
devido à perda de biodiversidade e alteração dos ecossistemas naturais, o 
9
que implica diretamente em prejuízos a provisão dos serviços ecossistêmicos 
(LEPCZYK et al., 2017; SILVA et al., 2017). Globalmente, é notório o 
aumento das áreas urbanas e as consequências adversas para os sistemas 
naturais, como a conversão de áreas e inserção de poluentes (VAN VILIET; 
EITELBERG; VERBURG, 2017; HOTEZ, 2017; YANG et al., 2018), 
situação também verificada no Brasil. A urbanização está ocorrendo numa 
escala e velocidade que pode dificultar a resistência e resiliência dos 
ecossistemas e biodiversidade. Até 2030, as cidades irão expandir por cerca 
de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, triplicando assim em tamanho 
(ICLEI, 2014). Esse crescimento está colocando pressões sem precedentes 
sobre a biodiversidade e os ecossistemas: a fragmentação e perda de habitat 
natural, aumento da extração de recursos naturais e a poluição da biosfera 
(ICLEI, 2012). 
Os espaços verdes (i.e. vegetação nativa) presentes nas áreas 
urbanas são responsáveis pela provisão de diversos benefícios à sociedade, 
como purificação do ar e regulação térmica, bem como contribuem para a 
manutenção da biodiversidade (CIFTCIOGLU; AYDIN, 2018; 
LANGEMEYER et al., 2018). A biodiversidade e os serviços ecossistêmicos 
possuem uma relação profunda, nas áreas urbanas a sua continuidade 
depende da conservação da biodiversidade (SCHWARZ et al., 2017). Desta 
forma, é importante destacar que ações devem ser adotadas para favorecer a 
manutenção destes espaços e contribuir para a melhoria das condições 
ambientais, situação favorecida através do incremento da conectividade da 
paisagem e respeito às características locais (SMITH et al., 2018). A 
promoção da conectividade entre os fragmentos e a redução do efeito de 
borda contribuem para a proteção da biodiversidade, promoção do bem-estar 
humano, continuidade da provisão dos serviços ambientais e redução do 
efeito de borda (OLIVEIRA-ANDREOLI et al., 2019) 
10
Neste sentido, merece destaque o município de Sorocaba (SP), que 
possui uma vegetação fragmentada e associada principalmente aos corpos 
hídricos existentes no território (SILVA et al., 2020). A vegetação nativa 
remanescente é composta por fragmentos de variados tamanhos (maioria 
menor que 10 hectares) e protegidos pela legislação ambiental vigente. 
Apesar do cenário, mais de 160 espécies vegetais foram registradas nesses 
fragmentos (KORTZ et al., 2014; MELLO et al., 2014; MELLO et al., 
2016), e considerando o município totalizando 555 espécies, além de 612 
espécies animais (SMITH et al., 2014). 
Desde 2013, a cidade de Sorocaba vem desenvolvendo um amplo 
projeto ligado à biodiversidade, devendo ser salientado duas iniciativas, a 
publicação do livro “Biodiversidade do Município de Sorocaba” em 2014 e a 
lei municipal nº 12.059, de 29 de agosto de 2019, que instituiu o 
programa Refúgios da Biodiversidade de Sorocaba. Nesse contexto, a 
temática da reabilitação ou recuperação dos ecossistemas urbanos tais como 
córregos, rios e remanescentes florestais, além dos parques, áreas verdes e 
praças, integrou-se à pauta das políticas e do debate público no município, 
além de esforços de pesquisas, desenvolvidos pelas universidades, entre elas 
a UNIP, por meio do seu curso de Ciências Biológicas, o Grupo de Pesquisa 
e Laboratório “Ecologia Estrutural e Funcional de Ecossistemas”. Dentro 
desse contexto a Mata da UNIP deve ser considerada refúgio de 
biodiversidade e a sua conservação não deve ser apenas considerada pelo 
ponto de vista legal, mas como um laboratório natural utilizado na formação 
de profissionais e pesquisadores, que através dela inventariou a sua 
biodiversidade apresentada neste importante livro. 
 
Caracterização Ambiental 
Dentre os fragmentos remanescentes do município de Sorocaba, 
merece destaque aquele existente dentro da Universidade Paulista (UNIP) – 
11
campus Sorocaba, a Mata da UNIP (Figura 1). Este fragmento possui uma 
área de aproximadamente 42,84 ha e fica inserido na porção central do 
referido município. Verifica-se que a vegetação é composta por indivíduos 
arbóreos em diferentes fases de sucessão, visto a diferença evidenciada na 
imagem de satélite. 
 Figura 1 - Localização geográfica da Mata da Unip (Sorocaba – SP). 
 
Cabe salientar que, a Mata da UNIP fica inserida na bacia 
hidrográfica do Ribeirão da Água Podre. Tal bacia hidrográfica pode ser 
caracterizada como de uso misto, sendo composta principalmente por áreas 
antropizadas (i.e. áreas urbanizadas e campo antrópico), já a vegetação 
nativa remanescente corresponde a 26,14% da área total (2.521,018) e 
encontra-se fragmentada pelo território. As cotas altimétricas variam de 540 
a 740 metros, a declividade da bacia hidrográfica varia de 0 a 12% 
(principalmente) e de acordo com o Índice de Qualidade da Vegetação (IQA-
BIO), alguns fragmentos existentes podem contribuir para a conservação da 
12
biodiversidade devido ao seu formato e proximidade (Figura 2), dado que os 
valores são mais próximos de 1 (qualidade ambiental máxima). 
Quanto a Mata da UNIP, é preciso reforçar que o fragmento fica 
próximo de outros fragmentos, além de vias de acesso. Ademais, este 
fragmento está inserido entre cotas altimétricas que variam de 580 - 640 
metros e a área é marcada por uma baixa declividade (0-12%). Ainda em 
relação ao IQA-BIO, a Mata da UNIP é um dos fragmentos com melhor 
qualidade ambiental na bacia hidrográfica e devido a sua proximidade com 
outros fragmentos, ações que visem o aumento da conectividade podem 
contribuir para a melhoria do cenário observado e conservação da 
biodiversidade. 
Figura 2 - Diagnóstico ambiental da Bacia Hidrográfica do Ribeirão da Água Podre 
(Sorocaba – SP). 
 
 
 
13
Refúgio da biodiversidade e provimento de serviços ecossistêmicos 
Em seus aproximadamente 42,84 ha (Figura 3), esse fragmento 
possui uma biodiversidade relevante, o que sugere que os pequenos 
fragmentos urbanos devem ser conservados independentes do tamanho. Para 
um município como Sorocaba, totalmente urbanizado essas áreas são de 
extrema importância não só para a manutenção da biodiversidade urbana, 
mas também pelos serviços ecossistêmicos oferecidos. De acordo com 
Bolund & Hunhammar (1999) os serviços ecossistêmicos gerados 
localmente têm um impacto substancial na qualidade de vida nas áreas 
urbanas. Esses mesmos autores reconhecem áreas como a Mata da UNIP 
como ecossistemas urbanos que fornecem cinco serviços ecossistêmicos: 
filtragem de ar (regulação de gás), regulação do microclima, redução de 
ruído, drenagem de águas pluviais e valores recreacionais e culturais. 
Figura 3 - Imagens áreas do fragmento localizado no campus da Universidade Paulista, 
Sorocaba, São Paulo. 
 
14
Considerado como mais uma área remanescente na cidade de 
Sorocaba, esta área como apresentado nos próximos capítulos evidencia 
grande riqueza de espécies animais e vegetais, o que reforça a importância 
dos pequenos fragmentos para a manutenção da biodiversidade urbana. Foi 
inventariado um total de 250 táxons entre os mais diversos grupos 
biológicos, incluindo novos registros para o município e uma espécie em 
perigo de extinção. De acordo com aFigura 4 é possível verificar que as 
aves, os vegetais e os fungos são os que apresentam maiores riquezas, 
enquanto que os invertebrados terrestres merecem maiores esforços e 
estudos mais sistemáticos. 
 
 
Figura 4 - Quantidade de táxons inventariados no campus da Universidade Paulista, 
Sorocaba, São Paulo. 
 
