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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e seu acompanhamento

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AULA 3 
ÉTICA E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL (ODS) 
Prof. Ângelo de Sá Mazzarotto 
 
 
2 
TEMA 1 – O RELATÓRIO DE OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
Dez anos após a aprovação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 
(ODM), a coordenação da ONU recomendou à Secretaria Geral que apresentasse 
objetivos para além de 2015. Em 2012, na Conferência Rio + 20, os integrantes 
decidiram pela definição da agenda para os anos depois de 2015, com metas 
globais para o desenvolvimento sustentável. Em 2013, os países-membros 
lançaram a Agenda 2030. Em 2015, surgem os Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável, com aprovação de quase duzentos países signatários. 
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) representam o eixo 
central da Agenda 2030, orientando as ações para o desenvolvimento sustentável 
econômico, social e ambiental, as metas, e as medidas para cada meta. 
A aplicação dos ODS e a evolução da sustentabilidade são monitoradas 
anualmente pela ONU, por meio dos relatórios apresentados voluntariamente 
pelos países membros. O relatório anual apresenta ações realizadas em cada um 
dos ODS e os resultados obtidos em cada uma das metas propostas, 
possibilitando comparações globais. 
Para a elaboração do Relatório de Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável, cada país deve descrever os procedimentos que foram adotados 
para a elaboração das metas nacionais, reconhecidas pelo governo federal, 
acompanhadas de informações específicas sobre as meta, proposta justificada 
para adequação de metas, definição dos conceitos empregados em cada meta, 
identificação das instituições governamentais responsáveis por pelo alcance das 
metas, e correlações claras entre as metas propostas e os ODS e metas globais. 
(IPEA, 2018) 
Para adequar o plano de desenvolvimento sustentável e viabilizar seu 
efetivo acompanhamento e respectivos relatórios, o país deve, primeiramente, 
analisar detalhadamente cada uma das 169 metas globais, e registrar a análise, 
especificando se é meta viável para o plano nacional final; se é aplicável à 
realidade nacional ou se há necessidade de adequação; o nível de precisão do 
texto; as condições em que será possível o seu acompanhamento; a identificação 
de órgãos públicos que implementarão as ações para o atingimento de cada meta; 
e a elaboração de outras metas complementares a cada meta global ou 
 
 
3 
complemento do texto original da meta, de modo a preservar o significado na 
linguagem oficial do país. 
Para a adequação as metas nacionais a cada meta global, é necessário 
seguir os requisitos de aderência, ou o quanto da sua natureza pode ser assumida 
na realidade nacional; a demonstração quantitativa e qualitativa possível para 
cada meta, conforme a realidade nacional; a íntima relação entre compromissos 
assumidos pelo governo federal e o conteúdo da cada meta global; e os impactos 
estimados no planejamento e nas ações, devido às características territoriais e 
sociais. (IPEA, 2018) 
Nessa etapa preliminar à aplicação de planos de desenvolvimento 
sustentável, nos moldes propostos pela ONU, nos 17 ODS, também devem ser 
identificadas as fontes dos dados utilizados, e também aqueles a serem utilizados 
na definição final dos planos nacionais de desenvolvimento sustentável, além de 
especificações sobre a metodologia complementar de análise e a aprovação do 
documento final. Por fim, destacamos que o relatório inicial, acima referido, deve 
ser enviado à ONU, sendo obrigatoriamente de natureza quantitativa e qualitativa. 
(IPEA, 2018) 
Após essa fase, inicia-se a implantação dos ODS, com metas e indicadores 
e demais especificações constantes no relatório preliminar, com o respectivo 
acompanhamento, que inclui ajustes periódicos, se necessário. 
Saiba mais 
Para melhor compreensão e visualização do Relatório de Objetivos do 
Desenvolvimento Sustentável, entre nos sites abaixo: 
 BRASIL. Relatório nacional voluntário sobre os objetivos de 
desenvolvimento sustentável. 2017. Disponível em: 
<http://www.secretariadegoverno.gov.br/snas-
documentos/relatoriovoluntario_brasil2017port.pdf>. Acesso em: 13 maio 2019. 
 ITAÚ. Os objetivos do desenvolvimento sustentável. 2017. Disponível 
em: 
<https://www.itau.com.br/_arquivosestaticos/RI/pdf/pt/Itau_RAC_2017_port.pdf#
page=372>. Acesso em: 13 maio 2019. 
 