Um laboratório natural 
A utilização da área da mata para pesquisa e aulas práticas são 
recentes. Uma iniciativa do curso de Ciências Biológicas com o apoio da 
chefia de campus possibilitou estudos mais sistemáticos da sua 
biodiversidade, realização de experimentos e a prática dentro das disciplinas 
0
20
40
60
80
100
120
V
egetais
Invertebrados
terrestres
Invertebrados
aquáticos
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15
de Ecologia, Ecossistemas Terrestres e ainda em cursos de pequena duração. 
O uso da mata como estratégia educativa, possibilita a difusão de 
informações, na sensibilização e reflexão crítica para com as questões 
ambientais e na elaboração/execução de projetos. 
 Este local permite o entendimento da biodiversidade, como elemento 
importante da formação do estudante, num processo contínuo de geração de 
informações, redescobrindo o seu papel nos diversos modos de vida (dos 
ecossistemas, vegetação e animais) e desenvolver novas atitudes frente ao 
ecossistema. Como resultado inúmeros estudos foram realizados, totalizando 
8 projetos de iniciação científica e 6 trabalhos de conclusão de curso. 
 
Referências bibliográficas 
BOLUND, P; HUNHAMMAR, S. Ecosystem services in urban areas. 
Ecological Economics, v. 29, p. 293–301, 1999. 
CIFTCIOGLU, G. C.; AYDIN, A. Urban ecosystem services delivered by 
green open spaces: an example from Nicosia City in North Cyprus. 
Environmental Monitoring and Assessment, v. 190, n. 613, p. 1-15, 2018. 
HOTEZ, P. J. Global urbanization and the neglected tropical diseases. PLoS 
Neglected Tropical Diseases, v. 11, n. 2, e0005308, 2017. 
ICLEI. 2014. Local Governments for Sustainability. Ecosystem-based 
Adaptation: a Guiding Framework for decision making criteria. ICLEI, 
s/d. Disponível em: 
<http://www.durbanadaptationcharter.org/Content/Docs/Urban%20EBA%20
Guiding %20Decision-Making%20Framework%202013.pdf/>. Acesso em: 
25 set. 2019. 
ICLEI. 2012. Local Governments for Sustainability. Resilient Cities 2012: 
Congress Report. 3rd Global Forum on Urban Resilience and Adaptation 
Congress Report Bonn, Germany, 12-15 May 2012 Disponível em: 
<http://resilient- 
cities.iclei.org/fileadmin/sites/resilientcities/files/Images_and_logos/Resilien
ce_Resouce_Point/RC2012__Congress_report.pdf/>. Acesso em: 23 out 
2019. 
 
KORTZ, A. R.; COELHO, S.; CASTELLO, A. C. D.; CORRÊA, L. S.; 
CARDOSO-LEITE, E.; KOCH, I. Wood vegetation in Atlantic rain forest 
16
remnants in Sorocaba (São Paulo, Brazil). Check List, v. 10, n. 2, p. 344-
354, 2014. 
LANGEMEYER, J.; CAMPS-CALVET, M.; CALVET-MIR, L.; 
BARTHEL, S.; GÓMEZ-BAGGETHUN, E. Stewardship of urban 
ecosystem services: understanding the value(s) of urban gardens in 
Barcelona. Landscape and Urban Planning, v. 170, p. 79–89, 2018. 
LEPCZYK, C. A.; ARONSON, M. F. J.; EVANS, K. L.; GODDARD, M. 
A.; LERMAN, S. B.; MACLVOR, J. S. Biodiversity in the City: 
Fundamental Questions for Understanding the Ecology of Urban Green 
Spaces for Biodiversity Conservation. BioScience, v. 67, n. 9, p. 799-807, 
2017. 
MELLO, K.; PETRI, L.; CARDOSO-LEITE, E.; TOPPA, R. H. Cenários 
ambientais para o ordenamento territorial de áreas de preservação 
permanente no município de Sorocaba, SP. Revista Árvore, v. 38, n. 2, p. 
309-317, 2014. 
MELLO, K.; TOPPA, R. H.; CARDOSO-LEITE, E. Prioritary areas for 
forest conservation in an urban landscape at the transition between Atlantic 
Forest and Cerrado. CERNR, v. 22, n. 3, p. 277-288, 2016. 
OLIVEIRA-ANDREOLI, E. Z.; SILVA, F. L.; AGUILAR-LÓPEZ, F. M.; 
MACHADO, R.; TEODORO, C. C.; BIANCHINI JR., I.; CUNHA-
SANTINO, M. B.; FUSHITA, A. T. Importância do planejamento regional 
para a manutenção dos usos múltiplos da água em bacias hidrográficas. 
Revista Brasileira de Ciências Ambientais, n. 52, p. 16-27, 2019. 
SCHWARZ, N.; MORETTI, M.; BUGALHO, M. N.; DAVIES, Z. G.; 
HAASE, D.; HACK, J.; HOLF, A.; MELERO, Y.; PETT, T. J.; KNAPP, S. 
Understanding biodiversity-ecosystem service relationships in urban areas: 
A comprehensive literature review. Ecosystem Services, v. 17, p. 161-171, 
2017. 
SILVA, F. L.; OLIVEIRA, E. Z.; PICHARILLO, C.; RUGGIERO, M. H.; 
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Meio de Indicadores Ambientais: Manancial do Rio Monjolinho, São 
Carlos-SP. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 10, n. 3, p. 970-980, 
2017. 
 
SILVA, F. L.; STEFANI, M. S.; SMITH, W. S.; SCHIAVONE, D. C.; 
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17
SMITH, W. S., V. D. MOTA JUNIOR & J. L. CARVALHO. 2014. 
Biodiversidade do Município de Sorocaba. Prefeitura Municipal de 
Sorocaba, Secretaria do Meio Ambiente, 1a ed. Sorocaba. 270p. 
SMITH, W. S.; SILVA, F. L.; AMORIM, S. R.; STEFANI, M. S. Urban 
biodiversity: how the city can do its management? Biodiversity 
International Journal, v. 2, n. 3, p. 272-277, 2018. 
VAN VILIET, J.; EITELBERG, D. A.; VERBURG, P. H. A global analysis 
of land take in cropland areas and production displacement from 
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YANG, D.; XE, C.; WANG, X.; LU, D.; XU, J.; YANG, H. Global 
distribution and evolvement of urbanization and PM2.5. (1998-2015). 
Atmospheric Environment, v. 182, p. 171-178, 2018. 
18
 
Inventário Florístico Arbustivo-Arbóreo da Vegetação 
Remanescente do Campus da Unip - Sorocaba – SP 
 
Andreza Cristina Vieira1, Bruna Fernanda Belantoni1, Regina Yuri 
Hashimoto Miura1 & Ingrid Koch2 
 
 
1Universidade Paulista, campus Sorocaba-SP, Laboratório de Ecologia Funcional e Estrutural de 
Ecossistemas (L.E.E.F.), Brasil, remiura@gmail.com 
2UNICAMP, Departamento de Biologia Vegetal, Laboratório de Taxonomia, Campinas, SP, Brasil 
 
Resumo 
A vegetação do estado de São Paulo encontra-se muito reduzida e 
fragmentada, e devido a isto, os estudos de levantamento florísticos são 
importantes para o conhecimento da vegetação remanescente. O estudo 
ocorreu no município de Sorocaba/SP em uma área pertencente à Unip 
campus Sorocaba. As coletas ocorreram em caminhadas assistemáticas pela 
área a cada 7 dias e coletados todos os indivíduos lenhosos em estado 
reprodutivo. A identificação foi realizada através de chaves de identificação, 
literatura específica, e comparação com exsicatas do Herbário UEC (Instituto 
de Biologia, UNICAMP), além de auxílio de especialistas, quando necessário. 
O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento florístico da vegetação 
do campus, para contribuir com o conhecimento da diversidade de espécies da 
região. Os indivíduos amostrados tinham PAP igual ou superior a 6 cm. Foram 
identificadas 31 famílias, 59 gêneros e 58 espécies. A abundância de pioneiras 
e secundárias iniciais sugere que o fragmento está em estágio inicial de 
sucessão. 
 