 
4 
TEMA 2 – ODS – AÇÃO E ACOMPANHAMENTO 
Os Objetivos do Milênio e suas metas ganharam em efetividade com a 
aplicação dos ODS, por possibilitarem a avaliação periódica das ações de 
desenvolvimento, pela ONU e pelos países que aderiram a essa proposta. Para 
isso, é essencial que os dados que compõem o relatório sejam confiáveis, 
acessíveis e atualizados, retratando fidedignamente as ações propostas e em 
andamento. 
A construção dos indicadores globais e a identificação, e o estabelecimento 
dos indicadores nacionais e subnacionais associados a resultados mensuráveis, 
são ferramentas nucleares da ação global para o desenvolvimento sustentável. A 
Agenda 2030 e os ODS foram oficialmente implantados em 2015, num total de 231 
indicadores globais, que possibilitam a gestão de ações e resultados para os 
próximos 15 anos. (Agenda 2030, 2019b) 
O acompanhamento via relatórios do desenvolvimento sustentável, e outras 
medidas, acontece em três níveis: 
O documento da Agenda 2030 estabelece que: “os governos têm a 
responsabilidade primária de acompanhamento e revisão, em âmbito 
nacional, regional e global, do progresso alcançado na implementação 
dos Objetivos e metas ao longo dos próximos 15 anos”. Nos níveis 
nacionais e subnacional, as Nações Unidas recomendam a realização de 
revisões regulares e inclusivas. No nível regional, o exercício de 
acompanhamento e revisão dos ODS consiste no aprendizado mútuo 
entre países de cada região, no compartilhamento de melhores práticas 
e na discussão de objetivos comuns e questões transfronteiriças. Na 
América Latina, o acompanhamento e a revisão são feitos pelo Fórum 
dos Países da América Latina e do Caribe sobre Desenvolvimento 
Sustentável, convocado anualmente pela CEPAL. No nível global, o 
Fórum Político de Alto Nível (HLPF) anualmente promove melhor 
responsabilização, concentra os esforços para a ação, analisa a 
implementação dos ODS por todos os Estados membros e responde às 
novas e emergentes tendências de desenvolvimento, considerando os 
três pilares do desenvolvimento sustentável e os princípios da Agenda 
2030. (Agenda 2030, 2019b) 
Para acompanhar a aplicação dos ODS, com suas 169 metas globais, em 
2015 foram criados os Indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 
por um grupo formado por vários representantes dos países membros. Nesse 
trabalho, o Brasil, Chile e os países do Mercosul foram representados pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE. Os indicadores compõem um 
cronograma, e serão avaliados e revisados em 2020 e 2025. 
Indicadores são instrumentos por meio dos quais uma empresa ou 
instituição pode tratar cada área de alto impacto, ou distante da proposta de 
http://www.agenda2030.org.br/acompanhe/
 