Palavras-chave: floresta estacional semidecidual, florística, fragmentos, 
diversidade.
19
 
 
Introdução 
A floresta estacional semidecidual (FES) é caracterizada pela 
sazonalidade climática que determina a perda foliar (20 a 50% de deciduidade) 
dos indivíduos arbóreos, em resposta à deficiência hídrica ou queda de 
temperatura nos meses mais frios e secos (IBGE, 1991). 
Este tipo vegetacional foi o que sofreu desmatamento mais rápido e 
intenso no estado de São Paulo e também nos outros estados onde ela ocorre 
no Brasil como: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, 
Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Goiás. Como ocupavam áreas onde osolo era fértil, sofreram grande devastação pela expansão agrícola. Dos 
fragmentos remanescentes, poucos têm área representativa e encontram-se 
preservados. Situação similar ocorreu nos países vizinhos Argentina e 
Paraguai (DURIGAN et al., 2000).Esses fragmentos se encontram em estágio 
avançado de perturbação, pelas atividades antrópicas de diferentes naturezas 
(RODRIGUES, 1999), pelo efeito de borda e pela formação de ambientes em 
diferentes fases de regeneração (SILVA; SOARES, 2003). 
Os fragmentos florestais remanescentes são definidos como qualquer 
área de vegetação natural contínua, interrompida por barreiras antrópicas ou 
naturais capazes de diminuir significativamente o fluxo de animais, pólen e 
sementes (SANTOS; KINOSHITA, 2003). O isolamento das populações 
dificulta a reprodução de espécies raras e isto pode levar à eliminação de 
algumas delas nos fragmentos (NUNES et al., 2003). 
Apesar da crescente fragmentação, cada remanescente apresenta 
particularidades históricas e de preservação, refletidas em sua composição 
florística e estrutural, o que torna a sua conservação importante para a 
manutenção da biodiversidade (VIANA, 1990). Fragmentos relativamente 
pequenos podem apresentar alta riqueza específica e ser repositório de 
espécies raras (SANTOS et al., 2007), características que dependerão do 
histórico de perturbação da área e da diversidade das condições locais 
20
 
 
(CARDOSO-LEITE; RODRIGUES, 2008). Além disso, mesmo com a 
diminuição das populações e consequente perda de genes alelos em 
decorrência da fragmentação, os genes são distribuídos ao acaso e pequenos 
fragmentos podem conter genes de alto valor adaptativo não encontrados em 
outros locais (NOGUEIRA-NETO, 2003). 
A documentação da biodiversidade e da organização da comunidade 
nos atuais fragmentos é urgente, pois permite avaliar as condições existentes 
e traçar estratégias para a conservação dos mesmos a longo prazo (BOTREL 
et al., 2002). 
A região de Sorocaba está inserida na Depressão Periférica Paulista, 
situada na bacia hidrográfica dos rios Sorocaba e Médio Tietê. A bacia 
hidrográfica dos rios Sorocaba e Médio Tietê ocupa uma área de 1.209.900 
ha, apresentando 133.039 ha de vegetação natural remanescente que 
corresponde a 11% de sua superfície, onde na bacia hidrográfica a floresta 
estacional semidecidual ocupa 4.261 ha (0,4%). Já a região administrativa de 
Sorocaba é a segunda maior em concentração da vegetação natural 
remanescente, ocupando 732.956 ha (21,20% da vegetação do estado). É uma 
das regiões mais fragmentadas do estado, possui pequenos fragmentos e ainda 
é pouco estudada. O objetivo deste estudo foi o de avaliar a composição 
florística de um fragmento remanescente situado no campus da Universidade 
Paulista em Sorocaba, contribuindo assim para o conhecimento de diversidade 
vegetal nos fragmentos da região e fornecendo subsídios para estudos 
envolvendo a vegetação do campus e para o embasamento de propostas 
visando à conservação e manejo desta área. 
 
 
 
21
 
 
Material e Métodos 
Caracterização da área de estudo 
 O levantamento florístico foi realizado em um fragmento 
remanescente de vegetação pertencente à Universidade Paulista no município 
de Sorocaba e está localizada entre as coordenadas 23° 27’ 40.59’’ S e 47° 25’ 
12.81’’ W a 600 m de altitude. O campus abrange uma área de 368.148,36 m², 
sendo 27.640,06 m² de área construída (Figura 1). A vegetação remanescente 
é limitada pela rodovia Senador José Ermírio de Moraes e pelas instalações da 
universidade e possui uma área aproximada de 1,5 ha. O clima da região é 
classificado como Cwa, ou seja, mesotérmico com inverno seco e verão 
chuvoso. A temperatura e a precipitação média anuais são de 22,1°C e 1311,2 
mm, respectivamente (CEPAGRI, 2010). O solo do município foi classificado 
como Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico (ROSSI, 2017). A vegetação 
remanescente do campus é fisionomicamente de floresta estacional 
semidecidual com elementos de cerrado nas margens. 
 
 
 
Figura 1 - Localização da área de estudo – Universidade Paulista, Campus Sorocaba, município 
de Sorocaba/SP, Brasil. Os pontos marcados referem-se a coordenadas, no entorno das quais, 
foram realizadas as coletas. Fonte: modificado de Google Earth 
 
 
22
 
 
Levantamento florístico 
As coletas foram realizadas em caminhadas assistemáticas pela área e 
coletados todos os indivíduos lenhosos, com pelo menos 6 cm de PAP 
(perímetro à altura do peito). As visitas ocorreram a cada 7 dias para se buscar 
as espécies em estado reprodutivo. O material coletado foi prensado e seco em 
estufa de acordo com a metodologia usual, a fim de produzir material 
testemunho para ser depositado em herbário. Este material está depositado no 
Herbário do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade – 
SORO da UFSCar. 
 
 Identificação do material 
Os indivíduos foram identificados a partir de chaves de identificação 
(SOUZA; LORENZI, 2008), literatura específica (RAMOS et al., 2008; 
WANDERLEY et al. 2003), e comparação com exsicatas do Herbário UEC 
(Instituto de Biologia, UNICAMP), além de auxílio de especialistas, quando 
necessário. 
As espécies foram classificadas nas famílias reconhecidas pelo APG 
– “Angiosperm Phylogeny Group” (STEVENS, 2017). Os nomes das 
famílias, as grafias dos nomes das espécies, as sinonímias, as abreviaturas dos 
nomes de autores, além do hábito e tipo de vegetação foram conferidas na 
Flora do Brasil (2020) e na base de dados do Missouri Botanical Gardens 
(Tropicos.org). 
As espécies amostradas foram classificadas em estágio de sucessão 
(CARDOSO-LEITE; RODRIGUES, 2008; GUARATINI, 2008; KORTZ, 
2009; LOPES et al., 2002; CAMARGO et al., 2014; BARBOSA et al., 2017), 
síndrome de dispersão (NETO et al., 2009; NUNES et al., 2003; BARBOSA 
et al., 2017; PERES, 2016; ALMEIDA, 2014) e exótica/nativa. 
 
23
 
 
Índice de similaridade 
A partir da lista de espécies identificadas na área e estudos realizados 
em Florestas Estacionais Semideciduais do Estado de São Paulo 
(ALBUQUERQUE; RODRIGUES, 2000; KORTZ, 2009) e, 
preferencialmente em áreas da região ou próximas aplicou-se o índice de 
similaridade de Sorensen (MULLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974). 
 
Resultados 
A vegetação da área é formada por um dossel de cerca de 15 metros e 
plantas emergentes com 20-25 metros. A área é entrecortada por um córrego 
criando ambientes com diferentes condições de umidade. O sub-bosque é 
formado por arbustos e ervas, que podem formar touceiras altas nas áreas mais 
abertas. Lianas de diferentes famílias, como Bignoniaceae, Dilleniaceae e 
Convolvulaceae, bromélias e capins são frequentes na borda e no interior do 
fragmento. Nas áreas mais úmidas existem várias plantas epífitas, 
frequentemente samambaias e membros das famílias Piperaceae (Piper spp., 
Peperomia sp.) e Bromeliaceae. A espécie herbácea Hedichium coronarium – 
lírio do brejo é visualizada nas áreas brejosas e em clareiras encontra-se 
bambu (Chusquea sp). 
Durante o período do estudo foram coletados 83 indivíduos 
pertencentes a 57 espécies identificadas e 6 não identificadas, distribuídas em 
59 gêneros e a 31 famílias. Dentre as espécies coletadas, 29 apresentam hábito 
arbóreo (46 %), 12 apresentam hábito arbustivo (19 %) e 22 são espécies que 
podem apresentar hábito arbóreo e arbustivo (35%) (tabela 1). Deste material, 
6 indivíduos foram identificados até gênero. Entre estas espécies, 22 são 
consideradas pioneiras, 15 não pioneiras e 26 não foram classificadas. Quanto 
às síndromes de dispersão as espécies são prioritariamente zoocóricas (tabela 
1). Várias espécies são consideradas como de ampla distribuição como 
Lithraea molleoides, Tapirira guianensis, Guatteria australis, entre outras, 
24
 
 
ocorrendo em ambientes diversos. As espécies que ocorrem tanto na FES 
como em formação florestal de cerrado apenas,são: Leptolobium elegans e 
Leucochloron incuriale. Caryocar brasiliense e Lacistema hasslerianum são 
as espécies que só ocorrem no cerrado, e não foram identificadas espécies que 
ocorrem apenas em FES. Também ocorrem espécies exóticas na área do 
presente estudo, como as espécies de eucaliptos, a leucena (tabela 1) e o lírio-
do brejo (tabela 2). 
 