 
5 
sustentabilidade, como exemplificado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o 
Desenvolvimento Sustentável, (CEBDS, 2019a) no Guia dos ODS - Diretrizes para 
implementação dos ODS na estratégia dos negócios para as empresas, passo 2, 
disponível em reproduzido, em parte, na citação a seguir: 
Considere uma empresa de fabricação global que utiliza a água no seu 
processo produtivo. A empresa possui muitas fábricas, algumas das 
quais estão localizadas em regiões áridas e de alto índice de pobreza. 
Quando a empresa analisa a sua dependência e o impacto na água, essa 
irá querer primeiramente avaliar quais das suas fábricas (ou principais 
fornecedores) estão localizadas em regiões com escassez de água. Isso 
pode ser conseguido através de uma ferramenta de mapeamento de risco 
de água, tal como a Ferramenta Global Water WBCSD,o Aquaduto WRI 
ou o Filtro de Água de Risco WWF-DEG.Nesse caso, um indicador 
apropriado seria “o Total e percentual de retiradas em áreas com 
escassez de água”. No entanto, a quantidade de água utilizada pela 
empresa não é a única importante medida do seu impacto em 
comunidades e ecossistemas. Um indicador de qualidade da água 
também é fundamental, visto que aborda o impacto da empresa na 
quantidade de água disponível para todos. A fim de determinar um 
indicador de qualidade da água, a empresa pode utilizar a orientação 
global (por exemplo, pela OMS) ou os parâmetros de referência definidos 
pela indústria. A fim de capturar ambos os padrões nacionais e 
internacionais de qualidade da água, a empresa pode selecionar o 
“Percentual de instalações que aderiram aos padrões relevantes de 
qualidade da água”. Essa pode selecionar, ainda, outros indicadores que 
ajudam a avaliar o seu impacto sobre o direito humano à água - por 
exemplo, os indicadores relacionados à disponibilidade, acessibilidade ou 
disponibilidade de água. Juntos, esses indicadores irão fornecer à 
empresa uma imagem mais completa da dependência e dos impactos de 
suas fábricas nos recursos hídricos locais. (CEBDS, 2019, p.16). 
Saiba mais 
Indicadores com metas e ODS: 
SDG COMPASS. Disponível em: <https://sdgcompass.org/>. Acesso em: 13 maio 
2019. 
Ação e acompanhamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
requerem visão e ação sistêmica, monitoramento e avaliação sistemática, análise 
de impactos e consequências, inovação e documentação interna e externa, como 
os Relatórios de ODS, já tratados nesta aula. É um método semelhante ao adotado 
nas empresas do setor produtivo, como foi citado acima, com o exemplo da 
empresa em que a água é um dos insumos principais. (CEBDS, 2019) 
As ações e o acompanhamento dos ODS nas empresas e instituições 
também são semelhantes ao que é adotado em Sistemas de Gestão da Qualidade, 
num processo de contínuo feedback. O grande diferencial, no caso da Agenda 
2030, em seu núcleo ODS, é que as ações e o acompanhamento excedem os 
 
 
6 
interesses e o âmbito da organização; estendem-se para o contexto global, com 
compromisso com a qualidade de vida da população mundial, por meio da 
sustentabilidade, em todos os aspectos da vida no planeta. Distinguem-se, 
também, pela ampla troca de ideias e de boas práticas entre os países, com metas 
globais e indicadores essenciais, e pela coordenação geral da ONU, que promove 
o realinhamento das ações e acompanhamento, com base nos Relatórios do 
Desenvolvimento Sustentável, elaborados voluntariamente pelos países-membro. 
TEMA 3 – NEGOCIAÇÕES DA AGENDA DE DESENVOLVIMENTO PÓS-2015 
A Agenda Pós-2015 corresponde a todo o conjunto de programas, ações 
e diretrizes que vão orientar os trabalhos das Nações Unidas e de seus 
países-membros em direção ao desenvolvimento sustentável, após 
2015. Construindo sobre a experiência internacional com os Objetivos 
de Desenvolvimento do Milênio, ou ODM, cuja vigência se encerra em 
2015, a nova Agenda de Desenvolvimento tem como desafio estruturar, 
de forma simultânea e equilibrada, os esforços globais em prol da 
erradicação da pobreza e da integração efetiva das dimensões 
econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. 
Diferentemente dos ODM, que propunham metas setoriais, a Agenda 
Pós-2015 deverá contar com uma perspectiva abrangente e universal, 
com compromissos que se apliquem tanto a países em desenvolvimento 
quanto aos desenvolvidos. Os processos de discussão sobre a Agenda 
Pós-2015 envolvem diversos foros. (Itamaraty, 2014 p.4) 
Segundo o Itamaraty, há 14 princípios orientadores no processo de 
negociação da Agenda Pós-2015, em adoção no Brasil (Itamaraty, 2014): 
1. Erradicação da pobreza. O Itamaraty declara que para o Brasil este é o 
ODS prioritário, para desenvolvimento sustentável, e contou com a 
concordância da Rio+20, quando a erradicação da pobreza foi considerada 
o grande desafio global e requisito primeiro para o desenvolvimento 
sustentável. 
2. A centralização dos resultados da Rio+20 e Agenda Pós-2015. Para o 
Brasil, segundo o Itamaraty, os ODS e a Agenda Pós-2015 devem estar 
alinhados às prioridades identificadas na Conferência Rio+20, quanto à 
erradicação da pobreza e à promoção do equilíbrio entre as dimensões 
econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. 
3. Universalidade e diferenciação. A força dos ODS reside na universalidade 
com diferenciação, que os tornam aplicáveis a todos os países, sem 
desconsiderar as características nacionais, como perfis sociais, estágio de 
desenvolvimento, políticas e prioridades nacionais, como enfatiza o 
parágrafo 247 do documento “O Futuro que Queremos”. 
 