Tabela 1 - Espécies registradas no campus. Hábito (Av=árvore, Ab= arbustivo). Estágio 
sucessão (P= pioneira; SI= secundária inicial; ST= secundária tardia; SC = sem caracterização). 
Síndrome de dispersão (zoocoria; anemocoria; autocoria). Vegetação (D= Formações diversas; 
C=cerrado; CR=campo rupestre; FC=floresta ciliar; FES=floresta estacional semidecidual; 
FO=floresta ombrófila; FOM=floresta ombrófila mista; R=restinga). 
 
Família/ Espécie 
Nº 
ind. 
col. 
Voucher Nome popular Estágio 
sucessão 
Síndrome 
de 
dispersão 
Borda/ 
Interior 
Hábito Vegetação Exótica/ 
Nativa 
ANACARDIACEAE 
Lithraea molleoides 
(Vell.) Engl. 2 
SORO 
1127, 1128 Aroeira-brava P Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
Mangifera indica L. 1 SORO 1130 Mangueira SC Borda Av Exótica 
Tapirira guianensis Aubl. 3 
SORO 
1134, 1135, 
5666 Peito-de-pombo P Zoocoria Borda Av D Nativa 
ANNONACEAE 
Guatteria australis A.St.-
Hill. 1 
SORO 
3137 Pindaíba-preta ST Zoocoria Interior Ab, Av D Nativa 
ARALIACEAE 
Dendropanax cuneatus 
(DC.) Decne & Planch 3 
SORO 
1136, 5865, 
3838 Maria-mole P Zoocoria Borda Av FC/FES/FO Nativa 
Schefflera vinosa (Cham. 
& Schltdl.) Frodin & 
Fiaschi 
1 SORO 1138 Mandioqueira ST Zoocoria Borda Áb D 
ASTERACEAE 
Baccharis dracunculifolia 
DC. 1 
SORO 
1126 Alecrim-do-campo SC Anemocoria Borda Ab D Nativa 
Dasyphyllum brasiliense 
(Spreng.) Cabrera 1 
SORO 
1161 Espinho-de-agulha P Anemocoria Ab, Av D Nativa 
25
 
 
(Continuação tabela 1) 
Moquiniastrum 
polymorphum (Less.) G. 
Sancho 
1 SORO 1129 Cambará P Anemocoria Borda Ab, Av D Nativa 
Vernonanthura polyanthes 
(Spregel) Vega & 
Dematteis 
3 
SORO 
1137, 1160, 
1158 SC Anemocoria Borda Ab Nativa 
BIGNONIACEAE 
Handroanthus ochraceus 
(Cham.) Mattos 1 
SORO 
1165 Ipê-amarelo SC Anemocoria Borda Av D Nativa 
BURSERACEAE 
Protium heptaphyllum 
(Aubl) Marchand 3 
SORO 
1100, 1141, 
1142 Breu-branco SI Zoocoria Interior Ab, Av D Nativa 
CANNABACEAE 
Celtis brasiliensis 
(Gardner) Planch. 2 
SORO 
1093, 1101 Grão-de-galo SC Zoocoria Borda Av Nativa 
Trema micrantha (L.) 
Blume 1 
SORO 
1143 Pau-pólvora P Zoocoria Interior Ab, Av FC/FES/FO Nativa 
CARYOCARACEAE 
Caryocar brasiliense 
Cambess. 1 
SORO 
1094 Pequi P Zoocoria Av C Nativa 
COMBRETACEAE 
Terminalia sp. 1 SORO 1086 SC Ab, Av Nativa 
ERYTHROXYLACEAE 
Erythroxylum deciduum 
A.St.-Hil. 1 
SORO 
1102 Fruta-de-pomba P Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
EUPHORBIACEAE 
Sebastiania brasiliensis 
Spreng. 3 
SORO 
1097, 1098, 
5870 Leiteiro P Autocoria Borda Ab, Av D Nativa 
FABACEAE 
Cajanus cajan (L.) Huth 1 SORO 1091 Feijão-guandu SC Borda Ab 
Copaifera langsdorffii 
Desf. 1 
SORO 
1166 Copaíba ST Zoocoria Borda Av D Nativa 
Crotalaria micans Link 1 SORO 1081 Chocalho-de-cascavel SC Autocoria Interior Ab D Nativa 
26
 
 
Erythrina speciosa 
Andrews 1 
SORO 
1168 Mulungu-do-litoral P Autocoria Borda Ab, Av FC/FO/R Nativa 
Leptolobium elegans 
Vogel 1 
SORO 
1083 perobinha-do-campo SC Anemocoria Av C/FES Nativa 
Leucaena leucocephala 
(Lam.) de Wit 1 
SORO 
1084 SC Autocoria Borda Ab Exótica 
Leucochloron incuriale 
(Vell.) Barneby & J.W. 
Grimes 
1 SORO 1085 Cortiça P Borda Ab, Av C/FES Nativa 
Machaerium acutifolium 
Vogel 1 
SORO 
1092 Jacarandá-do-campo P Anemocoria Borda Av D Nativa 
Platypodium elegans 
Vogel 1 
SORO 
1118 Amendoim do mato SI Anemocoria Borda Av D Nativa 
Machaerium sp. 1 SORO 1114 SC Borda Av Nativa 
Senna sp. 1 SORO 1121 SC Borda Av Nativa 
Sesbania sp. 1 SORO 1103 SC Borda Av Nativa 
LACISTEMATACEAE 
Lacistema hasslerianum 
Chodat 1 
SORO 
1096 P Zoocoria Ab, Av C Nativa 
LAMIACEAE 
Aegiphila verticillata Vell. 1 SORO 7380 SC Zoocoria Ab, Av D Nativa 
LAURACEAE 
Nectandra megapotamica 
(Spreng.) Mez. 1 
SORO 
1099 Canelinha ST Zoocoria Interior Av D Nativa 
Ocotea sp. 1 SORO 1104 SC Borda Av Nativa 
LYTHRACEAE 
Diplusodon virgatus Pohl 1 SORO 1087 SC Anemocoria Borda Ab, Av C/FC Nativa 
MALPIGHIACEAE 
Byrsonima verbascifolia 
(L.) DC. 1 
SORO 
1089 Murici-do-cerrado SC Zoocoria Ab, Av D Nativa 
MALVACEAE 
Ceiba speciosa (A.St.- 
Hil.) Ravenna 1 
SORO 
1090 Paineira SI Anemocoria Borda Av FES/FO Nativa 
27
 
 
Guazuma ulmifolia Lam. 1 SORO 1082 
Araticum-bravo, 
Mutamba P Zoocoria Borda Av D Nativa 
Pseudobombax 
grandiflorum (Cav.) 
A.Robyns 
1 SORO 1115 Embiruçu SC Anemocoria Borda Av D Nativa 
MELASTOMATACEAE 
Leandra refracta Cogn. 1 SORO 1119 SC Zoocoria Borda Ab FO/FOM Nativa 
Miconia stenostachya DC. 1 SORO 1105 Pixirica SC Zoocoria Borda Ab D Nativa 
Pleroma granulosum 
(Desr.) D. Don 2 
SORO 
1106, 1107 Quaresmeira P Anemocoria Borda Áb FO Nativa 
MELIACEAE 
Guarea kunthiana A. 
Juss. 1 
SORO 
1167 Canjambo, peloteira ST Zoocoria Borda Av D Nativa 
Trichilia pallida Sw. 1 SORO 1112 Carrapeta, murici SI Zoocoria Interior Av D Nativa 
MYRTACEAE 
Eucalyptus cloeziana F. 
Muell. 1 
SORO 
1120 Eucalipto SC Borda Av Exótica 
Eucalyptus grandis W. 
Hill 1 
SORO 
1149 Eucalipto SC Borda Av Exótica 
Eucalyptus pellita F. 
Muell. 1 
SORO 
1169 Eucalipto SC Borda Av Exótica 
Eugenia francavilleana 
O.Berg 1 
SORO 
1145 Cambuí SC Zoocoria Borda Av C/FES/FO Nativa 
PERACEAE 
Pera glabrata (Schott) 
Baill. 1 
SORO 
1195 Sapateiro,tamanqueira P Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
PIPERACEAE 
Piper rivinoides Kunth 1 SORO 1122 SC Interior Ab CR/C/FO Nativa 
Piper sp. 1 SORO 1124 SC Borda Ab 
PRIMULACEAE 
Myrsine coriacea 
(Sw.) R. Br. ex Roem. & 
Schult. 
1 SORO 1108 capororoquinha P Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
Myrsine umbellata Mart. 4 
SORO 
1109, 1110, 
1111, 5867 Copororoca SI Zoocoria Borda Av D Nativa 
28
 
 
RUBIACEAE 
Coussarea hydrangeifolia 
(Benth.) Müll.Arg. 1 
SORO 
1123 Falsa-quina SI Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
Psychotria carthagenensis 
Jacq. 2 
SORO 
1116, 1117 chacrona ST Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
Rudgea viburnoides 
(Cham.) Benth. 1 
SORO 
1144 Casca-branca SI Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
RUTACEAE 
Esenbeckia grandiflora 
Mart. 1 
SORO 
1146 Canela-de-cutia ST Autocoria Interior Ab, Av D Nativa 
Zanthoxylum riedelianum 
Engl. 2 
SORO 
1147, 1148 
Mamicão, laranjeira-
brava P Zoocoria Borda Av D Nativa 
SALICACEAE 
Casearia sylvestris Sw. 1 SORO 1131 guaçatonga P Zoocoria Ab, Av D Nativa 
SAPINDACEAE 
Cupania vernalis 
Cambess. 1 
SORO 
1152 
Gragoatã, arco-de-
barril P Zoocoria Borda Av D Nativa 
Dodonaea viscosa Jacq. 2 SORO 1153, 1154 Vassoura vermelha P Anemocoria Borda Av C/FES/R Nativa 
SAPOTACEAE 
Chrysophyllum 
marginatum (Hook. & 
Arn.) Radlk. 
1 SORO 1150 Aguaí ST Zoocoria Borda Ab, Av D Nativa 
VERBENACEAE 
Lantana camara L. 1 SORO 1151 Cambará-de-jardim P Zoocoria Borda Ab D 
VOCHYSIACEAE 
Vochysia tucanorum Mart. 1 SORO 1156 Pau-de-tucano SI Anemocoria Interior Av C/FO Nativa 
 
Entre as famílias identificadas, as mais ricas foram: Fabaceae (12 
spp.), seguida por Asteraceae (4 spp.), Myrtaceae (4 ssp), Anacardiaceae (3 
spp.), Malvaceae (3 spp.), Melastomataceae (3 spp.) e Rubiaceae (3 spp.). As 
outras famílias apresentaram apenas duas ou uma espécie cada. 
As espécies que apresentaram maior número de indivíduos coletados 
foram: Tapirira guianensis, Dendropanax cuneatus, Vernonanthura 
29
 
 
polyanthes, Sebastiania brasiliensis e Myrsine umbellata. Foram coletadostambém, indivíduos não lenhosos que estavam em estado reprodutivo (Tabela 
2). 
 
Tabela 2 - Famílias e espécies de outros hábitos amostrados no campus Unip-Sorocaba. 
 
Família/espécie Nº 
ind. 
Col. 
Voucher Nome 
popular 
Hábito Vegetação Nativa/ 
Exótica 
BIGNONIACEAE 
Fridericia samydoides (Cham.) 
L.G.Lohmann 
2 SORO 1139, 1140 Trepadeira C/FC/FES Nativa 
CONVOLVULACEAE 
Ipomoea cairica (L.) Sweet 1 SORO 1162 Campainha Trepadeira D Nativa 
DILLENIACEAE 
Davilla rugosa Poir. 2 SORO 1163, 1164 Trepadeira D Nativa 
PIPERACEAE 
Peperomia sp. 1 SORO 1125 Herbácea Nativa 
ZINGIBERACEAE 
Hedychium coronarium J. Koenig 1 SORO 1157 Lírio-do-
brejo 
Herbácea D Exótica 
 
 
Para o cálculo de similaridade de Sorensen foram consideradas as 
espécies com o perímetro a altura do peito (PAP) igual ou superior a 15 cm, 
que foram comparadas a dois estudos realizados na região de Sorocaba 
(Tabela 3). Apenas 7 espécies foram encontradas em todas as localidades 
comparadas, Guateria australis, Copaifera langsdorffii, Platypodium elegans, 
Lithraea molleoides, Cupania vernalis, Leucochloron incuriale e Nectandra 
megapotamica. 
 
30
 
 
Tabela 3 - Índice de similaridade de Sorensen (IS) entre o presente estudo e outros estudos na 
região de Sorocaba. C = número de espécies comuns entre as duas áreas comparadas; S1 = 
número de espécies encontradas no campus Unip-Sorocaba; S2 = número de espécies de cada 
estudo. 
 
Estudo Referência C S1 S2 IS 
Campus Unip Sorocaba Presente estudo 41 41 41 1 
Campus UFSCar Sorocaba Kortz, 2009 22 41 119 0,275 
Floresta nacional de Ipanema Albuquerque & Rodrigues, 2000 13 41 119 0,162 
 
A área que apresenta mais espécies em comum com o presente estudo 
foi a do realizado no campus da UFSCar, tendo compartilhado 22 espécies. 
O presente estudo apresenta 13 espécies exclusivas comparadas com 
os dois estudos utilizados na comparação como, por exemplo: Handroanthus 
ochraceus, Machaerium acutifolium entre outras. 
As imagens de algumas espécies constam na Figura 2, Figura 3 e 
Figura 4. 
31
 
 
Figura 2 - Espécies registradas na Vegetação Remanescente do Campus da UNIP – Sorocaba 
– SP. A - Baccharis dracunculifolia; B - Cajanus cajan; C - Chrysophyllum marginatum; D - 
Crotalaria anagyroides; E - Davilla rugosa; F - Dendropanax cuneatus; G - Diplusodon 
virgatus; H - Guazuma ulmifolia; I - Guazuma ulmifolia. 
A B C 
D E F 
G H I 
32
 
 
 
Figura 3 - Espécies registradas na Vegetação Remanescente do Campus da UNIP - Sorocaba 
– SP. A - Hedychium coronarium; B - Lantana camara; C - Lantana camara; D - Miconia 
stenostachya; E - Myrsine umbellata F - Pera glabrata; G -Platypodium elegans; H - Protium 
heptaphyllum; I - Psychotria carthagenensis. 
A B C 
D F 
G I H 
 E 
33
 
 
 
Figura 4 - Espécies registradas na Vegetação Remanescente do Campus da UNIP - Sorocaba 
– SP. A - Rudgea viburnoides; B - Schefflera vinosa; C - Sebastiania brasiliensis; D - Sesbania; 
E - Tapirira guianensis.; F - Pleroma granulosum. 
 
Discussão 
A comparação da flora da área de estudo com as espécies encontradas 
em 2 áreas na região, Campus de Sorocaba da Universidade Federal de São 
Carlos (KORTZ, 2009) e morro de Araçoiaba da Floresta Nacional de 
A B C 
D E F 
34
 
 
Ipanema (ALBUQUERQUE; RODRIGUES, 2000) em Iperó, indica que 22 
espécies ocorreram em comum com a primeira área e 13 com a segunda, sendo 
7 espécies comuns às três áreas: Guateria australis, Copaifera langsdorffii, 
Leptolobium elegans, Lithraea molleoides, Cupania vernalis, Leucochloron 
incuriale e Nectandra megapotamica. 
Algumas espécies são frequentemente encontradas em áreas de 
cerrado: Copaifera langsdorffii, Moquiniastrum polymorphum e Platypodium 
elegans (IVANAUSKAS et al., 1999). A família Fabaceae foi a que 
apresentou maior diversidade de espécies, assim como nos estudos realizados 
em áreas de transição, em florestas estacionais (FELFILI et al., 2000; 
GUARATINI et al., 2008; PEREIRA-SILVA, et al., 2004; DAMASCENO 
JUNIOR et al., 2005; REDLING et al., 2002), e no cerrado (ANDRADE; 
FELFILI, 2002; HAIDAR et al., 2005). A expressividade dessa família é 
marcante em estudos que consideram a baixa condição de fertilidade natural 
dos solos, o que se deve provavelmente à capacidade de fixação de nitrogênio 
apresentada por algumas espécies desta família (SILVA et al., 2004). 
De modo geral, a vegetação do campus da UNIP é bastante alterada, 
fato evidenciado pela abundância de espécies pioneiras, como Trema 
micrantha, Dendropanax cuneatus, Tapirira guianensis, Guazuma ulmifolia 
e alguns indivíduos das espécies dos estágios finais de sucessão, como 
Nectandra megapotamica, Psychotria carthagenensis e Chrysophyllum 
marginatum. 
No Estado de São Paulo há um gradiente florístico de cerrado para 
floresta estacional semidecidual, com áreas de ecótono contendo proporções 
variáveis de espécies de cerrado e de floresta (DURINGAN et al., 2003). 
Considerando a composição florística e a estrutura do fragmento, a área de 
estudo poderia representar uma área de ecótono, com a presença de espécies 
arbóreas generalistas, que se adaptam tanto em Floresta Estacional 
Semidecidual quanto em Cerrado, e de espécies exclusivas de Cerrado e de 
Floresta Estacional Semidecidual. Portanto, a vegetação do campus segue o 
35
 