 
7 
4. Inclusão, equidade e enfoque de direitos. Neste princípio, O Itamaraty 
apresenta a posição do Brasil, com destaque para a importância da 
garantia da igualdade para grupos vulneráveis. 
5. Sustentabilidade ambiental. Sobre este princípio, o Brasil tem trabalhado 
junto à ONU para a transversalidade da dimensão ambiental em todos os 
17 ODS, embora com destaque para o manejo sustentável de todos os 
recursos naturais. 
6. Padrões sustentáveis de consumo e produção. O Brasil negocia maior 
espaço para este princípio nas discussões da Agenda Pós-2015, por 
entender que as discussões no âmbito dos ODS dão mais ênfase aos 
aspectos da produção, sem dar igual tratamento aos padrões 
insustentáveis de consumo, e defende a adoção conjunta dos ODS e o 
Plano Decenal de Programas sobre Padrões de Consumo e Produção 
Sustentáveis, conforme proposto na Rio+20. 
7. Dimensão econômica do desenvolvimento. Neste princípio, segundo o 
Itamaraty, o Brasil destaca a economia como condição essencial para a 
erradicação da pobreza e para desenvolvimento sustentável, o que inclui a 
disponibilização de recursos financeiros, a transferência de tecnologia, a 
capacitação técnica e geração de oportunidades econômicas para os 
países em desenvolvimento. 
8. Meios de implementação adequados e adicionais. Segundo o Itamaraty, a 
identificação de meios de implementação adequados dos ODS é um ponto 
forte e que deve ter a participação da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento-
ODA, especialmente porque o desafio dos ODS vai além do desafio dos 
ODM. 
9. Questões sistêmicas internacionais. Conforme o Itamaraty, a 
implementação dos ODS deve avançar nos âmbitos do comércio 
internacional, da dívida externa, da transferência de tecnologia, da 
arquitetura financeira internacional e da reforma da governança econômica 
global, questões importantes para a redução das desigualdades entre os 
países. 
10. A tarefa incompleta dos ODM. O Brasil propõe a renovação e a atualização 
dos compromissos assumidos com os ODM. Os ODM não atingidos devem 
ser incluídos na Agenda Pós-2015. 
 