 
padrão descrito para a vegetação de Sorocaba e seu entorno, onde a flora tem 
um caráter de transição entre essas duas formações. Até o momento, as 
informações disponíveis não são suficientes para que se possa compreender e 
determinar seguramente sua origem, se antrópica ou natural. 
Os baixos valores registrados pelo índice de Sørensen corroboram os 
estudos que indicam a grande heterogeneidade florística encontrada em áreas 
de cerrado (OLIVEIRA-FILHO; RATTER, 2002; RATTER et al., 2000), 
geralmente distribuída em mosaicos (FELFILI, 2002; FELFILI et al., 2001). 
Provavelmente a proximidade geográfica e, consequentemente, a semelhança 
nas condições ambientais locais influenciou na maior similaridade entre a área 
do presente estudo e as áreas amostradas no campus de Sorocaba da UFSCar 
(KORTZ, 2009). 
Não foi registrada nenhuma espécie na categoria de ameaçada de 
extinção, coerente com a Instrução Normativa nº6 de setembro de 2008 da 
Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção 
publicada pelo Ministério do Meio Ambiente, bem como na lista de Espécies 
Ameaçadas de Extinção de 2019, do Portal Brasileiro de Dados Abertos. 
As regiões de transição tendem a ter riqueza e diversidade elevadas, 
por abrigarem espécies oriundas de biomas distintos. Por outro lado, mesmo 
sendo uma área conservada, parte do fragmento encontra-se ao redor das 
instalações da universidade, o que ocasiona interferência antrópica 
continuamente. Além disso, as espécies invasoras competem e eliminam 
espécies nativas, representando sérias ameaças à flora do campus. As 
presenças de Leucena leucocephala e Eucalyptus spp. plantas exóticas e 
invasoras, certamente estariam desfavorecendo a diversidade da flora nativa. 
 
Conclusão 
As pesquisas de levantamentos em áreas fragmentadas são 
importantes para conservação e manutenção da variedade de espécies 
36
 
 
encontradas nestes locais, e a região de Sorocaba precisa de mais estudos 
direcionados a essa área. A maioria das espécies identificadas é pioneira, 
podendo indicar que a atividade antrópica tem influência sobre o fragmento, 
pois o mesmo se encontra dentro do campus da universidade. A comparação 
com os outros dois fragmentos na região fortalecem os estudos sobre a 
existência de diversidade alta em fragmentos. O conhecimento da riqueza 
florística do fragmento ainda depende de mais estudos para que se possa 
compreender a dinâmica dessa vegetação e avaliar a necessidade do manejo 
das espécies invasoras e de ações de proteção das espécies nativas. 
 
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41
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http://www.tropicos.org/Name/100187620
 
Diversidade de macrofungos (Ascomycota e 
Baidiomycota, Fungi) em um fragmento florestal urbano 
de Sorocaba, SP, Brasil 
Samantha Gianolla Santos1 & Larissa Trierveiler-Pereira2 
 
1 Universidade Paulista, campus Sorocaba-SP, Laboratório de Ecologia Funcional e Estrutural de 
Ecossistemas (L.E.E.F.), Brasil, gianolla1985@gmail.com 
2 Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, Campus Lagoa do Sino, Centro de Ciências da Natureza, 
Buri, SP, Brasil, larissapereira@ufscar.br 
 
Resumo 
Os macrofungos, ou seja, espécies fúngicas que produzem corpos de 
frutificação macroscópicos desempenham um importante papel nos 
ecossistemas florestais, atuando como decompositores de matéria orgânica. 
Entretanto, o conhecimento sobre esses organismos ainda é insipiente no 
Brasil e muitas áreas ainda carecem de levantamentos para se conhecer a real 
diversidade de macrofungos no país. Com o intuito de contribuir para esse 
conhecimento, presente estudo teve como objetivo inventariar as espécies de 
macrofungos mais comuns ocorrentes em um fragmento de mata urbana na 
cidade de Sorocaba, São Paulo. Os espécimes foram coletados de junho de 
2019 a fevereiro de 2020 e analisados macro e microscopicamente para sua 
identificação. Como resultado, foram identificadas 27 táxons, pertencentes à 
21 gêneros e 11 famílias. Os espécimes foram encontrados principalmente 
sobre madeira morta, mas também em outros substratos, como solo florestal e 
folhas em decomposição (serrapilheira). 
Palavras-chave: ascomicetos, basidiomicetos, fungos neotropicais, Mata 
Atlântica, taxonomia de fungos
42
 
 
Introdução 
 Os fungos são organismos fundamentais nos ecossistemas florestais, 
sendo essencial o papel que desempenham na ciclagem de nutrientes, 
participando ativamente do processo de decomposição de matéria orgânica. 
São chamados de fungos saprófitos os que crescem sobre matéria orgânica 
vegetal morta (folhas, galhos, troncos, raízes) (CANNON et al., 2018). Entre 
os fungos saprófitos, existem aqueles que formam estruturas macroscópicas 
de reprodução, como os cogumelos e orelhas-de-pau, chamados de 
macrofungos. 
 Os macrofungos podem pertencer aos filos Basidiomycota e 
Ascomycota, sendo que são mais abundantes os membros de Basidiomycota 
(basidiomicetos) (DRESCHSLER-SANTOS et al., 2015). Esses fungos 
possuem um aparato enzimático potente, capaz de degradar uma das 
substâncias naturais mais recalcitrantes do planeta: a lignina – componente da 
parede celular vegetal (BALDRIAN, 2008). 
 Apesar da importância indiscutível dos fungos nos ambientes 
tropicais, esses organismos ainda são pouco inventariados, principalmente 
devido à falta de especialistas no país e dificuldades na identificação de 
espécimes, que geralmente requer análises microscópicas. No Brasil, esse 
conhecimento é fragmentado e reduzido a alguns grupos taxonômicos. 
 No estado de São Paulo, os levantamentos de macrofungos estão 
principalmente concentrados em unidades de conservação (ALCANTARA et 
al., 2019). De acordo com Capelari e colaboradores (1998), no estado há 
registro de pelo menos 1.736 espécies de basidiomicetos e 61 espécies de 
ascomicetos. Na região de Sorocaba, não há levantamentos sistemáticos 
realizados para inventariar a diversidade desses organismos. Assim, o objetivo 
principal desse trabalho é listar as espécies de fungos macroscópicos que 
ocorrem na mata adjacente à UNIP, campus Sorocaba, contribuindo assim 
43
 
 
para o levantamento de espécies fúngicas que ocorrem em fragmentos de Mata 
Atlântica no Brasil. 
Material e métodos 
Área de estudo 
Os espécimes fúngicos foram coletados em um fragmento de mata 
com aproximadamente 1,5 ha, sendo este limitado pela Rod. Senador José 
Ermírio de Moraes e pelas instalações da Universidade Paulista (UNIP), 
perímetro urbano de Sorocaba, São Paulo (coordenadas -23.460023, -
47.419280). A vegetação possui características de Floresta Estacional 
Semidecidual (Mata Atlântica) com alguns elementos de cerrado e solo do 
tipo latossolo vermelho-escuro distrófico. A temperatura média anual da 
região é de cerca de 22,1°C, possuindo verão chuvoso e inverno seco. Sua 
precipitação média anual é de aproximadamente de 1311,2 mm. 
 
 
Coleta de espécimes 
As coletas foram realizadas em 2019 e 2020, nos meses de junho a 
fevereiro. As coletas foram realizadas de forma aleatória, sem parcelas 
definidas, durante a realização de trilhas na área de estudo. Os espécimes 
foram fotografados in situ e depois retirados do substrato com o auxílio de um 
canivete. Para o transporte, os basidiomas foram acondicionados em caixas 
plásticas com compartimentos individualizados (Figura 1). Informações 
importantes sobre a macromorfologia dos espécimes, como coloração, forma 
e presença de estruturas delicadas, foram anotadas antes da dessecação do 
material. 
 
44
 
 
Figura 1 - Momento de coleta de macrofungos: acondicionamento dos espécimes em caixas 
plásticas para o transporte. 
 
 Os basidiomas foram desidratados e posteriormente analisados macro 
e microscopicamente com auxílio de microscópio estereoscópico e 
microscópio óptico. As análises microscópicas foram realizadas no 
Laboratório de Micologia da Universidade Federal de São Carlos, Campus 
Lagoa do Sino. Para a identificação, utilizou-se guias de campo e outros 
artigos de referência para a diversidade de macrofungos neotropicais. 
 Quando os vouchers foram bem preservados, estes foram 
incorporados à Coleção de Fungos do Herbário SPSC (UFSCar). O 
enquadramento dos táxons identificados nas famílias fúngicas seguiu a base 
de dados Index Fungorum (http://www.indexfungorum.org/). 
 
 
 
45
 
 
Resultados e Discussão 
Com o levantamento realizado, foi possível chegar à identificação de 
27 táxons, pertencentes a 21 gêneros e 11 famílias (Tabela 1). Os espécimes 
foram encontrados principalmente sobre madeira morta, mas também em 
outros substratos, como solo florestal e folhas em decomposição 
(serrapilheira). Fotografias de alguns basidiomas estão apresentadas nas Figs. 
2-3. 
Figura 2 - Macrofungos coletados no fragmento de mata adjacente à Universidade Paulista - 
UNIP, Sorocaba, SP. A. Xylaria sp. (fase anamórfica). B. Agaricus sp. C. Marasmius 
neosessilis. D. Pleurotus albidus. E. Pleurotus djamor var. roseus. F. Schizophillum umbrinum. 
 
46
 
 
Figura 3. Macrofungos coletados no fragmento de mata adjacente à Universidade Paulista - 
UNIP, Sorocaba, SP. A. Leucoagaricus sp. B. Macrolepiota cf. bonaerensis. C. Lentinus cf. 
crinitus. D. Lentinus tricholoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
47
 
 
Tabela 1 - Táxons de macrofungos identificados na mata adjacente à UNIP, Sorocaba, SP. 
 
TÁXON SUBSTRATO 
FILO ASCOMYCOTA 
Hypoxylaceae 
Phylacia sp. madeira morta 
Xylariaceae 
Xylariasp.(fase anamórfica) madeira morta 
Xylocoremium flabelliforme madeira morta 
FILO BASIDIOMYCOTA 
Agaricaceae 
Agaricus sp. solo 
Cyathus sp. madeira morta 
Leucoagaricus sp. serrapilheira 
Macrolepiota cf. bonaerensis serrapilheira 
Macrolepiota colombiana serrapilheira 
Auriculariaceae 
Auricularia fuscosuccinea madeira morta 
Auricularia nigricans madeira morta 
Geastraceae 
Geastrum schweinitzii madeira morta 
Hymenochaetaceae 
Fuscoporia gilva madeira morta 
Marasmiaceae 
Marasmius neosessilis madeira morta 
Marasmius cf. atrorubens serrapilheira 
Pleurotaceae 
Pleurotus albidus madeira morta 
Pleurotus djamor var. roseus madeira morta 
Polyporaceae 
Favolus brasiliensis madeira morta 
Flabellophora obovata madeira morta 
48
 
 
Hexagonia papyracea madeira morta 
Lentinus cf. crinitus madeira morta 
Lentinus tricholoma madeira morta 
Pycnoporus sanguineus madeira morta 
Trametes villosa madeira morta 
Psathyrellaceae 
Coprinellus sp. madeira morta 
Parasola sp. madeira morta 
Schizophyllaceae 
Schizophyllum commune madeira morta 
Schizophyllum umbrinum madeira morta 
 
 Ainda, foram identificadas quatro espécies de pseudo-fungos 
mixomicetos (Protozoa): Arcyria cinerea, Arcyria denudata, Ceratiomyxa 
fruticulosa e Lycogala epidendrum; todas encontrados sobre madeira em 
decomposição. Essas espécies possuem fases esporíferas que se assemelham 
a estruturas reprodutivas de fungos, são cosmopolitas e comuns em florestas 
úmidas tropicais (CAVALCANTI et al., 2006). 
 Podem ser citadas como espécies de ocorrência comum: Pycnoporus 
sanguineus, Schizophyllum commune, Trametes villosa, Hexagonia 
papyracea e Auricularia spp. Essas espécies podem ocorrer tanto em ambiente 
urbano quanto florestal e são encontradas com frequência já que são espécies 
resistentes à dessecação. 
 Entre as espécies identificadas, podemos citar as seguintes que são 
conhecidas na literatura como comestíveis: Auricularia fuscosuccinea, A. 
nigricans, Favolus brasiliensis, Lentinus crinitus, Lentinus tricholoma (como 
Polyporus tricholoma), Macrolepiota colombiana, M. bonaerensis, Pleurotus 
djamor var. roseus, P. albidus, Polyporus tricholoma e Schizophyllum 
commune (GOÉS-NETO; BANDEIRA, 2003; PUTZKE et al., 2014; 
SANUMA et al., 2016; TRIERVEILER-PEREIRA, 2019). 
49
 
 
Conclusão 
Apesar do pouco tempo dedicado a coleta de macrofungos na área de 
investigação, aliado ao período de poucas chuvas no final do ano de 2019, 
ainda assim foi interessante os resultados obtidos neste estudo. Destaca-se 
ainda a ocorrência de espécies comestíveis e com valor etnomicológico, dado 
que pode ser interessante para estudos de soberania alimentar. Inventários 
realizados por um período maior de tempo podem resultar em dados 
interessantes, como a ocorrência de novas espécies. Fragmentos florestais 
urbanos também podem exibir uma grande diversidade de macrofungos e tais 
locais devem ser inventariados, monitorados e conservados para contribuir ao 
conhecimento da funga brasileira. 
 
Agradecimentos 
Agradecemos a Profa. Dra. Regina Yuri Hashimoto Miura (UNIP - 
Campus Sorocaba) pelo apoio oferecido, além de tornar possível a realização 
deste estudo; ao Prof. Dr. Juliano Marcon Baltazar (CCN, UFSCar-LS) por 
oferecer sua estrutura de laboratório para as análises microscópicas; e aos 
colegas que auxiliaram no campo e com a coleta de espécimes: Aline Ricioli 
Machado, Guilherme Diniz Prado de Oliveira, Jaqueline Macena Santos Silva, 
Marcella de Souza Silva, Marina Marinho Silva, Thaís de Agrella Janolla, 
Thiago Messias Alves Feitosa e Yasmin de Oliveira. Ao Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo auxílio financeiro 
(Chamada Universal 01/2016, nº processo 422514/2016-0). 
 
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Invertebrados do fragmento florestal da Universidade Paulista, 
Sorocaba - SP 
Rogério Barros¹; Giuliano Grici Zacarin²; Thayná Cristina Cobello Alves²; 
Giovana de Oliveira Spuzzillo²; Luiz Eduardo Viccini de Assis²; Guilherme 
Diniz Prado de Oliveira²; Isabella Beluchi²; Lucas Vieira Xavier de 
Camargo²; Leonardo de Freitas Paula², Yasmin de Oliveira², Marcus 
Vinícius França³. 
 
¹Universidade Federal de São Paulo, Laboratório de Ecologia e Biologia Evolutiva, Diadema, São 
Paulo, Brasil 
²Universidade Paulista, campus Sorocaba-SP, Laboratório de Ecologia Funcional e Estrutural de 
Ecossistemas (LEEF), Brasil 
³Universidade Federal do ABC, Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental, Santo André, 
São Paulo, Brasil 
 