 
8 
11. Desagregação ou metodologia de produção desagregada de dados. 
Segundo o Itamaraty, os dados devem ser desagregados por região, e 
entre o meio urbano e o rural. Os dados por contexto espacial e 
especificidade de grupos humanos possibilitaria a melhor analise das 
interfaces de indicadores de sustentabilidade e políticas de gestão 
territorial. 
12. Monitoramento dos ODS. O Brasil propõe mecanismos de monitoramento 
individual dos ODS destacando a situação de cada país, além do 
desenvolvimento global. A Agenda Pós-2015 e os ODS devem estabelecer 
critérios de avaliação do sucesso de países desenvolvidos e em 
desenvolvimento, incluindo divulgação das boas práticas, garantindo 
recursos internacionais suficientes para estimular bons projetos e promover 
práticas de governança participativa. 
13. Capilaridade dos ODS. É fundamental o envolvimento de autoridades locais 
e da sociedade civil na formulação, na implementação e no 
acompanhamento dos ODS, de modo a estimular a coordenação de 
esforços de diferentes níveis de governo para o cumprimento de metas, 
levando em conta, naturalmente,a estrutura político-administrativa de cada 
país. 
14. Participação social. Conforme o Itamaraty, canais institucionais de 
participação social são fundamentais para a formulação e a implementação 
dos ODS, para o exercício da democracia, por meio da prática de uma 
cidadania ativa. No processo negociador da Agenda Pós-2015, o Brasil 
defende que a participação da sociedade seja incorporada como parte 
indispensável para o atingimento dos ODS. 
TEMA 4 – TRANSFORMANDO NOSSO MUNDO – A AGENDA 2030 PARA O 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
O documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o 
Desenvolvimento Sustentável” é um conjunto de medidas para promover o 
desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos, sem deixar ninguém para 
trás. É um plano de ação global, ajustado pelos países membros da ONU, para a 
qualidade de vida das pessoas e do planeta, com saúde e prosperidade. O seu 
núcleo é composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS, com 
 
 
9 
suas 169 metas e indicadores que se ajustam aos países conforme suas 
características econômicas, sociais, ambientais e territoriais. 
A Agenda 2030 é uma agenda para a ação global para os próximos 
quinze anos – é uma carta para as pessoas e o planeta no século XXI. 
As crianças e as jovens mulheres e homens são agentes fundamentais 
de mudança e encontrarão nos novos Objetivos uma plataforma para 
canalizar suas infinitas capacidades para o ativismo na criação de um 
mundo melhor. (Agenda 2030, 2019b) 
 O documento que apresenta a Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável, “Transformando Nosso Mundo”, é composto por 54 páginas, com 
inúmeras declarações de intenção e compromissos, que resultaram das demais 
iniciativas oficiais promovidas pela ONU, e tem por núcleo um conjunto de 
objetivos do desenvolvimento sustentável, denominados 17 ODS, já detalhados 
nessa disciplina. 
A Agenda 2030 destaca pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias, 
definidos a seguir, com as sínteses dos respectivos focos (Agenda 2030, 2019b): 
 Pessoas: Acabar com a pobreza e a fome, em todas as suas formas e 
dimensões, garantindo que todos os seres humanos possam realizar o seu 
potencial de dignidade e igualdade, em um ambiente saudável. 
 Planeta: Proteger o planeta da degradação, da gestão, do consumo e da 
produção insustentáveis, com adequado enfrentamento dos impactos 
climáticos, preservando a Terra para as gerações presentes e futuras. 
 Prosperidade: Assegurar que todos os seres humanos possam ter 
oportunidades para uma vida próspera, com acesso ao progresso 
econômico, social e tecnológico e em equilíbrio com a natureza. 
 Paz: Promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres da violência. 
 Parceria: Mobilizar parcerias globais solidárias comprometidas com os 
ODS e demais iniciativas promotoras do desenvolvimento sustentável. 
TEMA 5 – APRENDENDO COM OS OBJETIVOS DO MILÊNIO (ODM) 
Sabemos que a aplicação dos ODS, por possibilitarem a avaliação 
periódica das ações de desenvolvimento dos países, fortaleceram os Objetivos do 
Milênio-ODM, e suas metas ganharam em efetividade. Os ODM resultaram de 
trabalhos de cúpulas multilaterais realizadas durante os anos 1990, com foco na 
redução da extrema pobreza. No documento “A Declaração do Milênio”, os ODM 
foram adotados pela ONU, em 2000, sendo aceitos gradativamente pelos países, 
http://www.agenda2030.org.br/acompanhe/
https://www.unric.org/html/portuguese/uninfo/DecdoMil.pdf
 