 
Resumo 
O Brasil abriga um número expressivo de espécies de invertebrados 
terrestres. Estima-se que o filo Arthropoda (do grego arthros, articulação, e 
podos, pés), apenas, detém mais de um milhão de espécies descritas e que esse 
número possa representar somente 10% da real diversidade do grupo. 
Entretanto, o conhecimento a respeito não é linear. Enquanto estudos sobre 
grupos específicos avançam, outros carecem de atenção. Esse trabalho teve 
como objetivo inventariar os táxons de invertebrados em um fragmento de 
mata, localizado na Universidade Paulista, campus Sorocaba. Foram utilizas 
metodologias de coletas ativas e passivas, como pitfall traps, armadilha VSR, 
frascos, caça-moscas e buscas ativas durante os períodos diurno, crepusculares 
e noturnos.Foram amostradas 10 ordens (Coleóptera, Araneae, Opiliones, 
Acari, Scorpiones, Diptera, Odonata, Hemiptera, Ortóptero e Lepidoptera) 
distribuídas em 24 famílias. A Ordem Coleoptera foi a que apresentou maior 
53
riqueza no local, seguida pela Ordem Lepidoptera e Araneae. Referente ao 
interesse médico, foram registradas 2 espécies de aranhas (Loxoceles gaúcho 
e Phoneutria nigriventer) e 2 de escorpião (Tityus serrulatus e Titys 
bahiensis). Tornando-se assim, importante a implementação de medidas de 
conscientização e prevenção contra possíveis acidentes ocasionados por elas, 
considerando a distância pequena entre o fragmento e os alunos. 
Palavras-chave: Invertebrados; Diversidade; Sorocaba. 
Introdução 
O Brasil, por se tratar de um país megadiverso, abriga um número 
expressivo de espécies, principalmente de invertebrados. O número total de 
espécies de invertebrados conhecidas no mundo hoje situa-se entre 1.218.500 
e 1.298.600, e estima-se que 96.660 - 129.840 ocorram no Brasil 
(LEWINSOHN; PRADO, 2005). Por serem espécies diminutas em relação 
aos vertebrados, e não haver estudos nas mesmas proporções, muitas espécies 
acabam sendo extintas mesmo antes de serem descritas (BLAND et al., 2012). 
O grande desafio é descobrir essas novas espécies e conservá-las em uma 
velocidade mais acelerada do que o ritmo de sua extinção. Alguns zoólogos 
brasileiros ainda consideram impossível incluir corretamente invertebrados 
nas listas de espécies ameaçadas devido à escassez nos estudos e a grande 
dificuldade em classificar alguns grupos (PIK et al., 1999). Entretanto, pode-
se inferir que o número de invertebrados que foram extintos muito antes de 
serem descritos seja muito elevado, especialmente na Mata Atlântica, que 
apresenta grande número de endemismo, abrigando 89 (76%) das 130 espécies 
de invertebrados terrestres ameaçados de extinção (LEWINSOHN et al., 
2005), em uma área que tem apenas 7,25% da cobertura florestal original. 
Um fator relevante a se considerar é a percepção do público não 
especializado, e até de alguns zoólogos, de que a extinção de invertebrados é 
54
menos importante do que a de vertebrados, negligenciando a importância 
ecológica, econômica, médica e estéticas desses animais. Os invertebrados são 
encontrados praticamente em todas as regiões do mundo, ocupando quase 
todos os habitats disponíveis (ADIS et al., 1997). Entre as Ordens mais 
conhecidas popularmente, podemos citar: Ordem Araneae, Ordem Acari, 
Ordem Scorpiones e Ordem Opiliones, constituintes da Classe Arachnida, 
além da Ordem Coleóptera e Ordem Lepidoptera, representantes da Classe 
Insecta. 
Classe Arachnida 
Os aracnídeos pertencem ao sub-filo Chelicerata, são representados 
por animais predominantemente terrestres (DUNLOP; WEBSTER, 1999). 
Caracterizam-se por possuírem (1) um par de quelíceras, estrutura responsável 
pela inoculação de veneno em algumas espécies, (2) pela presença de quatro 
pares de patas e (3) presença de uma carapaça quitinosa (SILVA, et al., 2005). 
Com cerca de 120.000 espécies descritas atualmente, constitui a mais 
importante e maior classe dos quelicerados. Entretanto, estima-se que o 
número real de espécies ultrapasse um milhão (DA SILVA JUNIOR; PEDRO 
ISMAEL, 2013). Totalizam onze ordens, sendo as mais conhecidas 
popularmente: Araneae, Scorpiones, Acari e Opiliones. São de suma 
importância no equilíbrio dos ecossistemas, como parasitas, servindo como 
fonte de alimentos para outras espécies, atuando como predadores, como 
controladores de pragas, além de inúmeras outras funções ecológicas. 
Ordem Opiliones 
Englobando cerca de 6.616 espécies descritas até o momento (KURY, 
2015), Opiliones representam a terceira maior Ordem dentre os aracnídeos, na 
sequência de Acari (ca. 48.000 sp.) (SCHULTZ et al., 2007) e Araneae 
55
(48.120 spp.) (WORLD SPIDER CATALOG, 2019). Com exceção da 
Antártica, são encontrados em todos os continentes, com uma diversidade 
maior em regiões de florestas úmidas. São comumente encontrados na 
serapilheira, enterrados no solo, sob pedras, bromélias, nas copas das árvores 
e em cavernas (PINTO-DA-ROCHA, 1999). 
É representada por animais que possuem: (1) presença de um órgão 
para transferência direta de espermatozÓides; (2) presença de um par de 
glândulas odoríferas; (3) estigmas traqueais pareados no segmento genital; (4) 
alongamento do segundo par de pernas para função primordialmente sensorial 
e (5) articulação bicondilar vertical entre o trocânter e o fêmur (SCHULTZ, 
1990). 
Ordem Acari 
Representa o grupo de aracnídeos mais diverso. Aproximadamente 
55.000 espécies foram descritas até o momento. Com sua enorme capacidade 
adaptativa a ordem conquistou todos os ambientes possíveis no planeta: polar, 
termal, vulcânico, tropical, temperado, aquático, entre outros (KRANTZ; 
WALTER, 2009). 
Os ácaros são espécies minúsculas, com espécies microscópicas, que 
se alimentam de matéria animal e/ou vegetal (SANTOS, 2018). Embora 
pequenos, os ácaros podem causam grandes problemas, agindo como parasitas 
em humanos, e causando doenças como a escabiose (Sarcoptes scabiei), 
demodicose (Demodex folliculorum) e a febre maculosa (Amblyomma 
cajennense) (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE 2013). 
 
 
56
Ordem Araneae 
Com 48.322 espécies descritas, agrupadas em 120 famílias distintas 
(WORLD SPIDER CATALOG, 2019), as aranhas são os aracnídeos mais 
conhecidos pela população. No Brasil, são descritas aproximadamente 70 
famílias, com maior diversidade na Mata Atlântica e Floresta Amazônica. No 
Brasil, apenas os gêneros Loxosceles, representado pelas aranhas aranhas-
marrons, o gênero Phoneutria representado pelas as aranhas armadeiras e o 
gênero Latrodectus, constituído pelas famosas aranhas viúvas são 
considerados de interesse médico. 
Ordem Scorpiones 
Os escorpiões apresentam uma diversidade aproximada de 1500 
espécies descritas até o momento, agrupadas em 20 famílias e 165 gêneros. 
No Brasil são conhecidas 130 espécies para a ordem (CARMO et. al., 2013) 
É representada por animais que possuem (1) corpo dividido em 
prossoma, opistossoma e metassoma (falsa cauda) e (2) 5 pares de apêndices, 
sendo 4 pares de pernas e 1 par de palpos, usados para manusear as presas. 
No Brasil são encontrados 5 gêneros, no entanto, as espécies de 
interesse médico pertencem apenas ao gênero Tityus, sendo as de maior 
importância: T. serrulatus, T. bahiensis, T. costatus, T. fasciolatus, T. 
metuendus, T. silvestris, T. stigmurus, T. paraensis e T. trivittatus. As espécies 
que apresentam a maior frequência de acidentes e maior gravidade são: T. 
serrulatus (escorpião amarelo), seguido por T. bahiensis (escorpião marrom) 
e T. stigmurus (escorpião do Nordeste). 
 
57
Classe Insecta 
 Representa o grupo com maior diversidade entre todos os animais do 
planeta. Caracterizam-se por (1) corpo dividido em cabeça, tóraxa e abdomen; 
(2) um par de antenas; (3) três pares de patas e (4) um ou dois pares de asas. 
Ordem Coleóptera 
Os coleópteros, (do grego koleos = estojo e pteron = asas), 
popularmente conhecidos como besouros, compõem a maior Ordem de 
insetos existentes, com aproximadamente 400.000 espécies, divididas em 211 
famílias e 4 subordens (SLIPINSKI et al., 2011). Entretanto, estima-se que 
mais de um milhão de espécies ainda não foram catalogadas (EMBRAPA, 
2007). Os besouros representam 40% de toda a classe Insecta (BORROR; 
DELONG, 1969) e 30% da totalidade do reino Animalia (LAWRENCE; 
BRITTON, 1991). 
Diferenciam-se das demais Ordens de insetos essencialmente pelas 
asas anteriores modificadas em élitros, que fornecem proteção às asas 
posteriores membranosas e aos tergitos abdominais (COSTA, 2000) e pelo 
aparelho bucal do tipo mastigador. Os besouros possuem antenas com uma 
enorme diversidade morfológica e abdome variando de 5 a 8 segmentos. 
Durante a evolução dos insetos, os coleópteros foram os primeiros

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