 
10 
como caminho de enfrentamento dos principais desafios sociais no início do século 
XXI. (Agenda 2030, 2019b) 
Os oito ODM impulsionaram políticas e ações para o desenvolvimento 
internacional, nacional e local por quase duas décadas; por reconhecer como 
urgente o combate à pobreza, o documento passou a ser prioridade na agenda de 
desenvolvimento de vários países. 
Em 2010, a ONU determinou ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban 
Ki-moon, um estudo com recomendações para a erradicação da pobreza, que foi 
elaborado por meio de um processo de consultas com participantes de vários 
países. Desse processo resultou a proposta de agenda com o título “Uma Vida 
Digna para Todos”, com oitos objetivos do milênio, apresentados na figura a seguir. 
Figura 1 – Os oito ODM 
 
Fonte: ONU, 2015. 
Das lições que aprendemos com os ODM, destacamos as palavras do 
seu autor principal: 
A mobilização global que apoiou os Objetivos de Desenvolvimento do 
Milénio resultou no movimento contra a pobreza com mais sucesso da 
história. O compromisso emblemático assumido pelos líderes mundiais 
no ano de 2000 – “não pouparemos esforços para libertar os nossos 
semelhantes, homens, mulheres e crianças, das condições abjetas e 
desumanas da pobreza extrema” – foi traduzido num quadro inspirador 
de oito objetivos e, depois, em etapas práticas abrangentes que 
permitiram às pessoas em todo o mundo melhorar as suas vidas e as 
suas perspectivas. Os ODM ajudaram a retirar da pobreza extrema mais 
de um milhão de pessoas, a fazer progressos contra a fome, a permitir 
que mais raparigas frequentassem a escola do que nunca antes, assim 
como a proteger o nosso planeta. Geraram parcerias novas e 
inovadoras, agitaram a opinião pública e revelaram o valor imensurável 
de definir objetivos ambiciosos. Ao colocar as pessoas e as suas 
necessidades imediatas na linha da frente, os ODM transformaram a 
tomada de decisão tanto nos países desenvolvidos como em vias de 
desenvolvimento. Refletindo sobre os ODM e olhando em frente para os 
próximos quinze anos, não existem dúvidas de que podemos concretizar 
a nossa responsabilidade partilhada e acabar com a pobreza, não 
deixando ninguém para trás e criando um mundo de dignidade para 
todos. BAN KI-MOON Secretário-Geral, Nações Unidas, 2015. (ONU, 
2015, p. 3) 
https://www.unric.org/pt/images/stories/2015/PDF/MDG2015_PT.pdf
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
AGENDA 2030. Acompanhe. Disponível em 
<http://www.agenda2030.org.br/acompanhe/> Acesso em: 13 maio 2019a. 
_____. Sobre. Disponível em < http://www.agenda2030.org.br/sobre/> Acesso 
em: 13 maio 2019b. 
CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. 
Guia dos ODS. 2015. Disponível em <https://cebds.org/wp-
content/uploads/2015/11/Guia-dos-ODS.pdf>. Acesso em: 13 maio 2019. 
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. ODS: Metas Nacionais dos 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 2018. Disponível em 
<http://ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/180801_ods_metas_n
ac_dos_obj_de_desenv_susten_propos_de_adequa.pdf>. Acesso em: 13 maio 
2019. 
ITAMARATY. Negociações da agenda de Desenvolvimento pós-2015: 
Elementos orientadores da posição brasileira. 2014. Disponível em: 
<http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/ODS-pos-bras.pdf>. Acesso 
em: 13 maio 2019. 
ONU – Organização das Nações Unidas. Relatório Sobre os Objetivos de 
Desenvolvimento do Milénio. 2015. Disponível em 
<https://www.unric.org/pt/images/stories/2015/PDF/MDG2015_PT.pdf>. Acesso 
em: 13 maio 2019.

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